APOSTILA TECNOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES III.docx

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CENTRO UNIVERSITÁRIO GERALDO DI BIASE UGB FUNDAÇÃO EDUCACIONAL ROSEMAR PIMENTEL FERP INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO 2015 APOSTILA TECNOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES PARTE III Arq.M.Sc. WILIAM FERNANDO GOMEZ

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CENTRO UNIVERSITRIO GERALDO DI BIASE

FUNDAO EDUCACIONAL ROSEMAR PIMENTELINSTITUTO DE CIENCIAS SOCIAIS E HUMANASFACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

APOSTILA TECNOLOGIA DAS CONSTRUES - III

PROF: Arq.Msc. WILIAM FERNANDO GOMEZ2015PLANO DE ENSINOOBJETIVO:Fornecer os elementos conceituais bsicos, necessrios prtica da construo racionalizada e com qualidade; proporcionar conhecimentos terico - prticos mostrando a relevncia e a necessidade de desenvolvimento de projetos, viveis economicamente e ambientalmente sustentveis. EMENTA:Industrializao da construo e seus elementos componentes. Estudo de viabilidade de aplicao em construes, de elementos pr-fabricados. Modulao e processos construtivos racionalizados. Processos construtivos industrializados: aspectos histricos, tcnicas construtivas, materiais, equipamentos para montagem, racionalizao, produtividade, coordenao modular e execuo da obra. Mdulo e coordenao modular. Estabelecimento das etapas no processo construtivo de pr-fabricao. A pr-fabricao de ciclo aberto e pr-fabricao de ciclo fechado.

Unidade III:Mtodos de Produo; Mtodo Industrial;A indstria da Construo Civil: a construo tradicional, a pr-fabricao e padronizao, a construo mista.Estabelecimento das etapas no processo construtivo de pr-fabricao.Sistemas de Construo: o sistema aberto e o sistema fechado;Questes relativas aos processos industriais de construo;Princpios bsicos construtivos e equipamentos. Detalhe modular, tolerncia e folga; Vos e fechamentos; Componentes e elementos modulares;Instalaes e estrutura, usando a medida modular;Equipamentos para montagem e dimensionamentos Preliminares. Marcao da obra de acordo com o reticulado modular espacial de referncia; Colocao dos componentes de acordo com o detalhe modular.

Sumrio 1- Principios Gerais da Disciplina ...................................................... Pag.XX2- Atribuies do Arquiteto Urbanista.................................................. Pag.XX3- Resoluo 51 CAU/BR................................................................. PagXX4- Responsabilidade Civil do Arquiteto e Urbanista............................ Pag.XX5- Registro de Responsabilidade Tcnica RRT................................ Pag.XX6- Estudo de Viabilidade Tcnica........................................................ Pag.XX7- Projetos de Arquitetura e Complementares.................................... Pag.XX8- Legislao Cartorria........................................................................ Pag.XX9- Documentao para aprovao de projeto na Prefeitura............. Pag.XX10- Alvar de Construo....................................................................... Pag.XX11- Inscrio no Instituto da Previdencia Social................................... Pag.XX12- Normas Regulamentadoras Ministrio do Trabalho................... Pag.XX11-Canteiro de Obras - Norma Tcnica ABNT 12284:199............. Pag.XX284

