Apostila.capoeira

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GRUPO BERIBAZU CÂNTICOS DE CAPOEIRA LADAINHA Até parece que a capoeira É brincadeira (2x) Todo mundo hoje quer ser Ser mestre de capoeira Tem muita gente Ruim de jogo e afobado Fica falando que é bom Que é virado no diabo Como é que pode Não podemos confiar Quando entra numa roda Faz vergonha até jogar É sempre bom Esperar o tempo passar Ser mestre de capoeira Não é só querer jogar Camará Iê, viva meu Deus Iê, viva meu Deus camará Iê, viva meu mestre (coro) CHULA Andorinha voou capoeira Vou dizer pro meu amor Seu mergulho é ligeiro Seu bote é certeiro Mais que pescador Capoeira ligeiro, menino É de São Salvador Aprendi na Ribeira Armada e rasteira Você sabe que eu dou Segura iá, iá, segura iô,iô (coro) Capoeira ligeira É de São Salvador A melhor capoeira É aqui seu doutor. LADAINHA (Mestre Toni) Certa vez Perguntaram a seu Pastinha O que era Capoeira E ele, mestre velho respeitado Ficou um tempo calado Revirando a sua alma Depois, respondeu com calma Em forma de Ladainha A capoeira, é um jogo, E um brinquedo É se respeitar o medo E dosar bem coragem É uma luta, É manha de mandingueiro É o vento no veleiro Um lamento na senzala É um corpo arrepiado É um berimbau bem tocado O sorriso de um menininho A capoeira É o vôo de um passarinho O bote de cobra coral Sentir na boca, Todo o gosto do perigo Se sorrir para o inimigo E apertar a sua mão É o grito de Zumbi Ecoando nos Quilombos É se levantar do tombo Antes de chegar no chão É o ódio É a esperança que nasce, Um tapa explodiu na face E foi arder no coração Enfim, é aceitar o desafio Com vontade de lutar A Capoeira É um barco pequenino Solto nas ondas do mar É um peixe, é um peixinho Solto nas ondas do mar . É um barco peregrino Coro Que vaga sem destino coro LADAINHA Homenagem ao Mestre Waldemar (Luiz Renato) Na roda de capoeira (2x) Sempre foi respeitado O capoeira elegante Do sapato envernizado Com o sorriso confiante E o chapéu caído de lado Sua voz estremecia No toque do berimbau Jogando com seu terno branco De linho diagonal O que sente pela capoeira Já está dito no seu nome No fundo do coração Capoeira respeite esse homem É Waldemar da Paixão Mestre Waldemar, quanto tempo faz As rodas de capoeira, Domingo lá no Pero Vaz Mestre Waldemar, quanto tempo faz (Coro) A capoeira de Angola, Que os tempos não trazem mais Coro Mestre Bimba e Pastinha, que já não existem mais Coro 1

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GRUPO BERIBAZUCÂNTICOS DE CAPOEIRA

LADAINHA

Até parece que a capoeiraÉ brincadeira (2x)Todo mundo hoje quer serSer mestre de capoeiraTem muita genteRuim de jogo e afobadoFica falando que é bomQue é virado no diaboComo é que podeNão podemos confiarQuando entra numa rodaFaz vergonha até jogarÉ sempre bomEsperar o tempo passarSer mestre de capoeiraNão é só querer jogarCamaráIê, viva meu DeusIê, viva meu Deus camaráIê, viva meu mestre (coro)

CHULA

Andorinha voou capoeiraVou dizer pro meu amorSeu mergulho é ligeiroSeu bote é certeiroMais que pescadorCapoeira ligeiro, meninoÉ de São SalvadorAprendi na RibeiraArmada e rasteiraVocê sabe que eu douSegura iá, iá, segura iô,iô (coro)Capoeira ligeiraÉ de São SalvadorA melhor capoeiraÉ aqui seu doutor.

LADAINHA(Mestre Toni)

Certa vezPerguntaram a seu Pastinha O que era Capoeira E ele, mestre velho respeitado

Ficou um tempo calado Revirando a sua alma Depois, respondeu com calma Em forma de Ladainha A capoeira, é um jogo,E um brinquedo É se respeitar o medo E dosar bem coragem É uma luta,É manha de mandingueiro É o vento no veleiro Um lamento na senzala É um corpo arrepiado É um berimbau bem tocado O sorriso de um menininho A capoeiraÉ o vôo de um passarinho O bote de cobra coral Sentir na boca,Todo o gosto do perigoSe sorrir para o inimigo E apertar a sua mão É o grito de Zumbi Ecoando nos Quilombos É se levantar do tombo Antes de chegar no chão É o ódioÉ a esperança que nasce, Um tapa explodiu na faceE foi arder no coraçãoEnfim, é aceitar o desafioCom vontade de lutarA CapoeiraÉ um barco pequeninoSolto nas ondas do marÉ um peixe, é um peixinhoSolto nas ondas do mar.É um barco peregrinoCoroQue vaga sem destinocoro

LADAINHA Homenagem ao Mestre Waldemar (Luiz Renato) Na roda de capoeira (2x) Sempre foi respeitado O capoeira elegante Do sapato envernizado Com o sorriso confiante

E o chapéu caído de lado Sua voz estremecia No toque do berimbau Jogando com seu terno branco De linho diagonal O que sente pela capoeira Já está dito no seu nome No fundo do coração Capoeira respeite esse homem É Waldemar da Paixão Mestre Waldemar,quanto tempo faz As rodas de capoeira,Domingo lá no Pero VazMestre Waldemar,quanto tempo faz (Coro)A capoeira de Angola,Que os tempos não trazem maisCoroMestre Bimba e Pastinha,que já não existem maisCoro

CHULA

O juca de amaralina Tinha mesmo que morrer Ele quis mexer comigo Sem nem bem me conhecer Tinha fama de valente Tinha onda de canalha Agora tá pendurado No fio da minha navalha Oi é tu que é muleque Muleque é tu (coro) Oi é tu que é muleque Tu me chamou de muleque Mas muleque não sou eu Quem me chamou de muleque Foi Besouro Preto,Besouro morreu Mas é tu que é muleque Muleque é tu

CHULA

Toquei meu pandeiroToquei atabaqueToquei berimbau

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(O coro repete)Chamei bom parceiroChamei bom parceiro Pro jogo de pau(o coro repete)

Aruanda ê, ê, ê (Coro)Aruanda a, a, a.

