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APOSTILADOS ESCOLARES DE LÍNGUA PORTUGUESA NA EDUCAÇÃO
INFANTIL: BAIXA QUALIDADE DAS ATIVIDADES DE LEITURA E DE
PRODUÇÃO DE TEXTOS NOS MATERIAIS DO SISTEMA DE ENSINO APRENDE
BRASIL
Cristina Maria Gomes
Artur Gomes de Morais
RESUMO
Avaliamos oito Apostilados Escolares (AEs) para a Educação Infantil (crianças de 4 e 5 anos)
do Sistema de Ensino Aprende Brasil, adotado nas escolas da rede pública de ensino de
Recife, no ano de 2014. Analisamos as atividades de Língua Portuguesa relativas a dois eixos
de ensino: leitura e produção textual. Constatamos baixa variedade dos gêneros textuais e das
habilidades de compreensão leitora promovidas bem como nas artificiais e pouco cuidadas
propostas de produção textual.
PALAVRAS-CHAVE: Educação Infantil, compreensão de leitura, produção textual.
ABSTRACT
We evaluated eight “Apostilados Escolares” produced by Sistema de Ensino Aprende Brasil
which were used in early childhood classrooms of 4 and 5 year-old students in Recife-Brazil,
in 2014. Analysis concerning teaching of Portuguese Language showed little variety of
textual genres and of activities developing reading comprehension skills as well as artificial
and careless teaching situations of written text production
KEYWORDS: Early Childhood Education, reading comprehension, text production.
APOSTILADOS ESCOLARES DE LÍNGUA PORTUGUESA NA EDUCAÇÃO
INFANTIL: SISTEMA DE ENSINO APRENDE BRASIL E A CONSTRUÇÃO DAS
COMPETÊNCIAS LEITORAS E DE PRODUÇÃO TEXTUAL
Cristina Maria Gomes- Pedagogia, UFPE (PE) Brasil, [email protected] Alfabetização e políticas públicas
Artur Gomes de Morais- Professor da UFPE (PE) Brasil,
Cento de Educação, Departamento de Psicologia e Orientação Educacionais
[email protected] Alfabetização e políticas públicas
1. INTRODUÇÃO:
Há pelo menos trinta anos, percebe-se, através de estudos, a relação entre o precoce
contato da criança com o mundo da leitura e da escrita e seu futuro desempenho escolar. Mas,
quando o assunto diz respeito à Educação Infantil (EI), há controvérsias entre o brincar e o
estudar nessa etapa de escolaridade. Ainda em relação à EI no Brasil, parece haver uma
carência de estudos que analisem a qualidade dos livros e outros materiais didáticos
destinados a esse público.
Geralmente, os LDs são distribuídos nas redes públicas para os ensinos Fundamental e
Médio, contemplados pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), que não abrange
livros destinados à Educação Infantil. Porém, uma novidade inédita no ano de 2014 despertou
nosso interesse: a aquisição e distribuição nas escolas da rede pública do Recife, de
Apostilados Escolares (doravante, AEs) para a Educação Infantil, apostilas de uma coleção do
Sistema de Ensino Positivo, denominada Sistema de Ensino Aprende Brasil.
A partir desse dado de realidade, tivemos como objetivo geral avaliar aquela coleção de
apostilados escolares para a Educação Infantil, no que se refere aos conhecimentos da língua
escrita veiculados, a fim de verificar as concepções e procedimentos metodológicos que
adotam. Sabemos que, a depender da qualidade dos recursos didáticos, eles podem contribuir
ou não com a diminuição das desigualdades sociais das crianças das camadas populares,
viabilizando, ou não, suas chances de mais sucesso na apropriação do objeto de conhecimento
que enfocaremos: a leitura e a escrita no que diz respeito à compreensão e à produção
textuais.
2. MARCO TEÓRICO
2.1 Concepções de Ensino de Língua na Educação Infantil
No Brasil, até a década de 1960, acreditava-se, no campo educacional, que para a
criança aprender a ler e escrever deveria, necessariamente, atingir uma “maturidade”; ou seja,
ter desenvolvido algumas habilidades perceptivo-motoras. A maneira de inserir a criança no
mundo da leitura e da escrita, por esse tempo, ocorria através de exercícios mecânicos,
conforme apontaram Brandão e Leal:
O trabalho na Educação Infantil deveria evitar qualquer contato direto com a
leitura e a escrita e se concentrava no estímulo aos chamados “pré-
requisitos” para aprender a ler e escrever, tais como o desenvolvimento de
habilidades de coordenação viso-motora, memória visual e auditiva,
orientação espacial, articulação adequada de palavras, certo grau de atenção
e concentração, boa alimentação, entre outros (2010, p. 15).
