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TOPOGRAFIA III
Prof. Paulo Augusto F. Borges
Fevereiro 2015
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 3
2. EIXOS E PARTES PRINCIPAIS DE TEODOLITOS E ESTAÇÕES TOTAIS ............ 4
3. ERROS INSTRUMENTAIS ................................................................................................. 5
3.1 Erro de Esfericidade ..................................................................................................... 6
3.2 Erro de Centragem ....................................................................................................... 8
3.3 Erro de Direção: Centragem Imperfeita do Teodolito e da baliza ou Alvo ............... 10
3.4 Erro de Excentricidade do Limbo Horizontal ............................................................ 11
4. MEDIDAS ANGULARES .................................................................................................. 14
4.1 Classificação dos Equipamentos segundo à Precisão ................................................ 14
4.1.1 Teodolitos ........................................................................................................... 14
4.1.2 Med’s (Medidores Eletrônicos de Distâncias) ................................................... 15
4.1.3 Estações Totais ................................................................................................... 15
4.2 Métodos de Medição Angular .................................................................................... 15
4.2.1 Método da Repetição .......................................................................................... 15
4.2.2 Método da Reiteração ........................................................................................ 17
4.2.3 Método das Direções .......................................................................................... 18
5. MEDIDAS LINEARES ....................................................................................................... 20
5.1 Medida Direta de Distâncias ...................................................................................... 21
5.1.1 Trenas ................................................................................................................. 22
5.1.2 Piquetes .............................................................................................................. 23
5.1.3 Estacas ................................................................................................................ 23
5.1.4 Nível de Cantoneira ............................................................................................ 24
5.1.5 Barômetro de Bolso ............................................................................................ 24
5.1.6 Dinamômetro ...................................................................................................... 25
5.1.7 Termômetro ........................................................................................................ 25
5.2 Erros nas Medidas com Diastímetros ........................................................................ 25
5.2.1 Horizontalidade: ................................................................................................. 25
5.2.2 Dilatação: ........................................................................................................... 25
5.2.3 Catenária: ........................................................................................................... 26
5.2.4 Elasticidade: ....................................................................................................... 27
5.2.5 Padronagem: ...................................................................................................... 28
5.3 Medidas Lineares com Precisão................................................................................. 29
5.3.1 Desenvolvimento de Bases Topográficas ........................................................... 29
5.3.2 Medição de Distâncias com Teodolito e Mira Horizontal ................................. 31
5.4 Medida Eletrônica de Distâncias ............................................................................... 34
5.4.1 Princípios de Funcionamento ............................................................................. 35
5.4.2 Constante Aditiva, correção de zero ou erro de índice (z0) ............................... 41
5.4.3 Erro Cíclico (k3) ................................................................................................. 42
5.4.4 Erros cometidos na Medição Eletrônica de Distâncias. .................................... 43
5.4.5 Erros devidos ao processo eletrônico de obtenção da distância: ...................... 43
5.4.6 Correções efetuadas nas distâncias fornecidas pelos MED’s ........................... 43
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1. INTRODUÇÃO
Neste curso pretende-se apresentar os principais erros inerentes ao processo
de obtenção de ângulos e distâncias por meio de teodolitos e estações totais. Para
que ângulos e distâncias sejam obtidos com precisão e acurácia, deve-se ter o
conhecimento de certos cuidados a serem observados, tanto no instrumento a ser
operado, bem como no processo de medição. Pretende-se também apresentar a
evolução nas técnicas de medição de distância, detalhando-se o método de medição
eletrônica, disponível atualmente nas estações totais, laser scanners e trenas
eletrônicas.
Serão apresentados ainda, os métodos de medição angular que permitem a
obtenção de ângulos de forma mais precisa e confiável. Por fim, apresenta-se as
técnicas de interseção a Ré e a Vante, muito utilizadas em trabalhos de
levantamentos e locações topográficas.
Além de todo este estudo, pretende-se proporcionar o conhecimento e o uso
na prática, dos principais e mais modernos equipamentos utilizados para a execução
dos levantamentos topográficos, as estações totais, além de promover o
conhecimento das técnicas de medição.
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2. EIXOS E PARTES PRINCIPAIS DE TEODOLITOS E ESTAÇÕES
TOTAIS
Visando compreender melhor os tipos de erros que podemos verificar em um
teodolito/estação total, é necessário o conhecimento do sistema de eixos que
caracterizam estes equipamentos topográficos. A figura 2.1 abaixo, ilustra os eixos e
as partes principais de um teodolito/estação total:
VV” = Eixo de rotação, eixo vertical ou eixo principal;
HH” = Eixo Secundário (deve ser perpendicular ao eixo principal);
LL” = Linha de colimação (deve ser perpendicular ao eixo secundário e deve
encontrar o eixo principal.
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3. ERROS INSTRUMENTAIS
Neste capítulo são apresentados os principais erros inerentes à construção do
equipamento e que afetam de maneira significativa a qualidade das observações
angulares, bem como os erros devido ao efeito da curvatura da terra e da refração
atmosférica na obtenção de ângulos horizontais e verticais.
Inicialmente segue-se uma apresentação dos sistemas de eixos de um
teodolito ou estação total bem como as partes que o compõe.
Ao se realizar a fabricação de um teodolito ou de uma estação total, deve-se
atentar se os seguintes critérios foram atendidos:
� o eixo principal do teodolito deve ser perpendicular ao eixo secundário
(eixo de rotação da luneta);
� o eixo principal do teodolito deve ser normal ao plano do limbo
horizontal;
� o eixo principal do teodolito deve coincidir com o centro do limbo
horizontal;
� o eixo ótico da luneta deve ser perpendicular ao eixo secundário;
� o eixo ótico da luneta deve encontrar o eixo principal;
� a graduação do limbo deve ser correta.
Ao se realizar uma medição topográfica, o eixo principal do teodolito deve
estar na vertical, o que é possível a partir do correto nivelamento do instrumento.
Caso ocorra problemas na construção do equipamento, pode-se ter os seguintes
erros resultantes:
Condição de construção não satisfeita Erro resultante
Perpendicularidade entre o eixo principal e o plano do
limbo horizontal
Erro de inclinação do eixo principal
sobre o plano do limbo
Passagem do eixo principal pelo centro do limbo
azimutal
Erro de excentricidade da alidade
Graduação ou codificação do limbo exata Erro de graduação
Intersecção do eixo óptico com o eixo principal Erro de excentricidade do eixo óptico
Perpendicularidade entre o eixo secundário e o eixo
principal
Erro de inclinação do eixo
secundário
Perpendicularidade entre o eixo óptico da luneta e o
eixo secundário
Erro de colimação do eixo óptico
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3.1 Erro de Esfericidade
A extensão do Sistema Topográfico Local é limitada pela precisão
requerida para a determinação das posições dos pontos no processo de
levantamento e do erro ocasionado pela desconsideração da curvatura
terrestre, em um alinhamento definido pela distância do ponto mais afastado
do levantamento em relação à origem do sistema.
Seja a Figura 3.1, onde SF é um trecho da Superfície Física, PTL é o
plano tangente ao geóide na origem do Sistema Topográfico (ponto A1), R é o
raio da Terra, supostamente esférica. Seja B um ponto da superfície física,
cuja projeção sobre o plano tangente é definida pelo ponto B1, e sobre o
geóide é o ponto B2.
Sejam D e D1 as distâncias entre os pontos A e B referidas ao geóide
A1B2 e ao plano tangente A1B1, respectivamente.
