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Observe o Brasil sem Amazônia Mudança observada na temperatura média da superfície 1901 – 2012

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Observe o Brasil sem Amazônia

Mudança observada na temperatura média da superfície 1901 – 2012

MUDANÇAS PROJETADAS PARA 2100(1970-1999 vs. 2071-2099 )

TEMP

CHUVA

2

Riscos para América do Sul – AR5

O que a SAE tem a ver com isso ?

• É impossível conceber uma visão estratégica de longo prazo para o Brasil– obrigação precípua da SAE – sem o bom entendimento e a consideração da mudança do clima (MC)

• Além de ser um enorme problema de ação coletiva global, a MC é um problema sobre desenvolvimento e não de meio ambiente

Perguntas que a SAE quer responder

• (Ainda) somos um país em desenvolvimento: quanto ou até que ponto vamos adaptar ?

• Quando fazer o investimento de adaptação: antecipar ou retardar?

O que a SAE fez a respeito?• Demandou cenários climáticos novos e regionalizados

(20 km x 20 km) e os tornou bens públicos disponíveis na INDE (Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais)

• Gerou avaliação de impactos sobre as vazões nas bacias hidrográficas

• Ofereceu esses dados a tomadores de decisão no governo federal

• Está avaliando impactos e vai propor opções de

adaptação sobre infraestrutura (energia, drenagem urbana, transportes, portos e zona costeira), agricultura e saúde

Cenários climáticos – resumo

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Aumento da resolução dos modelos globais;

Aumento da resolução do modelo regional (de 40km para 20 km)

Inclusão de mais cenários de emissão e de modelos globais climáticos

Possibilidade de considerar mais incertezas

2 modelos globais HadGEM2-ES + MIROC5

2 cenários de emissão Média intensidade. RCP 4.5 Alta intensidade. RCP 8.5

Grade – 20 km

7

Resolução utilizada e comparação global

200 km

20 km

Modelo climático global

Modelo climático regional INPE

Projeta-se aquecimento para todo o continente, em todos cenários de emissão.

Os máximos de aquecimento se localizam na região Centro-Oeste, em todas estações do ano.

Este máximos de aquecimento se estendem para as regiões Norte, Nodeste e Sudeste até o final do século XXI.

Estes máximos de aquecimento médio no final do século podem variar entre cerca de 2oC a 8oC .

DJF2011-2040

DJF2071-2100

TEMPERATURA

O aumento da variabilidade interanual (amplitude da variação de um ano para outro) em relação à variabilidade do presente, especialmente para a região Norte (Amazônia) .

[A idéia é destacar que a diferença entre máximos e mínimos se amplificam. As setas verdes tentam mostrar o tamanho das amplitudes.]

Projeta-se redução das chuvas no período chuvoso (verão) na maior parte do país, com máximos de redução nas regiões Centro-Oeste e Sudeste do País.

PRECIPITAÇÃO

A área de máxima redução se expande para Norte (Amazônia) até o final do século.

A redução das chuvas em relação ao clima presente (1961-1990) é projetada para todos os timeslices futuros.A redução se apresenta mais intensa nos primeiros 30 anos, menos intensa de 2040-2070, e volta se tornar bastante intensa nos últimos 30 anos.

As projeções indicam redução das chuvas no inverno (JJA) no litoral leste do Nordeste, onde costuma ocorrer inundação e deslizamento.

No verao (DJF) projeta-se aumento das chuvas na parte nordeste do Nordeste Brasileiro. (modelos Eta-MIROC5 4.5, 8.5 e Eta-HadGEM 4.5)

Projeta-se aumento das chuvas na região Sul do Brasil nos vários cenários. O aumento das chuvas ocorrem mais destacadamente no verão (DJF) e na primavera (SON), sobre a região Sul, chegando a alcançar a parte sul do Sudeste Brasil. O aumento das chuvas ocorre desde 2011-2040 e se intensifica até o final do século.

Projeta-se redução das chuvas também na parte norte da região Norte do país.

Precipitação (mm/dia) de 1961-2100 para os dois cenários de emissão e regionalização de dois modelos globais.

Aumento da variabilidade interanual das chuvas no período chuvoso (DJF) nas três regiões:Norte, Nordeste e Centro-Sul.

NO

NEB

CS

Vazões modificadas pela mudança do clima – resumo de resultados em postos do Operador Nacional do Sistema elétrico

Vazões - 2010 a 2039

Vazões - 2041 a 2070

Vazões modificadas em função dos cenários climáticos - 2071 a 2099

Vazões modificadas em função dos cenários climáticos – resumo de resultados

Precipitação Vazões

Cenário RCP4.5- Eta-HG2ES (2011-2040)

AGRICULTURAAGRICULTURA

CulturaCiclo

médio (dias)

CAD média (mm)

ISNA mínimo

Frequência (%)

1 Soja 125 50 0,60 802 Milho 130 50 0,55 803 Milho

safrinha120

500,55 80

4 Arroz 120 50 0,60 805 Feijão 90 40 0,60 806 Cana 360 100 0,60 807 Algodão 140 50 0,55 808 Trigo 130 40 0,55 809 Sorgo 120 50 0,50 8010

Feijão Caupi

8040

0,50 80

Fonte: Agroicone e Embrapa, (2014).

