APOSTILA PORTUGUÊS - PROFESSORA GLÓRIA ROCHA PARA O SENAI

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FUNÇÕES DA LINGUAGEM Função emotiva ou expressiva Esta função ocorre quando se destaca o locutor (ou emissor). A mensagem centra-se nas opiniões, sentimentos e emoções do emissor, sendo um texto completamente subjetivo e pessoal. A idéia de destaque do locutor dá-se pelo emprego da 1ª pessoa do singular, tanto das formas verbais, quanto dos pronomes. A presença de interjeições e uma pontuação com reticências e pontos de exclamação também evidenciam a função emotiva ou expressiva da linguagem. Os textos que expressam o estado de alma do locutor, ou seja, que exemplificam melhor essa função, são os textos líricos, as autobiografias, as memórias, a poesia lírica e as cartas de amor. Por exemplo: É bonito ser amigo, mas confesso é tão difícil aprender! Função referencial ou denotativa A mensagem é centrada no referente, no assunto (contexto relacionado a emissor e receptor). O emissor procura fornecer informações da realidade, sem a opinião pessoal, de forma objetiva, direta, denotativa. A ênfase é dada ao conteúdo, ou seja, às informações. Geralmente, usa-se a 3ª pessoa do singular. Os textos que servem como exemplo dessa função da linguagem são os jornalísticos, os científicos e outros de cunho apenas informativo. A função referencial também é conhecida como cognitiva ou denotativa. Características neutralidade do emissor; objetividade e precisão; conteúdo informacional; uso da 3ª pessoa do singular (ele/ela). Função apelativa ou conativa A mensagem é centrada no receptor e organiza-se de forma a influenciá-lo, ou chamar sua atenção. Geralmente, usa-se a 2ª pessoa do discurso (tu/você; vós/vocês), vocativos e formas verbais ou expressões no imperativo. Como essa 1

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FUNÇÕES DA LINGUAGEM

Função emotiva ou expressivaEsta função ocorre quando se destaca o locutor (ou emissor). A mensagem centra-se nas opiniões, sentimentos e emoções do emissor, sendo um texto completamente subjetivo e pessoal. A idéia de destaque do locutor dá-se pelo emprego da 1ª pessoa do singular, tanto das formas verbais, quanto dos pronomes. A presença de interjeições e uma pontuação com reticências e pontos de exclamação também evidenciam a função emotiva ou expressiva da linguagem. Os textos que expressam o estado de alma do locutor, ou seja, que exemplificam melhor essa função, são os textos líricos, as autobiografias, as memórias, a poesia lírica e as cartas de amor.

Por exemplo:

É bonito ser amigo, mas confesso é tão difícil aprender!

Função referencial ou denotativa

A mensagem é centrada no referente, no assunto (contexto relacionado a emissor e receptor). O emissor procura fornecer informações da realidade, sem a opinião pessoal, de forma objetiva, direta, denotativa. A ênfase é dada ao conteúdo, ou seja, às informações. Geralmente, usa-se a 3ª pessoa do singular. Os textos que servem como exemplo dessa função da linguagem são os jornalísticos, os científicos e outros de cunho apenas informativo. A função referencial também é conhecida como cognitiva ou denotativa.Características neutralidade do emissor; objetividade e precisão; conteúdo informacional; uso da 3ª pessoa do singular (ele/ela).

Função apelativa ou conativa

A mensagem é centrada no receptor e organiza-se de forma a influenciá-lo, ou chamar sua atenção. Geralmente, usa-se a 2ª pessoa do discurso (tu/você; vós/vocês), vocativos e formas verbais ou expressões no imperativo. Como essa função é a mais persuasiva de todas, aparece comumente nos textos publicitários, nos discursos políticos, horóscopos e textos de auto-ajuda. Como a mensagem centra-se no outro, ou seja, no interlocutor, há um uso explícito de argumentos que fazem parte do universo do mesmo. Exemplo:"Fique antenado com seu tempo...

Função fática

O canal é posto em destaque, ou seja, o canal que dá suporte à mensagem. O interesse do emissor é emitir e simplesmente testar ou chamar a atenção para o canal, isto é, verificar a "ponte" de comunicação e certificar-se sobre o contato estabelecido, de forma a prolongá-lo. Os cacoetes de linguagem como né?, certo?, ahã, dentre outros, são um exemplo bem comum para se evidenciar a existência dessa função.

Função poética

É aquela que põe em evidência a forma da mensagem, ou seja, que se preocupa mais em "como dizer" do que com "o que dizer". O foco recai sobre o trabalho e a construção da mensagem. A mensagem é posta em destaque, chamando a atenção para o modo como foi organizada. Há um interesse pela mensagem através do arranjo e da estética, valorizando as palavras e suas combinações. Essa função aparece comumente em textos publicitários, provérbios, ditos populares e linguagem cotidiana. Nessa função pode-se observar o intensivo

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uso de figuras de linguagem, como o neologismo, quando se faz necessária a criação de uma nova palavra para exprimir o sentido e alcançar o efeito desejado. Quando a mensagem é elaborada de forma inovadora e imprevista, utilizando combinações sonoras ou rítmicas, jogos de imagem ou de idéias, temos a manifestação da função poética da linguagem. Essa função é capaz de despertar no leitor prazer estético e surpresa. É explorado na poesia e em textos publicitários.

Características: subjetividade; figuras de linguagem; brincadeiras com o código.

Função Metalingüística

Caracterizada pela preocupação com o código. Sempre que o emissor ou o receptor tem necessidade de verificar se estão usando o mesmo código. Explica o próprio código, a narrativa, a técnica, o estilo. A linguagem (o código) torna-se objeto de análise do próprio texto. Os dicionários e as gramáticas são repositórios de metalinguagem

Exemplos:Caso o verbo não requeira objeto, ele é denominado verbo intransitivo. O termo que antecede a preposição é denominado regente e o termo que a sucede, regido.

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REFORMA ORTOGRÁFICA

ALFABETOO alfabeto é agora formado por 26 letras. O K, o W e o Y não eram consideradas letras do nosso alfabeto. Essas letras serão usadas em siglas, símbolos, nomes próprios, palavras estrangeiras e seus derivados: Ex.: kg, watt, megabyte, taylorista.

TREMANão existe mais o trema, a não ser em casos de nomes próprios e seus derivados:Bündchen, Müller, mülleriano Como ficam: aguentar, arguição, bilíngue, cinquenta, consequência, delinquir, eloquência, frequência, requente, linguiça, linguista, pinguim, quinquênio, tranquilo

Obs.: Como a reforma só modifica a comunicação escrita (e não a falada), cabe a cada um de nós saber quando não pronunciar o “u” (exemplos: foguete, guitarra, queijo) e quando pronunciá-lo (veja exemplos acima), pois não cabe mais o uso do trema para diferenciá-los.

ACENTUAÇÃO

Os ditongos abertos “ei” e “oi” não são mais acentuados em palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba).

COMO ERA: assembléia, bóia, colméia, geléia, idéia, platéia, boléia, panacéia, hebréia, paranóia, jibóia, heróico, paranóico

COMO FICA: assembleia, boia, colmeia, geleia, ideia, plateia, boleia, panaceia, hebreia,paranoia, jiboia, heroico, paranóico

Obs.: Nas palavras oxítonas e monossilábicas o acento continua para os ditongos abertos “ei” e “oi” (assim como “eu”): anéis, papéis, constrói, herói, dói, rói, céu, chapéu.

Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no “i” e no “u” tônicos quando vierem depois de um ditongo.

COMO ERA: baiúca, bocaiúva, feiúra

COMO FICA: baiuca, bocaiuva, feiura

Obs: Se a palavra for oxítona e o “i” ou o “u” estiverem em posição final (seguidos ou não de s), o acento permanece: tuiuiú, tuiuiús, Piauí.

Não existe mais o acento diferencial em palavras homógrafas (as que possuem a mesma escrita e pronúncia):

COMO ERA: pára (verbo), péla (substantivo e verbo), pêlo (substantivo), pêra (fruta), pólo (substantivo), côa (verbo coar)

COMO FICA: para (verbo), pela (substantivo e verbo), pelo (substantivo), pera (fruta), pólo (substantivo), coa (verbo coar)

Obs.1: O acento diferencial ainda permanece no verbo “pôr” (para diferenciar da preposição “por”) e na forma verbal “pôde” (3ª pessoa do Pretérito Perfeito do Indicativo do verbo poder) para diferenciar de “pode” (Presente do Indicativo do mesmo verbo).

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Obs.2: Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos “ter” e “vir”, assim como de seus derivados. ele tem / eles têm; ela vem / elas vêm; você retém / vocês retêm.

Obs.3: É facultativo o uso do acento circunflexo na forma verbal “dêmos” (presente do subjuntivo) para diferenciar de “demos” (pretérito perfeito do indicativo), assim como é facultativo para diferenciar as palavras forma/fôrma: Em muitos casos convém usar: Qual é a forma da fôrma do bolo?

Não se acentua mais a letra “u” nas formas verbais gue,que, gui, qui:

COMO ERA: argúi, apazigúe, averigúe, enxagúe, obliqúe,

COMO FICA: argui, apazigue,averigue, enxague, oblique

Os hiatos “oo” e “ee” não são mais acentuados:

COMO ERA: abençôo, enjôo, perdôo, vôo,corôo, côo, môo, povôo, lêem, dêem, crêem, vêem, descrêem, relêem, revêem

COMO FICA: abençoo, enjoo, perdoo, voo, coroo, coo, moo, povoo, leem, deem, creem, veem, descreem, releem, reveem

HIFENIZAÇÃO

HIFEN – RR e SS:

O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixo terminado em vogal + palavra iniciada por “r” ou “s”, sendo que essas letras devem ser dobradas:

COMO ERA: ante-sala, ante-sacristia, auto-retrato, anti-social, anti-rugas, arqui-rivalidade, auto-sugestão, contra-senso, contra-regra, extra-regimento, extra-seco, infra-som,

COMO FICA: antessala, antessacristia, autorretrato, antissocial, antirrugas, arquirrivalidade, autossugestão, contrassenso, contrarregra extrarregimento, extrasseco, infrassom,

Obs: Nos prefixos sub, hiper, inter e super, permanece o hífen se a palavra seguinte for iniciada por “h” ou “r”: sub-hepático, hiper-realista, hiper-requintado, hiper-requisitado, inter-racial, inter-regional, inter-relação, super-racional, super-realista, hiper-história, super-homem, inter-hospitalar

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HIFEN – MESMA VOGAL:

Agora se utiliza hífen quando a palavra é formada por um prefixo terminado em vogal + palavra iniciada pela mesma vogal.

COMO ERA: microondas, microônibus, antiibérico, antiinflamatório,antiinflacionário, antiimperialista, arquiinimigo, microorgânico

COMO FICA: micro-ondas, micro-ônibus, anti-ibérico, anti-inflamatório, anti-inflacionário, anti-imperialista, arqui-inimigo, micro-orgânico.

Obs: A exceção é o prefixo “co”, que permanece sem hífen: cooperação, coobrigar, coordenar

HIFEN – VOGAL DIFERENTE:

Não se utiliza mais o hífen em palavras formadas por um prefixo terminado em vogal + palavra iniciada por outra vogal:

COMO ERA: auto-afirmação, auto-ajuda, auto-aprendizagem,auto-escola, auto-estrada, auto-instrução, contra-exemplo, contra-indicação, contra-ordem, extra-escolar, extra-oficial, infra-estrutura, intra-ocular, intra-uterino, neo-expressionista, neo-imperialista, semi-aberto, semi-árido, semi-automático, semi-embriagado, semi-obscuridade, supra-ocular, ultra-elevado.

COMO FICA: autoafirmação, autoajuda, autoaprendizabem, autoescola, autoestrada, autoinstrução, contraexemplo, contraindicação, contraordem, extraescolar, extraoficial, infraestrutura, intraocular, intrauterino, neoexpressionista, neoimperialista, semiaberto, semiautomático, semiárido, semiembriagado, semiobscuridade, supraocular, ultraelevado.

Obs: Esta regra não se encaixa quando a palavra seguinte iniciar por “h”: anti-herói, anti-higiênico, extra-humano,semi-herbáceo.

Não se usa mais hífen em compostos que, pelo uso, perdeu-se a noção de composição:

COMO ERA: manda-chuva, pára-quedas, páraquedista, pára-lama, pára-brisa, pára-choque

COMO FICA: mandachuva, paraquedas, paraquedista, paralama, parabrisa, parachoque

Obs: O uso do hífen permanece em palavras compostas que não contêm elemento de ligação econstituem unidade sintagmática e semântica, bem como naquelas que designam espéciesbotânicas e zoológicas: beija-flor, couve-flor, erva-doce, ano-luz, azul-escuro, médico-cirurgião,conta-gotas, guarda-chuva, segunda-feira, tenente-coronel, mal-me-quer, bem-te-vi etc.

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OBSERVAÇÕES GERAIS SOBRE O HÍFEN:

O uso do hífen permanece:

1).Em palavras formadas com prefixos “pré”, “pró”, “pós” (quando acentuadas graficamente), “ex”(no sentido de “já foi”), “vice”, “soto”, “sota”, “além”, “aquém”, “recém” e “sem”.

Exemplos: pré-natal, pró-europeu, pós-graduação, ex-presidente, vice-prefeito, soto-mestre, além-mar, aquém-oceano, recém-nascido, sem-teto.

2).Em palavras formadas por “circum” e “pan” + palavras iniciadas em VOGAL, H, M ou N:

Exemplos: pan-americano, circum-navegação, circum-murado, circum-hospitalar

3).Com os sufixos de origem tupi-guarani “açu", “guaçu” e “mirim”, que representam formasadjetivas.

Exemplos: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu.

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ORTOÉPIA OU ORTOEPIA

Ocupa-se da boa pronunciação das palavras, no ato da fala.

E ou I - confessionário, anteontem, pontiagudo, dentifrício, empecilho, periquito, páreo, creolina, disenteria, irrequieto, lacrimogêneo, seriema.

O ou U - tossir, glóbulo, botijão, engolir, goela, cutia, bueiro, jabuticaba, lombriga, poleiro, rebuliço, cumbuca, lóbulo, tábua, tabuada

J ou G - jerico, cafajeste, rabugento, tigela, bugiganga, ojeriza, jérsei, sarjeta, vigência, injeção, sugestão, gergelim, herege

X ou CH - muxoxo, capacho, mexilhão, elixir, xampu, graxa, broche, enxoval, laxante, atarraxar, caxumba

C ou Ç - geringonça, almaço, facínora, miçanga, cobiça

Com S - ânsia, ansioso, ascensão, compreensão, hortênsia, obsessão, pretensioso, recenseamento.

Com SS - admissão, alvíssaras, arremessar, asseio, concessão, escassear, fossa, fosso, possessão, repercussão, sanguessuga.

Com SC/SÇ - abscesso, abscissa, ascensão, condescender, cônscio, convalescente, efervescência, enrubescer, fascinante, imprescindível, intumescer, miscelânea, obsceno, oscilar, remanescente, rescindir, suscetível, vísceras.

Com XC - exceção, exceder, excelente, excepcional, excesso, exceto, excitar.

Com Z - abalizado, agonizar, algazarra, aneizinhos, aprazível, aspereza, atroz, baliza, cafuzo, catequizar, deslize, destreza, escassez, lambuzar, prazenteiro, regozijo, revezar, rijeza, tenaz, tez, vazar.

Outras palavras que merecem atenção: destilaria, hilaridade, impigem, secessão, buço, granizo, esplêndido, feixe, alfazema, honradez, baliza, prazerosamente, anchova, cochicho, privilégio, berinjela, pichação, lambujem, sinusite, seringa, cerzir, convalescença, mormaço, obcecado, rechaçar,

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CLASSES DE PALAVRAS

Na língua portuguesa podemos classificar as palavras em:

VARIÁVEIS

Substantivo Adjetivo

Pronome

Verbo

Artigo

Numeral

INVARIÁVEIS

Advérbio Preposição

Interjeição

Conjunção

1.Substantivo:

É a palavra variável que denomina sentimentos, sensações, ações, estados e seres em geral. Quanto a sua formação, o substantivo pode ser primitivo (jornal) ou derivado (jornalista), simples (alface) ou composto (guarda-chuva).

Já quanto a sua classificação, ele pode ser comum (cidade) ou próprio (Curitiba), concreto (mesa) ou abstrato (felicidade).

Os substantivos concretos designam seres de existência real ou que a imaginação apresenta como tal: alma, fada, santo.

Já os substantivos abstratos designam qualidade, sentimento, ação e estado dos seres: beleza, cegueira, dor, fuga.

Os substantivos próprios são sempre concretos e devem ser grafados com iniciais maiúsculas.

Certos substantivos próprios podem tornar-se comuns, pelo processo de derivação imprópria (um judas = traidor / um panamá = chapéu).

Muitos substantivos podem ser variavelmente abstratos ou concretos, conforme o sentido em que se empregam (a redação das leis requer clareza / na redação do aluno, assinalei vários erros).

Já no tocante ao gênero (masculino X feminino) os substantivos podem ser:

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biformes: quando apresentam uma forma para o masculino e outra para o feminino. (rato, rata ou conde, condessa).

uniformes: quando apresentam uma única forma para ambos os gêneros. Nesse caso, eles estão divididos em:

epicenos: usados para animais de ambos os sexos (macho e fêmea) - albatroz, badejo, besouro, codorniz, cobra,.

comum de dois gêneros: aqueles que designam pessoas, fazendo a distinção dos sexos por palavras determinantes (um, o, uma, a) – estudante, dentista, médium, silvícola;

sobrecomuns - apresentam um só gênero gramatical para designar pessoas de ambos os sexos - cônjuge, guia, testemunha.

Alguns substantivos, quando mudam de gênero, mudam de sentido. Ex.: o guia e a guia o moral e a moral.

Os nomes terminados em -ão fazem feminino em -ã, -oa ou -ona (alemã, leoa, valentona).

Os nomes terminados em -e mudam-no para -a, entretanto a maioria é invariável (monge X monja, infante X infanta, mas o/a dirigente, o/a estudante).

Quanto ao número (singular X plural), os substantivos simples formam o plural em função do final da palavra.

vogal ou ditongo (exceto -ÃO) : acréscimo de -S (porta X portas, troféu X troféus); ditongo -ÃO : -ÕES / -ÃES / -ÃOS, variando em cada palavra (pagãos, cidadãos,

cortesãos, escrivães, sacristães, capitães, capelães, tabeliães, deães, faisães, guardiães).

Os substantivos paroxítonos terminados em -ão fazem plural em -ãos (bênçãos, órfãos, gólfãos). Alguns gramáticos registram artesão (artífice) - artesãos e artesão (adorno arquitetônico) - artesões.

-EM, -IM, -OM, -UM : acréscimo de -NS (jardim X jardins); -R ou -Z : -ES (mar X mares, raiz X raízes);

-S : substantivos oxítonos acréscimo de -ES (país X países). Os não-oxítonos terminados em -S são invariáveis, marcando o número pelo artigo (os atlas, os lápis, os ônibus), cais, cós e xis são invariáveis;

-N : -S ou -ES, sendo a última menos comum (hífen X hifens ou hífenes), cânon > cânones;

-X : invariável, usando o artigo para o plural (tórax X os tórax);

-AL, EL, OL, UL : troca-se -L por -IS (animal X animais, barril X barris). Exceto mal por males, cônsul por cônsules, real (moeda) por réis, mel por méis ou meles;

IL : se oxítono, trocar -L por -S. Se não oxítonos, trocar -IL por -EIS. (til X tis, míssil X mísseis). Observação: réptil / reptil por répteis / reptis, projétil / projetil por projéteis / projetis;

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sufixo diminutivo -ZINHO(A) / -ZITO(A) : colocar a palavra primitiva no plural, retirar o -S e acrescentar o sufixo diminutivo (coroneizinhos, mulherezinhas). Observação: palavras com esses sufixos não recebem acento gráfico.

metafonia : -o tônico fechado no singular muda para o timbre aberto no plural, também variando em função da palavra. (ovo X ovos, mas bolo X bolos). Observação: avôs (avô paterno + avô materno), avós (avó + avó ou avô + avó).

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Algumas curiosidades sobre os substantivos:

Palavras masculinas:

ágape (refeição dos primitivos cristãos); axioma (premissa verdadeira);

carcinoma (tumor maligno);

champanha, clã, clarinete, contralto, coma;

herpes;

praça (soldado raso);

telefonema.

Palavras femininas:

cataplasma, cal, cólera (doença); derme, dinamite,

libido, mascote, omoplata, rês, suçuarana (felino);

sucuri, tíbia, trama,

Gênero vacilante:

personagem (usada indistintamente nos dois gêneros, mas que há preferência de autores pelo masculino);

Alguns substantivos que sofrem metafonia no plural: caroço, despojo, esforço, forno, imposto, jogo, miolo, poço, porto, posto, reforço, socorro, tijolo, torto.

Substantivos só usados no plural:

arredores, cãs (cabelos brancos), cócegas, condolências, damas (jogo), exéquias (cerimônias fúnebres), férias, fezes, núpcias, óculos, olheiras, pêsames, vísceras, víveres etc., além dos nomes de naipes.

Coletivos:

banca - de examinadores, advogados; bando - aves, ciganos, crianças, salteadores;

cáfila - camelos;

cambada - caranguejos, malvados, chaves;

conselho - vereadores, diretores, juízes militares;

concílio - bispos;

conclave - cardeais;

congregação - professores, religiosos;

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feixe - capim, lenha;

junta - bois, médicos, credores, examinadores;

legião - anjos, soldados, demônios;

miríade - estrelas, insetos;

nuvem - gafanhotos, pó;

penca - bananas, chaves;

réstia - alho, cebola;

vara - porcos.

2.Adjetivo:

É a palavra variável que restringe a significação do substantivo, indicando qualidades e características deste. Mantém, com o substantivo que determina, relação de concordância de gênero e número.

adjetivos pátrios: indicam a nacionalidade ou a origem geográfica, normalmente são formados pelo acréscimo de um sufixo ao substantivo de que se originam (Alagoas por alagoano).

Locuções adjetivas: expressões formadas por preposição e substantivo e com significado equivalente a adjetivos (anel de prata = anel argênteo / andar de cima = andar superior / estar com fome = estar faminto).

São adjetivos eruditos:

açúcar - sacarino; águia - aquilino;

anel - anular;

astro - sideral;

bexiga - vesical;

bispo - episcopal;

cabeça - cefálico;

chumbo - plúmbeo;

chuva - pluvial;

cinza - cinéreo;

cobra - ofídico;

dinheiro - pecuniário;

estômago - gástrico;

fábrica - fabril;

fígado - hepático;

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guerra - bélico;

inverno - hibernal;

lago - lacustre;

lebre - leporino;

lobo - lupino;

moeda - monetário, numismático;

pedra - pétreo;

prata - argênteo;

rio – fluvial;

rocha - rupestre;

tarde - vespertino;

3.Pronome:

É palavra variável em gênero, número e pessoa que substitui ou acompanha um substantivo, indicando-o como pessoa do discurso.

A diferença entre pronome substantivo e pronome adjetivo pode ser atribuída a qualquer tipo de pronome, podendo variar em função do contexto frasal. Assim, o pronome substantivo é aquele que substitui um substantivo, representando-o. (Ele prestou socorro). Já o pronome adjetivo é aquele que acompanha um substantivo, determinando-o. (Aquele rapaz é belo). Os pronomes pessoais são sempre substantivos.

Quanto às pessoas do discurso, a língua portuguesa apresenta três pessoas:

1ª pessoa - aquele que fala, emissor;

2ª pessoa - aquele com quem se fala, receptor;

3ª pessoa - aquele de que ou de quem se fala, referente.

Pronome pessoal:

Indicam uma das três pessoas do discurso, substituindo um substantivo. Podem também representar, quando na 3ª pessoa, uma forma nominal anteriormente expressa (A moça era a melhor secretária, ela mesma agendava os compromissos do chefe).

Os pronomes pessoais apresentam variações de forma dependendo da função sintática que exercem na frase. Os pronomes pessoais retos desempenham, normalmente, função de sujeito; enquanto os oblíquos, geralmente, de complemento.

Os pronomes oblíquos tônicos devem vir regidos de preposição. Em comigo, contigo, conosco e convosco, a preposição com já é parte integrante do pronome.

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Os pronomes de tratamento estão enquadrados nos pronomes pessoais. São empregados como referência à pessoa com quem se fala (2ª pessoa), entretanto, a concordância é feita com a 3ª pessoa. Também são considerados pronomes de tratamento as formas você, vocês (provenientes da redução de Vossa Mercê), Senhor, Senhora e Senhorita.

Quanto ao emprego, as formas oblíquas o, a, os, as completam verbos que não vêm regidos de preposição; enquanto lhe e lhes para verbos regidos das preposições a ou para (não expressas).

Os pronomes átonos o, a, os e as viram lo(a/s), quando associados a verbos terminados em r, s ou z e viram no(a/s), se a terminação verbal for em ditongo nasal.

A forma você, atualmente, é usada no lugar da 2ª pessoa (tu/vós), tanto no singular quanto no plural, levando o verbo para a 3ª pessoa.

Quando precedidos de preposição, os pronomes retos (exceto eu e tu) passam a funcionar como oblíquos. Eu e tu não podem vir precedidos de preposição, exceto se funcionarem como sujeito de um verbo no infinitivo (Isto é para eu fazer ≠ para mim fazer).

Quanto ao uso das preposições junto aos pronomes, deve-se saber que não se pode contrair as preposições de e em com pronomes que sejam sujeitos (Em vez de ele

Pronome possessivo:

Fazem referência às pessoas do discurso, apresentando-as como possuidoras de algo. Concordam em gênero e número com a coisa possuída.

São pronomes possessivos da língua portuguesa as formas:

1ª pessoa: meu(s), minha(s) nosso(a/s);

2ª pessoa: teu(s), tua(s) vosso(a/s);

3ª pessoa: seu(s), sua(s) seu(s), sua(s).

Quanto ao emprego, normalmente, vem antes do nome a que se refere; podendo, também, vir depois do substantivo que determina. Neste último caso, pode até alterar o sentido da frase.

O uso do possessivo seu (a/s) pode causar ambigüidade, para desfazê-la, deve-se preferir o uso do dele (a/s) (Ele disse que Maria estava trancada em sua casa - casa de quem?); pode também indicar aproximação numérica (ele tem lá seus 40 anos).

Já nas expressões do tipo "Seu João", seu não tem valor de posse por ser uma alteração fonética de Senhor.

Pronome demonstrativo:

Indicam posição de algo em relação às pessoas do discurso, situando-o no tempo e/ou no espaço. São: este (a/s), isto, esse (a/s), isso, aquele (a/s), aquilo. Isto, isso e aquilo são invariáveis e se empregam exclusivamente como substitutos de substantivos.

