Apresentacao Unila LiderançA E IntegraçãO Regional

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A UNILA E A INTEGRAÇÃO SULAMERICANA: Um projeto de liderança brasileira? José Ricardo Martins IV ENABED - Brasília, 20 de julho de 2010.

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A UNILA E A INTEGRAