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Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 6, n.13, jul-dez de 2015 114
APRECIAÇÃO COMPARATIVA DA PRESSÃO ARTERIAL (PA) E FREQUÊNCIA CARDÍACA (FC) ANTES, DURANTE E APÓS O TRATAMENTO
FISIOTERAPÊUTICO RESPIRATÓRIO E MOTOR EM PACIENTES SUBMETIDOS À VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA (VMI) EM CENTRO DE TERAPIA
INTENSIVA (CTI) COMPARATIVE ASSESSMENT OF BLOOD PRESSURE (BP) AND HEART RATE
(HR) BEFORE, DURING AND AFTER RESPIRATORY PHYSIOTHERAPY AND MOTOR IN PATIENTS UNDERGOING INVASIVE MECHANICAL VENTILATION
(IMV) IN INTENSIVE CARE UNIT (ICU)
Jéssica Amanda dos Anjos Silva – [email protected] Luara Rangel – [email protected]
Graduandas em Fisioterapia – UNISALESIANO Lins Prof. Me. Antônio Henrique Semençato Junior – UNISALESIANO Lins –
RESUMO
O presente estudo tem como objetivo apreciar de forma Comparativa a
Pressão Arterial (PA) e a Frequência Cardíaca (FC) antes, durante e após o Tratamento Respiratório e Motor em Pacientes submetidos à Ventilação Mecânica Invasiva (VMI) em Centro de Terapia Intensiva (CTI). Analisando-se as evoluções em fichas de protocolos efetuados diariamente pelo Fisioterapeuta Intensivista, 3 minutos antes do início da execução dos procedimentos, 10 minutos após e 3 minutos posteriores ao término dos mesmos, no CTI da Associação Hospitalar Santa casa de Lins a fim de evidenciar possíveis alterações relativas. Após a realização desta não foi constatado alterações significativas estatisticamente na FC, por outro lado, os resultados apresentaram alterações na Pressão Arterial Sistólica (PAS) no gênero feminino e na Pressão Arterial Diastólica (PAD) no gênero masculino. As alterações demonstradas não são prejudiciais ao paciente, portanto não encontra-se necessária a interrupção da intervenção fisioterapêutica, pois as alterações demonstradas não afeta o estado hemodinâmico do paciente.
Palavras-chave: Pressão arterial. Frequência cardíaca. Fisioterapia. Centro de terapia intensiva. Hemodinâmicas.
ABSTRACT This study aims to assess the comparative order to Blood Pressure (BP) and heart rate (HR) before, during and after the Respiratory Care and Motor in Patients undergoing ventilation Invasive Mechanical (VMI) in Intensive Care Unit (ICU). Analyzing developments in protocols chips made daily by Physiotherapist Intensive, three minutes before the start of implementation of the procedures, 10 minutes after and 3 minutes after the end thereof, in the ICU of the Hospital Association Santa Lins house in order to evidence possible changes relative. After performing this was not observed statistically significant changes in FC, on the other hand, the results showed changes in systolic blood pressure (SBP) in females and in diastolic blood pressure (DBP) in males. The changes shown are not harmful to the patient, so no
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interruption of physical therapy intervention is necessary because the changes shown does not affect the hemodynamic status of the patient.
Keywords: Blood pressure. Heart rate. Respiratory physical therapy and motor. Centre for intensive car. Hemodynamic changes.
INTRODUÇÃO
De acordo com Gobbi; Cavalheiro (2009), a monitorização dos sinais vitais é
de extrema importância no controle hemodinâmico do paciente hospitalizado. Sendo
eles: pressão arterial (PA), frequência cardíaca (FC), temperatura corporal e
frequência respiratória (FR). Quaisquer alterações sendo em um ou mais desses
sinais, terá relação com um desequilíbrio cardiorrespiratório.
