APRESENTAÇÃO - ubi.pt · Nos tempos modernos, as vertentes lúdica e sentimental têm abalado a...
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APRESENTAÇÃO
Percorrendo o universo da Música, as épocas que atravessou e a
sua incomensurável diversidade estilística, ressaltam as ligações que a
arte dos sons estabelece com a Ciência. Este tem sido um âmbito de
estudo extraordinariamente fecundo para as Ciências Exatas, pela
forma como se materializa no meio físico e pelas extraordinárias
relações numéricas que permite desvelar. Mais recentemente,
despontou o interesse das Ciências Cognitivas, em torno dos efeitos
sensoriais e psicológicos que a escuta provoca no indivíduo, os
«circuitos emocionais» do cérebro e do corpo, e todos os enigmas que daí
decorrem. E ainda as Ciências Sociais, que têm vindo cada vez mais a
encarar a Música como um valioso filão para conhecer melhor o
Homem. Para lá da dimensão histórica inerente ao repertório do
passado, a Música revela-se frequentemente incontornável no estudo da
condição humana desenvolvido por disciplinas como a Sociologia, a
Antropologia e a Filosofia, a mãe de todas as ciências.
Esta parceria entre a AMEC/Metropolitana e o Ministério da
Ciência, Tecnologia e Ensino Superior garante as sinergias e os
recursos necessários para a concretização de um projeto que reúne
conteúdos do saber que de alguma forma se relacionam com o
fenómeno musical e a expressão mais representativa deste último, a
situação de concerto. Com dez Concertos/Conferências a realizarem-se
em Universidades e Institutos Politécnicos de diferentes regiões do país,
pretende-se, por um lado, incrementar a vivência cultural e artística no
contexto académico e, por outro, promover o interesse pelo
conhecimento científico mediante modelos de exposição alternativos.
São protagonistas seis conferencistas, os músicos profissionais da
Orquestra Metropolitana de Lisboa e estudantes de nível avançado que
frequentam a Academia Nacional Superior de Orquestra.
Que recursos tem a Música para condicionar a nossa perceção do
tempo e do espaço? Como desperta nas nossas mentes essa «coreografia
cerebral» que estimula emoções e maneiras de estar? Como é que
paisagens sonoras oriundas de distintas épocas e sociedades nos
informam sobre mentalidades, enquadramentos identitários e processos
históricos? Que peculiaridades físicas e matemáticas se escondem por
detrás dessa arte que os românticos situaram do domínio do inefável?
São estas algumas das muitas questões que soarão pertinazmente ao
longo destas sessões que permitirão pensar e ouvir música interpretada
ao vivo, duas práticas ancestrais da nossa espécie.
Nos tempos modernos, as vertentes lúdica e sentimental têm
abalado a perceção que temos acerca da importância da Música para o
conhecimento do Homem e do Universo. Essa impressão esvai-se,
todavia, logo que se começa a falar acerca dela. Com músicas tristes,
outras alegres, umas mais jovens, outras seletas e requintadas,
algumas que nos fazem dançar e ainda outras que nos deixam sonhar,
apresentam-se dez Concertos/Conferências que pretendem estimular e
promover debates em que surgirão mais perguntas do que respostas,
mas que não deixarão ninguém indiferente.