Figura 3.1: Erro devido à esfericidade ou curvatura da Terra.
Verifique que:
αtan111 ⋅=⋅= RBAD (3.1)
Admitindo-se que α é um ângulo muito pequeno, pode-se escrever:
α⋅=⋅= RBAarcoD 21 (3.2)
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A diferença entre D1 e D é denominada de erro planimétrico (∆D)
devido à curvatura da Terra, portanto:
( )αααα −⋅=⋅−⋅=−=∆ tantan1 RRRDDD (3.3)
Sendo o ângulo central α muito pequeno, convém desenvolver a função
tangente em série de potências:
++⋅+⋅++= ...315
1715
23
tan753 ααα
α a (3.4)
Limitando a expressão (3.4) ao segundo termo deste desenvolvimento
e substituindo a expressão (3.3) tem-se:
33
33 αα
α⋅=
−+⋅=∆ RaRD (3.5)
Da expressão (3.2) tem-se α em função de R e D:
3
33
R
D
R
D=→= αα (3.6)
Inserindo a equação (3,6) na equação (3,5) tem-se:
2
3
3 R
DD
⋅=∆ (3.7)
Esta é a expressão do erro planimétrico devido à curvatura da Terra. O
erro ∆D corresponde a um erro ε na escala E da planta, ou seja: A seguir,
estão consignados na tabela 3.1 abaixo, diversos valores de distâncias
calculadas sobre o geóide e sobre o plano tangente de referência, incluindo
também os erros planimétricos “absolutos” e “relativos”.
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Tabela 3.1: Valores das distâncias calculadas sobre o elipsóide e sobre o plano tangente.
Considerando-se o elipsóide GRS67 utilizado no sistema SAD69 tem-
se:
Semi-eixo maior � a = 6.378.160,000 m
Semi-eixo menor � b = 6.356.774,719 m
m5736.371.031,3
2=
+⋅=
baRm (3.8)
3.2 Erro de Centragem
Consideremos a Figura 3.2 a seguir.
Figura 3.2: Erro de centragem.
α D1 = Rm . tan α D = Rm.α ∆D (m) Erro Relativo 0º01’00” 1853,258 1853,258 0,0000523 1:35.454.308 0º03’00” 5559,775 5559,774 0,001 1:3.939.367 0º06’00” 11119,559 11119,548 0,011 1:984.842 0º09’00” 16679,360 16679,322 0,038 1:437.707 0º12’00” 22239,186 22239,096 0,090 1:246.210 0º15’00” 27799,046 27798,869 0,176 1:157.575 0º18’00” 33358,948 33358,643 0,305 1:109.427 0º21’00” 38918,901 38918,417 0,484 1:80.395 0º24’00” 44478,914 44478,191 0,723 1:61.552 0º27’00” 50038,994 50037,965 1,029 1:48.634
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Considere o aparelho sendo instalado no ponto E1, onde pretende-se
observar o ponto de ré E0 e em seguida realizar a visada de vante ao ponto E2
, obtendo-se assim o ângulo horizontal �. Consideremos ainda que, devido a
um erro de centragem incorreta do aparelho, este foi, na verdade, instalado
sobre o ponto E1’. Sendo assim, tem-se um erro de centragem ��.
Seja ∆� = ��� �� �� ����� � ��� �� ��������. Por definição, temos que:
���� = ��� ������� − ��� ��� ��. Portanto:
∆� = � − � Observando-se a figura 3.2, verifica-se que:
� + � + � = 180° � � + � + $ = 180° � + $ = � + � ∴ � − � = � − $
Logo, temos que
∆� = � − $ (3.2.1)
O erro angular é a diferença entre o erro na direção �&�'((((((((() e o erro na
direção �&�*((((((((().
Do triângulo E1E1’E0, tem-se +,-.
./ = 012 34546(((((((((() mas como � é muito pequeno,
logo sen � = �:;< e a equação acima será dada por:
�:;< = ./4546(((((((((() ∗ sen > (3.2.2)
Do triângulo E1E1’E2, tem-se +,-?
./ = 012@3ABC454D(((((((((() mas como $ é muito
pequeno, logo sen $ = $:;< e a equação acima será dada por:
$:;< = ./454D(((((((((() ∗ sen@> + �C (3.2.3)
Substituindo as equações (3.2.3) e (3.2.2) na equação (3.2.1), tem-se:
∆�:;< = ���1�0(((((((() ∗ sen > − ��
�1�2(((((((() ∗ sen@> + �C (3.2.4)
O Erro de centragem máximo ocorre quando � = 180° e > = 90°. Substituindo esses valores na equação (3.2.4), tem-se:
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∆�:;< = �� ∗ G 1�1�0(((((((() + 1
�1�2(((((((()H (3.2.5)
Transformando ∆�:;< em ∆�", tem se:
∆�" = 206265 ∗ �� ∗ G &4546(((((((((() + &
454D(((((((((()H (3.2.6)
3.3 Erro de Direção: Centragem Imperfeita do Teodolito e da baliza ou
Alvo
A Figura 3.3 abaixo mostra a condição mais desfavorável @> = 90°C
para este erro.
Figura 3.3: Erro de direção devido à centragem imperfeita.
Em que:
� ei = erro linear de centragem do teodolito;
� eb = erro linear de centragem do alvo;
� LMNO = direção procurada;
� PMQNO = direção observada;
� γ = erro na direção LMNO;
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Considerando o valor ei + eb = arco de circunferência de raio OB, e sendo
γ um ângulo muito pequeno, podemos escrever que:
�� + �� = �� ∗ �:;<
�� � �� � �R ∗ �:;<
STUV W XYAXZ[\ , ou ainda, S" W XYAXZ
[\ ∗ ]^_]_`
3.4 Erro de Excentricidade do Limbo Horizontal
Mesmo com a alta tecnologia empregada na fabricação de
instrumentos topográficos, aliado a alta capacitação dos profissionais
envolvidos, fazer com que o eixo de rotação da alidade passe exatamente
pelo centro do círculo graduado, é uma tarefa muito difícil.
Para exemplificar a magnitude deste erro e sua influência na medição
de ângulos, se a distância do eixo do instrumento estiver a 0,1 mm do centro
do círculo graduado, de 10 cm de diâmetro, o erro na medida do ângulo pode
chegar a 13’ 45”.
Considere a Figura 3.4 abaixo:
Figura 3.4: Eliminando o erro de excentricidade da Alidade.
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U � V � Z � a ∴ U − Z � a − V
Chamando-se U − Z � b, temos queb � a − V.
Considerando � � � �dd&e&, � o erro de excentricidade e � o raio
do limbo, obtém-se:
���(�)� � ���(�)
� → ���(�) � �� ∗ ���(�)
���(�)
� � ���( � �)� → ���(�) � �
� ∗ ���( � �)
Na Figura 3.4, considere que C seja o centro do círculo graduado, C1 o
ponto do plano do mesmo círculo graduado por onde passa o eixo de rotação
da alidade, e O a origem da graduação e que o sentido é horário.
Sendo M e M1 as posições do índice, correspondentes às duas
direções do plano visual do colimador, a rotação efetuada pela alidade para
passar de uma direção à outra, será expressa pelo ângulo ed&e& � U,
(ângulo formado por essas direções).
Chamando de ���& as leituras feitas no círculo graduado nas posições do
índice, a diferença � −�& é igual ao arco ghg que é a medida do ângulo
gigh � Z, e a diferença U − Z � jXk, que representa o erro angular devido à
excentricidade da alidade na medida do ângulo a.