CHULABERIMBAU Lê Lê

Ôh prepare o arameEnverga a madeira de jequitibáTraga a moeda, a cabaça E o caxixi da Feira Que eu quero jogarMeu berimbau lê, lêMeu berimbau camará (Coro) Ele é enfeitadoCom laços de fitaE as conchas do mar(Coro)Eu enfrento o serenoDesfaço o veneno dessa solidãoRezo São Bento Grande,São Bento PequenoConforme a razãoNa roda o medo não falaMoleque aprenda a liçãoCoragem nunca se calaVence quem tem coraçãoCom os pés na SenzalaNegro se ajoelha Fazendo oraçãoCoroVem menino vemDescendo a ladeiraNo cais dourado vai terCapoeira pra matarDança morena faceiraVadeia na beira do marNegro vem de ZanzeiraVem da GameleiraChegou pra jogar.

CHULA

O vaqueiro de verdadeNão teme a morte e a fomeNão foge de emboscadaNem treme diante de homemO vaqueiro de verdadeNão larga o laço da mãoEle não se embaraça em espinho

A mulher ele não nega carinhoAo bom Deus não nega oraçãoApanha lá vaqueiro (coro)Apanha jaleco de courocoroNa porteira do curralcoro

CHULACapitão Bicho Malvado

Capitão bicho malvadoEu sou negroMas não vou apanharMe ensinaram a capoeiraEu agora vou te mostrarCapitão vem agoraOh, raízes de Angola, Angolá

As Chicotadas que ele me deuSão motivo pra eu odiarEsse homem é traiçoeiroEle é pago pra me matarCapitão vem agoraHo, raízes de Angola, Angolá

No aprendizado da capoeiraCapitão não vá recuarA batalha entre eu e vocêNão há feitor pra lhe ajudarEssa arte é brasileiraInstrumento de libertarCapitão vêm agora,Ôh, raízes de Angola, Angolá

CHULA

O que abalou Santo Amaro (2x)Foi a morte de um cidadãoQue batia na políciaEm qualquer situaçãoE ficou muito famosoFoi por sua valentiaUma lenda em Santo AmaroUma história na BahiaEra Besouro, era besouroFamoso cidadão de ouro

CHULAVim de Ilha de Maré

Vim de Ilha de MaréVim de ilha de MaréDo severo do Mestre JoãoEu cresci lá na Preguiça

Me criei na ConceiçãoEu subi o PelourinhoEu desci a gameleiraEu passava o dia-a-diaNa roda de CapoeiraAprendi...Eu aprendi CapoeiraLá na rampa do cais da Bahia(repete)Oh o gringo filmavaMe fotografavaEu pouco ligavaTambém não sabiaMinha foto ia sair no jormalNa França, RússsiaE também na HungriaEu aprendi CapoeiraLá na rampa do cais da Bahia(o coro repete)Capoeira é uma arteCapoeira é uma lutaCapoeira é o baléMais bonito da minha BahiaAprendiEu aprendi CapoeiraLá na rampa do cais da Bahia(o coro repete)

CHULAPula como um sapo

Se eu disserVocê não vai acreditarMas, eu vivia amuadoSem poder desabafarEntão um diaEncontrei com uma dançaOnde o corpo se balança,Deu vontade de pararCheguei mais pertoPra poder observarVim um berimbau tocandoE um pandeiro acompanharAquele somConquistou meu coraçãoNão era samba, nem xaxado,Nem baiãoMeu camarada!Assim gritou de láIsso aqui é capoeiraQuem quiser pode jogarPula com um sapoÉ sagaz que nem um loboTem mandinga e malandragemCapoeira não é bobo.(O coro repete)

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CHULAAlexandre Batata

Foi num samba de rodaQue eu vi minha preta chorarPerguntei o queFoi minha pretaAgora você vai ter que falarE ela com muita emoçãoChegou bem pertinhoPara me falarFoi que eu sonhei com capoeiraJogada bonita na beira do marSonhei, eu fui sonharCapoeira na beira do marSonhei, eu fui sonharcoroUm balanço de corpoNa beira do mar(O coro repete)Se o coqueiro eE a baiana balançar(O coro repete)E lá vou euE lá vou eu e lá vou euVou com as ondas do mar(Coro Repete)Vou jogar capoeiraNa beira do marCapoeira não saiDa minha cabeçaCapoeira não sai do coraçãoCapoeira quem jogaÉ mandingueiroCapoeira é jogo de irmãoCapoeira é belezaCapoeira é tradiçãoCapoeira tem fundamentoCapoeira é vibração(o coro repete)Capoeira nasceu nos quilombosE nos sofrimentos das senzalasO negro cantava ladainhaEnquanto a cana cortava(coro)Na roda de capoeiraPode-se matar ou morrerMas também se joga limpoE o que é bonitoÉ pra se ver(coro)Para ser bom capoeiraNão basta ter aptidãoTem que se entregar com almaE cantar com coração

CHICO Parauê Raul

Chico Parauê rauêChico parauê rauáChico Parauê rauêRauê rauê rauêRauê rauê rauá(O coro repete)

A dor de uma mãe escravaAo ver seu filho afastarVendido pra outra fazendaAssim como se fosseEspécie de animal(coro)A dor do pai era maiorMas nada podia fazerSe não ajoelhar à terraE pedir a DeusQue queria morrer(coro)Havia um escravo sorrindoOlhando a filha de SinháQue pena que eu nasci um negroE nunca vou poderCom ela namorar(coro)A água que a gente bebiaNascia mesmo por aliA comida era a raçãoA folha de coqueiroA cama de dormir(coro)

SINHÁ

SinháJogando CapoeiraLá na RibeiraLá em MaréEu falei pra SinháNão Jogar CapoeiraEu falei pra SinháLá no AbaetéE a luz da Candeia Vai iluminarSeus caminhos de fé(O coro repete)SinháMora na casa grandeTem tudo que ela quiserFoi passear na SenzalaE lá aprendeu a jogarA mandinga de Angola

