APOSTILA_DQI_paulo2012QEXPIV
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Universidade Federal de Sergipe Centro de Ciências Exatas e Tecnologia
Departamento de Química Colegiado dos Cursos de Química
DEP
ARTAMENTO
DE QUIM IC
A
CADERNO DE ATIVIDADE
QUÍMICA EXPERIMENTAL IV
Prof. Dr. Paulo Cesar de Lima Nogueira
SÃO CRISTOVÃO, 2012
SEGURANÇA E NORMAS DE TRABALHO NO LABORATÓRIO 2
CADERNO DE ATIVIDADE NOGUEIRA,P. C. L. Caderno de Atividade: QUÍMICA EXPERIMENTAL IV. São Cristóvão: Universidade Federal de Sergipe, CCET/DQI, 2012.SE,UFS:2012
SEGURANÇA E NORMAS DE TRABALHO NO LABORATÓRIO 3
AULAS PRÁTICAS DE QUÍMICA ORGÂNICA-I
INSTRUÇÕES GERAIS
I - OBJETIVOS:
A parte prática na aprendizagem de Química Orgânica é de fundamental importância, daí a preocupação dos professores da matéria em levar até o aluno um curso prático que tem como objetivos principais: 1) Familiarizá-lo com processos e reações químicas, desenvolvendo aptidões no manuseio da aparelhagem utilizada nas aulas (como medidas, pesagens, etc.). 2) Promover uma maior aproximação com as substâncias orgânicas, suas características físicas e químicas, identificação e síntese. II - VERIFICAÇÃO DA APRENDIZAGEM:
1) O aluno será julgado: a) Pelo seu trabalho prático individual realizado cada semana e que constituirá da execução de uma prática. b) Por um relatório escrito da prática realizada.
2) A avaliação será feita através de:
a) Relatórios semanais das práticas (30%). b) Duas avaliações individuais práticas escritas (70%).
III - INSTRUÇÕES A SEREM CUMPRIDAS POR OCASIÃO DA E XECUÇÃO DA PRÁTICA.
Compareça ao laboratório no horário marcado, munido do roteiro da experiência, do caderno para anotações e portando um guarda-pó (jaleco). Não se entra num laboratório sem um objetivo especifico, portanto é necessária uma preparação: O que vou fazer? Qual o objetivo da prática? Quais os princípios químicos envolvidos no experimento? Durante a realização da experiência são necessárias anotações dos fenômenos observados, das massas e dos volumes utilizados, do tempo decorrido, das condições iniciais e finais do experimento. Desta forma um caderno de anotações deverá ser usado para o laboratório. Esse caderno de laboratório possibilitará uma descrição precisa das atividades realizadas no laboratório. Não confie em sua memória, tudo deve ser anotado. O relatório é um modo de comunicação escrita de cunho cientifico sobre o trabalho realizado em laboratório.
Lembre-se que a execução da prática é feita em equipe. É aconselhável trazer uma toalha de mão.
A TOLERÂNCIA NO ATRASO É DE APENAS QUINZE MINUTOS!
Confira todo o material (Verifique também se existe material sujo, quebrado, etc.) pela
relação que se encontra no roteiro da prática a ser executada (O material empregado na prática deverá estar sobre a bancada). Comunique ao professor ou técnico responsável a sua falta.
O professor estará à sua disposição para qualquer explicação. Concluída a experiência, cada equipe deve, no final de cada aula, lavar o material de vidro utilizado e limpar a bancada. Enfim, manter o laboratório LIMPO.
SEGURANÇA E NORMAS DE TRABALHO NO LABORATÓRIO 4
IV - O RELATÓRIO A composição de qualquer relatório deve conter sempre as seguintes partes: introdução, desenvolvimento e conclusão. Tratando-se de um relatório de uma disciplina experimental, aconselhamos a seguinte seqüência: Titulo: Frase sucinta que indica o principal objetivo da experiência. Resumo : Texto contendo sucintamente (máximo cinco linhas) tudo o que foi feito, inclusive os resultados alcançados. Introdução: Descrição de toda teoria necessária ao entendimento da prática e da discussão dos resultados. Deve ser uma síntese própria dos vários livros consultados. O professor percebe facilmente quando o aluno começa a enrolar “encher lingüiça”. EVITE RODEIOS. O objetivo do trabalho deve aparecer no último parágrafo da introdução, podendo ficar separado desta para maior destaque. Parte experimental: Descrição do procedimento experimental, ressaltando os principais materiais e equipamentos utilizados. Resultados e Discussão : Consiste na apresentação de todas as observações colhidas em laboratório ou cálculos dos dados obtidos a partir deste. Além de um texto explicativo, os resultados podem ser apresentados também de forma de tabelas, gráficos, etc., de modo a transmitir com maior clareza os dados obtidos. A discussão é uma argumentação sobre os dados obtidos à luz da teoria já existente e exposta na introdução, sempre comparando com resultados já descritos na literatura. A discussão é a parte do relatório que exige maior maturidade do aluno. Conclusão : Síntese pessoal sobre as deduções feitas a partir dos resultados alcançados com o seu trabalho, enfatizando os mais significativos. Referências bibliográficas: Livros e artigos usados para auxiliar na confecção do relatório. Devem ser indicados no texto, através de números, cada vez que forem consultados. Os livros utilizados na disciplina teórica poderão ser fontes de consulta, pois as práticas deste roteiro também foram assuntos abordados na parte teórica do curso.
SEGURANÇA E NORMAS DE TRABALHO NO LABORATÓRIO 5
NOTA DE SEGURANÇA
O cuidado e a aplicação de segurança são de respons abilidade de cada indivíduo; cada um deve precaver-se contra os perigos advindos de s eu próprio trabalho e do trabalho
de outros.
SEGURANÇA E NORMAS DE
TRABALHO NO LABORATÓRIO
1- INTRODUÇÃO
Laboratórios de química não precisam ser lugares perigosos de trabalho (apesar dos
muitos riscos em potencial que neles existem), desde que certas precauções elementares
sejam tomadas e que cada operador se conduza com bom senso e atenção.
Acidentes no laboratório ocorrem muito freqüentemente em virtude da pressa excessiva
na obtenção de resultados. Cada um que trabalha deve ter responsabilidade nas suas
atividades e evitar atitudes impensadas de desinformação ou pressa que possam acarretar um
acidente e possíveis danos para si e para os demais. Deve-se prestar atenção a sua volta e
prevenir-se contra perigos que possam surgir do trabalho de outros, assim como do seu
próprio. O estudante de laboratório deve, portanto, adotar sempre uma atitude atenciosa,
cuidadosa e metódica em tudo o que faz. Deve, particularmente, concentrar-se no seu trabalho
e não permitir qualquer distração enquanto trabalha. Da mesma forma, não deve distrair os
demais desnecessariamente.
2- NORMAS DE LABORATÓRIO
01. Não se deve comer, beber, ou fumar dentro do laboratório.
02. Cada operador deve usar, obrigatoriamente, um guarda-pó (avental, jaleco). Não será
permitida a permanência no laboratório ou a execução de experimentos sem o mesmo. O
tecido do guarda-pó deverá ser de brim ou algodão grosso e, nunca de tergal, nylon ou outra
fibra sintética inflamável.
03. Sempre que possível, usar óculos de segurança, pois constituem proteção indispensável
para os olhos contra respingos e explosões.
04. Ao manipular compostos tóxicos ou irritantes a pele, usar luvas de borracha.
05. Faça uso da capela para a manipulação de compostos tóxicos ou irritantes, ou quando
houver desprendimento de vapores ou gases.
06. Leia com atenção cada experimento antes de iniciá-lo. Monte a aparelhagem, faça uma
última revisão no sistema e só então comece o experimento.
07. Aperfeiçoe o seu trabalho no laboratório, dividindo as tarefas entre os componentes de sua
equipe.
08. Antecipe cada ação no laboratório, prevendo possíveis riscos para você e seus vizinhos.
Certifique-se ao acender uma chama de que não existem solventes próximos e destampados,
SEGURANÇA E NORMAS DE TRABALHO NO LABORATÓRIO 6
especialmente aqueles mais voláteis (éter etílico, éter de petróleo, hexano, dissulfeto de
carbono, benzeno, acetona, álcool etílico, acetato de etila). Até mesmo uma chapa ou manta de
aquecimento quente podem ocasionar incêndios, quando em contato com solventes como éter,
acetona ou dissulfeto de carbono.
09. Leia com atenção os rótulos dos frascos de reagentes e solventes que utilizar.
10. Seja cuidadoso sempre que misturar dois ou mais compostos. Muitas misturas são
exotérmicas (ex. H2SO4 conc. + H2O), ou inflamáveis (ex. sódio metálico + H2O), ou ainda
podem liberar gases tóxicos. Misture os reagentes vagarosamente, com agitação e, se
necessário, resfriamento e sob a capela.
11. Em qualquer refluxo ou destilação utilize "pedras de porcelana" a fim de evitar
superaquecimento. Ao agitar líquidos voláteis em funis de decantação, equilibre a pressão do
sistema, abrindo a torneira do funil ou destampando-o.
12. Caso interrompa alguma experiência pela metade ou tenha que guardar algum produto,
rotule-o claramente. O rótulo deve conter: nome do produto, data e nome da equipe.
13. Utilize os recipientes apropriados para o descarte de resíduos, que estão dispostos no
laboratório. Somente derrame os compostos orgânicos líquidos na pia, depois de estar seguro
de que não são tóxicos e de não haver perigo de reações violentas ou desprendimento de
gases. De qualquer modo, faça-o com abundância de água corrente.
14. Cada equipe deve, no final de cada aula, lavar o material de vidro utilizado e limpar a
bancada. Enfim, manter o laboratório LIMPO.
3- COMPOSTOS TÓXICOS
Existe um grande número de compostos orgânicos e inorgânicos são tóxicos. Manipule-
os com respeito, evitando a inalação ou contato direto. Muitos produtos que eram manipulados
pelos químicos, sem receio, hoje são considerados nocivos à saúde e não há dúvidas de que a
lista de produtos tóxicos deva aumentar.
A relação abaixo compreende alguns produtos tóxicos de uso comum em laboratórios:
3.1 - COMPOSTOS ALTAMENTE TÓXICOS:
São aqueles que podem provocar, rapidamente, sérios distúrbios ou morte.
Compostos de mercúrio Ácido oxálico e seus sais
Compostos arsênicos Cianetos inorgânicos
Monóxido de carbono Cloro
Flúor Pentóxido de vanádio
Selênio e seus compostos
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3.2 - LÍQUIDOS TÓXICOS E IRRITANTES AOS OLHOS E SIS TEMA RESPIRATÓRIO:
Sulfato de dietila Ácido fluorobórico
Bromometano Alquil e arilnitrilas
Dissulfeto de carbono Benzeno
Sulfato de metila Brometo e cloreto de benzila
Bromo Cloreto de acetila
Acroleína Cloridrina etilênica
3.3 - COMPOSTOS POTENCIALMENTE NOCIVOS POR EXPOSIÇÃO PROLONGADA:
a) Brometos e cloretos de alquila: Bromoetano, bromofórmio, tetracloreto de carbono,
diclorometano, 1,2-dibromoetano, 1,2-dicloroetano, iodometano.
b) Aminas alifáticas e aromáticas: Anilinas substituídas ou não, dimetilamina, trietilamina,
diisopropilamina.
c) Fenóis e compostos aromáticos nitrados: Fenóis substituídos ou não, cresóis, catecol,
resorcinol, nitrobenzeno, nitrotolueno, nitrofenóis, naftóis.