Para Presto; Presto (2006), os valores da frequência cardíaca em um adulto
com funções hemodinâmicas normais em repouso podem variar de 60 a 100
batimentos por minuto (bpm). Quando ocorre uma disfunção da FC levando os
valores a aumentarem acima de 100 bpm caracteriza-se taquicardia, podendo ser
relacionada com hipóxia, anemia, febre e exercício. Define-se bradicardia quando
esses valores estão inferiores a 60 bpm, podendo ser associada a medicamentos.
A pressão arterial sistólica caracteriza-se pela contração (bombeamento) das
câmaras do coração, levando seus valores a serem iguais ou inferior a 140 mmHg.
A partir do momento em que essas câmaras relaxam-se ocorre a diástole, sendo
eles seus valores igual ou inferior a 90mmHg.
A presente pesquisa tem como objetivo comparar possíveis alterações na FC
e PA antes, durante e após o atendimento fisioterapêutico motor e respiratório, de
156 casos sendo (78 do gênero masculino e 78 do gênero feminino) evidenciando a
importância da aferição de tais sinais pelo profissional em Centro de Terapia
Intensiva. Para tanto, realizar-se-á uma análise documental das fichas de evolução
diária de pacientes submetidos à Ventilação Mecânica Invasiva (VMI), que estejam
sob tratamento Fisioterapêutico Intensivo na Associação Hospitalar Santa Casa de
Lins, no período de abril a agosto de 2015. Para verificar a veracidade dos
pressupostos, surgiu a seguinte pergunta problema: Existem alterações na pressão
arterial (PA) e frequência cardíaca (FC) quando comparados os valores antes,
durante e após tratamento fisioterapêutico respiratório e motor em pacientes
submetidos à ventilação mecânica em CTI?
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Em resposta ao questionamento levantou-se a hipótese que tem por
finalidade última nortear o trabalho: A execução dos procedimentos fisioterapêuticos
realizados em pacientes sob ventilação mecânica invasiva em Centro de Terapia
Intensiva, podem demonstrar diferenças entre os valores da pressão arterial (PA) e
frequência cardíaca (FC) averiguados antes, durante e após tais procedimentos,
devido possíveis alterações hemodinâmicas.
1 MONITORIZAÇÃO DA FREQUÊNCIA CARDÍACA
Presto; Presto (2006), mencionam que pacientes que estejam sob
atendimento em Unidades ou Centros de Terapia Intensiva (CTI) são monitorados
hemodinamicamente de forma contínua e não invasiva. A averiguação da
frequência cardíaca (FC) de pacientes em terapia intensiva geralmente é visualizada
através de monitores, onde os eletrodos estão conectados no tórax do paciente,
outro método para a aferição é por meio da palpação, sendo ela palpação da artéria
femoral, radial ou pediosa.
Durante a averiguação da frequência cardíaca deve ser avaliada a frequência, o ritmo força do pulso periférico. A frequência de pulso normal do adulto é de 60 a 100 batimentos por minutos e com o ritmo regular. (SARMENTO, 2005, p. 26)
Segundo Presto; Presto (2006), a FC está inteiramente ligada com o débito
cardíaco (DC), sendo a quantidade de sangue circulante no corpo por minuto,
podendo ser alterada por diversos fatores patológicos, sinais ou sintomas. A
descarga do sistema nervoso simpático (SNS) ou parassimpático (SNP) está
relacionada com as alterações da FC. Existem alguns fatores que justificam as
elevações da FC, sendo eles: redução da ventilação e/ou difusão, processos
inflamatórios e infecciosos, aumento da extração de O2 pelos tecidos, dentre outros.
Conforme Johnson (2000), as modificações da FC desencadeiam efeitos
sobre o débito cardíaco devido estar associado ao retorno venoso, na medida em
que a FC aumenta o débito cardíaco em resposta aumenta proporcionalmente,
levando a queda do retorno venoso e débito sistólico.
Guyton; Hall (2011) acreditam que, o débito cardíaco é regulado pela soma
das regulações do fluxo sanguíneo em todos os tecidos locais do corpo. Sendo
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assim, é determinado pela junção dos diversos fatores orgânicos que controlam o
fluxo sanguíneo local. O retorno venoso é formado por todo sangue fluente local,
desta forma o coração bombeia momentaneamente esse sangue conduzindo de
volta para as artérias, a fim de fluir novamente pelo sistema circulatório.