INDUSTRIALIZAO NA CONSTRUO CIVIL2.1 IntroduoSegundo Marcellus Serejo Ribeiro (2002), Muito se tem dito, no mundo da construo, sobre a definio da industrializao. Porm no existe mais que uma definio: a industrializao a utilizao de tecnologias que substituem a habilidade do artesanato pelo uso da mquina. (Rosso,1980). As mquinas, que o homem inventou desde a mais remota antigidade, somente na idade mdia passam a assumir formas que j trazem implcitos os princpios da padronizao . Leonardo da Vinci e outros contemporneos nos deixaram projetos de mquinas hidrulicas,mecnicas, elicas, de grande interesse e dentre elas se destacam as de construo ( Huth, 1976 ).Mais tarde, com o advento da revoluo industrial, a construo passa a utilizar mquinasde toda a espcie. A mecanizao entretanto, utilizada subsidiariamente para a execuo de operaes pesadas, mais que para operaes repetitivas. Da mecanizao se sobressai especialmente a indstria de materiais, que se desenvolve rapidamente. esta porm, a mquina desempenha um papel mais eficiente. A mquina gera uma ambigidade sempre acentuada entre a construo como atividade principal que realiza o produto final e a indstria de materiais que a supre. Embora ainda no completamente desvinculada do regime de produo por encomendas, a indstria de materiais pode em geral organizar a produo em ciclos definidos, com sries repetitivas. A causa do fenmeno deve ser procurada na prpria essncia do ato de construir. Em primeiro lugar se destacam a variabilidade e a descentralizao da produo. O produto geralmente nico e executado em local diferente. O ciclo de produo fracionado em fases, realizadas em postos de trabalho diferentes, o que obriga os operrios a se locomover enquanto o produto fica imvel. Fbrica e oficina so substitudas pelo canteiro, que sempre de carter temporrio, em condies mais de adaptao produo do que propriamente de organizao. O prprio carter do produto dificulta a proteo da influncia desfavorvel de perturbaes externas imprevisveis.O impacto da revoluo industrial e do surgimento das cincias das construes fraciona,mais profundamente, o processo de edificaes em duas fases: de concepo e de execuo, diferenciando a atuao dos profissionais envolvidos e acrescentando o industrial, isto , o fabricante de materiais. Rompida a unidade original do processo de edificao, desaparecidos os mestres construtores, os arquitetos se colocando, em muitos casos, mais preocupados com a forma do que com a tcnica, estimulada a especializao profissional com interveno de outros profissionais especialistas nas mais variadas reas, a conseqncia, devido a uma dificuldade inicial de coordenao do todo, um rendimento operacional da indstria da construo mais baixo do que se registra em outros setores industriais.Por outro lado, a indstria de edificao, operando por ciclos de produo relativamentelongos, toma decises que se referem a um mercado futuro, assumindo riscos e enfrentando incertezas. Esta falta freqente de domnio do mercado, decorrente tambm da dificuldade, em muitos casos, de fazer previses face s flutuaes da demanda e influncia de fenmenos conjunturais, obriga este setor da produo a assumir uma atitude de defesa que se baseia, principalmente, num fracionamento da sua estrutura, visando distribuir e diluir os prejuzos. Tem-se vrias definies que no so verdadeiras sobre o que seria a industrializao, chegando-se at a dizer que, para ser industrializado, o produto tem de ser feito em fbricas cobertas e no ao ar livre, o que colocaria o trabalho no canteiro de obras sem condies de ser industrializado. Isto uma incorreo pois, na verdade, a industrializao no se caracteriza pelo espao onde desenvolvida, mas sim pela tecnologia que utilizada, baseada nos conceitos de normalizao, padronizao e srie.

Segundo Blachere,1977, A produo em srie uma condio necessria para oemprego de uma tecnologia industrializada. Unicamente a determinante de um processo industrial e s existe industrializao se h uma tecnologia mecanizada envolvida no processo.2.2 A racionalizao da construoA racionalizao o processo mental que governa a ao contra os desperdcios temporais e materiais dos processos produtivos, aplicando o raciocnio sistemtico, lgico e resoluto, isento de fluxo emocional. (Rosso, 1980).Entende-se pois, a racionalizao de um processo produtivo, como sendo um conjuntode aes que visam substituir as prticas convencionais por tecnologias baseadas em sistemas que visam eliminar o empirismo das decises.A racionalizao indispensvel na industrializao, alm de ser identificada com a mesma. Racionalizar a produo significa estudar os mtodos de produo a fim de reduzir o tempo de trabalho e reduzir os tempos de mquina, para conseguir a melhor produtividade e a melhor rentabilidade.Historicamente, a racionalizao seguida da industrializao propriamente dita, pois,em primeiro lugar, se substituir a mo-de-obra artesanal e as tecnologias artesanais pelasmquinas movidas por operrios que no so artesos e em uma segunda fase, vem o interesse em economizar tambm essa mo-de-obra no qualificada. Entramos ento na fase das cronometragens e dos ritmos. O resultado dessa fase a automao.(Birules,1968).Assim, h de ser considerado que a racionalizao uma companheira da industrializao,porm no uma condio essencial. Ao contrrio, possvel haver produes industriaisque esto muito mal organizadas. Desta maneira, as duas noes de racionalizao e deindustrializao so bem diferenciadas.2.3 A construo industrializadaEm princpio, a industrializao da construo est associada necessidade da integrao.Constantemente nota-se que a construo funcionava de forma dissociada, com suasfases interagindo sem coordenao entre si. Entre essas fases existiam incompreenses, faltade informaes, mal-entendidos, tudo colaborando para que ocorram essas perdas de tempo,erros e repeties, situaes incompatveis com qualquer processo de industrializao. Aconstruo civil se prestou a todas essas crticas, por todas as suas peculiaridades j conhecidas,e uma vez enquadrada nos conceitos de industrializao e adequao aos mtodos industriais,tornou-se uma realidade em alguns pases.Nesse processo, pessoas ou organizaes diferentes participam na concepo e narealizao de um projeto ou de um produto. Isto aparece com clareza numa orientao daconstruo onde, muitas vezes, se discutem as possibilidades de xito alm do carter industrializadordo processo e do emprego de componentes de catlogo. Neste caminho h umaacentuada integrao do processo, onde no s os materiais, mas tambm partes da construoso fabricadas concatenadamente com o projetista.Na construo industrializada, como na maior parte das indstrias, a concepo deveser compartilhada por muitos projetistas. A sucesso de responsabilidades no torna menosimportantes os contatos entre os diversos setores envolvidos no processo. Isso devido necessidadede integrao total entre as partes, particularmente na introduo de novidades,onde imprescindvel um contato estreito entre projetistas e utilizadores da tecnologia.Assim sendo, deve-se considerar que a correta transmisso de informaes, desde aconcepo at a utilizao do mtodo, deve ser uma preocupao constante, utilizando-se ouno mtodos industriais, pois a necessidade a mesma e isto uma caracterstica essencialda industrializao.8Para que um produto seja industrializado, este deve ter caractersticas fundamentalmentediferentes daqueles que se produzem artesanalmente. Essa afirmao carece de umabase lgica. Certamente quando se industrializa, por definio, se altera o mtodo de produo.Se os mtodos artesanais que utilizam as mos e os utenslios manuais animados peloempirismo do artesanato, se substituem por mquinas e operadores, chega-se a um produtomuito diferente. Entre uma vasilha de argila torneada a mo e uma vasilha de polietileno fabricadapor injeo, h uma diferena de produto. Porm a concepo da vasilha a mesma.Industrializa-se sem trocar a sua utilidade nem o seu conceito, seno trocando a matria e aexecuo.Da mesma forma, as caractersticas das construes no mudaram em relao s quese construam artesanalmente e no por isso que no so industrializadas. A industrializaono est no conceito de conjunto do produto. A forma com que o objeto responde ao programaest na elaborao.Certamente, o novo mtodo de elaborao tem uma reao aprecivel sobre a concepoe, pouco a pouco, o objeto muda, porque a forma de realiz-lo muda, porm isto umasegunda etapa. Dizer que no industrializado no caso em que, de forma mecnica se produzemconstrues semelhantes s produzidas tradicionalmente, excessivo, seno injusto.Esses falsos postulados e essas exigncias excessivas com relao industrializaopodem produzir uma averso subconsciente ao processo de industrializao. Um profissional,ao se dizer partidrio da industrializao, pode exigir uma srie de condies que jamais poderoser cumpridas, o que poder leva-lo a adotar uma postura de averso aos recursos de quedispe e a procurar um processo mais elaborado e inacessvel.Desta srie de consideraes necessrio ter em conta: o lugar onde se trabalha, asrie, a produo racionalizada, a maior ou menor integrao da equipe, o desejo de fabricarobjetos de nova concepo, e o desejo de utilizar materiais adequados. Tudo isso so circunstnciasque no so estranhas industrializao, porm que to pouco constituem suaessncia.A essncia da industrializao o produzir um objeto sem mo de obra artesanal, commquinas utilizadas por operrios especializados e em processos repetitivos e controlados pormquinas automticas.2.4 - Princpios bsicos da construo industrializadaO processo industrial da construo tem um desenvolvimento progressivo anlogo aoque tm experimentado outras indstrias. Os obstculos, porm, tm sido maiores no ramo daconstruo, devido sua complexidade e, assim sendo, esse processo chega com um certoatraso se comparado com outras indstrias. Temos que fugir dos conceitos dos hbitos nessanova tcnica, como alguns tm pretendido. Em conseqncia, inicia-se um processo de trocasde idias entre os tcnicos da rea da construo, que vo estabelecendo regras, adquirindocostumes, que, por seu carter especfico, so convertidos em leis.Porm, como est sendo possvel verificar, a industrializao um processo amplo, jque significa que o produto, quando fabricado e armazenado, no conhece quem vai compr-loe onde ele vai ser empregado. Tal procedimento pouco simptico, se analisado pelo prismade quem vai construir, fruto de um antigo costume de personalizar o que vai ser construdo.Mas, em contrapartida, esse mesmo construtor personalizador sequer aventaria a hiptese defazer um automvel, por exemplo, personalizado. Ele se adeqa e escolhe, entre as ofertasque tem sua disposio, a que mais lhe agrada.Os edifcios erguidos com tcnicas industriais se cristalizam com formas tpicas com asua prpria fisionomia . Ao mesmo tempo a ilimitada variedade de formas de seus componentesoferece o mximo de possibilidades de moldagem, de onde advm a mltipla variedade dostratamentos decorativos em superfcies e permetros.A maioria dos ramos da indstria teve um grande progresso nos ltimos tempos, frutoda evoluo tecnolgica que vivemos. So inmeras as que tem toda a sua linha de produo9automatizada. Por outro lado esta fbrica, na qual se desenvolve hoje a produo automtica,foi freqentemente construda segundo os antigos mtodos de construo.A indstria da construo tambm vivencia esses progressos, pois trabalha com mquinase gruas em grandes obras, mas tem tido um gritante atraso se comparada a outras indstrias,tanto em industrializao como em automao. Evidentemente, o desenvolvimento daatividade construtiva abrange diversas circunstncias que tendem a retardar os seus avanos.A construo utiliza uma variada gama de servios, envolvendo diferentes ramos industriais,que tm de ter seus produtos considerados, alm de suas caractersticas especiais. Aconstruo obedece a uma ordem de idias distinta de outros produtos industriais . Alm dissodeseja-se de uma edificao algo mais que sua pura misso funcional. Ela vai buscar tambmnovas formas e aspectos de sua presena arquitetnica.Por tudo isso, a arte da construo est submetida a um processo mais lento de desenvolvimento.Mas existe o avano pelas vias da industrializao, porque os problemas construtivosj no podem ser resolvidos pelos antigos mtodos, com a elevada proporo de mode-obra.A construo industrializada se caracteriza, essencialmente, por procedimentos baseadosem componentes de fbrica, ou componentes construtivos funcionais, produzidos em srie,com o fim de tornar mais rpido o processo construtivo e reduzindo ao mximo as operaesno canteiro de obra.Obviamente, para se conseguir uma edificao industrializada, necessria umaadequada estrutura metodolgica de projeto e execuo.No se pode afirmar que os procedimentos industrializados so substitutos dos tradicionais:ambos devem coexistir e podem oferecer solues alternativas de acordo com a situao.Para se entender as razes que nos levam industrializao da construo, precisoconhecer como e porque o processo de industrializao afeta diretamente o produto arquitetnicoe no s analisar os aspectos puramente tecnolgicos. O progresso tecnolgico temsido, sem dvida, um fator importante, porm, no o nico, j que a edificao industrializadaest englobada num contexto mais amplo de transformao estrutural de todo o processo produtivo.Este envolve aspectos scio-econmicos, culturais, cientficos e ideolgicos, que requeremum tratamento mais amplo e profundo, alm dos objetivos desse trabalho, que pretendedar uma indicao dos caminhos a serem seguidos para alcanar a industrializao da construoefetivamente.2.5 Sistemas industriais de construo: aberto e fechado.Considerando os aspectos operacionais ligados edificao industrializada, so doisos sistemas industriais de construo: o sistema aberto e o sistema fechado.Estes diferenciam-se pelo modo de utilizar os componentes industrializados.O sistema industrial fechado (figura 01) se baseia no princpio de produzir determinadosorganismos arquitetnicos (Mandolesi,1981). Projeta-se um determinado tipo de edificaopara que cada elemento construtivo funcional possa ser produzido em srie, em uma fbrica,e posteriormente montado, juntamente com os outros na obra.Na prtica, o objeto da construo decomposto em partes que so capazes de seremconectadas, para ser obtido aquele tipo de edificao. O posicionamento dos componentesindustrializados feito sobre um prottipo da edificao completa, ou de partes da mesma.Tais componentes so adequados a um tipo especfico de edificao, so utilizados unicamenteno mbito de sua produo, da a designao de construo industrializada por sistemafechado.

BIBLIOGRAFIA : LEAL, Carlos Eduardo de Souza, Analise de Viabilidade Tecnica /Economica, Universidade do Anhembi/Morumbi, So Paulo, 2007 GHOUBAR,Khaled, A importancia e siginificados dos custos nas opes de projeto, Universidade de So Paulo , 2007