3.4- SUBSTÂNCIAS CARCINOGÊNICAS:
Muitos compostos orgânicos causam tumores cancerosos no homem. Deve-se ter todo
o cuidado no manuseio de compostos suspeitos de causarem câncer, evitando-se a todo custo
a inalação de vapores e a contaminação da pele. Devem ser manipulados exclusivamente em
capelas e com uso de luvas protetoras. Entre os grupos de compostos comuns em laboratório
se incluem:
a) Aminas aromáticas e seus derivados: Anilinas N-substituídas ou não, naftilaminas, benzidinas, 2-naftilamina e azoderivados.
b) Compostos N-nitroso: Nitrosoaminas (R'-N(NO)-R) e nitrosamidas.
c) Agentes alquilantes: Diazometano, sulfato de dimetila, iodeto de metila, propiolactona, óxido
de etileno.
d) Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos: Benzopireno, dibenzoantraceno, etc.
e) Compostos que contém enxofre: Tioacetamida, tiouréia.
f) Benzeno: Um composto carcinogênico, cuja concentração mínima tolerável é inferior aquela
normalmente percebida pelo olfato humano. Se você sente cheiro de benzeno‚ é porque a sua
concentração no ambiente é superior ao mínimo tolerável. Evite usá-lo como solvente e sempre
que possível substitua-o por outro solvente semelhante e menos tóxico (por exemplo, tolueno).
g) Amianto: A inalação por via respiratória de amianto pode conduzir a uma doença de pulmão,
a asbestose, uma moléstia dos pulmões que aleija e eventualmente mata. Em estágios mais
adiantados geralmente se transforma em câncer dos pulmões.
SEGURANÇA E NORMAS DE TRABALHO NO LABORATÓRIO 8
4- INTRUÇÕES PARA ELIMINAÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS PERIGOSOS
Hidretos alcalinos, dispersão de sódio
Suspender em dioxano, lentamente adicionar o isopropano, agitar até completa reação do
hidreto ou do metal: adicionar cautelosamente água até formação de solução límpida,
neutralizar e verter em recipiente adequado.
Hidreto de lítio e alumínio
Suspender em éter ou THF ou dioxano, gotejar acetato de etila até total transformação do
hidreto, resfriar em banho de gelo e água, adicionar ácido 2M até formação de solução límpida,
neutralizar e verter em recipiente adequado.
Boroidreto alcalino
Dissolver em metanol, diluir em muita água, adicionar etanol, agitar ou deixar em repouso até
completa dissolução e formação de solução límpida, neutralizar e verter em recipiente
adequado.
Organolíticos e compostos de Grignard
Dissolver ou suspender em solvente inerte (p. ex.: éter, dioxano, tolueno), adicionar álcool,
depois água, no final ácido 2M, até formação de solução límpida, verter em recipiente
adequado.
Sódio
Introduzir pequenos pedaços do sódio em metanol e deixar em repouso até completa
dissolução do metal, adicionar água com cuidado até solução límpida, neutralizar, verter em
recipiente adequado.
Potássio
Introduzir em n-butanol ou t-butanol anidro, diluir com etanol, no final com água, neutralizar,
verter em recipiente adequado.
Mercúrio
Mercúrio metálico: Recuperá-lo para novo emprego.
Sais de mercúrio ou suas soluções: Precipitar o mercúrio sob forma de sulfeto, filtrar e guardá-
lo.
Metais pesados e seus sais
Precipitar sob a forma de compostos insolúveis (carbonatos, hidróxidos, sulfetos, etc.), filtrar e
armazenar.
Cloro, bromo, dióxido de enxofre
Absorver em NaOH 2M, verter em recipiente adequado.
Cloretos de ácido, anidridos de ácido, PCl 3, PCl5, cloreto de tionila, cloreto de sulfurila.
Sob agitação, com cuidado e em porções, adicionar sobre muita água ou NaOH 2M,
neutralizar, verter em recipiente adequado.
SEGURANÇA E NORMAS DE TRABALHO NO LABORATÓRIO 9
Ácido clorosulfônico, ácido sulfúrico concentrado, óleum, ácido nítrico concentrado
Gotejar, sob agitação, com cuidado, em pequenas porções, sobre gelo ou gelo mais água,
neutralizar, verter em recipiente adequado.
Dimetilsulfato, iodeto de metila
Cautelosamente, adicionar a uma solução concentrada de NH3, neutralizar, verter em
recipiente adequado.
Presença de peróxidos, peróxidos em solventes, (éte r, THF, dioxano)
Reduzir em solução aquosa ácida (Fe(II) - sais, bissulfito), neutralizar, verter em recipiente
adequado.
Sulfeto de hidrogênio, mercaptanas, tiofenóis, ácid o cianídrico, bromo e clorocianos
Oxidar com hipoclorito (NaOCl).
5- AQUECIMENTO NO LABORATÓRIO
Ao se aquecer substâncias voláteis e inflamáveis no laboratório, deve-se sempre levar
em conta o perigo de incêndio.
Para temperaturas inferiores a 100°C use preferencialmente banho-maria ou banho a
vapor.
Para temperaturas superiores a 100°C use banhos de óleo. Parafina aquecida funciona
bem para temperaturas de até 220°C; glicerina pode ser aquecida até 150°C sem
desprendimento apreciável de vapores desagradáveis. Banhos de silicone são os melhores,
mas são também os mais caros.
Uma alternativa quase tão segura quanto os banhos são as mantas de aquecimento. O
aquecimento é rápido, mas o controle da temperatura não é tão eficiente como no uso de
banhos de aquecimento. Mantas de aquecimento não são recomendadas para a destilação de
produtos muito voláteis e inflamáveis, como éter de petróleo e éter etílico.
Para temperaturas altas (>200°C) pode-se empregar um banho de areia. Neste caso o
aquecimento e o resfriamento do banho devem ser lentos.
Chapas de aquecimento podem ser empregadas para solventes menos voláteis e
inflamáveis. Nunca aquecer solventes voláteis em chapas de aquecimento (éter, CS2, etc.). Ao
aquecer solventes como etanol ou metanol em chapas, use um sistema munido de
condensador.
Aquecimento direto com chamas sobre a tela de amianto só é recomendado para
líquidos não inflamáveis (por exemplo, água).
Leitura complementar: Sanseverino, A. M. Síntese Orgânica Limpa. Química Nova, 2000, 23, 102.
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6 - ACIDENTES MAIS COMUNS EM LABORATÓRIOS E PRIMEIR OS SOCORROS
6.1 - QUEIMADURAS ⇒ Superficiais: quando atingem algumas camadas da pele. ⇒ Profundas: quando há destruição total da pele. 6.1.1- Queimaduras Térmicas - causadas por calor seco (chama e objetos aquecidos)
a) Tratamento para queimaduras leves - pomada picrato de butesina, paraqueimol, furacim solução, etc.
b) Tratamento para queimaduras graves - elas devem ser cobertas com gaze esterilizada umedecida com solução aquosa de bicarbonato de sódio a 1%, ou soro fisiológico, encaminhar logo à assistência médica.
6.1.2- Queimaduras Químicas - causadas por ácidos, álcalis, fenol, etc.
a) Por ácidos: lavar imediatamente o local com água em abundância. Em seguida, lavar com solução de bicarbonato de sódio a 1% e, novamente com água.
b) Por álcalis: lavar a região atingida imediatamente com água. Tratar com solução de ácido acético a 1% e, novamente com água.
c) Por fenol: lavar com etanol absoluto e, depois com sabão e água.
ATENÇÀO: Não retire corpos estranhos ou graxas das lesões; Não fure as bolhas existentes; Não toque com as mãos a área atingida;P rocure um médico com brevidade.
6.1.3 - Queimaduras nos Olhos
Lavar os olhos com água em abundância ou, se possível, com soro fisiológico, durante vários minutos e, em seguida, aplicar gaze esterilizada embebida com soro fisiológico, mantendo a compressa, até consulta a um médico.
6.2 - ENVENENAMENTO POR VIA ORAL
a) A droga não chegou a ser engolida: Deve-se cuspir imediatamente e lavar a boca com
muita água. Levar o acidentado para respirar ar puro. b) A droga chegou a ser engolida : Deve-se chamar um médico imediatamente. Dar por via
oral um antídoto, de acordo com a natureza do veneno.
6.3 - INTOXICAÇÃO POR VIA RESPIRATÓRIA Retirar o acidentado para um ambiente arejado, deixando-o descansar. Dar água fresca. Se recomendado, dar o antídoto adequado.
ATENÇÃO: "A CALMA E O BOM SENSO DO QUÍMIC O SÃO AS MELHORES PROTEÇÕES CONTRA ACIDENTES NO LABORATÓRIO".
Química Experimental IV
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EXPERIMENTO 01
DESTILAÇÃO
1- INTRODUÇÃO
A técnica de destilação é o método mais freqüente e importante para purificação de
líquidos. É sempre utilizada quando se deseja separar um líquido de suas impurezas não
voláteis e, quando possível, na separação de dois ou mais líquidos.
Líquidos puros
Quando um líquido puro é introduzido num recipiente fechado e vazio parte do mesmo
se evapora até que o vapor alcance uma determinada pressão, que depende somente da
temperatura. Esta pressão, que é exercida pelo vapor em equilíbrio com o líquido, é a tensão
de vapor do líquido a essa temperatura. Quando a temperatura aumenta, a tensão de vapor
também aumenta regularmente até alcançar o valor de 760 mm, então, se o líquido está em
contato com o exterior, começa a ferver. A temperatura em que isto ocorre recebe o nome de
ponto de ebulição normal do líquido em questão, e é uma constante característica para cada
líquido.
Misturas de líquidos
Quando se aquece uma solução ou uma mistura de dois ou mais líquidos, o ponto de
ebulição normal é a temperatura na qual a tensão de vapor total da mistura é igual a pressão
atmosférica (760 mm). A tensão de vapor total de uma mistura é igual à soma das pressões de
vapor parciais de cada componente. Nas soluções ideais, as únicas que vamos considerar,
obedecem a lei de Raoult , que se expressa nos seguintes termos: "A pressão parcial de um
componente numa solução a uma dada temperatura é igual a tensão de vapor da substância
pura multiplicado por sua fração molar na solução".
PT = Px + Py = Pxo Nx + Pyo Ny
Da lei de Raoult pode-se deduzir as seguintes conclusões: 1ª) O ponto de ebulição de
uma mistura depende dos pontos de ebulição de seus componentes e de suas proporções
relativas; 2ª) Numa mistura qualquer de dois líquidos, o ponto de ebulição está compreendido
entre os pontos de ebulição dos componentes puros; 3ª) O vapor produzido será sempre mais
rico no componente de ponto de ebulição mais baixo.
Sempre que se tem uma mistura de dois ou mais componentes que se diferem
suficientemente em seus pontos de ebulição, se poderá separar seus componentes por
destilação. Podemos distinguir três tipos principais de destilação: destilação simples, destilação
fracionada e destilação a vácuo.
Química Experimental IV
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Destilação simples
Para a destilação simples se utiliza um aparato representado na Figura 1, montado
sobre dois suportes. Consta de um frasco de destilação, provido de um termômetro. O frasco
descansa sobre uma placa aquecedora. O frasco de destilação vai unido a um condensador
pelo qual circula água corrente. Finalmente, a extremidade inferior do condensador se une a
uma alargadora que conduz o destilado ao frasco coletor.
Figura 1: Sistema de destilação simples.
Destilação fracionada
É uma técnica que permite a realização de uma série de destilações simples em uma única
operação contínua. Uma coluna simples como a representada na Figura 2, pode se preencher
com qualquer tipo de substância inerte que possua grande superfície, por exemplo, anéis ou
hélices de vidro, fragmentos de porcelana, etc.
a) b)
Figura 2 : Colunas de destilação: a) coluna de preenchimento simples; b) coluna de Vigreux
Química Experimental IV
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À medida que os vapores quentes sobem através do recheio, vão condensando em
todas as zonas da coluna. Quando este processo se repete muitas vezes por toda a altura de
uma coluna eficiente, acaba produzindo vapor puro do componente de menor ponto de
ebulição, que passa através da cabeça de destilação até o condensador. O resíduo no balão
de destilação vai sendo enriquecido, cada vez mais, no componente de maior ponto de
ebulição de uma forma contínua. O componente de menor ponto de ebulição continua
passando a sua temperatura de ebulição até que se separa completamente da mistura. Então,
a temperatura dos vapores que destilam se eleva até o ponto de ebulição do componente
menos volátil de forma que este comece a chegar ao condensador. Todo o processo é
chamado de destilação fracionada (Figura 3).
Figura 3: Esquema geral para destilação fracionada em laboratório
Destilação a vácuo
É uma forma de destilação (simples ou fracionada) que se efetua a pressão reduzida.