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Pronome relativo:

Retoma um termo expresso anteriormente (antecedente) e introduz uma oração dependente, adjetiva.

Os pronome relativos são: que, quem e onde - invariáveis; além de o qual (a/s), cujo (a/s) e quanto (a/s).

Os relativos são chamados relativos indefinidos quando são empregados sem antecedente expresso (Quem espera sempre alcança / Fez quanto pôde).

Pronome indefinido:

Referem-se à 3ª pessoa do discurso quando considerada de modo vago, impreciso ou genérico, representando pessoas, coisas e lugares. Alguns também podem dar idéia de conjunto ou quantidade indeterminada. Em função da quantidade de pronomes indefinidos, merece atenção sua identificação.

São pronomes indefinidos de:

pessoas: quem, alguém, ninguém, outrem; lugares: onde, algures, alhures, nenhures;

pessoas, lugares, coisas: que, qual, quais, algo, tudo, nada, todo (a/s), algum (a/s), vários (a), nenhum (a/s), certo (a/s), outro (a/s), muito (a/s), pouco (a/s), quanto (a/s), um (a/s), qualquer (s), cada.

Pronome interrogativo:

São os pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto usados na formulação de uma pergunta direta ou indireta. Referem-se à 3ª pessoa do discurso. (Quantos livros você tem? / Não sei quem lhe contou).

Alguns interrogativos podem ser adverbiais (Quando voltarão? / Onde encontrá-los? / Como foi tudo?).

4.Verbo

É a palavra variável que exprime um acontecimento representado no tempo, seja ação, estado ou fenômeno da natureza.

Os verbos apresentam três conjugações. Em função da vogal temática, podem-se criar três paradigmas verbais. De acordo com a relação dos verbos com esses paradigmas, obtém-se a seguinte classificação:

regulares: seguem o paradigma verbal de sua conjugação; irregulares: não seguem o paradigma verbal da conjugação a que pertencem. As

irregularidades podem aparecer no radical ou nas desinências (ouvir - ouço/ouve, estar - estou/estão);

Entre os verbos irregulares, destacam-se os anômalos que apresentam profundas irregularidades. São classificados como anômalos em todas as gramáticas os verbos ser e ir.

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defectivos: não são conjugados em determinadas pessoas, tempo ou modo (falir - no presente do indicativo só apresenta a 1ª e a 2ª pessoa do plural). Os defectivos distribuem-se em três grupos: impessoais, unipessoais (vozes ou ruídos de animais, só conjugados nas 3ª pessoas) por eufonia ou possibilidade de confusão com outros verbos;

abundantes - apresentam mais de uma forma para uma mesma flexão. Mais freqüente no particípio, devendo-se usar o particípio regular com ter e haver; já o irregular com ser e estar (aceito/aceitado, acendido/aceso - tenho/hei aceitado ≠ é/está aceito);

auxiliares: juntam-se ao verbo principal ampliando sua significação. Presentes nos tempos compostos e locuções verbais;

certos verbos possuem pronomes pessoais átonos que se tornam partes integrantes deles. Nesses casos, o pronome não tem função sintática (suicidar-se, apiedar-se, queixar-se etc.);

Quanto à flexão verbal, temos:

número: singular ou plural; pessoa gramatical: 1ª, 2ª ou 3ª;

tempo: referência ao momento em que se fala (pretérito, presente ou futuro). O modo imperativo só tem um tempo, o presente;

voz: ativa, passiva e reflexiva;

modo: indicativo (certeza de um fato ou estado), subjuntivo (possibilidade ou desejo de realização de um fato ou incerteza do estado) e imperativo (expressa ordem, advertência ou pedido).

As três formas nominais do verbo (infinitivo, gerúndio e particípio) não possuem função exclusivamente verbal.

Quanto às vozes, os verbos apresentam a voz:

ativa: sujeito é agente da ação verbal; passiva: sujeito é paciente da ação verbal;

A voz passiva pode ser analítica ou sintética:

analítica: - verbo auxiliar + particípio do verbo principal; sintética: na 3ª pessoa do singular ou plural + SE (partícula apassivadora);

reflexiva: sujeito é agente e paciente da ação verbal. Também pode ser recíproca ao mesmo tempo (acréscimo de SE = pronome reflexivo, variável em função da pessoa do verbo);

Na transformação da voz ativa na passiva, a variação temporal é indicada pelo auxiliar (ser na maioria das vezes), como notamos nos exemplos a seguir: Ex.: Ele fez o trabalho - O trabalho foi feito por ele (mantido o pretérito perfeito do indicativo) / O vento ia levando as folhas - As folhas iam sendo levadas pelas folhas (mantido o gerúndio do verbo principal).

Alguns verbos da língua portuguesa apresentam problemas de conjugação. A seguir temos uma lista, seguida de comentários sobre essas dificuldades de conjugação.

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Abolir (defectivo) - não possui a 1ª pessoa do singular do presente do indicativo, por isso não possui presente do subjuntivo e o imperativo negativo. (= banir, carpir, colorir, delinqüir, demolir, descomedir-se, emergir, exaurir, fremir, fulgir, haurir, retorquir, urgir)

Acudir (alternância vocálica o/u) - presente do indicativo - acudo, acodes... e pretérito perfeito do indicativo - com u (= bulir, consumir, cuspir, engolir, fugir) / Adequar (defectivo) - só possui a 1ª e a 2ª pessoa do plural no presente do indicativo

Aderir (alternância vocálica e/i) - presente do indicativo - adiro, adere... (= advertir, cerzir, despir, diferir, digerir, divergir, ferir, sugerir)

Agir (acomodação gráfica g/j) - presente do indicativo - ajo, ages... (= afligir, coagir, erigir, espargir, refulgir, restringir, transigir, urgir)

Agredir (alternância vocálica e/i) - presente do indicativo - agrido, agrides, agride, agredimos, agredis, agridem (= prevenir, progredir, regredir, transgredir) / Aguar (regular) - presente do indicativo - águo, águas..., - pretérito perfeito do indicativo - agüei, aguaste, aguou, aguamos, aguastes, aguaram (= desaguar, enxaguar, minguar)

Aprazer (irregular) - presente do indicativo - aprazo, aprazes, apraz... / pretérito perfeito do indicativo - aprouve, aprouveste, aprouve, aprouvemos, aprouvestes, aprouveram

Argüir (irregular com alternância vocálica o/u) - presente do indicativo - arguo (ú), argúis, argúi, argüimos, argüis, argúem - pretérito perfeito - argüi, argüiste... (com trema)

Atrair (irregular) - presente do indicativo - atraio, atrais... / pretérito perfeito - atraí, atraíste... (= abstrair, cair, distrair, sair, subtrair)

Atribuir (irregular) - presente do indicativo - atribuo, atribuis, atribui, atribuímos, atribuís, atribuem - pretérito perfeito - atribuí, atribuíste, atribuiu... (= afluir, concluir, destituir, excluir, instruir, possuir, usufruir)

Averiguar (alternância vocálica o/u) - presente do indicativo - averiguo (ú), averiguas (ú), averigua (ú), averiguamos, averiguais, averiguam (ú) - pretérito perfeito - averigüei, averiguaste... - presente do subjuntivo - averigúe, averigúes, averigúe... (= apaziguar)

Cear (irregular) - presente do indicativo - ceio, ceias, ceia, ceamos, ceais, ceiam - pretérito perfeito indicativo - ceei, ceaste, ceou, ceamos, ceastes, cearam (= verbos terminados em -ear: falsear, passear... - alguns apresentam pronúncia aberta: estréio, estréia...)

Coar (irregular) - presente do indicativo - côo, côas, côa, coamos, coais, coam - pretérito perfeito - coei, coaste, coou... (= abençoar, magoar, perdoar) / Comerciar (regular) - presente do indicativo - comercio, comercias... - pretérito perfeito - comerciei... (= verbos em -iar , exceto os seguintes verbos: mediar, ansiar, remediar, incendiar, odiar)

Compelir (alternância vocálica e/i) - presente do indicativo - compilo, compeles... - pretérito perfeito indicativo - compeli, compeliste...

Compilar (regular) - presente do indicativo - compilo, compilas, compila... - pretérito perfeito indicativo - compilei, compilaste...

Construir (irregular e abundante) - presente do indicativo - construo, constróis (ou construis), constrói (ou construi), construímos, construís, constroem (ou construem) - pretérito perfeito indicativo - construí, construíste...

Crer (irregular) - presente do indicativo - creio, crês, crê, cremos, credes, crêem - pretérito perfeito indicativo - cri, creste, creu, cremos, crestes, creram - imperfeito indicativo - cria, crias, cria, críamos, críeis, criam

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Falir (defectivo) - presente do indicativo - falimos, falis - pretérito perfeito indicativo - fali, faliste... (= aguerrir, combalir, foragir-se, remir, renhir)

Frigir (acomodação gráfica g/j e alternância vocálica e/i) - presente do indicativo - frijo, freges, frege, frigimos, frigis, fregem - pretérito perfeito indicativo - frigi, frigiste...

Ir (irregular) - presente do indicativo - vou, vais, vai, vamos, ides, vão - pretérito perfeito indicativo - fui, foste... - presente subjuntivo - vá, vás, vá, vamos, vades, vão

Jazer (irregular) - presente do indicativo - jazo, jazes... - pretérito perfeito indicativo - jazi, jazeste, jazeu...

Mobiliar (irregular) - presente do indicativo - mobílio, mobílias, mobília, mobiliamos, mobiliais, mobíliam - pretérito perfeito indicativo - mobiliei, mobiliaste... / Obstar (regular) - presente do indicativo - obsto, obstas... - pretérito perfeito indicativo - obstei, obstaste...

Pedir (irregular) - presente do indicativo - peço, pedes, pede, pedimos, pedis, pedem - pretérito perfeito indicativo - pedi, pediste... (= despedir, expedir, medir) / Polir (alternância vocálica e/i) - presente do indicativo - pulo, pules, pule, polimos, polis, pulem - pretérito perfeito indicativo - poli, poliste...

Precaver-se (defectivo e pronominal) - presente do indicativo - precavemo-nos, precaveis-vos - pretérito perfeito indicativo - precavi-me, precaveste-te... / Prover (irregular) - presente do indicativo - provejo, provês, provê, provemos, provedes, provêem - pretérito perfeito indicativo - provi, proveste, proveu... / Reaver (defectivo) - presente do indicativo - reavemos, reaveis - pretérito perfeito indicativo - reouve, reouveste, reouve... (verbo derivado do haver, mas só é conjugado nas formas verbais com a letra v)

Remir (defectivo) - presente do indicativo - remimos, remis - pretérito perfeito indicativo - remi, remiste...

Requerer (irregular) - presente do indicativo - requeiro, requeres... - pretérito perfeito indicativo - requeri, requereste, requereu... (derivado do querer, diferindo dele na 1ª pessoa do singular do presente do indicativo e no pretérito perfeito do indicativo e derivados, sendo regular)

Rir (irregular) - presente do indicativo - rio, rir, ri, rimos, rides, riem - pretérito perfeito indicativo - ri, riste... (= sorrir)

Saudar (alternância vocálica) - presente do indicativo - saúdo, saúdas... - pretérito perfeito indicativo - saudei, saudaste...

Suar (regular) - presente do indicativo - suo, suas, sua... - pretérito perfeito indicativo - suei, suaste, sou... (= atuar, continuar, habituar, individuar, recuar, situar)

Valer (irregular) - presente do indicativo - valho, vales, vale... - pretérito perfeito indicativo - vali, valeste, valeu...

Também merecem atenção os seguintes verbos irregulares:

Pronominais: Apiedar-se, dignar-se, persignar-se, precaver-se

Caber

presente do indicativo: caibo, cabes, cabe, cabemos, cabeis, cabem; presente do subjuntivo: caiba, caibas, caiba, caibamos, caibais, caibam;

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pretérito perfeito do indicativo: coube, coubeste, coube, coubemos, coubestes, couberam;

pretérito mais-que-perfeito do indicativo: coubera, couberas, coubera, coubéramos, coubéreis, couberam;

pretérito imperfeito do subjuntivo: coubesse, coubesses, coubesse, coubéssemos, coubésseis, coubessem;

futuro do subjuntivo: couber, couberes, couber, coubermos, couberdes, couberem.

Dar

presente do indicativo: dou, dás, dá, damos, dais, dão; presente do subjuntivo: dê, dês, dê, demos, deis, dêem;

pretérito perfeito do indicativo: dei, deste, deu, demos, destes, deram;

pretérito mais-que-perfeito do indicativo: dera, deras, dera, déramos, déreis, deram;

pretérito imperfeito do subjuntivo: desse, desses, desse, déssemos, désseis, dessem;

futuro do subjuntivo: der, deres, der, dermos, derdes, derem.

Dizer

presente do indicativo: digo, dizes, diz, dizemos, dizeis, dizem; presente do subjuntivo: diga, digas, diga, digamos, digais, digam;

pretérito perfeito do indicativo: disse, disseste, disse, dissemos, dissestes, disseram;

pretérito mais-que-perfeito do indicativo: dissera, disseras, dissera, disséramos, disséreis, disseram;

futuro do presente: direi, dirás, dirá, etc.;

futuro do pretérito: diria, dirias, diria, etc.;

pretérito imperfeito do subjuntivo: dissesse, dissesses, dissesse, disséssemos, dissésseis, dissessem;

futuro do subjuntivo: disser, disseres, disser, dissermos, disserdes, disserem;

Seguem esse modelo os derivados bendizer, condizer, contradizer, desdizer, maldizer, predizer.

Os particípios desse verbo e seus derivados são irregulares: dito, bendito, contradito, etc.

Estar

presente do indicativo: estou, estás, está, estamos, estais, estão; presente do subjuntivo: esteja, estejas, esteja, estejamos, estejais, estejam;

pretérito perfeito do indicativo: estive, estiveste, esteve, estivemos, estivestes, estiveram;

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pretérito mais-que-perfeito do indicativo: estivera, estiveras, estivera, estivéramos, estivéreis, estiveram;

pretérito imperfeito do subjuntivo: estivesse, estivesses, estivesse, estivéssemos, estivésseis, estivessem;

futuro do subjuntivo: estiver, estiveres, estiver, estivermos, estiverdes, estiverem;

Fazer

presente do indicativo: faço, fazes, faz, fazemos, fazeis, fazem; presente do subjuntivo: faça, faças, faça, façamos, façais, façam;

pretérito perfeito do indicativo: fiz, fizeste, fez, fizemos, fizestes, fizeram;

pretérito mais-que-perfeito do indicativo: fizera, fizeras, fizera, fizéramos, fizéreis, fizeram;

pretérito imperfeito do subjuntivo: fizesse, fizesses, fizesse, fizéssemos, fizésseis, fizessem;

futuro do subjuntivo: fizer, fizeres, fizer, fizermos, fizerdes, fizerem.

Seguem esse modelo desfazer, liquefazer e satisfazer.

Os particípios desse verbo e seus derivados são irregulares: feito, desfeito, liquefeito, satisfeito, etc.

Haver

presente do indicativo: hei, hás, há, havemos, haveis, hão; presente do subjuntivo: haja, hajas, haja, hajamos, hajais, hajam;

pretérito perfeito do indicativo: houve, houveste, houve, houvemos, houvestes, houveram;

pretérito mais-que-perfeito do indicativo: houvera, houveras, houvera, houvéramos, houvéreis, houveram;

pretérito imperfeito do subjuntivo: houvesse, houvesses, houvesse, houvéssemos, houvésseis, houvessem;

futuro do subjuntivo: houver, houveres, houver, houvermos, houverdes, houverem.

Ir

presente do indicativo: vou, vais, vai, vamos, ides, vão; presente do subjuntivo: vá, vás, vá, vamos, vades, vão;

pretérito imperfeito do indicativo: ia, ias, ia, íamos, íeis, iam;

pretérito perfeito do indicativo: fui, foste, foi, fomos, fostes, foram;

pretérito mais-que-perfeito do indicativo: fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram;

pretérito imperfeito do subjuntivo: fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem;

futuro do subjuntivo: for, fores, for, formos, fordes, forem.

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Poder

presente do indicativo: posso, podes, pode, podemos, podeis, podem; presente do subjuntivo: possa, possas, possa, possamos, possais, possam;

pretérito perfeito do indicativo: pude, pudeste, pôde, pudemos, pudestes, puderam;

pretérito mais-que-perfeito do indicativo: pudera, puderas, pudera, pudéramos, pudéreis, puderam;

pretérito imperfeito do subjuntivo: pudesse, pudesses, pudesse, pudéssemos, pudésseis, pudessem;

futuro do subjuntivo: puder, puderes, puder, pudermos, puderdes, puderem.

Pôr

presente do indicativo: ponho, pões, põe, pomos, pondes, põem; presente do subjuntivo: ponha, ponhas, ponha, ponhamos, ponhais, ponham;

pretérito imperfeito do indicativo: punha, punhas, punha, púnhamos, púnheis, punham;

pretérito perfeito do indicativo: pus, puseste, pôs, pusemos, pusestes, puseram;

pretérito mais-que-perfeito do indicativo: pusera, puseras, pusera, puséramos, puséreis, puseram;

pretérito imperfeito do subjuntivo: pusesse, pusesses, pusesse, puséssemos, pusésseis, pusessem;

futuro do subjuntivo: puser, puseres, puser, pusermos, puserdes, puserem.

Todos os derivados do verbo pôr seguem exatamente esse modelo: antepor, compor, contrapor, decompor, depor, descompor, dispor, expor, impor, indispor, interpor, opor, pospor, predispor, pressupor, propor, recompor, repor, sobrepor, supor, transpor são alguns deles.

Querer

presente do indicativo: quero, queres, quer, queremos, quereis, querem; presente do subjuntivo: queira, queiras, queira, queiramos, queirais, queiram;

pretérito perfeito do indicativo: quis, quiseste, quis, quisemos, quisestes, quiseram;

pretérito mais-que-perfeito do indicativo: quisera, quiseras, quisera, quiséramos, quiséreis, quiseram;

pretérito imperfeito do subjuntivo: quisesse, quisesses, quisesse, quiséssemos, quisésseis, quisessem;

futuro do subjuntivo: quiser, quiseres, quiser, quisermos, quiserdes, quiserem;

Saber

presente do indicativo: sei, sabes, sabe, sabemos, sabeis, sabem; presente do subjuntivo: saiba, saibas, saiba, saibamos, saibais, saibam;

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pretérito perfeito do indicativo: soube, soubeste, soube, soubemos, soubestes, souberam;

pretérito mais-que-perfeito do indicativo: soubera, souberas, soubera, soubéramos, soubéreis, souberam;

pretérito imperfeito do subjuntivo: soubesse, soubesses, soubesse, soubéssemos, soubésseis, soubessem;

futuro do subjuntivo: souber, souberes, souber, soubermos, souberdes, souberem.

Ser

presente do indicativo: sou, és, é, somos, sois, são; presente do subjuntivo: seja, sejas, seja, sejamos, sejais, sejam;

pretérito imperfeito do indicativo: era, eras, era, éramos, éreis, eram;

pretérito perfeito do indicativo: fui, foste, foi, fomos, fostes, foram;

pretérito mais-que-perfeito do indicativo: fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram;

pretérito imperfeito do subjuntivo: fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem;

futuro do subjuntivo: for, fores, for, formos, fordes, forem.

As segundas pessoas do imperativo afirmativo são: sê (tu) e sede (vós).

Ter

presente do indicativo: tenho, tens, tem, temos, tendes, têm; presente do subjuntivo: tenha, tenhas, tenha, tenhamos, tenhais, tenham;

pretérito imperfeito do indicativo: tinha, tinhas, tinha, tínhamos, tínheis, tinham;

pretérito perfeito do indicativo: tive, tiveste, teve, tivemos, tivestes, tiveram;

pretérito mais-que-perfeito do indicativo: tivera, tiveras, tivera, tivéramos, tivéreis, tiveram;

pretérito imperfeito do subjuntivo: tivesse, tivesses, tivesse, tivéssemos, tivésseis, tivessem;

futuro do subjuntivo: tiver, tiveres, tiver, tivermos, tiverdes, tiverem.

Seguem esse modelo os verbos ater, conter, deter, entreter, manter, reter.

Trazer

presente do indicativo: trago, trazes, traz, trazemos, trazeis, trazem; presente do subjuntivo: traga, tragas, traga, tragamos, tragais, tragam;

pretérito perfeito do indicativo: trouxe, trouxeste, trouxe, trouxemos, trouxestes, trouxeram;

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pretérito mais-que-perfeito do indicativo: trouxera, trouxeras, trouxera, trouxéramos, trouxéreis, trouxeram;

futuro do presente: trarei, trarás, trará, etc.;

futuro do pretérito: traria, trarias, traria, etc.;

pretérito imperfeito do subjuntivo: trouxesse, trouxesses, trouxesse, trouxéssemos, trouxésseis, trouxessem;

futuro do subjuntivo: trouxer, trouxeres, trouxer, trouxermos, trouxerdes, trouxerem.

Ver

presente do indicativo: vejo, vês, vê, vemos, vedes, vêem; presente do subjuntivo: veja, vejas, veja, vejamos, vejais, vejam;

pretérito perfeito do indicativo: vi, viste, viu, vimos, vistes, viram;

pretérito mais-que-perfeito do indicativo: vira, viras, vira, víramos, víreis, viram;

pretérito imperfeito do subjuntivo: visse, visses, visse, víssemos, vísseis, vissem;

futuro do subjuntivo: vir, vires, vir, virmos, virdes, virem.

Seguem esse modelo os derivados antever, entrever, prever, rever. Prover segue o modelo acima apenas no presente do indicativo e seus tempos derivados; nos demais tempos, comporta-se como um verbo regular da segunda conjugação.

Vir

presente do indicativo: venho, vens, vem, vimos, vindes, vêm; presente do subjuntivo: venha, venhas, venha, venhamos, venhais, venham;

pretérito imperfeito do indicativo: vinha, vinhas, vinha, vínhamos, vínheis, vinham;

pretérito perfeito do indicativo: vim, vieste, veio, viemos, viestes, vieram;

pretérito mais-que-perfeito do indicativo: viera, vieras, viera, viéramos, viéreis, vieram;

pretérito imperfeito do subjuntivo: viesse, viesses, viesse, viéssemos, viésseis, viessem;

futuro do subjuntivo: vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vierem;

particípio e gerúndio: vindo.

Seguem esse modelo os verbos advir, convir, desavir-se, intervir, provir, sobrevir.

O emprego do infinitivo não obedece a regras bem definidas.

O impessoal é usado em sentido genérico ou indefinido, não relacionado a nenhuma pessoa, o pessoal refere-se às pessoas do discurso, dependendo do contexto. Recomenda-se sempre o uso da forma pessoal se for necessário dar à frase maior clareza e ênfase.

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5.Artigo:

Precede o substantivo para determiná-lo, mantendo com ele relação de concordância. Assim, qualquer expressão ou frase fica substantivada se for determinada por artigo (O 'conhece-te a ti mesmo' é conselho sábio). Em certos casos, serve para assinalar gênero e número (o/a colega, o/os ônibus).

Os artigos podem ser classificado em:

definido - o, a, os, as - um ser claramente determinado entre outros da mesma espécie; indefinido - um, uma, uns, umas - um ser qualquer entre outros de mesma espécie;

Podem aparecer combinados com preposições (numa, do, à, entre outros).

6.Numeral:

Numeral é a palavra que indica quantidade, número de ordem, múltiplo ou fração. Classifica-se como cardinal (1, 2, 3), ordinal (primeiro, segundo, terceiro), multiplicativo (dobro, duplo, triplo), fracionário (meio, metade, terço). Além desses, ainda há os numerais coletivos (dúzia, par).

Quanto ao valor, os numerais podem apresentar valor adjetivo ou substantivo. Se estiverem acompanhando e modificando um substantivo, terão valor adjetivo. Já se estiverem substituindo um substantivo e designando seres, terão valor substantivo. [Ele foi o primeiro jogador a chegar. (valor adjetivo) / Ele será o primeiro desta vez. (valor substantivo)].

Quanto ao emprego:

os ordinais como último, penúltimo, antepenúltimo, respectivos... não possuem cardinais correspondentes.

os fracionários têm como forma própria meio, metade e terço, todas as outras representações de divisão correspondem aos ordinais ou aos cardinais seguidos da palavra avos (quarto, décimo, milésimo, quinze avos);

designando séculos, reis, papas e capítulos, utiliza-se na leitura ordinal até décimo; a partir daí usam-se os cardinais. (Luís XIV - quatorze, Papa Paulo II - segundo);

Se o numeral vier antes do substantivo, será obrigatório o ordinal (XX Bienal - vigésima, IV Semana de Cultura - quarta);

zero e ambos(as) também são numerais cardinais. 14 apresenta duas formas por extenso catorze e quatorze;

a forma milhar é masculina, portanto não existe "algumas milhares de pessoas" e sim alguns milhares de pessoas;

alguns numerais coletivos: grosa (doze dúzias), lustro (período de cinco anos), sesquicentenário (150 anos);

um: numeral ou artigo? Nestes casos, a distinção é feita pelo contexto.

Numeral indicando quantidade e artigo quando se opõe ao substantivo indicando-o de forma indefinida.

7.Advérbio:

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É a palavra que modifica o sentido do verbo (maioria), do adjetivo e do próprio advérbio (intensidade para essas duas classes). Denota em si mesma uma circunstância que determina sua classificação:

lugar: longe, junto, acima, ali, lá, atrás, alhures; tempo: breve, cedo, já, agora, outrora, imediatamente, ainda;

modo: bem, mal, melhor, pior, devagar, a maioria dos adv. com sufixo -mente;

negação: não, qual nada, tampouco, absolutamente;

dúvida: quiçá, talvez, provavelmente, porventura, possivelmente;

intensidade: muito, pouco, bastante, mais, meio, quão, demais, tão;

afirmação: sim, certamente, deveras, com efeito, realmente, efetivamente.

As palavras onde (de lugar), como (de modo), porque (de causa), quanto (classificação variável) e quando (de tempo), usadas em frases interrogativas diretas ou indiretas, são classificadas como advérbios interrogativos (queria saber onde todos dormirão / quando se realizou o concurso).

Onde, quando, como, se empregados com antecedente em orações adjetivas são advérbios relativos (estava naquela rua onde passavam os ônibus / ele chegou na hora quando ela ia falar / não sei o modo como ele foi tratado aqui).

As locuções adverbiais são geralmente constituídas de preposição + substantivo - à direita, à frente, à vontade, de cor, em vão, por acaso, frente a frente, de maneira alguma, de manhã, de repente, de vez em quando, em breve, em mão (em vez de "em mãos") etc. São classificadas, também, em função da circunstância que expressam.

