Apresentação para décimo primeiro ano de 2012 3, aula 41-42

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açougue talhobulir mexer(-se)legatário herdeiroa mesma mulher a própria mulherpleito questão judicialgentio pagãosevícia mau trato físicoboquear abrir a boca para respirar

sofregamente; agonizar

pique lançavarredura o que se recolhe ao varrersacadela safanão

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Como o Padre António Vieira já anunciara (cap. II, p. 110, l. 22), o capítulo IV vai ser de repreensão dos peixes. São dois os motivos dessa crítica (como verás já nas pp. 119-122):

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1. {ll. 4-5} os peixes comem-se uns aos outros.

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2. {ll. 81-87} os peixes investem cega-mente ao isco.

Depois de apresentar estas caracte-rísticas dos peixes, o orador mostra que os homens incorrem nos mesmos erros:

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1. os homens são comidos por outros homens, quando morrem {ll. 17-30} e quando são julgados {ll. 34-39}.

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2. os homens seguem cegamente os seus engodos, quando combatem (por galardões) {ll. 88-97} e quando se deixam explorar em troca de vestuário/por pura vaidade {ll. 101-114}.

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Traça-se uma analogia entre os peixes que se comem (os maiores comem os mais pequenos, o que aliás torna o caso mais grave) e os homens que também estão sempre a procurar «comer» o seu semelhante (entenda-se: enganar ou dominar os outros). Também se infere que são os mais poderosos a prejudicar os mais frágeis.

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Quando se diz «peixes [...] vos comeis uns aos outros» (ll. 3-4), a aceção de «comer» que se pode considerar mais próxima é ‘devorar’; quando se pergunta «Cuidais que só os Tapuias se comem uns aos outros?» (l. 19), «comer» equi-vale a ‘devorar’; em «andarem buscando os homens [...] como se hão-de comer» (ll. 22-23), «comer» tem o sentido de ‘enganar, trair, explorar’.

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No contexto do sermão — pregado no Maranhão, em 1654, a uma audiência de colonos brancos —, a referência ao sertão e aos índios (dizendo aos ouvin-tes que não julgassem serem os índios aqueles que o orador estava a criticar) visava culpabilizar os colonos e aludir à exploração que exerciam sobre os nativos.

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Marlim é um pai super-protetor. Como prefere que Nemo fique confinado a um espaço doméstico (melhor: «anemonar»), tudo faz para que nem às aulas o filho vá. Não parece ser da estirpe dos seus irmãos peixes que, como se lembra no «Sermão» (cap. II, pp. 111-112, 64-88), são indomáveis e indomesticáveis (ao contrário de cão, cavalo, boi, bugio, e

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até, leões e tigres; papagaio, rouxinol, açor, aves de rapina). E, no entanto, comunga de uma característica que o Padre louva nos peixes (p. 11l. 73), a desconfiança relativamente aos homens.

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Menos medroso ou por reação ao feitio do pai, Nemo arrisca ir investigar um barco, o que lhe trará depois graves dissabores. Ao invés, a pequena rémora (p. 115, ll. 40-54), se procura barcos, é para se lhes agarrar e, se necessário, conduzi-los ou bloqueá-los. O Padre Vieira comparará a força da rémora com a força da língua de Santo António (ll. 55-64).

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Nemo é caçado por um mergulha-dor. Fosse ele um torpedo, aka raia elétrica (pp. 115-116, ll. 64-71), e nada disso acontecia: decerto aproveitaria o facto de ser capaz de gerar energia (como quando as raias fazem tremer o braço dos pescadores que seguram as canas a cujo isco se agarram).

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Dóri e Marlim conseguem defender-se de um ataque de gaivotas. Porém, se tivessem as qualidades do quarenta e quatro-olhos (p. 116, ll. 89-107), que pode vigiar o que se passa em cima e em baixo, nem aves nem peixes os surpreenderiam.

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Tanto o ataque inicial de uma barracuda a Coral (que torna Nemo órfão de mãe) como os tubarões que Dóri e Marlim conhecem, apesar de estarem num progra-ma de ajuda para vencerem os seus instin-tos predadores, corroboram o que nos diz o Padre Vieira como primeira repreensão aos peixes (cap. IV, p. 119): os peixes comem-se uns aos outros (e, por azar, são sempre

os grandes que comem os pequenos — se fosse ao contrário, «era menos mal»).

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TPC — Preparar leitura em voz alta do cap. 4 do «Sermão».

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