Surgiram várias críticas quanto a essa perspectiva didática. A concepção de
“maturidade” propagada e pretendida, para só depois iniciar as crianças na leitura e na escrita,
fez de muitas salas de Educação Infantil, um lugar proibido para o contato direto com o ler e o
escrever. Diante das várias críticas e da constatação do fracasso do ensino de alfabetização,
apesar dos altos investimentos públicos para garantir a “maturidade”, houve a abertura de pelo
menos três novos caminhos ou propostas de ensino de língua para a Educação Infantil,
descritos por Brandão e Leal (2010, p. 16-21), que abaixo resumiremos:
Caminho 1: “A obrigação da alfabetização”- os exercícios preparatórios foram substituídos
pelo ensino de letras (vogais e consoantes) e por fim, das famílias silábicas. Espera-se que a
criança saia da Educação Infantil dominando o sistema alfabético.
Caminho 2: “O letramento sem letras!”- ao contrário da primeira proposta, aqui a ênfase
recaiu nos outros tipos de linguagem: corporal, musical, gráfica, banindo a linguagem escrita
do trabalho realizado com as crianças pequenas.
Caminho 3: “Ler e escrever com significado na Educação Infantil”- não se pretende, nesse
caminho, que as crianças saiam alfabetizadas dessa etapa de escolarização, mas se pretende
que elas sejam familiarizadas com a leitura, com as letras, as palavras e os textos, porque é
isso que existe no contexto social mais amplo. Esse terceiro novo caminho foi inspirado em
Ferreiro e na teoria da Psicogênese da Escrita, que pôs em evidência que as crianças
formulam hipóteses sobre a escrita antes mesmo de serem alfabetizadas. Também
influenciaram as pesquisas demonstrando que as crianças aprendem sobre os usos e
características dos gêneros textuais infantis, mesmo sem estarem já alfabetizadas (cf. por
exemplo, MOREIRA, 1988; REGO, 1988).
Diante disso, acreditamos que não se trata de antecipação precoce de determinada
etapa do desenvolvimento infantil, e que também não é possível mais ignorar que a escrita e a
leitura fazem parte do dia a dia das crianças pequenas, nos ambientes em que vivem. É
possível ajudá-las a imergir ainda mais na cultura escrita, através de brincadeiras. Para isso, é
preciso evitar os extremos: a concepção de escola associada à rigidez de ensino de famílias
silábicas sem sentido e a de pré-escola associada única e exclusivamente ao brincar,
descartando o ensino.
Uma das formas de contato com a leitura e a escrita de maneira prazerosa, por
exemplo, é à roda de histórias. Brandão e Rosa (2010, p. 33-34) justificam a importância
desse momento e observam que no documento do Ministério da Educação (MEC, 2009) para
avaliar a qualidade da Educação Infantil, são postos alguns indicadores como: leitura diária de
histórias realizadas pelas professoras, incentivo às crianças para manusear livros e o incentivo
às crianças para que recontem as histórias lidas ou ouvidas.
Estudos também revelaram, que crianças participantes com regularidade de rodas de
leitura, desenvolvem competências de compreensão leitora e de produção textual (REGO,
1998). Portanto, a roda de leitura é um importante momento para experienciar a leitura e a
escrita de textos, devendo a mesma ser uma ação planejada e intencional (RITER; 2009,
BRANDÃO; ROSA, 2010). De acordo com Solé (1998), as estratégias de compreensão são
ferramentas importantes para a formação de leitores autônomos.
Por sua vez, sendo a escrita considerada como um ato interlocutivo, a produção de textos
enquanto objeto de ensino, deve superar a visão reducionista de escrever sem finalidade,
descontextualizando o texto de seus usos sociais. Para isso, faz-se necessário atentar ao menos
para as condições básicas de produção que dizem respeito à definição do gênero textual: o
tema (o quê?), o leitor (para quem?), o ambiente (onde vai circular?) e o suporte textual
(GERALDI, 1997; MARCUSHI; LEAL, 2007).
Recente documento do MEC (BRASIL-MEC, 2009), também em seus Indicadores de
Qualidade para a Educação Infantil, preocupou-se com a produção textual. Um dos critérios
de avaliação dessa etapa de ensino é o incentivo à produção de textos antes mesmo que as
crianças leiam e escrevam convencionalmente. De acordo com estudos (ALBUQUERQUE;
1997, SOUZA, 2003), as crianças são capazes de ditar textos antes mesmo de saber ler e
escrever de maneira convencional. Concordando com isso, Girão e Brandão (2010),
defenderam a produção de textos coletivos, contemplando a diversidade de gêneros textuais.
