Aprendizage movel3

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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI TEREZA PENEDO ALÉM DO HORIZONTE: O TABLET NA APRENDIZAGEM DE ALUNOS E PROFESSORES

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trabalho pos graduacao sobre tecnologia movel.

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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBITEREZA PENEDO

ALÉM DO HORIZONTE: O TABLET NA APRENDIZAGEM DE ALUNOS E PROFESSORES

Vitoria - ES2013

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TEREZA PENEDO

ALÉM DO HORIZONTE: O TABLET NA APRENDIZAGEM DE ALUNOS E PROFESSORES

Trabalho apresentado como exigência final para a disciplina Fundamentos da Tecnologia Educacional e Educação a Distância, da Pós Graduação à Distância em Inovações em Tecnologias Educacionais da Universidade Anhembi Morumbi, sob a orientação do Prof. Dr. João Augusto Mattar Neto.

Vitória-ES2013

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1 INTRODUÇÃO

O ato de entrelaçar textos e artigos direcionados a uma ampliação do tema dos

tablets tem o intuito de efetuar por um lado uma aproximação dos leitores quanto aos objetivos

da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), que se

faz por intermédio de quatro documentos que viabilizam diretrizes em prol da qualidade da

educação no sec. XXI, compatíveis com um ensino mais próximo da realidade do aluno, e por

outro lado pontuar itens importantes com foco na formação dos professores direcionados ao

dispositivo móvel em pauta e as convergências pedagógicas necessárias a um aprendizado

coerente e atualizado.

A literatura disponibilizada induz a uma inovação necessária diante dos avanços

tecnológicos, como também sugere diretrizes reforçando tópicos atuais. E efetuar uma

correlação dos mesmos em face ao ultimo Horizont Report 2013, é uma proposta desafiante.

Procuramos, neste artigo, uma abordagem pautada em experiências de professores

aliada a idéias pedagógicas diferenciadas e obtidas na leitura agregadora de noções conceituais

para uma nova Pedagogia através do Innovating Pedagogy Report 2013.

O objetivo desta análise documental, que se constitui uma técnica importante na

pesquisa qualitativa, é permitir uma reflexão para além do horizonte proposto pelos

documentos, com sugestões sobre a prática pedagógica, com um dispositivo móvel e atual,

como também propor um esboço sobre o necessário desenvolvimento do professor na

construção do conhecimento.

2 CONSIDERAÇÕES SOBRE O HORIZONT REPORT 2013

O Horizont Report 2013 é um relatório que identifica e descreve tecnologias

emergentes, práticas educativas e tendências que podem ter impacto no Ensino Superior, como

também no ensino Fundamental/Médio. A escolha do tablet se deu por se encontrar com um

horizonte de adoção de um (1) ano ou menos. A metodologia utilizada para pesquisa, tanto a

primária quanto a secundária, neste relatório, ocorreu on-line, através de uma wiki que contem

todo o registro da pesquisa, que conta também com uma revisão sistemática da bibliografia,

possuindo um critério onde a relevância dos itens analisados para o ensino é primordial.

O tema parte do princípio de que a tecnologia móvel, através do tablet, proporciona

em curto prazo, no cotidiano escolar ou universitário, uma aprendizagem personalizada,

incidental e espontânea baseada na investigação, quebrando formatos tradicionais da Educação,

quando todo o conteúdo acompanha o aluno em qualquer lugar.

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2.1 O espaço e a mobilidade humana

A mobilidade do ser humano, que por vezes chamamos de migração, é um fator

intrínseco da procura constante por uma melhor condição de vida aliada à sobrevivência e a

liberdade. Antes de sermos sedentários, exercíamos o nomadismo, aprendíamos com a natureza

e exercíamos a mobilidade com os nossos corpos, com a utilização de animais ou com artefatos

criados para suprir as distâncias. No agora o mundo cabe em um tablet.

Segundo Santaella (2007, p. 178) o cyberespaço é o espaço informacional de

conexões de computadores ao redor do globo, portanto um espaço que representa o conceito de

rede e no qual a geografia física não importa, pois qualquer lugar do mundo fica a distância de

um clique. Desta forma com rápidos movimentos dos dígitos acessamos imagens, sons, vídeos,

textos e gráficos.