Muitas substâncias não podem ser purificadas por destilação a pressão atmosférica porque se
decompõem antes de alcançar seus pontos de ebulição normais. Outras substâncias possuem
pontos de ebulição tão altos que sua destilação é difícil ou não é conveniente. Nestes casos se
emprega a destilação a pressão reduzida. Como dito acima, um líquido começa a ferver numa
temperatura em que sua tensão de vapor torna-se igual a pressão exterior, por tanto,
diminuindo-a permitirá que o líquido destile a uma temperatura inferior a seu ponto de ebulição
normal.
Química Experimental IV
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3.4- PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL: (detalhamento será apresentado pelo instrutor).
Monte um sistema de destilação (simples e fracionada) (Figuras 1 e 3) e coloque num
balão de 250 mL, uma mistura de 40,0 mL de éter etílico + 40,0 mL de acetona + 40,0 mL de
etanol. Inicie a destilação utilizando uma manta de aquecimento. Marque o tempo de
destilação, o início do aquecimento e o fim do aquecimento, anotando as variações de
temperatura durante o processo.
Dados: Éter etílico – p.e. 34,6 ºC; Acetona – p.e. 56,5 ºC; Álcool etílico – p.e. 78,15 ºC
PÓS-LABORATÓRIO:
1. Comparar os resultados dos dois tipos de destilação. Qual é mais eficaz?
2. Um líquido orgânico começa a se decompor a 80°C. Sua tensão de vapor a essa temperatura é de 36 mm de Hg. Como poderíamos destilá-lo?
3. Cite duas razões que justifiquem que a água fria circule num condensador no sentido ascendente.
4. Poderia se separar por destilação simples uma mistura de dois líquidos de pontos de ebulição 77 ºC e 111 ºC? E por destilação fracionada? Qual líquido se recolheria em primeiro lugar?
1. (Extraído do site http://www.qmc.ufsc.br) Consultar no Merck Index, CRC Handbook, internet e outros, sobre os pontos de ebulição, estrutura química e massa molecular das substâncias abaixo. Não se esqueça de investigar também informações toxicológicas!!!
Água Hexano Acetato de butila Etanol Dodecano Naftaleno Octanol Etileno glicol Glicose Pentano Glicerol Iodo
(a) Construa um gráfico Ponto de Ebulição x MM para todas as substâncias (líquidos) acima listadas. (b) Existe alguma família de substâncias que obedece a regra “quanto maior a massa molecular maior a temperatura de ebulição”? (c) Quais as substâncias têm temperatura de ebulição maior do que deveria se observada somente a massa molecular? Por quê?
IMPORTANTE: DISPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS E INSUMOS
- Os resíduos aquosos deverão ser descartados na pia com água corrente.
- Todas as misturas contendo solventes orgânicos deverão ser acondicionadas em frascos
deposição de resíduos próprios, conforme indicado pelo instrutor.
- Reservar os sólidos obtidos após a purificação para utilização como insumos em práticas.
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EXPERIMENTO 02
EXTRAÇÃO DE ÓLEOS (FIXOS E VOLÁTEIS) A PARTIR DE MA TERIAL BIOLÓGICO
1- INTRODUÇÃO
O químico dispõe de uma diversidade de procedimentos e sistemas para uso na extração
do material biológico a partir da sua fonte natural. Dependendo do que se deseja extrair
algumas técnicas são mais recomendadas que outras. Por exemplo, na extração de óleos
voláteis a técnica de destilação por arraste a vapor (Figura 1) é o procedimento mais
aconselhável, por outro lado, a extração por meio de solvente orgânico (extrator Soxhlet) é de
longe a metodologia mais indicada para extração de óleos fixos. Independentemente da técnica
a ser usada na extração, o processo comum para a obtenção de produtos naturais a partir de
fontes naturais envolve: escolha da fonte (material biológico, geralmente vegetais); secagem do
material; trituração; extração e purificação.
condensador
frasco coletor(água + óleo)
material vegetal
água
aquecimento
a)
b) c)
Figura 1 . Esquema geral para destilações a vapor em escala laboratorial: a) arraste a vapor. b)
hidrodestilação usando uma aparelhagem tipo Clevenger. c) sistema de destilação-extração
simultânea usando uma aparelhagem tipo Likens-Nickerson.
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Os óleos voláteis são os principais odoríferos encontrados em várias partes de plantas.
Como evaporam quando expostos ao ar em temperaturas comuns, são chamados óleos
voláteis, óleos essenciais ou essências. Este último é utilizado porque os óleos voláteis
representam "essências" ou componentes odoríferos das plantas. Os óleos essenciais são
normalmente encontrados em bolsas secretoras presentes nas partes vitais dos vegetais, tais
como: pétalas das flores, folhas, sementes, caule, raiz e frutos. A qualidade do óleo essencial é
variável de um gênero a outro, de uma a outra espécie, podendo-se encontrar vegetais que
possuem essências quimicamente diferentes em várias de suas partes.
Muitas plantas são usadas diretamente com fins medicinais, entretanto, de modo análogo, o
próprio óleo volátil extraído da planta é usado como medicamento. Em muitos casos, plantas
são pulverizadas e empregadas como especiarias e condimentos (anis, cravo-da-índia, noz-
moscada). Além do uso em produtos farmacêuticos, certos óleos essenciais são bastante
empregados como aromatizantes de alimentos e doces, bem como no comércio de especiarias,
perfumes e cosméticos.
Praticamente todos os óleos voláteis são constituídos por misturas químicas muito
complexas; sua composição química varia muito. Neles podem ser encontrados quase todos os
tipos de compostos orgânicos (hidrocarbonetos, álcoois, cetonas, aldeídos, ésteres, óxidos,
éteres e outros) os quais podem ser agrupados em duas classes, com base na sua biossíntese
que lhe deu origem: derivados dos terpenóides, formados pela via do ácido mevalônico-acetato
e, compostos aromáticos formados pela via do ácido chiquímico-fenil propanóides. As
essências são pouco solúveis em água, mas, são solúveis em álcool, clorofórmio,
diclorometano, éter e outros solventes orgânicos. Quando expostas ao ar, mesmo à
temperatura ambiente, evaporam.
O processo de extração das essências depende de uma série de fatores, tais como: sua
localização no vegetal, suas propriedades físico-químicas e a finalidade a que se destina. A
grande maioria pode ser isolada dos tecidos vegetais com arraste a vapor. Os constituintes de
um óleo essencial podem ser separados por: destilação fracionada a pressão reduzida,
cristalização ou cromatografia.
A técnica de extração pelo arraste de vapor permite a separação de componentes voláteis,
sem necessidade de temperaturas elevadas, evitando-se assim, a sua decomposição térmica.
Em escala de laboratório, a técnica pode ser convenientemente realizada por meio de um
sistema de destilação simples, adaptado com um funil de adição, através do qual água é
adicionada constantemente, permitindo assim, que o nível da água no frasco de destilação
permaneça constante.
A destilação por arraste de vapor é uma destilação de misturas imiscíveis de compostos
orgânicos e água (vapor). Misturas imiscíveis não se comportam como soluções. Os
componentes de uma mistura imiscível "fervem" a temperaturas menores do que os pontos de
Química Experimental IV
17
ebulição dos componentes individuais. Assim, uma mistura de compostos de alto ponto de
ebulição e água pode ser destilada à temperatura menor que 100°C, que é o ponto de ebulição
da água.
O princípio da destilação a vapor baseia-se no fato de que a pressão total de vapor de
uma mistura de líquidos imiscíveis é igual à soma da pressão de vapor dos componentes puros
individuais. A pressão total de vapor da mistura torna-se igual à pressão atmosférica, e a
mistura ferve numa temperatura menor que o ponto de ebulição de qualquer um dos
componentes.
Para dois líquidos imiscíveis A e B:
Ptotal = PoA + Po
B
Onde: PoA e Po
B são as pressões de vapor dos componentes puros.
Note que este comportamento é diferente daquele observado para líquidos miscíveis,
onde a pressão total de vapor é a soma das pressões de vapor parciais dos componentes.
Para dois líquidos miscíveis A e B:
Ptotal= XA PoA + XB Po
B
Onde: XAPoA e XBPo
B correspondem às pressões parciais de vapor.
A destilação por arraste a vapor pode ser utilizada nos seguintes casos:
1. Quando se deseja separar ou purificar uma substância cujo ponto de ebulição é alto e/ou
apresente risco de decomposição;
2. Para separar ou purificar substâncias contaminadas com impurezas resinosas;
3. Para retirar solventes com elevado ponto de ebulição, quando em solução existe uma
substância não volátil;
4. Para separar substâncias pouco miscíveis em água cuja pressão de vapor seja próxima a da
água a 100°C.
Os óleos fixos são elementos energéticos e estão associados a proteínas e carboidratos.
Com função de evitar perda de água pelas plantas, eles estão espalhados por todo vegetal,
principalmente nas sementes. Geralmente são solúveis em éter, clorofórmio e outros solventes
orgânicos e insolúveis em água. Quando purificados, são incolores de sabor e odor suaves.
Quando muito aquecidos, liberam um odor acre devido à formação de aldeído acrílico,
acroleína. São untuosos ao toque e, quando filtrados em papel, deixam mancha permanente.
Os óleos fixos, denominados genericamente de lipídios, são classificados como ésteres de
álcoois e ácidos graxos de cadeia longa (triacilgliceróis) ou derivados e englobam as gorduras,
Química Experimental IV
18
os óleos e as ceras (Figura 2). São de grande valor na indústria alimentícia e na elaboração de
sabões (sais de sódio e potássio dos ácidos graxos). Em Farmácia, são utilizados como
veículos de outros medicamentos (emulsões líquidas) ou emulsões sólidas (cremes), e alguns,
como o óleo de rícino (mamona), têm propriedade terapêutica especial como purgativo.
CH2-O-CO-R
CH-O-CO-R'
CH2-O-CO-R''
Figura 2 . Estrutura geral dos triacilgliceróis.
Quando se deseja extrair óleo fixo de uma fonte natural sólida prefere-se o método de
extração contínua em um extrator Soxhlet. Em um extrator Soxhlet (Figura 3), o sólido é
colocado em um cartucho apropriado (por exemplo, de celulose) na câmara do extrator. O
solvente colocado no balão é aquecido e os vapores condensam-se na câmara do extrator,
caindo sobre o material a extrair. Quando o nível do destilado na câmara de extração atingir o
nível do sifão, a solução retornará ao balão. Esta metodologia torna a operação automática e
menos laboriosa, além de empregar uma quantidade bem menor de solvente.
Figura 3 . Extrator do tipo Soxhlet.
PARTE I: DESTILAÇÃO POR ARRASTE A VAPOR
EXTRAÇÃO DO ÓLEO ESSENCIAL DE CRAVO DA ÍNDIA
2- METODOLOGIA
Neste experimento será isolado o eugenol (4-alil-2-metoxifenol, 1) do óleo de cravo da
índia (Eugenia caryophyllata), pela técnica de destilação por arraste a vapor. Uma vez obtido o
eugenol, deve-se separá-lo da solução aquosa através de extrações com diclorometano.
Química Experimental IV
19
Traços de água presentes no solvente deverão ser retirados com a ajuda de um sal dessecante
(sulfato de sódio anidro). Como é difícil purificar o composto original ou caracterizá-lo através
de suas propriedades físicas, pode-se convertê-lo em um derivado. Este derivado poderá ser
obtido através da reação do eugenol com cloreto de benzoíla. O produto formado é o benzoato
de eugenila 2, um composto cristalino com ponto de fusão bem definido.
HO
CH3O
1
O
CH3O
O 2
PhCOCl
NaOH
3- PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
3.1- EXTRAÇÃO DO EUGENOL:
Monte a aparelhagem conforme a Figura 1b. A fonte de calor uma manta elétrica.
Coloque 10 g de cravos num balão de 250 mL e adicione 150 mL de água. Inicie o
aquecimento de modo a ter uma velocidade de destilação lenta, mas constante. Extraia o
destilado com duas porções de cloreto de metileno (10 mL). Separe as camadas e despreze a
fase aquosa. Seque a fase orgânica com sulfato de sódio anidro. Filtre a mistura em papel
pregueado (diretamente em um balão de fundo redondo previamente tarado), lave com uma
pequena porção de CH2Cl2 e em seguida retire o solvente no evaporador rotativo.