Como os ângulos c e d são muito pequenos pode-se escrever:
� � ,l ∗ 206265 ∗ ���(�) � � ,
l ∗ 206265 ∗ ���( � �)
Onde se obtém:
jXk � a − V
jXk � �� ∗ 206265 ∗ ���(�) − �
� ∗ 206265 ∗ ���( � �) jXk � �
� ∗ 206265 ∗ m���(�) − ���( � �)n
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Em função das relações trigonométricas, sabemos que:
���� − ���� � 2 ∙ �� p(� � �)2 q ∙ ��� p(� − �)
2 q Logo, tem-se:
jXk � 2�� ∗ 206265 ∗ �� r � 2�
2 s ∙ ��� t2u
O erro αααα é nulo para (/2) � � � 90° ou (/2) � � � 270°, ou seja,
quando a reta CC1 é a bissetriz do suplemento de a, e é máximo para
(/2) � � � 180°, com (/2) � 90°, e também para (/2) � � � 360°, com
(/2) � 270. Nesses casos de máximo, o ângulo a é plano, de lados
perpendiculares a CC1 é o erro αααα é dado por:
jXk W ±2�� ∗ 206265
Como o ângulo que tem o vértice no interior de um círculo é igual ao
ângulo central que subentende um arco igual à média aritmética dos arcos
compreendidos entre as retas que determinam o ângulo dado, pode-se
deduzir que medida exata do ângulo a, mesmo com grande erro de
excentricidade da alidade, aplicando um segundo índice N à outra
extremidade da corda MN.
Chamando de m e m1 às leituras feitas com o índice M (PD) e n e n1
para as leituras feitas com o índice N (PI), m-m1 e n-n1 serão os valores dos
arcos MM1 e NN1, respectivamente, onde tem-se:
� (� −�&) � (� − �&)2
Exemplo:
Sendo as leituras m=50º30’40” n=230º30’42”
M1=20º30’50” n1=200º30’48”
A=((50º30’40”-20º30’50”)+(230º30’42”-200º30’48”))/2
A=(29º59’50”+29º59’54”)/2 ⇒ a=29º59’52”
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4. MEDIDAS ANGULARES
Em levantamentos por meio de técnicas convencionais (a partir de estações
totais e teodolitos), a medição de ângulos e distâncias se torna uma das tarefas mais
importantes da topografia. A qualidade de um trabalho topográfico está
intrinsecamente relacionada com a capacidade de se obter, através de métodos e
equipamentos de medição adequados, um nível de precisão tolerável para os fins a
que se destina o levantamento.
Em se tratando de levantamentos topográficos para fins de
georreferenciamento de imóveis rurais, as medições angulares e lineares devem ser
realizadas obedecendo-se às diretrizes estabelecidas pela Norma Técnica de
Georreferenciamento.
4.1 Classificação dos Equipamentos segundo à Precisão
Em poligonais para fins de apoio básico e de apoio à Demarcação
deve-se atentar à precisão do equipamento utilizado.
4.1.1 Teodolitos
Segundo a Norma NBR-13.133, os “teodolitos são classificados de
acordo com o desvio padrão de uma direção observada em duas posições da
luneta (CE/CD). O valor da precisão interna de cada modelo é normalmente
definido pelo fabricante. Não havendo indicação deste, a precisão angular
poderá ser aferida por entidade oficial habilitada a partir de testes efetuados
em campo de prova ou laboratório de aferição”.
Classe de teodolitos Desvio-padrão (precisão angular)
precisão baixa ≤ 30” precisão média ≤ 07” precisão alta ≤ 02”
Tabela 4.1: Classificação dos teodolitos de acordo com sua precisão angular (ABNT-NBR-13.133/DIN).
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4.1.2 Med’s (Medidores Eletrônicos de Distâncias)
Classe de MEDs Desvio-padrão precisão baixa (10 mm + 10 ppm x D) precisão média (5 mm + 5 ppm x D) precisão alta (3 mm + 3 ppm x D)
Tabela 4.2 - Classificação dos medidores eletrônicos de distância MEDs (ABNT-NBR-13.133).
4.1.3 Estações Totais
Classes de Estações Totais
Desvio padrão (precisão angular)
Desvio-padrão (precisão linear)
precisão baixa ≤ 30” (10 mm + 10 ppm x D) precisão média ≤ 07” (5 mm + 5 ppm x D) precisão alta ≤ 02” ( 3 mm + 3 ppm x D)
Tabela 4.3 - Classificação das estações totais de acordo com a precisão interna (ABNT-NBR-13.133).
4.2 Métodos de Medição Angular
Com o intuito de se obter melhores resultados nas medidas angulares,
uma vez que a obtenção destas medidas é uma das maiores fontes de erros
nas medições, são utilizados diferentes métodos de observação os quais
devem ser selecionados segundo o tipo de aparelho utilizado e o nível de
precisão exigida.
Dentre os métodos utilizados para obtenção dos ângulos horizontais o
mais preciso possível, destacam-se os seguintes:
4.2.1 Método da Repetição
Segundo ESPARTEL (1977) e DOMINGUES (1979) este método
consiste em visar, sucessivamente, os alinhamentos a vante e a ré de um
determinado ponto ou estação, fixando o ângulo horizontal lido e tomando-o
como partida para a medida da próxima direção a vante. Normalmente é um
método utilizado em equipamentos com movimento geral e particular
(teodolitos de eixo duplo, por exemplo, Wild T2), no qual é possível a fixação
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de uma direção qualquer para a primeira leitura a ré. A Figura abaixo
exemplifica o Método da Repetição:
Figura 4.1: Representação do Método da Repetição
Procedimentos para Aplicação do Método:
� Aponta-se a luneta do aparelho para o ponto a Ré (Ponto
E0), onde no limbo horizontal se fixa uma direção inicial, normalmente
próxima a zero graus;
� Libera-se o aparelho e a luneta é apontada para o ponto a
Vante (Ponto E2), onde anota-se a direção observada;
� O ângulo horizontal resultante será a leitura da direção a
Vante menos a leitura da direção a Ré;
� Fixa-se a direção observada a Vante e o aparelho é
liberado e a luneta é novamente apontada para o ponto a Ré;
� A nova direção a Ré será a leitura da direção a Vante lida
anteriormente.
� Libera-se novamente o aparelho e aponta-se para o ponto
a vante e uma nova direção é anotada;
� O processo se repete um certo número n de vezes.
Cada medição será denominada uma série de leitura, onde deve-se
definir o número de séries adequado para cada caso. Dependendo da
precisão exigida, deve-se utilizar 3 a 8 séries de leitura. O ângulo horizontal
final (Af) obtido será calculado pela seguinte expressão:
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( )
n
AA
A
n
i
ii
f
∑=
−−
= 1
1
(4.1)
Ai= Leitura do ângulo ao ponto de Vante (E2).
Ai-1 = Leitura do ângulo ao ponto de Ré (E0)
n = número de séries de leitura.
4.2.2 Método da Reiteração
Segundo ESPARTEL (1977) e DOMINGUES (1979) este método
consiste em visar de forma sucessiva os alinhamentos a Vante e a Ré a um
determinado ponto, tomando como partida para a medida dos ângulos um
valor com intervalos regulares do círculo.