Com o conceito de Hipermobilidade, onde a mobilidade do sujeito no espaço

físico adiciona-se à mobilidade dos dispositivos, a autora provoca uma reflexão em direção a

outra forma de ser e estar e que como conseqüência mobiliza, oferece e proporciona

aprendizagens em ambientes formais e informais. Mas como este conceito de ambientes está

ligado ao espaço o que importa é o que ocorre com a facilitação da aprendizagem.

A mobilidade digital, das pessoas com possível acesso a esta modalidade

tecnológica, contempla, em ambientes formais e informais, aprendizagens diversas e

oportunizadas cada vez mais por uma velocidade ampliada no decorrer do fluxo de informações

obtidas e pesquisadas.

O surgir acelerado de novidades nas ferramentas, que criamos, transformam e

atualizam a cada instante a nossa aprendizagem do mundo para curiosamente se instalar como a

internet das coisas (sensores wireless e nanotecnologia).

2.2 A aprendizagem móvel ou m-learning dentro ou fora da sala de aula

Aparenta ser incrível que, ao investigarmos os sentidos do termo “Mobile”,

encontremos o mais simples, que é o de uma escultura ou brinquedo abstrato, com peças móveis

que nos oferece uma sensação de estarem, estas formas, equilibradas (fusão do estático e do

dinâmico) apesar de suspensas no ar de autoria e apresentada por A. Calder, 1932 em Paris. Sua

obra procurava dialogar com o ambiente, reagindo, interagindo, meio matéria, meio vida, a

mecânica e o humano. Um conceito artístico coerente com a liquidez existente no fluxo de

informações que nos envolve diariamente e decerto com a utilização da tecnologia móvel. Tudo

paira no ar.

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Através de Coutinho e Junior (2007, p. 06) encontramos que a utilização dos

dispositivos móveis para a educação também é uma variante do e-learnin , ao fazer referência a

uma terceira geração da EaD – Educação a Distância. A m-learning ao utilizar dispositivos com

sensores, utilizados no dia a dia, possibilitam uma maior imersão do sujeito no mundo virtual.

Desta forma o termo mobilidade introduz o conceito de m- learning que difere

muito pouco do conceito de u-learning. A letra “u” representa o conceito de ubiqüidade, ou

seja, a possibilidade de se estar em variados lugares ao mesmo tempo, através da mobilidade das

tecnologias.

Segundo Saccol, Vitória e Schelemmer (2011), as alterações tecnológicas

interferem não apenas na educação, mas também na formação do cidadão e sua literacia digital,

para o aprendizado contínuo, tendo em vista que a sociabilidade e necessidade de formação

contínua e uma eficaz capacitação profissional também são itens que se modificam rapidamente.

A aprendizagem móvel torna-se, desta forma, um “divisor de águas”,

personalizada e interativa, já que o aluno aprenderá a selecionar os aplicativos que atendam às

suas necessidades, de aprendizagem e interesses atendendo aos seus próprios propósitos. Não

deixa de ser uma aprendizagem da transformação. A aprendizagem informal resiste ao

conhecimento formal, já que as experiências internalizadas pessoalmente se encontram em

oposição ao formal, que na maioria das vezes se encontra descontextualizado. Além de

utilizador e consumidor de informações o aluno modifica sua atuação para colaborador e editor

destas informações. A aprendizagem é marcada pelo multimídia, pelos hábitos de aprendizagem

não seqüenciais, interativos, assíncronos.

Os alunos de hoje não esperam para receber informações passivamente. Como

sujeitos atuantes eles querem quase que instantaneamente receber as respostas às suas próprias

duvidas. A preferência pela internet é muito maior do que ir até uma biblioteca infelizmente.

Em um sentido mais amplo a comunicação global instaurada em conversas

simultâneas, que a mobilidade provoca, se torna a base do aprender “uns com os outros”,

mesmo sem se conhecerem, em ações de grupo, coletiva, podendo auxiliar na diluição de

resistências quanto a diferenças culturais, entre outras.