E a luta da RegionalSe apaixonou pela dançaE com ela foi quilombar(Coro)

LADAINHA

Faz muito tempoQue esta história aconteceuFoi numa noite sem luaQuando o Besouro MorreuNuma emboscadaQue fizeram no BrotalQuando passava BesouroMontado em seu AlazãoCom sete tiros no peito (2x)E facada de TicumMataram Besouro PretoProtegido de OgumA inveja é mãe da raivaPrima-irmã da covardiaPra morrer colega velhoCada um tem o seu diaEra Besouro, Era Besouro (coro)Besouro Cordão de Ouro(coro)Cabra macho igual um touro(coro)

CHULAGUNGA MEU

Eu fui na mata de SinháEu fui na mata de SinháE esqueci meu Gunga láEntão voltei pra pegarLá na entrada da mataEncontrei um negro forteCom o meu Gunga na mãoEu pedi pra entregarEle! Não entrego nãoEntão me chamou pra jogarA Capoeira RegionáE então lhe respondiDizendo dessa maneiraEsse Gunga é meu É de boa madeira CoroMe entrega esse Gunga De qualquer maneira (Coro)Jogo no matoE também na Ribeira (Coro)Meu avô que me disse,Ele não diz besteira (Coro)

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Olha esse nego,Ele não é brincadeira

LADAINHA(PETRÓLEO)

Foi motivo de estudoDos nossos folcloristasFalo de dois velhos mestres...Dois grandes capoeiristasTodos dois eram baianosDe la da santa terrinhaFalo de Mestre Bimba,Oi, ia, ia,Falo dele e mais PastinhaNão havia um mais forteNão havia mais ligeiroOi, ia, ia, na roda da lutaTodos os dois eram angoleirosEh, que coisa tão bonitaVê esses dois mestres jogarE depois de muito estudoBimba criou a RegionalE agora a Capoeira, oi ia iaJá podia levantar.Tem muita gente que falaEm manter a tradiçãoIê, mas Bimba manteve tudoSó inventou inovaçãoCapoeira não tem tipoNão tem parcialidadeDisso sabia os dois mestresOi ia ia capoeira é unidadeAté que um dia a iunaOs dois mestres separouColocou Bimba no bicoE pro céu ela voouE pastinha cego e velhoE pastinha morimbundoAbandonou o seu corpoE partiu pro velho mundoDepois disso eu tive um sonhoQue não me sai do pensamentoEu vi Bimba e PastinhaJogando no firmamentoQuando Pastinha chegouBimba usando seu talentoIê já tava empregadoEra guarda costa de São BentoOntem recebi notíciaQue me deu muita alegriaIê, empregaram seu PastinhaOi, ia, pra velarA virgem MariaÓh por todos nós os mestresQue aí são respeitados

Óh abençoe nossa roda Perdoi nossos pecados,Camaradinha...Viva meu Deus,Iê viva meu Deus Camará (Coro)Viva meu mestreIê viva meu mestre camará.

LADAINHA

Até parece que a capoeiraÉ brincadeira (2x)Todo mundo hoje quer serSer mestre de capoeiraTem muita genteRuim de jogo e afobadoFica falando que é bomQue é virado no diaboComo é que podeNão podemos confiarQuando entra numa rodaFaz vergonha até jogarÉ sempre bomEsperar o tempo passarSer mestre de capoeiraNão é só querer jogarCamaráIê, viva meu DeusIê, viva meu Deus camaráIê, viva meu mestre (coro)

CHULABeribazu não chora(Paulo/Igor)

Vê se te mancaVista a roupa e vá embora(O coro repete)

Sua presença é importanteMas Beribazu não choraCoroVista a camisaSinta com emoçãoEsse nome CapoeiraMora em seu coração (Coro)Chegue na rodaEncante com seu cantarBeribazu CapoeiraChegou foi pra jogar (Coro)

Chula O Berimbau Pedaço de aramePedaço de pau Juntou com a cabaçaVirou berimbau Berimbau sim, Berimbau nãoBerimbau, beriba, berimbauã berimbau, Sacode a poeira MadalenaEspante a tristeza e canteEu sou Olodum, quem tu ésVêm meu amor Com o Olodum nesta melodiaVem meu amor Deixa fluir essa alegriaAguce sua consciênciaNegra cor, negra cor ô ôExtirpar o malQue nos rodeiaSe defender A arma é musicalCantando Regae Cantando Jazz, Cantando Blue ú úEu louvo o Jah Eu digo já chegouO Olodum um, um.

ChulaCuidado moço(Mestre Camisa)

Cuidado moçoQue esta fruta tem caroço(2 vezes)Mas vale nossa amizadeQue o dinheiro no meu bolsoPara quem sabe viverEsta vida é um colossoCuidado moçoQue esta fruta tem caroçoAndo com o corpo fechadoE o rosário no pescoço(coro)Fui criado lá na roçaTomando água de poço(coro)Cachorro que é espertoCome a carne e roi o osso(coro)A mulher quando não prestaMata o cabra de desgosto

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(Coro)

CHULABarro Vermelho (Paulo/Igor)Eu morava num bairroLá no Rio de JaneiroTinha Roda era no SábadoQue ficava o dia inteiroHoje fico com saudadesVadiagem o dia inteiroLembranças do velho bairroDo velho Barro VermelhoLembra eu lembrá (Coro)Lembra do Barro vermelhoCoroMe diga moço Onde aprendeu essa gingaMe diga cabra valenteComo é sorrir na brigaCoroLembra do JogoLigeiro meio matreiroLembra do vermelho barroLembra do barro vermelhoCoro

CHULAToca Atabaque (Paulo/Igor)Toca atabaque Bate Berimbau que eu vou Repica pandeiroCaxixi e agogô(O coro repete)Meu Deus do céuQue som que veio de láÉ ginga de CapoeiraSolta nas ondas do marCoroMande recadoDiga lá na GameleiraTerra de bom CapoeiraQue a Roda vai começarCoroSe és CapoeiraRespeite o berimbauInstrumento geniosoDe um som fenomenalCoroE o pandeiroAcompanha seu molejoAgogô torna meu desejoMais alegre ao cantarE o atabaqueMe invade, me embalaArrepia a minha fala