Assim como indicado na figura a seguir:
� A luneta do aparelho é apontada para o ponto a vante
(pontaria fina) e o círculo horizontal do mesmo é zerado;
� Em seguida, o aparelho é liberado e a luneta é apontada
(pontaria fina) para o ponto a ré;
� O ângulo horizontal resultante é anotado ou registrado;
� O aparelho é liberado e a luneta é novamente apontada
para o ponto a vante;
� O ângulo de partida utilizado neste momento para a
segunda medida do ângulo horizontal deve ser diferente de zero e
inteiro. (ex.: 090º00’00”, 180º00’00”, 270º00’00”);
� Libera-se novamente o aparelho e aponta-se para o ponto
a ré;
� Um novo ângulo horizontal é anotado ou registrado.
� O processo se repete um certo número n de vezes, até
que o ângulo tenha sido medido em todos os quadrantes do círculo.
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Figura 4.2: Representação do Método da Reiteração
O valor final do ângulo horizontal final, para os alinhamentos medidos,
é dado pela seguinte relação:
n
HzA
A
n
i
ii
f
∑=
−
= 1
)(
(4.2)
Onde:
Ai: é a leitura do ângulo horizontal (na Vante).
Hzi: é o ângulo horizontal de partida utilizado (na Ré).
n: número de leituras efetuadas na vante.
4.2.3 Método das Direções
O método das direções é o mais utilizado e o mais indicado para a
medição de ângulos em um levantamento onde necessita-se obter
fechamentos com alta precisão. Consiste em medir um ângulo α entre dois
alinhamentos OA e OB (Ver Figura 4.9), por meio de uma série de
repetições.
Figura 4.3 – Medindo ângulos.
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O processo consiste em instalar o aparelho no ponto E1, visa-se o
ponto de ré (Ponto E0) com a luneta na posição direta medindo-se uma
primeira direção com o limbo horizontal próximo a 0º00’00”. Em seguida
mede-se a direção do ponto de vante (Ponto E2). Assim, inverte-se a luneta,
visa-se novamente o Ponto E0 (que agora terá uma direção próximo a
180º00’00”) e mede novamente a direção para o Ponto E2, completando-se
assim a primeira série de leitura (CD e CE ou PD e PI). Repete-se o processo,
alterando-se apenas a próxima direção inicial, que para 6 séries de leitura, por
exemplo, seria próxima a 00º00’00”, depois próximo a 30º00’00”, próximo a
60º00’00”, próximo a 90º00’00”, próximo a 120º00’00”, e finalizando-se com a
direção próxima a 150º00’00”.
Abaixo segue um exemplo de caderneta observada a partir do vértice
E1, utilizando-se um aparelho cuja precisão angular é de 5”, onde o objetivo
consiste em calcular o ângulo final entre os alinhamentos 01EE e 21EE
aplicando-se o método das direções:
Estação E0 (Ré) Estação E2 (Vante) CD/PD 00º 00’ 00” 175º 21’ 20”
CE/PI 180º 00’ 03” 355º 21’ 17” Média 1 00º 00’ 01,5” 175º 21’ 18,5” 175º 21’ 17,0”
CD/PD 31º 01’ 30” 206º 22’ 53” CE/PI 211º 01’ 27” 26º 22’ 49” Média 2 31º 01’ 28,5” 206º 22’ 51” 175º 21’ 22,5”
CD/PD 60º 05’ 43” 235º 27’02” CE/PI 240º 05’ 40” 55º 27’07” Média 3 60º 05’ 41,5” 235º 27’ 04,5” 175º 21’ 23,0”
CD/PD 90º 03’ 25” 265º 24’ 42” CE/PI 270º 03’ 21” 85º 24’ 37” Média 4 90º 03’ 23” 265º 24’ 39,5” 175º 21’ 16,5”
CD/PD 120º 10’ 12” 295º 31’ 38” CE/PI 300º 10’ 18” 115º 31’ 32” Média 5 120º 10’ 15” 295º 31’ 35” 175º 21’ 20,0”
CD/PD 151º 38’ 33” 326º 59’ 57” CE/PI 331º 38’ 29” 146º 59’ 51” Média 6 151º 38’ 31” 326º 59’ 54” 175º 21’ 23,0”
Tabela 4.4: Exemplo numérico do Método das Direções
20
O ângulo αn resultante das seis séries de leitura será dado por:
"33.20'21º1751 ==∑
=
n
n
i
i
n
α
α (4.3)
Se houver algum ângulo resultante de uma série de leituras em que a
diferença em relação à média final ultrapasse a precisão do instrumento
(neste exemplo 5”), deve-se desprezar esta série e recalcular a média com as
séries restantes, repetindo-se o procedimento, se necessário.
5. MEDIDAS LINEARES
A planimetria tem como objetivo a representação em planta da projeção
ortogonal dos pontos do terreno, por meio de suas coordenadas ortogonais. Para se
determinar estas coordenadas, deve-se determinar as distâncias entre os pontos,
juntamente com as medidas angulares.
Em planimetria nos interessa somente as dimensões horizontais. Desta forma
as distâncias medidas em campo, quando inclinadas devem ser reduzidas ao
horizonte e após isso, segundo a o item 5.15.1 da NBR-13.133, reduzidas ao nível
de referência altimétrica do sistema de projeção topográfica adotado. Isto é:
Figura 5.1: Elementos definidores do cálculo da distância horizontal
( )ZsenDD ih ×= (5.1)
21
Onde:
Dh é a distância reduzida ao horizonte;
Di é a distância inclinada; e
Z é a distância zenital.
Tanto Di como Z devem ser corrigidas das influências sistemáticas
conhecidas.
5.1 Medida Direta de Distâncias
Uma medição é dita “direta” quando se utiliza um instrumento
diretamente sobre o terreno, o qual está em uma unidade de medida e que é
tomada como termo de comparação. Para isso é necessário percorrer todo o
alinhamento determinando-se o número de vezes que a referida unidade cabe
dentro do trecho. Os instrumentos destinados à medida direta de distância
são denominados “diastímetros”.
De acordo com a natureza da unidade empregada (diastímetro) pode-
se ter:
a) Medição de baixa precisão: empregada em levantamentos
expeditos como o passo do homem ou do animal em que se monta
(passômetro e odômetro), pela roda das viaturas (odômetro), pelo som, pelo
relógio, por réguas graduadas, etc.
b) Medição de média precisão: empregado em levantamentos
regulares, atualmente apenas como auxílio ao processo de medição indireta,
por apresentar precisão inferior (excluindo-se a taqueometria). Os
diastímetros empregados são: corrente do agrimensor, fita de aço, trena de
aço, trenas de lona e de fibra de vidro.
c) Medição de alta precisão: que é o caso da fita de ínvar
empregada nas medições de bases geodésicas.
Nos interessa somente o estudo das medições diretas cujo diastímetro
é a trena, uma vez que, atualmente, praticamente em todos os levantamentos
topográficos as distâncias são medidas indiretamente, como veremos adiante,
sobrando a aplicação da trena, em distâncias auxiliares ao levantamento, de
menor precisão, ou em outro caso, em pequenas distâncias, principalmente
22
na locação de obras de montagem industrial.
Segundo ESPARTEL (1987) os principais dispositivos e acessórios
utilizados na medição direta de distâncias são:
5.1.1 Trenas
A trena é uma fita flexível com graduação em metros, centímetros e
milímetros cujo material utilizado em sua fabricação pode ser: lona, plástico
reforçado com fibra de vidro, aço ou ainda de ínvar (material amplamente
utilizado, por proporcionar menor dilatação linear em ambientes com
temperaturas elevadas).