Os benefícios da aprendizagem em movimento podem ser traduzidos como

diferentes do que tem acontecido no presencial, já que o ritmo do individuo em sua

aprendizagem acontece em qualquer lugar e a qualquer momento. A questão do tempo se mostra

interessante já que ele se torna por vezes bem escasso.

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Desta forma é proporcionada uma curadoria móvel do próprio aluno, traduzida

hoje em dia como “só para mim e apenas o suficiente” onde a carga única está no fato de se

aprender sozinho. Porém a carga cognitiva mais importante, como fundamento, é o diálogo

consigo mesmo. Com o advento das redes sociais o ato de compartilhar e de colaborar se tornam

prioritários permitindo a conexão entre o sujeito e idéias inovadoras; uma espécie de laboratório

onde a minha experiência pode alcançar a experiência do outro.

3 TABLET: O OBJETO E A PORTABILIDADE

Os objetos ou artefatos portáteis criados, em sua maioria, facilitaram e promoveram

o contato social. Sem a portatibilidade as pessoas estacionavam em um espaço; poderemos

exemplificar com a transformação do radio ao radio de pilha, do fotografo “lambe-lambe” às

imagens digitalizadas no próprio dispositivo.

O tablet é um dispositivo sem mouse ou teclado que favorece compartilhamentos

através de aplicativos, que personalizam a aprendizagem, sem as limitações espaciais das

tecnologias anteriores, utilizadas em salas de informática.

O paradigma de um local específico, de acesso, possui um efeito de “restrição” na

aprendizagem que é contrario ao manancial de informações que os alunos podem aceder de

acordo com a curiosidade de cada um. Outro fator importante é a possibilidade de que ocorra,

em “trabalhos de campo”, ou ao “ar livre”, em passeios, excursões ou visitas a locais escolhidos,

a interação com a busca de informações e dados que podem ser quase que instantâneos.

Muito comum nos dias de hoje encontrarmos as pessoas a olhar as telas, dos

dispositivos moveis, o que antes era ocupado com o ouvido, isso para celulares. Afinal, em

nossa sociedade imagética o analisador ótico foi tremendamente estimulado, considerando-se a

forma como o cérebro processa informações uma explicação visual tende a aumentar a

compreensão muito mais do que os textuais.

A interface do tablet baseada em gestos com os dígitos (touch) é intuitiva e

facilitadora de um aprendizado individualizado e personalizado provocando, através da

curiosidade, a expansão do conhecimento. Porém problemas rondam a sua utilização levando-se

em conta os alunos de escolas brasileiras, custos da tecnologia, acesso facilitado e vida da

bateria.

No Horizont Report 2013 (Ensino superior) encontramos que equipado com WiFi,

telas de alta resolução e com uma grande variedade de aplicativos móveis disponíveis, os tablets

estão provando ser poderosas ferramentas para o aprendizado dentro e fora da sala de aula. Já no

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Horizont Report 2013 (K12) relata-se que os dispositivos móveis são portas para a

aprendizagem, colaboração e produtividade contínua estimuladas pela Internet.

Inicialmente com revistas e e-books, os aplicativos ampliaram suas ofertas

propiciando a utilização de mapas conceituais, geolocalização, mobilizações ad hoc (quando as

pessoas se aglomeram por instantes em lugares através de informações de interesse comum),

criação de animações, utilização de games, e-mails, fotos, vídeos e áudios, o facetime,

acelerômetro e monitoramento de saúde. Foi a natureza transformadora dos aplicativos que

auxiliaram ao tablet a se tornar uma ferramenta popular e poderosa que resulta também em

ativismos sociais.

Segundo Mattar (2012, p. 114) o próprio aluno organiza o seu ambiente de

aprendizagem, escolhendo plataformas, as ferramentas e os conteúdos que mais interessam e

que estejam em sintonia com o estilo de aprendizagem preponderante do aluno.

Moura (2008, p. 126) sugere que falar em tecnologias móveis é também falar de

mentes móveis e que não se sabe ainda como os alunos que aprendem através destas tecnologias

irão atuar na sociedade futuramente e que os dispositivos móveis levam os alunos a se

envolverem na aprendizagem como nunca foi visto antes, o que certamente terá conseqüências

em seu desempenho. Desafiar os alunos a questionar e buscar respostas onde elas podem ser

encontradas faz parte de uma aprendizagem transformadora.