Interpretamos que a busca do equilíbrio entre leitura, produção coletiva dos textos,
apropriação da linguagem escrita e atividades lúdicas, dentro de uma perspectiva de
letramento é fundamental.
Concluímos, com isso, que não há motivos para protelar o desenvolvimento de um leitor
autônomo em nome de um longo processo de preparação, para, só então, inserir a criança no
mundo da leitura e da escrita, já que estudos comprovam que o trabalho pedagógico, através
dessas atividades acima citadas, afeta positivamente as aprendizagens.
2.2 Dispositivos Legais para o Ensino de Língua na Educação Infantil
Nos RCNEI-Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (BRASIL-
MEC, 2006), a linguagem é descrita de forma superficial e genérica, afirmando-se apenas que
“ao mesmo tempo que enriquece as possibilidades de comunicação e expressão, a linguagem
representa um potente veículo de socialização” (BRASIL-MEC, 1998, p. 24). Porém, o
documento parece deixar explícita a ênfase sobre a linguagem oral, sem ênfase a um ensino
sistemático e explícito que envolva a linguagem escrita de palavras e textos.
De uma forma mais precisa, a seção sobre Práticas Pedagógicas da Educação Infantil
dos Referenciais Nacionais para a Educação Infantil - RCNEI’s, apresenta os dois eixos
norteadores do currículo: as interações e as brincadeiras. Propõe para efetivação do que se
pretende, a garantia de situações que: “Possibilitem às crianças experiências de narrativas, de
apreciação e de interação com a linguagem oral e escrita, e convívio com diferentes suportes e
gêneros textuais orais e escritos” (BRASIL-MEC, 1998, p. 25). Mais uma vez, a linguagem
escrita está posta lado a lado com a linguagem oral e não são aprofundadas as singularidades
de cada uma.
Já a Proposta Curricular de Recife (PCR, 2006), não possui qualquer especificidade
para a Educação Infantil, o que ali está posto diz respeito à mesma forma de organização das
Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (BRASIL, 2001), em relação ao Ensino
Médio, que a rede municipal do Recife ampliou para a Educação Infantil e o Ensino
Fundamental.
Constatamos, então, que, no que concerne à Educação Infantil, os três documentos
deixaram o ensino da linguagem escrita em plano secundário e à ênfase recaiu muito mais na
linguagem oral, acompanhada dos demais tipos de linguagens.
2.3 Livros Didáticos e Apostilados Escolares: como se apresentam estes recursos para o
ensino de língua?
Até pouco tempo, o livro didático (LD) era um dos poucos impressos a que a
população brasileira tinha acesso (BATISTA, 2005). Hoje, com novos programas do
Ministério da Educação (MEC), como o PNBE (Plano Nacional Biblioteca da Escola) e
PNLD-Obras complementares, este quadro vem se modificando. E, segundo Cassiano (2012),
o segmento dos didáticos é o mais rentável no setor, embora seja de pouco prestígio, por seu
curto tempo de vida útil e por não possuir status de literatura.
Por reconhecer que muitos LDs se distanciavam das propostas curriculares e dos
projetos elaborados pelas Secretarias de Educação, e que vários continham erros conceituais
ou veiculavam preconceitos, o MEC decidiu instituir o Programa Nacional do Livro Didático
(PNLD), que, desde 1996, tem por função avaliar quais são os livros didáticos que podem ser
distribuídos em sala de aula, gratuitamente para o ensino fundamental (e, há pouco, também
para o ensino médio) das redes públicas. Desde então, o Brasil é um dos maiores compradores
de LDs, uma vez que os alunos dos dois níveis de ensino correspondem a 90% de toda a
educação básica do país. Em 2014, o governo comprou cerca de 103, 2 milhões de LDs, que
custaram 1 bilhão de reais aos cofres públicos, segundo dados do próprio FNDE- Fundo
Nacional de Desenvolvimento da Educação.
O PNLD trouxe mudanças significativas nos livros didáticos, pois sua avaliação se
tornou a principal via de acesso entre o setor editorial e as compras públicas de LDs. Em
contrapartida, as editoras encontraram um meio de driblar essa barreira através dos
apostilados escolares (AEs) que não passam por avaliação do PNLD.
O grupo empresarial Positivo, responsável pelo material didático objeto de nossa
pesquisa, é de origem nacional e despontou no mercado dos didáticos, participando do PNLD
no início do século XXI. Além de comercializar AEs, comercializa também computadores e
“sistemas de ensino” (material sem autoria) com propostas de metodologia e treinamento para
professores.
É importante, então, distinguir um e outro recurso didático: LDs e AEs. O que são os
LDs? Geraldi (1997:5) diz que “é todo livro que presta-se a ser utilizado para fins didáticos
(...)”, mas ressaltou que nem todo livro com fins didáticos seria um LD.