2 MONITORIZAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL
De acordo com Guyton; Hall (2011), a PA é de característica pulsátil devido
ao batimento cardíaco, onde uma pequena quantidade de sangue é ejetada do
coração para a aorta. A pressão sistólica corresponde a cada contração cardíaca,
que em condições normais aumentam cerca de 120 mmHg. A cada intervalo dos
batimentos cardíacos, o sangue segue das artérias de grande calibre para a
circulação sistêmica, diminuindo a pressão para 80mmHg, nominado pressão
diastólica. Portanto, os valores pressóricos normais de um adulto é de 120/80
mmHg.
Presto; Presto (2006), afirma que a diferença denominada entre a PA sistólica e
a PA diastólica, é a pressão de pulso, cujos valores normais é cerca de 35 a 40
mmHg, quando esses valores são inferiores a 35 mmHg, torna-se mais difícil a
palpação do pulso.
Conforme Guyton; Hall (2011) o sistema nervoso desempenha o papel no
controle rápido da PA, estimulando de forma simultânea as funções
cardioaceleradoras e vasoconstritoras do sistema nervoso simpático, juntamente
ocorre o bloqueio recíproco de sinais inibitórios parassimpáticos vagais para o
coração. Sendo assim três alterações importantes que ajudam a elevar a PA
ocorrendo ao mesmo tempo, são elas: a contração de grande parte das arteríolas da
grande circulação promovendo um aumento da resistência periférica; o coração
estira-se aumentando excessivamente a força dos batimentos bombeando o maior
volume de sangue; o coração pode bombear cerca de duas vezes mais sangue ao
longo da estimulação simpática intensa se comparado em condições normais.
Os barorreceptores são receptores de estiramentos, localizados no interior das paredes do coração e de alguns vasos sanguíneos. Os barorreceptores alimentam o sistema nervoso central com informações acerca da pressão sanguínea. Quando distendidos pela pressão no interior da parede vascular, eles dão origem a potenciais
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de ação nos neurônios sensoriais que os inervam. (JOHNSON, 2000, p.177)
Guyton; Hall (2011) definem que o sistema rim-líquidos atua potentemente de
forma lenta para o controle da pressão arterial, quando a capacitância vascular não
é alterada, e o volume sanguíneo está aumentado, a PA como resposta se elevará,
fazendo com que os rins excretem grandes volumes para normalizar a pressão.
Sendo assim, esse sistema rim-líquidos se torna essencial para o controle da
pressão ao longo prazo.
3 ATENDIMENTO FISIOTERAPÊUTICO EM CTI
De acordo com Azeredo (2002), o fisioterapeuta intensivista proporciona ao
paciente a assistência sendo capaz de avaliar adequadamente utilizando a melhor
conduta, tendo em vista os benefícios e os riscos que estão presentes nos pacientes
em CTI, entendendo o quadro clínico do paciente e traçar o melhor procedimento e
assim alcançar eficientes resultados.
Os critérios para indicação da fisioterapia são os sinais clínicos de obstrução das vias aéreas, aumento do volume e da viscosidade da secreção pulmonar, desconforto respiratório, ventilação pulmonar mecânica e restrições de posicionamento no leito. (COSTA, 1999, p.107)
Segundo Presto; Damazio (2009) é necessário realizar diariamente a
avaliação fisioterapêutica a beira do leito, iniciando com uma detalhada leitura no
prontuário do paciente e posteriormente avalia-se o paciente considerando alguns
parâmetros importantes sendo eles: identificação do paciente incluindo a anamnese,
período de internação hospitalar, monitorização hemodinâmica, diagnostico médico,
comorbidades e nutrição; sinais vitais sendo eles pressão arterial, temperatura
corporal, frequência cardíaca, saturação de oxigênio e frequência respiratória;
exames físicos tais como exame cardiovascular, neurológico, respiratório e aparelho
urinário, além de exames laboratoriais e complementares sendo gasometria arterial,
hemograma, radiológicos e outros específicos.