A largura destes instrumentos varia de 10 a 12 mm com comprimentos
vários, alguns de 30, 60, 100 e 150 metros de extensão. São apresentados
enrolados em um tambor ou em cruzetas com cabos distensores nas
extremidades para permitir esticá-los no momento da medição.
O processo de medição com trenas, basicamente consiste em definir o
alinhamento utilizando-se de balizas para o auxílio à medição (empregadas
com o objetivo de demarcar ou balizar um alinhamento no terreno, as quais
podem ser de madeira ou de aço).
Figura 5.2: Balizas
Uma terceira baliza deve ser utilizada para orientar as trenadas.
Durante a medição a trena deve ser mantida, o máximo possível, na
horizontal, a partir de uma maior tração em suas extremidades.
Para a medição de alinhamentos maiores que o comprimento da trena,
se utiliza marcadores denominados fichas (peças metálicas pontiagudas em
uma extremidade terminando em argolas na outra).
23
Figura 5.3: Exemplos de Fichas.
Assim a cada trenada de 20 m, por exemplo, assenta-se a baliza
intermediária e crava-se uma ficha. Ao final do processo de medição do
alinhamento, contam-se as fichas, multiplica-se por 20 e soma-se a fração de
trenada no final do trecho.
Figura 5.4: Exemplos de trenas.
5.1.2 Piquetes
São necessários para marcar, convenientemente, os extremos do
alinhamento a ser medido. Normalmente feitos de madeira roliça ou de seção
quadrada com a superfície no topo plana, onde se crava uma tachinha de
cobre, ou até mesmo um prego, para materialização do ponto topográfico.
Seu comprimento varia de 15 a 30 cm, e o diâmetro varia de 3 a 5cm.
É cravado no solo, porém, parte dele (cerca de 3 a 5 cm) deve
permanecer visível.
5.1.3 Estacas
As estacas são utilizadas como testemunhas da posição do piquete,
para facilitar a localização do piquete. São cravadas próximas ao piquete
cerca de 30 a 50 cm, onde seu comprimento varia de 15 a 50 cm;
São chanfradas na parte superior para permitir uma inscrição numérica
ou alfabética, que pertence ao piquete testemunhado.
24
Figura 5.5: Exemplo de piquete e estaca.
5.1.4 Nível de Cantoneira
É utilizado para auxiliar o posicionamento da baliza na posição vertical,
uma vez que está dotado de um nível de bolha circular.
Figura 5.6 –Exemplo de nível de cantoneira.
5.1.5 Barômetro de Bolso
Destinado à medição da pressão atmosférica (em mb = milibares) para
fins de correção dos valores obtidos no levantamento. São aparelhos digitais,
que além de fornecerem valores de pressão, fornecem também valores de
altitude.
Figura 5.7: Exemplo de barômetro de bolso.
25
5.1.6 Dinamômetro
Destinado à medição das tensões que são aplicadas aos diastímetros
para fins de correção dos valores obtidos no levantamento em função do
coeficiente de elasticidade do material com que o diastímetro foi fabricado.
5.1.7 Termômetro
Destinado à medição da temperatura do ar (ºC) no momento da
medição para fins de correção dos valores obtidos no levantamento em
função do coeficiente de dilatação do material com que o diastímetro foi
fabricado.
5.2 Erros nas Medidas com Diastímetros
Segundo LOCH e CORDINI (1995) os principais erros causadores de
imprecisões na determinação de distâncias com diastímetros são:
5.2.1 Horizontalidade:
Em qualquer medição com um diastímetro, deve sempre ser
observada a sua horizontalidade no momento da medição. Os erros
cometidos serão sempre proporcionais ao comprimento do diastímetro, que
será maior quanto maior for o seu comprimento. Este erro será sempre
positivo, ou seja, a distância medida será sempre maior que a medida real.
5.2.2 Dilatação:
Os fabricantes em geral graduam as trenas na temperatura de 20º.
Para corrigir o efeito de dilatação devido ao efeito da temperatura, que causa
um erro negativo para temperaturas de trabalho acima da de aferição, deve-
se aplicar a equação:
( ) α⋅−⋅= 0ttSct (5.2)
onde :
t0 é a temperatura de aferição da trena
t é a temperatura de trabalho
26
S é o comprimento da trena
α é o coeficiente de dilatação da trena
Para uma trena de 30 m com temperatura de aferição de 20º C e
temperatura de trabalho de 40º, sendo o coeficiente de dilatação do aço de
1,2×10-5 ºC-1, tem-se uma variação de 7 mm, que é um valor considerável
para as medidas de precisão.
5.2.3 Catenária:
A catenária é a curva descrita pela trena quando suspensa do solo e
tracionada, sendo ocasionada pelo seu próprio peso.
A figura a seguir (DOMINGUES, 1979) indica a flecha (f) do arco
formado pelo comprimento (l) do diastímetro com tensão (T) aplicada nas
extremidades.
Figura 5.8: Catenária.
O erro devido à catenária, para um único lance, pode ser encontrado
através da relação:
S
fCc
⋅
⋅=
3
8 2
(5.3)
onde :
f é a flecha da catenária
S é o comprimento da trena
O valor de f pode ser obtido pela equação
Este erro é cumulativo, provoca uma redução do diastímetro e,
consequentemente, resulta numa medida de distância maior que a real.
Assim, a distância horizontal correta (z{/) entre dois pontos será encontrada
27
subtraindo-se da distância horizontal medida (z{|), o erro da catenária (d/)
multiplicado pelo número de lances (N) dado com o diastímetro:
z{/ = z{| − @} ∙ d/C
O cálculo da flecha da catenária pode ser obtido pela seguinte relação:
0
2
8 T
SPf
⋅
⋅= (5.4)
Onde :
~ = Flecha (m)
� = peso unitário da trena (kgf/m)
�= Comprimento da trena (m)
�' = componente horizontal da força axial aplicada nas extremidades
(Kgf).
Observe que para uma flecha de 0,10 m em uma trena de 20 m o erro
é de 1 mm, evidenciando-se a pequena influência do efeito da catenária. Isto
mostra, também, que é desnecessário tracionar demasiadamente a trena no
afã de neutralizar a catenária. Para produzir efeito mais positivo, pode-se
colocar vários suporte intermediários que, praticamente, eliminam o efeito da
catenária; ou aplicar-se a correção conforme formulação apresentada.
1 N/m2= 0,1 Kgf/m2 ( 0,10197 kilograma-força por metro quadrado )
5.2.4 Elasticidade:
Para minimizar o efeito da catenária, e em alguns casos, para vencer a
força do vento, a trena é submetida a uma força de tração superior aquela
com que foi aferida. Quando a tensão é assegurada a mão (ao invés do
dinamômetro), pode-se cometer erros sensíveis para trabalhos de precisão.
Neste caso o erro é negativo, já que se obtém uma medida menor que a real.
A variação do comprimento da trena (c), pode ser calculada por:
28
( )EA
SCe
⋅
−⋅= 0σσ
(5.5)
onde:
S é o comprimento da trena (m)
σ é a tensão de aferição da trena (kgf)
σ0 é a tensão de trabalho (kgf)
A é a área da seção da trena (mm2)
E é o módulo de elasticidade da trena (kg/mm2)
Considerando, por exemplo, uma trena de 50 m com seção de 0,4 mm
× 12 mm, graduada sob tensão de 10 kg e trabalhando a 15 kg, sofrerá uma
variação de 3 mm, que pode ser considerável em trabalhos que requeiram
maior precisão. Por outro lado para cometer erros inferiores a 1 mm a tensão
de trabalho não deve exceder a 2 kg da de aferição, isto é, 10 kg ±2 kg.