E o que são AEs? Essa palavra vem do latim postilla que significa “após aquelas
coisas”. Nesse caso, os AEs, como o próprio nome propõe, deveriam ser uma adição de algo
anterior, usado como material complementar, mas acabam sendo tomados como única fonte
de conhecimento e como objeto essencial, quase exclusivo à aula (BUNZEN, 2001).
O que cria grande polêmica é o fato de a compra de sistemas de ensino apostilados
implicar em gastos públicos adicionais, em detrimento do LD enviado pelo governo federal
sem custos para as prefeituras e governos estaduais. Isso se tornou preocupação de técnicos
governamentais, que gerou debate nacional promovido pelo MEC, em 2007, através da então
Diretoria do Departamento de Políticas de Educação Infantil e do Ensino Fundamental, na
Secretaria de Educação Básica/MEC, sob a gestão de Janete Beuachamp. Ela enumerou as
ações voltadas para assegurar a qualidade do LD adquirido por meio do PNLD (CASSIANO,
2012), em seguida apresentou as desvantagens da aquisição das apostilas pela rede pública
como: a) fere a autonomia do professor, b) não garante a qualidade dos materiais, c)
representa imposição de um modelo único para todos os municípios, d) além da possibilidade
de duplicidade de recursos para um mesmo objetivo.
Porém, a autonomia na gestão de recursos e nos métodos de ensino torna legal a ação
dos prefeitos e governadores, provocando resultados que têm se revelado desastrosos: vários
AEs apresentam problemas de ordem pedagógica e comprometimentos metodológicos. Os
apostilados são adquiridos com verba própria das prefeituras que lançam mão do FUNDEB
(Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica). Reportagem sobre essa temática,
trouxe dados a esse respeito, fornecidos pelo próprio FNDE, que mostraram que, nos últimos
dois anos, cerca de 2. 045 escolas do país deixaram de participar do PNLD 2014, por não
mostrarem interesse em receber os livros fornecidos pelo governo federal, o que corresponde
a aproximadamente 4,6 milhões de alunos (GAZETA DO POVO, 01/09/2014).
Em entrevista concedida nessa mesma reportagem, representante do grupo Positivo,
Elen Goulart, disse que a editora fornecia AE’s para 17 mil alunos em 2005; e em 2014 esse
número subiu para meio milhão de alunos, espalhados em 286 municípios, entre os quais,
Recife e Aracaju e toda a rede estadual do Amazonas.
Como se vê, apesar de todas as críticas já postas sobre os AE’s, sua compra nas
prefeituras do Brasil vem ganhando cada vez mais força. Também nisso concordamos com
Bunzen (2001), quando diz que por trás de tudo isso há um grande “mistério”.
Uma pesquisa de caráter longitudinal de Nascimento (2012), fez um mapeamento das
cidades em que os Sistemas Particulares de Ensino (SPE), AE’s, foram adotados no estado de
São Paulo, buscando entender o porquê e como é utilizado esse tipo de material pedagógico,
além de compreender se há reconhecimento por parte dos responsáveis técnicos sobre a
adequação dele para a Educação Infantil e como o justificam. Os resultados mostraram que
existe uma forte cultura escolar no trabalho com Educação Infantil, inclusive com
preocupações numéricas diante do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica).
Ficou evidente uma descaracterização das especificidades dessa etapa de escolarização.
Um dos principais motivos para a aquisição dos AE’s, revelado nessa pesquisa
(NASCIMENTO, 2012), seria o despreparo dos professores, desresponsabilizando os
municípios de garantir formação a esses profissionais e transferindo a competência da
formação para o material e os “sistemas” de ensino que proveem certo tipo de treinamento em
seu pacote.
O segundo motivo dado pelos sujeitos da pesquisa seria a segurança das redes públicas de
ensino que precisam dar efetividade aos RECNEI’s. Esse segundo motivo cai por terra
quando se analisam os conteúdos dos apostilados, que se dividiam em linguagem oral e
escrita, com atividades que mais lembravam os modelos preparatórios das décadas de 70 e 80.
O terceiro motivo para a aquisição dos AEs, segundo Nascimento (2012), é a
padronização do ensino para controle do trabalho do professor. E o quarto e último motivo
encontrado para o uso dos AEs seria a suposta qualidade para a educação pública, por
oferecer ‘ensino de grife’, pelo fato de inserir, nas escolas, material didático que está presente
nas escolas da rede privada. Mas a pesquisa refuta essa “qualidade”, por acreditar que talvez o
que é oferecido na rede privada em termos de conteúdos não seja o mesmo que é oferecido
nas redes públicas.
Nesse contexto, nossa pesquisa analisou as propostas trazidas nos AEs para o ensino de
leitura, compreensão leitora e de produção de textos.