Quanto maior o tempo de internação maiores são as possibilidades do
paciente desenvolver complicações como, por exemplo, a síndrome da imobilidade
no leito. (PRESTO; DAMAZIO, 2009, p.13)
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4 METODOLOGIA E RESULTADOS DA PESQUISA
Após aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) do UniSALESIANO, nº
1.256.862 de 03/10/2015 (ANEXO II), foi executado tal estudo no Centro de Terapia
Intensiva (CTI) da Associação Hospitalar Santa Casa de Lins, na Rua Pedro de
Toledo nº 486, sendo composta por cinco leitos com completa monitorização
contínua e suporte ventilatório invasivo durante 24horas por dia, no período
vespertino das 13h às 18h, 5 (cinco) vezes por semana, nos meses de abril a
setembro de 2015, acompanhando e executando os procedimentos atinentes a esta,
sob a supervisão do Fisioterapeuta e Docente de tal setor, ponderando-se dados
coletados e arquivados, de acordo com as seguintes variáveis de interesse para o
presente: Pressão Arterial (PA) e Frequência Cardíaca (FC). O CTI selecionado para
a efetivação desta se apresentava em condições favoráveis para o desenvolvimento
desta.
4.1 Participantes
Foram selecionados de forma não aleatória 156 pacientes (78 do gênero
masculino e 78 feminino), abrangendo assim apenas aqueles que obedecessem ao
critério de inclusão o qual determinava que os pacientes estivessem hospitalizados
no CTI da AHSCL submetidos à Ventilação Mecânica Invasiva sob assistência
Fisioterapêutica, excluindo-se para tal aqueles que não obedecessem aos critérios
supracitados.
4.2 Materiais
Foram utilizados aparelhos de monitorização contínua DIXTAL® 2022,
contendo registros dos valores dos níveis pressóricos e frequência cardíaca e uma
ficha onde foram coletados os dados registrados da pressão arterial e frequência
cardíaca (3 minutos antes, 10 minutos durante e 3 minutos após o término dos
procedimentos Fisioterapêuticos).
4.3 Procedimentos
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Nos pacientes submetidos à Ventilação Mecânica Invasiva sob suporte
fisioterapêutico, foi conferida no aparelho de monitorização contínua a pressão
arterial sistólica e diastólica, além da frequência cardíaca, disparando-se o botão de
aferição 3 minutos antes de iniciar os procedimentos fisioterapêuticos respiratórios e
motores; o mesmo foi realizado após 10 minutos de intervenção e repetidos 3
minutos após o término dos procedimentos supracitados. Após obtenção de tais
dados foi realizado a equação da Pressão Arterial Média (PAM = PAS + 2xPAD/3).
4.4 Análise estatística
Para análise dos dados utilizou-se o Teste t-Student com duas amostras em
par paras as medidas (hemoscedestáticas) e distribuição bicaudal para determinar
variações significativas e assim comparar os resultados obtidos com a tábua de T
crítico analisando a hipótese inicial que determinava as diferenças entre: Pressão
Arterial Sistólica antes e durante; Pressão Arterial Sistólica antes e depois; Pressão
Arterial Sistólica durante e depois; Pressão Arterial Diastólica antes e durante;
Pressão Arterial Diastólica antes e depois; Pressão Arterial Diastólica durante e
depois; Pressão Arterial Média antes e durante; Pressão Arterial Média antes e
depois; Pressão Arterial Média durante e depois: Frequência Cardíaca antes e
durante; Frequência Cardíaca antes e depois; Frequência Cardíaca durante e
depois, após a intervenção fisioterapêutica respiratória e motora. Foram
consideradas diferenças significativas (P<0,05).