5.2.5 Padronagem:
Erro ocasionado pelo uso contínuo do diastímetro que produz
deformações que causam o seu alongamento, apresentando comprimento
diferente do valor que indica. É um erro sistemático cumulativo e pode dar
diferenças razoáveis. Para evitá-lo deve-se adquirir trenas de boa qualidade e
fazer constantes aferições, comparando-se com outra trena confiável ou com
um distanciômetro (MED). O erro cometido pode ser corrigido após a correta
aferição da trena.
29
5.3 Medidas Lineares com Precisão
6.2.4 Desenvolvimento de Bases Topográficas
O desenvolvimento de bases topográficas consiste em calcular uma
distância horizontal D a partir da solução de triângulos, partindo-se de uma
base inicial menor observada por um método mais preciso (medida por meio
do ângulo paralático com mira horizontal – método descrito no item seguinte)
e observando os ângulos necessários para a resolução do triângulo. Pode-se
utilizar duas metodologias para determinação da distância D:
a) Medindo dois ângulos:
Considere a figura abaixo onde:
AB = d = base observada
CB = D = base a ser determinada
α e β = ângulos horizontais observados
Figura 5.9: Desenvolvimento de bases topográficas medindo dois ângulos.
Do Triângulo ABC tem-se ( )[ ]βαα +−
=180sen
d
sen
D. Entretanto
sabemos que ( )[ ] ( )βαβα +=+− sensen 180 .
Logo temos que:
( )βα
α
+∗=
sen
sendD (5.6)
30
b) Medindo quatro ângulos:
Considere a figura abaixo onde:
AB = d = base observada
CE = D = base a ser determinada
α, β, δ e λ = ângulos horizontais observados.
Figura 5.10: Desenvolvimento de bases topográficas medindo quatro ângulos.
Do Triângulo ABC tem-se ( )[ ]βαα +−
=180sen
d
sen
BC. Entretanto
sabemos que ( )[ ] ( )βαβα +=+− sensen 180 .
Logo temos que:
( )βα
α
+∗=
sen
sendBC (5.7)
Do Triângulo ABE tem-se ( )[ ]λδλ +−
=180sen
d
sen
BE. Entretanto
sabemos que ( )[ ] ( )λδλδ +=+− sensen 180 .
Logo temos que:
( )λδ
λ
+∗=
sen
sendBE (5.8)
Aplicando-se a lei dos cossenos no triângulo CBE temos:
( )βδ +∗∗∗−+= cos2222
BEBCBEBCD (5.9)
ou ainda:
Aplicando-se a lei dos cossenos no triângulo CAE, após calcular Ac e
AE temos:
( )λα +∗∗∗−+= cos2222
AEACAEACD (5.10)
31
6.2.5 Medição de Distâncias com Teodolito e Mira Horizontal
A utilização de uma mira horizontal é um processo de obtenção de
distancias horizontais por meio indireto onde através da medição de direções
pela observação dos extremos de uma mira horizontal de ínvar (estádia)
calibrada, colocada em diferentes posições durante o levantamento e,
sabendo-se o comprimento da mira horizontal, pode-se calcular por
trigonometria a distância horizontal entre o aparelho e a posição da mira. É
um método que pode melhorar sensivelmente os resultados para pequenas
distâncias.
A mira horizontal é constituída por uma régua de ínvar (metal com
baixo coeficiente de dilatação linear) de comprimento L, que possui dois
alvos, um em cada uma de suas extremidades usado como referência para a
visada com o teodolito.
Para sua operação, a mira horizontal deve ser instalada em um tripé na
posição horizontal, sobre o ponto que define o alinhamento a ser medido com
a posição onde está o aparelho. Assim, com o teodolito tomam-se visadas
angulares entre as extremidades da mira horizontal, registrando-se o ângulo
α, conforme figura abaixo:
Figura 5.11 – Medida de distância com mira horizontal.
32
Figura 5.12: Foto ilustrativa de uma mira horizontal.
Pela figura 5.11 acima verifica-se que:
D
btg
∗=
22
α �
∗
=
22
αtg
bD (5.11)
Normalmente b = 2,00 m, sendo assim tem-se que:
=
2
1
αtg
D (5.12)
Avaliação de Erros:
Aplicando a lei de propagação de erros na equação 5.12 temos que:
2
2
2
2
2
ασδα
δσ
δ
δσ ∗
+∗
=
D
b
DbD (5.13)
Derivando a equação 5.12 acima temos:
2
2
2
2
2
2
24
22
1ασ
ασ
ασ ∗
∗
+∗
∗
=
sen
b
tgbD (5.14)
Por se tratar de uma mira de ínvar o desvio padrão para o comprimento
b da mira pode ser considerado igual a zero ( 02
=bσ ), e como se trabalha em
pequenas distâncias tem-se que o ângulo α é pequeno. Logo
=
22
ααtgsen
e assim tomando-se também a equação 5.12 tem-se que:
33
radD
Dbασσ ∗
⋅=
4
2
. Mas prad
"αα
σσ =
onde p = 206.265 e
b = 2,00 m. Assim, a equação para determinação do desvio padrão da
distância medida D será dada por:
"
2
2ασσ ∗=
p
DD (5.15)
Como exemplo, se "1±=ασ então:
412530
2DD ±=σ (5.16)
Sabemos que a mira horizontal deve ser utilizada para pequenas
distâncias, pois quando se utiliza de um teodolito com precisão angular de 1”
é possível medir até uma distância de 100 m para se obter uma precisão
aceitável para a distância D. Em caso de necessidade de obtenção de
distâncias maiores, deve-se recorrer ao método de Divisão do Alinhamento
em Seções conforme a figura abaixo:
Figura 5.13: Dividindo o alinhamento em seções na medição de distâncias com mira horizontal.
Este método consiste em dividir a distância total D em n seções de
comprimento dn, para as quais pode-se obter uma precisão suficiente por
meio da mira horizontal, uma vez que cada seção não apresentará distâncias
superiores a 100 m. Dessa forma, a distância total D será dada por:
ndddddD +++++= ...4321
34
5.4 Medida Eletrônica de Distâncias
Durante décadas, os profissionais da mensuração utilizaram um
teodolito ótico mecânico com luneta estadimétrica e mira vertical para
determinação de distâncias. Tal prática proporcionava erros da ordem de
±20 a 40 cm/100 m.
Com o surgimento dos distânciômetros eletrônicos a partir da década
de 40 houve uma revolução na medição de distâncias. O primeiro MED
(Medidor Eletrônico de Distância) que se tem notícia foi desenvolvido pelo
cientista sueco E. Bergstrand, que projetou o Geodímetro em 1943. Sua
comercialização teve início a partir de 1950 pela empresa Sueca AGA, com
um modelo de nome Geodimeter NASM-2. Em 1954, o Instituto Nacional de
Telecomunicações da África do Sul desenvolveu o Telurômetro que passou a
ser comercializado em 1957. Entretanto esta nova tecnologia somente veio a
ganhar grandes escalas comerciais a partir de 1960.