3. METODOLOGIA:
Examinamos as coleções de AE’s do Sistema de Ensino Aprende Brasil, adotadas pela
rede pública de ensino de Recife, em 2014, para os alunos com 4 e 5 anos de idade. Cada
coleção era composta por quatro AE’s ou volumes, e cada um deles continha quatro ou cinco
unidades temáticas.
Ambas as coleções estavam divididas por seções em cada um de seus volumes. Para cada
ano letivo havia material de apoio (MA), tanto no AE do aluno, quanto no Manual do
Professor (MP). Quanto ao MP, nas primeiras páginas havia orientações didáticas, seguidas
de uma versão reduzida do AE do aluno. Os volumes I, do G IV e G V traziam diversas
páginas explicando a organização curricular da coleção, de acordo com os RECNEI’s, a
organização didática das unidades de trabalho, até a estrutura didático-editorial.
Analisamos os conteúdos presentes nos AEs sob dois aspectos: levantamento da
diversidade dos gêneros textuais e de atividades relacionadas a dois eixos do ensino da Língua
Portuguesa (leitura e produção textual), verificando o peso e a distribuição de atividades com
esses eixos de ensino. Os dados obtidos foram tratados quantitativa e qualitativamente, sob a
perspectiva de análise temática de conteúdo (BARDIN, 1977).
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
A análise do AE foi feita de forma separada, de acordo com os eixos de ensino da
Língua Portuguesa, portanto, a análise foi dividida por seções.
4.1 Gêneros Textuais:
Para os gêneros textuais, analisamos a diversidade e a frequência com que apareciam,
detectando, em cada volume, a presença de gêneros textuais de domínio público (DP), a
presença ou não de autoria, a integralidade e o título, quando necessários.
Com o levantamento dos gêneros textuais presentes nas duas coleções (G IV e G V),
verificamos uma quantidade e variedade maior em relação ao G IV: 26 textos a mais que o G
V. Porém, em ambas as coleções, chamou-nos a atenção, a quantidade considerável de textos
informativos e sem autoria (G IV- 24 e G V- 17), assim como a quantidade de textos “outros”
(G IV- 12 e G V- 5), que não se enquadravam em nenhuma categorização dos demais gêneros
textuais. Tratava-se de falas de personagens, em balões, que não chegavam a ser nem Tirinha,
nem Quadrinhos.
Ainda quanto à variedade, a coleção do G IV, pareceu ter uma preocupação maior em
oferecer contato com um repertório um pouco mais amplo de gêneros textuais, entre os quais:
adivinhas, canções folclóricas e parlendas, que são muito apropriadas ao trabalho com a
Educação Infantil e fazem parte da tradição oral. Também nos chamou a atenção a quantidade
total de textos de cada volume do G IV, que sofreu mudanças decrescentes do volume I para o
volume IV (27, 25, 14 e 18 textos, respectivamente). No G V, houve um aumento do volume I
(12) para o volume II (18), que se manteve no volume III (18) e estranhamente no volume IV
decresceu de forma considerável (10).
Os dados referentes à quantidade de textos de domínio púbico (DP) que faziam parte
da tradição oral, a presença de textos com e sem autoria, com e sem título e a verificação de se
eram ou não apresentados de forma integral, quando necessário, são ilustrados pelo Quadro 1.
Quadro 1. Distribuição comparativa de gêneros textuais nos volumes de G IV e G V
dos AE’s
Legenda:
DP- Domínio Público (textos da tradição popular)
S- sim N- não NC- não cabe
O quadro nos mostrou uma quantidade considerável de textos sem autoria, que são
textos de tipo didático ou informativo, que não cabia à classificação de textos como integrais
ou não, e foram então categorizados como NC (não cabe). Isso significa que as crianças
perdiam a oportunidade de ter contato com textos de autores profissionais. Esses mesmos
textos sem autoria, em sua maioria, eram desprovidos de título. Pareceu-nos estranho um
texto que está carregado de informações para ampliar o conhecimento do leitor, não possuir
nenhum título que resuma sua ideia principal.
No Manual do Professor (MP), também havia gêneros textuais variados, obviamente
acessíveis apenas para o professor, mas que poderiam perfeitamente estar inseridos também
no AE do aluno. Ambas as coleções, possuíam a mesma quantidade de textos no MP, eram
cerca de 60 textos no total geral, divididos em partes iguais entre elas, ou seja, 30 textos para
cada grupo. Textos para serem vistos pelos alunos no G IV, correspondiam à fração (19/30) e
no G V (20/30). Utilizamos os mesmos critérios de análise dos gêneros textuais dos AEs para
os gêneros textuais presentes apenas no MP (presença ou não de autoria, de título e
integralidade, quando necessários), acrescentando a categoria TV (textos para serem vistos
pelos alunos) e a categoria (CD), que trazia o texto em áudio, quando se tratava de lendas, ou
em forma de canção, quando se tratava de música. Quando o texto do MP estava também
presente em CD, apenas para alguns deles se pedia a transcrição, geralmente, para algumas
letras de músicas. Em outros casos, tratando-se de música ou lenda, era “só para ouvir”. Vide
quadro 2.
