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    UNIVERSIDADE DE SO PAULOESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA LUIZ DE QUEIROZ

    Campus de Piracicaba

    LSN 401 - CINCIA DO SOLO IV Outubro 2003Parte 3

    Planejamento do uso da terra

    Prof. Dr. J. Alexandre Dematt

    Departamento de Solos e Nutrio de Plantas

    Assuntos abordados

    Captulo 1: Levantamento e mapeamento de solos

    Captulo 2: Avaliao do Uso da Terra

    Captulo 3: Geoprocessamento no planejamento do uso da terra

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    Captulo 1: Levantamento e mapeamento de solos

    1. Introduo, objetivos, utilidadesPara iniciar um planejamento racional de uma rea e poder obter boas produes, a primeira fase refere-se aoconhecimento dos solos, especificamente o seu levantamento, classificao e mapeamento.

    importante levar em considerao a terminologia dos termos levantamento de solos e mapeamento de solos. Estesfrequentemente so utilizados como sinnimos. Por outro lado, apesar de terem ntima relao, apresentam algumascaracterxticas diferentes. Levantamento significa obter. Levantamento de solos portanto obter informaes sobre ossolos. Estas informaes podem ser das mais variadas, desde informaes de campo, analticas at o mapa de solos,

    portanto, um termo abrangente. Mapeamento significa mapear, detreminar a distribuio espacial de algo. No caso seriao mapa de solos. O termo mais adequado quando utilizado de maneira mais restritiva, relacionado ao mapa

    propriamente dito.Um levantamento pedolgico uma pesquisa de campo e laboratrio, cuja sntese o registro de observaes,

    anlises e interpretaes de aspectos do meio fsico, visando a caracterizao e a classificao destes.Cada unidade de mapeamento delineada em um mapa, possui um conjunto de propriedades inter-relacionadas que a

    distinguem das outras. Este conjunto de propriedades o que caracteriza um levantamento pedolgico durvel, que podeser interpretado para diversos fins, em qualquer poca, sempre que surjam propostas de uso e planejamento da terra.Enfim, essas informaes so essenciais na avaliao do potencial ou das limitaes de uma rea, constituindo a base dedados para estudo de viabilidade tcnica e econmica de projetos e palnejamento do uso, manejo e conservao desolos.

    O elo entre a classificao de solos e o levantamento fica estabelecido no momento em que os solos semelhantes so

    reunidos em classes, que, por sua vez, combinadas com informaes e relaes do meio ambiente, constituem a basefundamental para a composio das unidades de mapeamento, cuja distribuio espacial, extenso e limites somostrados em mapas.

    Os levantamentos pedolgicos tm objetivos diversificados, desde a gerao de conhecimentos sobre o recurso solode um pas ou regies, at o planejamento de uso da terra para diversos fins, em nvel de propriedade. O objetivo

    principal subdividir reas heterogneas em parcelas homogneas, que apresentem a menor variabilidade possvel, emfuno dos parmetros de classificao e das caractersticas utilizadas para a distino dos solos.

    Os levantamentos de solos so bases ideais para a previso de uso dos solos, podendo evitar que reas inaptas para aexplorao agropecuria e outras atividades sejam desmatadas ou alteradas em suas condies naturais de equilbrio.Tambm servem para gerao dos chamados grupos de manejo de solos, ou seja solos com classificaes diferentes,

    porm manejo iguais. Os levantamentos um dos parmetros que devem ser levados em considerao no talhonamentodedeterminada cultura; na alocao de variedades; no auxlio do planejamento para fins de fertilidade.

    Em pases mais desenvolvidos, os levantamentos pedolgicos so executados de maneira planificada, obedecendo a

    uma programao de governo, para atendimento de projetos globais ou especficos, envolvendo o uso agrcola e noagrcola, conservao e recuperao dos solos, decisoes localizadas em construo civil, expanso urbana, irrigao,drenagem, planejamento de uso, manejo e conservao de solos. O Brasil devido a uma srie de fatores, entre eles,econmicos, polticos e de mo de obra especializada, apresenta poucos dados cartogrficos de solos compatveis comas necessidades reais dos planejamentos agrcolas.

    2. Mapas base utilizados em levantamentos de solosMapa base o um termo que serve para designar todo e qualquer material que possa ser usado como base para realizar olevantamento de solos. Este mapa base deve ter, no mnimo, informaes que permitam se localizar na rea. Esses mapas

    podem ser mais ou menos teis para o levantamento, o que ir depender da qualidade e nmero de informaes que ele der. Afuno do mapa base e a de fornecer a base para a elaborao do mapa. A escala desse mapa ir influenciar o nvel demapeamento de solos, conforme descrito adiante.

    Diversos mapas base podem ser utilizados num levantamento de solos, entre eles, as fotografias areas, as imagens

    orbitais, as imagens de radar e as cartas topogrficas (planialtimtricas).Um dos mapas base mais comuns utilizados em levantamentos de solos, refere-se s cartas topogrficas. Atravs

    das curvas de altimetria ou planimetria, pode-se localizar facilmente uma rea. Esse material obtido atravs do uso deaparelhos topogrficos. As curvas de nvel obtidas permitem uma visualizao da declividade do terreno econsequentemente dos limites preliminares dos solos.

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    3. Unidade taxonmica e unidade de mapeamento

    O elo entre a classificao de solos e o levantamento, fica estabelecido no momento em que solos semelhantes so reunidosem classes, que por sua vez, combinadas com informaes e relaes do meio ambiente, constituem a base fundamental paraa composio de unidades de mapeamento, cuja distribuio espacial, extenso e limites, so mostrados em mapas.

    De maneira geral, um levantamento identifica e separa unidades de mapeamento. constitudo, na sua forma final, porum mapa e um texto explicativo, que define, descreve e interpreta, para diversos fins, as classes de solos componentes deunidades de mapeamento.

    importante ento, entendermos as definies de classe, unidade de mapeamento e unidade taxonmica.

    Classe: grupamento de indivduos semelhantes quanto s propriedades consideradas. Uma classe de solos, refere-se a umaunidade de mapeamento simples, ou uma unidade taxonmica simples.

    Latossolo Vermelho Escuro distrfico

    Unidade de mapeamento: grupamento de reas de solos, criado para possibilitar a representao cartogrfica e mostrar adistribuio espacial dos solos.

    Esta uma unidade taxonmica, que est caracterizando uma unidade de mapeamento simples, que neste caso oLatossolo Vermelho Escuro distrfico

    Neste caso temos duas unidades taxonmicas, Latossolo Vermelho Escuro distrfico e Latossolo Vermelho Amareloeutrfico, que representam uma unidade de mapeamento combinada tipo associao

    Unidade taxonmica: teoricamente, uma unidade taxonmica constituda por solos de uma s classe.

    Pelas caractersticas observadas num perfil representante da rea, caracterizou-se taxonomicamente de Latossolo VermelhoEscuro distrfico. Este perfil refere-se a unidade taxonmica, que est representando toda a rea delimitada, denominada deLEd, que uma unidade de mapeamento simples, ou ainda uma mesma classe de solo

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    4. Tipos de levantamentoOs levantamentos pedolgicos so executados para atender a diversos objetivos, por isso, variam quanto a escalascartogrficas, densidade de observaes, composio das unidades de mapeamento e preciso das informaesapresentadas. A escolha do nvel de levantamento vai depender diretamente do objetivo do trabalho, que deve serdefinido antes desta escolha.

    O quadro 1.1 apresenta um resumo dos tipos de levantamentos existentes e suas principais caractersticas. Adiferenciao bsica entre eles, ilustrada na figura 1.3.

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    Figura 1.1. Representao do pedon e do polipedon.

    Figura 1.2. Incio da formao dos vales.