3.1 Experiências com tablets

Projetos de utilização do tablet na sala de aula com crianças pré-escolar apontam a

facilidade com que estas crianças interagem e salientam a forma como partilham as descobertas

com seus pares. Dominguez (2012) relata o trabalho colaborativo, o desenvolvimento das

capacidades de expressão, comunicação e da motricidade fina nos écrans ao lado da

coordenação óculo-manual, além da manifestação da criatividade e do surgir da capacidade de

opiniões próprias em idades tempranas; embora seja notório alguns pontos que devem ser

menos positivos como a possibilidade do dispositivo promover a dispersão, como também a

quase inexistência de recursos em português para o dispositivo.

Silva, Gandin e Lipinski (2012) consideram que pensar o tempo disponível para a

formação dos professores, entre outros sujeitos implicados na inovação do ambiente escolar, se

faz primordial, já que será efetuada uma mudança na pratica tradicional e usual unindo-se, estas

mudanças, com a aquisição do dispositivo móvel, como também da criação de um novo projeto

pedagógico e educacional da escola, com pontos que foram considerados importantes na

execução do planejamento. Na experiência relatada os tablets pertenciam à instituição, sendo

que foi necessária a ampliação da rede sem fio (wi-fi), sala de aula apropriada (que recordam os

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laboratórios de informática) e a necessidade de que o professor seja portador de um perfil

investigativo e dinâmico, principalmente para mediar atividades extracurriculares.

Em Porto Alegre foi criado um projeto intitulado “Ipad na sala de aula” com página

na web, que tem como objetivo usar projetos de estudo nas escolas com o uso da tecnologia de

informação. O foco do projeto é usar o Ipad como instrumento de transformação dos

tradicionais materiais didáticos em conteúdo multimídia interativo, entre outros. Em SP são

divulgadas iniciativas em escolas como Pueri Domus, Objetivo e Santa Cruz mas não há

trabalhos acadêmicos sobre as experiências, e no RJ no Centro Educacional Miraflores,

Mas em contrapartida uma idéia promissora surge com o sistema BOYD, que

significa a liberação para a utilização do seu próprio dispositivo na escola e esta proposta

avança a passos largos sob a demanda da aprendizagem móvel. Os alunos se posicionam como

contribuidores do processo, há redução da competição por lugares nas salas de informática e

possibilita-se a autonomia no seu aprendizado a partir das suas preferências individuais. Como

novas tecnologias estão sempre surgindo a experiência BOYD oferece em longo prazo uma

integração tecnológica não só com tablets onde a personalização do ambiente de trabalho se

adéqua às diferentes necessidades de cada aluno.

4 A FORMAÇÃO DE PROFESSORES E A PEDAGOGIA DIFERENCIADA

As Diretrizes da Unesco se encontram estabelecidas em texto inicial intitulado

Marco Político (2008) onde se apresentam metas e objetivos a serem alcançados apostando na

Educação e nas TIC como força motriz para a melhoria e mudança do ensino. Já o segundo

documento, que trata das competências dos professores, apresenta, em módulos, um conjunto de

habilidades para os professores ao lado de uma abordagem política para uma mudança na

Educação. O terceiro documento, trata da implementação destas competências com uma

descrição detalhada das habilidades específicas a serem adquiridas, evidenciando assim dois

questionamentos:

- Quais as qualificações básicas para os professores? (em atuação e em formação)

- Quais as novas habilidades pedagógicas para uma inovação? (com a utilização das TIC)

Perrenoud (2002), quanto aos modelos de capacitação nas escolas aplicados aos

docentes, já indicava que o esclarecimento dos vínculos profissionais que unem ou separam os

professores em ambiente de trabalho devem ser aclarados para desfazer as diversas tramas

acumuladas na história do estabelecimento escolar representando a parte mais difícil da

trajetória. Quanto às competências faltantes o autor cita que os professores não questionam suas

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fontes teóricas e não assumem a obrigação de dar conta das opções feitas, e desta forma não

transformam as responsabilidades individuais em coletivas.