Bem e mal admitem grau comparativo de superioridade sintético: melhor e pior. As formas mais bem e mais mal são usadas diante de particípios adjetivados. (Ele está mais bem informado do que eu). Melhor e pior podem corresponder a mais bem / mal (adv.) ou a mais bom / mau (adjetivo).

na linguagem coloquial, o advérbio recebe sufixo diminutivo. Nesses casos, o advérbio assume valor superlativo absoluto sintético (cedinho / pertinho). A repetição de um mesmo advérbio também assume valor superlativo (saiu cedo, cedo);

quando os advérbios terminados em -mente estiverem coordenados, é comum o uso do sufixo só no último (Falou rápida e pausadamente);

otimamente e pessimamente são superlativos absolutos sintéticos de bem e mal, respectivamente;

As palavras denotativas são séries de palavras que se assemelham ao advérbio. A Norma Gramatical Brasileira considera-as apenas como palavras denotativas, não pertencendo a nenhuma das 10 classes gramaticais. Classificam-se em função da idéia que expressam:

adição: ainda, além disso etc. (Comeu tudo e ainda queria mais); afastamento: embora (Foi embora daqui);

afetividade: ainda bem, felizmente, infelizmente (Ainda bem que passei de ano);

aproximação: quase, lá por, bem, uns, cerca de, por volta de etc. (É quase 1h a pé);

designação: eis (Eis nosso carro novo);

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exclusão: apesar, somente, só, salvo, unicamente, exclusive, exceto, senão, sequer, apenas etc. (Todos saíram, menos ela / Não me descontou sequer um real);

explicação: isto é, por exemplo, a saber etc. (Li vários livros, a saber, os clássicos);

inclusão: até, ainda, além disso, também, inclusive etc. (Eu também vou / Falta tudo, até água);

limitação: só, somente, unicamente, apenas etc. (Apenas um me respondeu / Só ele veio à festa);

realce: é que, cá, lá, não, mas, é porque etc. (E você lá sabe essa questão?);

retificação: aliás, isto é, ou melhor, ou antes etc. (Somos três, ou melhor, quatro);

situação: então, mas, se, agora, afinal etc. (Afinal, quem perguntaria a ele?).

8.Preposição:

É a palavra invariável que liga dois termos entre si, estabelecendo relação de subordinação entre o termo regente e o regido. São antepostos aos dependentes (objeto indireto, complemento nominal, adjuntos e orações subordinadas). Divide-se em:

essenciais (maioria das vezes são preposições): a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre, trás;

acidentais (palavras de outras classes que podem exercer função de preposição): afora, conforme (= de acordo com), consoante, durante, exceto, salvo, segundo, senão, mediante, visto (= devido a, por causa de) etc. (Vestimo-nos conforme a moda e o tempo / Os heróis tiveram como prêmio aquela taça / Mediante meios escusos, ele conseguiu a vaga / Vovó dormiu durante a viagem).

As locuções prepositivas, em geral, são formadas de advérbio (ou locução adverbial) + preposição - abaixo de, acerca de, a fim de, além de, defronte a, ao lado de, apesar de, através de, de acordo com, em vez de, junto de, perto de, até a, a par de, devido a.

Observa-se que a última palavra da locução prepositiva é sempre uma preposição, enquanto a última palavra de uma locução adverbial nunca é preposição.

Quanto ao emprego, as preposições podem ser usadas em:

combinação: preposição + outra palavra sem perda fonética (ao/aos); contração: preposição + outra palavra com perda fonética (na/àquela);

não se deve contrair de se o termo seguinte for sujeito (Está na hora de ele falar);

a preposição após, pode funcionar como advérbio (= atrás) (Terminada a festa, saíram logo após.);

trás, atualmente, só se usa em locuções adverbiais e prepositivas (por trás, para trás por trás de).

As preposições podem estabelecer as seguintes relações: isoladamente, as preposições são palavras vazias de sentido, se bem que algumas contenham uma vaga noção de tempo e lugar. Nas frases, exprimem diversas relações:

autoria - música de Caetano lugar - cair sobre o telhado, estar sob a mesa

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tempo - nascer a 15 de outubro, viajar em uma hora, viajei durante as férias

modo ou conformidade - chegar aos gritos, votar em branco

causa - tremer de frio, preso por vadiagem

assunto - falar sobre política

fim ou finalidade - vir em socorro, vir para ficar

instrumento - escrever a lápis, ferir-se com a faca

companhia - sair com amigos / meio - voltar a cavalo, viajar de ônibus

matéria - anel de prata, pão com farinha

posse - carro de João

oposição - Flamengo contra Fluminense

conteúdo - copo de (com) vinho

preço - vender a (por) R$ 300, 00

origem - descender de família humilde

especialidade - formou-se em Medicina

destino ou direção - ir a Roma, olhe para frente.

9.Interjeição:

São palavras que expressam estados emocionais do falante, variando de acordo com o contexto emocional. Podem expressar:

alegria - ah!, oh!, oba! advertência - cuidado!, atenção

afugentamento - fora!, rua!, passa!, xô!

alívio - ufa!, arre!

animação - coragem!, avante!, eia!

aplauso - bravo!, bis!, mais um!

chamamento - alô!, olá!, psit!

desejo - oxalá!, tomara! / dor - ai!, ui!

espanto - puxa!, oh!, chi!, ué!

impaciência - hum!, hem!

silêncio - silêncio!, psiu!, quieto!

São locuções interjetivas: puxa vida!, não diga!, que horror!, graças a Deus!, ora bolas!, cruz credo!

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10.Conjunção:

É a palavra que liga orações basicamente, estabelecendo entre elas alguma relação (subordinação ou coordenação). As conjunções classificam-se em:

Coordenativas, aquelas que ligam duas orações independentes (coordenadas), ou dois termos que exercem a mesma função sintática dentro da oração. Apresentam cinco tipos:

aditivas (adição): e, nem, mas também, como também, bem como, mas ainda; adversativas (adversidade, oposição): mas, porém, todavia, contudo, antes (= pelo

contrário), não obstante, apesar disso;

alternativas (alternância, exclusão, escolha): ou, ou ... ou, ora ... ora, quer ... quer;

conclusivas (conclusão): logo, portanto, pois (depois do verbo), por conseguinte, por isso;

explicativas (justificação): - pois (antes do verbo), porque, que, porquanto.

Subordinativas - ligam duas orações dependentes, subordinando uma à outra. Apresentam dez tipos:

causais: porque, visto que, já que, uma vez que, como, desde que;

comparativas: como, (tal) qual, assim como, (tanto) quanto, (mais ou menos +) que;

condicionais: se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que (= se não), a menos que;

consecutivas (conseqüência, resultado, efeito): que (precedido de tal, tanto, tão etc. - indicadores de intensidade), de modo que, de maneira que, de sorte que, de maneira que, sem que;

conformativas (conformidade, adequação): conforme, segundo, consoante, como;

concessiva: embora, conquanto, posto que, por muito que, se bem que, ainda que, mesmo que;

temporais: quando, enquanto, logo que, desde que, assim que, mal (= logo que), até que;

finais - a fim de que, para que, que;

proporcionais: à medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais (+ tanto menos);

integrantes - que, se.

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SINTAXE

FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO

Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para estabelecer comunicação. Expressa juízo, indica ação, estado ou fenômeno, transmite um apelo, ordem ou exterioriza emoções. Pode ou não ter VERBO. Ex: Socorro!

Fogo! Fomos ao teatro ontem.

Orações são as frases que possuem VERBO, mas podem ou não ter sentido completo. Ex: “Mariana cortou os cabelos”. “... por isso estou tão feliz!”

Quanto aos tipos de orações, elas podem ser classificadas a partir de seu sentido global:

interrogativas: o emissor da mensagem formula uma pergunta. / Que queres fazer? imperativas: o emissor da mensagem dá uma ordem ou faz um pedido. / Dê-me uma mãozinha!

Faça-o sair! exclamativas: o emissor exterioriza um estado afetivo. / Que dia difícil! declarativas: o emissor constata um fato. / Ele já chegou.

As orações são estruturadas por dois elementos essenciais: sujeito e predicado.

O sujeito é o termo que concorda com o verbo em número e pessoa. É o "ser de quem se declara algo", "o tema do que se vai comunicar".

O predicado é a parte da frase que contém "a informação nova para o ouvinte". Ele se refere ao tema, constituindo a declaração do que se atribui ao sujeito.

Quando o núcleo da declaração está no verbo, temos o predicado verbal. Mas, se o núcleo estiver num nome, teremos um predicado nominal.Quando a oração tem dois núcleos, um verbo e um nome, teremos o predicado verbo-nominal

Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres de opinião.A existência é frágil.A moça andava na rua assustada.

O período é constituído por uma ou mais orações, formando um todo, com sentido completo.

O período pode ser simples ou composto.

Período simples é aquele constituído por apenas uma oração, que recebe o nome de oração absoluta.

Chove muito hoje.A existência é frágil.Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres de opinião.Quero uma linda rosa.

Período composto é aquele constituído por duas ou mais orações:"Quando você foi embora, fez-se noite em meu viver."Cantei, dancei e depois dormi.

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TERMOS DA ORAÇÃO

Termos Essenciais

SujeitoPredicado

Termos Integrantes

Complemento NominalComplementos Verbais

objeto diretoobjeto indiretoagente da passiva

Predicativo do sujeitoPredicativo do objeto

Termos Acessórios

Adjunto AdnominalAdjunto Adverbial Aposto

Termo Independente Vocativo

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1.Termos essenciais da oração:

O SUJEITO e o PREDICADO são considerados termos essenciais da oração, ou seja, sujeito e predicado são termos indispensáveis para a formação das orações. No entanto, existem orações formadas exclusivamente pelo predicado. O que define, pois, a oração, é a presença do verbo.

O SUJEITO é o termo que estabelece concordância com o verbo.a) "Minha primeira lágrima caiu dentro dos teus olhos.";b) "Minhas primeiras lágrimas caíram dentro dos teus olhos".

Na primeira frase, o sujeito é minha primeira lágrima. Lágrima é, pois, a principal palavra do sujeito, sendo, por isso, denominada núcleo do sujeito. O núcleo do sujeito se relaciona com o verbo, estabelecendo a concordância.

A função do sujeito é basicamente desempenhada por substantivos, o que a torna uma função substantiva da oração. Pronomes substantivos, numerais e quaisquer outras palavras substantivadas (derivação imprópria) também podem exercer a função de sujeito.a) Ele já partiu;b) Os dois sumiram;c) Um sim é suave e sugestivo.

Os sujeitos são classificados a partir de dois elementos: o de determinação ou indeterminação e o de núcleo do sujeito.

Um sujeito é determinado quando é facilmente identificável pela concordância verbal. O sujeito determinado pode ser simples ou composto.

A indeterminação do sujeito ocorre quando não é possível identificar claramente a que se refere a concordância verbal. Isso ocorre quando não se pode ou não interessa indicar precisamente o sujeito de uma oração.a) Estão gritando seu nome lá fora;b) Trabalha-se demais neste lugar.

O sujeito simples é o sujeito determinado que possui um único núcleo. Esse vocábulo pode estar no singular ou no plural; pode também ser um pronome indefinido.a) Nós nos respeitamos mutuamente;b) A existência é frágil;c) Ninguém se move;d) O amar faz bem.

O sujeito composto é o sujeito determinado que possui mais de um núcleo.a) Alimentos e roupas andam caríssimos;b) Ela e eu nos respeitamos mutuamente;c) O amar e o odiar são tidos como duas faces da mesma moeda.

Além desses dois sujeitos determinados, é comum a referência ao sujeito oculto, isto é, ao núcleo do sujeito que está implícito e que pode ser reconhecido pela desinência verbal ou pelo contexto. Ex. Abolimos todas as regras.

O sujeito indeterminado surge quando não se quer ou não se pode identificar claramente a que o predicado da oração se refere. Existe uma referência imprecisa ao sujeito.

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Na língua portuguesa o sujeito pode ser indeterminado de duas maneiras:

a) com verbo na terceira pessoa do plural, desde que o sujeito não tenha sido identificado anteriormente:

a.1) Bateram à porta;a.2) Andam espalhando boatos a respeito da queda do ministro.

b) com o verbo na terceira pessoa do singular, acrescido do pronome se. Esta é uma construção típica dos verbos que não apresentam complemento direto:

b.1) Precisa-se de mentes criativas;b.2) Vivia-se bem naqueles tempos;b.3) Trata-se de casos delicados;b.4) Sempre se está sujeito a erros.

O pronome se funciona como índice de indeterminação do sujeito.

As orações sem sujeito, formadas apenas pelo predicado, articulam-se a partir de m verbo impessoal. A mensagem está centrada no processo verbal. Os principais casos de orações sem sujeito com:

a) os verbos que indicam fenômenos da natureza:

a.1) Amanheceu repentinamente;a.2) Está chuviscando.

b) os verbos estar, fazer, haver e ser, quando indicam fenômenos meteorológicos ou se relacionam ao tempo em geral:

b.1) Está tarde.b.2) Ainda é cedo.b.3) Já são três horas, preciso ir;b.4) Faz frio nesta época do ano;b.5) Há muitos anos aguardamos mudanças significativas;b.6) Faz anos que esperamos melhores condições de vida;b.7) Deve fazer meses que ele partiu.

c) o verbo haver, na indicação de existência ou acontecimento:

c.1) Havia bons motivos para nossa apreensão;c.2) Deve haver muitos interessados no seu trabalho;c.3) Houve alguns problemas durante o trabalho.

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O PREDICADO é o conjunto de enunciados que contém a informação nova para o ouvinte.

Nas orações sem sujeito, o predicado simplesmente enuncia um fato qualquer:

a) Chove muito nesta época do ano;b) Houve problemas na reunião.

Nas orações que surge o sujeito, o predicado é aquilo que se declara a respeito desse sujeito.

Com exceção do vocativo, que é um termo à parte, tudo o que difere do sujeito numa oração é o seu predicado.

a) Os homens (sujeito) pedem amor às mulheres (predicado);b) Passou-me (predicado) uma idéia estranha (sujeito) pelo pensamento (predicado).

Para o estudo do predicado, é necessário verificar se seu núcleo está num nome ou num verbo.

Deve-se considerar também se as palavras que formam o predicado referem-se apenas ao verbo ou também ao sujeito da oração.

Os homens sensíveis (sujeito) pedem amor sincero às mulheres de opinião.

O predicado acima apresenta apenas uma palavra que se refere ao sujeito: pedem. As demais palavras ligam-se direta ou indiretamente ao verbo.

A existência (sujeito) é frágil (predicado).

O nome frágil, por intermédio do verbo, refere-se ao sujeito da oração. O verbo atua como elemento de ligação entre o sujeito e a palavra a ele relacionada.

O predicado verbal é aquele que tem como núcleo significativo um verbo:

a) Chove muito nesta época do ano;b) Senti seu toque suave;

Os verbos acima são significativos, isto é, não servem apenas para indicar o estado do sujeito, mas indicam processos.

O predicado nominal é aquele que tem como núcleo significativo um nome; esse nome atribui uma qualidade ou estado ao sujeito, por isso é chamado de predicativo do sujeito.

Nos predicados nominais, o verbo não é significativo, isto é, não indica um processo. O verbo une o sujeito ao predicativo, indicando circunstâncias referentes ao estado do sujeito:

"Ele é senhor das suas mãos e das ferramentas."

A função de predicativo é exercida normalmente por um adjetivo ou substantivo.

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O predicado verbo-nominal é aquele que apresenta dois núcleos significativos: um verbo e um nome.

O verbo do predicado verbo-nominal é sempre significativo, indicando processos.

a) O dia amanheceu ensolarado;b) As mulheres julgam os homens inconstantes

Esse predicado poderia ser desdobrado em dois, um verbal e outro nominal:

a) O dia amanheceu;b) O dia estava ensolarado.

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2.Termos integrantes da oração:

Os COMPLEMENTOS VERBAIS (objeto direto e indireto) e o COMPLEMENTO NOMINAL são chamados termos integrantes da oração. E ainda os PREDICATIVOS DO SUJEITO e do OBJETO e o AGENTE DA PASSIVA.

Os COMPLEMENTOS VERBAIS integram o sentido do verbos transitivos, com eles formando unidades significativas. Esses verbos podem se relacionar com seus complementos diretamente, sem a presença de preposição ou indiretamente, por intermédio de preposição.

O objeto direto é o complemento que se liga diretamente ao verbo.

a) Os homens sensíveis pedem amor às mulheres de opinião;b) Os homens sinceros pedem-no às mulheres de opinião;c) Dou-lhes três.d) Buscamos incessantemente o Belo;e) Houve muita confusão na partida final.

O objeto direto preposicionado ocorre principalmente:

a) com nomes próprios de pessoas ou nomes comuns referentes a pessoas:a.1) Amar a Deus;a.2) Adorar a Xangô;a.3) Estimar aos pais.

b) com pronomes indefinidos de pessoa e pronomes de tratamento:b.1) Não excluo a ninguém;b.2) Não quero cansar a Vossa Senhoria.

c) para evitar ambigüidade:

Ao povo prejudica a crise. (sem preposição, a situação seria outra)

d) com pronomes oblíquos tônicos (preposição obrigatória):Nem ele entende a nós, nem nós a ele.

O objeto indireto é o complemento que se liga indiretamente ao verbo, ou seja, através de uma preposição.

a) Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres;b) Os homens pedem-lhes amor sincero;c) Gosto de música popular brasileira.

O termo que integra o sentido de um nome chama-se complemento nominal. Liga-se ao nome que completa por intermédio de preposição:

a) Desenvolvemos profundo respeito à arte;b) A arte é necessária à vida;c) Tenho-lhe profundo respeito.

Os principais Verbos de Ligação são ser, estar, ficar, permanecer, parecer, continuar, andar, tornar-se. O termo que o acompanha, qualificando ou caracterizando o sujeito recebe o nome de PREDICATIVO DO SUJEITO.

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Maria está sempre cansada.Você parece doente.

O PREDICATIVO DO OBJETO ocorre normalmente com o objeto direto. O único caso que ocorre com o objeto indireto é com o verbo chamar.

O diretor nomeou Júlia primeira bailarina.Os alunos consideraram a prova fácil.Como manter seu marido de boca fechada na hora da novelaEncontramos fechado o caminho.

Todos lhe chamavam ladrão.

AGENTE DA PASSIVA é o termo que, na voz passiva, pratica a ação verbal. Vem acompanhado da preposição por e, mais raramente, pela preposição de:

Agora a cidade estava cercada de inimigos.A carta foi entregue à moça pelo funcionário dos Correios.

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3.Termos acessórios da oração:

Os termos acessórios recebem esse nome por serem acidentais, explicativos, circunstanciais.

São termos acessórios o ADJUNTO ADVERBIAL, ADJUNTO ADNOMINAL e o APOSTO.

O adjunto adverbial é o termo da oração que indica uma circunstância do processo verbal, ou intensifica o sentido de um adjetivo, verbo ou advérbio. É uma função adverbial, pois cabe ao advérbio e às locuções adverbiais exercer o papel de adjunto adverbial.

Amanhã voltarei àquela velha praça.

As circunstâncias comumente expressas pelo adjunto adverbial são:

acréscimo: Além de tristeza, sentia profundo cansaço. afirmação: Sim, realmente irei partir. assunto: Falavam sobre futebol. causa: Morrer ou matar de fome, de raiva e de sede... companhia: Sempre contigo bailando sob as estrelas. concessão: Apesar de você, amanhã há de ser outro dia. conformidade: Fez tudo conforme o combinado. dúvida: Talvez nos deixem entrar. fim: Estudou para o exame. freqüência: Sempre aparecia por lá. instrumento: Fez o corte com a faca. intensidade: Corria bastante. limite: Andava atabalhoado do quarto à sala. lugar: Vou à cidade. matéria: Compunha-se de substâncias estranhas. meio: Viajarei de trem. modo: Foram recrutados a dedo. negação: Não há ninguém que mereça. preço: As casas estão sendo vendidas a preços exorbitantes. substituição ou troca: Abandonou suas convicções por privilégios econômicos. tempo: Ontem à tarde encontrou o velho amigo.

O adjunto adnominal é o termo acessório que determina, especifica ou explica um substantivo.

É uma função adjetiva, pois são os adjetivos e as locuções adjetivas que exercem o papel de adjunto adnominal na oração. Também atuam como adjuntos adnominais os artigos, os numerais e os pronomes adjetivos.

O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu amigo de infância.

O adjunto adnominal se liga diretamente ao substantivo a que se refere, sem participação do verbo.

Enquanto o complemento nominal relaciona-se a um substantivo, adjetivo ou advérbio; o adjunto nominal relaciona-se apenas ao substantivo.

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O aposto é um termo acessório que permite ampliar, explicar, desenvolver ou resumir a idéia contida num termo que exerça qualquer função sintática.

Ontem, segunda-feira, passei o dia mal-humorado.

Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tempo ontem.

O aposto pode ser classificado, de acordo com seu valor na oração, em:

a) explicativo: A lingüística, ciência das línguas humanas, permite-nos interpretar melhor nossa relação com o mundo.b) enumerativo: A vida humana se compõe de muitas coisas: amor, arte, ação.c) resumidor ou recapitulativo: Fantasias, suor e sonho, tudo isso forma o carnaval.d) comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, fixaram-se por muito tempo na baía anoitecida.

Além desses, há o aposto especificativo, que difere dos demais por não ser marcado por sinais de pontuação (dois-pontos ou vírgula).

A rua Augusta está muito longe do rio São Francisco.

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4.Termo Independente:

O VOCATIVO é um termo que serve para chamar, invocar ou interpelar um ouvinte real ou hipotético ou ainda trazer a pessoa com quem se fala para dentro do discurso.

A função de vocativo é substantiva, cabendo a substantivos, pronomes substantivos, numerais e palavras substantivadas esse papel na linguagem.

Maria,olha o fogo!Ontem, seu moço, ele nem veio aqui.Santo Deus, olha só o que você fez!

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PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO

O período composto por coordenação é formado por orações sintaticamente completas, ou seja, equivalentes.

Os homens investigam o mundo, descobrem suas riquezas e constroem suas sociedades competitivas.

O período acima é formado por três orações, no entanto essas orações são independentes e poderiam constituir orações absolutas, caracterizando o período composto por coordenação.

Quanto às orações coordenadas, elas estão divididas em assindéticas e sindéticas, sendo estas aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.

As orações coordenadas assindéticas são aquelas ligadas sem o uso da conjunção:

Um pé-de-vento cobria de poeira a folhagem das imburanas, sinhá Vitória catava piolhos no filho mais velho, Baleia descansava a cabeça na pedra de amolar.

Já as orações coordenadas sindéticas são aquelas ligadas por meio de conjunções:

Dormiu e sonhou.

As orações coordenadas sindéticas aditivas são ligadas por meio de conjunções aditivas. Ocorrem quando os fatos estão em seqüência simples, sem que acrescente outra idéia. As aditivas típicas são e e nem.

Discutimos as várias propostas e analisamos possíveis soluções.Não discutimos as várias propostas, nem (e não) analisamos quaisquer soluções.

As orações sindéticas aditivas podem também ser ligadas pelas locuções não só, mas (também), tanto ... como.Não só provocaram graves problemas, mas (também) abandonaram os projetos de reestruturação social do país.

As coordenadas sindéticas adversativas são introduzidas pelas conjunções adversativas. A segunda oração exprime contraste, oposição ou compensação em relação à anterior. As adversativas típicas são mas, porém, contudo, todavia, entanto, entretanto, e as locuções no entanto, não obstante, nada obstante.

Este mundo é redondo mas está ficando muito chato.O país é extremamente rico; o povo, porém, vive em profunda penúria.

Já as coordenadas sindéticas alternativas são introduzidas por conjunções alternativas, indicando pensamentos ou fatos que se alternam ou excluem. A conjunção alternativa típica é ou. Há também os pares ora... ora, já... já, quer... quer, seja... seja.

Diga agora ou cale-se para sempre.Ora atua com dedicação e seriedade, ora age de forma desleixada e relapsa.

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As coordenadas sindéticas conclusivas são introduzidas por conjunções conclusivas. Nesse caso, a segunda oração exprime conclusão ou conseqüência lógica da primeira. As conjunções e locuções típicas são logo, portanto, então, assim, por isso, por conseguinte, de modo que, em vista disso, pois (apenas quando não anteposta ao verbo).

Aquela substância é altamente tóxica, logo deve ser manuseada cautelosamente.A situação econômica é delicada; devemos, pois, agir cuidadosamente.

As coordenadas sindéticas explicativas são introduzidas por conjunções explicativas e exprimem o motivo, a justificativa de se ter feito a declaração anterior. As conjunções explicativas são que, porque e pois (anteposta ao verbo).

"Vem, que eu te quero fraco."Ele se mudou, pois seu apartamento está vazio.

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PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO:

O período composto por subordinação é aquele composto por uma oração principal e por orações subordinadas (aquelas que exercem função sintática em outra oração).

As orações subordinadas podem ser substantivas, adjetivas e adverbiais.

Quanto às formas, elas podem ser desenvolvidas (apresentam verbos numa das formas finitas [tempos do indicativo, subjuntivo, imperativo], apresentam normalmente conjunção e pronome relativo) e reduzidas (apresentam verbos numa das formas nominais [infinitivo, gerúndio, particípio] e não apresentam conjunções nem pronomes relativos mas podem apresentar preposição):

Eu sinto que existe em meu gesto o teu gesto.Eu sinto existir em meu gesto o teu gesto.

1.ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS

As orações subordinadas substantivas exercem funções substantivas no interior da oração principal de que fazem parte. Elas podem ser desenvolvidas ou reduzidas e são classificadas de acordo com suas seis funções: sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicativo do sujeito e aposto.

As subordinadas substantivas subjetivas são aquelas orações que exercem a função de sujeito do verbo da oração principal:

É preciso que haja alguma coisa de flor em tudo isso.É preciso haver alguma coisa de flor em tudo isso.

O verbo da oração principal sempre se apresenta na terceira pessoa do singular. E os verbos e expressões que apresentam essa oração como sujeito podem ser divididos em três grupos:

verbos de ligação mais predicativo (é bom, é claro, parece certo); verbos na voz passiva sintética ou analítica (sabe-se, conta-se, foi anunciado); verbos do tipo convir, cumprir, importar, ocorrer, acontecer, suceder, parecer, constar,

quando na terceira pessoa do singular.

As subordinadas substantivas objetivas diretas exercem a função de objeto direto do verbo da oração principal:

Juro que direi a verdade.Juro dizer a verdade.

Algumas objetivas diretas são introduzidas pela conjunção subordinativa integrante se e por pronomes interrogativos (onde, por que, como, quando, quando).Essas orações ocorrem em formas interrogativas diretas:

Desconheço se ele chegou.Desconheço quando ele chegou.