Com a utilização de MED’s diferentes áreas passaram a usufruir dos
grandes benefícios dessa tecnologia, com aplicações em Geodésia,
Cartografia, Topografia e Engenharia Civil. Uma tecnologia que trouxe uma
grande economia de tempo, facilidade de operação e principalmente uma
melhoria considerável de precisão que passou a ser adequada para as
diferentes aplicações.
Os MED’s usavam ondas do espectro eletromagnético com variações
de comprimento de onda de alguns Ângstrons (luz visível) a 1mm
(infravermelho). O grande avanço dessa tecnologia foi verificado quando se
utilizou MED’s com ondas curtas, com comprimento da ordem de centímetros
a alguns metros, os quais proporcionavam uma precisão da ordem de ±0,3 a
0,1 cm/km.
Inicialmente os MED’s eram simplesmente chamados de
distânciômetros eletrônicos e utilizavam-nos acoplando-se a um teodolito
convencional. Atualmente esta tecnologia é utilizada em larga escala nos
equipamentos chamados Estações Totais, equipamentos com tecnologia
mais avançada que permitem não só a obtenção das distâncias com grande
precisão, bem como obter eletronicamente as informações angulares e
35
armazenar estas informações em uma memória interna possibilitando
descarregar essas informações em microcomputadores.
Os grandes avanços que a tecnologia dos MED’s proporcionaram aos
trabalhos topográficos, geodésicos e cartográficos é inquestionável,
entretanto juntamente com esses grandes benefícios surgem também
grandes preocupações para com o uso racional destes instrumentos. Assim
como outros equipamentos, estes também proporcionam erros sistemáticos,
necessitando assim um conhecimento seguro de suas boas condições de
funcionamento, obtida a partir de tecnologias para sua aferição e controle de
precisão. Segundo LOCH e CORDINI (1995) não há no Brasil, salvo algumas
exceções, um controle usual para verificação sistemática dos equipamentos
de acordo com uma precisão pré-estabelecida. Isto significa dizer que não há
uma regulamentação que obriga os usuários a realizar manutenções e
aferições dentro de um tempo estabelecido por lei, uma vez que estas são
necessárias devido ao tempo de uso e envelhecimento dos instrumentos.
5.4.1 Princípios de Funcionamento
A medida eletrônica de distâncias utiliza como princípio básico o tempo
que uma onda eletromagnética leva para percorrer duas vezes (ida e volta) a
distância a ser determinada. Baseia-se na emissão/recepção de sinais
luminosos (visíveis ou não) ou de micro-ondas que atingem um anteparo ou
refletor. A distância entre o emissor/receptor e o anteparo ou refletor (prisma)
é calculada eletronicamente e, segundo KAVANAGH e BIRD (1996), baseia-
se no comprimento de onda, na frequência e velocidade de propagação do
sinal.
Figura 5.14: Componentes Básicos de um MED.
36
Uma vez conhecendo-se a velocidade (v) de propagação da radiação
eletromagnética e se o tempo (t) for medido, a distância a ser determinada
seria obtida pela equação:
2
tvD
∗= (5.17)
Este processo de cálculo da distância é também conhecido como
Método do Pulso (Timed-Pulse). Considerando v = 3 x 108 m/s (velocidade da
luz) e aplicando a lei de propagação de erros à equação anterior tem-se:
tD
v 22
2
4σσ ∗= isto é:
tD σσ ∗×
=2
103 8
(5.18)
Dessa maneira, admitindo-se σt = ±10-7 s então σD = ± 15 m. Assim,
um pequeno erro na determinação do tempo (10-7 s) acarretaria uma
imprecisão considerável na distância D.
Nos MED’s que utilizam como sinal emitido o infravermelho, a onda
portadora é gerada por um diodo luminescente de arseniato de gálio (GaAs)
com comprimento de onda variando de 0,80 a 0,93 µm, os quais possuem
menor eficiência em condições de altas temperaturas, necessitando-se,
portanto, protegê-los contra a luz solar direta.
37
Tabela 5.1: Espectro de frequências das ondas eletromagnéticas. Adaptado de DOUBEK (1974).
Segundo (HERREWEGEN, 1977), a precisão do instrumento ou o
perfeito ajuste de uma série de medidas em comparação a valores padrões,
basicamente depende da estabilidade da frequência de modulação f e da
acuracidade das medidas das diferenças de fase, enquanto que a acurácia
depende da distância medida. Para obter precisão razoável para a
determinação da distância a partir da medida da diferença de fase deve-se
determinar este intervalo de tempo com precisão na ordem do intervalo de 1 x
10-11 a 1 x 10-14 do segundo.
Devido à dificuldade na obtenção do tempo com tamanha precisão,
esse princípio não pode ser aplicado dessa forma tão simples para a
obtenção da medida.
Segundo SCHWENDENER (1972), A grande maioria dos MED’s
adotam para o cálculo da distância a seguinte expressão:
3000
222kz
fn
C
fn
CND
aa
++⋅+⋅
=π
φ (5.19)
38
� D = distância medida (eletrônica);
� na = índice de refração da atmosfera;
� C0 = velocidade da luz no vácuo;
� f = frequência de modulação;
� φ = ângulo de fase entre sinais emitido e recebido;
� z0 = erro de zero ou constante aditiva;
� N = número de meio-comprimento de onda (λ/2);
� k3 = erro cíclico do instrumento.
Percebe-se, portanto, que a medição eletrônica utiliza o método de
comparação de fase ou a medida da defasagem entre a onda emitida e a
onda de retorno. Assim, uma onda eletromagnética de alta frequência,
denominada onda portadora, é modulada em amplitude com um sinal de
comprimento de onda muito maior e emitida de maneira contínua.
Modular uma onda significa modificar sua amplitude, a frequência ou a
fase de uma onda de alta frequência a partir de outra onda auxiliar de baixa
frequência.
Figura 5.15: Princípio de medição de distâncias em MED’s, por caminho duplo, usando o método de diferença de fase FONTE: (Adaptado de KENNIE et al (1993).
39
Na Figura 5.15 acima, um sinal de freqüência f é emitido a partir da
estação onde se encontra o MED em um meio isotrópico. Assim o sinal é
refletido por prismas e retransmitido para a estação onde se gerou o sinal,
que será analisado e utilizado para calcular a distancia. Como as duas
estações estão fixas não haverá efeito DOPPLER, sendo assim a freqüência f
de saída é a mesma refletida.
Figura 5.16: Aspectos gerais de determinação da distância.
Sendo M o número inteiro de comprimentos de onda λ (que neste
exemplo será igual a 2) e ∆λ a parte fracional do comprimento de onda, a
distância será dada pela seguinte expressão:
λλ ∆+⋅= MD (5.20)
Como o sinal é refletido de volta ao instrumento (estação total), a
distância entre os dois vértices do alinhamento medido será dada por:
'2 λλ ∆+⋅=⋅ ND (5.21)
Onde:
N é o número inteiro de revoluções do vetor OA (neste caso 4, 2 na
ida e 2 na volta);
∆λ’ é a parte fracional dada pelo ângulo de fase.
Pela figura 5.14 tem-se que λπ
φλ ⋅=∆
2' . Substituindo esta
expressão na equação (5.26) tem-se:
40
λπ
φλ ⋅+⋅=⋅
22 ND
(5.22)
222
λ
π
φλ⋅+⋅= ND
(5.23)
A diferença de fase ∆λ’ pode ser obtida por meio de métodos
analógicos ou digitais. Abaixo segue esquema representativo do processo de
obtenção digital da diferença de fase ∆λ’.