Opcionalmente, após a filtração concentre a mistura (utilizando um banho de vapor na
capela), transfira o líquido restante para um frasco previamente tarado e concentre o conteúdo
novamente por evaporação em banho-maria até que somente um resíduo oleoso permaneça.
Seque o frasco e pese. Calcule a porcentagem de extração de óleo, baseado na quantidade
original de cravo usada. Reserve uma alíquota para análises cromatográficas futuras.
PARTE II: EXTRAÇÃO DE ÓLEOS FIXOS A PARTIR DE MATER IAL BIOLÓGICO
4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL:
Siga as instruções apresentadas na Figura 3. Coloque cerca de 10 g de material biológico no
cilindro poroso de papel filtro e insira-o no aparelho Soxhlet. Utilize aproximadamente 200 mL
de solvente (n-hexano, éter de petróleo) para a extração, refluxando por 2-3 horas. Em
seguida, interrompa o processo, retire todo o solvente por evaporação, seque o material e pese
a massa obtida de extrato bruto.
Química Experimental IV
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PÓS-LABORATÓRIO: 1. Em que categoria geral de produtos naturais se enquadra as essências?
2. Consulte nos catálogos (Index Merck, Handbook, etc.) o ponto de ebulição do eugenol.
3. Baseado no peso original de cravo da Índia, calcular a porcentagem de recuperação do
eugenol, considerando que as impurezas presentes no extrato são insignificantes.
4. Por que a destilação por arraste a vapor é preferida à destilação simples quando se trata de
óleos essenciais?
5. Quando dois líquidos imiscíveis são misturados formando uma mistura heterogênea, cada
substância exerce sua própria pressão de vapor, independentemente da presença da outra.
Por que um sistema heterogêneo, como água e óleo essencial, destila a uma temperatura
abaixo de 100oC?
6. Os constituintes de um óleo essencial particular podem ser separados por destilação
fracionada a pressão reduzida, cristalização ou cromatografia. Supondo que, com óleo
essencial de cravo, nenhum dos procedimentos acima citados poderia ser adotado para
separar os seus componentes (eugenol e acetato de eugenila). Nesse caso, proponha um
fluxograma e equações mostrando como o eugenol pode ser separado (quimicamente!!! )
do seu acetil derivado.
Eugenol: R = HAcetato de eugenila: R = Ac
CH3O
RO
7. Apresente a reação entre o eugenol e NaOH e escreva estruturas de ressonância que
mostrem como o ânion do eugenol é estabilizado.
8. Qual a função dos agentes dessecantes? Cite exemplos.
9. Apresente o mecanismo de reação entre o eugenol e cloreto de benzoíla.
10. Que outro reagente poderia ser utilizado no lugar do cloreto de benzoíla, visando a
preparação do benzoato de eugenol?
11. Como pode ser realizada a caracterização do eugenol?
12. Cite outros exemplos de compostos orgânicos (aromáticos ou não) que podem ser
extraídos de fontes naturais, tais como: anis estrelado, noz moscada, pimenta, hortelã, guaraná
e sassafrás.
13. Quais são os dois principais métodos para extrair grosseiramente um produto natural de
materiais biológicos?
14. Como funciona um extrator do tipo Soxhlet?
15. (Provão 2001 ) Lipídios podem ser recuperados de diversos materiais biológicos através da
extração por solvente. Os tipos mais comuns de lipídios são gorduras e óleos derivados de
Química Experimental IV
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ácidos carboxílicos de cadeias longas e do glicerol. O solvente a ser usado na extração, a
região onde deve ser colocado o material biológico a ser extraído e o local de onde será
recuperado o extrato de lipídios são, respectivamente:
Solvente Local onde deve ser colocado o material biológico
Local onde será recuperado o
extrato de lipídeo (a) água cartucho poroso balão (b) água balão cartucho poroso (c) clorofórmio cartucho poroso balão (d) clorofórmio balão cartucho poroso (e) glicerol balão cartucho poroso
Química Experimental IV
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EXPERIMENTO 03
EXTRAÇÃO COM SOLVENTES REATIVOS
1- INTRODUÇÃO
O método de extração com solvente é um processo simples, empregado na separação
e isolamento de substâncias componentes de uma mistura, ou ainda na remoção de impurezas
solúveis indesejáveis. Este último processo é, geralmente, denominado de lavagem.
A técnica da extração envolve a separação de um composto, presente na forma de uma
solução ou suspensão em um determinado solvente, através da agitação com um segundo
solvente, no qual o composto orgânico seja mais solúvel e que seja pouco miscível com o
solvente que inicialmente contém a substância.
Quando as duas fases são líquidos imiscíveis, o método é conhecido como "extração
líquido-líquido". Neste tipo de extração o composto estará distribuído entre os dois solventes. O
sucesso da separação depende da diferença de solubilidade do composto nos dois solventes.
Geralmente, o composto a ser extraído é insolúvel ou parcialmente solúvel num solvente, mas
é muito solúvel no outro solvente.
A água é usada como um dos solventes na extração líquido-líquido, uma vez que a
maior parte dos compostos orgânicos são imiscíveis em água e porque ela dissolve compostos
iônicos ou altamente polares. Os solventes mais comuns que são compatíveis com a água na
extração de compostos orgânicos são: éter etílico, éter diisopropílico, benzeno, clorofórmio,
tetracloreto de carbono, diclorometano e éter de petróleo. Estes solventes são relativamente
insolúveis em água e formam, portanto, duas fases distintas. A seleção do solvente dependerá
da solubilidade da substância a ser extraída e da facilidade com que o solvente possa ser
separado do soluto. Nas extrações com água e um solvente orgânico, a fase da água é
chamada "fase aquosa" e a fase do solvente orgânico é chamada "fase orgânica".
Para uma extração líquido-líquido, o composto encontra-se dissolvido em um solvente A
e para extraí-lo, emprega-se um outro solvente B, e estes devem ser imiscíveis. A e B são
agitados e o composto então se distribui entre os dois solventes de acordo com as respectivas
solubilidades. A razão entre as concentrações do soluto em cada solvente é denominada
"coeficiente de distribuição ou de partição", (K).
Assim:
KC
C
A
B= (Equação 1)
onde: CA = concentração do composto no solvente A (em g/mL);
Química Experimental IV
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CB = concentração do composto no solvente B (em g/mL).
De uma maneira geral, para deduzir a fórmula que expressa o processo de extração,
supõe-se que:
S = quantidade em gramas do soluto no solvente A;
VB = Volume de B (em mL);
VA = Volume de A (em mL);
X = quantidade, em gramas, do soluto extraído.
Assim, depois de uma extração, a concentração de S no solvente A será:
CS X
VA
A= −
(Equação 2)
a concentração em B será:
CX
VB
B= (Equação 3)
Uma conseqüência da lei de distribuição é a sua importância prática ao se fazer uma
extração. Se um dado volume total VB do solvente for utilizado, pode-se mostrar que é mais
eficiente efetuar várias extrações sucessivas (isto é, partilhar o volume VB em n frações), e a
isto se denomina "extração múltipla", sendo mais eficiente do que "extração simples".
Para o desenvolvimento da técnica de extração pode-se usar um solvente extrator que
reaja quimicamente com o composto a ser extraído. A técnica de extração por solventes
quimicamente ativos depende do uso de um reagente (solvente) que reaja quimicamente com o
composto a ser extraído. Está técnica geralmente é empregada para remover pequenas
quantidades de impurezas de um composto orgânico ou para separar os componentes de uma
mistura. Incluem-se, entre tais solventes: soluções aquosas de hidróxido de sódio, bicarbonato
de sódio, ácido clorídrico, etc.
Pode-se empregar uma solução aquosa básica para remover um ácido orgânico de sua
solução em um solvente orgânico, ou para remover impurezas ácidas presentes num sólido ou
líquido insolúvel em água. Esta extração é baseada no fato de que o sal sódico do ácido é
solúvel em solução aquosa básica. Da mesma maneira, um composto orgânico básico pode ser
removido de sua solução em um solvente orgânico, pelo tratamento com solução aquosa ácida.
Uma extração pode ser:
a) Descontínua: Consiste em agitar uma solução aquosa com um solvente orgânico num
funil de separação, a fim de extrair determinada substância. Agita-se o funil
Química Experimental IV
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cuidadosamente, inverte-se sua posição e abre-se a torneira, aliviando o excesso de
pressão. Fecha-se novamente a torneira, agita-se mais uma vez o funil e relaxa-se a
pressão interna, conforme Figura 1. Repete-se este procedimento algumas vezes.
Recoloca-se o funil de separação no suporte, para que a mistura fique em repouso.
Quando estiverem formadas duas camadas delineadas, deixa-se escorrer a camada
inferior (a de maior densidade) em um erlenmeyer (Figura 1). Repete-se a extração
usando uma nova porção do solvente extrator. Normalmente não são necessários mais
do que três extrações, mas o número exato dependerá do coeficiente de partição da
substância que está sendo extraída entre os dois líquidos.
Figura 1 : Processo de extração “líquido-liquído”: duas soluções de líquidos imiscíveis sendo separadas e como agitar um funil de separação durante o processo.
b) Contínua: Quando o composto orgânico é mais solúvel em água do que no solvente
orgânico (isto é, quando o coeficiente de distribuição entre solvente orgânico e água é
pequeno), são necessárias grandes quantidades de solvente orgânico para se extrair
pequenas quantidades da substância. Isto pode ser evitado usando o extrator tipo Soxhlet
(Figura 2), aparelho comumente usado para extração contínua com um solvente quente.
Neste sistema apenas uma quantidade relativamente pequena de solvente é necessária
para uma extração eficiente.
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Figura 2 : Um extrator tipo Soxhlet.
2- METODOLOGIA
Neste experimento será separada uma mistura de três compostos orgânicos presentes
num analgésico: cafeína, paracetamol e ácido acetilsalicílico, usando solventes reativos
(extração descontínua).
3- PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
3.1-EXTRAÇÃO DESCONTÍNUA:
Triturar os 06 comprimidos de Cibalena® em um almofariz com um pistilo de porcelana.
Pesar aproximadamente 2,0 g do comprimido macerado em um papel de filtro, utilizando uma
balança. Transferir com cuidado esta massa para um béquer de 50 mL, dissolver a amostra
adicionando 25 mL de clorofórmio e agitar com um bastão de vidro (a solubilização não é
completa). Transfirir a solução para um funil de separação limpo e seco, com a torneira
fechada, encaixado no suporte para funil (argola) que deve estar preso ao suporte universal.
Proceder às extrações na ordem descrita abaixo (Nota: durante o processo de extração abra a
torneira do funil de separação periodicamente, permitindo a equiparação de pressão).
3.1.1- Sobre a solução contida no funil de separação, adicionar 20 mL da solução
aquosa de ácido clorídrico 2 mol/L. Tampar a extremidade superior, retirar o funil fechado do
suporte e agitar bem não esquecendo de aliviar a pressão, abrindo a torneira de vez em
quando e fechando quando for agitar, conforme mostrado na Figura 1. Com a torneira fechada,
colocar o funil de separação novamente no suporte e deixar em repouso para que as duas
fases se separem completamente. Colocar um frasco sob a torneira do funil e deixar escoar a
camada inferior (fase orgânica), abrindo a torneira com cuidado (Figura 1) para que a camada
superior (fase aquosa) não passe para este frasco. Reservar a solução recolhida e cobrir o
frasco com um filme plástico para evitar qualquer perda, pois os produtos estão dissolvidos em
clorofórmio que ao evaporar muito rapidamente, poderá arrastar para fora do recipiente parte
Química Experimental IV
26
dos produtos de interesse para a análise. Em seguida, adicionar 3,5 g de bicarbonato de sódio
(sólido), em pequenas porções, sobre a solução contida no funil para neutralizar a fase aquosa.