Em paralelo ao Horizont Report 2013, foi publicado na Grã-Bretanha um

documento intitulado Innovating Pedagogy Report 2013, tendo como intuito explorar e servir de

guia para novas formas de ensino, aprendizagem e avaliações em um mundo interativo.

Segundo os autores a Pedagogia emergente baseia-se em investigações em plena aula (p. 04), e

mais adiante exemplifica “The children use an aplication on a smartphone or a tablet to log the

contents of each meal[…](p. 17)

Surge assim a compreensão de uma nova possibilidade pedagógica, crítica, que tem

em vista o processo híbrido que ocorre em qualquer aprendizagem. Na revista digital Hibridy

Pedagogy encontramos que “Critical pedagogues move constantly between undoing the present

moment (the classroom) while assembling a future moment (an activity or assignment).”

Tendo por base os documentos da Unesco apresento tópicos, dos textos, que

direcionam uma visão inovadora para os professores e que foram construídos, via leitura dos

módulos apresentados, tendo em vista formar professores, gestores e demais componentes do

ambiente escolar atualizados com a Tecnologia.

Necessário compreender que a base, indicada pelo grupo responsável na redação dos documentos, aponta para três fatores que geram o crescimento e que são a concepção de capital, a inovação tecnológica e a necessidade de uma melhor qualidade no trabalho.

Sugere também que novas abordagens aconteçam do simples para o complexo, através da alfabetização tecnológica, o aprofundamento do conhecimento e a criação do conhecimento. As implicações para essa reforma devem ser construídas, remodeladas a partir da Pedagogia, da pratica docente, da necessidade do desenvolvimento profissional, dos currículos e avaliações e finalmente a partir da organização e gestão da escola.

Já o documento de 2011, (em inglês) congrega os itens acima relatados e fornece

exemplos mais apurados de situações que envolvem o professor e o aluno, sugerindo módulos

para estas capacitações.

4.1 Implicações para o uso do tablet

As sugestões a seguir apresentam-se unidas aos documentos da Unesco a partir de

orientações encontradas e que podem ser aproximadas no sentido de capacitação dos

professores na utilização do tablet, como dispositivo móvel em sala de aula. Viabiliza-se

perante este dispositivo as seguintes aproximações e adequações quanto à pedagogia e a prática

docente:

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Quanto ao marco político encontramos inserido aí o dispositivo móvel, que no

Horizont Report 2013 sugere uma aplicação em curto prazo, com alunos e na formação de

professores, indicando que os programas de desenvolvimento de profissionais na ativa e os

programas de preparação dos futuros professores devem oferecer experiências adequadas em

tecnologia em todas as fases do treinamento. (p.1)

Quanto ao marco curricular, a inovação surge a partir da Pedagogia quando lemos

que as mudanças na prática pedagógica envolvem o uso de diversas tecnologias, ferramentas e

conteúdo eletrônico como parte de todas as atividades da turma, do grupo e individualmente. (p.

6)

Quanto às abordagens encontramos em relação à alfabetização tecnológica que

mudanças na prática docente envolvem saber onde e quando usar (ou não usar) a tecnologia

para as atividades e apresentações em sala de aula para tarefas de gestão e aquisição de

conhecimento (p. 6)

Quanto ao aprofundamento de conhecimento o texto faz referencia ao fazer

pedagógico onde a pedagogia de sala de aula inclui o aprendizado colaborativo, baseados em

problemas e projetos, onde os alunos exploram profundamente um conteúdo temático e

transportam o seu conhecimento ao enfrentar questões, os problemas em situações rotineiras

e/ou complexas.

Considera também o contexto avaliativo onde a mudança na forma de avaliação se

concentra na solução de problemas complexos e em incorporar as avaliações em atividades de

sala de aula.(p. 7) E mais, quanto ao tempo com os alunos, sugere-se que os períodos de aula e a

estrutura de sala devem ser mais dinâmicos, com os alunos trabalhando em grupos por longos

períodos.

Quanto à criação de conhecimento encontramos referência à habilidade na qual os

alunos possam ser capazes de definir o que já sabem e avaliar suas competências e deficiências,

como também de elaborar um plano de aprendizagem, verificar seu próprio progresso e se

basear nos sucessos e corrigir as falhas. Ou ainda, uma habilidade dos alunos de avaliar a

qualidade de seus próprios produtos assim como dos produtos dos outros. (p. 8)

Como conseqüência, entendemos que cada disciplina deve ter uma espécie de arsenal

(aplicativos) disponibilizado para o tablet, ou se estes são insuficientes, como aplicativos em

Português, aconselha-se uma abordagem de pesquisa, pelo aluno, sobre os temas abordados

pelos professores. A livre escolha do caminho, por este mesmo aluno, também é uma forma de

autonomia e que posiciona o professor como mediador da aprendizagem, em um percurso que

mobiliza uma curadoria autônoma.

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A curadoria solicita do aluno um compartilhamento da sua pesquisa e utilizar

ferramentas disponíveis transforma o aprendizado em sala de aula.

Ao ser possibilitado o ato de ressignificar a ação pedagógica propicia-se a idéia de

implantar planejamentos pilotos que possam servir de base a uma maior veiculação de

experiências. Estas ações na prática distribuem idéias bases que fundamentam o que há por vir e

sugerem avaliações contínuas.

A título de sugestão, elaboramos um exemplo de um pequeno módulo, a partir das

leituras indicadas, tendo em vista o tablet e os itens concernentes ao uso pedagógico com os

alunos e a ótica do desenvolvimento profissional do docente, pinçados dos textos.

Quadro 1:

Abordagens Pedagogia aplicada com tecnologia

Desenvolvimento profissional do professor

Alfabetização Digital Incorporar no planejamento atividades c/ uso do tablet

Criar email

Demonstrar pesquisas boleanas simples c/ palavras

Conhecer as operações básicas do tablet e web

Compartilhar produções iniciais (curadoria)

Utilizar mensagens de texto e vídeo, blogs, wikis.

Aprofundamento do Conhecimento

Elaborar e identificar os problemas do mundo real para incorporar os principais conceitos a serem repassados

Usar o dispositivo para buscar, analisar e avaliar informações em busca de aprimoramento profissional

Incorporar as atividades apropriadas em TIC aos planos de aula

Elaborar planos de unidade e de sala de aula colaborativos e onde as ferramentas possam ser utilizadas.

Saber reconhecer o erro comum da distração dos alunos na procura por outros sites

Saber contornar o erro grave dos alunos de acesso a sites de adultos

Criação do Conhecimento

Elaborar atividades que envolvam situações colaborativas

Modelagem de ações a partir do professor

Auxiliar os alunos a incorporarem uma produção multimídia

Identificar os arranjos sociais na classe que sejam adequados ou inadequados perante a tecnologia utilizada

Estimular interações espontâneas

Fonte: Próprio autor

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5 CONCLUSÃO

Com a inclusão dos tablets na Educação as dificuldades emergem a partir da

distância que se dá entre as exigências tecnológicas da Unesco e a infraestrutura da maioria das

nossas escolas, diante das realidades regionais e da necessidade de uma formação contínua do

professor que irá utilizar este dispositivo no intuito de aquisição de insights para co-criar com os

aplicativos utilizados. Estendendo o olhar para “além do horizonte” encontramos as palavras de

ordem que são: refletir e planejar para inovar o mais rápido possível, já que uma simples

introdução dos dispositivos móveis na educação não gera resultados imediatos que sejam

favoráveis a uma qualidade almejada.

A intenção não foi, com o módulo, construir um guia, mas sim considerar que as

tentativas para colocar as Tecnologias móveis e a formação de professores como ponto central

em um modelo de ensino atualizado são ainda poucas, diante da enormidade do nosso país.

O planejamento para programar adequadamente em conjunto uma formação dos

professores através de considerações sobre o suporte pedagógico se faz prioridade. As idéias

aqui lançadas se apóiam em apenas dois itens, a Pedagogia e o desenvolvimento profissional

que são posicionamentos frutíferos e se prestam a desmistificar a tecnologia na sala de aula e

capacitar, os interessados, em direção aos 4 C: comunicação, criatividade, colaboração e

pensamento critico.

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