Empolgando o meu cantarIsso é Capoeira:ã, ã, ã, Capoeira ai, aiCapoeira ai, ai (Bis)Capoeira

CHULALampião(Paulo/Igor)

Quanta saudadeInvade meu coraçãoAo lembrar de VirgulinoCabra macho, lampião(O coro repete)Foi cangaceiroCabra macho justiceiroCorreu o sertão inteiroCom seu bando a chefiarCoroTinha curiscoSeu fiel companheiroCaatinga seu paradeiroCom a lua a iluminarCoroMaria bonitaSua mulher queridaQue deu por ele a vidaNo sertão a guerrearCoroRoubava o ricoPra dar de comer ao pobreSertanejo do norteDe coroné o consagrouCoroSaqueavaMocinha desvirginavaA polícia o respeitavaCabra de grande valorCoroPadre CíceroSeu santo padroeiroPadim Santo curandeiroProtetor de Lampião.

LADAINHA

Ôh, corta cana, corta cana,Corta cana, Preto VelhoCorta cana no canavial(O coro repete)Eu tive pai, eu tive mãe,Eu tive filhoEu perdi toda a família,A liberdade e o amorE hoje em dia

Só tenho dor e caloEu trabalho no embaloDo chicote do Sinhô(Coro)Eu já fui rei,Minha mulher foi rainhaNa mata eu viviaComo um animalE hoje eu vivo,Que nem bicho acuadoTrabalhando acorrentadoPreso no Canavial(coro)Eu tive paz, eu tive fé,Eu tive crençaHoje eu vivo na bênçãoQue herdei dos orixásSou cana forte,Sou bengue, cana caianaMinha doçura canaÉ ruim de derrubar(coro)A capoeiraNunca foi escravizadaFoi menina levadaQue nasceu no céu e marLevaram o solLevaram a noite e o dia,Só não levaram a poesiaTrazida no meu cantar(Coro)

CHULAAgora é Moda

Agora é moda camaradaAgora é moda (coro)Do capoeira só entrar Para agarrarFaz muito tempoEm que eu vi um floreioEm que vi jogo ligeiroSem ninguém se agarrarMas virou modaO capoeira puxa pesoDiz que é pra perder o medoE também intimidar (Coro)Neguim não sabeQue a cintura é mola mestreQue endurece igual a pedraNão pode movimentar (Coro)Entra na rodaFica todo nervosãoPerde logo a expressão

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Parte logo pra agarrar (Coro)Entra na rodaEnlarguece logo as costasA cintura já não dobraE não pode mais gingarNão tem mais jeitoPorque já virou defeitoVai ser tudo desse jeitoMas um dia vai mudar (Coro)

CHULAVêm capoeira jogar(Mestre Falcão)

Se seu dinheiro acabouNão vá se desesperarSe seu amor lhe deixouDeixe a tristeza prá láOuça bem esse remédioQue vou lhe recomendarVêm jogar a capoeiraVêm capoeira jogarJoga CapoeiraVêm capoeira jogarVêm jogar capoeirasua vida vai melhorar(coro)Vêm jogar capoeiraNão deixe a tristeza chegar(coro)Capoeira é um remédioPara a vida melhorar

LADAINHA

Meu mestre é pequenininhoMeu Mestre é pequenininhoQuando quer fica menorPode ser o brilho do ouroOu então o clarão do solQue te cega, que te cegaTu procuras mas não achasSe tu vens por baixo ele voaSe tu vem voando ele abaixaMeu mestre é pequenininhoTu quase não podes verQuando ele entra na gingaDerrama na roda a mandingaFica maior que vocêIê meu mestre é bomIê meu mestreÉ bom camará (coro)Iê viva meu Deus

LADAINHABahia Axé

Que bomEstar com vocêAqui nesta rodaCom este conjunto

Bahia axéAxé Bahia

E o ventoQue sopra tão lindoPor sobre os coqueiraisIsto é demais

IôôôIô, iô, iô, iôIô, iô, iô, iôIô, iô, iô, iô

LADAINHA

ÊH BOIADAÊh boiada, êh boiÊh boiada, êh boiBoiadeiro vai na frenteA boiada vai atrásTocando o seu berranteA boiada vai que vaiÊh boiada, êh boi(o coro repete)Eu não sou o mestre "A"Nem o "B" e nem o "C"Apenas peço licençaSó pra falar com você

Êh boiada, êh boi(o coro repete)Eu não sou tão curiosoQue tenho que ver pra crerSe a brasa está quenteTem que pegar pra saber(Coro)Boiadeiro usa o berranteVou tocando o berra-boiBoiadeiro usa o chicoteVou usando o meu cordão(Coro)Não maltrate o boi açuEle é de estimaçãoA boiada não é minhaEla pertence ao meu patrão(Coro)

CHULAQuando eu chego Numa RodaQuando eu chego numa RodaEu dou logo uma geralEu procuro os angoleirosMas só vejo regionalEntão eu fico pensandoO que Bimba me falouAngoleiro é coisa raraHoje só tem enganadorEu falei pra você,Pra você não enganarFilho de Bimba não cai (Coro)Cai, cai, cai,Coro

CHULABesouro eu não conheci

Besouro eu não conheciBesouro eu não conheciMas muita históriaEu ouvi contarNegro do corpo fechadoAndava só e desarmadoJá lutou com muitos homensMas nunca foi derrotadoEnfrentou uma companhiaCom mais de trinta soldadosMorava no pé da ladeiraLá na baixa do grotadoBesouro maracangalhaCabra macho do lugarMataram Besourode Maracangalha (Coro)Faca de ticum a mandinga falhaCoroFaca de ticum a mandinga falha

CHULABesouro Quando morreu

Besouro quando morreuBesouro quando morreuAbriu a boca e falouMeu filho nunca apanheQue seu pai nunca apanhouEra Besouro, Era BesouroBesouro Cordão de OuroCoroCabra macho igual um touroCoroBesouro Cordão de OuroCoro