Quadro 2. Distribuição comparativa de gêneros Textuais dos MPs
Coleção Quantidade Autoria Título Integral
G IV Com- 24 Com- 51 S - 27
84 Sem- 49 Sem- 33 N - 9
DP- 11 NC- 48
Subtotal 84 84 84
GV 58 Com- 20 Com- 44 S - 18
Sem- 34 Sem- 14 N - 3
DP- 4 NC- 37
Subtotal 58 58 58
Total 142 142 142 142
Coleção Quantidade Autoria Título Integra
l
TV CD
G IV Com- 16 Com –24 S - 24 S- 19
30 Sem- 6 Sem - 6 N - 0 N- 11
DP- 8 NC- 6
Subtotal 30 30
30
30 9
GV 30 Com- 16 Com- 24 S - 29 S - 20
Sem- 4 Sem- 6 N - 0 N - 10
DP- 10 NC- 1
Subtotal 30 30
30
30
14
Total 60 60 60 60 60 23
Legenda:
DP- Domínio Público (textos da tradição popular)
S- sim N- não NC- não cabe TV- textos para o aluno ver
CD- textos inseridos no CD para as crianças ouvirem
Em suma, de acordo com o quadro 2, os textos que supostamente eram para as
crianças verem e para acompanharem a leitura, chegavam a um pouco mais que a metade para
o G IV (19/30) e para o G V (20/30), totalizando 39 textos para as duas coleções. Já os textos
indicados no MP, que também estavam no CD (apenas para se ouvir) somaram 21, cujo
intuito era o trabalho com a linguagem corporal apenas.
Como se pode verificar, o acesso dos alunos a esses textos, dependia de que o
professor os transcrevesse para cartazes, o que era sugerido várias vezes ao longo das
instruções didáticas, a exemplo da página 12 do volume IV do G V, que trazia o poema O rio
de Alexandre Azevedo (in Poeminhas fenomenais, 2000). Ali se lia: “Transcrever esse texto
em papel pardo, de modo que as crianças acompanhem a leitura.” Considerando o
reconhecimento da carga excessiva de atribuições hoje dadas aos professores, parece-nos
questionável o pedido de transcrição dos textos para cartazes, como sugerido no MP, o que se
agrava, se levarmos em conta a pobreza material de muitas escolas públicas em nosso país.
Interpretamos, com isso, que os textos nele presentes, tenderiam a ficar em desuso ou
poderiam ser apenas registrados no quadro branco, sem que os alunos pudessem relê-los.
4.2. Leitura: indicação de quem lê e das modalidades de leitura
Nossa pergunta inicial foi: Quem lê os textos? O quadro 3, abaixo, resume as
informações obtidas.
Quadro 3- Distribuição das formas de indicação de leitor
Legenda:
PPA- Professor para o aluno PCA- Professor com o aluno A – Aluno lê sozinho
SCL- Sem comando de quem lê CDV- Comandos com divergências
Nessa seção, consideramos quem lia os textos, comparando o enunciado dos AEs e o
comando do MP para as mesmas páginas, a fim de verificar semelhanças e divergências de
comando. O quadro 3 ilustra as diferentes indicações dadas ao professor sobre quem deveria
ler os textos.
Textos para o aluno (A) ler sozinho, ainda que não o fizesse da maneira convencional,
resumiam-se a capas de gibis da Turma da Mônica, de Maurício de Souza.
Textos com indicação de serem lidos pelo professor para o aluno (PPA) também eram
poucos. O MP do GV (Vol. I), defendeu na p. 24 o trabalho com o uso de diferentes gêneros
textuais, também defendeu o conceito de “sala textualizada”, endossado por Josette Jolibert
(2006, p. 28), o que exige que no ambiente da sala de aula, as crianças tenham textos diversos
à vista e à mão. Contudo, como já vimos, a diversidade textual do AE era limitada e também
havia textos que só estavam acessíveis para os professores, os alunos apenas escutavam.
