Apostila Tecnicas I

14
TÉCNICAS DE ACUPUNTURA 1 Curso de Acupuntura Professor: Leonardo Alvisi Silva Wanderley

Transcript of Apostila Tecnicas I

Page 1: Apostila Tecnicas I

TÉCNICAS DE ACUPUNTURA 1

Curso de Acupuntura

Professor: Leonardo Alvisi Silva Wanderley

Page 2: Apostila Tecnicas I

IMAM – Instituto Mineiro de Acupuntura e Massagens 2

SUMÁRIO

Técnicas de Acupuntura I

Página

Programação das aulas................................................................................. 3 I Introdução.................................................................................................... 4 II Agulhas........................................................................................................ 4 III Moxa............................................................................................................ 11 IV Ventosas....................................................................................................... 12 V Sangria......................................................................................................... 12 VI Agulhas semi-permanentes.......................................................................... 13 VII Martelo de Sete Pontas................................................................................. 13 VIII Acupressura.................................................................................................. 14 IX Combinação de Técnicas............................................................................. 14 Referências.................................................................................................. 14

Page 3: Apostila Tecnicas I

IMAM – Instituto Mineiro de Acupuntura e Massagens 3

PROGRAMA DAS AULAS Materiais necessários: � Tae Balls (Jian Sheng Qiu) � Bastão (vide medida no livro indicado) � Almofadas (vide medida no livro indicado) � Jaleco branco � Agulhas

� Agulhas de 1 Cun � Agulhas de 1,5 Cun

� Agulha auricular fixa – 1 cartela � Esferas magnéticas para aurículo ou semente de semen sinensis para aurículo � Agulha semi-permanente – Hinaishin � Agulhas descartáveis para sangria � Pinça � Moxa em pó (fibra) � Moxa em bastão � Cartela de moxa indireta de colagem na pele Conteúdo Programático: � Introdução � Agulhas – características principais � Exercício de mobilidade e fortalecimento das mãos (Tae Balls e Bastão) � Exercício de sensibilidade � Técnicas de punção � Obtenção do De Qi (sensação acupuntural) � Direcionamento (condução) do Qi � Técnicas básicas (Tonificação/Dispersão/Harmonização) � Agulhas semi-permanentes – Uso de fita cirúrgica � Moxabustão

� Direta � Indireta

� Ventosas � Sangria � Martelo de sete pontas � Acupressura � Escarificação e Kua Sha � Combinação de Técnicas

Page 4: Apostila Tecnicas I

IMAM – Instituto Mineiro de Acupuntura e Massagens 4

I. INTRODUÇÃO A teoria dos Jing Luo é uma das bases da Medicina Chinesa, e consiste num sistema integrado das diversas partes do corpo. Através dos estímulos dos pontos dos canais, podemos tratar as suas patologias (peças externas) e as patologias dos órgãos Zang-Fu, a quem estão ligados. Acupuntura, em chinês, é “Zhen Jiu” ou, ao pé da letra, “agulhas-moxa”, seus principais métodos de estímulo dos pontos. Contudo, outras formas de estímulo também são utilizadas hoje em dia, tais como ventosas, sangria, laser, etc. É das regras práticas da utilização destes métodos que vamos fazer uso. II. AGULHAS A introdução de agulhas é o principal método de estímulo da acupuntura. As agulhas são de diversos tipos e podem ser usadas com várias funções. a) Tipos de agulhas: Podem ser de aço, prata e ouro. As de prata e ouro, em geral, são grossas (diâmetro 0,5 mm) e medem ½ polegada. As de aço têm diâmetros e comprimentos variáveis.

Comprimento (Cun): 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 4.0 Diâmetro (mm)

15mm 30mm 40mm 50mm 65mm 75mm 100mm Fina 0.25 x x x X

Média 0.32 x x x x x x x Grossa 0.45 x x x x b) Ação das agulhas: De uma forma geral, as agulhas provocam dispersão no ponto. Contudo, dependendo da forma de aplicação, pode-se conseguir efeitos tonificantes, sedantes ou harmonizantes.