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    Ao iniciar os trabalhos de levantamento pedolgico de uma rea, normalmente programada uma vistoria geral da mesma,com o propsito de se identificar unidades de mapeamento e estabelecer correlaes destas com diversas feies da

    paisagem. Este procedimento visa a elaborao da legenda preliminar, que servir de guia de identificao dos solos duranteo mapeamento. Com o decorrer dos trabalhos de campo, a legenda passa por modificaes, adaptaes e atualiaes, medida que novas unidades so constatadas ou descartadas. Legenda, portanto, so os nomes dos solos da rea, como porexemplo os Latossolos, Podzlicos e Areias Quartzosas.

    Os mtodos de prospeco utilizados em levantamentos pedolgicos visam a coleta de dados, descrio decaractersticas dos solos no campo e a verificao de limites entre unidades de mapeamento. Os mtodos usuaiscompreendem investigaes ao longo de transees, estudos de topossequncias, sistema de malhas e o mtodo decaminhamento livre.

    6. Densidade de observaesDensidade de observao o nmero de observaes realizadas por rea. No h consenso quanto densidade deobservaes estabelecida para levantamentos pedolgicos. No entanto, so registrados nmeros que variam de 0,25 a 5observaes por cm2 de mapa. Todos concordam que so nmeros tericos e que a densidade de observaes funo dotipo de levantamento, da escala de mapeamento, da extenso e da homogeneidade ou heterogeneidade da rea de trabalho.Existem trs tipos de observaes importantes para a adequada realizao de um mapa de solos:a) Observaes para classificao dos solos

    b) Observaes para verificao de limites entre as unidades de mapeamento com anlises em laboratrioc) Observaes para verificao de limites entre as unidades de mapeamento sem anlises em laboratrio, somente em

    campo

    d) Obaservaes especiais

    De maneira geral recomenda-se levar em considerao os seguintes valores:

    Levantamento detalhado: 0,2 a 4 obs/haSemidetalhado: 0,02 - 0,2 obs/haReconhecimento: 0,04 - 2,00 obs/km2Exploratrio: menos de 0,04 obs/km2Esquemtico: sem especificao

    A densidade de observaes estimada em funo da escala de mapeamento, do nvel e objetivos do levantamento, dograu de heterogeneidade ou uniformidade da rea de trabalho e da eficincia da anlise de geoprocessamento disponveis.Geralmente, as interpretaes criteriosas de produtos de sensores remotos reduzem significativamente a densidade de

    observaes.

    7. Escala de trabalho e rea mnima mapevelA escala do material bsico deve ser selecionada, tendo em vista a compatibilizao cartogrfica entre nveis de detalhe ougeneralizao previstos para o levantamento e o mapa final a ser apresentado. Geralmente a escala do material bsico maior que a escala de publicao. A escala final de publicao ou apresentao de mapas pedolgicos geralmente decididana fase de planejamento do levantamento e funo dos objetivos, das necessidades dos usurios, do grau de detalhamentodesejado e do nvel de conhecimento disponvel.

    rea minima mapevel , por definio, deeterminada pelas menores dimenses que podem legivelmente delineadasnum mapa, sem prejuzo da informao gerada nos trabalhos de campo, o que corresponde, na prtica, a uma rea de 0,4cm2 (0,6 x 0,6 cm). A equivalncia desta rea de desenho no mapa, com a rea corresponde no terreno, em funo daescala de apresentao final do mapa.

    8. Caracterizao analtica e amostragem necessrio coletar amostras de terra nos locais deteminados pelo mtodo da prospeco. Em cada local deve-se coletaramostras de terra em pelo menos trs profundidades diferentes, sendo 0-20 cm, 40-60 e 80-100 cm. Geralmente utiliza-se otrado, sendo o holands o mais utilizado. necessrio que sejam realizadas anlises de solos nestas amostras. Os dadosanalticos tm cinco funes fundamentais, sendo elas: Caracterizao dos solos; determinao de propriedades essenciais;definio e estabelecimento de limites; obteno de dados essenciais para fins de previso de uso, manejo e conservao,manejo da gua; Estudos de gnese e formao dos solos.

    As anlises de laboratrio tm mais validade e maior utilidade, quando as amostras so de solos representativos,adequadaemente descritas e precisamente localizadas na paisagem, de preferncia georreferenciadas.

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    Geralmente so necessrias anlises qumicas e granulomtricas. Anlises especficas como do ferro e curvas dereteno tambm podem ser utilizadas. A escolha dos tipos de anlise depende dos objetivos e da rea a ser trabalhada.

    Alguns dos parmetros importantes na avaliao dos solos so: pH; bases extraveis; matria orgnica; capacidade detroca de ctions, saturao por bases; saturao por alumnio; fsforo assimilvel; carbono orgnico; ataque sulfrico comnfase no Fe2O3 e Ki; mineralogia das fraes areia e argila; classes de textura.

    9. Sequncia geral para o levantamento e mapeamento de solos

    A seguir descrito a sequncia bsica para o levantamento e mapeamento de solos. Maiores informaes, pode-seconsultar Embrapa (1989), Prado (1995) e Embrapa (1995).

    a. Definio dos objetivos. Obteno do material pr-existente sobre a rea, como o histrico, mapas base, mapas desolos pr-existentes.

    b. Observao geral da rea no campo. Verificar as condies de relevo.

    c. Marcar, no mapa base, locais para realizao de tradagens. Essa marcao dever ser realizada sempre partindo daspartes altas para as mais baixas. O objetivo determinar onde est havendo diferena de solos. Portanto, taismarcaes devem ser em forma de transcees.

    d. Coletar amostras de solo nas posies das tradagens. Geralmente, realizam-se coletas 3 profundidades: 0-20, 40-60e 80-100 cm. Anotar tambm algumas caractersticas para cada profundidade como: cor, textura, presena cascalhos.

    e. Encaminhar as amostras para anlises granulomtricas e qumicas para fins de levantamento.

    f.No escritrio. Com as caractersticas observadas dos pontos, procure aqueles semelhantes, basicamente quanto cor etextura. Traar o limite preliminar dos solos. A delimitao leva em considerao as condies de relevo, e portanto,as curvas de nvel auxliam no traado dos limites. Em funo das caractersticas dos solos, pode-se montar umalegenda preliminar atravs da classificao brasileira (Embrapa, 1997). Uma observao importante, que para umaclassificao detalhada seriam necessrias anlises especficas como as mineralgicas. De posse do mapa preliminar,marcar as posies para abertura de trincheiras. O nmero de trincheiras menor e sua anlise tem por funocaracterizar os solos previamente determinados Tais trincheiras devem ser posicionadas nas reas mais homogneasde cada unidade que iro representar. Elas tm a dimenso aproximada de 1,5 x 1,5 x 1,5 metro.

    g. Analisar as trincheiras. Nesse caso, pode-se realizar uma caracterizao morfolgica, observando tambm a situaodo solo em profundidade, razes, compactao, pedregosidade. Amostras de solo podem ser coletadas para novasanlises.

    h. No escritrio. De posse das anlises das trincheiras, classificar os solos. Corrigir eventuais pontos duvidosos eelaborar o mapa final de solos. Elaborar um relatrio final descrevendo as observaes e a metodologia empregadas.

    10. Exerccio 1 Aula Terica

    Responda em folha separada e entregue ao final da aula. Coloque nome, turma, data e horrio da aula.

    1. Qual a diferena entre os termos: levantamento de solos e mapeamento de solos?2. O que um levantamento de solos?

    3. Qual a diferena entre classificao e levantamento de solos?4. Quais os objetivos de um levantamento de solos?5. De que maneira os levantamentos de solos podem auxiliar a agricultura? Cite exemplos prticos.6. Em que momento de um planejamento agrcola deve ser realizado o levantamento de solos?7. Qual a situao atual do Brasil em termos de mapas de solos?8. O que so mapas base? Cite exemplos.9. O que uma classe de solo e uma unidade de mapeamento?10. Qual a diferena entre unidade de mapeamento e unidade taxonmica? D exemplos.11. Quais os tipos de unidade de mapeamento? Explique as diferenas.12. Quais os critrios utilizados na escolha do nvel de levantamento de solos a ser desenvolvido?