Figura 5.17: Esquema de um medidor digital de fase. FONTE: SCHOFIELD, 1993
O comprimento de onda λ tem uma relação inversa com a frequência
de modulação f, a velocidade de repetição de qualquer fenômeno periódico.
41
Quando se lida com radiação eletromagnética no vácuo, essa velocidade é
igual à velocidade da luz C0. Assim tem-se que:
f
C0=λ (5.24)
C0 = velocidade da luz no vácuo = 299.792.458 ±1,2 m/s.
Considerando-se o meio onde se está realizando a medição, deve-se
levar em conta o índice de refração da atmosfera (na), logo tem-se que:
fn
C
a
0=λ (5.25)
Logo a equação (5.23) será dada por:
fn
C
fn
CND
aa 222
00 ⋅+⋅=π
φ (5.26)
5.4.2 Constante Aditiva, correção de zero ou erro de índice (z0)
Segundo GRIPP JR. (1986), o erro de zero ou constante aditiva é a
distância entre o centro eletrônico e o centro geométrico do aparelho. Nos
MED’s mais modernos, tem-se procurado anular este erro, entretanto sempre
é necessária uma aferição periódica do equipamento devido ao uso constante
e envelhecimento do aparelho. Em aparelhos em que este valor deve ser
considerado, normalmente o fabricante fornece o valor admissível para este
erro.
Um procedimento simples e que permite determinar de maneira
aproximada o erro de índice z0 consiste em determinar uma distância entre
dois pontos segundo o esquema representado na figura 5.18 a seguir:
42
Figura 5.18: Prática para determinação do erro de zero ou constante aditiva.
Considere:
011 ' zdd += ; 022 ' zdd += e 033 ' zdd += .
Se 321 ddd += então ( )3210 ''' dddz +−= (5.27)
onde d’1, d’2 e d’3 são as distâncias medidas e d1, d2 e d3 são as
distâncias verdadeiras.
5.4.3 Erro Cíclico (k3)
O erro cíclico é um erro proveniente de falhas na determinação da
diferença de fase; surge em consequência de variações bruscas da fase,
entre a emissão e a recepção do sinal. É um erro sistemático de natureza
cíclica, com período igual à metade do comprimento da onda moduladora e
que possui variação conforme a distância a ser medida.
O valor da amplitude do erro cíclico pode ser obtido a partir de
medições em linha de bases, ajustadas pelo MMQ. Pode-se observar
variações de 5 a 10 mm nas medições eletrônicas atribuídas ao erro cíclico,
principalmente em aparelhos mais antigos e com maior tempo de uso.
Segundo LAND VICTORIA (2002), a maioria dos equipamentos modernos
apresentam magnitudes inferiores a 2 mm, sendo considerado desprezível.
Diferentes modelos matemáticos utilizados para a determinação do
erro cíclico são apresentados por CORDINI, J. (1991).
43
Considerando-se os dois últimos erros que devem ser corrigidos
na equação (5.26), obtém-se a equação (5.19) utilizada para o cálculo da
distância eletrônica pelo método da diferença de fase.
5.4.4 Erros cometidos na Medição Eletrônica de Distâncias.
Várias são as fontes de erros que ocasionam imprecisões na medição
de distâncias com MED’s. Dentre outras destacamos:
a) Erro na centragem do MED e do refletor.
b) Erro de pontaria.
c) Erro na altura dos instrumentos.
d) Fatores externos que podem afetar os instrumentos.
e) Desconhecimento do MED por parte do operador.
f) Erros de alinhamento ocasionados por problemas do sistema ótico
do MED.
5.4.5 Erros devidos ao processo eletrônico de obtenção da distância:
g) Erro no valor adotado para a velocidade de propagação das ondas
eletromagnéticas. O valor atualmente recomendado pela União
Astronômica Internacional é de 299.792.458 ±1,2 m/s;
h) Erro no índice de refração;
i) Erro na frequência de modulação;
j) Erro na determinação da diferença de fase;
k) Erro de zero ou constante aditiva;
l) Erro de fase ou erro cíclico.
5.4.6 Correções efetuadas nas distâncias fornecidas pelos MED’s
Uma vez inserindo os parâmetros solicitados nos equipamentos, os
MED’s mais modernos normalmente já executam algumas correções para os
valores de distâncias que são fornecidos. Entretanto, algumas correções
devem ser efetuadas posteriormente, entre elas podemos citar:
44
a) Correção Meteorológica(Cm).
n
nCm 0= (5.28)
Onde:
n0 = índice de refração para a atmosfera padrão e n = índice de
refração no local da determinação,
( )42
6
0
0680,08864,4604,287101
λλ++=∗−n (5.29)
Onde:
λ = comprimento da onda portadora, que é fornecido pelo fabricante e
( )( )
ett
Pnn ∗∗
+−
+
∗−∗=− −60 10
15,273
02,15
15,273
1359408,01 (5.30)
onde:
t = temperatura do ar em ºC;
P = pressão atmosférica em mmHg;
O valor de e será obtido por:
( )
+∗−∗∗−=
778,872
'1'0006606,0'
tttPee (5.31)
Com t = temperatura do ar (bulbo úmido) em ºC;
t’ = temperatura do ar (bulbo seco) em ºC;
e’ = pressão do vapor saturado em mmHg, obtido pela equação:
)3,237/(5,7105828895,4' tte +∗= (5.32)
Recomendações:
Durante os trabalhos de campo as temperaturas (seca e úmida) e a
pressão atmosférica devem ser obtidas nas extremidades da linha medida.
Recomenda-se utilizar um aneroide e um psicrômetro com precisão de
±0,2ºC.
Assim, a distância inclinada (Dm) corrigida dos efeitos
metereológicos será dada por:
mim CDD ×= (5.33)
45
b) Redução ao Horizonte (Dh)
Para reduzir a distância ao horizonte basta utilizar a seguinte
expressão:
senZDD mh ∗= ou ainda IDD mh cos∗= (5.34)
Nos MED’s atuais pode obter diretamente o valor da distância reduzida
ao horizonte, conhecida também como distância horizontal.
c) Redução ao Geóide (ao nível do mar) (Dg)
Para reduzir a distância ao geóide toma-se a equação:
−∗=
R
hDD hg 1 (5.35)
onde h = altitude do MED
R = raio médio terrestre.
d) Redução ao elipsóide (De)
++−∗= ....1
2
2
R
h
R
hDD he (5.36)
onde Dh = distância reduzida ao horizonte
R = raio de curvatura da seção normal ao elipsóide
H = altitude geométrica ou elipsoidal que é dada por Nhh +=
Com h = altitude ortométrica e N = ondulação geoidal.
e) Obtenção da diferença de Nível (dn)
)( lisenDd mn −+∗= α (5.37)
ou ainda:
)(cos liZDd mn −+∗= (5.38)
Sendo:
46
i = altura do MED
l = altura do refletor (prisma).
Para corrigir a diferença de nível segundo a curvatura terrestre e a
refração atmosférica adicionamos à expressão acima os termos:
( )rElisenDd mn −+−+∗= )(α (5.39)
ou ainda:
( )rEliZDd mn −+−+∗= )(cos (5.40)
onde:
r = efeito da refração atmosférica;
E = efeito da curvatura terrestre.
Ekr ∗= e (5.41)
com k = 0,1306 (coeficiente de refração de Gauss).
R
DE
2
2
= (5.42)