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Os verbos auxiliares causativos (deixar, mandar e fazer) e os auxiliares sensitivos (ver, sentir, ouvir e perceber) formam orações principais que apresentam objeto direto na forma de orações subordinadas substantivas reduzidas de infinitivo:

Deixe-me partilhar seus segredos.

As subordinadas substantivas objetivas indiretas exercem o papel de objeto indireto do verbo da oração principal:

Aspiramos a que a situação nacional melhore.Lembre-me de ajudá-lo em seus afazeres.

As subordinadas substantivas completivas nominais exercem papel de complemento nominal de um termo da oração principal:

Tenho a sensação de que estamos alcançando uma situação mais alentadora.

Já as subordinadas substantivas predicativas exercem o papel de predicativo do sujeito da oração principal:

Nossa constatação é que vida e morte são duas faces de uma mesma realidade.

As subordinadas substantivas apositivas exercem função de aposto de um termo da oração principal:

Só desejo uma coisa: que nossa situação melhore.

2.ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS

As orações subordinadas adjetivas exercem a função sintática de adjunto adnominal de um termo da oração principal, sendo introduzida por pronome relativo (que, qual/s, como, quanto/a/s, cujo/a/s, onde). Estes pronomes relativos podem ser precedidos de preposição.

As subordinadas adjetivas dividem-se em restritivas e explicativas.

As restritivas restringem o sentido da oração principal, sendo indispensáveis. Apresentam sentido particularizante do antecedente.

O professor castigava os alunos que se comportavam mal.

As explicativas tem a função de explicar o sentido da oração principal, sendo dispensável. Apresentam sentido universalizante do antecedente.Grande Sertão: Veredas, que foi publicado em 1956, causou muito impacto.

Geralmente, as orações explicativas vêm separadas da oração principal por vírgulas ou travessões.

Os pronomes relativos que introduzem as orações subordinadas adjetivas desempenham funções sintáticas. Para esse tipo de análise, deve-se substituir o pronome relativo por seu antecedente e proceder a análise como se fosse um período simples.

O homem, que é um ser racional, aprende com seus erros - sujeitoOs trabalhos que faço me dão prazer - objeto diretoOs filmes a que nos referimos são italianos - objeto indireto

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O homem rico que ele era hoje passa por dificuldades - predicativo do sujeitoO filme a que fizeram referência foi premiado - complemento nominalO bandido por quem fomos atacados fugiu - agente da passiva

A escola onde estudamos foi demolida - adjunto adverbial

Cujo sempre funciona como adjunto adnominal; onde como adjunto adverbial de lugar e como será adjunto adverbial de modo.

3.ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS

As orações subordinadas adverbiais correspondem sintaticamente aos adjuntos adverbiais, sendo introduzidas por conjunções subordinativas adverbiais. A ordem direta do período é oração principal + oração subordinada adverbial, entretanto muitas vezes a oração adverbial vem antes da oração principal.

As orações subordinadas adverbiais podem ser do tipo:

Causal, fator determinante do acontecimento relatado na oração principal. (Saí apressado, porque estava atrasado)As principais conjunções são: porque, porquanto, desde que, já que, visto que, uma vez que, como, que...A oração causal introduzida por como fica obrigatoriamente antes da principal.

Consecutiva, resultado ou efeito da ação manifesta na oração principal. (Saímos tão distraídos, que esquecemos os ingressos)As principais conjunções são: que (precedido de tão, tal, tanto, tamanho), de maneira que, de forma que...

Comparativa, comparação com o que aparece expresso na oração principal, buscando entre elas semelhanças ou diferenças. Pode aparecer com o verbo elíptico. (Naquele lugar chovia, como chove em Belém)As principais conjunções são: assim como, tal qual, que, do que, como, quanto...

Condicional, circunstância da qual depende a realização do fato expresso na oração principal. (Sairei, se você der autorização)As principais conjunções são: se (= caso), caso, contanto que, dado que, desde que, uma vez que, a menos que, sem que, salvo se, exceto se...

Conformativa, idéia de adequação, de não contradição com o fato relatado na oração principal. (Saímos na hora, conforme havíamos combinado)As principais conjunções são: conforme, como, segundo, consoante...

Concessiva, admissão de uma circunstância ou idéia contrária, a qual não impede a realização do fato manifesto na oração principal. (Saímos cedo, embora o espetáculo fosse mais tarde). As principais conjunções: embora, ainda que, se bem que, mesmo que, apesar de que, conquanto, sem que... As conjunções concessivas sempre aparecem com verbo no subjuntivo.

Temporal, circunstância de tempo em que ocorreu o fato relatado na oração principal. (Saímos de casa, assim que amanheceu)As principais conjunções são: quando, assim que, logo que, tão logo, enquanto, mal, sempre que...

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Final, objetivo ou destinação do fato relatado na oração principal. (Fomos embora, para que não houvesse confusão)As principais conjunções são: para que, para, a fim de que, com a finalidade de...

Proporcional, relação existente entre dois elementos, de modo que qualquer alteração em um deles implique alteração também no outro. (Os alunos saíram, à medida que terminavam a prova)As principais conjunções são: à medida que, à proporção que, enquanto, ao passo que, quanto...

Uma oração pode ser subordinada a uma principal e, ao mesmo tempo, principal em relação a outra (ele age / como você / para estar em evidência)

As subordinadas reduzidas apresentam duas características básicas: não é introduzida por conectivos, mas equivale a uma oração desenvolvida; apresenta verbo numa das três formas nominais.

Não é a falta de conectivo que determina a existência de uma oração reduzida, e sim a forma nominal do verbo. Classificam-se em reduzida de particípio, gerúndio ou infinitivo, em função da forma verbal que apresentam.

As reduzidas de infinitivo podem vir ou não precedidas de preposição e, geralmente, são substantivas ou adverbiais, raramente adjetivas. As orações adverbiais, em geral, vêm precedidas de preposição. Entretanto, as proporcionais e as comparativas são sempre desenvolvidas.

Algumas orações reduzidas de infinitivo merecem atenção: vem depois dos verbos deixar, mandar, fazer, ver, ouvir, olhar, sentir e outros verbos causativos e sensitivos. Deixei-os fugir (= que eles fugissem) - orações subordinada substantiva objetiva direta. Este é o único caso em que o pronome oblíquo exerce função sintática de sujeito (caso de sujeito de infinitivo).

As reduzidas de gerúndio, geralmente adverbial, raramente adjetiva e coordenada aditiva. A maioria das adverbiais são temporais. Não há consecutiva, comparativa e final reduzida de gerúndio.

Segundo Rocha Lima, as orações subordinadas adverbiais modais só aparecem sob a forma reduzida de gerúndio, uma vez que não existem conj. modais. (A disciplina não se aprende na fantasia, sonhando ou estudando)

A reduzida de particípio são geralmente adjetivas ou adverbiais, sendo mais comuns as temporais. (Estando em Roma, não visitei o Papa).

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SEMÂNTICA

Semântica é o estudo do sentido das palavras de uma língua. Na língua portuguesa, o significado das palavras leva em consideração:

Sinonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados iguais ou semelhantes, ou seja, os sinônimos: Exemplos: Cômico - engraçado / Débil - fraco, frágil / Distante - afastado, remoto.

Antonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados diferentes, contrários, isto é, os antônimos: Exemplos: Economizar - gastar / Bem - mal / Bom - ruim.

Homonímia: É a relação entre duas ou mais palavras que, apesar de possuírem significados diferentes, possuem a mesma estrutura fonológica, ou seja, os homônimos:

As homônimas podem ser:

Homógrafas: palavras iguais na escrita e diferentes na pronúncia. Exemplos: gosto (substantivo) - gosto / (1ª pessoa singular presente indicativo do verbo gostar) / conserto (substantivo) - conserto (1ª pessoa singular presente indicativo do verbo consertar);

Homófonas: palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita. Exemplos: cela (substantivo) - sela (verbo) / cessão (substantivo) - sessão (substantivo) / cerrar (verbo) - serrar ( verbo);

Perfeitas: palavras iguais na pronúncia e na escrita. Exemplos: cura (verbo) - cura (substantivo) / verão (verbo) - verão (substantivo) / cedo (verbo) - cedo (advérbio);

Paronímia: É a relação que se estabelece entre duas ou mais palavras que possuem significados diferentes, mas são muito parecidas na pronúncia e na escrita, isto é, os parônimos: Exemplos: cavaleiro - cavalheiro / absolver - absorver / comprimento - cumprimento/ aura (atmosfera) - áurea (dourada)/ conjectura (suposição) - conjuntura (situação decorrente dos acontecimentos)/ descriminar (desculpabilizar - discriminar (diferenciar)/ desfolhar (tirar ou perder as folhas) - folhear (passar as folhas de uma publicação)/ despercebido (não notado) - desapercebido (desacautelado)/ geminada (duplicada) - germinada (que germinou)/ mugir (soltar mugidos) - mungir (ordenhar)/ percursor (que percorre) - precursor (que antecipa os outros)/ sobrescrever (endereçar) - subscrever (aprovar, assinar)/ veicular (transmitir) - vincular (ligar) / descrição - discrição / onicolor - unicolor.

Polissemia: É a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar vários significados. Exemplos: Ele ocupa um alto posto na empresa. / Abasteci meu carro no posto da esquina. / Os convites eram de graça. / Os fiéis agradecem a graça recebida.

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DIFERENCIAÇÃO MORFOLÓGICA:

Algumas palavras podem apresentar classes diferentes em função do contexto. Seguem, abaixo, algumas palavras e suas características para diferenciação.

A (artigo definido, antes de um substantivo, concordando com ele, exemplo: A saudade dói / pronome demonstrativo, antes do pronome relativo QUE ou da preposição DE, sendo substituível por AQUELA, exemplo: Esta é a casa a que estimo. - Comprei uma boa roupa, mas a de Maria é melhor. / Antes do pronome relativo QUE o A também pode ser preposição, mas não será substituível por AQUELA. / pronome pessoal oblíquo, junto a um verbo e corresponde a ela, exemplo: Amo-a / preposição essencial, pode ser trocado por outra preposição como forma de teste e não equivale a o no masculino, exemplo: Embarcação a remo - Estou a vender / substantivo comum, quando representa a letra do alfabeto, exemplo: Este a é pequenininho. / numeral ordinal, quando corresponde a primeiro em uma enumeração, exemplo: Capítulo a.);

Aí (advérbio de lugar, quando quer dizer nesse lugar, exemplo: Deixa o livro aí. / advérbio de tempo, quando quer dizer nessa ocasião, exemplo: Chegou a noiva; aí lhe atiraram flores. / palavra ou partícula de realce, exemplo: Aí pelas 11 horas vieram as crianças.);

Algo (advérbio de intensidade, quando quer dizer um tanto, exemplo: Ela é algo modesta. / pronome indefinido, quando quer dizer alguma coisa, exemplo: Ela sabia algo dessa menina.);

Atrás (advérbio de lugar, exemplo: Nós caminhamos atrás. / palavra expletiva, exemplo: Há anos atrás as coisas não eram assim.);

Bastante (adjetivo, exemplo: Isso era bastante. / pronome adjetivo indefinido, exemplo: Comprei bastantes roupas. / advérbio de intensidade (invariável), exemplo: Eram bastante ricos.);

Bem (advérbio de intensidade, quando corresponde a muito, exemplo: Joana é bem inteligente. / advérbio de modo, exemplo: Esmeralda fala bem. / substantivo comum, exemplo: Meu bem está longe. / interjeição, exemplo: Bem! Ainda assim estou certa.);

Certo (adjetivo quando determinando um substantivo e com significado de verdadeiro - exemplo: É um homem certo. / pronome adjetivo indefinido antes de um substantivo, concordando com ele - exemplo: Vi certo livro. / advérbio de afirmação quando quer dizer certamente - exemplo: Certo, não queres brincar.);

Como (advérbio interrogativo de modo em perguntas diretas e indiretas - exemplo: Como estás, menina?, Não sei como consegui este resultado. / advérbio de intensidade quando se pode mudar para quanto ou quão - exemplo: Como brilham teus cabelos. / conjunção subordinativa comparativa quando vindo no segundo termo de uma comparação - exemplo: Era tão vermelho como sangue. / conjunção subordinativa conformativa equivalente a conforme - exemplo: Era trabalhador, como disse o patrão / conjunção subordinativa causal - exemplo: Como tivesse chovido muito, a terra estava molhada. / advérbio interrogativo de quantidade quando no início de uma frase interrogativa, precedido de preposição - exemplo: A como vende o chá? / substantivo próprio quando significando divindade mitológica ou nome de lugar - exemplo: Como presidia às festas noturnas. Como é a terra natal de meus ancestrais. / verbo comer - exemplo: Como muito bem / preposição acidental quando quer dizer na qualidade de - exemplo: Como deputado tenho direito de falar / palavra explicativa - exemplo: O estabelecimento vende muitos objetos, como: portas, janelas, piso.

Diferente (adjetivo - exemplo: São de cores diferentes. / pronome adjetivo indefinido - exemplo: Diferentes cores ele tem.

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Certo, vários e diversos, modificando substantivo, têm as mesmas classificações, conforme venham antes ou depois do substantivo a que se referem.

E (conjunção coordenativa aditiva - exemplo: Ele e ela chegaram. / conjunção coordenativa adversativa quando equivale a mas - exemplo: Fala, e não faz. / numeral ordinal quando corresponde a quinto em uma enumeração - exemplo: capítulo e.

Logo (advérbio de tempo equivalente a imediatamente ou daqui a pouco - exemplo: Vou logo. / conjunção coordenativa conclusiva quando quer dizer portanto - exemplo: Ela estuda muito, logo aprende.

Mais (pronome adjetivo indefinido antes de substantivo - exemplo: Vendi mais livros / pronome substantivo indefinido quando quer dizer mais coisa - exemplo: É pouco, quero mais. / palavra de adição que pode ser mudada para e - exemplo: João mais Maria brincam juntos. / advérbio de intensidade quando modifica adjetivo, verbo ou outro advérbio - exemplo: Ele estava mais alto. Parecia mais recordar do que aprender. / advérbio de tempo - exemplo: Saudades que os anos não trazem mais. / substantivo comum quando vem com artigo determinando-o - exemplo: Os mais não vieram.

Meio (advérbio de intensidade equivalente a um pouco - exemplo: Ela está meio triste hoje. / numeral fracionário significando metade de uma divisão - exemplo: Comprei meio cento de laranjas. / substantivo comum - exemplo: Estamos buscando outro meio de resolver o problema.

Melhor (advérbio de modo no grau comparativo de superioridade querendo dizer mais bem - exemplo: Este rapaz canta melhor. / adjetivo no grau comparativo de superioridade querendo dizer mais bom - exemplo: O vinho é melhor que a uva. / substantivo comum - exemplo: O melhor do negócio é o segredo.

Menos (pronome adjetivo indefinido acompanhando um substantivo - exemplo: Tenho menos revistas. / pronome substantivo indefinido quando quer dizer menos coisa - exemplo: Tenho menos do que ele. / advérbio de intensidade junto a um verbo ou a um adjetivo, modificando-o - exemplo: Passeia menos e sê menos gastador. / preposição acidental quando quer dizer exceto - exemplo: Todos brincam menos ela.

Mesmo (pronome adjetivo demonstrativo quando designa identidade, equivale a em pessoa, próprio - exemplo: Estivemos na mesma casa. Era Cristo a mesma inocência. / substantivo comum precedido de artigo definido, quer dizer a mesma coisa - exemplo: Façam o mesmo que eu fiz. / palavra de inclusão quando vale até - exemplo: Mesmo o pai caiu neste erro. / advérbio de afirmação equivalendo a realmente - exemplo: Canta mesmo como um passarinho. / palavra de concessão correspondente a ainda que - exemplo: Mesmo doente sairei.

Muito (pronome adjetivo indefinido que acompanha um substantivo concordando com ele - exemplo: Muito trabalho me cansa. / pronome substantivo indefinido quando quer dizer muita coisa - exemplo: Muito se faz nesta casa. / advérbio de intensidade quando modifica verbo, adjetivo ou advérbio - exemplo: Ele é muito inteligente.

Na (contração da preposição em com o artigo a - exemplo: na rua da amargura. / contração da preposição em com o pronome demonstrativo a - exemplo: Estou em minha casa e você na que ele vendeu. / pronome pessoal oblíquo a depois de verbo terminado em vogal ou ditongo nasal - exemplo: Viram-na todos.

O (artigo definido quando vem antes de substantivo, determinando-o - exemplo: O homem e o cantar. / pronome demonstrativo antes do pronome relativo que, da preposição de ou junto a um verbo, sendo substituível por aquele/aquilo/isso - exemplo: Ela era bonita e sabia que o era. O que eu disse. / pronome pessoal oblíquo quando vem junto a um verbo e corresponde a ele -

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exemplo: O patrão estima-o. / substantivo comum quando representa a letra do alfabeto - exemplo: Este o está torto.

Pior (advérbio de modo no grau comparativo de superioridade querendo dizer mais mal - exemplo: Este autor escreve pior do que eu. / adjetivo no grau comparativo de superioridade querendo dizer mais mau - exemplo: Antônio é pior que Paulo.

Pois (conjunção subordinativa causal relacionada a uma oração principal - exemplo: Não vi nada, pois estava dormindo. / conjunção coordenativa explicativa, quando pensamento em seqüência justificativa, anteposta ao verbo da oração que participa - exemplo: Cedo se arrependerá, pois é o que acontece aos desavisados. / conjunção coordenativa conclusiva posposta ao verbo e equivalente a portanto - exemplo: mande os livros, pois, pelo portador. / palavra de situação quando traduz um sentimento - exemplo: Pois vá saindo daqui logo! / palavra de realce seguida de sim ou não - exemplo: Pois sim que você vai sair.

Porque (conjunção subordinativa causal relacionando causa da oração principal - exemplo: Não veio porque não quis. / conjunção coordenativa explicativa, quando a segunda frase explica a razão de ser da primeira - exemplo: Isso não é razão, porque , afinal de contas, os negócios têm ido bem. / conjunção subordinativa final equivalente a para que - exemplo: Não veio porque lhe acontecesse alguma desgraça. / advérbio interrogativo de causa em perguntas diretas e indiretas - exemplo: Por que vieste tarde?, Perguntei-te por que não falaste nada. No fim de frase ou de período interrogativo, escreve-se por quê. Preposição por e pronome relativo que, quando substitui-se o pronome relativo por o qual (a/s) - exemplo: Não conheço o caminho por que devo passar (= caminho pelo qual...) / substantivo comum - exemplo: Ele deve me dizer o porquê de tanta confusão.

Pouco (pronome adjetivo indefinido quando acompanha um substantivo - exemplo: Ele teve pouco trabalho hoje. / pronome substantivo indefinido quando significa pouca coisa - exemplo: Pouco não quero. / advérbio de intensidade - exemplo: Ele sempre fala pouco. Ele é pouco inteligente.

Próprio (adjetivo significando peculiar, privativo, adequado, digno - exemplo: Essa atitude não é própria de alguém de sua importância. / pronome adjetivo possessivo - exemplo: Moro em casa própria. / pronome adjetivo demonstrativo equivalente a mesmo (a/s) - exemplo: Ele cortou a si próprio com a faca. / substantivo comum - exemplo: O senhor é o próprio?

Se (pronome pessoal oblíquo reflexivo referente ao sujeito do verbo, equivalente a si mesmo, a si próprio - exemplo: O menino feriu-se. / Também pode ter valor de reciprocidade, se puder ser substituído por a sim mesmos (as) a si próprios (as) - Eles cortaram-se. / pronome apassivador quando a ação recai sobre o sujeito paciente na voz passiva sintética - exemplo: Rasgou-se a carta (= A carta foi rasgada). / conjunção subordinativa integrante responsável por introduzir orações substantivas que completam sintaticamente a oração principal - exemplo: Não sei se choverá. / conjunção subordinativa condicional equivalente a caso - exemplo: Se saíres agora, verás onde ele está. / palavra de realce que pode ser retirada da frase sem prejuízo - exemplo: Foram-se embora os convidados.);

Segundo (numeral ordinal, exemplo: Fevereiro é o segundo mês do ano. / substantivo comum, indica fração de hora (tempo), exemplo: Gastou um segundo para resolver a questão. / conjunção subordinativa conformativa, equivale a conforme, exemplo: Segundo fui informado, ele não virá);

Todo (pronome adjetivo indefinido, quando se pode mudar para cada, qualquer, exemplo: Todo homem deve trabalhar. / adjetivo, equivalente a inteiro, exemplo: O campo todo queimou-se. / substantivo comum, exemplo: O todo é maior do que qualquer parte. / advérbio de modo, quando quer dizer completamente, exemplo: Ele estava todo zangado.).

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REGÊNCIA NOMINAL

Há substantivos, adjetivos ou advérbios que exigem a presença de determinada preposição para que o seu sentido se complete na oração.

Essa relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome, através das preposições, recebe o nome de Regência Nominal.Veja alguns exemplos:Temos amor ao trabalho. (O complemento nominal ao trabalho completa o sentido do substantivo amor e é iniciado pela preposição a.)Tive desejos de glória. (O complemento nominal de glória completa o sentido do substantivo desejos e é iniciado pela preposição de.)Sou capaz desse ato. (O complemento nominal desse ato completa o sentido do adjetivo capaz e é iniciado pela preposição de.)

Abrigado de; aceito a; acessível a; acostumado a, com; adaptado a, para; adequado a; admiração a, por; afável com, para, para com; afeição a, por; afeiçoado a, por; aflito em, para, por, com; agradável a, de, para; alheio a, de; aliado a, com; alienado a, de; alternativa a, para; alusão a; amante de; ambicioso de; amigo de; amizade a, com, por; amor a, por; amoroso com, para com; analogia com, entre; análogo a; ansioso de, para, por; anterior a; antipatia a, contra, por; apaixonado de, por; aparentado com; apto a, para; atencioso com, para, para com; atentado a, contra; atentatório a, de; atento a, em; avaro de; aversão a, para, por; avesso a; ávido de, por.

Bacharel em; baseado em, sobre; bastante a, para; benéfico a; benevolência com, em, para, para com; boato de, sobre; bom de, para; bordado a, com, de; briga com, entre, por; brinde a; busca a, de, por.

Capacidade de, para; capaz de, para; caritativo com, de, para com; caro a; cego a; certo de; cheio de; cheiro a, de; circunvizinho de; cobiçoso de; coerente com; comemorativo de; compaixão de, para com, por; compatível com; compreensível a; comum a, de; condizente com; confiante em; conforme a, com; consciente de; cônscio de; constante de, em; constituído com, de, por; contemporâneo a, de; contente com, de, por, em; contíguo a; contraditório com; contrário a; convênio entre; cruel com, para, para com; cuidadoso com; cúmplice em; curioso de, para, por.

Dedicado a; depressivo de; deputado a, por; desatento a; descontente com; desejoso de; desfavorável a; desgostoso com, de; desleal a; desprezo a, se, por; desrespeito a, contra; devoção a, para com, por; devoto a, de; diferente de; difícil de; digno de; diligente em, para; disposto a; ditoso com; diverso de; doce a; dócil a; doente de; domiciliado em; dotado de; doutor em; duro de; dúvida acerca de, de, em, sobre.

Empenho de, em, por; êmulo de; encarregado de; estendido em; equivalente a; erudito em; escasso de; essencial a, para; estéril de; estranho a; estreito de; exato em.

Fácil a, de, para; falho de, em; falta a, com, para; falto de; fanático por; farto em; favorável a; fecundo em; feliz com, de, em, por; fértil de, em; fiel a; firme em; forte de, em; fraco de, em, para com; frouxo de; furioso com, de.

Generoso com; gordo de; gosto por; gostoso a; grande de; grato a, por; gravoso a; grosso de; guerra a, com, contra, entre.

Hábil em, para; habilidade de, em, para; habilitado a, em, para; habituado a; harmonia com, entre; hino a; homenagem a; hora de, para; horror a; horrorizado com, de, por, sobre; hostil a, para, para com.

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Ida a; idêntico a; idôneo para; imbuído de, em; imediato a; impaciência com; impaciente com; impenetrável a; impossibilidade de; impossível de; impotente contra, para; impróprio para; imune a, de; inábil para; inacessível a; incansável em; incapaz de, para; incerto de, em; incessante em; inclinação a, para, por; incompatível com; incompreensível a; inconseqüente com; inconstante em; incrível a, para; indeciso em; independente de, em; indiferente a; indigno de; indócil a; indulgente com, para com; inerente a; inexorável a; infatigável em; inferior a, se; infiel a; inflexível a; influência sobre; ingrato com, para com; inimigo de; inocente de; insaciável de; insensível a; inseparável de; insípido a; interesse em, por; intolerância a, contra, em, para, para com; intolerante com, para com; inútil a, para; isento de. Jeito de, para; jeitoso para; jejuno em; jogo com, contra, entre; jubilado em; juízo sobre; julgamento de, sobre; junto a, de; juramento a, de; justificativa de, para.

Leal a; lento em; liberal com; ligeiro de; limitado a, com, em; limpo de; livre de; longínquo de; louco de, com, para, por.

Maior de; manco de; manifestação a favor de, contra, de; manso de; mau com, para com; mediano de, em; medo a, de; menor de; misericordioso com, para, para com; molesto a; morador em; moreno de.

Nascido de, em, para; natural a, de, para; necessário a, para; necessitado de; negligente em; negociado com; nivelado a, com, por; nobre de, em, por; noção de, sobre; nocivo a; nojo a, de; notável em, por; núpcias com.

Obediente a; oblíquo a; obrigação de; obsequioso com; ódio a, contra, de, para com; odioso a, para; ojeriza a, contra, por; oneroso a; oposto a; orgulhoso com, de, para com.

Pálido de; paralelo a; parco de, em; parecido a, com; pasmado de; passível de; peculiar a; pendente de; perito em; permissivo a; pernicioso a; perpendicular a; pertinaz em; pesado a; piedade com, de, para, por; pobre de; poderoso para, em; possível de; possuído de; posterior a; prático em; preferível a; prejudicial a; preocupação com, de, em, para, para com, por, sobre; preocupado com, de, em, para com, por, prestes a, para; presto a, para; primeiro a, de, dentre, em; pródigo de, em; proeminência de, sobre; pronto a, em, para; propenso a, para; propício a; proporcionado a, com; próprio de, para; protesto a, contra, de; proveitoso a; próximo a, de.

Qualificado de, para, por; queimado de, por; queixa a, contra, de, sobre; querido de, por; questionado sobre; quite com, de.

Rebelde a; relacionado com; relativo a; rente a, com, de; residente em; respeito a, com, de, para, para com, por; responsável por; rico de, em; rígido de; rijo de.

Sábio em; são de; satisfeito com, de, em, por; seco de; sedento de, por; seguido a, de, por; seguro de, em; semelhante a; senador por; sensível a; serviço em; severo com, em, para com; Simpatia a, para com, por; sito em; situado a, em, entre; soberbo com, de; sóbrio de, em; sofrido em; solícito com; solidário com; solto de; sujo de; superior a; surdo a, de; suspeito a, de.