4.5 Resultados
Após execução de tratamento estatístico utilizando-se o Teste T de Student
(Tabela 1) para amostras dependentes observando-se apenas alterações
estatisticamente significativas (p = 0,002) quando comparadas as pressões arteriais
sistólicas durante e depois da Fisioterapia Respiratória e Motora em pacientes
hospitalizados no CTI sob VMI. Quando comparadas as frequências cardíacas antes
e durante (p = 0,20), antes e depois (p = 0,16) e durante e depois (p = 0,68) não
foram registradas diferenças significativas, assim como quando comparadas as
pressões arteriais diastólicas antes e durante (p = 0,84), antes e depois (p = 0,68),
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além de durante e depois (p = 0,56).
Tabela 1 - Indica os valores médios encontrados para o gênero masculino
VARIÁVEIS PASA PADA FCA PASD PADD FCD PAS DEP
PAD DEP
FC DEP
PAM ANTES
PAM DURANTE
PAM DEPOIS
MÁX 190 110 124 190 110 148 182 110 144 360 241 427
MÉDIA 139 68 85 149 71 86 137 69 86 187 189 186
MÍNIMO 100 10 52 70 10 52 70 10 53 127 117 109
MED/DP 139 ±
20 72 ± 37
85 ± 15
142 ± 23*
71 ± 24
86 ± 15
137 ± 24
74 ± 44*
86 ± 15
187 ± 34
189 ± 29
186 ± 41
Fonte: Elaborada pelos Autores, 2015. * Teste T de Student com duas amostras em par para as médias (hemoscedestáticas) e distribuição bicaudal. (p < 0,05) existem diferenças estatisticamente significativas.
Após execução de tratamento estatístico utilizando-se o Teste T de Student
(Tabela 2) para amostras dependentes observando-se alterações estatisticamente
significativas (p = 0,042) quando comparadas as pressões arteriais sistólicas antes e
durante e quando comparadas as pressões diastólicas antes e depois (p = 1,57) e
durante e depois (p = 1,20) da Fisioterapia Respiratória e Motora em Pacientes
Hospitalizados no CTI sob VMI. Quando comparadas as frequências cardíacas antes
e durante (p = 0,41), antes e depois (p = 0,38) e durante e depois (p = 0,89) não
foram registradas diferenças significativas, assim como quando comparadas as
pressões arteriais sistólicas antes e depois (p = 0,28), durante e depois (p = 0,13),
além de comparadas as pressões diastólicas antes e durante (p = 0,91).
Tabela 2- Indica os valores médios encontrados para o gênero feminino
VARIÁVEIS PASA PADA FCA PASD PADD FCD PAS DEP
PAD DEP
FC DEP
PAM ANTES
PAM DURANTE
PAM DEPOIS
MÁX 174 95 139 190 110 149 182 110 149 227 236 243
MÁX 174 95 139 190 110 149 182 110 149 227 236 243
MÉDIA 123 74 94 142 74 96 137 75 96 172 175 175
MÍNIMO 110 46 57 70 40 22 70 46 64 144 139 140
MED/DP 123 ±
16 74 ±
94 ± 18
126 ± 18*
74 ± 13*
96 ± 20
125 ± 18
75 ± 11*
96 ± 16
172 ± 19
175 ± 20 175 ±
21
Fonte: Elaborada pelos Autores, 2015.
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Figura 1 – Demonstra os valores máximos, médios e mínimos de ambos os gêneros
das pressões arteriais sistólicas durante a execução do procedimento para coleta
dos dados
Fonte: Elaborada pelos Autores, 2015. PASAM: Pressao Arterial Sistólica Antes Masculina; PASAF: Pressao Arterial Sistólica Antes Feminina; PASDM: Pressão Arterial Sistólica Durante Masculina; PASDF: Pressao Arterial Sistólica Durante Femina PASDEPM: Pressão Arterial Sistólica Durante Masculina e PASDEPFEM: Pressão Arterial Sistólica Depois Feminina.
Apesar de não ser o objetivo do trabalho, a figura 1 compara o
comportamento hemodinâmico entre os gêneros masculino e feminino antes,
durante e após a execução da fisioterapia respiratória e motora em pacientes
hospitalizados em CTI sob VMI, observa-se neste gráfico que os valores da pressão
arterial sistólica máximos e médios se mantiveram maiores no gênero masculino do
que aqueles registrados para o gênero feminino. Por outro lado os valores mínimos
se demonstraram maiores no gênero feminno durante todo o período observado.