CONCERTOS/CONFERÊNCIA: MÚSICA E CIÊNCIA
INSTITUTO POLITÉCNICO DE VISEU
Terça-feira, 21 de março de 2017
O TEMPO MUSICAL | Conferencista: Pedro Amaral
Orquestra Metropolitana De Lisboa
Ludwig van Beethoven (1770-1827)
Abertura Coriolano, Op. 62 (1807) (duração aproximada de 8’)
Sinfonia N.º 7 em Lá Maior, Op. 92 (1811-12)
(duração aproximada de 42’)
I. Poco sostenuto – Vivace
II. Allegretto
III. Presto
IV. Allegro con brio
INSTITUTO POLITÉCNICO DE CASTELO BRANCO
Quinta-feira, 6 de abril de 2017
A Música como Objeto Histórico
Conferencista: Nuno Bettencourt Mendes
Cordas da Orquestra Metropolitana De Lisboa
Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791)
Divertimento em Ré Maior, KV 136 (1772) (duração aproximada de 18’)
I. Allegro
II. Andante
III. Presto
Leoš Janáček (1854-1928)
Suíte para Cordas, JW VI/2 (1877) (duração aproximada de 21’)
I. Moderato
II. Adagio
III. Andante con moto
IV. Presto
V. Adagio
VI. Andante
UNIVERSIDADE DE ÉVORA
Sexta-feira, 5 de maio de 2017
A Música e a Consciência Íntima do Tempo
Conferencista: José Gil (a confirmar)
Orquestra Metropolitana de Lisboa
Luís Carvalho (n. 1974)
Nise Lacrimosa, romance para orquestra (2011)
(duração aproximada de 12’)
Igor Stravinsky (1882-1971)
Orpheus (1947)
(duração aproximada de 30’)
INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA
Segunda-feira, 22 de maio de 2017
A Música no Espaço e no Tempo
Conferencista: Carlos Fiolhais (a confirmar)
Orquestra Académica Metropolitana
Franz Schubert (1756-1791)
Sinfonia N.º 5 em Si Bemol Maior, D. 485 (1791)
(duração aproximada de 30’)
I. Adagio - Allegro
II. Andante
III. Scherzo: Presto
IV. Allegro moderato
UNIVERSIDADE DE AVEIRO
Terça-feira, 26 de setembro de 2017
UNIVERSIDADE DO MINHO
Quarta-feira, 27 de setembro de 2017
INSTITUTO POLITÉCNICO DO PORTO
Quinta-feira, 28 de setembro de 2017
Tempo da Composição Versus Tempo da Narrativa
Conferencista: Pedro Amaral
Orquestra Metropolitana de Lisboa
Johannes Brahms (1833-1897)
Sinfonia N.º 1 em Dó Menor, Op. 68 (1855-76)
(duração aproximada de 45’)
I. Un poco sostenuto – Allegro
II. Andante sostenuto
III. Un poco allegretto e grazioso
IV. Adagio - Allegro non troppo, ma con brio
INSTITUTO POLITÉCNICO DE SETÚBAL
Quinta-feira, 19 de outubro de 2017
UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR
Quarta-feira, 25 de outubro de 2017
O «Espírito do Tempo»
Conferencista: Rui Vieira Nery (a confirmar)
Orquestra Académica Metropolitana
César Franck (1822-1890)
Sinfonia em Ré Menor (1888)
(duração aproximada de 45’)
I. Lento - Allegro non troppo
II. Allegretto
III. Allegro non troppo
INSTITUTO POLITÉCNICO DE BRAGANÇA
Quinta-feira, 26 de outubro de 2017
A Música como Ciência
Conferencista: Rui Campos Leitão
Programa a anunciar
ORQUESTRA METROPOLITANA DE LISBOA (OML)
A Orquestra Metropolitana de Lisboa mantém uma programação regular
desde 1992, pelo que vai comemorar, em 2017, 25 anos de vida. Os
seus músicos asseguram uma intensa atividade na qual a qualidade e a
versatilidade têm presença constante, permitindo abordar géneros
diversos, proporcionando a criação de novos públicos e a afirmação do
caráter inovador do projeto AMEC | Metropolitana, de que esta
orquestra é a face mais visível.
Nos programas sinfónicos, jovens intérpretes da Academia
Nacional Superior de Orquestra juntam-se à Metropolitana, cuja
constituição regular integra já músicos formados nesta escola, sinal da
vitalidade da ponte única que aqui se faz entre a prática e o ensino da
música. Este desígnio, que distingue a identidade da Metropolitana, por
ser exemplo singular no panorama musical internacional,
complementa-se com a participação cívica, que se traduz na
apresentação frequente em eventos públicos relevantes, como o festival
Dias da Música, que se realiza anualmente no Centro Cultural de
Belém, e do qual a OML é orquestra residente. Cabe-lhe, ainda, a
responsabilidade de assegurar uma programação regular junto de
várias autarquias da região centro e sul, para além de promover
iniciativas de descentralização cultural por todo o país.
Desde o seu início, a Metropolitana é referência incontornável do
panorama orquestral nacional. Apesar de sedeada em Lisboa, onde
apresenta uma temporada de cerca de três dezenas de concertos com
orquestra e dezenas de programas de música de câmara, a OML estende
atualmente a sua área de influência a 12 dos 18 concelhos da área
Metropolitana de Lisboa e às cidades do Porto, Coimbra, Setúbal e
Leiria.
Tem gravados mais de um dezena de CD – um dos quais disco de
platina – para diferentes editoras, incluindo a EMI Classics, a Naxos e a
RCA Classics.