Fechar a extremidade superior do funil, retirando-o do suporte e com cuidado agitá-lo
continuamente, aliviando a pressão de vez em quando, conforme feito anteriormente. (Nota: Ao
adicionar bicarbonato de sódio na fase aquosa, haverá formação de gás carbônico (CO2) e,
portanto, deve-se tomar cuidado para aliviar a pressão na hora da agitação do funil de
separação, uma vez que o gás pode se expandir podendo causar algum acidente, como a
quebra do funil de separação que é de vidro). Posteriormente, verificar através de papel
tornassol vermelho se o pH da solução está básico (em pH básico a fita se torna azul). Caso a
solução ainda esteja ácida, adicionar mais bicarbonato de sódio sólido até o meio se tornar
básico, repetindo sempre o procedimento de aliviar a pressão no funil. Após adição da base,
realizar duas extrações (10 mL cada) com clorofórmio. À fase orgânica reunida, adicionar
sulfato de sódio anidro sólido e filtrar em um funil de vidro com papel de filtro, recolhendo o
filtrado diretamente em um pequeno frasco de massa conhecida. Após a remoção do solvente,
deixar o resíduo secar ao ar e determinar a massa (massa do recipiente + composto orgânico
isolado).
3.1.2- Transferir a solução de clorofórmio reservada anteriormente, que contém os
outros dois compostos orgânicos, para um funil de separação limpo e seco, adicionar 25 mL de
solução de bicarbonato de sódio 0,5 mol/L. Agitar bem a mistura, tomando o cuidado de aliviar
a pressão do sistema. Deixar a mistura em repouso até que se separe a camada orgânica
inferior, que deve ser recolhida em um frasco à parte. Adicione sulfato de sódio anidro neste
frasco para retirar resíduo de água. Filtrar a solução orgânica diretamente para um pequeno
frasco de massa conhecida. Após a remoção do solvente, deixar o resíduo secar ao ar e
determinar a massa do composto orgânico extraído.
3.1.3- Transferir a solução aquosa contida no funil para um pequeno béquer de 100 mL
e adicionar, lentamente e com agitação, 5 mL de solução de ácido clorídrico 2 mol/L para
neutralizar o meio (verificar o pH da mistura, que deve estar ácido), até formar um precipitado
branco. Para iniciar a precipitação coloque o béquer em um banho de gelo, o que irá acelerar a
precipitação. (Importante: a precipitação ocorre se o pH da solução após adição do ácido
estiver entre 3,0 e 4,0). Depois de formado o precipitado, filtrar em funil de Büchner (à vácuo)
com o papel de filtro previamente pesado. Lavar o béquer com pequenas porções de água
destilada gelada, caso contrário o sólido poderá solubilizar parcialmente em contato com a
água em temperatura mais elevada. O sólido deve ser colocado em um vidro de relógio e
depois na capela para que evapore toda a água contida nele. Depois de seco, determinar a
massa do papel de filtro contendo o sólido e completar os dados da Tabela 1 abaixo.
Química Experimental IV
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PÓS-LABORATÓRIO
1- Após determinar a massa de cada um dos produtos extraídos, calcular o rendimento do
processo de extração (% recuperação) considerando o valor esperado igual ao valor nominal
(contido na bula do medicamento). Para a Cibalena® a composição nominal por comprimido é
de 200 mg de ácido acetilsalicílico, 150 mg de paracetamol e 50 mg de cafeína.
O rendimento teórico pode ser calculado através de regras de três para cada um dos princípios
ativos, conforme exemplo abaixo para a cafeína:
01 comprimido de Cibalena® → 50 mg de cafeína
06 comprimidos utilizados → massa de cafeína teórica (mg)
massa de cafeína teórica = 300 mg
300 mg de cafeína → 100% de recuperação
massa de cafeína obtida no experimento → % de recuperação
% de Recuperação = (massa de cafeína obtida no experimento x 100)/ 300
Tabela 1 – Massa dos princípios ativos extraídos da Cibalena®.
ETAPA 1 ETAPA 2 ETAPA 3
COMPOSTO EXTRAÍDO
MASSA (g)
RECUPERAÇÃO (%)
2- Forneça as equações das reações ocorridas nas etapas 1,2 e 3 da extração.
3- Qual o princípio básico do processo de extração com solventes?
4- Por que a água é geralmente usada como um dos solventes na extração líquido-líquido?
5- Quais as características de um bom solvente para que possa ser usado na extração de um
composto orgânico em uma solução aquosa?
6- Qual fase (superior ou inferior) será a orgânica se uma solução aquosa for tratada com:
a) éter etílico b) clorofórmio c) acetona d) n-hexano e) benzeno
7- Pode-se usar etanol para extrair uma substância que se encontra dissolvida em água?
Justifique sua resposta.
8- Deseja-se separar um composto A a partir de 500 mL de uma solução aquosa contendo 8,0
g de A. Utilizando-se éter etílico como solvente para a extração, quantos gramas de A seriam
extraídos:
a) Com uma única extração usando 150 mL de éter etílico?
b) Com 3 extrações sucessivas de 50 mL de éter etílico cada uma?
(Assuma que o coeficiente de distribuição éter etílico/água é igual a 3).
9- A solubilidade (a 25oC) do ácido m-hidroxibenzóico em água é de 0,0104 g/mL e de 0,0908
g/mL em éter.
Química Experimental IV
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a) estime o coeficiente de distribuição deste ácido em um sistema água/éter;
b) estime a massa de ácido extraído de 100 mL de sua solução aquosa saturada, por uma
única extração usando 100 mL de éter;
c) estime a massa de ácido extraído de 100 mL de sua solução aquosa saturada por duas
extrações sucessivas, empregando 50 mL de éter em cada uma;
10- Esquematize uma sequência plausível de separação, usando extração líquido-líquido, de
uma mistura equimolar composta de N,N-dietilanilina (solubilidade em água 0,016 g/mL, muito
solúvel em éter), acetofenona (insolúvel em água, solúvel em éter) e 2,4,6-triclorofenol
(solubilidade em água de 0,0008 g/mL, muito solúvel em éter).
11- Indique os grupos funcionais orgânicos presentes em cada um dos princípios ativos
extraídos da Cibalena® (Cafeína, Paracetamol e Ácido acetilsalicílico).
12- Como você classificaria cada um dos princípios ativos da Cibalena®: ácido, básico ou
neutro? Justifique sua resposta.
13- A partir dos dados obtidos na tabela 1 indique qual dos componentes extraídos da
Cibalena® apresentou maior percentual de recuperação? Este resultado confere com a
concentração nominal?
Química Experimental IV
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EXPERIMENTO 04 SÍNTESE E PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO ACETILSALICÍLICO (AA S)
1- INTRODUÇÃO
O Ácido Acetilsalicílico (AAS), também conhecido como Aspirina®, é um dos fármacos
mais populares mundialmente. Milhares de toneladas de AAS são produzidos anualmente,
somente nos Estados Unidos. O AAS foi desenvolvido na Alemanha há mais de cem anos por
Felix Hoffmann, um pesquisador das indústrias Bayer. Este fármaco de estrutura relativamente
simples atua no corpo humano como um poderoso analgésico (alivia a dor), antipirético (reduz
a febre) e antiinflamatório. Tem sido empregado também na prevenção de problemas
cardiovasculares, devido à sua ação vasodilatadora. Um comprimido de aspirina é composto de
aproximadamente 0,32 g de ácido acetilsalicílico.
A síntese da aspirina é possível através de uma reação de acetilação do ácido salicílico
(1), um composto aromático bifuncional (ou seja, possui dois grupos funcionais: fenol e ácido
carboxílico). Apesar de possuir propriedades medicinais similares ao do AAS, o emprego do
ácido salicílico como um fármaco é severamente limitado por seus efeitos colaterais,
ocasionando severa irritação na mucosa da boca, garganta, e estômago.
A reação de acetilação do ácido salicílico (1) ocorre através do ataque nucleofílico do
grupo -OH fenólico sobre o carbono carbonílico do anidrido acético (2), seguido de eliminação
de ácido acético (3), formado como um subproduto da reação. É importante notar a utilização
de ácido sulfúrico como um catalisador desta reação de esterificação, tornando-a mais rápida e
prática do ponto de vista comercial.
O
OH
OH OH
O
O
CH3O1 2 3
+
O
OH3C CH3
O O
OHH3CH2SO4
+
AAS
Grande parte das reações químicas realizadas em laboratório necessita de uma etapa
posterior para a separação e purificação adequadas do produto sintetizado. A purificação de
compostos cristalinos impuros é geralmente feita por cristalização a partir de um solvente ou de
misturas de solventes. Esta técnica é conhecida por recristalização, e baseia-se na diferença
de solubilidade que pode existir entre um composto cristalino e as impurezas presentes no
produto da reação.
Um solvente apropriado para a recristalização de uma determinada substância deve
preencher os seguintes requisitos:
a) Deve proporcionar uma fácil dissolução da substância a altas temperaturas;
Química Experimental IV
30
b) Deve proporcionar pouca solubilidade da substância a baixas temperaturas;
c) Deve ser quimicamente inerte (ou seja, não deve reagir com a substância);
d) Deve possuir um ponto de ebulição relativamente baixo (para que possa ser facilmente
removido da substância recristalizada);
e) Deve solubilizar mais facilmente as impurezas que a substância a ser purificada.
O resfriamento, durante o processo de recristalização, deve ser feito lentamente para
que se permita a disposição das moléculas em retículos cristalinos, com formação de cristais
grandes e puros.
Caso se descubra que a substância é muito solúvel em um dado solvente para permitir
uma recristalização satisfatória, mas é insolúvel em outro, combinações de solventes podem
ser empregadas. Os pares de solventes devem ser completamente miscíveis (exemplos:
metanol e água, etanol e clorofórmio, clorofórmio e hexano, etc.).
Uma vez que o ponto de fusão de uma substância é uma constante fácil de ser
determinada é freqüentemente utilizada como critério de pureza e como meio de caracterização
de compostos. Os compostos puros têm ponto de fusão bem definido. Quando se observa a
fusão de um composto puro, a variação de temperatura no momento em que os primeiros
cristais começam a fundir até a fusão completa, é muito pequena. Esse valor deve permanecer
constante em determinações sucessivas. Se a substância é conhecida, seu ponto de fusão
deve coincidir com aquele descrito na literatura química. Substâncias impuras, além de
possuírem ponto de fusão mais baixo, apresentam variações de temperaturas muito maiores. A
faixa de fusão é denominada como o espaço compreendido entre início e final da fusão. O
ponto de fusão é também utilizado para caracterização de compostos orgânicos. Nesse caso, o
ponto de fusão de uma determinada substância pura é comparado com substâncias que
possuem ponto de fusão idênticos ou muito próximos descritos em livros de referência
(Handbook). Se na literatura existem vários compostos com o mesmo ponto de fusão, utiliza-se
um procedimento de fusão mista. O ponto de fusão misto é determinado a partir da mistura da
substância problema com pequenas quantidades de uma das substâncias verificadas na
literatura. Se houver abaixamento do ponto de fusão na mistura, as substâncias são diferentes,
caso contrário serão idênticos.
2- METODOLOGIA
O ácido salicílico será preparado, neste experimento, através da reação de acetilação
do ácido salicílico (1) utilizando-se anidrido acético como agente acilante e ácido sulfúrico como
catalisador. A maior impureza no produto final é o próprio ácido salicílico, que pode estar
presente devido a acetilação incompleta ou a partir da hidrólise do produto durante o processo
Química Experimental IV
31
de isolamento. Este material é removido durante as várias etapas de purificação e na
recristalização do produto.
O ácido acetilsalicílico é solúvel em etanol e em água quente, mas pouco solúvel em
água fria. Por diferença de solubilidade em um mesmo solvente (ou em misturas de solventes),
é possível purificar o ácido acetilsalicílico eficientemente através da técnica de recristalização.
3-PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
3.1-SÍNTESE DO ÁCIDO ACETILSALICÍLICO (AAS):
Coloque 2,5 g de ácido salicílico seco e 5,0 mL de anidrido acético em um erlenmeyer
de 50 mL (ou um balão de 100 mL). Adicione 4 gotas de ácido sulfúrico concentrado (ou ácido
fosfórico 85%). Agite o frasco para assegurar uma mistura completa. Aqueça a reação em
banho-maria (por volta de 50-60oC), mantendo a agitação durante 10-15 minutos. Deixe a
mistura esfriar. Adicione 25 mL de água gelada. Espere formar os cristais para filtrar no funil de
Büchner (Figura 1), lavando com água gelada (2 x 5,0 mL). Determine o ponto de fusão.