Leitura de textos do professor com o aluno (PCA) chegaram a números muito
próximos nas duas coleções: 14 no G IV e 13 no G V. Foram considerados, assim, textos
cujos enunciados explicitamente diziam para que o aluno acompanhasse a leitura com auxílio
do professor e no MP a orientação dada ao professor era a de que realizasse a leitura apontada
com os alunos. Porém, havia cerca de 32 textos no total, somando as duas coleções, que não
possuíam comando de quem lia, pois o texto surgia “de supetão” na página, sem qualquer
preanunciação dos mesmos. Uma quantidade considerável de textos com comandos
divergentes (CDV) foi encontrada, sobretudo no G IV. Eram textos, cujos enunciados do AE
sofreram alteração de comando, para a mesma página no MP.
Examinamos em separado quem lia os textos do quadro que vem a seguir, que trata
das modalidades de leitura, justamente porque, nessas coleções, nem sempre quem lia,
correspondia ao modo de leitura; por causa dos comandos divergentes entre AE e MP. A
divergência de quem lia implicava diretamente no modo de leitura. Consideramos, nesse caso,
Quem
lê
1.
PPA
2.
PCA
3.
A
4.
SCL
5.
CDV
Sub. Quem
lê
1.
PPA
2.
PCA
3.
A
4.
SCL
5.
CDV
Sub. Tot.
Subtotal 2 14 2 20 48 86 Subt. 0 13 3 12 34 62 148
o comando do MP como prevalescente, uma vez que os autores das coleções esperavam que o
professor seguisse as instruções didáticas nelas dadas. O quadro 4, ilustra o tema:
Quadro 4- Distribuição de variadas modalidades de leitura- G IV e G V
Como se pode ver, o modo de leitura que prevaleceu foi a leitura em voz alta pelo
professor, em ambas as coleções. Isso é perfeitamente compreensível quando se trata de
crianças que ainda não conseguem ler convencionalmente, nesse caso, concordamos com
Cosson (2009, p. 104), quando afirma que “ler para o outro nunca é apenas oralizar um texto.”
Mas, se tratando de AE’s, entendemos ser importante a prática da leitura apontada, que auxilia
o aluno no seu processo de descoberta de convenções das práticas de leitura e de princípios do
sistema de escrita.
4.3 Compreensão Leitora:
Nas estratégias de leitura, as categorias por nós utilizadas foram procedentes de outras
análises de livros didáticos de Língua Portuguesa (MARINHO; SILVA; MORAIS, 2011) e
também as indicadas por alguns autores (MARCUSCHI, 2008; SOLÉ, 1998).
As estratégias de levantamento de hipóteses apareceram com a mesma frequência para
os dois grupos e consideramos uma boa quantidade, cerca de 20 perguntas desse tipo para
cada ano escolar. Não houve qualquer questão de interpretação que fizesse referência às
características dos gêneros textuais que estavam sendo abordados para ambos os grupos.
Percebemos a exploração de imagem numa quantidade elevada em relação a outras estratégias
de leitura: 49 e 22 questões, respectivamente para os grupos IV e V, inclusive nas demais
atividades do AE, que não tinham a presença de textos. A leitura de imagem pareceu-nos
substituir a importância da leitura do texto escrito.
Atividades Subtotal Subtotal Total
Modalidades de leitura
1 – Leitura de texto em voz
alta pelo aluno 0
0 0
2 – Leitura de texto em voz
alta pela profª 52
29 81
3 – Leitura de texto coletiva 15 13 28
4 – Leitura silenciosa 0 0 0
5 – Leitura livre 2 3 5
As perguntas de ativação de conhecimentos prévios relativas aos textos apareceram
um pouco mais na coleção de G V (14) e no G IV (9) apenas, já as perguntas de localização
de informações, que eram geralmente as mais frequentes em LDs (BRANDÃO 2005, 2009)
surgiram em quantidade bem maior no G IV (25) contra 12 do G V. As perguntas de tipo
inferenciais são muito importantes, porém, apareceram de forma muito escassa nas coleções
dos dois grupos (4 perguntas inferenciais para cada grupo).
As perguntas subjetivas, que podem também ser encontradas com a denominação
responder ao texto (Extrapolação) apareceram um pouco mais para o G IV (29) que para o G
V (21), e eram feitas de tal modo que os alunos respondiam, na maioria das vezes, com sim
ou não, sem precisar justificar suas respostas. Isso impossibilitava o confronto de opiniões; o
que estimularia a oralidade de forma inteligente e promoveria a reflexão de temas que
extrapolam aos textos.
Sabemos que na medida em que se avançam nas aprendizagens, os alunos adquirem maior
compreensão leitora, porém nada justifica que as crianças de G IV sejam estimuladas com
mais questões de compreensão leitora (199) do que os alunos de G V (142).
4.4. PRODUÇÃO TEXTUAL
Analisamos, inicialmente, os totais e a variedade de gêneros textuais que os alunos eram
chamados a produzir. Em seguida, vimos se as atividades propostas explicitavam: tema, leitor,
ambiente de circulação social, modelo discursivo, gestão e suporte textual.