Ao longo destas duas décadas, colaborou com inúmeros maestros e
solistas de grande reputação no plano nacional e internacional, de que
são exemplos os maestros Pablo Heras-Casado, Christopher Hogwood,
Theodor Guschlbauer, Michael Zilm, Emilio Pomàrico, Nicholas
Kraemer, Leonardo García Alarcón, Hans-Christoph Rademann, Victor
Yampolsky, Joana Carneiro e Pedro Neves ou os solistas Monserrat
Caballé, Kiri Te Kanawa, José Cura, José Carreras, Felicity Lott,
Elisabete Matos, Leon Fleisher, Maria João Pires, Artur Pizarro,
Sequeira Costa, António Rosado, Jorge Moyano, Natalia Gutman,
Gerardo Ribeiro, Anabela Chaves, António Menezes, Sol Gabetta, Michel
Portal, Marlis Petersen, Dietrich Henschel e Mark Padmore, entre
outros.
A Direção Artística da Orquestra Metropolitana de Lisboa é, desde
julho de 2013, assegurada pelo maestro e compositor Pedro Amaral.
SOLISTAS DA METROPOLITANA
Uma orquestra clássica integra na sua constituição diferentes
famílias de instrumentos que, no conjunto, formam uma identidade
musical que as transcende. Só no contexto da música de câmara é
possível apreciar com atenção exclusiva a sonoridade própria de cada
uma delas. Por isso, os profissionais da Orquestra Metropolitana de
Lisboa dividem-se frequentemente em pequenos agrupamentos ao longo
de cada temporada para apresentar recitais que permitem ao público
familiarizar-se com pormenores interpretativos que passam
normalmente despercebidos e usufruir do extraordinário repertório de
música de câmara que nos foi legado pelos mais importantes
compositores da História.
ORQUESTRA ACADÉMICA METROPOLITANA (OAM)
A OAM estreou-se em 1993, na sequência da criação da Academia
Nacional Superior de Orquestra – uma instituição única no país,
destinada a formar músicos profissionais nas áreas de Instrumento e
Direção de Orquestra. Desde o seu início, a OAM é orientada por Jean-
Marc Burfin, seu maestro titular.
Constituída inicialmente por menos de trinta elementos, a OAM é hoje
uma formação sinfónica englobando cerca de 70 músicos. Com uma
temporada que se estende ao longo de cada ano letivo, a OAM mantém
uma atividade regular de ensaios e concertos, apresentando-se não só
na área Metropolitana de Lisboa como também noutras localidades do
país.
Com largas centenas de concertos realizados, abarcando um repertório
que vai do Barroco à música do século XX, a OAM tem executado obras
de compositores tão representativos como Bach, Haydn, Mozart,
Beethoven, Brahms, Schubert, Mendelssohn, Mahler, Ravel, Debussy,
Milhaud, Bartók, Hindemith, Stravinsky e Varèse, entre outros.
Para além do seu maestro titular, a OAM é habitualmente dirigida
pelos alunos do Curso Superior de Direção de Orquestra. Muitos dos
concertos contam com a presença de maestros convidados, tais como
Jean-Sébastien Béreau, Pascal Rophé, Robert Delcroix e Brian
Schembri.
A OAM possibilita ainda aos alunos da Academia a apresentação
regular a solo com orquestra. Teve, ainda, o privilégio de tocar com
vários solistas de renome como António Rosado, Gerardo Ribeiro, Paulo
Gaio Lima, Liliane Bizineche, Francine Romain, Miguel Borges Coelho,
Artur Pizarro, François Leleux e, num concerto humorístico, o quarteto
italiano Banda Osíris.
Entre as suas deslocações, a OAM participou no Porto 2001
Capital da Cultura, num encontro internacional de orquestras de jovens
onde tocou o War Requiem de Britten. Fez várias digressões pelos Açores
e esteve no VII Ciclo Internacional de Orquestras Universitárias, em
Saragoça, e subiu ao palco do Theâtre de la Monnaie, em Bruxelas. Na
presente temporada tem agendados seis programas diferentes,
participando ainda nos concertos da Orquestra Sinfónica Metropolitana,
nomeadamente nos Dias da Música em Belém.
A Academia Nacional Superior de Orquestra é uma instituição
única no país, pela forma como interliga a formação com a prática
musical. Especificamente destinada a preparar músicos profissionais
nas áreas de Instrumento e Direção de Orquestra, o ensino aqui
ministrado baseia-se num acompanhamento individual especializado,
na prática de música de câmara e numa componente teórica
complementar, sendo a Orquestra Académica Metropolitana o eixo
central da formação destes jovens músicos. Os resultados pedagógicos
são bem evidentes pelo número de alunos premiados em concursos de
renome, pelas admissões dos estudantes aqui formados nas melhores
escolas internacionais e pela alta taxa de empregabilidade destes jovens
quando chegam ao mercado de trabalho.