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Cabra forte como um touroCoro

CHULA

Óh seu chefe de políciaO barulho tá formadoTem um cara lá praça, oiaiáBatendo nos seus soldadosCapitão saiu correndo, Tenente tá desmaiadoEu sou cabra de direitoNão me faça confusãoNão pode ser um só caraBatendo num BatalhãoMas este cara é diferenteNão se pode segurarParece que nem é genteQue vem lá de MangangáAh, sendo assim peça reforçoChame uma guarda inteiraEle é filho do demônioÉ Besouro CapoeiraOi zum, zum, zumBesouro mangangáBateu foi na políciaDe soldado a general(coro)Na volta que o mundo deuNa volta que o mundo dá(coro)

CHULAMeu Canário

No fundo lá de casaTem um canário amareloQue canta alto e forteÉ o canário mais belo

Esse canário amigoQue no Brasil vai ficarE foi alemão amigoAlemão mandou buscar

Xô, Xô, meu canário (Coro)Meu canário é cantador.CoroMeu canário é voador.Coro

Chula

Você se lembra de mim

Eu nunca vi você tão só (O coro repete)Óh meu amor óh meu xodóMinha BahiaCa, Capoeira meu amorCa, Capoeira meu amor (O Coro repete)A palma estava erradaO mestre mandou parar outra vezBate essa palma molequeA Palma de Bimba é um, dois, trêsOlha a palma de BimbaÉ um, dois, três.. (coro)

CHULA

Diz a história Que mataram seu besouroLá na BahiaSanto Amaro, SalvadorMorreu deitadoDentro de rede de cordaNada lhe valeu mandigaDe traição não se salvouFaca de tucumMatou besouro mangagá(Coro)Eu tive um sonho Com um berimbau tocandoEm uma rodaCom Besouro e ParanáQuando eu me lembroDesses mestres do passadoDá um desejo danadoDe capoeira jogar(Coro)Corpo fechadoDiante de uma reza forteQuando era vivoNão rezava pra ninguémCordão de ouroTambém chamado BesouroHoje joga capoeiraCom os mestres no além(coro)

CHULA

Eu vou pegar minha viola(O coro repete os versos)Eu sou um negro cantadorUm negro cantador de rodaOi da Senzala do SenhorOi bota fogo no EngenhoOi que o engro trabalhouCanta canta negro nagôÔ Ô Ô Ô Ô Ô

LADAINHA

Ôh Sinhá, Ôh sinhá quebrei meu péCorrendo das chibatadasNa colheita do café(O coro repete)Pele negra em carne vivaSinhozinho me bateuMaltratei cavalo deleEle então se aborreceuMandou até o feitorNa corrente me prenderEu careço de ajudaVim pedir a vosmicêSe você não me ajudaPergunte ao pai JoãoSe vou aguentar no troncoEsperando abolição

CHULA

São José cadê o recado Que São Pedro mandou você me darQue recado é esse meu amigoQue São Jorge mandou você pegarDois berimbaus e um atabaquePara a Roda que vai ter láSamba de roda, maculelê e capoeiraPor favor não faça asneiraQue é pra roda começar(O Coro repete)Sambar, sambar, samba capoeiraSambar, sambar, samba camará(o Coro repete)Sambar, sambar, samba capoeiraQue o samba vem no péE na mente a capoeiraCoroSamba meninoMostre que você é bambaMostre que o corpo balançaSem se quer escorregarSamba meninoMostre que você é bambaDentro da roda de sambaO capoeira vai sambar(Coro)

CHULA

Mas hoje é dia de festaEu jurei que não vou me importarSe o batuque não sai como eu gostoSe a morena não vai me olharHoje eu quero é jogar capoeira

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Vem mandinga pra lá e pra cáEssa dança, essa luta é guerreiraFaz o corpo se arrepeiarBrincadeira, mandingáNo molejo do corpoVem molejar

CHULA

Capineiro de IoiôCapineiro de Iaiá(O coro repete)Não corte capim dai(Capineiro)Só corte quando eu mandar(Capineiro)Não mexa com marimbondo(Capineiro)No tronco do mangagá(Capineiro)Na vidinha do SertãoA tristeza era demaisCapineiro corta canaPra fazer garapa (Coro)Bota milho no pilãoPra fazer fubá (Coro)Ele andava sete léguasSem olhar pra trásCada passo que ele davaEra o CapatazCapineiro de IoiôCapineiro de Iaiá

Ladainha

Dona Isabel que história é essaDona Isabel que história é essaDe ter feito a aboliçãoDe ser princesa boazinhaQue libertou a escravidãoEstou cansado de conversaEstou cansado de ilusãoAbolição se fez com sangueQue inundava esse paísQue o negro transformou em lutaCansado de ser infelizAbolição se fez bem antesAinda precisa se fazer agoraCom a verdade da favelaE não com a mentira da escolaDona Isabel chegou a horaDe acabar com essa maldadeDe ensinar pros nossos filhosO quanto custa a liberdade

Viva Zumbi nosso rei negroQue foi herói lá em PalmaresViva a cultura desse povoA liberdade verdadeiraQue já corria no quilomboQue já jogava capoeiracamaráêh viva meu Deus...

CORRIDO(Toque de Angola)

Ôh cabelo enrolado,Enrolado, enrolado,Enrolado, êhÔh cabelo enrolado,Enrolado, enrolado,Enrolado, êh(o coro repete)Esse jogo de Angola é bonito de verÔh cabelo enrolado,Enrolado, enrolado,Enkrolado, êh(coro)Ôh, cuidado meninoEsse jogo de AngolaMachuca vocêÔh cabelo enrolado,Enrolado, enrolado,Enkrolado, êh(coro)

CANTIGAS DE RODA

Ciranda, cirandinha

Samba lê, lê

O cravo brigou com a rosa

Se esta rua fosse minha

Olê mulher rendeira

Atirei o pau no gato

chula p/ AngolaMadeira de maçarandubaMadeira de Jacarandá(O coro repete)Beriba é pau , é madeira...