Tachado de; talentoso em, para; tardo a, em; tarjado de; taxado em; tédio a, de, por; temente a, de; temerário em; temeroso de; temido de, por; temível a; temperado com, de, em, por; tenaz em; tendência a, de, para; teoria de, sobre; terminado em, por; terno de; terror de, por, sobre; testemunha de; tinto de, em; traidor a, de; transido de; trespassado de; triste com, de.

Último a, de, em; ultraje a; unânime em; união a, com, entre; único a, em, entre, sobre; unido a, a favor de, contra, entre; unificado em; useiro em; útil a, para; utilidade em, para; utilizado em, para.

Vacina contra; vaga de, para; vaia a, contra, em; vaidade de, em; vaidoso de; valioso a, para; valor em, para; vantagem a, de, em, para, sobre; vantajoso a, para; vassalagem a; vazado em;

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vazio de; vedado a; veleidade de; venda a, de, para; vendido a; veneração a, de, para com, por; verdade sobre; vereador a, por; vergonha de, para; versado em; versão para, sobre; vestido com, de, em; veterano em; vexado com, de, por; viciado em; vidrado em; vinculado a, com, entre; visível a; vital a, para; viúvo de; vizinhança com, de; vizinho a, com, de; vocação a, de, para; voltado a, contra, para, sobre; vontade de, para; vulnerável a.

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REGÊNCIA VERBAL

Na maioria dos casos, as palavras de uma oração são interdependentes, isto é, relacionam-se entre si para formar um todo significativo.

Regência, então, é a relação necessária que se estabelece entre duas palavras, uma das quais serve de complemento à outra. A palavra dependente denomina-se regida, e o termo a que ela se subordina, regente.

A regência verbal é a relação existente entre os verbos e os termos que o completam (objetos e adjuntos).

Quanto ao complemento, os verbos podem ser transitivos ou intransitivos.

Se a ação passa ou transita do sujeito a um objeto, dizemos que o verbo é transitivo, podendo ser direto (sem uso de preposição) ou indireto (com preposição).

Se a ação ou estado não transita do sujeito a nenhum objeto, tendo sentido completo, o verbo é intransitivo.

1.Verbos Transitivos Diretos

Os verbos transitivos diretos são complementados por objetos diretos, ou seja, não exigem preposição para o estabelecimento da relação de regência.

Eles admitem também como objeto direto os pronomes o, a, os, as. Esses pronomes podem assumir as formas lo, los, la, las (após formas verbais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, nos, na, nas (após formas verbais terminadas em sons nasais). Veja alguns exemplos de verbos Transitivos Diretos:

Abandonar; Abençoar; Aborrecer; Abraçar; Acompanhar; Acusar; Admirar; Adorar; Alegrar; Ameaçar; Amolar; Amparar; Auxiliar; Castigar; Condenar; Conhecer; Conservar; Convidar; Defender; Eleger; Estimar; Humilhar; Namorar; Ouvir; Prejudicar; Prezar; Proteger; Respeitar; Socorrer; Suportar; Ver; Visitar

2.Verbos Transitivos Indiretos

Os verbos transitivos indiretos são complementados por objetos indiretos, ou seja, exigem uma preposição para o estabelecimento da relação de regência.

Eles admitem como objeto indireto os pronomes lhe, lhes para substituir pessoas, principalmente com os verbos que exigem a preposição a.

Antipatizar e simpatizar, que têm complemento introduzido pela preposição com:Antipatizo com aquela pessoa.Simpatizo com todos que lutam por uma causa nobre.Obs.: Esses verbos não são pronominais. Não se deve dizer, portanto "antipatizei-me com ela" ou "simpatizei-me com ela".

Obedecer e desobedecer, que têm complemento introduzido pela preposição a:Obedeço ao meu pai.As pessoas desobedecem aos mais velhos.

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Consistir, que tem complemento introduzido pela preposição em:A felicidade consiste em preparar o futuro pensando no presente.

Dignar-se, pronominal, que no padrão culto rege a preposição de:Maria não se dignou de olhar-me nos olhos.Ela ao menos se dignou de responder-me.

Responder, que tem complemento introduzido pela preposição a:Respondi a todos que estavam sentados.O acusado responderá a inquérito.

3.Verbos Indiferentemente Transitivos Diretos e Indiretos

Alguns verbos podem ser usados tanto como transitivos diretos ou transitivos indiretos, sem que haja alteração de sentido. Eis alguns:

Abdicar (de); Atender (a); Desdenhar (de); Presidir (a); Acreditar (em); Atentar (em, para); Gozar (de); Renunciar (a); Almejar (por); Cogitar (de, em); Necessitar (de); Satisfazer (a); Ansiar (por); Consentir (em); Preceder (a); Versar (sobre); Anteceder (a); Deparar (com); Precisar (de);

Os verbos esquecer e lembrar também podem ser usados como transitivos diretos ou transitivos indiretos.

É importante destacar que quando transitivos indiretos, esses verbos são pronominais. Veja as formas corretas de usá-los:

Esqueci o caderno / Esqueci-me do caderno.Não esqueça os colegas / Não se esqueça dos colegas.Não esquecemos suas frases / Não nos esquecemos de suas frases.Não lembro nada / Não me lembro de nada.Lembre que nada acontece por acaso. / Lembre-se de que nada acontece por acaso.

4.Verbos Bi-transitivos ou Transitivos Diretos e Indiretos

Os verbos transitivos diretos e indiretos exigem dois complementos, um sem preposição (objeto direto) e outro com (objeto indireto). Veja alguns exemplos:

Agradecer, Perdoar e Pagar, que possuem objeto direto (coisa) e indireto (pessoa):Agradeço aos fiéis a paciência. Deus ensina que é preciso perdoar o pecado ao pecador. Paguei o dinheiro ao cobrador. O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito tomando alguns cuidados:Agradeci o presente / Agradeci-o Agradeço a você / Agradeço-lhe Perdoe a ofensa / Perdoei-a Perdoei ao agressor / Perdoei-lhe Paguei minhas contas / Paguei-as Paguei aos meus credores / Paguei-lhes

Obs.: É importante notar que, com esses verbos (Agradecer, Perdoar e Pagar), a pessoa costuma aparecer como objeto indireto, mesmo que na frase não haja objeto direto.

O escritório não paga aos funcionários desde abril.Já perdoei aos que me difamaram.Agradeço aos alunos que acreditaram em mim.

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Informar, que apresenta objeto direto (coisa) e objeto indireto (pessoa), ou vice-versa:Informe os novos produtos aos fornecedores.Informe os fornecedores dos novos produtos. (ou: sobre os novos produtos).

Obs.: A mesma regência de Informar, cabe aos verbos:Avisar, Certificar, Notificar, Cientificar, Prevenir.

Preferir, que na língua culta deve apresentar objeto indireto regido pela preposição a:

Prefiro carro a ônibus. Pessoas civilizadas preferem democracia à ditadura.

5.Verbos com mais de uma regência sem alteração de sentido

Existem alguns verbos que admitem mais de uma regência sem mudar de sentido:

Medite em sua vida. / Meditar sobre sua vida. A noite antecede o dia. / A noite antecede ao dia. O trovão precedeu a chuva. / O trovão precedeu à chuva. Maria não tarda a chegar. / Maria não tarda em chegar. Desfrutemos os bens da vida. / Desfrutemos dos bens da vida. Cumpriremos o nosso dever. / Cumpriremos com o nosso dever. Esforcei-me por não contrariá-lo. / Esforcei-me para não contrariá-lo.

6.Verbos com mais de uma regência com significados diferentes

Existem outros verbos que possuem seu sentido definido de acordo com a regência, como aspirar, assistir, olhar e precisar, e vários outros. Veja alguns exemplos:

Aspirar o ar de montanha. (= sorver, respirar)Aspirar a um alto cargo. (= desejar, pretender)Pedro assistiu ao jogo. (= presenciar, ver)O médico assistiu o doente. (= prestar assistência, ajudar)Olhe para ele. (= fixar o olhar)Olhe por ele. (= cuidar, interessar-se)Ela não precisou a quantia. (= informar com exatidão)Ela não precisou da quantia. (= necessitar)

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CONCORDÂNCIA – verbal e nominal

Concordância Verbal:

Ocorre quando o verbo se flexiona para concordar com o seu sujeito.Ex.: Ele gostava daquele seu jeito carinhoso de ser./ Eles gostavam daquele seu jeito carinhoso de ser.

Casos de concordância verbal:

Sujeito simples

Regra geral: o verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa.

Ex.: Nós vamos ao cinema.

O verbo (vamos) está na primeira pessoa do plural para concordar com o sujeito (nós). Casos especiais:

a) O sujeito é um coletivo – o verbo fica no singular.

Ex.: A multidão gritou pelo rádio.

Se o coletivo vier especificado, o verbo pode ficar no singular ou ir para o plural.

Ex.: A multidão de fãs gritou./ A multidão de fãs gritaram.

b) Coletivos partitivos (metade, a maior parte, maioria, etc.) – o verbo fica no singular ou vai para o plural.

Ex.: A maioria dos alunos foi à excursão./ A maioria dos alunos foram à excursão.

c) O sujeito é um pronome de tratamento- o verbo fica sempre na 3ª pessoa (do singular ou do plural).

Ex.: Vossa Alteza pediu silêncio./ Vossas Altezas pediram silêncio.

d) O sujeito é o pronome relativo que – o verbo concorda com o antecedente do pronome.

Ex.: Fui eu que derramei o café./ Fomos nós que derramamos o café.

e) O sujeito é o pronome relativo quem- o verbo pode ficar na 3ª pessoa do singular ou concordar com o antecedente do pronome.

Ex.: Fui eu quem derramou o café./ Fui eu quem derramei o café.

f) O sujeito é formado pelas expressões: alguns de nós, poucos de vós, quais de ..., quantos de ..., etc.- o verbo poderá concordar com o pronome interrogativo ou indefinido ou com o pronome pessoal (nós ou vós).

Ex.: Quais de vós me punirão?/ Quais de vós me punireis?

Com os pronomes interrogativos ou indefinidos no singular o verbo concorda com eles em pessoa e número. Ex.: Qual de vós me punirá.

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g) O sujeito é formado de nomes que só aparecem no plural- se o sujeito não vier precedido de artigo, o verbo ficará no singular. Caso venha antecipado de artigo, o verbo concordará com o artigo.

Ex.: Estados Unidos é uma nação poderosa./ Os Estados Unidos são a maior potência mundial.

h) O sujeito é formado pelas expressões mais de um, menos de dois, cerca de..., etc. – o verbo concorda com o numeral.

Ex.: Mais de um aluno não compareceu à aula./ Mais de cinco alunos não compareceram à aula.

i) O sujeito é constituído pelas expressões a maioria, a maior parte, grande parte, etc.- o verbo poderá ser usado no singular ( concordância lógica) ou no plural (concordância atrativa).

Ex.: A maioria dos candidatos desistiu./ A maioria dos candidatos desistiram.

j) O sujeito tiver por núcleo a palavra gente (sentido coletivo)- o verbo poderá ser usado no singular ou plural se este vier afastado do substantivo.

Ex.: A gente da cidade, temendo a violência da rua, permanece em casa./ A gente da cidade, temendo a violência da rua, permanecem em casa.

Sujeito composto

Regra geral: o verbo vai para o plural.

Ex.: João e Maria foram passear no bosque.

Casos especiais:

a) Os núcleos do sujeito são constituídos de pessoas gramaticais diferentes- o verbo ficará no plural seguindo-se a ordem de prioridade: 1ª, 2ª e 3ª pessoa.

Ex.: Eu (1ª pessoa) e ele (3ª pessoa) nos tornaremos ( 1ª pessoa plural) amigos.

O verbo ficou na 1ª pessoa porque esta tem prioridade sob a 3ª.

Ex: Tu (2ª pessoa) e ele (3ª pessoa) vos tornareis ( 2ª pessoa do plural) amigos.

O verbo ficou na 2ª pessoa porque esta tem prioridade sob a 3ª.

No caso acima, também é comum a concordância do verbo com a terceira pessoa.

Ex.: Tu e ele se tornarão amigos.(3ª pessoa do plural)

Se o sujeito estiver posposto, permite-se também a concordância por atração com o núcleo mais próximo do verbo.

Ex.: Irei eu e minhas amigas.b) Os núcleos do sujeito estão coordenados assindeticamente ou ligados por e - o verbo concordará com os dois núcleos.

Ex.: A jovem e a sua amiga seguiram a pé.57

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Se o sujeito estiver posposto, permite-se a concordância por atração com o núcleo mais próximo do verbo.

Ex.: Seguiria a pé a jovem e a sua amiga.

c) Os núcleos do sujeito são sinônimos (ou quase) e estão no singular - o verbo poderá ficar no plural (concordância lógica) ou no singular (concordância atrativa).

Ex.: A angústia e ansiedade não o ajudavam a se concentrar./ A angústia e ansiedade não o ajudava a se concentrar.

d) Quando há gradação entre os núcleos- o verbo pode concordar com todos os núcleos (lógica) ou apenas com o núcleo mais próximo.

Ex.: Uma palavra, um gesto, um olhar bastavam./ Uma palavra, um gesto, um olhar bastava.

e) Quando os sujeitos forem resumidos por nada, tudo, ninguém... - o verbo concorda com o aposto resumidor.

Ex.: Os pedidos, as súplicas, o desespero, nada o comoveu.

f) Quando o sujeito for constituído pelas expressões um e outro, nem um nem outro...- o verbo poderá ficar no singular ou no plural.

Ex.: Um e outro já veio./ Um e outro já vieram.

g) Quando os núcleos do sujeito estiverem ligados por ou- o verbo irá para o singular quando a idéia for de exclusão e plural quando for de inclusão.

Ex.: Pedro ou Antônio ganhará o prêmio. (exclusão)A poluição sonora ou a poluição do ar são nocivas ao homem. (adição, inclusão)

h) Quando os sujeitos estiverem ligados pelas séries correlativas (tanto...como/ assim...como/ não só...mas também, etc.) - o mais comum é o verbo ir para o plural, embora o singular seja aceitável se os núcleos estiverem no singular.

Ex.: Tanto Erundina quanto Collor perderam as eleições municipais em São Paulo./ Tanto Erundina quanto Collor perdeu as eleições municipais em São Paulo.

Outros casos:

1) Partícula SE:

a. Partícula apassivadora: o verbo ( transitivo direto) concordará com o sujeito passivo.

Ex.: Vende-se carro./ Vendem-se carros.

b. Índice de indeterminação do sujeito: o verbo (transitivo indireto) ficará obrigatoriamente no singular.

Ex.: Precisa-se de secretárias.

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2) Verbos impessoais

São aqueles que não possuem sujeito, ficarão sempre na 3ª pessoa do singular.

Ex.: Havia sérios problemas na cidade.Fazia quinze anos que ele havia parado de estudar.Deve haver sérios problemas na cidade.Vai fazer quinze anos que ele parou de estudar.

DicasOs verbos auxiliares (deve, vai) acompanham os verbos principais.O verbo existir não é impessoal.

Existem sérios problemas na cidade.Devem existir sérios problemas na cidade

3) Verbos dar, bater e soar

Quando usados na indicação de horas, têm sujeito (relógio, hora, horas, badaladas...) e com ele devem concordar.

Ex.: O relógio deu duas horas.Deram duas horas no relógio da estação.Deu uma hora no relógio da estação.O sino da igreja bateu cinco badaladas.Bateram cinco badaladas no sino da igreja.Soaram dez badaladas no relógio da escola.

4) Sujeito oracional

Quando o sujeito é uma oração subordinada, o verbo da oração principal fica na 3ª pessoa do singular.

Ex.: Ainda falta/ dar os últimos retoques na pintura.

5) Concordância com o infinitivo

a) Infinitivo pessoal e sujeito expresso na oração: - não se flexiona o infinitivo se o sujeito for representado por pronome pessoal oblíquo átono.

Ex.: Esperei-as chegar.

É facultativa a flexão do infinitivo se o sujeito não for representado por pronome átono e se o verbo da oração determinada pelo infinitivo for causativo (mandar, deixar, fazer) ou sensitivo (ver, ouvir, sentir e sinônimos).

Ex.: Mandei sair os alunos./Mandei saírem os alunos.

Flexiona-se obrigatoriamente o infinitivo se o sujeito for diferente de pronome átono e determinante de verbo não causativo nem sensitivo.

Ex.: Esperei saírem todos.

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b) Infinitivo pessoal e sujeito oculto

Não se flexiona o infinitivo precedido de preposição com valor de gerúndio.

Ex.: Passamos horas a comentar o filme.(comentando)

É facultativa a flexão do infinitivo quando seu sujeito for idêntico ao da oração principal.

Ex.: Antes de (tu)responder, (tu) lerás o texto./Antes de (tu )responderes, (tu) lerás o texto.

É facultativa a flexão do infinitivo que tem seu sujeito diferente do sujeito da oração principal e está indicado por algum termo do contexto.

Ex.: Ele nos deu o direito de contestar./Ele nos deu o direito de contestarmos.

É obrigatória a flexão do infinitivo que tem seu sujeito diferente do sujeito da oração principal e não está indicado por nenhum termo no contexto.

Ex.: Não sei como saiu sem notarem o fato.

c) Quando o infinitivo pessoal está em uma locução verbal

Não se flexiona o infinitivo sendo este o verbo principal da locução verbal quando devida à ordem dos termos da oração sua ligação com o verbo auxiliar for nítida.

Ex.: Acabamos de fazer os exercícios.

É facultativa a flexão do infinitivo sendo este o verbo principal da locução verbal, quando o verbo auxiliar estiver afastado ou oculto.

Ex.: Não devemos, depois de tantas provas de honestidade, duvidar e reclamar dela./

Não devemos, depois de tantas provas de honestidade, duvidarmos e reclamarmos dela.

6) Concordância com o verbo ser:

a- Quando, em predicados nominais, o sujeito for representado por um dos pronomes TUDO, NADA, ISTO, ISSO, AQUILO: o verbo ser ou parecer concordarão com o predicativo.

Ex.: Tudo são flores./Aquilo parecem ilusões.

DICAS

Poderá ser feita a concordância com o sujeito quando se quer enfatizá-lo.

Ex.: Aquilo é sonhos vãos.b- O verbo ser concordará com o predicativo quando o sujeito for os pronomes interrogativos QUE ou QUEM.

Ex.: Que são gametas?/ Quem foram os escolhidos?

c- Em indicações de horas, datas, tempo, distância: a concordância será com a expressão numérica

Ex.: São nove horas./ É uma hora.

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DICAS

Em indicações de datas, são aceitas as duas concordâncias pois subentende-se a palavra dia.

Ex.: Hoje são 24 de outubro./ Hoje é (dia) 24 de outubro.

d- Quando o sujeito ou predicativo da oração for pronome pessoal, a concordância se dará com o pronome.

Ex.: Aqui o presidente sou eu.

Dicas

Se os dois termos (sujeito e predicativo) forem pronomes, a concordância será com o que aparece primeiro, considerando o sujeito da oração.

Ex.: Eu não sou tu

e- Se o sujeito for pessoa, a concordância nunca se fará com o predicativo.

Ex.: O menino era as esperanças da família.

f- Nas locuções é pouco, é muito, é mais de, é menos de junto a especificações de preço, peso, quantidade, distância e etc, o verbo fica sempre no singular.

Ex.: Cento e cinqüenta é pouco./ Cem metros é muito.

g- Nas expressões do tipo ser preciso, ser necessário, ser bom o verbo e o adjetivo podem ficar invariáveis, (verbo na 3ª pessoa do singular e adjetivo no masculino singular) ou concordar com o sujeito posposto.

Ex.: É necessário aqueles materiais./ São necessários aqueles materiais.

h- Na expressão é que, usada como expletivo, se o sujeito da oração não aparecer entre o verbo ser e o que, ficará invariável.Se aparecer, o verbo concordará com o sujeito.

Ex.: Eles é que sempre chegam atrasados./ São eles que sempre chegam atrasados.

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Concordância Nominal

Na concordância nominal, os determinantes do substantivo (adjetivos, numerais, pronomes adjetivos e artigos) alteram sua terminação (gên. e nº) para se adequarem a ele, ou a pronome substantivo ou numeral substantivo, a que se referem na frase.

O problema da concordância nominal ocorre quando o adjetivo se relaciona a mais de um substantivo, e surgem palavras ou expressões que deixam em dúvida.

Observe estas frases: Aquele beijo foi dado num inoportuno lugar e hora. Aquele beijo foi dado num lugar e hora inoportuna. Aquele beijo foi dado num lugar e hora inoportunos. (aqui fica mais claro que o adj. refere-se aos dois subst.)

REGRA GERAL - a partir desses exemplos, pode-se formular o princípio de que o adjetivo anteposto concorda com o substantivo mais próximo. Mas, se o adjetivo estiver depois do substantivo, além da possibilidade de concordar com o mais próximo, ele pode concordar com os dois termos, ficando no plural, indo para o masculino se um dos substantivos for masculino.

Observação: um adjetivo anteposto em referência a nomes de pessoas deve estar sempre no plural (As simpáticas Joana e Marta agradaram a todos)

Quando o adj. tiver função de predicativo, concorda com todos os núcleos a que se relaciona. (São calamitosos a pobreza e o desamparo / Julguei insensatas sua atitude e suas palavras)

Quando um substantivo determinado por artigo é modificado por dois ou mais adjetivos, podem ser usadas as seguintes construções:

Ex.: estudo a cultura brasileira e a portuguesa / estudo as culturas brasileira e portuguesa / os dedos indicador e médio estavam feridos / o dedo indicador e o médio estavam feridos

No caso de numerais ordinais que se referem a um único subst. composto, podem ser usadas as seguintes construções: Falei com os moradores do primeiro e segundo andar / (...) do primeiro e segundo andares.

Adjetivos regidos pela preposição de, que se referem a pron. indefinidos, ficam normalmente no masculino singular, podendo surgir concordância atrativa:

Ex.: sua vida não tem nada de sedutor / os edifícios da cidade nada têm de elegantes

Anexo, incluso, obrigado, mesmo, próprio - são adjetivos ou pronomes adjetivos, devendo concordar com o substantivo a que se referem

Ex.: O livro segue anexo / A fotografia vai inclusa / As duplicatas seguem anexas / Elas mesmas resolveram a questão

Observação

Mesmo = até, inclusive é invariável (mesmo eles ficaram chateados) / expressão "em anexo" é invariável.

Meio, bastante, menos - meio e bastante, quando se referem a um substantivo, devem concordar com esse substantivo. Quando funcionarem como advérbios, permanecerão invariáveis. "Menos" é sempre invariável.

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Ex.: Tomou meia garrafa de vinho / Ela estava meio aborrecida / Bastantes alunos foram à reunião / Eles falaram bastante / Eram alunas bastante simpáticas / Havia menos pessoas vindo de casa

Muito, pouco, longe, caro, barato - podem ser palavras adjetivas ou advérbios, mantendo concordância se fizerem referência a substantivos:

Ex.: Compraram livros caros / Os livros custaram caro / Poucas pessoas tinham muitos livros / Leram pouco as moças muito vivas / Andavam por longes terras / Eles moram longe da cidade / Eram mercadorias baratas / Pagaram barato aqueles livros

É bom, é proibido, é necessário - expressões formadas do verbo ser + adjetivo Não variam se o sujeito não vier determinado, caso contrário a concordância será obrigatória.

Ex.: Água é bom / A água é boa / Bebida é proibido para menores / As bebidas são proibidas para menores / Chuva é necessário / Aquela chuva foi necessáriasó = sozinho (adjetivo - var.) / só = somente, apenas (não flexiona)

Ex.: Só elas não vieram / Vieram só os rapazes.

Locução adverbial "a olhos vistos" (= visivelmente) - invariável (ela crescia a olhos vistos)Conforme = conformado (adj. - var.) / conforme = como (não flexiona)

Ex.: Eles ficaram conformes com a decisão / Dançam conforme a música

Particípios - concordam como adjetivos.

Ex.: A refém foi resgatada do bote / Os materiais foram comprados a prazo / As juízas tinham iniciado a apuração

Haja vista - não se flexiona, exceto por concordância atrativa antes de substantivo no plural sem preposição

Ex.: Haja vista (hajam vistas) os comentários feitos / Haja vista dos recados do chefepseudo, salvo (=exceto) e alerta não se flexionam

Ex.: Eles eram uns pseudo-sábios / Salvo nós dois, todos fugiram / Eles ficaram alerta.adjetivos adverbializados são invariáveis (vamos falar sério / ele e a esposa raro vão ao cinema)silepse com expressões de tratamento - usa-se adjetivo masculino em concordância ideológica com um homem ao qual se relaciona a forma de tratamento que é feminina

Ex.: Vossa Majestade, o rei, mostrou-se generoso / Vossa Excelência é injusto

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Funções da palavra COMO

Conjunção Subordinativa Causal Introduz orações que dão idéia de causa. Equivalente a porque, é usado no início da frase. Ex1: Como estive doente, não compareceu ao serviço. Ex2: Como passou mal, não foi a festa.

Conjunção Subordinada Comparativa Introduz orações que exprimem o segundo elemento de uma comparativa, equivale a quanto, é precedido de tanto, tão,... Ex1: Ela é tal como me disseram. Ex2: Você o conhece tão bem como eu.

Conjunção Subordinativa Conformativa Introduz orações que exprimem conformidade de um fato com outro, equivale a conforme. Ex1: Fizemos o trabalho como o professor pediu. Ex2: Em certas situações, devemos agir como manda nossa consciência.

Pronome Relativo Possui um antecedente que dá idéia de "modo": maneira, jeito, forma,... Ex1: Este foi o único modo como ele fez o trabalho. Ex2: Esta é a maneira como faço o meu serviço.

Substantivo Através da derivação imprópria (conversão) a palavra como muda de classe gramatical e passa a ser sujeito. Ex1: Não sei o como de tudo isso. Ex2: Diga-me o como daquilo.

Advérbio Interrogativo O advérbio interrogativo como (de modo) pode aparecer tanto nas interrogativas diretas quanto nas indiretas. Ex1: Não sei como resolver o problema. Ex2: Como resolver o problema?

Preposição Aparece como preposição acidental por ser proveniente de outra classe gramatical, geralmente equivale a "por" Ex1: Obtiveram como resposta o bilhete. Ex2: Os ganhadores tiveram como prêmio uma medalha de ouro.

Interjeição Classifica-se como interjeição devido além da classe gramatical como também devido o seu tom exclamativo Ex1: Como você não! Ex2: Como é assim e acabou!

Advérbio de modo Aparece em frases não interrogativas e sem antecedente. Ex1: Não sei como você veio. Ex2: Gosto como você se veste.