Tonificação Sedação � Agulha de ouro ou aço com cabo de

cobre; � Agulha de prata ou aço com cabo de prata;

� Agulhas deixadas por pouco tempo;

� Agulhas deixadas por longo tempo;

� Introduzir rápido e retirar devagar; � Introduzir lento e retirar rápido; � Movimento lento de rotação da agulha � Rotação rápida e fraca (pequena

amplitude) � � Movimento rápido e curto de introdução e

retirada. Harmonização

Mescla de Tonificação e Sedação � Conceitos sobre a ação das agulhas Sob a ótica ocidental:

Page 5: Apostila Tecnicas I

IMAM – Instituto Mineiro de Acupuntura e Massagens 5

Concepção moderna: de acordo com essa concepção, a atividade reflexa entre os pontos de acupuntura e os órgãos internos é explicada pela participação das vias do sistema nervoso autônomo. Deste modo, o estímulo de certos pontos cutâneos produz reflexos orgânicos internos no nível das vísceras, atuando diretamente em seu funcionamento. Sabe-se que a introdução de agulhas produz, dependendo dos pontos, diversos efeitos, como bloqueio da transmissão da dor, liberação de neurotransmissores, variação de níveis de diversos hormônios, aumento do número de glóbulos brancos ou vermelhos, aumento de anticorpos, regulação das funções e movimento de órgãos e vísceras. Ação elétrica: Ouro: doador de elétrons Prata: receptor de elétrons Dois metais – corrente – podem aumentar ou diminuir a resistividade do ponto Ação neuroendócrina: lesões celulares – substâncias ativas

(ativação de receptores nervosos locais) Sob a ótica oriental: Concepção tradicional: baseia-se na noção de circulação de energia. A doença é proveniente do desequilíbrio da distribuição energética entre diferentes órgãos. A acupuntura propõe-se a restabelecer este equilíbrio. É então um método global que se encarrega da totalidade do ente sofredor. Na Medicina Tradicional Chinesa, o corpo é visto como um sistema energético em equilíbrio dinâmico: a energia (Qi) circula através de um sistema de canais ou meridianos, formando uma rede que conecta os pontos de acupuntura entre si e influencia o funcionamento dos órgãos internos e de outras partes do organismo. Quando esta energia flui livremente, há harmonia, equilíbrio e boa saúde. Quando o Qi (energia) está em excesso, em insuficiência ou em estagnação em um canal, surge o desequilíbrio que pode levar à doença. A aplicação de agulhas nos pontos adequados a cada caso estimula o corpo a se reequilibrar, redirecionando o fluxo de energia e ativando os poderes regenerativos do organismo. Como age sobre a energia geral do corpo, a acupuntura atua sobre todos os aspectos da saúde: físico, mental e emocional, e mesmo antes que os desequilíbrios se tornem doenças, prevenindo-as. Além disto, reforça as defesas orgânicas, dificultando as agressões externas. c) Aplicação prática: � Prática com Tae Balls; � Bastão; � Como pegar nas agulhas; � Prática em almofadas, bolas de algodão e diversas texturas; � Uso de agulhas diretamente no ponto através de introdução manual; � Uso com acessórios:

- Disparadores; - Tubinhos para introdução.

1. ÂNGULO DE INSERÇÃO DAS AGULHAS O ângulo com que a agulha é inserida na pele pode variar bastante, não apenas em função da localização dos pontos, mas também em razão da natureza do transtorno e dos efeitos que o acupunturista pretende alcançar. Na prática, com base no ângulo, podem distinguir-se três direções básicas de inserção, a saber: perpendicular, oblíqua e horizontal.

Page 6: Apostila Tecnicas I

IMAM – Instituto Mineiro de Acupuntura e Massagens 6

Inserção Perpendicular A agulha penetra verticalmente através da pele formando com esta um ângulo de 90º . É a técnica mais amplamente usada para os pontos que se encontram nos locais onde existem massa musculares avantajadas, bem como aqueles em que se exige uma picada profunda. Assim, a inserção perpendicular pode ser usada sem riscos no abdômen, na região lombar e nos membros, tanto superiores quanto inferiores. Inserção Oblíqua A agulha atravessa a pele formando com esta um ângulo de, em média, 45º , podendo variar entre 30 e 60 º . É um tipo de inserção muito usado para algumas técnicas de acupuntura como, por exemplo, durante os procedimentos de estimulação e de sedação, na região energética. Para outras finalidades, utiliza-se naqueles locais em que os músculos estão menos desenvolvidos, como na região dorsal, no tórax, nas proximidades das vísceras e na face. Inserção Horizontal Neste tipo de inserção, a agulha não penetra, literalmente, horizontalmente; contudo, o faz bastante rasante à epiderme, formando com esta um ângulo de, em média, 15º, podendo variar entre 10 e 20 º. É a direção de escolha para os pontos que se localizam no rosto e na cabeça, ou em qualquer outro local em que exista contra-indicação formal de puntura em profundidade.