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    13. Cite os nveis de levantamento de solos existentes.14. Qual o nvel de mapa que voc escolheria para realizar um planejamento ao nvel de propriedade?15. Por que um mapa de reconhecimento no pode ser utilizado para planejar o sistema agrcola ao nvel de

    propriedade?16. O que significa legenda preliminar de solos?17. Quais os mtodos de prospeco? Explique.18. O que densidade de observao? Como ela estimada?19. Quais os tipos de observao importantes para a realizao de um levantamento de solos?20. O que rea mnima mapevel?21. Qual a rea mnima mapevel sugerida para levantamentos de solos nveis detalhado e reconhecimento?22. Quais as profundidades recomendadas para amostragens para fins de levantamento?23. Explique por que deve-se coletar uma amostra de terra em profundidade superior a 60 cm?24. Quais as diferenas entre a amostragem de solos para fins de fertilidade e para fins de levantamento de solos?25. Quais so as funes principais das anlises de solos num levantamento?26. Quais os tipos de anlises em laboratrio mais recomendadas?27. O que a saturao por bases? Como este parmetro auxilia no levantamento de solos?28. O que o Ki? Qual a sua relao com a mineralogia dos solos? Defina e explique sua importncia na avaliao deum solo.29. Quais so as classes de textura existentes e as respectivas faixas de teores de argila?30. Na sequncia de elaborao de um levantamento de solos, o que vem primeiro, tradagens ou perfis? Por que?31. Qual a funo, como deve ser dimensionada e onde deve ser localizada uma trincheira?

    32. Elabore um projeto para levantamento de solos a nvel de propriedade. O que fazer? Como fazer? Deve-se fazer ummapa de solos? Qual nvel?

    11. Exercco Aula Prtica

    Responda em folha separada e entregue ao final da aula. Coloque nome, turma, data e horrio da aula

    Para cada questo est indicado o nome da bancada na qual voc deve observar.

    Para responder as questes, deve-se utilizar como base os prprios mapas que esto na sala de aula. As apostilas podemser utilizadas como apoio.

    BANCADA DOS MAPAS BASE1. Caracterize (nome, tipo e escala) os mapas base existentes.

    BANCADA DOS MAPAS DE SOLOS2. Cite os nveis dos levantamento de solos observando os mapas de solos existentes em sala de aula.3. Observe os mapas esquemtico e semi-detalhado. Cite as diferenas.4. Observe os mapas que esto na sala e complete as seguintes questes (Estas informaes esto no prprio mapa):

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    Parmetro MapasEsquemtico Exploratrio Reconhecimento Semi-detalhado Detalhado

    Regio a que serefere o mapaData de publicaoEscala de publicao

    Cite quais os tipos deunidades demapeamentoexistentes (simples,associaes ou osdois). Observe alegenda.Calcule a reaMnima mapevel

    5. Explique a diferena entre escala de publicao e escala do mapa base.6. Qual possui escala de publicao MENOR, o esquemtico ou semi-detalhado?7. Explique a diferena entre unidade taxonmica e unidade de mapeamento.

    8. Observe a legenda do mapa esquemtico. D exemplos de unidades de mapeamento. Quais os tipos de unidade demapeamento9. Observe a legenda do mapa exploratrio. D exemplos de unidades de mapeamento.10. Observe a legenda do mapa semidetalhado. D exemplos de unidades de mapeamento simples e tipo associao.

    BANCADA COMPARANDO MAPA EXPLORATRIO COM MAPA BASE11. O mapa de solos exploratrio que est na bancada foi originado de qual mapa base?12. Compare as escalas do mapa exploratrio com a do mapa base. Discutir o resultado.

    BANCADA COMPARANDO MAPAS DE DIFERENTES NVEISNesta bancada voc encontra 3 mapas em trs nveis diferentes. Neles est demarcada a rea de interesse. Para os trsmapas a mesma rea de interesse. Responda:

    13. Baseado no mapa SEMIDETALHADO, qual a dimenso da rea em ha? (observe a escala para calcular).14. Observe a rea de interesse nos trs mapas: Reconhecimento do Estado de So Paulo; Quadrcula do mapa Semi-detalhado de Piracicaba; Mapa detalhado de uma regio de Piracicaba. Nestes trs mapas esto demarcadas uma mesmarea, que foram mapeadas em diferentes nveis. Responda:

    a. Cite quantas e quais as unidades de mapeamento encontradas no mapa de reconhecimento (indique a sigla daunidade).

    b. Cite quantas e quais as unidades de mapeamento encontradas no mapa simidetalhado indique a sigla da unidade).c. Cite quantas e quais as unidades de mapeamento encontradas no mapa detalhado indique a sigla da unidade).d. Qual mapa possui maior nmero de unidades de mapeamento simples? Por que?e. O mapa detalhado apresentou uma associao de solos. Isto est correto? Que tipo de associao seria esta: simples

    ou complexa?f. Qual nvel de mapa voc recomendaria para um planejamento a nvel regional? E para nvel de pequena propriedade?

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    12. ExerccioInterpretao de anlises de solo para fins de levantamento.

    A interpretao de anlises de solo para fins de levantamento necessita de treinamento em pedologia, classificaode solos, fertilidade e outros conceitos pedogenticos. A so descritos os principais parmetros utilizados nainterpretao das anlises, lembrando que para maiores informaes consultar livros especficos como Embrapa (1999).

    Em anexo apresentam-se exemplos de anlises de solos da regio do estado de So Paulo, Minas Gerais, Paran eMato Grosso. Estas anlises vm acompanhadas da classificao dos solos. o objetivo do exerccio interpretar asanlises no sentido de determinar essa classificao e relacion-las com o manejo de solos.

    Em cada anlise observe os seguintes parmetros:1) Calcule se o perfil tem ou no gradiente textural. Como fazer?Dividir o teor de argila da camada 80-100 cm pelo teor 0-20 cm. O perfil apresenta gradiente se o valor:For > 1,5 par solos com texturaFor > 1,7For > 1,8 com textura

    2) Classifique a textura. Se o solo tiver gradiente classifique a textura da camada 0-20 e 80-100 cm (ela binria); Se osolo no tiver gradiente classifique o teor 80-100 cm. Nveis de classificao:

    Textura: Arenosa: 60% argila.

    3) Classifique a qumica. Observe os valores de V e m% da camada 80-100 cm. Se:V=50% eutrfico; m>50%: lico

    4) Para os solos com textura argilosa, calcule a Atividade da Argila. Utilize o teor de argila da camada 80-100 cm eclassifique.

    AA = (CTC*100)/%argilaSe AA > atividade da argila alta

    Se AA < atividade da argila baixa

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    Captulo 2: Avaliao do Uso da Terra

    1. IntroduoCada parcela de terra deve ser trabalhada de acordo com a sua capacidade de sustentao e produtividade econmica deforma que os recursos naturais sejam colocados disposio do homem para seu melhor uso e benefcio, procurando aomesmo tempo preservar tais recursos para geraes futuras.

    O termo Terra inclui entre suas caractersticas no apenas o solo, mas tambm outros atributos fsicos comorelevo, vegetao, eroso, disponibilidade de gua; impedimento a mecanizao. O uso agrcola depende tambm decondies de infra-estrutura (meios transporte, instalaes, mquinas, equipamentos) e ainda condies scio-econmicas.

    Como saber, ento, se o solo adequado ou inadequada para determinado plantio? Como saber seu potencial? Ele produtivo ou no? Quais as suas limitaes? Qual a distribuio geogrfica (mapa) do potencial de uma terra? Pararesponder estas questes o potencial agrcola de um solo pode ser estudado por diferentes mtodos.

    Devido a sua grande dimenso territorial, o Brasil utilizou-se de um sistema denominado de Aptido Agrcola dasTerras (Ramalho Filho et al., 1978), para conhecer o potencial agrcola. Este sistema permite avaliar reas em pequenasescalas, englobando grandes reas. Foi e ainda muito utilizado.