Figura 1 : Filtração a vácuo com funil de Büchner.
3.2- PURIFICAÇÃO DO PRODUTO:
3.2.1- Com EtOH/H 2O: Dissolva o sólido obtido em cerca de 10 mL de álcool etílico, levando a
mistura a ebulição. Despeje esta solução em 22 mL de água previamente aquecida. Caso haja
formação de precipitado neste ponto, aqueça a mistura até dissolução completa. Deixe esfriar
lentamente. Pode-se observar a formação de cristais sob a forma de agulhas. Filtre usando
funil de Büchner (lavar com alguns mililitros de água gelada seguido de etanol gelado), seque e
determine o ponto de fusão do produto obtido. Calcule o rendimento percentual.
Química Experimental IV
32
PÓS-LABORATÓRIO
1- Proponha outros reagentes para sintetizar a aspirina e outros solventes que poderiam ser
utilizados na sua purificação:
2- Qual é o mecanismo da reação entre o ácido salicílico e o anidrido acético, em meio ácido?
3- O H+ atua, na reação de preparação do AAS, como um reagente ou como um catalisador?
Justifique sua resposta.
4- Qual é a função do "trap" (kitassato) no aparato para filtração a vácuo?
5- Qual o reagente limitante usado nesta experiência? Justifique calculando o número de mols
de cada reagente.
6- Ao purificar um composto por recristalização, é aconselhável esfriar a solução lenta ou
rapidamente? Explique. Cite outra(s) técnica(s) utilizada(s) para iniciar a formação de cristais.
7- Por que é recomendável utilizar apenas uma quantidade mínima de solvente na etapa de
recristalização e quais critérios deverão ser levados em consideração para que um solvente
possa ser empregado neste processo?
8- Na etapa de filtração a vácuo, os cristais formados são lavados com água gelada. Por quê?
9- Três alunos (João, Maria e Ana) formavam uma equipe, na preparação do AAS. Um deles
derrubou, acidentalmente, grande quantidade de ácido sulfúrico concentrado no chão do
laboratório. Cada um dos três teve uma idéia para resolver o problema:
- João sugeriu que jogassem água sobre o ácido;
- Maria achou que, para a neutralização do ácido, nada melhor do que se jogar uma solução
concentrada de NaOH;
- Ana achou conveniente se jogar bicarbonato de sódio em pó sobre o ácido.
Qual dos procedimentos seria o mais correto? Explique detalhadamente.
10- O ácido salicílico, quando tratado com excesso de metanol em meio ácido, forma o
salicilato de metila (óleo de Wintergreen). Mostre como esta reação ocorre.
11- Os compostos descritos a seguir possuem propriedades analgésicas e antipiréticas
semelhantes as da aspirina. Proponha reações para sua síntese:
a) Salicilato de sódio.
b) Salicilamida.
c) Salicilato de fenila.
12- Justifique o fato do analgésico comercial Aspirina ser mais solúvel em água do que o
ácido acetilsalicílico.
13- Pesquise sobre a ação farmacológica do ácido acetilsalicílico e seus efeitos colaterais.
Química Experimental IV
33
EXPERIMENTO 05
CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA
1- INTRODUÇÃO
Os métodos mais eficientes de separação de misturas de compostos orgânicos são os
métodos cromatográficos. A cromatografia pode ser definida como a separação de uma mistura
de dois ou mais compostos pela distribuição entre duas fases (uma estacionária e outra móvel).
Os vários tipos de cromatografia dependem da natureza das duas fases envolvidas e de
sua interação diferencial com as substâncias a serem separadas. Assim, pode-se distinguir
diferentes tipos de cromatografia:
i. Cromatografia líquido-sólido: a fase móvel é um líquido e a fase estacionária é m
sólido.
ii. Cromatografia líquido-líquido: ambas as fases são líquidos e na fase estacionária o
líquido pode estar ligado a um suporte sólido.
iii. Cromatografia gás-líquido: a fase móvel é um gás e a fase estacionária é um líquido
não volátil sobre o suporte sólido.
iv. Cromatografia gás-sólido: a fase móvel um gás e a fase estacionária é um sólido.
A mistura a ser separada se deposita sobre a fase estacionária e a fase móvel percorre o
sistema deslocando os componentes da mistura em velocidades distintas que dependem da
afinidade dos mesmos por cada uma das fases (Figura 1). Eluição é o termo usado para a
migração dos componentes da mistura ao longo da fase estacionária impulsionados pela fase
móvel.
Figura 1. Eluição dos componentes de uma mistura.
Química Experimental IV
34
Existem outras classificações para os diferentes tipos de cromatografia:
a) Em função da interação que se estabelece entre os componentes da mistura e as fases
móvel e estacionária:
i) Cromatografia de adsorção: a separação se baseia nas diferenças de solubilidade dos
componentes da mistura, sendo a fase estacionária um sólido.
ii) Cromatografia de partição: a separação se baseia nas diferenças de solubilidade dos
componentes da mistura entre as duas fases sendo ambas líquidas.
iii) Cromatografia de troca iônica: são produzidas trocas entre íons presentes na fase
estacionária e aqueles do composto orgânico solubilizado e ionizado na fase móvel.
iv) Cromatografia de bioafinidade: baseado nas interações da amostra com grupos contendo
especificidade biológica (ex. antígenos, enzimas, etc.), ligados quimicamente a um suporte.
v) Cromatografia de exclusão: processo puramente mecânico de separação, baseado na
facilidade de penetração dos poros da fase estacionária por moléculas de tamanho
distintos.
b) Em função da forma física do sistema empregado para a fase estacionária:
i) Cromatografia em coluna: utiliza como suporte um tubo cilíndrico (geralmente de vidro).
ii) Cromatografia planar: o suporte é uma placa de vidro, alumínio ou plástico.
Podemos utilizar a cromatografia para:
i) Conhecer o número de componentes de uma mistura e identificá-los por comparação com
padrões, Cromatografia Analítica.
ii) Separar misturas de compostos e como método de purificação, Cromatografia Preparativa.
A cromatografia em camada delgada, CCD (ou TLC, do inglês “thin layer
chromatography”), é um tipo de cromatografia sólido-líquido, na qual a fase móvel é o solvente
de desenvolvimento e a fase estacionária é constituída, em geral, por uma camada de sílica-
gel.
2- METODOLOGIA:
Cada grupo receberá uma placa cromatográfica, a qual foi previamente dividida com o
auxílio de um estilete.
As substâncias a serem analisadas serão disponibilizadas pelo professor (óleo do cravo
da índia, lipídeos de material biológico, β-naftol e anilina) deverão ser dissolvidas em cerca de
10 mg/mL de solvente apropriado. Todas as amostras deverão ser aplicadas a uma distância
de aproximadamente 1,0 cm da base da placa, com o auxílio de um capilar e deverão ter de 1 a
2 mm de diâmetro (Figura 2).
Química Experimental IV
35
As amostras deverão ser aplicadas na placa na ordem indicada a seguir:
1. Óleo de cravo da índia
2. Lipídeos de material biológico
3. β-Naftol
4. Anilina
Aplicar as amostras dissolvidas em cloreto de metileno em uma das extremidades da
placa. Desenvolver (“correr”) a cromatografia em uma cuba contendo hexano/acetato de etila
(9:1) até a marca feita na placa (Figura 2). Retirar a placa e deixar evaporar o solvente.
Figura 2: Cuba de cromatografia com placa em desenvolvimento (CCD).
REVELAÇÃO DAS PLACAS
As placas deverão ser reveladas primeiramente com lâmpada ultravioleta. (Cuidado!
Não olhe diretamente na luz).
Os contornos das manchas observadas deverão ser marcados com o auxílio de um
lápis ou estilete e, em seguida, as placas deverão ser reveladas em cuba contendo um
revelador (por exemplo, saturada com vapores de iodo ou com p-anisaldeído em meio ácido)
para cálculo dos fatores de retardamento (Rf´s) (Figuras 3 e 4).
Química Experimental IV
36
Figura 3: Fatores de retardamento (Rf’s) de amostras em CCD.
Figura 4: Separação de dois componentes A e B de uma mistura. (a) Eluente pouco polar; (b)
Eluente de polaridade adequada; (c) Eluente muito polar.
3- PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL:
1. Aplica-se em pontos separados, através de tubos capilares, uma gotinha das soluções das
amostras em uma mesma placa de cromatografia, a 1 cm da borda inferior da placa e
mantendo-se cerca de 1 cm de distância entre os pontos de aplicação.
2. Introduz-se a placa na cuba com o solvente de desenvolvimento apropriado, de modo que o
nível do líquido fique abaixo dos pontos de aplicação. Espera-se o desenvolvimento do
cromatograma mantendo-se a cuba fechada.
3. Quando à frente do solvente ficar a 1 cm (registre essa distância) da borda superior da
placa, retira-se e deixa-se secar totalmente ao ar (5 minutos).
4. Antes da revelação, verifica-se o cromatograma na lâmpada UV. Marca-se o contorno das
manchas das substâncias ativas no UV, cuidadosamente, com o auxílio de uma lapiseira.
Química Experimental IV
37
5. Para revelação definitiva, insere-se a placa em um recipiente cilíndrico e seco de tamanho
adequado contendo um pouco do revelador e coberto com um vidro de relógio. Espera-se o
surgimento de manchas na placa.
6. Registrar as distâncias percorridas pela frente do solvente e pelos componentes de cada
amostra analisada.
7. Repetir o procedimento com uma mistura de hexano/acetato de etila (1:1) como eluente.
PÓS-LABORATÓRIO
1. Com base no experimento realizado, apresente um desenho do seu cromatograma
(revelado na luz ultravioleta e no revelador utilizado).
2. Determinar os Rf´s de todos os componentes das soluções analisadas.
3. Supondo que você precisa emitir parecer técnico em relação ao extrato obtido. Você poderia
inferir no seu parecer que inequivocamente o mesmo contêm eugenol? Você pode inferir
que seu extrato também contém acetato de eugenila e cariofileno? Ou nenhum deles? Ou
outros constituintes? Explique.
4. Com base nos Rf´s dos componentes de sua amostra e considerando aspectos estruturais
dos constituintes do óleo do cravo da India, você poderia fazer uma correspondência entre
as manchas observadas e os componentes do óleo do cravo?
5. Observe o aspecto da sua cromatoplaca quando revelada sob luz ultravioleta e no outro
revelador e diga quantos componentes foram detectados em cada caso. Considerando os
aspectos estruturais dos constituintes do óleo do cravo da India, você avalia como coerente
os resultados da comparação? Explique.
Química Experimental IV
38
EXPERIMENTO 06
REAÇÕES DE CARACTERIZAÇÃO DE GRUPOS FUNCIONAIS
Grupos funcionais presentes em uma amostra desconhecida podem ser caracterizados
aplicando-se testes de funcionalidade adequados. Por meio desses testes, funções muito
parecidas podem ser facilmente diferenciadas, como por exemplo: aldeídos de cetonas,
acetilenos de olefinas, álcoois de éteres, etc. Em geral esses testes são muito simples e
rápidos.
Embora os métodos espectrométricos modernos sejam muito mais eficientes, os testes
de caracterização de grupos funcionais muitas vezes ainda são usados para elucidar questões
duvidosas sob o ponto de vista das técnicas espectrométricas.
Cada grupo funcional apresenta certas reações características, razão pela qual são
utilizadas como reações de identificação. Estas reações são testes qualitativos que permitem
caracterizar uma determinada funcionalidade observando-se uma transformação química
através de mudanças físicas provocadas pela reação. Algumas dessas mudanças não são
fáceis de serem observadas, mas são úteis num determinado instante particular. De forma
geral, os testes de análise funcional devem ser realizados à pressão atmosférica e num
intervalo de tempo relativamente pequeno.
A partir de evidências experimentais, deduz-se o grupo funcional ou os grupos
funcionais que provavelmente estão presentes na amostra desconhecida, realizando-se os
ensaios por meio de reagentes apropriados à classificação.