AGRICULTURAAGRICULTURA

Fonte: Agorícone e Embrapa, (2015).

AGRICULTURAAGRICULTURA

Fonte: Agorícone e Embrapa, (2015).

INFRAESTRUTURA COSTEIRAINFRAESTRUTURA COSTEIRA

Fonte: FCMF, (2015) – RIO DE JANEIRO.

INFRAESTRUTURA COSTEIRAINFRAESTRUTURA COSTEIRA

Fonte: FCMF, (2015) – RIO DE JANEIRO.

Investimentos públicos já afetados

Jan, 2014 Set, 2014

Discurso da presidenta Dilma na Cúpula do Clima da ONU, out/2014, reconhece tais desafios

Quais são os problemas de política pública?

• Impactos abrangentes, custos altos• Infraestrutura não adaptada• Investimentos públicos depreciados e

patrimônio sob risco• Maior pressão sobre defesa civil e para

prevenção de desastres• Potencial retrocesso sobre ganhos alcançados

nas políticas sociais

Reação do Secretário de Política Energética do MME, Altino Ventura Filho, aos cenários apresentados durante reunião na SAE, 28/janeiro/2015

“Estou literalmente chocado com os cenários climáticos e hidrológicos. Eles mudam completamente o planejamento hidrelétrico brasileiro. Eles afetam o project finance das hidrelétricas planejadas, principalmente para a Amazônia. Belo Monte seria revista, pois teria menos de 50% da capacidade necessária. São Luiz do Tapajós também. É preciso levar esses dados para discussão pelos Ministros no Conselho de Política Energética. As séries hidrológicas já não são estacionárias. É preciso entender isso e planejar diferentemente”

Problemas a enfrentarno curto prazo• Não temos política e governança estabelecidas

para gerenciar riscos climáticos• Ausência de normativas/padrões sobre uso de

informações climáticas para planejamento• Incorporação de dados prospectivos no

planejamento de infraestrutura: Manual de Inventário de Hidrelétricas. Plano Nacional de Logística Integrada. Outros instrumentos.

• Custos altos para o Estado

Presidente Barack Obama estabelece o “Federal Flood Risk Management Standard,”30/janeiro/2015, considerando dados futuros da mudança do clima

“It is the policy of the United States to improve the resilience of communities and Federal assets against the impacts of flooding. These impacts are anticipated to increase over time due to the effects of climate change and other threats. Losses caused by flooding affect the environment, our economic prosperity, and public health and safety, each of which affects our national security. (…) The result of these efforts is the Federal Flood Risk Management Standard (Standard). Incorporating this Standard will ensure that agencies expand management to (…) ensure that projects funded with taxpayer dollars last as long as intended.

http://www.whitehouse.gov/the-press-office/2015/01/30/executive-order-establishing-federal-flood-risk-management-standard-and-

Preceitos básicos para o estudo da SAE

• Estudo estratégico, iniciado em 2013, a ser concluído em 2015

• Horizonte de longo prazo (2040)

• Baseado em modelos climáticos globais regionalizados ao nível 20km x 20km (parceria com INPE e MCTI)

• Integra análises setoriais de impacto e estratégias adaptativas

• SAE é a facilitadora e coordenadora técnica• Adaptação no futuro e não no presente

Passo-a-passo

Passo 1 – Cenários climáticos

Passo 2 – modelagem hidrológica

– Balanço hídrico do presente e futuro será baseado numa grade de 20 x 20 km.

– Análise das vazões naturais mensais (presente e futuro) na escala das bacias incrementais contribuintes aos 195 reservatórios do setor elétrico.

– Modelagem integrada (usos múltiplos) será realizada por sistema de reservatórios (várias bacias hidrográficas)

– Abastecimento urbano: principais pontos de demanda (foco nos reservatórios do sistema elétrico e algumas áreas estratégicas)

Passo 3 – avaliação de impactos setoriais

• Para cada setor, a construção de um cenário tendencial sem mudança do clima e de outros cenários com mudança do clima.

• O cenário sem mudança do clima é “relativamente fácil” pois é o nosso planning-as-usual, tanto business quanto government, right?

• Os cenários com mudança do clima obedecem à disponibilidade de cenários regionalizados pelo INPE, em escala 20 km x 20 km, ou até 5 km x 5 km em casos específicos.

Para responder a essas questões...

Fonte: Margulis & Unterstell, SAE/PR (2014)

... há benefícios e redução de danos.

Fonte: Margulis & Unterstell, SAE/PR (2014)

Porém a tomada de decisão é fragmentada - não se dá sobre a trajetória de desenvolvimento ou de adaptação…

Fonte: Nobre, Adaptado. 2014

Passo 4 – adaptação em cada setor

Fonte: Margulis et al, 2009

Ações imediatas

• Norma federal (Decreto) e pedido à ABNT: criação de padrão de resiliência climática que seja considerado em investimentos de recursos da União e sugestão de adoção por privados (CNI)

• Resolução do Conselho Monetário Nacional: gradação nos premios de risco de seguros e resseguros em função da distribuição dos riscos climáticos no território

• Governança (agência), que defina riscos climáticos aceitáveis e mobilize ações