    Por outro lado, houve a necessidade de mtodos que pudessem avaliar o uso da terra ao nvel de propriedade e nveis

    mais elevados de manejo. Neste aspecto surgiu outro sistema, denominado capacidade de uso das terras (Lepsch et al.,1991). A adaptao das terras as vrias modalidades de uso agrcola diz respeito a sua capacidade de uso, idia estadiretamente ligada as possibilidade e limitaes que elas apresentam. Assim, capacidade de uso da terra a suaadaptabilidade para fins diversos, sem que sofra depauperamento pelos fatores de desgaste e empobrecimento. Estemtodo se utiliza de mapas em grandes escalas e pressupe nveis mais elevados de manejo.

    As principais exigncias para se estabelecer o melhor uso da terra decorrem de um conjunto de interpretao doprprio solo e do meio onde ele se desenvolve (clima, topografia, tipo de cultura, etc).

    Maiores informaes, consultar Ramalho Filho et al. (1978), Lepsch et al. (1991) e Prado (1995).

    2. Classificao das terras no sistema de Capacidade de Uso

    2.1 Classificao TaxonmicaOs solos so grupados a partir de uma quantidade muito grande de atributos em comum, tendo por base aquelas que

    refletem processos genticos semelhantes. Ex.: Latossolo Roxo, Latossolo Vermelho Escuro, Terra Roxa Estruturada.Classificao Tcnica interpretativa: os indivduos so grupados em funo de determinadas caractersticas de

    interesse prtico e especfico. Ex.: grupamentos de terra para irrigao; grupamentos de acordo com a aptido agrcolapara determinada cultura; grupamento por risco de eroso; por necessidade de calagem; etc.

    2.2. Conceituao do sistemaO sistema de capacidade de uso uma classificao tcnico-interpretativa, representando um grupamento qualitativodos tipos de solos sem considerar a localizao ou as caractersticas econmicas da terra, visando a obteno de classeshomogneas de terras e em termos do propsito de definir sua mxima capacidade de uso sem risco de degradao dosolo.

    Na classificao da capacidade de uso da terra h maior interesse em considerar os grupos de atributos do queconsiderar separadamente cada atributo. A importncia de qualquer atributo pode depender, em certos casos, dos demaisatributos do conjunto.

    Exemplo: certos solos argilosos so pouco permeveis e bastante susceptveis a eroso. Outros tm uma estrutura talque os torna muito permeveis e, portanto, menos susceptveis eroso. Portanto, o risco de eroso no pode ser julgadounicamente a partir da textura do solo. necessrio envolver a permeabilidade.

    Assim, o sistema se baseia nas limitaes permanentes das terras, e todo voltado para as possibilidades e limitaes utilizao das mesmas; idia esta diretamente relacionada a sua intensidade de uso.

    Intensidade de uso: exprime a maior ou menor mobilizao imposta ao solo, expondo-o a certos riscos de erosoe/ou perda de produtividade. A intensidade de uso ir depender do tipo de manejo imposto a cultura. Assim queculturas anuais em sistema tradicional de cultivo tender degradar mais rapidamente do que o sistema em plantio direto.

    A determinao da capacidade de uso da terra uma poderosa ferramenta utilizvel ao seu planejamento e uso, poisencerra uma coleo lgica e sistemtica de dados e apresenta os resultados de forma diretamente aplicvel ao

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    planejador. Evidentemente, por si s, ela no fornece todos os elementos necessrios ao planejamento das atividades aserem desenvolvidas, pois h ainda que considerar as esferas econmicas, polticas e sociais.

    2.3 Categoria do sistema

    O sistema se divide em quatro categorias, sendo:- Grupos de capacidade de uso (A, B, C): estabelecidos com base nos tipos de intensidade de uso das terras (nvel demanejo).- Classes de capacidade de uso (I a VIII) baseadas no grau de limitao de uso.- Subclasses de capacidade de uso: (IIe, IIIs, IVa, etc). baseadas na natureza da limitao de uso.- Unidades de capacidade de uso (grupos de manejo) (IIe-1; IIe-2; IIIe-1, etc); baseadas em condies especficas queafetam o uso de manejo da terra.

    A figura 2.1 apresenta o esquema dos grupos, das classes, das subclasses e das unidades de capacidade de uso dosolo, e a figura 2.2 resume a variao do tipo e da intensidade mxima de utilizao da terra sem risco de erosoacelerada, em funo das classes de capacidade (Lepsch et al., 1983).

    Figura 2.1. Esquema dos grupos, classes, subclasse e unidades de capacidade de uso.

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    Figura 2.2. Resumo da variao do tipo e da intensidade mxima de utilizao da terra sem risco de eroso acelerada,em funo das classes de capacidade de uso (Fonte: Lepsch, 1983).

    2.3.1. Grupos de capacidade de usoConstitui as categorias de nvel mais elevado e generalizado, estabelecidos na maior ou menor intensidade de uso dasterras, designada, em ordem decrescente, pelas letras A, B, C.

    Grupo A: Terras possveis de utilizao com culturas anuais, perenes, pastagens e/ou reflorestamento e vida silvestre(comporta as classes de capacidade de uso I a IV)

    Grupo B: Terras imprprias para cultivos intensivos, mas ainda adaptadas para pastagens e/ou reflorestamento e/ouvida silvestre (compreende as classes V, VI e VII).

    Grupo C: Terras no adequadas para cultivos anuais, perenes, pastagens ou reflorestamento. Apropriadas para proteoda flora e fauna silvestre, recreao ou armazenamento de gua (Compreende a classe VIII de capacidadede uso).

    2.3.2. Classes de capacidade de usoConsiste no grupamento de terras apresentando o mesmo grau de limitao.

    As prticas de conservao do solo usualmente definidas como o conjunto de medidas destinadas a controlar aeroso e outras formas de depauperamento do solo, de modo a mant-lo permanentemente produtivo podem serdivididas em:

    Prticas de controle eroso: exemplos como terraceamento, plantio e cultivo em contorno, faixas de retenoou de rotao, canais escoadouros, cobertura morta (plantio direto).

    Prticas complementares de melhoramento: procuram melhorar ou recuperar as condies de produtividade dasterras e racionalizar ao mximo o uso do solo. Normalmente atuam indiretamente no controle da eroso, por causa doaumento promovido na cobertura do solo e enraizamento, ocasionado pelo melhor desenvolvimento das plantascultivadas.

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    Ex.: calagem, gessagem, adubao qumica, adubao verde, rotao de culturas, arao, subsolagem, drenagem,tipo de plantio (plantio direto), diviso e manejo das pastagens.

    Numa caracterizao sinttica das classes de capacidade de uso de seus grupos A, B e C, pode-se assim consider-las:

    Grupo A- Classe I: terras propcias para culturas, pastagens e reflorestamento, aparentemente sem problemas especiais de

    conservao (cor convencional: verde-claro);- Classe II: terras cultivveis com problemas simples de conservao (cor convencional: amarelo);- Classe III: terras cultivveis (culturas, pastagens, reflorestamento) com problemas complexos de conservao

    (cor convencional: vermelho);- Classe IV: terras cultivveis apenas ocasionalmente ou em extenso limitada, com srios problemas de

    conservao (cor convencional: azul).

    Grupo B- Classe V: terras adaptadas em geral para pastagens e/ou reflorestamento, sem necessidade de prticas especiais

    de conservao, cultivveis apenas em casos muito especiais (cor convencional: verde-escuro);- Classe VI; terras adaptadas em geral para pastagens e/ou reflorestamento, com problemas simples de

    conservao, cultivveis apenas em casos especiais de algumas culturas permanentes protetoras do solo (corconvencional: alaranjado);

    - Classe VII: terras adaptadas em geral somente para pastagens ou reflorestamento, com problemas complexos deconservao (cor convencional: marron).

    Grupo C- Classe VIII: terras imprprias para culturas, pastagens ou reflorestamento, podendo servir apenas como abrigo e

    proteo da fauna e flora silvestre, como ambiente para recreao, ou para fins de armazenamento de gua (corconvencional: roxo).

    Essas diversas classes esto ilustradas nas figuras 2.3 e 2.4.

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    Figura 2.3. Classe I (Latossolo Roxo eutrfico e declive de 0-3 %); classe e subclasse IIe (Latossolo eutrfico e declivede 3-6%); Classe e subclasse IIIe (Podzlico Vermelho Amarelo abrupto eutrfico e declive de 3-6%); Classe esubclasse IVe (Podzlico Vermelho Amarelo abrupto eutrfico e declive de 6-12%). Fonte: Prado (1998).

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    Figura 2.4. Classe e subclasse Va (Glei Pouco Hmico); classe e subclasse VIe (Podzlico Vermelho Amarelo abruptoeutrfico e declive de 12-20%); Classe e subclasse VIIe (Podzlico Vermelho Amarelo abrupto eutrfico e declive de20-45%); Classe VIII (Afloramento rochoso). Fonte: Prado 1998.

    2.3.3. Subclasses de capacidade de uso

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    Pode-se supor que as diferentes glebas classificadas como IIIe-1 venham a ser destinadas a usos diferentes. Cadauma dessas glebas poder ser submetidas a distintos sistemas ou grupos de manejo. Nesse caso, cada uma delas pode serdesignada pela colocao de um algarismo arbico anteposto ao smbolo da unidade de capacidade de uso; ou seja:

    1IIIe-1, 2IIIe-1; 3IIIe-1 onde os algarismos 1, 2, 3 representam o tipo de atividade.

    2.5. Principais fatores limitantes ao uso agrcola

    So eles: Profundidade efetiva, Permeabilidade, Textura, Hidromorfismo, Eroso, produtividade aparente do solo, Riscode Inundao, Pedregosidade, Salinidade, Sodificao e Declive. As principais classes de declive so apresentadas noquadro 2.4.

    Quadro 2.4. Classes de decliveClasse Declive (%)

    A < 2B Entre 2 6C entre 6 12D entre 12 - 20E entre 20 - 40F Entre 40 60G >40

    2.6. Critrios para determinao da capacidade de usoUma vez levantados os fatores limitantes sobre o uso das terras, ou seja: natureza do solo; a declividade, a eroso, adrenagem e o clima, os mesmos devero ser devidamente interpretados e analisados em conjunto para a determinao eseparao das classes, subclasses e unidade de capacidade de uso.

    Figura 2.5. Exemplo de mapa de classes e subclasses de capacidade de uso das terras. (Adaptado de Oliveira, 1962, porLepsch, 1991).O mapa de capacidade de uso pode ser obtido pela seguinte sequncia de trabalho:

    - Obter a delimitao das unidades de mapeamento da rea (mapa de solos);- Determinar os fatores limitantes dos solos da rea de estudo;- Obter um mapa dos nveis de declividade da rea;- Com a declividade de cada local da rea mais as caractersticas do solo, obtm-se a capacidade de uso da terra;

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    4. Exerccio Aula prtica

    Objetivo: Determinar a capacidade de uso da terra pela interpretao de caractersticas da terra.

    A tabela em anexo foi elaborada com intuito didtico, sujeita portanto, a alteraes, modificaes e melhorias para suaaplicao.

    Faa o exerccio na sequncia:

    1) O mapa das curvas de nvel em anexo da fazenda areo.2) Calcule a distncia entre curvas para a determinao do mapa de declividade3) Utilizando-se de rgua, determine o mapa de declividade da fazenda.4) Observe o mapa de solos da rea5) Sobreponha o mapa de solos no de declividade6) Coloque outro vegetal sobre estes mapas7) Pelo cruzamento das informaes solo versus declividade, determine o mapa de capacidade de uso. Para isso utilize-se tambm da tabela de capacidade de uso.

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    Mapa Areo

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    Exemplo de clculo de declividade.

    Calcular as distncias em centmetros para elaborao do mapa de declividade.Dados: escala 1: 10.000; distncia entre curvas 5 metros.

    Declividade = Distncia vertical/distncia horizontal

    Nvel de declividade (%) Distncia (cm)A: 0-2 2,5B: 2-6 0,8C: 6-12 0,4

    D: 12-20 0,2E: 20-40 0,1F: >40

    Para declividade A, 0 a 2%:

    Em 100 m cai 2 m; Ento em 5 m (distncia entre curvas) cai X.

    2m 100m5m X m x = 250 m

    A escala diz que a cada 1 m (no mapa) temos 10.000 m (no campo), ento temos que tranformar o valor X:

    1 cm 100 mx cm 250 m x = 2,5 cm Ou seja, a distncia maior ou igual a 2,5 cm entre curvas de nvel indica haver

    uma declividade de 2% ou menor

    Refaa os clculos para as outras declividades.

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    Tabela de exemplificao da capacidade de uso (para fins didticos)

    Parmetroobservado

    Nveis Classes de Capacidade de Uso

    I II III IV V VI VII VIIIClasses de declive(%)

    A: 40 (VII e VIII)

    Profundidadeefetiva (m)

    muito profundo: >2 (I a VIII)

    (s) profundo: 1 a 2 (I a VIII)moderadamente profundo: 0,5

    a 1 (II a VIII)raso: 0,25 a 0,5 (IV a VIII)muito raso: 50% (VII a VIII)

    Risco deinundao

    ausente (I, II)

    (a) ocasional (III, IV, V, VIII)frequente (V, VIII)muito frequente (V a VIII)

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    Parmetroobservado

    Nveis Classes de Capacidade de Uso

    I II III IV V VI VII VIIICapacidade dereteno de gua

    muito alta (I)

    (s) alta (I, II)mdia (III)baixa (IV)muito baixa (VI a VIII)

    Fertilidade ouprodutividadeaparente (V%)

    muito alta: >70 (I)

    (s) alta: 50-70 (I, II)mdia: 30-50 (III)baixa: 10-30 (IV)muito baixa:

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    Captulo 3: Geoprocessamento no planejamento do uso da terra

    1. IntroduoO solo um dos mais importantes recursos naturais da terra, pois dependemos dele para o nosso sustento. A eroso nos degrada o solo, mas concorre para outros impactos que tambm so severos, como o assoreamento e a queda na

    produtividade. Portanto, precisamos ampliar nosso conhecimento para melhor proteg-los. Neste aspecto, ogeoprocessamento tem sido considerado uma importante ferramenta nos mais diversos aspectos relacionados aagronomia e em particular aos estudos de solos e uso da terra. Tal tcnica pode auxiliar no planejamento de cidades edesenvolvimento urbano, planejar o controle de eroso, programar reflorestamentos e planejar o uso da terra.

    O conhecimento da distribuio dos solos do Brasil, apresenta como dificuldade a enorme dimenso territorial(aproximadamente 8,5 milhes de km2). Por outro lado, os mapeamentos de solos so ainda muito generalizados. Acaracterizao e o conhecimento dos solos a base para a elaborao de mapas de solos e uso da terra. Como consequncia,

    pode-se racionalizar o seu uso, diminuindo os impactos do manejo agrcola, permitindo maiores produtividades. Para aavaliao dos solos, so realizadas anlises fsicas, qumicas e mineralgicas, as quais so normalmente caras e demoradas.

    Neste sentido, novas tcnicas devem ser desenvolvidas com o objetivo de, conjuntamente com as convencionais, auxiliar nodiagnstico qualitativo e quantitativo dos solos.Dentro do geoprocessamento podemos incluir uma srie de tcnicas e equipamentos que se complementam, entre eles osensoriamento remoto, sistemas de informao geogrfico e GPS.

    2. Sensoriamento remotoCrepani, em 1983, define de forma suscinta e que melhor expressa a definio do termo sensoriamento remoto: " a cincia e

    a arte de se obterem informaes sobre um objeto, rea ou fenmeno, atravs da anlise de dados coletados por aparelhosdenominados sensores, que no entram em contato direto com os alvos em estudo".

    Portanto, pode-se dizer que o sensoriamento provavelmente teve seu incio com Laussedat, em 1850, que realizou um 1trabalho utilizando fotografias, tendo sido chamado ento de "Pai da Fotogrametria". Ele combinou o teodolito com amquina fotogrfica, obtendo medidas das fotos (fototeodolito), em relao a um espao. A partir de 1860, foram tiradas as

    primeiras fotografias areas usando papagaios e bales, no obtendo bons resultados. A primeira fotografia area comresultados foi tirada utilizando um balo em 1887, por Fairman nos EUA. Em 1900 iniciaram-se trabalhos onde tiravam fotosareas com grande ngulo de recobrimento.

    O desenvolvimento das fotografias areas, viria, entretanto, na poca da primeira guerra mundial, fotos essas tomadas deavio para fins de mapeamento em 1913, pelo capito Tardivo, na cidade de Bengasi. O aperfeioamento ocorreu na segundagrande guerra em 1939.

    A partir da dcada de 60, iniciou-se o uso de imagens orbitais, sendo que a partir de 1972, os estudos ligados ao meioambiente se desenvolveram mais. Hoje, ocorre um uso intensivo tanto de imagens orbitais como fotografias areas.

    O sensoriamento remoto iniciou com o advento das fotografias areas conforme visto anteriormente. As imagens orbitaisporm, iniciaram em 1960, e os estudos ambientais datam de 1972. De l para c, foram lanados satlites de estudosambientais como o Landsat e o Spot, sendo estes estudos cada vez mais avanados. Da mesma forma, sensores terrestres vmsendo cada vez mais utilizados.

    3.1. Fotografias areas

    3.1.1. Caractersticas geraisAs fotografias areas so obtidas pelo recobrimento da rea pelo avio tirando fotografias, como pode ser visto na figura 3.1.Para realizar este recobrimento, necessrio todo um planejamento de vo, onde so observados a escala e o tipo desejado dafotografia, a altitude, altura e velocidade do avio, nmero de fotografias necessrias para recobrir toda a rea, distncia focalna mquina fotogrfica e poca ideal para a realizao do vo.

    O recobrimento entre uma fotografia e outra de aproximadamente 60% longitudinal e 30% lateral, permitindo com isso,

    observar as fotografias em estereoscopia (Figura 3.1).A viso binocular permite a percepo de profundidade, que o caso da viso humana com os dois olhos. Se fechamos

    um olho, teremos uma viso monocular, atravs da qual no se tem noo da profundidade. A profundidade, portanto, dadapela diferena de ngulos com que as imagens so recebidas. Assim, o deslocamento do avio faz com que as fotografiasareas sejam tomadas de tal maneira, que um mesmo objeto aparece em duas fotografias sucessivas, tiradas de ngulosdiferentes. Uma vez feita a fuso dessas duas imagens, obtm-se a percepo estereoscpica (Figura 3.2).

    O exagero estereoscpico significa que as caractersticas topogrficas ficam muito exageradas quando vistas atravs deum estereoscpio. Um morro por exemplo, aparece muito mais alto do que na realidade. Sem este exagero ficaria difcildetectar pequenas mudanas no relevo.

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    Os aparelhos utilizados so o estereoscpio de espelhos (e de bolso, Figura 3.2). O primeiro oferece uma melhorvisualizao da foto, entretanto, o estereoscpio de bolso de mais fcil manuseio.

    A dimenso das fotografias areas de normalmente 23x23cm. A escala pode ser classificada como: pequena, 1:15000 a1:20000; mdia, 1:5000 at 1:15.000 e grande : 1:200 at 1:5000. Elas podem ser pancromticas, coloridas, infravermelho

    pancromtico e infravermelho colorido.Os tipos de fotografias areas, em relao orientao da cmara, esto ilustradas na figura 3.2. A mais utilizada a

    vertical em preto e branco.

    Figura 3.1. Recobrimento de uma rea pelo avio, ilustrando o recobrimento lateral e longitudinal.

    Figura 3.2. Percepo estereoscpica; Estereoscpio de espelhos, estereoscpio de bolso; Tipos de fotografias areassegundo a orientao da cmara.

    3.1.2. Fotointerpretao pedolgicaA funo das imagens areas em levantamentos de solos chegar a uma classificao da superfcie do terreno que, atravs detrabalhos de campo subsequentes e anlises de laboratrio, possa ser traduzida em unidades de mapeamento. Entretanto, seuuso tem valor limitado para levantamentos detalhados de solos, quando os elementos diferenciadores das unidades demapeamento no refletem na paisagem, como ser visto nos prximos tens.

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    Por ser a utilizao de imagens fotogrficas em levantamentos de solos baseada na relao solo e paisagem, alguns autoresclassificam esse tipo de levantamento como morfopedolgico, quando as unidades de mapeamento so definidas somente

    pelos aspectos observados na paisagem, como a topografia e vegetao.O exame de fotografias areas, com o objetivo de estudar essas unidades fisiogrficas que representam um solo, tambm

    denominada de Fotopedologia, que pode ser definida como: "um exame cuidadoso de todos os elementos dos padresfotogrficos, quantitativos e qualitativos, e que atravs da convergncia de evidncias permitem diagnosticar sobre as

    provveis unidades de solos existentes na rea. Depende muito do conhecimento do fotointrprete em solos, e de suaexperincia em correlacionar com a fotografia area.

    As fotografias areas s observam a superfcie da terra. Essa superfcie, entretanto, forma-se devido a diversos fatores, ouseja, os fatores de formao dos solos. Assim, o clima e os organismos agem sobre o material de origem e relevo numdeterminado tempo. Pelo relevo, portanto, podemos tirar vrias informaes sobre os solos.

    a. Mtodos de levantamentos de solos utilizando fotografias areasPara um levantamento de solos, podemos ou no nos utilizar das imagens fotogrficas, tendo com isso sequncias bsicas,como descrito a seguir.

    a) Mtodo Convencional: (1) observao do relevo da rea; (2) abertura de perfis, tradagens, caracterizao das unidadestaxonmicas; (3) delimitao das unidades no escritrio.b) Mtodo utilizando fotografias areas: (1) observao da paisagem, correlao campo e fotografia area; (2) delimitaodas unidades; (3) campo: caracterizao das unidades delimitadas, checagem de trincheiras.As fotografias areas podem ser utilizadas em mapeamentos de vrios nveis principalmente como mapa base, porm,

    apresenta as maiores vantagens no nvel semi-detalhado.

    b. Elementos utilizados em fotopedologiaOs elementos principais utilizados na anlise das fotografias areas para fins pedolgicos so: relevo, rede de drenagem,aspectos de eroso, vegetao, uso atual e tonalidade.

    A fotopedologia um termo empregado na anlise de solos atravs das fotografias areas. Entretanto, deve-se esclarecerque o fotointrprete no diagnostica solos mas sim feies de paisagem (relevo), que esto refletindo as condies de solo eambiente. Mesmo por que o solo no composto apenas a superfcie, mas um corpo tridimensional, como vistoanteriormente. Entretanto, a superfcie no deixa de ser um reflexo das condies de subsuperfcie somado s condiesambientais. Nesse caso, a observao de caractersticas de superfcie nos levam a inferir sobre as condies de subsuperfcie.O nome do solo dado pela classificao de solos, atividade realizada no campo e anlises laboratoriais.

    Relevo

    O relevo um dos principais elementos utilizados em fotopedologia, pois diretamente observado numa fotografia area e um dos fatores de formao dos solos.

    S = f (material de origem, clima, relevo, organismos, tempo)

    Assim, normalmente quando ocorre mudana no relevo, h mudana de solos. Ex.: Saindo de uma rea plana e chegandonuma rea com relevo forte ondulado, houve mudana de solos, como dos Latossolos para os Litossolos:

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    Cambissolos + NeossolosLatossolos

    Limite

    Entretanto, no podemos afirmar que no houve mudanas do solo se no houve mudana no relevo. Isso porque, podemoster na mesma rea com relevo plano a suave ondulado, dois solos distintos: Latossolo Vermelho Escuro e Areia Quartzosa, dedifcil diferenciao em fotografias areas:

    NeossolosLatossolos

    Tipos de relevo. O relevo pode ser do tipo normal, subnormal e excessivo, representando respecti vamente res cominfiltrao>deflvio; deflvio>infiltrao; inflitrao=deflvio, conforme observado no esquema a seguir.