Funções da palavra QUE

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A palavra QUE pode pertencer a várias categorias gramaticais, exercendo as mais diversas funções sintáticas. Veja abaixo quais são essas funções e classificações.

Advérbio Intensifica adjetivos e advérbios, atuando sintaticamente como adjunto adverbial de intensidade. Tem valor aproximado ao das palavras quão e quanto. Ex1: Que longe está meu sonho! Ex2: Os braços...;oh! Os braços! Que bem-feitos!

Substantivo Como substantivo, tem o valor de qualquer coisa ou alguma coisa. Nesse caso, é modificado por um artigo, pronome adjetivo ou numeral, tornando-se monossílabo tônico ( portanto, acentuado). Pode exercer qualquer função sintática substantiva. Ex1: Um tentador quê de mistério torna-a cativante. Ex2: "Meu bem querer Tem um quê de pecado..."( Djavan) Também quando indicamos a décima sexta letra do nosso alfabeto usamos o substantivo quê. Ex: Mesmo tendo como símbolo kg, a palavra quilo deve ser escrita com quê.

Preposição Equivale à preposição de ou para, geralmente ligando uma locução verbal com os verbos auxiliares ter e haver. Na realidade, esse QUE é um pronome relativo que o uso consagrou como substituto da preposição de. Ex1: Tem que combinar? (= de) Ex2: Amanhã, teremos pouco que fazer em nosso escritório. (= para) Além disso, a partícula QUE atua como preposição quando possui sentido próximo ao de exceto ou salvo. Ex: Chegara sem outro aviso que seu silêncio inquietante.

Interjeição Como interjeição, a palavra QUE (exclamativo) também se torna tônica, devendo ser acentuada. Exprime um sentimento, uma emoção, um estado interior e, equivale a uma frase, não desempenhando função sintática em oração alguma. Ex1: Quê! Você por aqui! Ex2: Quê! Nunca você fará isso!

Partícula expletiva ou de realce Neste caso, a retirada da palavra QUE não prejudica a estrutura sintática da oração. Sua presença, nestes contextos, é um recurso expressivo, enfático. Ex1: Quase que ela desmaia! Ex2: Então qual que é a verdade? Obs: Pode aparecer acompanhado do verbo ser, formando a locução é que. Ex: Mas é que lá passava bonde.

Pronome relativo O pronome relativo refere-se a um termo (por isso mesmo chamado de antecedente), substantivo ou pronome, ao mesmo tempo que serve de conectivo subordinado entre orações. Geralmente, o pronome relativo introduz uma oração subordinada adjetiva, nela desempenhando uma função substantiva. Neste caso, pode ser substituído por qual, o qual, a qual, os quais, as quais. Ex1: João amava Teresa que amava Raimundo. Ex2: Às pessoas que eu detesto diga sempre que eu detesto.

Pronome Indefinido Substantivo Quando equivale a "que coisa".

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Ex1: Que caiu? Ex2: A fantasia era feita de quê?

Pronome Indefinido Adjetivo Quando, funcionando com adjunto adnominal, acompanha um substantivo. Ex1: Que tempo estranho, ora faz frio, ora faz calor. Ex2: Que vista linda há aqui!

Pronome substantivo interrogativo Substitui, nas frases da língua, o elemento sobre o qual se deseja resposta, exercendo sempre uma das funções substantivas, significando que coisa. Ex1: Que terá acontecido? (= que coisa) Ex2: Que adiantaria a minha presença? (= que coisa)

Pronome adjetivo interrogativo Acompanha os substantivos nas frases interrogativas, desempenhando função de adjunto adnominal. Ex1: Que livro você está lendo? Ex2: "Por aquela que foi tua, Que orvalho em teus olhos tomba?" ( Cecília Meireles) Obs: Caso semelhante (o qual não figura entre os tipos de pronomes registrados pela NGB) ocorre em frases exclamativas. Nesse caso, teríamos um pronome adjetivo exclamativo, sintaticamente atuando como adjunto adnominal. Ex1: Que poema acabamos de declamar! Ex2: Meu Deus! Que gelo, que frieza aquela!

A conjunção QUE: o QUE pode ser conjunção coordenativa ou subordinativa. Conjunção coordenativa Como conjunção coordenativa, a palavra QUE liga orações coordenadas, ou seja, orações sintaticamente equivalentes.

Aditiva Liga orações independentes, estabelecendo uma seqüência de fatos. Neste caso, o QUE não tem valor bastante próximo de conjunção e. Ex1: Anda que anda e nunca chega a lugar algum. Ex2: Fica lá o tempo com aquele chove que chove...!

Explicativa A oração coordenada explicativa aponta a razão de se ter feito a declaração contida em outra oração coordenada. Quando introduz esse tipo de oração, o QUE tem valor próximo ao da conjunção pois. Ex1: Mantenhamo-no unidos, que a união faz a força. Ex2: Deixe, que os outros pegam.

Adversativa Indica oposição, ressalva, apresentando valor equivalente a mas. Ex1: Outro, que não eu, teria de fazer aquilo. Ex2: Outro aluno, que não eu, deveria falar-lhe, professor!

Conjunção subordinativa A conjunção QUE é subordinativa quando introduz orações subordinadas substantivas e adverbiais. Essas orações são subordinadas porque desempenham, respectivamente, funções substantivas e adverbiais em outras orações ( chamadas principais ).

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Integrante O QUE é conjunção subordinativa integrante quando introduz oração subordinada substantiva. Ex1: "E ao lerem os meus versos pensem que eu sou qualquer coisa natural."( Alberto Caeiro) Ex2: Parecia-me que as paredes tinham vulto.

Causal Introduz as orações adverbiais causais, possuindo valor próximo a porque. Ex1: Fugimos todos, que a maré não estava pra peixe. Ex2: Não esperaria mais, que elas podiam voar.

Final Introduz orações subordinadas adverbiais finais, equivalendo a para que, a fim de que. Ex1: "...Dizei que eu saiba." ( João Cabral de Melo Neto) Ex2: Todos lhe fizeram sinal que se calasse.

Consecutiva Introduz as orações subordinadas adverbiais consecutivas. Ex1: A minha sensação de prazer foi tal que venceu a de espanto. Ex2: "Apertados no balanço Margarida e Serafim Se beijam com tanto ardor Que acabam ficando assim." ( Millôr Fernandes)

Comparativa Introduz orações subordinadas adverbiais comparativas. Ex1: Eu sou maior que os vermes e todos os animais. Ex2: As poltronas eram muito mais frágeis que o divã.

Concessiva Introduz orações subordinada adverbial concessiva, equivalente a embora. Ex1: Que nos tirem o direito ao voto, continuaremos lutando. Ex2: Estude, menino, um pouco que seja!

Temporal Introduz oração subordinada adverbial temporal, tendo valor aproximado ao de desde que. Ex1: "Porém já cinco sóis eram passados que dali nos partíramos." ( Camões) Ex2: Agora que a lâmpada acendeu, podemos ver tudo.

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Funções da palavra SE

A palavra SE pode exercer diversas funções dentro da língua portuguesa. Tais funções são as seguintes:

Pronome apassivador ou Partícula apassivadora Aparece na formação da voz passiva sintética com verbos transitivo direto, e transitivo direto e indireto; com verbo transitivo apenas indireto, não há possibilidade. Na prática, a frase pode ser transposta para a passiva analítica ( com dois verbos ). Ex1: Reformam-se móveis velhos. (= Móveis velhos são reformados. ) Ex2: Entregou-se o prêmio ao aluno que obteve a melhor nota. (= O prêmio foi entregue ao aluno que obteve a melhor nota. ) Índice de indeterminação do sujeito

Também chamado de pronome impessoalizador, pronome apassivador impessoal ou, ainda, símbolo de indeterminação do sujeito, aparece junto a verbo intransitivo ou transitivo indireto. Como o nome já diz, quando exerce essa função, a palavra SE indetermina o sujeito da oração. Esse tipo de oração não admite a passagem para a voz passiva analítica e o verbo estará sempre na 3º pessoa do singular. Ex1: Vive-se bem naquele país. Ex2: Precisava-se de novas fontes de riquezas.

Pronome reflexivo Usado para indicar que a ação praticada pelo sujeito recai sobre o próprio sujeito ( voz reflexiva). É substituível por: a si mesmo, a si próprio etc. Ex1: O lenhador machucou-se com a foice. (= machucou a si mesmo) Ex2: Localize-se no mapa. (= localize a si próprio)

Pronome reflexivo recíproco Usado para indicar que a ação praticada por um dos elementos do sujeito recai sobre o outro elemento do sujeito e vice-versa. Na prática, é substituível por: um ao outro, uns aos outros etc. Ex1: Pai e filho abraçaram-se emocionados. (= abraçaram um ao outro ) Ex2: Amigo e amiga deram-se as mão afetuosamente. (= deram as mãos um ao outro)

Parte integrante do verbo Há verbos que são essencialmente pronominais, isto é, são sempre apresentados e conjugados com o pronome. Não se deve confundi-los com os verbos reflexivos, que são acidentalmente pronominais. Os verbos essencialmente pronominais geralmente se referem a sentimentos e fenômenos mentais: indignar-se, ufanar-se, atrever-se, admirar-se, lembrar-se, esquecer-se, orgulhar-se arrepender-se, queixar-se etc. Ex1: Os atletas queixaram-se do tratamento recebido. Ex2: Ele não se dignou de entrar.

Partícula expletiva ou de realce O SE é considerado partícula expletiva ou de realce quando ocorre, principalmente, ao lado de verbos intransitivos, de movimento ou que exprimem atitudes da pessoa em relação ao próprio corpo ( ir-se, partir-se, chegar-se, passar-se, rir-se, sentar-se, sorrir-se, etc. ), em construções em que não apresenta nenhuma função essencial para a compreensão da mensagem. Trata-se de um recurso estilístico, um reforço de expressão. Ex1: Acabou-se a confiança no próximo. Ex2: Lá se vai mais um caminhão de verduras.

A conjunção SE: Atuando como conjunção, o SE sempre introduz oração subordinada.

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Conjunção subordinativa integrante Inicia orações subordinada substantiva ( subjetiva, objetiva direta etc.). Ex1: Ninguém sabe se ele venceu a partida. Ex2: Não sei se tudo isso vale a pena.

Conjunção subordinativa condicional Introduz as orações subordinadas adverbiais condicionais. Essas orações exprimem a condição necessária para que se realize ou deixe de realizar o fato expresso na oração principal. Essa relação também se pode dar num nível hipotético. Ex1: Se não chover, partiremos à tarde. Ex2: O material será devolvido se você quiser.

Sujeito de um infinitivo Trata-se das estruturas formadas pelos auxiliares causativos (deixar, mandar e fazer) e sensitivos ( ver, ouvir, sentir, etc.) quando seguidos de objeto direto na forma de oração reduzida. Nesse casos, o pronome SE atuará sintaticamente como sujeito. Ex1: Deixou-se ficar à janela a tarde toda. Ex2: O jovem professor sentiu-se fraquejar.

Objeto direto Acompanha verbo transitivo direto que tenha sujeito animado. Ex1: Ergueu-se, passou a toalha no rosto. Ex2: Vestiu-se rapidamente, telefonou pedindo um táxi, saiu. Objeto indireto Aparece quando o verbo é transitivo direto e indireto. Ex1: Ele arroga-se a liberdade de sair a qualquer hora. Ex2: Ele impôs-se uma disciplina rigorosa.

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COLOCAÇÃO PRONOMINAL

Na língua portuguesa, os termos da oração se dispõem, normalmente, na ordem direta, isto é, na seqüência:

Sujeito + verbo + objeto direto + objeto indireto ou sujeito + verbo + predicativo

Quando há alteração nessa disposição, dizemos que a colocação dos termos está na ordem indireta.

Colocação é o modo como se dispõem os termos que compõem uma oração.

Na língua portuguesa, há bastante liberdade de colocação dos termos na oração. Geralmente a ordem indireta é empregada com a finalidade de enfatizar algum termo.

Apesar dessa liberdade, certos princípios básicos devem ser considerados na variedade padrão da língua, escrita ou falada.

Colocação Pronominal é a maneira como se dispõem os pronomes pessoais oblíquos átonos em relação ao verbo.

Os pronomes pessoais oblíquos átonos (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, se, os, as, lhes) atuam basicamente como complementos verbais.Pronomes Pessoais

Retos Oblíquos átonos Oblíquos tônicos

Singular 1ª pessoa: eu me mim, comigo 2ª pessoa: tu te ti, contigo 3ª pessoa: ele, ela se, lhe, o, a si, consigo

Plural 1ª pessoa: nós nos conosco 2ª pessoa: vós vos convosco 3ª pessoa: eles, elas se, lhes, os, as si, consigo

As posições dos pronomes pessoais oblíquos átonos em relação ao verbo ao qual se ligam denominam-se:

ÊncliseMesóclisePróclise

Ênclise:

Quando os pronomes são colocados depois do verbo;

É a colocação normal do pronome na variedade padrão da língua.

As formas verbais do infinitivo impessoal, do imperativo afirmativo e do gerúndio exigem a ênclise pronominal:Deixe-me ver o caderno de matemática, Pedro. É necessário comportar-se bem. Aventurou-se pelo mar, afastando-se da praia.

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Quero-lhe muito bem. Obs.: Se o gerúndio vier precedido da preposição em, deveremos empregar a próclise:Ex.: Em se ajoelhando, começou a rezar.

Mesóclise:

Quando os pronomes são colocados no meio do verbo;

É a colocação do pronome quando o verbo se encontra no futuro simples do presente ou no futuro simples do pretérito do indicativo, desde que não haja palavras que exerçam atração sobre ele, ou seja, a próclise:

Mandar-lhe-ei bombons no seu dia.Levá-lo-ão para o camburão à força.Chamar-me-iam de louco.Realizar-se-á um grande casamento.

Havendo palavra atrativa, impõe-se a próclise:

Não lhe mandarei bombons no seu dia.Nunca o levarão para o camburão à força.Não lhe pedirei nada.Ninguém se importaria.

Obs.: Se antes do futuro simples do presente ou do futuro simples do pretérito do indicativo houver uma das palavras ou expressões que provocam a próclise, então não se colocará o pronome em posição mesoclítica, e sim proclítica:

Nada lhe direi, embora me obrigues. É o que lhe diríamos, se pudéssemos falar.

Próclise:

Quando os pronomes são colocados antes do verbo;

Como norma geral, devemos colocar o pronome átono antes do verbo, quando antes do verbo há palavras que exercem atração sobre ele, como:

Palavras ou expressões de sentido negativo (não, nunca, nem, nenhum, de modo algum, em hipótese alguma, jamais, ninguém, nada, etc.) não seguidas de vírgula:

Jamais o deixaremos sozinho.De modo algum o abandonarei hoje.Nunca lhe desejaremos mal.Isso não se faz.Ninguém lhe resiste.

Havendo vírgula depois da palavra de sentido negativo, usa-se ênclise: "Não, disse-me papai, agora não posso vê-la."

Certos advérbios ou locuções adverbiais não seguidos de vírgula (talvez, ontem, aqui, ali, agora, pouco a pouco, de vez em quando, de súbito, etc):

Há anos não me mandam cartas.71

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Aqui se trabalha.Já se abrem as janelas.

Havendo vírgula (pausa) depois do advérbio ou da locução adverbial, prevalecerá a ênclise:

Depois de um mês, chamou-me para a prova.Logo, encaminhei-me para a porta.

Pronomes indefinidos (tudo, nada, pouco, muito, todos, algo, nenhum, ninguém, quanto, alguém, quem, algum, diversos, qualquer, cada qual, algum outro, quem quer que, etc):

Não sabemos quem o chamou para o baile.Tudo se acaba.Nada lhe agradava aqui.Pouco se sabe a respeito desse médico.

Conjunções subordinativas (quando, se, como, porque, que, enquanto, embora, logo que, etc):

Enquanto se maquiava, chorava tristemente.Quando nos viu, afastou-se.Ela não quis comer, embora lhe oferecessem.Não sei como se justificaram.Reagimos porque nos ofenderam.

Emprega-se a próclise também nas orações optativas (que exprimem desejo) cujo sujeito estiver anteposto ao verbo:

Bons ventos o levem! Deus o guarde! A terra lhe seja leve!

Após pronomes pessoais do caso reto não é obrigatória a próclise.

Ex.: "Eu me garanto" e "Eu garanto-me" estão corretos.

Colocação dos pronomes átonos nas locuções verbais

Nas locuções verbais podem os pronomes átonos, conforme as circunstâncias, estar em próclise ou ênclise ora ao verbo auxiliar, ora à forma nominal:

Verbo auxiliar + infinitivo:

Mandei-os sair. Não os mandei sair. Podes auxiliá-lo. Não o podes auxiliar, ou não podes auxiliá-lo. Devo calar-me, ou devo-me calar, ou devo me calar.

Verbo auxiliar + gerúndio:Não o estou criticando, ou não estou criticando-o. Vou-me arrastando, ou vou me arrastando

Colocação dos pronomes átonos nos tempos compostos

Nos tempos compostos os pronomes átonos se juntam, na língua culta, ao verbo auxiliar e jamais ao particípio, podendo ocorrer, de acordo com as regras já estudadas, a próclise, a ênclise ou a mesóclise:

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Os parentes o tinham prevenido. Os presos tinham-se revoltado. Haviam-no já declarado perdedor. Ter-lhe-ia sido prejudicial todas as minhas confirmações?

A colocação do pronome átono junto ao particípio, censurada pela Gramática, é própria da língua portuguesa do Brasil e encontra acolhida entre escritores modernos:

“A situação agora havia se invertido." (José J. Veiga) "A conversa na mesa teria lhe dado suficiente prestígio para isso?" (Jorge Amado) "Tinha se esquecido de conferir o bilhete." (Vivaldo Coaraci)

A palavra só, no sentido de apenas, somente, e as conjunções coordenativas alternativas ou...ou, ora...ora, quer...quer:

Só me ofereceram um prato de comida.Só se lembram de nós quando estão precisando.A pista, ora se estreita, ora se alarga conflituosamente.Quer nos atacasse, quer se escondesse, a onça era sempre um perigo.

Nas orações exclamativas iniciadas por palavras ou expressão exclamativa:

Como te iludes!Quanto nos custa dizer a verdade!

Nas orações interrogativas iniciadas por advérbio ou pronome interrogativos:

Quando me visitas?Quem se apresenta?Acaso lhe faltam recursos?

Caso Facultativo

Após pronomes pessoais do caso reto não é obrigatória a próclise.

Ex.: "Eu me garanto" e "Eu garanto-me" estão corretos.

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CRASE

Crase é uma palavra de origem grega e significa "mistura", "fusão". Nos estudos de língua portuguesa, é o nome dado à fusão ou contração de duas letras "a" em uma só. A crase é indicada pelo acento grave sobre o "a". Assim, apesar do uso corrente, crase não é o nome do acento, mas do fenômeno representado através do acento grave.

A crase pode ser a fusão da preposição a com:

1) o artigo feminino definido a (ou as): Fomos à cidade e assistimos às festas.2) o pronome demonstrativo a (ou as): Irei à (loja) do centro.3) os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo: Refiro-me àquele fato.4) o a dos pronomes relativos a qual e as quais: Existem comunidades às quais não é possível enviar mensagens

A ocorrência da crase depende, pois, da verificação da existência de duas vogais "a" (preposição + artigo ou preposição + pronome) no contexto sintático. Como obrigatoriamente o primeiro a é preposição, exigida quase sempre por um verbo ou um nome, a crase é um fato gramatical estreitamente relacionado à regência verbal e nominal.

Observe as frases: Encontrei a menina. Gostei da menina. Conversei com a menina. Agradei à menina.

Veja que a crase só ocorreu na última frase. No primeiro caso (Encontrei a menina), o verbo encontrar não exige a preposição a, já que é transitivo direto; por isso, o substantivo menina é precedido apenas de artigo.Nos dois casos seguintes (Gostei da menina e Conversei com a menina), os verbos gostar e conversar, transitivos indiretos, exigem preposição que se contrai (de+a=da) ou não (com a) com aquele artigo.No último caso (Agradei à menina), o verbo agradar, na acepção de "ser gentil", "ser agradável", é transitivo indireto e exige a preposição a, que se contrai com o artigo a resultando em crase.

REGRAS PRÁTICAS:

A primeira regra prática para descobrir se ocorreu ou não a crase é também a mais simples e mais utilizada:

Primeira Regra Prática: Substitua a palavra feminina por uma masculina, de mesma natureza. Se aparecer a combinação ao, é certo que ocorrerá crase antes do termo feminino:

Amanhã iremos ao colégio / à escola. Prefiro o Corinthians ao Palmeiras / à Portuguesa. Resolvi o problema / a questão. Vou ao campo / à praia. As crianças foram ao largo / à praça.

Veja abaixo alguns casos nos quais a substituição pelo substantivo masculino explicitou a não ocorrência da crase (repare que o ao não aparece após a substituição, seja por falta da preposição ou do artigo):

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Convoquei as alunas / os alunos para a reunião. Fazer bem feito vale a pena / o esforço. É preciso respeitar a sinalização / o regulamento. Este molho cheira a cebola / a alho.

Segunda Regra Prática: A segunda regra a ser verificada consiste em substituir o termo regente da preposição a por outro que exija uma preposição diferente (de, em, por). Se essas preposições não se contraírem com o artigo, ou seja, se não surgirem as formas da(s), na(s) ou pela(s), não haverá crase:

Refiro-me a você. Gosto de você / Penso em você / Apaixonei-me por você.

Começou a gritar. Gosta de gritar / Insiste em gritar / Optou por gritar.

Mais uma regra que deve ser verificada é a de substituir verbos que transmitem a idéia de movimento (ir, voltar, vir, chegar etc.) pelo verbo voltar. Ocorrendo a preposição "de", não haverá crase. E se ocorrer a preposição "da", haverá crase:

Vou a Roma. / Voltei de Roma. Vou à Roma dos Césares. / Voltei da Roma dos Césares. Voltarei a Curitiba e à Bahia. / Voltarei de Curitiba e da Bahia.

Terceira Regra Prática: deve ser usada no caso de locuções, ou seja, reunião de palavras que equivalem a uma só idéia. Se a locução começar por preposição e se o núcleo da locução for palavra feminina, então haverá crase:

Gente à toa . Vire à direita . Tudo às claras . Hoje à noite . Navio à deriva . Tudo às avessas .

Mais exemplos: Ele estava à procura de trabalho. Pedro estava à busca de aventuras. Ana estava à espera de um prêmio. A turma de Paulo está à frente de todas. O problema foi resolvido à maneira de Paulo. O arroz estava à moda da casa.

No caso da locução à moda de, a expressão "moda de" pode vir subentendida, deixando apenas o "à" expresso, como nos exemplos abaixo:

Sapatos à Luiz XV. Relógios à Santos Dummont. Bifes à milanesa. Churrasco à gaúcha. Filé à parmegiana.

Mas cuidado: De acordo com a normal culta, em "bife a cavalo" e "frango a passarinho", as expressões "moda de" ou "maneira de" não estão implícitas ou subentendidas e, assim, o a não recebe o acento indicativo da crase, já que precede palavras masculinas.

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No caso de locuções relativas a horários, somente no caso de horas definidas e especificadas ocorrerá a crase:

À meia-noite. À uma hora. À duas horas. Às três e quarenta.

CASOS ONDE A CRASE É PROIBIDA:

Vimos que dois elementos são necessários para que apareça a crase. Um deles é a palavra com sentido incompleto (palavra relativa) que venha seguida da preposição a; e o outro é o artigo feminino singular ou plural.Nas páginas a seguir, listamos alguns casos em que, obviamente, não poderá haver crase, já que se exclui a hipótese de aparecer o artigo "a" exigido.

Não haverá crase antes de nomes masculinos: Tenho um fogão a gás. Assisti a jogos memoráveis. Fui a pé. Não compro a prazo. Isto cheira a vinho. Admiro os quadros a óleo. Venho a mando de meu patrão. Escreveu um bilhetinho a lápis.

Não haverá crase antes de verbos: A partir da meia-noite, os alunos saem a passear. Começou a chorar. Cheguei a insistir. Disponho-me a colaborar.

Não haverá crase antes de pronomes em geral: Mostre a ela. Disse a mim. Parabéns a você. Isso não interessa a ninguém. Aquilo interessa a qualquer um de nós.

Não haverá crase antes de pronomes de tratamento. Se aparecer Vossa, por exemplo, troque por Você e analise:

Refiro-me a Vossa Excelência. Refiro-me a você.

Antes de pronomes indefinidos também não haverá crase: Ele não se prendia a nenhuma mulher. Ele havia declarado amor a certa jovem.

Não haverá crase antes de palavras femininas repetidas: Entraram duas a duas. Estiveram cara a cara. Viram-se frente a frente. Caiu gota a gota. Dia a dia a empresa foi crescendo.

Em geral, não haverá crase antes de nomes próprios de cidades: Meus advogados retornarão a Brasília em breve.

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Entretanto, se o nome da cidade vier determinado, poderá haver crase se a preposição a também estiver presente:

O jovem arquiteto referia-se à monumental Brasília.

Não haverá crase antes da palavra "casa": Fui bem recebido, mesmo tendo chegado tarde a casa.

Entretanto, se a palavra "casa" vier determinada, também poderá haver crase: Maria foi à casa da irmã para fazer um empréstimo

Não haverá crase antes de palavras femininas no plural precedidas de um a: Não vou a festas. A pesquisa não se refere a mulheres casadas. O prêmio só foi concedido a cantoras nacionais. É um assunto relativo a jornalistas especializadas.

Nesses casos de palavras femininas no plural precedidas de um a, este a é preposição, e os substantivos estão sendo usados em sentido genérico. Quando são usados em sentido específico, passam a ser precedidos do artigo as e, então, ocorrerá a crase. Compare as frases abaixo:

O estudo não se aplica a pessoas de índole nervosa. O estudo não se aplica às pessoas de que estávamos falando. Você está se referindo a secretárias? Você está se referindo às secretárias desta empresa?

Não haverá crase antes de nomes de parentesco, precedidos de pronome possessivo: Recorri a minha mãe. Faremos uma visita a nossa tia. Peça desculpas a sua irmã.

Não haverá crase antes de nomes próprios que repelem o artigo: Rezo a Nossa Senhora. O guerreiro falou a Iracema. Fiz uma promessa a Santa Teresinha. Fomos a Paquetá. Iremos a Curitiba e depois a Londrina.

Não haverá crase antes do substantivo terra, em oposição a bordo, a mar: Saiu do navio e chegou a terra. Vendo o tubarão, o nadador voltou logo a terra.

Mas lembre-se: como vimos anteriormente, usa-se a crase nas locuções adverbiais que exprimem hora determinada. Ainda, usa-se a crase nos casos em que o numeral estiver precedido de artigo.