Listados abaixo encontramos os mais importantes testes de análise funcional,
organizados por classes funcionais, inclusive com as instruções para o respectivo emprego. O
estudante é fortemente aconselhado a não efetuar ensaios desnecessários, pois não somente
constituem uma perda de tempo e reagente bem como aumentam a possibilidade de erro.
Sugere-se a leitura de obras especializadas em que são discutidas em profundidade as
limitações de cada teste.
1. Reações de caracterização de hidrocarbonetos ins aturados (Testes para identificação alcenos e alcinos)
A ligação múltipla é o grupo funcional reativo em alcenos e alcinos devido à pronta
disponibilidade dos elétrons π, podendo sofrer uma série de reações químicas incomuns em
outras classes de substâncias orgânicas. Usualmente, os testes de insaturação mais utilizados
para determinar a presença de uma ligação múltipla em amostras orgânicas são os testes de
adição de bromo e oxidação com permanganato (teste de Bayer).
1a. Ação da solução de permanganato de potássio (Te ste de Bayer).
Química Experimental IV
39
Coloque cerca de 5 gotas de uma amostra desconhecida em um tubo de ensaio,
adicione cerca de 5 gotas de uma solução de permanganato de potássio 0,5% (KMnO4) e agite
bem. Observe a coloração da solução. Se a solução “descorar”, adicione mais algumas gotas
da solução de KMnO4, Agite e observe. Observe se ocorre alguma mudança na cor ou na
temperatura.
1b. Ação da água de bromo (Br 2/H2O)
Coloque aproximadamente 10 gotas da amostra desconhecida em um tubo de ensaio.
Adicione, gota a gota, uma solução de água de bromo (~ 8 gotas), sob agitação, observando o
que acontece a cada adição.
1c. Ação do bromo dissolvido em solvente orgânico ( Br 2/CCl4).
Coloque aproximadamente 10 gotas da amostra desconhecida em um tubo de ensaio.
Adicione, gota a gota, uma solução de bromo dissolvido em tetracloreto de carbono (Br2 /CCl4 )
(~8 gotas), sob agitação, observando o que acontece a cada adição. Observe se há
desprendimento de gás bromídrico.
2. Reações de caracterização de aldeídos e cetonas (Teste com 2,4 dinitrofenilhidrazina)
Colocar 5 gotas da amostra desconhecida em um tubo de ensaio limpo. Adicionar ao
tubo 0,5 mL (~10 gotas) de uma solução de 2,4-dinitrofenilhidrazina. Agitar o tubo por 5
minutos. Anotar o ocorrido e explicar quimicamente o que aconteceu.
2a. Reações de caracterização de aldeídos (Ensaio d e Tollens)
O óxido de prata é um agente redutor brando. Uma solução de óxido de prata diluída
em amônia aquosa (reagente de Tollens ) oxida um aldeído, mas é muito fraco para oxidar
álcoois ou outros grupos funcionais. Uma vantagem de usar o reagente de Tollens para oxidar
aldeídos é que a reação ocorre em condições básicas. Portanto, você não terá de se preocupar
com nenhum dano em outro grupo funcional da molécula, que poderia sofrer uma reação em
meio ácido.
R CHO Ag(NH3)2OH Ag RCOO NH4 NH3 H2O+ 2 2 + 3+ +
reagente deTollens
espelho deprata
O agente oxidante no reagente de Tollens é a Ag+, que é reduzida à prata metálica. O
teste de Tollens é baseado nessa reação: se o reagente de Tollens for adicionado a uma
pequena quantidade de aldeído em um tubo de ensaio, a parte interna do tubo apresentará
uma camada espelhada de prata metálica.
Química Experimental IV
40
O reagente de Tollens é preparado (no dia de sua utilização) misturando-se 2 mL de
uma solução de AgNO3 a 5% e uma gota de uma solução de NaOH a 10% seguido de
agitação. Posteriormente, adiciona-se, gota a gota, uma solução de NH4OH a 10% com
agitação, até que o precipitado de hidróxido de prata se dissolva totalmente, obtendo-se uma
solução transparente. Agita-se e deixa-se em repouso por 10 minutos.
Para realização do ensaio, colocar 0,5 mL (~ 10 gotas) da amostra a ser testada Em um
tubo de ensaio muito limpo, e adicionar 0,5 mL do reagente de TOLLENS recém-preparado.
(Quando a amostra for sólida usar aproximadamente 10 mg).
2b. Reações de caracterização de cetona (Ensaio de Bissulfito)
Adicione cerca de 1 mL da amostra a ser testada em 3 mL de solução saturada fria de
NaHSO3. O resultado positivo é a formação de um sólido cristalino, insolúvel no meio reacional.
3. Reações de caracterização de álcoois (Teste de J ones)
Álcoois primários e secundários são rapidamente oxidados a ácidos carboxílicos e
cetonas, respectivamente, pelo reagente de Jones. Esse reagente é preparado pela adição
lenta de uma suspensão de 25 g CrO3 em 25 mL de ácido sulfúrico sobre 75 mL água
destilada.
Adicione 1 a 2 gotas da amostra a ser testada e depois 5-6 gotas do reagente de
Jones. Observe se a mistura permanece límpida e alaranjada (cor do óxido de cromo) ou azul
esverdeado túrbido (formação de Cr3+). Decida sobre o resultado do teste entre cinco a dez
segundos após a adição dos reagentes. O teste de Jones também dá resultado positivo para
aldeídos e/ou fenóis. 4. Reações de caracterização de fenóis
Para determinar se há presença de fenol numa amostra desconhecida realize o
procedimento apresentado na tabela abaixo. A formação de um complexo colorido indo de
vermelho à violeta quando a amostra é tratada com cloreto férrico (FeCl3), é indicativo da
presença deste grupo funcional e dependendo da quantidade de fenol presente. A maioria dos
fenóis forma um complexo altamente colorido com FeCl3. Para amostras sólidas, dissolver 10 a
20 mg de amostra em 1 mL de água (ou etanol). Adicionar 5 gotas da solução de cloreto férrico
a 1% e observar o desenvolvimento de cor .
Solução de FeCl 3
Controle Pos itivo Controle Negativo
amostra -
2 mL de Etanol + FeCl3 1% 5 gotas 5 gotas
Química Experimental IV
41
PÓS-LABORATÓRIO
1. Apresente em forma de tabela a identificação dos grupos funcionais de cada amostra de
acordo com os resultados dos testes qualitativos (siga as orientações do professor).
2. Apresente o mecanismo das reações dos compostos em cada amostra com os reagentes,
os quais apresentaram testes positivos.
Química Experimental IV
42
EXPERIMENTO 07
PREPARAÇÃO DE UM AROMATIZANTE ARTIFICIAL:
ACETATO DE ISOAMILA
1- INTRODUÇÃO
Ésteres são compostos amplamente distribuídos na natureza. Os ésteres simples
tendem a ter um odor agradável, estando geralmente associados com as propriedades
organolépticas (aroma e sabor) de frutos e flores. Em muitos casos, os aromas e fragrâncias de
flores e frutos devem-se a uma mistura complexa de substâncias, onde há a predominância de
um único éster.
Muitos ésteres voláteis possuem odores fortes e agradáveis. Alguns destes são
mostrados na tabela abaixo:
ÉSTER ODOR CARACTERÍSTICO
Acetato de propila Pêra
Acetato de octila Laranja
Acetato de benzila Pêssego
Propionato de isobutila Rum
Acetato de isopentila Banana
Butirato de metila Maça
Os químicos combinam compostos naturais e sintéticos para preparar aromatizantes.
Estes reproduzem aromas naturais de frutas, flores e temperos. Geralmente, estes
flavorizantes contêm ésteres na sua composição, que contribuem para seus aromas
característicos.
Aromatizantes superiores reproduzem perfeitamente os aromas naturais. Em geral,
estes aromatizantes são formados de óleos naturais ou extratos de plantas, que são
intensificados com alguns ingredientes para aumentar a sua eficiência.
Um fixador de alto ponto de ebulição, tal como glicerina, é geralmente adicionado para
retardar a vaporização dos componentes voláteis. A combinação dos compostos individuais é
feita por diluição em um solvente chamado de "veículo". O veículo mais freqüentemente usado
é o álcool etílico.
2- METODOLOGIA
Neste experimento será sintetizado o acetato de isoamila 1 (acetato de 3-metilbutila),
um éster muito usado nos processos de aromatização. Acetato de isoamila tem um forte odor
Química Experimental IV
43
de banana quando não está diluído, e um odor remanescente de pêra quando está diluído em
solução.
Ésteres podem ser convenientemente sintetizados pelo aquecimento de um ácido
carboxílico na presença de um álcool e de um catalisador ácido. O acetato de isoamila 1 será
preparado a partir da reação entre álcool isoamílico e ácido acético, usando ácido sulfúrico
como catalisador.
O
OHH3C
O
OH3CHO+ +
H+
H2O
1
A reação de esterificação é reversível, tendo uma constante de equilíbrio de
aproximadamente 4,20. Para aumentar o rendimento do acetato será aplicado o princípio de
Le Chatelier, usando ácido acético em excesso.
O tratamento da reação visando a separação e isolamento do éster 1 consiste em
lavagens da mistura reacional com água e bicarbonato de sódio aquoso, para a retirada das
substâncias ácidas presente no meio. Em seguida, o produto será purificado por destilação
fracionada.
ATENÇÃO! É importante saber que o acetato de isoamila é o maior componente do
feromônio de ataque da abelha. Este composto é liberado quando uma abelha ferroa sua
vítima, atraindo assim outras. Portanto, é prudente você evitar contato com abelhas após a
realização desta prática.
3- PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Em uma capela e utilizando um balão de fundo redondo apropriado, misture 6 mL de
ácido acético glacial com 5 mL de álcool isoamílico. Cuidadosamente, acrescente à mistura 0,5
mL de ácido sulfúrico concentrado; adicione então as pedras de porcelana, agitando o balão
manualmente e deixando em refluxo por uma hora (Figura 1).
Terminado o refluxo, deixe a mistura reacional esfriar a temperatura ambiente.
Utilizando um funil de separação, lave a mistura com 40 mL de água e em seguida duas
porções de 20 mL de bicarbonato de sódio saturado. Seque o éster com sulfato de sódio anidro
e filtre por gravidade. Destile o éster, coletando o líquido que destilará entre 136°C e 143°C,
pese e calcule o rendimento.
Química Experimental IV
44
Figura 1 : Esquema de uma reação sob refluxo.
PÓS-LABORATÓRIO: 1- Discuta o mecanismo da reação. Qual a função do ácido sulfúrico? É ele consumido ou não, durante a reação?
2- Qual é o reagente limitante neste experimento? Demonstre através de cálculos.
3- Calcule o rendimento da reação e discuta seus resultados (purificação, dificuldades,
rendimentos).
4- Como se remove o ácido sulfúrico e o álcool isoamílico, depois que a reação de
esterificação está completa?
5- Por que se utiliza excesso de ácido acético na reação?
6- Por que se usa NaHCO3 saturado na extração? O que poderia acontecer se NaOH
concentrado fosse utilizado?
7- Sugira outro método de preparação do acetato de isoamila.
8- Sugira reações de preparação dos aromas de pêssego (acetato de benzila) e de laranja
(acetato de n-octila).
9- Sugira rotas de síntese para cada um dos ésteres abaixo, apresentando o mecanismo de
reação para um deles:
a) propionato de isobutila b) butanoato de etila c) fenilacetato de metila
10- Cite alguns exemplos de ésteres encontrados na natureza. (IMPORTANTE: Procure
ésteres diferentes dos citados durante a aula).
11- Ésteres também estão presentes na química dos lipídeos. Forneça a estrutura geral de um
óleo e uma gordura.
12- Comente a seguinte expressão “Este método de esterificação em geral apresenta bons
rendimentos com álcoois primários, rendimentos razoáveis com álcoois secundários e
rendimentos fracos com álcoois terciários”.
Química Experimental IV
45
EXPERIMENTO 08
OBTENÇÃO DA ACETANILIDA
CONSTANTES FÍSICAS:
Palhetas incolores; p.f : 114ºC; p.e.: 304ºC.