O G V teve propostas de produção textual com frequência um pouco mais alta (43) em
relação ao G IV (30). Mas a variedade não foi o forte em nenhum dos dois anos letivos. As
duas coleções chegaram a números muito próximos, ao propor a produção dos seguintes
gêneros textuais: listas (G IV- 11, G V- 12), textos informativos (G IV- 8, G V- 9) e cartazes
(G IV- 5, G V-7). O curioso é que nem mesmo nas produções dos textos mais frequentemente
sugeridos foram dadas instruções básicas, para lhes dar sentido, só possível em contextos
reais de uso; de modo que se superasse a escrita puramente escolar.
Percebemos que apenas o tema, ou seja, saber do que se trata, ficou bem evidente (G
IV- 30, G V- 43). A explicitação da existência de um leitor externo, para quem se escreve,
(colega, funcionário da escola, alguém da comunidade etc), ocorreu muito raramente: apenas
5 (G IV) e 6 (G V), ou seja, a maior parte das produções eram destinadas apenas à professora
ou ao moto-contínuo de atividades da própria turma, no dia-a-dia da sala de aula. Nesse
circuito fechado, na imensa maioria das vezes (G IV- 20, G V- 27), a finalidade era expor o
texto na parede, confeccionar gráficos a partir deles ou retomar as informações em momentos
posteriores. Nas poucas situações em que isso não ocorria, as produções eram para ser
apresentadas em outras turmas, quando se tratava de cartazes com algum tema da atualidade.
Quanto às características dos textos, não foram quase nada exploradas (G IV- 1, G V-
7), as crianças não eram estimuladas a observar as estruturas dos gêneros textuais para saber
como produzi-los com autonomia em contextos fora da escola. Percebemos poucas exceções,
como num caso do G IV (Vol. III), em que as crianças observavam a produção de um bilhete,
escrito pela professora, ocasião em que foi dito a sua finalidade e o que deveria conter. No G
IV (Vol. IV), foram dadas instruções de como confeccionar um convite, mas nada foi dito a
respeito de seu modelo discursivo. De modo geral, a tendência dos AEs era não explicitar
esses importantes detalhes das condições de produção textual.
As crianças eram pouco desafiadas a fazerem suas próprias produções. Na maioria das
vezes, a sugestão que foi dada ao professor era para que entregasse cópias reduzidas para as
crianças colarem num espaço específico, porém pequeno, em seus AEs.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Numa análise comparativa geral, entre as coleções de G IV e G V, percebemos que os
volumes para crianças de 4 anos tinham mais propostas que os destinados àquelas do G V. A
impressão que tivemos é que os volumes foram produzidos por autores diferentes.
Entre os princípios norteadores que as coleções diziam defender estaria a integração de
diferentes linguagens, de forma contextualizada. As diversas linguagens ficaram evidentes nas
duas coleções, embora a linguagem escrita tenha sido, a nosso ver, pouco explorada. Apesar
de termos encontrado uma quantidade expressiva de textos, vimos que muitos eram
informativos e “outros”, e que as crianças pouco eram estimuladas a ler/reler textos já
conhecidos ou a acompanhar a leitura feita pelo professor, tendo os textos à sua frente. As
perguntas de compreensão leitora eram sobretudo de localização de informação e
“subjetivas”, que favoreciam apenas repostas de tipo sim ou não.
Também a produção de textos deixou a desejar, não só pela baixa variedade de gêneros,
nos dois anos, mas, sobretudo, por se limitar ao ambiente da sala de aula, , descartando-se os
cuidados necessários para o aprendizado que permite a produção de textos reais.
Diante das análises expostas, evidenciou-se a fragilidade do material didático adquirido
para uso das crianças da Educação Infantil. Pensar a qualidade dessa etapa de escolaridade
está para além de fornecer ‘material de grife’ (NASCIMENTO; 2012), sem que ele passe por
avaliação prévia que garanta sua adequação teórica-metodológica.
Espera-se, com esse trabalho, ter contribuído ao menos para a abertura de discussão e
reflexão tão necessárias sobre a adoção dos AE’s. Concordamos com seus defensores quando
dizem que “a liberdade do professor para ensinar não pode se opor ao direito do aluno de
aprender” (LOUZANO, 2008). Mas entendemos que combinar essas duas coisas presume a
autonomia do professor em reger sua aula e a oportunidade do aluno de vivenciar, cedo,
práticas e recursos didáticos qualificados, de modo a poder vir a ler e escrever com
competência real. O material de ‘grife’ imposto, atualmente, na rede pública de Recife não
parece garantir isto.
8. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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