Chegamos às nove horas da manhã. Assisti às duas sessões de ontem. Entregaram-se os prêmios às quatro alunas.

A crase é facultativa diante dos nomes próprios de pessoas, antes de possessivos e depois da preposição até que antecede substantivos femininos, desde que o termo antecedente reja preposição a:

Ofereci um presente a (à) Carolina. O porteiro entregou os papéis a (à) minha secretária. Irei a (à) vila. Enviei flores a (à) Paula. Vou até a (à) escola.

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Fui até as (às) últimas conseqüências. Não te dirijas a (à) tua terra nem a (à) minha. Até a (à) praia.

Se o "a" antes de "que" significar aquela, aquelas, o a poderá ter crase: Não me refiro a esta pessoa, mas sim à que esteve aqui hoje.

Algumas expressões adverbiais de lugar formadas por nomes de cidades, estados e países aceitam o uso do artigo definido feminino. Nesses casos, se houver também a presença da preposição a, haverá crase. Você poderá fazer a verificação da ocorrência do artigo definido feminino por meio da troca do termo regente:

Vou à Bahia (Vim da Bahia / Estou na Bahia) Vou a Florença. (Vim de Florença / Estou em Florença) Vou à Itália (Vim da Itália / Estou na Itália)

CASOS SUJEITOS A VERIFICAÇÃO:

Atenção: É importante ter cuidado de não esquecer de verificar os dois lados. Não basta constatar que surge da ou na antes de Itália, por exemplo. Isso não é garantia de acento indicador de crase; apenas confirma a existência de artigo antes de Itália. Para que ocorra crase, é preciso que o termo anterior peça a preposição a. No caso de "Visitei a Itália", por exemplo, não há crase, já que visitar é verbo transitivo direto.

Com as palavras casa e terra, deve-se observar o comportamento de tais palavras nas expressões:

Cheguei a casa (Venho de casa / Estou em casa). Cheguei à casa do diretor (Venho da casa do diretor /Estou na casa do diretor)

A ocorrência da crase com os pronomes aquele(s), aquela(s) e aquilo depende apenas da verificação da presença da preposição que antecede esses pronomes:

Veja aquele monumento / aquela praça / aquilo. (O verbo ver é transitivo direto, portanto, não há preposição)

Refiro-me àquele jardim / àquela praça / àquilo. (O verbo referir-se é transitivo indireto e rege a preposição a)

A crase com o pronome a qual é detectável pelo expediente da substituição do termo regido feminino por um termo masculino:

A professora à qual devo meu aprendizado já se aposentou. O professor ao qual devo meu aprendizado já se aposentou. Muitas das alunas às quais ele dedicou seus estudos estiveram presentes à homenagem de

ontem. Muitos dos alunos aos quais ele dedicou seus estudos estiveram presentes à homenagem de

ontem.

A CRASE EM LOCUÇÕES ADVERBIAIS

Em algumas locuções adverbiais femininas, ainda que não haja, a rigor, uma fusão entre o "a" preposição e o "a" artigo (já que existe apenas o "a" preposição), muitos gramáticos consideram aceitável (e alguns acham até mesmo preferível) o uso do acento indicativo da crase no "a". A justificativa é buscar a forma que dê maior clareza à frase. Veja:

Eu estudo a distância. (Que distância você estuda?) Eu estudo à distância. (Ah! Você estuda pela internet, não é?) Foi caçada a bala. (É a bala que foi caçada?) Foi caçada à bala. (Coitada... Será que tomou algum tiro?)

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Bateu a máquina. (Será que ele bateu o carro?) Bateu à máquina. (Usando a máquina de escrever até hoje, hein?) Tranquei a chave. (Trancou a chave? Onde?) Tranquei à chave. (Trancou usando a chave.) Pagou a prestação. (Pagou qual prestação? A primeira?) Pagou à prestação. (Pagou parcelado.) Lavei a mão. (Isso mesmo, não coma com as mãos sujas!) Lavei à mão. (Lavei alguma coisa usando as mãos.) Lavou a máquina. (Que máquina? O carro?) Lavou a máquina. (Lavou usando a máquina de lavar.) Veio a tarde. (O tempo passa tão rápido, não é?) Veio à tarde. (Ele veio durante a tarde.) Combateremos a sombra. (A sombra atrapalha a visão.) Combateremos à sombra. (Combateremos sem que ninguém perceba).

Além dos exemplos citados nas páginas anteriores, há várias outras locuções adverbiais que podem ter o sentido esclarecido pelo sinal indicativo de crase: às avessas, à beira-mar, às centenas, à disposição, às escondidas, à frente, à mão armada, às mil maravilhas, à noite, às ordens, à paisana, à parte, à perfeição, à primeira vista, à revelia, à risca, à solta, à toa, à vela, às vezes, à vontade.

Lembre-se que, como foi dito antes, nesses casos o uso do acento indicativo da crase pode ser considerado aceitável ou preferível apenas para tornar o texto mais claro, mas não representa a fusão do "a" artigo com o "a" preposição.

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PONTUAÇÃO

A pontuação deve restringir-se ao mínimo necessário.

São três as finalidades dos sinais de pontuação:

1) Assinalar a pausa e a inflexão de voz (a entonação) na leitura;

2) Separar as palavras, expressões e orações que devem ser destacadas;

3) Tornar claro o sentido da frase, afastando qualquer ambigüidade.

As partes do discurso que têm entre si ligação íntima não podem ser separadas por qualquer sinal de pontuação. Não se separam:

1) O sujeito de seu predicado;

2) O verbo se seu complemento;

3) O substantivo do adjetivo que o qualifica;

4) Os adjuntos adnominais quando ligados ao nome.

Uso da Vírgula (,)

A vírgula (,) serve para mostrar ao leitor as separações breves de sentido entre termos vizinhos, quer na oração, quer no período.Geralmente a vírgula é interpretada na leitura por uma breve pausa.

A vírgula é utilizada nos seguintes casos:

Para separar palavras, frases e orações coordenadas assindéticas: Fui à livraria, comprei livros e voltei. As pessoas chegam, olham, perguntam e prosseguem.

Para separar os elementos de igual função sintática quando não ligados por conectivo.a) Orações: "Trabalhei em vão, busquei, catei, esperei, não vieram os versos." (Machado de Assis)b) Adjuntos adverbiais: Hoje, por volta das 20 horas, em Santana, por imprudência do motorista, um ônibus chocou-se com um lotação.c) Termos de uma enumeração: Comprei um romance, um dicionário, uma enciclopédia.

Para separar vocativos: Olha, Pedro, você precisa comparecer lá.

Para separar apostos e certos predicativos: "Iracema, a virgem dos lábios de mel, tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna." (José de Alencar)

Para separar as orações alternativas: Ou trabalhas, ou morrerás à míngua.

Para separar as orações intercaladas e outras de caráter explicativo: Segundo afirmam, há no mundo 450.000 espécies vivas de animais.

Para separar as orações independentes:80

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Paulo, disse Maria José, não se esqueça de estudar.

Para separar as orações adjetivas parentéticas: O fogo, que queima, purifica o ambiente.

Para separar certas expressões explicativas, ou retificativas, como isto é, a saber, por exemplo, ou melhor, ou antes, etc. O amor, isto é, o mais forte e sublime dos sentimentos humanos, tem seu princípio em Deus.

Para separar orações adjetivas explicativas: Pelas 12 horas do dia, que foi de sol ardente, alcançamos a cidade de Nova Viçosa.

Para separar palavras continuativas, conclusivas, explicativas, corretivas: Portanto, alegres os que sorriem. Assim, não haverá mais soluções. Fomos apenas ao shopping, aliás, ao cinema.

De modo geral, para separar orações adverbiais desenvolvidas: Enquanto a mulher passeava, Pedro ficava cuidando das crianças.

Para separar orações reduzidas adverbiais: "Dali eu via, sem ser visto, a sala de visitas." ( Lúcio de Mendonça)

Para assinalar a ausência de um verbo anteriormente explícito: Pedro estudava Filosofia, Artes e Teatro; Ana, Matemática, Química e Física.

Para assinalar a inversão dos adjuntos adverbiais: Na semana passada, o presidente viajou para a Europa.

Para separar adjuntos adverbiais: "Com mais de setenta anos, andava a pé." (Graciliano Ramos)

Nas datas, depois de nome de cidade: Belo Horizonte, 11 de dezembro de 2006.

Para indicar a elipse de um termo: Na feira, compramos frutas; no supermercado, açúcar; no açougue, carne.

Para separar certas conjunções pospostas, como porém, contudo, pois, entretanto, portanto, etc. Os alunos da professora Rosalva, contudo, haviam desde a véspera voltado às aulas.

Para separar elementos paralelos de um provérbio: Cada terra tem seu uso, cada roca tem seu fuso.

Depois do sim ou não no início de uma frase: Sim, iremos com certeza à festa. Não, vamos reunir todas as pessoas amanhã.

Para separar termos que desejamos realçar: O dinheiro, Matheus o trazia escondido na cueca.

A vírgula não é utilizada nos seguintes casos:

Entre o sujeito e o verbo da oração, quando juntos: Atletas de várias nacionalidades participarão da grande maratona.

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Obs: Se entre o sujeito e o verbo ocorrer adjunto ou oração, com pausas obrigatórias, terá lugar a vírgula: Meus olhos, devido à fumaça, ardiam e lacrimejavam muito.

Entre o verbo e o complementos, quando juntos: Dona Maria pediu ao diretor do colégio que colocasse a filha em outra sala.

Antes de oração adverbial consecutiva do tipo: O vento soprou tão forte que arrancou mais de uma árvore.

Ponto e Vírgula (;)

O ponto-e-vírgula (;) denota uma pausa maior que a vírgula, mas não ao ponto de encerrar o período. Emprega-se principalmente:

Para separar orações coordenadas de certa extensão: Astrônomos já tentaram estabelecer contato com seres extraterrestres; suas tentativas, porém, foram infrutíferas.

Para separar os considerandos de uma lei, de um decreto, de uma sentença ou de uma petição: Considerando...; considerando ....; considerando....; ...

Para separar as partes principais de uma frase cujas idéias já apresentam clareza: Itu, Botucatu e Tefé são ruas do bairro Renascença; Levindo Lopes, Antônio de Albuquerque e Cristóvão Colombo, do Funcionários.

Ponto Final (.)

Encerra o período e é, de todos os sinais de pontuação, o que exige pausa mais ampla. Emprega-se principalmente:

Para fechar o período: A velhice é uma idade sagrada.

Usa-se também nas abreviaturas: Sr., Sra., a.C., d.C.,

Dois Pontos (:):

Os dois pontos (:) anunciam e introduzem uma citação, um enumeração ou um esclarecimento. Usa-se este sinal de pontuação:

Na determinação de hora: 5:00 de quarta-feira.

Nos vocativos de correspondência: Senhores:, Senhor:, Sr. Diretor:,

Para anunciar a fala dos personagens nas histórias de ficção: "O Baixinho retomou o leme, dizendo: Olha, menino, veja a Bahia." (Adonias Filho)

Antes de uma citação: Bem diz o ditado: Vento ou ventura, pouco dura.

Antes de certos apostos, principalmente nas enumerações:82

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Duas coisas lhe davam superioridade: o saber e o prestígio.

Antes de orações apositivas: A verdadeira causa das guerras é esta: os homens se esquecem de se amar.

Para indicar um esclarecimento, um resultado ou resumo do que se disse: "Mas padre Anselmo era assim mesmo: amigo dos pobres." (João Clímaco Bezerra)

Ponto de Interrogação (?)

Coloca-se (?) após a palavra, a frase ou a oração que incluem pergunta direta. Você não vai a festa hoje?

Obs: Não se usa ponto de interrogação depois de interrogativa indireta: Maria perguntou se devíamos ou não estar aborrecidos.

Ponto de Exclamação (!)

Coloca-se (!) após qualquer palavra, frase ou oração de caráter exclamativo, indicando espanto, surpresa, admiração, entusiasmo, desprezo, ironia, ordem, súplica, chamamento, dor, alegria, etc. Manuel! Vem cá! Nossa!

O ponto de exclamação também é usado após interjeições e ao final de frases exclamativas: Ai!; Ui!; Hum!;

Reticências (...)

As reticências (...) indicam interrupção da frase. Essa interrupção é, muitas vezes, de caráter subjetivo, quando o autor pretende mostrar determinados estados emotivos: hesitação, ansiedade, surpresa, dúvida, etc.

Elas são usadas, principalmente:

Para indicar suspensão ou interrupção do pensamento, ou ainda, corte da frase de um personagem pelo interlocutor, nos diálogos:

Quem se habitua aos livros...

No meio do período, para indicar certa hesitação ou breve interrupção do pensamento: "- Porque... não sei, porque...porque é a minha sina..." (Machado de Assis)

No fim de um período gramaticalmente completo, para sugerir certo prolongamento da idéia: "Ninguém... A estrada, ampla e solene, Sem caminhantes adormece..." (Olavo Bilac)

Para sugerir movimento ou a continuação de um fato: "E a Vida passa... efêmera e vazia." (Olegário Mariano)

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Para indicar chamamento ou interpelação, em lugar do ponto interrogativo: "- Seu Pilar... murmurou ele daí a alguns minutos. - Que é?" (Machado de Assis)

Para indicar supressão de palavras (s) numa frase transcrita: "... o chefe dos pescadores... se arroja nas ondas..." (José de Alencar)

Parênteses ( )

Usam-se ( ) para isolar palavras, locuções ou frases intercaladas no período, com caráter explicativo, as quais são proferidas em tom mais baixo: "Finjamos pois (o que até fingido e imaginado faz horror), finjamos que vem a Bahia e o resto do Brasil a mãos dos holandeses..." (Vieira)

Também entre parênteses devem ser postos os nomes de autores, obras, capítulos, etc., relativos a citações feitas, como foi feito ao final do exemplo acima.

Os parênteses são usados no caso de parte independente de uma sentença ou parágrafo, não diretamente relacionada com o restante da oração: Os profissionais liberais (advogados, médicos, dentistas, engenheiros), quando exercem a profissão por conta própria, são considerados segurados autônomos.

São usados para incluir quantias ou números já expostos por extenso: Trezentos mil reais (R$ 300.000,00).

São usados também em caso de siglas de Estado: Belo Horizonte (MG) Obs: Esses parênteses podem ser substituídos pela barra diagonal: Belo Horizonte/MG

Travessão ( - )

O travessão (-) é um traço maior que o hífen e é utilizado para:

Indicar quebra de pensamento: Pedro - para alegria geral - escreveu 15 linhas somente! Ressaltar uma expressão: Este é um procedimento de uma vida de político consciencioso e cumpridor de seu dever - dever pátrio - e não cumpridor apenas de sua agenda de inaugurações e festejos.

No discurso direto: Parece que não se machucou - disse Paulo.

Nos diálogos, para indicar mudança de interlocutor, ou, simplesmente, início da fala de um personagem: "- Você é daqui mesmo? Perguntei. - Sou, sim senhor, respondeu o garoto." (Aníbal Machado)

Separar expressões ou frases explicativas, intercaladas: Um bom ensino básico - diga-se mais uma vez - exige a valorização do professor.

Ligar palavras em cadeia de um itinerário, indicar enlace de vocábulos, mas sem formar palavras compostas: A linha aérea Brasil - Estados Unidos.

O travessão às vezes substitui os parênteses o mesmo a vírgula e os dois-pontos:84

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"Mas eis - corre-se então nívea cortina." (Cruz e Sousa)

Aspas (“”)

Empregam-se as aspas (" ") no início e no final de uma citação textual. Costuma-se colocar aspas em expressões ou conceitos que se deseja pôr em evidência:

Miguel Ângelo, "o homem das três almas",... (Carlos de Laet)

Coloca-se aspas ou, então, grifam-se palavras estrangeiras, termos da gíria, expressões que devem ser destacadas: Paulo vestiu um "short" branco e foi jogar bola.

As aspas são usadas em citações diretas: Machado de Assis disse: "Deve ser um vinho enérgico a política."

As aspas simples são usadas para enfatizar palavras de um texto que já se encontra entre aspas: Marcela disse: "É necessário dizer 'bondoso' com bastante energia."

Colchetes [ ]

Os colchetes ([ ]) têm a mesma finalidade que os parênteses; todavia, seu uso se restringe aos escritos de cunho didático, filosófico, científico:

"Cada um colhe [conforme semeia]."

O uso dos colchetes na transcrição de um texto indica inclusão de palavra(s): "O [peixe] do meio trazia uma concha na boca..."

Os colchetes indicam que a expressão por eles compreendida não faz parte do texto original ou que a data é apenas suposta: "Eles se recusam [o João e o José] a assinar o documento."

Parágrafo

O Parágrafo representa-se com o sinal (§) e serve para indicar um parágrafo de um texto ou artigo de lei. Parágrafo é cada frase ou conjunto de frases que não se separa, na página, pelo processo de mudança de linha.

Obs: É impossível estabelecer normas rígidas para determinar quando se deve concluir um parágrafo e iniciar outro. De modo geral, isso é feito para indicar mudança de assunto. Em muitos casos, porém, representa apenas descanso para a vista, deixando no papel necessários espaços em branco que quebram o caráter compacto e monótono das páginas inteiramente cheias.

Asterisco (*)

O asterisco (*), palavra que significa estrelinha, é usado:

Para remeter a uma nota ou explicação ao pé da página ou no fim de um capítulo;

Nos dicionários e enciclopédias, para remeter a um verbete;

No lugar de um nome próprio que não se quer mencionar: o Dr.*, o jornal 85

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RETIFICAÇÃO DAS INFRAÇÕES DA NORMA CULTA ENCONTRADAS COM MAIOR FREQÜÊNCIA NO DIA-A-DIA:

Mas ou Mais

Mas é uma conjunção adversativa, equivalendo a "porém", "contudo", "entretanto":Tentou, mas não conseguiu o trabalho que almejava. O planeta passa por melhorias, mas não consegue se desenvolver.

Mais é pronome ou advérbio de intensidade, opondo-se normalmente a menos:Ela foi quem mais procurou, ainda assim, não achou. Ela é uma das mulheres mais bonitas do país.

Mal ou Mau

Mal pode ser conjunção, advérbio ou substantivo.Quando conjunção, mal indica tempo: Mal você chegou, ela saiu.

Como advérbio, significa "irregularmente", "erradamente", "de forma inconveniente ou desagradável". Opõe-se a bem: Já era esperado que ela se comportaria mal. A pessoa mal-intencionada procura o prejuízo dos que estão perto. O time jogou mal, mas conseguiu recuperar no final da partida.

Mal, como substantivo, pode significar "doença", "moléstia", e, em alguns casos, significa "aquilo que é prejudicial ou nocivo": A dengue é um mal de que já nos havíamos livrado e que, devido às chuvas, voltou a atormentar nossos dias. O mal é que não se toma nenhuma atitude definitiva.

O substantivo mal também pode designar um conceito moral, ligado à idéia de maldade; nesse sentido, a palavra também se opõe a bem: No mundo em que vivemos, uma coisa é certa: o mal não compensa.

Mau é adjetivo. Significa "ruim", "de má índole", "de má qualidade". Opõe-se a bom e apresenta a forma feminina má: Tratava-se de um mau contabilista. Aquele menino tem um coração mau.

Onde e Aonde

Aonde indica idéia de movimento ou aproximação. Opõe-se a donde, que exprime afastamento.

Nos exemplos a seguir, veremos que a forma aonde costuma referir-se a verbos de movimento: Aonde ele vai? Aonde querem chegar com essas atitudes? Aonde devo passar para chegar até lá? Não sei aonde ir.

Onde indica o lugar em que se está ou em que se passa algum fato. Normalmente, refere-se a verbos que exprimem estado ou permanência. Onde ela está?

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Onde você vai ficar nas férias? Marque os lugares onde as pessoas vão ficar durante o show. Não sei onde vou procurar.

A par e Ao par

A par tem o sentido de "bem informado", "ciente": Você precisa me manter a par de tudo o que acontece. É necessário manter-se a par das questões governamentais.

Ao par é uma expressão usada para indicar relação de equivalência ou igualdade entre valores financeiros (geralmente em operações cambiais): As moedas fortes mantêm o câmbio praticamente ao par.

Ao encontro de/De encontro a

Ao encontro de indica "ser favorável a", "aproximar-se de": Ainda bem que sua opinião veio ao encontro da minha. Quando ela o viu, foi rapidamente ao seu encontro.

De encontro a indica oposição, choque, colisão: Suas opiniões sempre vieram de encontro às minhas. O caminhão foi de encontro ao barranco.

Há ou a

O verbo haver é usado em expressões que indicam tempo já transcorrido. Tudo aconteceu há dez anos. Nesse sentido, é equivalente ao verbo fazer. Tudo aconteceu faz dez anos.

Na indicação de fato futuro, emprega-se a preposição a, que, nesse caso, não pode ser substituída por "faz": O lançamento do foguete ocorrerá daqui a três semanas. Partiriam dali a três horas.

A cerca de ou Há cerca de

A cerca de significa "sobre", "a respeito de": Haverá uma reunião a cerca das palestras já proferidas.

Há cerca de indica um período aproximado de tempo já transcorrido: O Brasil foi descoberto há cerca de quinhentos anos.

Afim ou a fim

Afim é um adjetivo que significa "igual", "semelhante". Relaciona-se com a idéia de afinidade: Tiveram comportamentos afins durante os trabalhos de discussão. São pessoas afins.

A fim surge na locução a fim de, que significa "para" e indica idéia de finalidade: Ele tentou contar inúmeras mentiras a fim de nos enganar.

Demais ou De mais88

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Demais pode ser advérbio de intensidade, com sentido de "muito"; aparece intensificando verbos, adjetivos ou outros advérbios: Aquilo nos deixou indignados demais. Estamos bem até demais.

Demais também pode ser pronome indefinido, equivalendo a "os outros", "ao restantes": Acabamos deixando aos demais a liberdade de escolha. Os demais membros do clube reivindicaram o aumento das mensalidades.

De mais opõe-se a de menos. Refere-se sempre a um substantivo ou pronome: Não vimos nada de mais em sua atitude. Haviam candidatos de mais para o número de vagas oferecido.

Senão ou se não

Senão equivale a "caso contrário", ou "a não ser": É bom que ela chegue a tempo, senão a viagem será cancelada. Não havia coisa alguma senão correr.

Se não surge em orações condicionais. Equivale a "caso não": Se não houver competência, não ganharemos as eleições.

Na medida que ou a medida que

Na medida em que indica uma causa. Equivale a "porque", "já que", "uma vez que": O fornecimento de luz foi interrompido na medida em que os pagamentos não vinham sendo efetuados. Na medida em que os candidatos foram selecionados, minha esperança aumentou.

À medida que indica proporção, desenvolvimento simultâneo e gradual. Equivale a "à proporção que": O crime foi sendo solucionado à medida que as investigações foram avançando. O sofrimento aumentava à medida que a doença ia se alastrando.

A forma "à medida em que" deve ser evitada, já que resulta da união das duas locuções já estudadas.

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ESTILÍSTICA

Figuras de Linguagem

As Figuras de Linguagem, também chamadas por muitos de Figuras de Estilo, são recursos usados com o objetivo de enriquecer a nossa comunicação.

Esses recursos podem ser classificados em três tipos, de acordo com o tipo de modificação aplicada na linguagem:

- Figuras de Sintaxe (ou Figuras de Construção)- Figuras de Palavras- Figuras de Pensamento

Figuras de Sintaxe

Também chamadas Figuras de Construção, são recursos que consistem no desvio das normas em relação à concordância entre os termos da oração, sua ordem, possíveis repetições ou omissões, com o objetivo de conferir mais expressividade à linguagem.

Silepse ou Concordância Ideológica

É a concordância que se faz com a idéia subentendida, não com a palavra expressa. É, aparentemente, uma discordância. A silepse pode dar-se: no gênero, no número ou na pessoa.

Silepse de gêneroExemplos:Residimos na agitada Belo Horizonte. Pesca não é permitido nesta época do ano.

Silepse de númeroExemplos: "Antes sejamos breve que prolixo." (João de Barros, apud Carlos Góis) "Povoaram os degraus muita gente de sorte." (C. Castelo Branco)

Silepse de pessoaExemplos: "Aliás todos os sertanejos somos assim." (Raquel de Queirós) " Os dois íamos andando distraídos" (Vieira)

Elipse

É a supressão de um termo ou oração que facilmente se subentende no contexto. Quando omitimos o termo que anteriormente já fora expresso, no mesmo período, a elipse pode ser chamada de zeugma.

Exemplos: Pedro estava com sono. Preferiu não sair. (elipse do sujeito ele) Quanta violência na cidade. (elipse do verbo haver = Quanta violência há na cidade).Pleonasmo

É a repetição da idéia, com as mesmas palavras ou não. Seu objetivo é realçar as idéias, reforçar ou enfatizar a expressão.Exemplos:

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"Cada qual busca salvar-se a si próprio..." (Herculano) "Foi o que vi com meus próprios olhos." (Antônio Calado)

Anáfora

É a repetição de palavra ou frase no princípio de vários versos (ou orações, ou períodos).

"É preciso casar João.é preciso suportar Antônio,é preciso odiar Melquíades,é preciso substituir nós todos."(Drummond)

"Vejo os garotos na escola,preto-branco-branco-preto,vejo os pés pretos e uns brancosdentes de marfim mordente..."(Drummond)

Epístrofe

É a repetição de palavra ou expressão no final de frases ou versos seguidos ou próximos.".......................o dia não veio,o bonde não veio,o riso não veio..."(Drummond)"Homem!Vive por Deus!Sofre por Deus!Morre por Deus!"(Guerra Junqueiro)

Polissíndeto

É a repetição enfática do conectivo coordenativo (geralmente a conjunção e).

"Suspira, e chora, e geme, e sofre, e sua..." (Bilac) "Por que é a beleza vaga e tênue, falaz e vã e incauta e inquieta?" (Cabral do Nascimento)

A omissão do conectivo que normalmente empregaríamos chama-se assíndeto. Veio a cidade, falou com o prefeito, partiu.

Anacoluto

É a quebra ou interrupção da estrutura sintática da frase pela inserção de um termo soltou ou a mudança repentina de uma determinada construção sintática. Como resultado, o início, que se apresenta desligado logicamente, antecipa uma idéia importante e lhe dá realce.

"Pobre, quando come frango, um dos dois está doente. "Eu, que era branca e linda, eis-me medonha e escura." (Manuel Bandeira)

Anástrofe

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É a ordem inversa, obtida pela anteposição ou inversão de termos na oração ou de orações no período.

Pelas obras se escondem os homens. O sacrifício, faremos, a vitória, alcançaremos.