Se arrrasta no chão meninoCapoeira é devagar

Se arrasta no chão meninoJoga em qualquer lugar

Chula

Saudade não é hojeSaudade não é agoraSaudade é amanhãQuando meu mestre for embora( o coro repete)Despedida de capoeiraFaz chorar (coro)Faz chorar, faz soluçar camarácoroDespedida de mestre BimbacoroFaz chorar, faz soluçar camarácoro

Nega que veio de Angola

Só quem viveu no passadoPode agora entenderTudo que acontece hojeE o que ainda vamos verMas porque tem em muita rodaGirou o mundo no rolêSabe da história de corMas nunca contou pra você

Nega que veio de AngloaGuarde na memória (coro)O que vou lhe dizer

A Capoeira tá no meu sangue E eu já não sei mais que posso fazer

CoroTem a mesma raiz de n’golodo camdomblé e do maculelê

Coro

Eu que tive em todo cantoPosso agora lhe contarVí Atenildo e GiganteAprendendo a tocarAberrê garoto novo Começando a gingarTive na primeira RodaDa liberdade com Valdemar

Coro

A Capoeira tá no meu sangue E eu já não sei mais que posso fazer

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Coro

É uma emoçãoQue me queima por dentroSe vai com o ventoE torna a aparecer

Coro

Eu conheço a fundo a históriaTive fama tive glóriaE tenho muito que aprender

Coro

Jogar Capoeira de Angola

Jogar Capoeira de AngolaNão é brincadeira,Menino vem ver, vem verCom a cabeça no chãoVai sair de aúCompletando rolê

(O coro repete)Eu fui lá no cais da BahiaJogar capoeira,Lembrei de PastinhaE de seu Aberrê lê, lêCapoeira de AngolaNão é brincadeira menino vem ver

Coro

Meu mestre sempre me avisouSolte o corpo meninoDeixe balançar iá, iáCapoeira de AngolaNão é brincadeira menino vem ver

Coro

Você diz que é bom capoeiraQue entra na roda E que sabe jogar, iá iáTer que ter sentimentoPara capoeira de angola jogar

Coro

Eu vou pegar minha viola(o coro repete)Eu sou um negro cantador(o coro repete)

Um negro coantador de roda(o coro repete)Ou na senzala do senhor(o coro repete)Bota forgo no engenho(o coro repete)Aonde o negro apanhou(o coro repete)Canta, canta negro nagô(o coro repete)Ooooooô(o coro repete)

Conheci uma mulataLa no mercado ModeloQue vendia acarajéPra ganhar algum dinheiroFoi chegando um capoeiraPerguntando logo assimO que tem dentro da cestaOi nega o vende aí?

Oi nega o vende aí?O que vende aí, o que vende aíOi nega o vende aí?Vende arroz do MaranhãoOi nega o vende aí?

Você se lembra de mimEu nunca ví você tão sóÓh meu amor, Óh meu xodóMinha Bahia(o coro repete)A capoeira meu amorA capoeira meu amor(o coro repete)

Negro catigado pela dor da escravidãoHoje ele é forte feito de imaginaçàoNegro catigadoPela dor da escravidãoHoje ele é forteFeito de imaginaçào

Aruanda, AruandêAruandaAruanda, AruandêAruanda

Zumbi foi guerreirGrande lider brasileiroHoje ele é livreVive solto no terreiroZumbi foi guerreir

Grande lider brasileiroJoje ele é livreVive solto no terreiro

Aruanda, AruandêAruandaAruanda, AruandêAruanda

Sou capoeiraPego na violaSou capoeiraPego na viola

Se essa roda ficar boaNão vai terminar agoraSe essa roda ficar boaNão vai terminar agora

Não vai terminar agoraNão vai terminar agora

MOÇA RENDEIRA

O cantador quando pega na violaManda a tristeza emboraSe carrega de emoçãoTira do fundo do peitoUma linda cançãoE arruma logo um jeitoDe conquistar seu coraçãoMoça rendeira, chegue pra cáQue o amor é traiçoeiroEle pode te pegarFaz que nem um nó de rendaNão se pode destarÔh não se renda rendeiraQue o cantadorQuer conquistar seu coraçãoÔh não se renda rendeiraQue essa vida de capoeiraÉ traiçoeira conforme a razãoÔh não se renda rendeira

ÊH MAR

Bem antes do sol raiarJangadeiro empuraSua jangada no marBem antes do sol raiarJangadeiro empuraSua jangada no mar

Eu sou capoeira,

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Page 10: Apostila.capoeira

Viajante da terraE ele jangadeiroÉ o viajante do marJangadeiro me ensine a velejarE saber os mistérios do mar

Êh mar balança marÊh mar, eh mar, balança marÊh mar, eh marÊh mar balança marÊh mar, eh mar, balança marÊh mar, eh mar

Capoeira me ajude a içar a velaE venha comigo pescarEnquanto não chegamos láVocê faz o seu berimbau vibrarEsticamos a rede e você veráComo é fácil tirar alimento do mar

Êh mar balança marÊh mar, eh mar, balança marÊh mar, eh marÊh mar balança marÊh mar, eh mar, balança marÊh mar, eh mar

Inaê

Inaê tua casa é no marInaê tua casa é no marInaê tua casa é no marInaê tua casa é no marO menino que anda na praiaTua casa é na beira do marTua sorte é teu grito de guerraQuem te guarda é Inaê lá do mar

Inaê tua casa é no marInaê tua casa é no mar(o coro repete)Vou olhando o teu pai lá no barcoTua mãe vem rezando pra eleVou pedir proteção à InaêPara ele e também pra você

Inaê tua casa é no marInaê tua casa é no mar(o coro repete)

Menino trigueiro do alvorecerVai pegar tua barca douradaBalançar la nas ondas do marTe ajudando a pescar Inaê

Inaê tua casa é no marInaê tua casa é no mar

(o coro repete)

Senhora de todas as águasCom teu canto encanta vocêVai voando nas correntes marinhasPara quem lá mo mar for te ver Inaê tua casa é no marInaê tua casa é no mar(o coro repete)