    O relevo pode ser classificado em: plano, suave ondulado, ondulado, forte ondulado e escarpado.

    Aspectos de erosoCanal de drenagem ou vias de drenagem, refere-se ao local por onde a gua escoa, como uma calha por onde a guacorre. O canal de drenagem pode ser temporrio ou permanente. Um rio por exemplo, e um canal de drenagem permanente.Por outro lado, existem ondulaes no relevo que percebemos que a gua vai correr aps as chuvas, so os canaistemporrios. A juno dos canais permanentes e temporrios compes a chamada rede de drenagem, cujos canais so todosinterligados.

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    Este critrio procura estudar as formas e dimenses dos canais de drenagem. A gua ao atingir a superfcie da terra produzefeitos de desagregao, arrastamento e solubilizao de partculas, produzindo formas no terreno relacionados comcaractersticas dos solos existentes.

    Normalmente em materiais argilosos, devido s caractersticas laminares das argilas, o entalhamento em profundidade dificultado, predominando a eroso lateral. Em contrapartida, em solos com textura mais arenosa, a eroso facilitada,havendo entalhamento em profundidade. Assim, em relao ao canal, temos as caractersticas observadas na figura 3.5.

    solo argiloso, solo arenoso,originado de originado de

    basalto arenito

    Figura 3.5. Esquema ilustrativo de caminhamento de canais em um solo argiloso e um arenoso. (l: distncia igual)

    VegetaoA vegetao pode ser perfeitamente observada numa fotografia area. Sabe-se que, por exemplo, em solos profundos havermaior incidncia de vegetao de porte maior. Isso entretanto, muitas vezes no ocorre. No cerrado podem ocorrer dois solosdiferentes, em reas com um mesmo tipo de vegetao.

    Outro problema que ocorre, de que a maior parte da vegetao natural j foi removida para implantao de outro tipo devegetao ou mesmo de culturas. No estado de So Paulo, estima-se que exista aproximadamente 5 % da vegetao natural,sendo, portanto, um critrio de difcil utilizao.

    Uso atualEste critrio refere-se observao do uso atual das terras, para fazer sua correlao com solos. Se observando uma fotografiatemos numa rea apenas cultura e h mudana abrupta para pastagem, significa que pode haver diferenas de solos. Estecritrio, entretanto, tem suas desvantagens, pois em regies onde o nvel tecnolgico alto, consegue-se implantar culturasmesmo em solos ruins. Assim, deve-se tomar cuidado, com este parmetro.

    TonalidadeOs fatores que influenciam a tonalidade so: umidade - quanto maior a umidade do solo, mais escura a tonalidade; textura -solos arenosos refletem mais e argilosos menos; teor de ferro e matria orgnica - quanto maior o teor desses elementos, maisescura a tonalidade. Entretanto, esse parmetro depende da qualidade do material fotogrfico.

    Rede de drenagem

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    Depois do relevo, o padro rede de drenagem superficial o mais consistente e confivel indicador das condies do terreno,disponvel para o fotointrprete.

    A facilidade com que os sistemas de drenagem podem ser observados nas imagens, favorece o reconhecimento de padresde drenagem, o estudo analtico de seus elementos e avaliao de sua significncia para o mapeamento de solos. A figura 3.10ilustra a rede de drenagem de solos do Estado do Paran.

    Figura 3.10. Bacias hidrogrficas e amostras circulares (10 km2) ilustrando a rede de drenagem de solos desenvolvidos debasalto do estado do Paran, com diferentes nveis de intemperismo. Onde: BVN, Brunizem Avermelhado localizado ao

    Norte da regio de Jataizinho; BVS, Brunizem Avermelhado localizado ao sul da regio de Jataizinho; TE, Terra RoxaEstruturada; LR, Latossolo Roxo (Fonte: Adaptado de Dematt & Demtrio, 1996; Dematt & Demtrio, 1998).

    A seguir tm-se trs exemplos de rede de drenagem, sendo respectivamente uma rea pouco densa, mdia e muito densa. Taldensidade tem ntima relao com uma srie de caractersticas do solo com profundidade e relevo.

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    c. Relao entre o relevo e os fatores e processos de formao de solosConsiderando a superfcie do globo no seu conjunto, podem ser observadas grande nmero de regies naturais, em cujointerior os diferentes elementos fsicos e biolgicos, em ao recproca e inseparvel, constituem uma unidade que seconcretiza na paisagem.

    Cada uma dessas regies distingue-se das outras pelos caracteres fsicos seguintes: a) modelado topogrfico; b) coberturavegetal; c) solos; d) regime climtico; e) altitude; f) idade das superfcies.

    O relevo como j comentado o elemento mais importante utilizado em fotopedologia, pois um fator de formao dos

    solos e diz respeito s formas de terreno que compem uma paisagem, que pode ser diretamente observado na fotografia,proporcionado pela estereoscopia. Sua ao reflete principalmente sobre a dinmica da gua, quer no sentido vertical(infiltrao), quer no sentido lateral ("run off" ou deflvio).

    A quase totalidade da gua de precipitao cada nos relevos pouco movimentados, se infiltra no solo (Figura 3.12),havendo pouca perda por escorrimentos laterais proporcionando condies timas para desenvolvimento de solos zonais; emrelevos muito movimentados, grande parte da precipitao perdida em escorrimentos laterais, favorecendo os processoserosivos e dificultando o desenvolvimento de perfis profundos, condicionando a formao de litossolos ou solos rasos;finalmente o relevo deprimido, recebe, alm das guas fornecidas pela precipitao direta, aquela das vertentes vizinhas, queocasionam frequentemente o aparecimento de solos hidromrficos.

    (a) (b) (c)

    Figura 3.12. (a) relevo pouco movimentado as guas de precipitao encontram condies adequadas para drenarexternamente e tambm para infiltrar no solo; (b) condies de relevo fortemente movimentado h maior drenagem queinfiltrao de gua no solo; (c) relevo deprimido h preferencialmente acmulo de gua.

    Os processos de formao do solo (adio, translocao, transformao e remoo), aliados aos fatores de formao de

    solos, daro origem aos horizontes do solo, ou ainda os horizontes diagnsticos, que por sua vez, influiro nas relaesinfiltrao e deflvio da gua num determinado relevo, como pode ser observado na figura 3.13 .

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    Limites observando o relevo

    Limites observando a rede de drenagem

    corte longitudinal vista de "cima"

    (rede de drenagem)

    Figura 3.14. Esquema de delimitao de paisagens atravs da rede de drenagem e do relevo.

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    Figura 3.16. Esquema geral das fases de aquisio do sensoriamernto remoto, ondas eletromagnticas e espectro

    ptico.

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    Figura 3.17. Regies do espectro ptico

    Figura 3.18. Curvas espectrais de solo, gua e vegetao.

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    3.2.4. Elementos de anlise de imagensOs elementos dos objetos cor/tonalidade, textura, tamanho, forma, padro, sombras e altura, so empregados na interpretaode imagens em geral, inclusive fotografias aras, se no todos conjuntamente, pelo menos parte deles, dependendo dosobjetivos da interpretao e tipo de imagem. Contudo, procurar-se- dar um enfoque mais voltado anlise de imagensorbitais multiespectrais, notadamente as obtidas atravs dos sensores MSS e TM do Landsat.

    3.3. O Sistema de informao Geogrfico (SIG)Os sistemas de informao geogrficos so softwares gerenciadores de informaes como solos, clima, culturas,topografia, geologia. Estas informaes podem ser armazenadas, e que, por sua vez, aliado aos objetivos do usurio, irgerenciar, cruzar informaes e obter um novo produto.