Figura 1. Ângulos de Inserção da Agulhas

2. PROFUNDIDADE DA INSERÇÃO A profundidade da inserção depende dos pontos que interessam à puntura. Entretanto, na prática, é necessário aumentar ou reduzir a profundidade da inserção, tendo em conta a idade do paciente, sua constituição física, o grau de intensidade da reação, a localização da doença e as associações dos pontos escolhidos. a) Idade do paciente: A profundidade da picada recomendada nos livros refere-se aos adultos. Para os idosos e crianças, a profundidade deve ser menor. b) Constituição física: Nas pessoas de constituição física corpulenta, a agulha pode ser inserida mais profundamente, ao passo que nos pacientes magros e de constituição fraca, a inserção deve ser mais superficial.

90º 45º

15º

Page 7: Apostila Tecnicas I

IMAM – Instituto Mineiro de Acupuntura e Massagens 7

c) Intensidade da reação à agulha: Quando as sensações de cansaço, torpor, distensão ou de choque elétricos são intensas, ou quando as reações aparecem muito rapidamente nos doentes nervosos ou medrosos, a inserção deve ser mais superficial. Ao contrário, a puntura pode ser mais profunda quando a reação se dá lentamente ou com fraca intensidade. 3. ORDEM DE INSERÇÃO DOS PONTOS A ordem da puntura dá-se, geralmente, de cima para baixo, ou seja, a prioridade é para os pontos da região superior do corpo. Quando os pontos são agulhados bilateralmente, depois de agulhado um ponto, em seguida agulha-se o ponto simétrico. Em nenhum caso deve-se agulhar um ponto aqui e outro acolá, em ordem dispersa. Se deixarem as agulhas nos pontos, a retirada deve ser feita seguindo a ordem de inserção. 4. COMPORTAMENTO DURANTE O TRABALHO Su Wen, capítulo 54... “ A mão direita deve estar bem fechada, como se segurasse um tigre; o Shen, isento de toda a preocupação externa, deve considerar a doença com calma, sem se distrair. Para fazer bem feito, deve-se agulhar tudo direto, sem se desviar...” 5. OBTENÇÃO DO DEQI Seg. Nei Jing: “o efeito do tratamento depende da chegada da energia, tal é o princípio da puntura”. � Deqi, tem chi ou hibiki (Jap.) é a sensação própria da acupuntura � Indica a chegada ou a mobilização da energia no ponto � Deve ser sempre buscada para que a aplicação tenha um efeito satisfatório � Através de manipulações adequadas conseguimos obter o Deqi � Traduz-se por uma ou mais das seguintes sensações:

- Sensação de choque ou fisgada na região do ponto e proximidades; - Dor local ou irradiada na região do meridiano punturado ou do membro tratado; - Sensação de que algo se desloca na direção do meridiano; - Sensação de peso, intumescimento ou inchaço no local ou no membro ou região

tratada. � Na agulha, deve-se observar a seguinte característica, que é indicativa de que a “energia

chegou”: ela deve estar pesada e bem apertada. Se o cabo da agulha é leve e sem resistência, como se estivesse enterrada em manteiga e o paciente não experimenta nenhuma sensação, é sinal de que a energia não chegou. Isto se deve a:

- Má localização do ponto; - Que a energia é retardada. Girar a agulha e esperar; - Esgotamento da energia do meridiano (muito grave); - Má circulação energética devido a energias perversas associadas.