GUINÉ

Pra quem veio de GuinéQue sabe como é que éTem um recado pra lhe darSempre teve a liberdadeA grande capacidadeE a ginga no andarQue preservou aqui, lê, lêTua herança africanaFoi viver no quilomboLargou a senzalaE a colheita da canaTem batuque na mãoTem o samba no péCujuinha n’goloEu sei bem como é que é

Eu vim de GuinéVim de Guiné

Tenho minha alma livreVou viver como eu quiser

Eu vim de GuinéVim de GuinéMinha mão tá calejadaDa colheita do café

Eu vim de GuinéVim de Guiné

LADAINHAQuando eu vim do cativeiroEu nada sabiaMe perdi na cidade grandeSem ter para onde irUm dia, que belo diaEu encontrei um amigoAmigo que hoje é meu mestreAmigo e irmãoFoi ele que me ensinouTudo que hoje eu seiA capoeira é a luta mais livre

Que me fez acreditarQue tudo na vida tem um segredoMalícia, gingado e o seu jeito de amarCapoeira, capoeira que me ensinouQue me ensinou a amar, capoeiraO coro repete

Chula

Êh Madalena Rojão

Êh Madalena RojãoPonha a lenha no fogãoPra fazer a maçã( o coro repete)

Hoje é dia de solAlegria de coióPra curtir o verão(o coro repete)

Êh, tê, tê, tê, tê, tê tê, êhÊh, tê, tê, tê, tê, tê tê, áh( o coro repete)

Chula

Olha veja, veja , veja , veja ia , iaAi, ai, ai, ai, ai, ai(o coro repete)

Aqui em cima tem uma vista boaAi, ai, ai, ai, ai, ai (coro)E lá embaixo tem uma lagoaAi, ai, ai, ai, ai, ai (coro)E lá embaixo tem o marPara Nadar ( Coro)E lá em cima tem a luaPara viajar (coro)

Chula

Mas o tempo é pra balaçarE o mestre é pra respeitar(o coro repete)

Comecei há muito tempoE eu logo aprendiO que era a capoeiraNo tempo do rei ZumbiMas o tempo é pra balaçarE o mestre é pra respeitar(o coro repete)

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Page 11: Apostila.capoeira

Para ser chamado mestreTinha que ser muito bomTinha que ser mandigueiroE ter muitas condiçõesMas o tempo é pra balaçarE o mestre é pra respeitar(o coro repete)

Observo e fico tristeUma planta sem raizMenino já quer ser homemSem saber onde é o narizMas o tempo é pra balaçarE o mestre é pra respeitar(o coro repete)

Guita da Capoeira(Falcão)

As vezes você me perguntaPorque não deixo a capoeiraE que ela faz parte de mimMe acompanha a vida inteira

Pois ela me tem todo diaLhe amo e também lhe odeioTalvez você não entendaCapoeira me faz delirar

Eu sou o toque de iunaO jogo de pé no chãoEu sou o espelho do mestreE canto com o coração

Mas, eu sou o jogo de AngolaE também a RegionalSou filho de Mestre BimbaPastinha é meu ancestral

Eu sou o jogo ligeiroEu sou a benção puladaA meia-lua-de-frenteA rasteira e a armada

Eu sou o pandeiro tocandoAo som de um berimbauA batida de um atabaqueCapoeira, não tem nada igual. (Adaptação de Guita de Raul Seixas)

Chula(Mestre Toni Vargas)

Capoeira antigamenteTinha que movimentarQue era pra enganar a genteQue era pra negaciarAgora tá diferenteCapoeira tá paradoJoga no mesmo lugarPula pra cá, pula pra láCapoeira parado não dá (coro)Ninguem mais vê negativaOnde onda a rasteiraNumca mais vi meia-luaInventaram a tal ponteiraNão se vê mais cabra leveBrincando na bananeiraIsso me deixa confusoSerá que isso é capoeiraOlha pula menino, sai do lugar(coro)Se arrasta no chão feito cobra coral(coro)Ninguém mais bate uma palmaNinguém responde um refrãoNinguém faz uma cantigaDe dentro do coraçãoNinguém mais respeita um mestreQue tem tanto pra ensinarIsso me deixa confusoOnde é que isso tudo vai pararPula pra lá, pula pra cá(coro)Ôh neguinho da malíciaÔh neguinho da mandingaEu posso ver cem capoeiraTodos têm a mesma gingaPode ser que eu esteja velhoAs coisas tem que mudarMas parado com o punho fechadoO que que há meu irmãoCapoeira parado não dáPula pra lá, pula pra cá(coro)Todo mundo de cara amarradaTodo mundo querendo brigarSó na boca de esperaSem saber como esperarCapoeira que era do povoFoi parar em outro lugarO meu mestre sempre diziaCapoeira parado não dáPula pra lá, pula pra cá(coro)Pula menino sai do lugar(coro)Se arrasta no chãoFeito cobra coral(coro)

Chula

Menino ForteQue pensa que é o bomQuando chega aqui na rodaDando uma de valentãoSou capoeira meu amigoEu vou dizerQuando venho numa rodaNão entro pra perderMeninão, meninão, meninãoComeçou a jogar agoraE tá achando que é bom(coro)

Ladainha(CD Mão Branca)

Ser honesto até o fimÉ uma virtude (trechoSem a honestidade falado)Ato algum será virtuoso

Foi valente capoeiraPartiu pra nunca mais voltarDeixando muita saudadeQue até hoje faz chorar

Me ensinou a ser guerreiroE ao meu medo derrotarA ser valente e mandingueiroA cair e a levantarNão despresar o mais fracoNem pro mais forte rebaixar

Mas o destinoUm dia me fez chorarGigante partiu pra longeFoi pro Céu com Deus morar

Mas a vida é assim mesmoEu não posso lamentarEu tenho no peito a esperançaDe um diaMeu mestre reeencontrar

Lá no céu tem três estrelasUma é Bimba outra é PastinhaOutra é Mestre GiganteCom toda sua força e valentia

Lá no céu...