Hipérbato

É a inversão de termo e sua intercalação, cortando-se elementos ligados logicamente. Venceu a prova o dentre todos mais robusto da turma. O das águas gigante caudaloso..." (Gonçalves de Magalhães)

Existe uma inversão particularmente violenta dos termos, em que se sacrifica um pouco a clareza em proveito do ritmo artístico da frase: a Sínquise: "Enquanto manda as ninfas amorosas grinaldas nas cabeças pôr de rosas." (Camões)

Figuras de Palavras

Chamamos de Figuras de Palavras os recursos pelos quais se altera o significado, o sentido lógico de uma palavra, com o objetivo de aumentar a expressividade da fala ou texto.

Essa palavra acaba recebendo um novo dimensionamento, uma nova significação, e passa a ser usada para expressar outras idéias e emoções.

Metáfora

Consiste no emprego de uma palavra com um sentido diverso, figurado, derivado de uma comparação com outro elemento.

Essa relação comparativa entre os significados é estabelecida através da imaginação do seu criador, sendo assim, de caráter essencialmente subjetivo, pessoal.

Outro aspecto importante da metáfora é que a comparação se dá de forma subentendida, ou seja, não é expressa usando, por exemplo, o conectivo "como".

“O pavão é um arco-íris de plumas. (Rubem Braga)”

Repare como Rubem Braga usou a metáfora nesse exemplo:

Ele encontrou, entre os termos pavão e arco-íris, uma relação de semelhança e uma característica comum: um arco multicolorido.

Assim, ao invés de dizer que o pavão, com sua cauda multicolorida, armada em forma de leque, é como um arco-íris de plumas, ele condensou essa comparação em uma pequena oração, sem usar o conectivo "como", atribuindo ao pavão um significado inesperado:

"O pavão é um arco-íris de plumas."

“Que negro segredo guardava no porão da alma?”

A metáfora atinge seu objetivo, ou seja, aumenta a expressividade da fala ou texto, na medida em atribui um significado inesperado ou improvável de um termo a outro, provocando um impacto em nossa sensibilidade.

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Devido à sua grande força evocativa e emotiva, a metáfora é a mais badalada figura de estilo. (Percebeu a metáfora?)

Metonímia

Também denominada transnominação, é uma figura de linguagem que consiste no emprego de um termo em lugar de outro, dada a grande semelhança de sentido ou possibilidade de associação entre eles.

Uso do Efeito pela Causa :

Sócrates tomou a morte.Na verdade, a morte é o efeito, e o veneno, a causa.

Os aviões semeavam a morte.Novamente, a morte é o efeito, e a causa são as bombas.

Obs.: repare que nesse último exemplo também há uma metáfora, afinal, há uma comparação subentendida entre o ato de semear e o de lançar as bombas.

Uso da Causa pelo Efeito :

Não fume aqui! Sou alérgico a cigarro!A alergia, na verdade, é à fumaça causada pelo cigarro, e não ao cigarro em si.

Uso da Marca pelo Produto :

Eu adoro danoninho até hoje.Danoninho aqui se refere não apenas ao queijo petit suisse da Danone, mas também todos os de outras marcas, como Chambinho, Ninho Soleil, Itambezinho entre outros.

Eu não consigo beber só um yakult.Na frase acima, Yakult simboliza o vidrinho de leite fermentado, de qualquer marca.

Isso aí só sai com bombril!O que se quis dizer acima é que só é possível fazer a limpeza com lã de aço, que pode ser tanto Bombril como Assolan ou outra marca similar.

Um caso interessante é o da palavra gilete, que, por ser uma metonímia tão freqüente, já consta nos principais dicionários para designar a lâmina de barbear, em referência à marca Gillette, pioneira em sua fabricação. Mas atenção: quando, em linguagem chula, alguém diz que uma pessoa é gilete, não está usando, nesse caso, uma simples metonímia, mas uma metáfora.

É que essa é uma comparação entre o indivíduo bissexual, que se sente atraído pelos dois sexos, e uma lâmina que corta dos dois lados.

O mesmo acontece quando dizemos que alguém é bombril, já que está fazendo uma comparação com a lã de aço Bombril, que, segundo a propaganda, tem 1001 utilidades.

Uso do nome do Autor pela Obra :

Gosto muito de ler Shakespeare.(Em referência aos livros escritos por Shakespeare)Leiloaram um Portinari.(Em referência a um quadro pintado por Portinari)

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Uso do Continente pelo Conteúdo :

Atenção: o continente aqui é aquilo que contém alguma coisa, e não as grandes massas de terra cercadas pelas águas oceânicas. Veja alguns exemplos:

Bebeu dois cálices de vinho.(Em referência ao vinho contido nos cálices)

Comeu um saco de biscoitos.(Em referência aos biscoitos contidos no saco)

Uso do Instrumento pela Pessoa que o utiliza :

Um bom garfo come de tudo, sem reclamar.(Em referência a uma pessoa que come bastante, comilão)

Essa mesma história foi reescrita por várias penas.(Por vários escritores)

Uso da Matéria pelo Objeto :

O atleta ganhou apenas a prata.(Em referência à medalha de prata)

Já escutava o tinir dos cristais...(Em referência às taças de cristal)

O padre fez suspirar o bronze.(Em referência ao sino - repare também na metáfora de suspirar)

As armas não vencerão a toga.(ou seja: a força militar - simbolizada pelas armas - não vencerá a Justiça - simbolizada pela toga, que é o traje usado pelos juízes de Direito)

Mas nem todos eram leais à coroa...(Em referência ao rei)

O trono foi abalado.(Em referência ao império)

Uso do Lugar pelos seus Produtos :

Quero uma garrafa de Porto.(Em referência ao vinho fabricado na Cidade do Porto)

Ele aprecia o madeira.(Em referência ao vinho fabricado na ilha de Madeira)

Uso do Lugar pelos seus Habitantes :

"A América reagiu e combateu." (Latino Coelho)94

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(Em referência aos americanos)

O Brasil chorou a morte dos integrantes do grupo Mamonas Assassinas.(Em referência aos brasileiros)

Uso da Parte pelo Todo :

Depois do acidente, ficaram sem teto.(teto representa casa)

Joana completa 15 primaveras no mês que vem.(primaveras representam anos)

Tinha cinco bocas para alimentar.(bocas representam pessoas)

Uso do Singular pelo Plural : O carioca é esperto.(se referindo aos cariocas)

O homem é mortal.(se referindo a todos os homens)

Uso da Qualidade pela Espécie :

Este é um mistério inatingível aos mortais.(Em referência aos homens)

Poucos irracionais são capazes de construir ferramentas e produzir alterações na natureza.(Em referência aos animais)

Uso da Espécie pelo Indivíduo :

O homem já foi à lua.(Em referência a alguns astronautas.)

"Andai como filhos da luz", recomenda-nos o Apóstolo. (para dizer São Paulo)[São Paulo (indivíduo) foi um dos apóstolos (espécie).]

Uso do Nome do Indivíduo pela Classe que representa:

"Não é paternalismo de nenhum mecenas arquimilionário." (Raquel de Queirós)Mecenas representa os patrocinadores das artes, em referência a Caio Mecenas (68 a.C. - 8 a.C.), influente conselheiro de Otávio Augusto (imperador romano) depois de se aposentar, devotou todos os seus esforços a um círculo de intelectuais e poetas, patrocinando-os com amizade, bens materiais e proteção política.

O orelhão amanheceu destruído, mas ninguém sabia quem era o Átila.Átila representa os destruidores, em referência a Átila (406 - 453), o último e mais poderoso rei dos hunos, que saqueou e destruiu várias províncias da Europa.

Quem de vocês foi o Judas que contou meu segredo?

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Judas representa os traidores, em referência a Judas Iscariotes, segundo os Evangelhos, foi o traidor que entregou Jesus Cristo aos seus captores por 30 moedas de prata.

Perífrase

É um tipo de Metonímia na qual a coisa é substituída por algum de seus atributos, ou de um fato que a celebrizou (tornou notório, notável).

O ouro negro representa mais de um terço das fontes energéticas do Brasil.(Referindo-se ao petróleo, um líquido negro que tem tanto valor quanto o ouro)

O poeta dos escravos morreu jovem.(Referindo-se a Castro Alves, cujas poesias são marcadas pela crítica à escravidão, motivo pelo qual é conhecido como "Poeta dos Escravos")

Vou passar as férias na Cidade Maravilhosa.(Referindo-se ao Rio de Janeiro, que inspirou a marchinha Cidade Maravilhosa, composta por André Filho para o Carnaval de 1935.)

O rei dos animais estava dormindo.Em referência ao livro "O Mágico de Oz", no qual o personagem Leão Covarde, após enfrentar e vencer um estranho monstro com forma de aranha, que apavora mesmo as piores feras de uma selva na floresta de Oz, é aclamado o "Rei dos Animais".

Sinestesia

Do grego syn- (união ou junção) e -esthesia (sensação), é uma figura de linguagem que relaciona planos sensoriais diferentes, transferindo percepções de sentido para outro, resultando uma fusão de impressões sensoriais de grande poder sugestivo. Assim, relaciona o gosto com o cheiro, ou a visão com o olfato.

Sua voz doce e aveludada era uma carícia aos ouvidos. (audição + paladar + tato)

"Os carinhos de Godofredo não tinham mais o gosto dos primeiros tempos."(Autran Dourado, relacionando o tato com o paladar)

O brilho macio do cetim realçava o traje. (visão + tato)

O doce afago materno acalmava o bebê. (paladar + tato)

Aquele olhar gelado escondia uma ponta de desespero. (visão + tato)

Era um verde azedo... (visão + paladar)

Possuía um aroma gritante... (olfato + audição)

Era o delicioso aroma do amor... (Paladar + Olfato)

Figuras de Pensamento

São recursos de linguagem que se valem do uso dos sentidos dos enunciados com o objetivo de tornar mais expressiva a comunicação.

Antítese

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Nada mais é do que a aproximação de palavras ou expressões que exprimem idéias contrárias ou que tenham sentidos opostos entre si. Marcela era jovem na idade, mas velha nas idéias. Tratar igualmente os desiguais não é fazer justiça. Agir errado foi o mais certo que poderia fazer.

Apesar de sua simplicidade, a Antítese é um notável recurso de estilo, muito usado por grandes escritores.

Amigos ou inimigos estão, amiúde, em posições trocadas. Uns nos querem mal, e fazem-nos bem. Outros nos almejam o bem, e nos trazem o mal. (Rui Barbosa)

A areia, alva, está agora preta, de pés que a pisam. (Jorge Amado)

Apóstrofe

Se caracteriza pela interrupção da seqüencia lógica de pensamento do discurso, feita pelo orador ou escritor, para invocar ou se dirigir a coisas ou pessoas presentes ou ausentes, reais ou fictícias, através do vocativo. A apóstrofe também pode iniciar um discurso, e, nesse caso, não se caracterizará pela interrupção, mas apenas pela invocação a pessoas ou coisas:

Eu estou horrorizada com essa situação. Ó meu Deus, quando isso vai acabar?Ó meu Deus, quando isso vai acabar? Eu estou horrorizada com essa situação.

Repare que a apóstrofe corresponde a todo o trecho em itálico, e o vocativo apenas ao trecho sublinhado.

Atenção: Não confunda a apóstrofe com o apóstrofo, que é um sinal gráfico em forma de vírgula (") que serve para indicar a supressão de fonemas (Tomei um copo d’água.).

Eufemismo

Consiste na suavização de realidades contundentes, chocantes, difíceis ou desagradáveis, através de rodeios de palavras, expressões menos desagradáveis ou palavras mais delicadas, polidas ou politicamente corretas. O eufemismo sempre foi muito usado no mundo literário.Manoel Bandeira, por exemplo, foi fantástico ao substituir a palavra "morte" por "quando a indesejada da gente chegar". Já Gil Vicente se referiu ao inferno como "Porto de Lúcifer". Álvares de Azevedo escreveu "Era uma estrela divina que ao firmamento voou!" para indicar a morte. E Mário Quintana definiu a mentira como "Verdades que esqueceram de acontecer".Mas também no dia-a-dia de pessoas comuns como eu e você, o eufemismo é usado com bastante freqüência, principalmente quando é preciso se referir a realidades duras como a morte e doenças, ou atenuar o sentido chulo, grosseiro, desagradável ou importuno de certas palavras, principalmente as relacionadas a objetos de tabu, como sexo e necessidades fisiológicas.

Cuidado para não confundir o Eufemismo com o Disfemismo, também muito presente no dia-a-dia, que é um volteio semântico que faz justamente o contrário, ou seja, torna mais agressiva, repulsiva, grosseira ou jocosa a idéia.

Veja a seguir alguns dos exemplos mais comuns de eufemismo e disfemismo:

Eufemismos relacionados à morte:João foi dessa para uma melhor. Ele foi para o céu, virou uma estrela. Informamos que, nesta manhã, Carlos foi ao encontro de Deus. O velhinho descansou.

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Paulo adormeceu para a eternidade. Vinícius entregou a alma ao Criador.

Disfemismos fúnebres:Ele apanhou até bater as botas. Te pago cinco mil pra apagar o cara. Ih! Aquele lá já virou presunto! Só descanso quando ele vestir o pijama de madeira. Ele abotoou o paletó.

Eufemismos ligados a doenças:Caetano contraiu o mal-de-lázaro. (lepra) Joaquim foi morto pela peste branca. (tuberculose) Aquele rapaz é soropositivo. (que tem AIDS, aidético) Filomena cuida de crianças excepcionais. (deficientes mentais

Assuntos sexuais:Marina, onde vamos fazer amor esta noite? Hoje o Bráulio vai entrar em cena. Aquela mulher exerce a mais antiga das profissões. Levou um chute nas partes baixas. Necessidades fisiológicas:João foi fazer suas necessidades. Mariana foi ao toalete. Eu vou passar um fax. Ele está demorando muito. Deve estar soltando um barro. (Disfemismo)

Outros Eufemismos:Você faltou com a verdade em seu discurso. (mentiu) É ele o usurpador do bem alheio. (ladrão) Seu filho é um amigo do alheio. (ladrão) Benedito teve seus bens subtraídos no ônibus. (furtados) Esta é minha secretária (ou assistente). (empregada doméstica) Carlos está disponível no mercado de trabalho. (desempregado) O candidato usou dinheiro não-contabilizado na campanha (Caixa Dois) Maria foi rezar na cidade dos pés-juntos. (cemitério - disfemismo)

Gradação

É a exposição de uma seqüência de idéias de forma crescente/ascendente (em direção a um clímax) ou decrescente/descendente (anticlímax).

Cassiano foi tímido, frouxo, covarde.O homem nada mais é do que um ser limitado, uma ínfima criatura, um grão de pó perdido no cosmos."O primeiro milhão possuído excita, acirra, assanha a gula do milionário" (Olavo Bilac)No meu quarto concebi as idéias que me levariam a dominar o bairro, a cidade, o país, o mundo... E a desejar o próprio Universo...Você não passa de um roedor, um verme... Uma bactéria. Um vírus!

Hipérbole

É uma deformação da verdade pelo exagero de uma idéia.

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O objetivo é conseguir um efeito expressivo, é acentuar de forma dramática aquilo que se quer dizer, é transmitir uma imagem inesquecível. (notou a gradação?)É freqüente na linguagem do dia-a-dia.

Rita chorou rios de lágrimas por Matheus. Depois do jogo eu estava morto de sede. Quase morri de rir daquela piada. Rolei de tanto rir. Os carros voavam pelas estradas. Estou um século à sua espera. Já te avisei mais de mil vezes.

Ironia

Vem do grego eironeía, que significa dissimulação.Como recurso de estilística, a Ironia é uma figura de pensamento pela qual nos expressamos por palavras que significam o contrário do que no íntimo pensamos, ou estão em flagrante desacordo com a realidade, quase sempre com intenção sarcástica.Há ironia quando se apresenta com sarcasmo um contraste frisante com o que logicamente devia ser. Normalmente, só o contexto em que se fala ou escreve permite que, o ouvinte ou leitor, perceba o sentido real do que se diz.

Que bonito, hein? (Surpreendendo alguém fazendo algo de errado)Vejam os altos feitos destes senhores: dilapidar os bens do país e fomentar a corrupção!"Um carro começa a buzinar... Talvez seja um amigo que venha me desejar Feliz Natal. Levanto-me, olho a rua e sorrio: é um caminhão de lixo. Bonito presente de Natal!"

Prosopopéia

Também chamada de Personificação, é a atribuição de ações, sentimentos ou qualidades próprias dos seres humanos a coisas, objetos ou a animais a eles qualidades e sentimentos. Esse recurso também é chamado de Animalização, e é muito comum também na literatura infanto-juvenil.

"Os sinos chamam para o amor" (Mário Quintana)O Vento suspirou e o Sol também. A Cadeira começou a gritar com a Mesa. O Sol amanheceu triste e escondido.

É comum também a personificação de conceitos abstratos.A morte roubou-lhe o filho mais querido."Vi a Ciência desertar do Egito..." (Castro Alves)

Reticência

É um recurso que consiste em suspender o pensamento, omitindo seu desenvolvimento.

Se eu te pego eu ..."De todas, porém, a que me cativou logo foi uma... uma... não sei se digo." (Machado de Assis)"Quem sabe se o gigante Piaimã, comedor de gente, ..." (Mário de Andrade)

Retificação

Como a própria palavra diz, nada mais é do que retificar, corrigir uma afirmação feita anteriormente. O objetivo é exatamente destacar a informação que consta da retificação.

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O síndico, aliás uma síndica muito gentil, não sabia como resolver o caso."O país andava numa situação política tão complicada quanto a de agora. Não, minto. Tanto não." (Raquel de Queiroz)"Tirou, ou antes, foi-lhe tirado o lenço da mão." (Machado de Assis)

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Vícios de Linguagem

Barbarismos

Os erros de pronúncia, de grafia, de flexão, palavras mal formadas, vocábulos estranhos, ou seja, todos os erros que atentam contra a forma da palavras são chamados Barbarismos. Os mais freqüentes são as cacoépias, as cacografias, os estrangeirismos e os hibridismos.

Cacoépia

É qualquer tipo de erro de pronúncia. Quando se trata de erro de pronúncia pela deslocação do acento tônico, chama-se também silabada.

Incorreto/CorretoAbóboda abóbada Areoporto aeroporto ávaro avaro bátavo batavo (ta) crisantemo crisântemo empingem impingem esteje esteja havéra houvera hilariedade hilaridade

Incorreta Corretoíbero ibero (be) interim ínterim (in) intertício interstício irrascível irascível mácabro macabro (ca) mendingo mendigo metereologia meteorologia mortandela mortadela

Cacografia

É qualquer erro de grafia, ou seja, troca de letras, divisão silábica incorreta, etc.

Incorreto/CorretoMagestoso majestoso Excessão exceção Xuxu chuchu Pixe piche Geito jeito Quizer quiser Fraze frase

Estrangeirismos

São chamados estrangeirismos todas as palavras, expressões ou frases estrangeiras empregadas indevidamente em nossa língua. De acordo com a procedência, dividem-se em:

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francesismos ou galicismos, anglicismos, italianismos, castelhanismos ou espanholismos, germanismos, eslavismos, arabismos, hebraísmos, latinismos, americanismos, etc.

Solecismos

São erros que atentam contra as normas de concordância, de regência ou de colocação.

Solecismos de Concordância

Exemplos/CorreçãoFazem três anos que me separei. Faz três anos que me separei.Haviam muitas pessoas no local. Havia muitas pessoas no local.O pessoal já saíram? O pessoal já saiu?Aluga-se casas. Alugam-se casas.

Solecismos de Regência

Exemplos/CorreçãoOntem assistimos o filme. Ontem assistimos ao filme.Cheguei no Brasil em 1923. Cheguei ao Brasil em 1923.Pedro visava o posto de chefe. Pedro visava ao posto de chefe.O ministro aspirava o trono. O ministro aspirava ao trono.Eu namoro com Pedro. Eu namoro Pedro.

Solecismos de Colocação

Exemplos/CorreçãoMe empresta o caderno? Empresta-me o caderno?Foi João quem avisou-me. Foi João que me avisou.Rui Barbosa era um homem grande. Rui Barbosa era um grande homem.Me parece que não deu certo. Parece-me que não deu certo.

Arcaísmos

São palavras ou expressões que já pertencem ao passado da língua.

"Físico" (em lugar de médico) "Palmeirim" (em vez de peregrino) "Fremoso" (por formoso) "Asinha" (por rapidamente) "Arreio" (por enfeite) "entonces" (por então) "vosmecê" (por você) "geolho" (por joelho)

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Plebeísmos

São palavras ou expressões triviais ou de gíria. Os plebeísmos não podem ser tolerados na língua culta, pois espelham imediatamente grosseria, falta de instrução, boçalidade.

Exemplos: Vamos tomar um "tróço" ali no bar?Fiquei "besta"É isso, aí, bicho...Ele era um cara bacana...Ele era um tremendo mané!Tô ferrado!"Tá ligado nas quebradas, meu chapa?Esse bagulho é "radicaaaal"!!! Táh ligado mano?

Pleonasmo

É a repetição de palavras ou expressões inteiramente inúteis por nada acrescentarem ao que já foi dito, ou seja, presença de palavras supérfluas na frase. Por este motivo é considerado um vício de linguagem e recebe o nome de "Pleonasmo Vicioso".

"sonhar um sonho""entrar para dentro""sair para fora""subir para cima""descer para baixo""ver com os olhos""andar com os pés", etc.

Obs.: O Pleonasmo vicioso é também denominado perissologia. Diferentemente do pleonasmo tradicional, esse deve ser sempre evitado.

acabamento final certeza absoluta quantia exata nos dias 8, 9 e 10, inclusive juntamente com expressamente proibido em duas metades iguais sintomas indicativos há anos atrás vereador da cidade outra alternativa detalhes minuciosos a razão é porque anexo junto à carta de sua livre escolha superávit positivo todos foram unânimes conviver junto fato real encarar de frente multidão de pessoas amanhecer o dia criação nova retornar de novo empréstimo temporário

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surpresa inesperada escolha opcional planejar antecipadamente abertura inaugural continua a permanecer a última versão definitiva possivelmente poderá ocorrer comparecer em pessoa gritar bem alto propriedade característica demasiadamente excessivo a seu critério pessoal exceder em muito.

Pleonasmos viciosos

Subir para cima - Se está subindo, logo, é para cima. Descer para baixo - Se está descendo, logo, é para baixo. Entrar para dentro - Se está entrando, logo, é para dentro. Sair para fora - Se esta saindo, logo, é para fora. Protagonista principal - O protagonista já é o principal. Anexar junto - O anexo já é junto. Hemorragia de sangue - A hemorragia já trata de derramamento de sangue para fora dos vasos. Almirante da Marinha - só existe essa patente na Marinha Brigadeiro da Aeronáutica - só existe na Aeronáutica

Anfibologia ou ambigüidade É a duplicidade de sentido resultante de má disposição das palavras na frase, ou seja, é o defeito da frase que apresenta duplo sentido.

"O pai encontrou o filho em seu quarto." (No quarto do pai ou do filho?)"Como vai a cachorra da sua irmã?" (Que cachorra? a irmã ou a cadela criada pela irmã?)"Este líder dirigiu bem sua nação"("sua"? nação da 2ª ou 3° pessoa(o líder)??).

Cacófato

É a palavra ridícula ou obscena resultante da união de sílabas de palavras vizinhas. Por isso temos que cuidar quando falamos sobre algo para não estarmos ofendendo a pessoa que ouve.

Ela tinha muito jeito.Maria nunca ganha.A boca dela é linda!Dê-me uma mão, por favor.Ela se disputa para ele.Vou-me já, pois estou atrasado.Eu amo ela demais !!!

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Hiato

É o acumulo de vogais, produzindo efeito desagradável.

Já há alguns anos não chove.Vou eu ou outro vai.Parai ao ouvir o primeiro sinal.Andréia irá ainda hoje ao oculista.

Eco

É a rima na prosa.

Meu irmão sofria do coração naquela ocasião.O acusado foi interrogado pelo magistrado.Voltando-se para mim assim falou o Serafim.O coordenador dava grande valor a seu superior.A flor tem odor e frescor.

Colisão

É a seqüência das mesmas consoantes.

No mato tu matarás o tatu.Este senhor é sumamente sensível.O rato roeu a roupa da rainha.O que se sabe sobre o sabre.

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PROVÉRBIOS POPULARES

“Não se põe remendo velho em pano novo.”“Antes asno que me carregue que cavalo que me derrube.”“Abre-se um olho para vender e dois para comprar.”“A ociosidade é mãe de todos os vícios.”“Não chame nenhum homem de feliz enquanto ele não estiver morto.”“Amigo de todos, amigo de ninguém.”“A amizade é como porcelana; pode-se emendar mas sempre fica a marca.”“Os dedos foram feitos para comer.”“Um tolo e seu dinheiro logo se separam.”“Não conte com os ovos dentro da barriga da galinha.”“Quem se faz de ovelha o lobo come.”“É melhor perder a sela do que o cavalo.”“A confiança e planta de crescimento lento.”“Se vale ser enforcado por um carneiro, vale ser enforcado por um cordeiro.”“Um gato acuado pode se tornar tão feroz quanto um leão.”“O melhor é inimigo do bom.”“Não se imprimem pegadas na areia do tempo ficando sentado.”“Ao homem ousado a fortuna estende a mão.”“Antes de dar presentes, pague suas dividas.”“A vela ilumina os outros enquanto se consome.”“Quem de muito quer saber mexerico quer fazer.”“É melhor curvar enquanto o galho é novo.”“Não diga desta água não beberei por mais suja que seja.”“Se conselho fosse bom ninguém dava, vendia.”“Coração tímido nunca conquistou mulher bonita.”“Feliz de quem se contenta com o que tem.”“Não ponha o chapéu onde a mão não alcança.”“O descontentamento é o primeiro passo para o progresso.”“Cachorro de dois donos morre de fome.”“Não atravesse a ponte antes de chegar a ela.”“Antes um bom inimigo que um mau amigo.”“Quem nada tem nada teme perder”“Quem o feio ama bonito lhe parece.”“Deus ajuda os ricos; os pobres podem mendigar.”“Numa tempestade qualquer porto serve.”“Todos colocam peso em cavalo de boa vontade.”“A mais longa jornada começa com o primeiro passo.”“Discurso bonito não enche barriga de ninguém.”“Antes que o mal cresça, corta-se a cabeça.”“Não faça perguntas e não lhe dirão mentiras.”“Para bom mestre não há ferramenta ruim.”“Os tolos são sábios enquanto calados.”“No amor e na guerra tudo vale.”“Não roube de Pedro para pagar a Paulo.”“Cada um deita na cama que fez.”“É melhor ser cabeça de cachorro do que rabo de leão.”“Atos falam mais do que palavras.”“Os melhores peixes nadam no fundo.”“O peixe que belisca todas as iscas logo é pego.”“Guarda-te do homem que não fala e do cão que não ladra.”

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