Solvente
Solubilidade
Em água 0,5% a 20ºC; 3,5% a 80ºC Em álcool etílico Solúvel Em éter etílico 7,7% a 25ºC. Em clorofórmio 16,6% a 25ºC Em acetona 31,2% a 30ºC Em benzeno 2,5% a 30ºC
REAÇÃO:
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL:
Em um béquer, fazer uma suspensão de 2,1g de acetato de sódio anidro pulverizado
em 8,35 g (7,9 mL) de ácido acético glacial (utilize a capela de exaustão). Se o acetato de
sódio não estiver anidro, aquecê-lo em cápsula, com constante agitação, até perder a água de
cristalização.
À suspensão, adicionar com agitação 7,75 g (7,6 mL) de anilina (recentemente
destilada) e, finalmente, 9,15 g (8,5 mL) de anidrido acético, em pequenas porções. A reação é
rápida. Terminada a reação, adicionar à mistura, com agitação, 125 mL de água, separando-se
a acetanilida em palhetas cristalinas, incolores. Resfriar, filtrar em Büchner, lavar com água
gelada para remoção dos reagentes residuais. Secar ao ar ou em estufa a 50ºC. Não é
necessária maior purificação. Determine seu ponto de fusão.
Nas condições da reação, forma-se apenas o produto monoacilado; se houver
aquecimento prolongado, formará o produto diacetilado.
REAGENTES C6H5NH2 (d=1,02 g/mL) ............................................7,75 g = 7,6 mL
(CH3CO)2O (d=1,08 g/mL) ......................................9,15 g = 8,5 mL
CH3COOH (d=1,05 g/mL) .......................................8,35 g=7,9 mL
CH3COONa ............................................................2,1g
NH2
(CH3CO)2O/ CH3COOH
CH3COONa
NH CCH3
O
Anilina Acetanilida
Química Experimental IV
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PARTE II: OBTENÇÃO DA p-NITROACETANILIDA
PROPRIEDADES:
Cristais incolores; p.f.: 215ºC.
Solvente Solubilidade Em água Pouco solúvel Em álcool Solúvel Em éter etílico Solúvel
REAÇÃO:
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL:
Em erlenmeyer seco de 125 mL, transferir 5,0 g de acetanilida seca e pulverizada e
6,0 mL de ácido acético; agitar até formar uma suspensão. Adicionar então com agitação
constante 12,5 mL de H2SO4 concentrado. Observar a reação. Resfriar com banho de gelo
(uma salmoura), mantendo a temperatura entre 0-2ºC, adicionando lentamente, em constante
agitação, uma mistura resfriada de 2,8 mL de HNO3 (d=1,40 g/L) com 1,7 mL de H2SO4
concentrado (d =1,84 g/L), contida em um funil de separação seco. Durante a adição, manter a
temperatura da reação abaixo de 10ºC. Remover o erlenmeyer do banho refrigerante e deixar
em repouso, à temperatura ambiente, por um período de uma hora para completar a reação.
Após este período, verter a mistura reacional sobre 62,5 g de gelo picado e água com agitação
vigorosa, com a finalidade de precipitar como finas partículas a p-nitroacetanilida formada.
Deixar em repouso por 15 minutos, filtrar em Büchner e lavar várias vezes com água gelada,
para remover os ácidos residuais controlando o processo com papel de tornassol. Purificar a p-
nitroacetanilida bruta dissolvendo-a em álcool etílico, à ebulição, em erlenmeyer, sob refluxo;
filtrar quente (caso haja impurezas sólidas), concentrar a solução alcoólica em chapa
aquecedora e deixar cristalizar; filtrar os cristais em Büchner, lavando com pequena quantidade
de álcool etílico gelado (~2 mL), escorrer bem e secar ao ar ou em estufa a 100ºC. Determinar
o ponto de fusão.
H2SO4
HNO3
Acetanilida
NH CCH3
ONH CCH3
O
NO2p-Nitro - Acetanilida
Química Experimental IV
47
PARTE III: OBTENÇÃO DE p-NITROANILINA
PROPRIEDADES:
Sólido em forma de agulhas amarelas, p.f.: 147,5ºC.
Solvente Solubilidade Em água 2,2% a 100ºC Em éter 4,4% a 20ºC Em álcool 4,6% a 20ºC
REAÇÃO:
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL:
Aquecer a ebulição, por 20 minutos, em balão de fundo redondo provido de condensador
de refluxo, a mistura de 3,75 g de p-nitroacetanilida com 20 mL de solução a 70% de H2SO4,
preparada adicionando cuidadosamente 11,5 mL de H2SO4 concentrado (d = 1,84 g/L) sobre
8,5 mL de água contida em béquer.
Verificar o final da hidrólise pela diluição com água, de amostra da mistura reacional, até três
vezes o seu volume; deverá apresentar solução límpida.
A mistura reacional contendo o sulfato de p-nitroanilina é então vertida, ainda quente,
sobre 125 mL de água fria. A p-nitroanilina é precipitada pela adição de solução aquosa a 40%
de NaOH, com agitação. Deixar resfriar, e filtrar o precipitado cristalino amarelo, lavando com
água fria para completa remoção dos componentes minerais.
Purificar a p-nitroanilina dissolvendo o produto bruto em água quente, concentrando e,
deixando cristalizar por resfriamento. Filtrar em Büchner, escorrer bem e secar ao ar, sob funil
de proteção ou estufa a 50ºC. Determinar o ponto de fusão.
PÓS-LABORATÓRIO:
1) Explique por que a reação de nitração da anilina não pode ser obtida diretamente e sim a
partir da anilina acetilada.
2) Apresente o mecanismo da reação de acetilação da anilina.
NH CCH3
O
NO2p-Nitro - Acetanilida
H2SO4 H2O
NH3HSO4
NO2Sulfato de p-Nitro-Anilina
NaOH
NO2
NH2
p-Nitro Anilina
Química Experimental IV
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3) Apresente o mecanismo da reação de nitração da acetanilida.
4) Justifique a necessidade de pH básico após a etapa de hidrólise ácida da p-NO2-acetanilida.
5) Calcule o rendimento de cada etapa individual e o rendimento total do processo de obtenção
da p-nitroanilina.
Química Experimental IV
49
EXPERIMENTO 09
SÍNTESE DE CORANTES: ALARANJADO DE METILA E
ALARANJADO II
1- INTRODUÇÃO:
A prática do uso de corantes é uma arte que vem desde a antiguidade. Os egípcios,
fenícios e romanos já empregavam alguns corantes, que eram compostos químicos em estado
puro como o indigo, a alizarina e a henna. Até meados do século XIX, os principais corantes
eram de origem vegetal como, por exemplo, o indigo, isolado da planta Indigosfera tinctoria,
conhecido há mais de 4000 anos na Ásia.
Foi em 1856 que W.H. Perkin, um químico Inglês, acreditando poder sintetizar a quinina
a partir da oxidação da aliltoluidina, obteve um precipitado vermelho-castanho.
Apesar do insucesso na obtenção da quinina, ele se interessou profundamente pelas
propriedades coloridas do composto obtido e, repetindo a reação, desta vez adicionando
anilina ao meio reacional, obteve o primeiro corante sintético, a conhecida anilina púrpura ou
mauveina.
Mauveína
A partir desta descoberta, os corantes sintéticos ganharam nova dimensão e três anos
mais tarde já eram conhecidas várias substâncias com propriedades de corantes como:
pararosalina, verde de malaquita, cristal violeta aurina, etc. O primeiro corante do tipo azo foi
sintetizado por Peter Gries no laboratório de Kolbe, em 1858, através de estudos e
observações sobre a reação de diazotização de aminogrupo em compostos aromáticos.
Química Experimental IV
50
Gries fazendo esta reação na própria anilina obteve o amarelo anilina, o qual foi
introduzido no comércio, quatro anos mais tarde.
Os compostos azo Ar-N=N-Ar são preparados pela interação de um sal de diazônio com
outro composto aromático ativado na presença de uma base. Normalmente, emprega-se um
derivado aromático substituído contendo grupo ácido sulfônico ou seu sal para aumentar a
solubilidade do produto em água e conseqüentemente sua utilidade. Os corantes do tipo azo
são amplamente indicados e utilizados para tingimento de fibras de algodão, papéis, como
corantes de solventes (óleos, ceras, vernizes, graxas de sapato), etc.
O alaranjado de metila e alaranjado II são corantes de grande importância na indústria
de tintas, sendo o primeiro utilizado também como indicador de pH (ponto de viragem pH 3,1-
4,4). Eles são sintetizados a partir do ácido sulfanílico, conforme o esquema abaixo:
N(CH3)2
NaOH
OHNaNO2
HCl
SO3-
NH3
SO3
N2
N N N(CH3)2O3SNa
alaranjado de metila
N NO3S
HO
Na
alaranjado II INTERAÇÃO FIBRA CORANTE Os corantes interagem com as fibras, através de: atração eletrostática, pontes de
hidrogênio e até ligações covalentes. Quando não são possíveis estas interações, pode-se
utilizar fixadores (mordantes) que são íons complexos de metais de transição como, por
exemplo, o [Cr(H2O)6 ]+3 o qual se fixa no corante para facilitar a atração com o tecido, bem
como acentuar a cor.
2- OBJETIVO:
Preparação de corantes do tipo azo através de reação de obtenção de sais de diazônio do
ácido sulfanílico.
3-PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL:
Química Experimental IV
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3.1- Preparação do sal de diazônio:
Num Erlenmeyer de 125 mL, coloque 1,05 g de ácido sulfanílico, 0,3 g de carbonato de
sódio anidro e 10 mL de água e aqueça até que se obtenha uma solução límpida. Esfrie a
solução até cerca de 15°C e adicione uma solução de 0,4 g de nitrito de sódio em 1 mL de
água. Derrame a solução resultante, vagarosamente e com agitação, num béquer de 125 mL
contendo 1,05 mL de ácido clorídrico concentrado e 12 g de gelo picado. Faça um teste para
verificar a presença de ácido nitroso livre, com papel de amido-iodeto de potássio após 15
minutos. Logo precipitam-se os cristais finos de sulfonato de diazobenzeno. Não filtre, pois se
dissolverão na próxima etapa. Divida a solução em duas partes iguais (parte A e B).
3.2- Alaranjado de metila
Dissolva 0,3 g (0,6 mL) de dimetilanilina em 0,3 mL de ácido acético glacial e adicione
com agitação vigorosa à suspensão de sal de diazônio (parte A). Deixe a mistura em repouso
por 10 minutos, gradativamente, processa-se a separação da forma vermelha ou ácida do
alaranjado de metila. Adicione, então vagarosamente e com agitação 1,5 g de uma solução de
NaOH a 10% (6 mL) e, depois, aqueça a mistura até próximo ao ponto de ebulição. Adicione
cerca de 1,0 g de NaCl e deixe a mistura esfriar durante 15 minutos num banho de gelo. Filtre
os cristais num funil de Büchner, lave os cristais com um pouco de etanol gelado (3,0 mL) e
deixe escorrer bem. Após cerca de 15 minutos, transfira os cristais para um vidro de relógio
previamente tarado. Deixe secar ao ar, pese os cristais e faça os cálculos de rendimento.
3.3- Alaranjado II como corante de tecido (algodão, lã, etc. ):
A síntese será feita na própria trama do tecido. Dissolva 0,15 g de β-naftol em 1,5 mL de
uma solução de NaOH 5% num béquer de 50 mL. Mergulhe um pedaço de tecido de algodão
ou lã e deixe durante 2-3 minutos. Dilua a parte B (segunda parte 1 ), com 5 mL de água
gelada. Retire o tecido da solução de β-naftol, deixe escorrer bem e então mergulhe com
agitação na solução diluída de sal de diazônio. Deixe o tecido imerso com agitação ocasional
durante 5 minutos, em seguida retire-o e enxagüe bem com água. Leve para casa seque e cole
no relatório.
PÓS-LABORATÓRIO:
1) Apresente o mecanismo da reação de acoplamento do sal de arenodiazônio com β-naftol
para formar o alaranjado II.
2) Calcule o rendimento do alaranjado de metila obtido.