Page 8: Apostila Tecnicas I

IMAM – Instituto Mineiro de Acupuntura e Massagens 8

6. COMO ATINGIR O QI (Hou Qi) a) Procurar o Qi (Sou) Técnica utilizada quando houver a penetração da agulha até uma certa profundidade e não tiver ainda obtido o Qi. Neste caso, retira-se a agulha até o nível abaixo da epiderme (não retira a agulha da pele), muda sua direção e aprofunda novamente. Para frente, para trás, direita e esquerda. b) Massagear sobre o trajeto do meridiano (Xun Na) Quando não se percebe a chegada do Qi, massageia-se ou dá-se pancadinhas no trajeto do Canal correspondente ao ponto, ou na região ao redor do ponto. Técnica utilizada também para retirar agulha agarrada. c) Apoiar (She) Em forma de “feixe”, reunir o polegar, o indicador e o dedo médio da mão direita e, com a ponta dos dedos, pressionar forte e intermitente a região em torno do ponto. d) Dar um “Piparote” (Tan Zhen) Utiliza-se o dedo médio ou o dedo indicador para dar um piparote no cabo da agulha, agitando com isso o Qi. e) Tremer (Chan) Utiliza-se a mão direita e aplica sobre a agulha um tremor de amplitude muito pequena, mas de extrema rapidez. Muito utilizado por praticantes de Qi Gong. f) Mudar de lugar (Yi Wei) Retira-se a agulha do local punturado e insere-se próximo ao primeiro local. Normalmente, utiliza-se esta técnica quando se insere a agulha no local errado. 7. TÉCNICAS DE ESTIMULAÇÃO (tonificação, dispersão e regularização) � Tonificação: visa aumentar o fluxo de energia circulante no meridiano tratado. � Sedação: visa diminuir o fluxo de energia circulante no meridiano. � Harmonização: visa equilibrar o fluxo de energia circulante no meridiano. Através da tonificação e sedação, atuamos também diretamente sobre o órgão relacionado com o meridiano estimulado. Esta ação se realiza sempre por intermédio da circulação de energia. Esta ação energética alcança o órgão e sobrepassa, produzindo ações secundárias em outros órgãos e sistemas de acordo com certas leis estudadas como regras para o restabelecimento do equilíbrio energético (lei dos 5 movimentos)

7.1. MODOS DE TONIFICAR, DISPERSAR E HARMONIZAR � TI CHA (Puxar-Inserir)

Page 9: Apostila Tecnicas I

IMAM – Instituto Mineiro de Acupuntura e Massagens 9

TI significa puxar, fazer sair CHA significa inserir TI CHA representa um movimento de vai e vem. Para tonificar, é preciso levar a agulha da superfície para a profundidade e vice-versa, enterrando-a com força e retirando-a com leveza. Para dispersar, é preciso efetuar o mesmo movimento de vai e vem, mas enterrando com leveza e retirando com força.

� NIAN ZHUAN (Rotação)

NIAN significa girar a agulha entre os dedos, com ângulo de rotação muito pequeno, em geral de 45º a 90º . ZHUAN significa girar a agulha entre os dedos, com ângulo de rotação muito grande, em geral acima de 180º . NIAN ZHUAN representa um movimento de rotação que se faz cumprir à agulha rolando-a entre os dedos. Para tonificar, o movimento de rotação será brusco, da ordem de 45º a 90º , puxando o polegar para si e depois levando-o ao ponto de partida. Para dispersar, a amplitude da rotação deve ser grande, da ordem de 180º , alongando o polegar para fora e depois trazendo-o ao ponto de partida.

� HU XI (segundo a respiração)

HU significa expirar XI significa inspirar Tonificação: enterrar no momento da expiração e retirar no momento da inspiração. Dispersão: enterrar no momento da inspiração e retirar no momento da expiração.

� PING BU PING XIE (harmonização)

Significa metade tonificação, metade dispersão ou ainda harmonização ou regularização. É um meio termo entre a tonificação e a sedação segundo as técnicas de TI CHA e NIAN ZHUAN. Ou seja, enterramos a agulha e a retiramos e a fazemos rolar de modo regular. A amplitude de vai e vem e o ângulo de rotação devem ser médios, nem forte demais, nem fraco demais. Quando o Qi for conseguido, pode-se tanto deixar a agulha, quanto retirá-la.

7.2. OUTROS MÉTODOS DE TONIFICAÇÃO E SEDAÇÃO � TONIFICAÇÃO

a) Retirar a agulha lentamente e tapar rapidamente o ponto b) Massagear e percutir o ponto antes da picada c) Deixar a agulha pouco tempo. Pode-se retirá-la imediatamente após obtido o Deqi ou

deixá-la por mais 10 minutos d) Utilizar agulha de ouro e) Aplicar agulha inclinada no sentido da circulação da energia no meridiano*

� DISPERSÃO

a) Retirar a agulha rapidamente e não tapar o ponto

Page 10: Apostila Tecnicas I

IMAM – Instituto Mineiro de Acupuntura e Massagens 10

b) Deixar a agulha longo tempo, acima de 20 minutos c) Utilizar agulha de prata d) Aplicar agulha inclinada no sentido contrário da circulação da energia no meridiano*

*OBS: muitos acupunturistas introduzem a agulha apontada na direção a que se pretende produzir o estímulo. � OUTRAS REGRAS DE APLICAÇÃO IMPORTANTES