Figura 2: Demonstra os valores máximos, médios e mínimos de ambos os gêneros
das pressões arteriais diastólicas
Fonte: Elaborada pelos Autores, 2015.
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PADAM: Pressao Arterial Diastólica Antes Masculina; PADAF: Pressao Arterial Diastólica Antes Feminina; PADDM: Pressão Arterial Diastólica Durante Masculina; PADDF: Pressao Arterial Diastólica Durante Femina; PADDEPM: Pressão Arterial Diastólica Durante Masculina e PADDEPF: Pressão Arterial Diastólica Depois Feminina.
Figura 3: Indica os valores máximos, médios e mínimos da frequencia cardíaca de
ambos os gêneros durante procedimento da coleta de dados
Fonte: Elaborada pelos Autores, 2015.
FCAM: Frequência Cardíaca Antes Masculina; FCAF: Frequência Cardíaca Antes Feminina; FCDM: Frequência Cardíaca Durante Masculina; FCDF: Frequência Cardíaca Durante Femina; FCDEPM: Frequência Cardíaca Durante Masculina e FCDEPF: Frequência Cardíaca Depois Feminina.
De acordo com a figura 3, observa-se que os valores máximos, médios e
mínimos da frequência cardíaca em ambos os gêneros teve uma diminuição após a
execução da fisioterapia respiratória e motora em pacientes hospitalizados em CTI
sob VMI.
Figura 4: Indica os valores máximos, médios e mínimos das pressões arteriais
médias de ambos os gêneros
Fonte: Elaborada pelos Autores, 2015.
PAMAM: Pressão Arterial Média Antes Masculina; PAMAF: Pressão Arterial Média Antes Feminina;
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PAMDM: Pressão Arterial Média Durante Masculina; PAMDF: Pressão Arterial Média Durante Femina; PAMDEPM: Pressão Arterial Média Depois Masculina e PAMDEPF: Pressão Arterial Média Depois Feminina.
Conforme a figura 4 indica que os valores mínimos das pressões arteriais
médias do gênero feminino sofreram maiores alterações quando se comparado com
as do gênero masculino após execução da fisioterapia respiratória e motora em
pacientes hospitalizados em CTI sob VMI.
4.6 Discussão
Na presente pesquisa foram aferidas as pressões arteriais sistólicas,
diastólicas, médias e frequências cardíacas de pacientes sob assistência ventilatória
e intervenção fisioterapêutica motora e respiratória.
Martinez (2014) afirma que, protocolos de mobilização que promovam
aumento excessivo do consume tissular de oxigênio, superior a sua oferta,
desencadeiam o surgimento de acidose láctica, expondo os pacientes, que já
apresentam baixa oferta de oxigênio, a risco. Dessa forma, é fundamental que,
durante a elaboração do diagnóstico fisioterapêutico, seja relatada qual é a alteração
da função cardiovascular, já que essa informação auxiliará no planejamento dos
objetivos terapêuticos. Apesar de a pesquisa em questão envolver a terapêutica
respiratória e motora não se observou diferenças estatísticas inerentes aos
parâmetros hemodinâmicos averiguados nesta, tornando-se necessária uma
avaliação fisioterapêutica detalhados a beira do leito a fim de direcionar o melhor
tratamento para cada paciente de acordo com suas necessidades.
De acordo com Presto; Presto (2009), os CTIs são caracterizados como uma
unidade hospitalar que atende pacientes com risco de vida ou com seu estado
hemodinâmico grave, necessitando de cuidados intensivos através de uma equipe
especializada composta por multiprofissionais sendo eles: fisioterapeutas, médicos,
enfermeiros, psicólogos, nutricionistas e quando solicitado outros profissionais para
realizar exames complementares. Corroborando com tal autor é de extrema
importância uma intervenção fisioterapêutica precoce com avaliação hemodinâmica
conforme executada na presente.