Lá no céu tem três estrelasUma é Bimba outra é PastinhaOutra é Mestre Gigante

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Com toda sua força e valentia

No sonho eu vi Cobrinha VerdeE o famoso Mestre ParanáEu ví Mestre CanjinquinhaE o lendário Besouro Mangangá

Valdemar da LiberdadeTocava o seu BerimbauFazendo festa na chegadaPra um capoeira respeitadoEra meu mestre GiganteQue lá no Céu tinha chegado

Lá no céu...

Lá no céu tem três estrelasUma é Bimba outra é PastinhaOutra é Mestre GiganteCom toda sua força e valentia

Ladainha (CD Mão Branca)

Na roda de capoeiraNão há lugar para preconceitosE vaidades pessoaisNela, os opostos se encontramO doutor e o analfabetoO negro e o branco (falado)E o homem, vale pela sua arte

O que adianta ter estudoO que adianta ter estudo, oi á, áEu posso me compararPois também eu sou doutorNa minha arte popularEu pego meu berimbauO meu tambor e o meu pandeiroEu me jogo nesse mundoCom meu jeito brasileiroE vocês que são formadoE dizem ter educaçãoAs vezes vocês não vêemO que eu presto atençãoVejo crianças sendo mortasE jogadas no porãoPois elas apanham pra comerO que vocês jogam no chãoPois a minha educaçãoNão foi a escola que me deuQuem me deu foi a capoeiraHoje eu agradeço a DeusAdeus Escola meu mano CoroMeu mano, ôh, meu menoCoro

Meu mestre tá me chamandoCoroBerimbau tá me chamando

Samba de Roda(André Luiz - UnB)

Que mulher eu fui arrumar(o coro repete)Que mulher eu fui arrumar(o coro repete)Quando a tarde vem chegandoVai correndo pra brincarNa ladeira ou no pelôCapoeira vai jogar

Capoeira eu deixeiIr comigo praticarMe casei e olha sóHoje quero separar

Filó, ôh Filó (coro)Vem de volta pro seu bem,Meu amorFiló, ôh FilóTeu filhinho tá chorando,Ele tá só(Coro)Porquê me deste esse laço,Esse nó(coro)Deixa ela, (coro)Deixa ela pra lá(coro)Deixa ela jogar(coro)Deixa ela brincar

Samba de Roda(Casa de Dona Alice)

Chama ele, Chama ele (Coro)Chama ele praqui, chama ele(Coro)Oh Pastinha, chama eleChama ele praqui, chama ele(coro)Olha o Bimba, chama ele(coro)Oh, Falcão, chama eleChama ele praqui, chama ele

2 de fevereiro(Junai)

Êh Iemanjá o chamouNo dia 2 de fevereiro As ondas trouxeram o recadoMarinheiro nunca maisVai voltar(O coro repete)Eu ando olhando o marEu vivo a beira marAs ondas vão se quebrandoSe unem à branca areiaE voltam lá para o marDeixando os sonhos passarCoroAs ondas trouxeram de longeLembranças de um dia de pesca Falando de Pedro PescadorE do seu saveiro amareloQue um dia foram chamadosPara os braços de IemanjáCoroNo arraial agora se acabouNão vai ter mais roda não vai nãoNeste dia berimbau silenciouPescaria agora se acabouA menina pediu toque de IúnaFoi-se embora Pedro PescadorCoro

Traz de volta o pescador(Michel)Inaê, pescador foi-se emboraNa madrugada, se lançou no marA lua foi o seu guiaPra tristeza de MariaFoi pra nunca mais voltarDeixou história de amorQue marcou lá na aldeiaA onda quebrou na areiaTrouxe do mar a florEle que mandou pra elaDa jangada, o vento, a velaA correnteza guiou

Mas vou pedir pra você, Inaê,Inaê, ô InaêTraz de volta o pescadorQue eu lhe douPente de osso (coro)Eu lhe douLaço de fita (coro)Eu lhe douÁgua de cheiroDe banhar moça bonita(o coro canta a frase em negrito)

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Beribazu(Vila Isabel)

Se o batuque tá de mansinhoSe o batuque tá devagarVem pra roda da BeribazuEscute a viola e vamos jogarPois a roda é animadaFaz seu corpo arrepiarBata a palma responda o coroQue a Beribazu acabou de chegarNão pode parar, não pode pararBeribazu acabou de chegarNão pode parar, não pode pararRoda animada não pode pararNão pode parar, não pode pararTocando e cantandoPra gente jogarNão pode parar, não pode pararBalança o corpo pra lá e pra cáNão pode parar, não pode parar

Mestre Suassuna

No saculejo do navioÉ que eu cheguei aquiMeio morto, meio vivoFoi assim que eu vim

O meu corpo lá jogadoNa pedra do PortoMeio morto, meio vivoFoi assim que eu vim

Quem nasceu pra ser guerreiroNão aceita cativeiroPor isso que eu decidi(o coro repete)

E quando o eco dos tamboresRessoar nos aresCorrendo pra mata virgemEu vou fundar Palmares(o coro repete)

Quem nasceu pra ser guerreiroNão aceita cativeiroPor isso que eu decidi

A sua chibata

Por mais que me bataMeu corpo maltrataEu vou resistir

A sua chibata Por mais que me bataSe não me mataEu volto a fugir

Olê, Olê, Olê, ZumbiOlê, Olê, Capitão do mato vem ai

Mestre Suassuna

Da Bahia eu mandei vimBerimbau, berimbau (coro)Um capoeira legal(coro)Que jogasse bem Angola(coro)Angola e Regional(coro)Se você for a Bahia(coro)Do meu Senhor do Bonfim(coro)Traga um berimbau maneiro(coro)E uma baiana pra mim(coro)O inventor do berimbau(coro)Quero dar meus parabéns(coro)Pois deu embalo na capoeira(coro)E no gingado do vai e vem(coro)

O Luto do CapoeiraMestre Suassuna

Capoeira esta de lutoBerimbau entristeceu

Atabaque ficou mudoO capoeira morreu

Meia lua hoje éLua inteira a clarearA alma do capoeiraQue lá no céu vai chegar

Jogando no jogo da vidaCapoeira não perdeuMas nesse jogo da morteCapoeira não venceu

Levou berimbau sagradoDa terra como troféuPra dar o toque de chegadaNa hora de entrar no céu

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