Para enfermidades: Utilizamos: � Superficiais � Punção superficial � Profundas � Punção profunda � De calor � Punção superficial breve, pequenas sangrias � De frio � Punção profunda e prolongada � De vazio � Técnicas de tonificação e moxa � De plenitude � Técnicas de dispersão e ventosa O ângulo de inserção varia também em função do local da puntura. Pode ser:

a) Vertical (a mais empregada): a direção da agulha é perpendicular à pele; b) Inclinada: a agulha forma 45º com a pele. Empregada em pontos como: VB20, P1,

P7 e pontos do peito e das mãos; c) Horizontal (ou subcutânea): o ângulo de 15º com a pele. Aplica-se em locais onde

a pele é delgada, no rosto e na cabeça. A profundidade é em função da região a ser aplicada, da compleição física do paciente e da localização da enfermidade. d) Complicações Segundo Nei Jing, a acupuntura está proibida nos seguintes casos: � Antes e depois de relações sexuais � Estado de embriaguez, assim como não se deve ingerir álcool após seu uso � Depois de um grande esforço físico � Tendo sede, fome ou após grande refeição � Com medo ou muito angustiado, devendo ser previamente tranqüilizado Deve-se ter especial cuidado ou não aplicar nos seguintes casos: � Estados de extrema debilidade: às vezes é preferível iniciar o tratamento com massagens,

fitoterapia, etc; � Em febres muito altas; � Em grandes sudorações � Quando o pulso é desordenado (misto de vazio e plenitude) � Quando há dissociação entre o pulso e os sinais clínicos � Em mulheres grávidas, antes do 5º mês, não punturar o baixo ventre, a região lombar e o

cóccix. Após o 5º mês, não puntura a região epigástrica. Evitar pontos que provocam fortes reações, tais como: IG4, BP6, E36, B60. Não fazer dispersões fortes e manipulações excessivas

� Pequenos derrames

Page 11: Apostila Tecnicas I

IMAM – Instituto Mineiro de Acupuntura e Massagens 11

� Lesões de nervos periféricos � Infecção local � Transmissão do vírus B � Síncope � Pneumotórax Van Nghi vita (seg. Textos antigos) alguns pontos em que não se deve punturar profundamente: VG17, VG22, VG24, B9, B8, VB18, TA19, TA20, E1, VG11, VC17, VC9, VC8, VC1, R11, E30, BP11, B5, TA8, F12, E17. Nos indivíduos magros ou de constituição delicada, nos muito fracos, em pacientes que recebam seu primeiro tratamento, em crianças ou em qualquer caso que requeira cautela especial, deve-se dar preferência ao que se denomina puntura simples: quando a agulha chega à profundidade desejada, é retirada imediatamente, sem movê-la ou girá-la. Em todos os casos, deve-se sempre evitar a manipulação excessiva, a profundidade desnecessária (pontos do tórax devem ser punturados com cautela, além dos já citados) e o excesso de pontos. Deve-se desenvolver a sensatez e a sensibilidade, respeitando a constituição e a condição física-emocional-mental de cada paciente. III. MOXA A moxa é a queima de Artemisia Vulgaris, especialmente preparada, sobre o ponto. Ela poder ser feita de diferentes maneiras e o seu efeito é predominantemente estimulador (tonificante). a) Tipos de Moxas � Direta: quando a moxa é utilizada diretamente sobre a pele � Indireta: quando se utiliza algo entre a moxa e a pele, como sal (principalmente no ponto

VC 8, no umbigo), gengibre ou alho. b) Ação das Moxas A ação principal é aumentar o Yang e tonificar. A presença de gengibre ou do alho aumenta este poder. O sal retém o calor por mais tempo. Podem ser usadas para dispersar fleuma localizada, quando não há presença de calor. b.1) Ação sob a ótica ocidental:

- Vasodilatação – aumenta a velocidade circulatória local; - Ativação dos receptores de calor; - Ação química local (liberação de substâncias sobre o ponto); - Ação neuroendócrina - Diminui a resistividade; - Aumenta a condutância no ponto.

c) Aplicação prática Aplicar sobre os pontos em casos em que se deseja tonificar, moldando com os dedos uma pirâmide de aproximadamente 1 cm de lado. Colocar fogo sob o vértice e aguardar o paciente sentir queimação, retirando, então, rapidamente.