    Outro aspecto importante da anlise multiespectral, a que possibilita a interpretao atravs de computadores, seja paraanlise direta dos dados digitalizados armazenados em fitas magnticas, originados dos imageadores multiespectrais, ou pelatransformao da imagem fotogrfica em nveis de cinza numricos atravs de densitmetros.

    O principal mtodo de interpretao de imagens atravs de computadores, a tcnica supervisionada, na qual se forneceao computador as caractersticas espectrais de amostras de treinamento, referentes categoria de interesse.

    Neste sistema, ilustrado na Figura 8.1., o computador alimentado com fitas magnticas, contendo as imagens na formade nmeros proporcionais resposta espectral de cada ponto do terreno imageado atravs de cada sensor.

    Acoplado ao computador, temos uma tela de vdeo que nos mostra a transformao dos dados numricos, em umaimagem de TV para cada sensor utilizado.

    A interao do homem com o computador, feita atravs de um cursor que pode ser deslocado na tela do vdeo e um

    teclado de comando. Localizando o cursor em alguns pontos de caractersticas conhecidas, temos o que se denomina deamostras de treinamento, a partir das quais o computador fica conhecendo as respostas espectrais armazenadas nas fitas,naqueles pontos.

    Se por exemplo, essas amostras se referem cultura de milho, por extrapolao o computador ir classificar como milhotodos os pontos da imagem com caractersticas espectrais semelhantes. Se programarmos a cor amarela para o milho, aimagem do vdeo mostrar mapeadas todos os pontos com cor amarela, a partir de apenas alguns pontos de treinamentoconhecidos. (Koffler, 1992).

    A figura 3.28 ilustra o assunto.

    3.4. Global Positioning System (GPS)- Equipamentos de campo que passam um sinal para o satlite, sendo retransmitido para uma base em terra, quearmazena os dados com a latitude e a longitude do ponto.- Permite coletar amostras pontuais de solos e marcar posio de problemas com as culturas

    - Quando instalado em maquinrios agrcolas, permite a visualizao de sua movimentao, que auxiliado por banco dedados numa estao no mvel, pode saber as caractersticas e propriedades dos solos em que est trabalhando.- O GPS o elo de ligao entre as informaes referenciadas tanto dos dados de campo, como dos dados desensoriamento remoto com o SIG.

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    Figura 3.28. Diagrama esquemtico mostrando um SIG generalizado e os modelos dos planos de informao de umSIG (Fonte: Vettorazzi, 1991).

    4. Exerccio Aula Terica - Fotografias areas1. Defina sensoriamento remoto2. Como so obtidas as fotografias areas?3. O que percepo estereoscpica?4. Quais os aparelhos utilizados para enchergar em estereoscopia?5. Qual o tipo de fotografia area mais utilizada no reconhecimento de solos?6. Defina fotopedologia?7. Explique os mtodos dee levantamentos de solos utilizando fotografias areas8. Explique por que a fotografia area pode expressar os tipos de solos?

    9. Quais os elementos utilizados em fotopedologia?10. Por que o relevo um dos principais elementos utilizados em fotopedologia?11. Quais os tipos de relevo existentes, esquematize. Relacione cada tipo de relevo com o nome de um solo.12. Qual a classificao do relevo? Monte uma tabela relacionando os tipos de relevo com nomes de solos.13. O que um canal de drenagem? Esquematize.14. A fotografia area representa a imagem real referente ao momento em que foi tirada. O uso da terra (pastagem,reflorestamento, culturas anuais e perenes, etc), portanto, pode ser observado na fotografia area. Se voc estmapeando solos pela observao destes alvos, como eles podem auxiliar na discriminao dos solos?Ilustre a rede de drenagem de duas reas distintas, sendo uma densa e outra pouco densa. Relacione os esquemas com:tipos de relevo; profundidade dos solos; nvel de intemperismo; risco de eroso; nome de solos..15. Monte uma tabela relacionando o seguinte: Latossolos, Podzlicos, Litossolos, Gleissolos COM horizonte Bdiagnstico, fator de formao predominante, relevo (tipo e classe), densidade de drenagem (alta, mdia, baixa),

    profundidade (profundo, puco profundo, raso), relao infliltrao/deflvio, nvel de dificuldade em mecanizao (alto,

    mdio, baixo), nvel de intemperismo.16. O que uma topossequncia?17. D exemplo de uma topossequncia em que predomina o basalto. Esquematize.18. Quais so as vantagens e desvantagens de se utilizar fotografias areas em um levantamento de solos?

    5. Exerccio Aula Prtica - Fotografias areas

    Para a execuo desta aula levar: um papel transparente (vegetal, com 25x25 cm), rgua, lpis e borracha.Faa tudo a lpis e sobre o vegetal. No escreva nas fotografias.

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    1. Coloque as duas fotografias, uma ao lado da outra, de acordo com a numerao (o nmero est ao alto da foto). Afixeum vegetal na foto da direita (No afixe no balco; foto com vegetal). Coloque o nome dos integrantes do grupo, onmero da foto e a escala, na parte superior do vegetal esquerda.2. inicie o trabalho de observao estereoscpica.3. Identifique 5 objetos no repetidos. Por exemplo, um canal de drenagem, uma mata, rea de reflorestamento, estrada,carreador, rea urbana, rea agrcola, represa, rios, redes de alta tenso, etc. Marque o nome do objeto sobre o mesmo.

    No preciso delimtar o objeto.4. Identifique as classes de relevo (plano, suave, ondulado forte...). Escreva a classe de relevo sobre a respectiva rea.Faa isto em pelo menos 10 reas por toda a foto.5. Trace a rede de drenagem em toda a foto.6. Leve a foto que est com o vegetal e localize no mapa de solos (Quadrcula de Piracicaba e Campinas).7. Identifique os solos que esto no mapa. Em folha anexa compare os nomes dos solos que esto na legenda do mapa,com o respectivo local nas fotos areas: Relacione o relevo e a rede de drenagem com os solos.

    Terminado o exerccio, retire o vegetal da fotografia e entregue junto com este questionrio.

    6. Exerccio Aula Terica - Geoprocessamento, sensoriamento remoto e planejamento

    1. Defina sensoriamento remoto.2. O que um sensor?3. Quais os componentes bsicos do sistema de sensoriamento remoto?

    4. O que ocorre com a energia radiante que incide sobre um objeto?5. O olho humano um sensor que capta informaes de que faixa do espectro ptico?6. Qual o tipo de informao mais importante estudada em sensoriamento remoto?7. Onde pode ser instalado um equipamento sensor?8. Quais so os elementos das anlises de imagens?9. Quais os fatores do solo que influenciam os dados espectrais?10. Se voc tiver dois solos iguais, porm, com teores de matria orgnica diferentes, haver diferenas na energiarefletida por eles? Como?11. Se voc tiver um solo muito argiloso e um arenoso, qual dever refletir mais? Por que?12. A seguir temos duas curvas espectrais de dois solos distintos (solo A e solo B). na prpria figura indique acaracterstica que se refere a mineralogia (caulinita, gibbsita, xidos), textura. Qual solo apresenta maior teor de materialque absorve energia como a magnetita? Qual solo tem mais quartzo? Por que?

    13. O que um sistema de informao geogrfico? Como ele pode ser til na determinao da capacidade de uso dasterras?14. O que um GPS? Como ele pode ser til num levantamento de solos?

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    7. Exerccio Aula Prtica -Geoprocessamento, sensoriamento remoto e planejamento

    Objetivo: Apresentar as diferentes ferramentas tecnolgicas como sensoriamento remoto (imagens orbitais e de radar,espectrorradimetro, fotografias areas), sistemas de informao geogrfico e GPS como meios auxiliares no

    planejamento agrcola.

    Questes:

    1. Diferencie sensoriamento remoto e sistema de informao geogrfico.2. Cite as tcnicas de sensoriamento remoto que podem auxiliar num planejamento agrcola.3. Como as fotografias areas podem auxiliar num planejamento?4. Como as imagens orbitais podem ser teis no monitoramento ambiental?5. Quais as vantagens e desvantagens da utilizao do sensoriamento remoto num planejamento agrcola?

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