Como referido por Azeredo (2002), o fisioterapeuta intensivista proporciona
ao paciente a assistência sendo capaz de avaliar adequadamente utilizando a
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melhor conduta, tendo em vista os benefícios e os riscos que estão presentes nos
pacientes em CTI, entendendo o quadro clínico do paciente e traçar o melhor
procedimento e assim alcançar eficientes resultados. Esta pesquisa demonstrou que
apesar de não haver diferenças estatisticamente significativas é de extrema
importância o acompanhamento e diagnostico hemodinâmico do fisioterapeuta em
CTI.
Convertino (1997) relata que, o repouso prolongado no leito promove,
paralelamente, redução do tônus vagal e aumento da atividade simpática, com maior
secreção de catecolaminas e maior sensibilidade dos betarreceptores, o que
também contribui para a elevação da pressão arterial. Os dados obtidos na presente
pesquisa não corroboram com os achados de tal autor.
Para Sarmento (2005), a pressão sistólica tem relação com o débito cardíaco,
diferentemente da diastólica, que tem maior relação com a resistência vascular
periférica.
Como referido por Martinez (2014), determina-se PAS por meio da resistência
arterial sistêmica, volume sistólico, viscosidade sanguínea, velocidade de ejeção do
ventrículo esquerdo, pré-carga do ventrículo esquerdo e a PAD influencia-se por
meio do comprimento do ciclo cardíaco, viscosidade sanguínea e complacência
arterial. Normalmente, realiza-se a mensuração nos braços, no entanto em algumas
situações devido ao posicionamento do paciente torna-se inacessível devido a
administração de alguns medicamentos, quando isso ocorre, a mensuração é
realizada então na região da coxa ou tornozelo, sendo um método tão fidedigno
quanto a mensuração nos braços. O presente estudo apresentou dados com
alterações estatisticamente na PAS antes e durante no gênero masculino e PAS
antes e durante no gênero feminino, além de PAD antes, durante e depois.
Segundo Martinez (2014), frequências cardíacas superiores a 130 ou
inferiores a 40bpm e valores maiores do que 70% da frequência predita para a
idade, também são considerados critérios de interrupção da mobilização.
Observaram-se valores máximos tanto no gênero masculino como no feminino antes
e depois da execução dos procedimentos fisioterapêuticos, apesar de não os dados
não desvelarem diferenças estatisticamente significativas em relação à FC antes,
durante e após a intervenção fisioterapêutica em ambos os gêneros.
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CONCLUSÃO
De acordo com os resultados obtidos durante a pesquisa realizada na
apreciação comparativa da PA e da FC antes, durante e após o tratamento
fisioterapêutico respiratório e motor em pacientes submetidos à VMI em CTI,
concluímos que, os resultados não demonstraram alterações estatisticamente
significativas na FC em ambos os gêneros, porém obtiveram-se alterações na PAS
durante e depois no gênero masculino, em contrapartida no gênero feminino
apresentaram alterações na PAS antes e durante e na PAD antes, durante e depois,
após a intervenção fisioterapêutica motora e respiratória. Devido a esta conclusão,
não se encontra necessária à interrupção da intervenção fisioterapêutica, pois as
alterações demonstradas na pesquisa não parecem afetar o estado hemodinâmico
do paciente.
Sugere-se que estudos futuros sejam efetuados comparando os efeitos
hemodinâmicos inerentes aos procedimentos fisioterapêuticos em enfermarias e
ambulatórios que proporcionem assistência fisioterapêutica, a fim de determinar
influências das técnicas e procedimentos sob o sistema cardiovascular.
Destaca-se que não fora objetivo desta levantar críticas ou afins do Centro de
Terapia Intensiva da Associação Hospitalar Santa Casa de Lins, porém agregar
informações que possam maximizar a terapêutica e prognóstico dos pacientes
assistidos por tal.
REFERÊNCIAS
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Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 6, n.13, jul-dez de 2015 127
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