Page 12: Apostila Tecnicas I

IMAM – Instituto Mineiro de Acupuntura e Massagens 12

d) Complicações � Queimadura local; � Sintomas de excesso de Yang. IV. VENTOSAS São campânulas de vidro utilizadas à vácuo nos pontos do paciente, como efeito de dispersão. Têm diversos tamanhos e podem também ser de bambu. a) Tipos

Grandes – utilizadas para áreas. Tamanho: Médias – utilizadas em situações intermediárias. Pequenas – utilizadas para pontos. Plástico Material: Bambu Vidro b) Ação das ventosas � Dispersão geral; � Dispersar o sangue acumulado (estagnado) para a superfície.

b.1) Ação sob a ótica ocidental: - Ativação de pressosseptores; - Edema intersticial – diminui a condutância elétrica da região - Aumento da velocidade circulatória no local.

c) Aplicação prática Aplicar sobre o local, criando vácuo através da introdução de chama no interior da ventosa. Retirar após alguns minutos. d) Complicações � Equimose local (como sangue pisado); � Desmaio. V. SANGRIA Quando ocorre a estagnação de Qi nos Meridianos, ela é quase sempre acompanhada de estagnação de Sangue, que perturba ainda mais a circulação do Qi, tornando-se necessária a sua eliminação. A maneira mais rápida e eficaz é utilizar a técnica da sangria. A sangria é realizada fazendo-se um pequeno corte epidérmico (furo) utilizando uma lanceta, agulha triangular ou mesmo agulha hipodérmica.

Page 13: Apostila Tecnicas I

IMAM – Instituto Mineiro de Acupuntura e Massagens 13

Quando ocorre uma estagnação em um nível mais profundo, pode-se combinar a técnica de sangria com o uso de Ventosas, visando descongestionar o Qi e o Sangue da região e também do Meridiano principal afetado. a) Tipo de sangria Pode ser efetuada com agulha (quando o ponto sangra espontaneamente ou colocando ventosa após a retirada da agulha – ver adiante) ou através da utilização de uma lanceta especial para este fim (considerada agulha pelos chineses) b) Ação da Sangria � Dispersar Qi; � Dispersar sangue; � Dispersar sangue estagnado.

b.1) Ação sob a ótica ocidental

- Ação neuroendócrina – lesão de células com liberação de substâncias ativas; - Ativação dos receptores nociceptivos; - Diminuição da resistividade local por perda de sangue e líquido intersticial com

alterações eletrolíticas; - Vasoconstrição.

c) Aplicação técnica Aplica-se a lanceta sobre o ponto desejado, fazendo um orifício na pele e deixando-o sangrar. d) Complicações � Infecção local; � Transmissão do vírus B; � Desmaio. VI. AGULHAS SEMI-PERMANENTES A agulha que permanece no corpo ou agulha enterrada provém de um método antigo em que se deixava a agulha no lugar. A técnica consiste em fixar na pele, no local de um ponto, uma pequena agulha e deixá-la no corpo, durante um tempo bem longo. Este método é utilizado nas doenças que necessitam de uma estimulação superficial, por longo tempo. Serve, igualmente, na Aurículo Acupuntura. VII. MARTELO DE SETE PONTAS É um feixe de metal com pontas. Abrange uma grande superfície e excita, de forma homogênea, uma grande superfície da pele. É manipulado com facilidade. Tonificação: uma inserção leve, com um tempo de contato agulha/pele muito breve. Produz uma pequena excitação, com um leve rubor.

Page 14: Apostila Tecnicas I

IMAM – Instituto Mineiro de Acupuntura e Massagens 14

Sedação: uma inserção apoiado, com um tempo de contato agulha/pele mais longo. Produz uma excitação forte, com um forte rubor e mesmo uma pequena efusão de sangue. VIII. ACUPRESSURA É a aplicação da pressão sobre os pontos de acupuntura. a) Ação da acupressura � Dispersão de Qi e Sangue.

a .1) Ação sob a ótica ocidental - Ativação dos pressoceptores; - Miorrelaxamento periférico.

b) Aplicação prática Pressionar com o polegar os pontos desejados. c) Complicações Dor e equimose na região do ponto. IX. COMBINAÇÃO DE TÉCNICAS a) Moxa com Agulha A moxa é colocada sobre um pequeno anteparo que se adapta ao cabo da agulha ou, em muitos casos, diretamente no cabo da agulha. Então, é acesa e a agulha conduz o calor para o ponto. Aumenta o poder tonificante da agulha. b) Sangria com Ventosas Após o lanceamento do ponto, colocam-se ventosas que aumentam o poder sedativo e a quantidade de sangue retirada do ponto. REFERÊNCIAS Guia Prático de Acupuntura e Moxabustão Bernard Auteroche, Editora Andrei Tratado de Medicina Chinesa Xi Wenbu, Beijing, China. Editora Roca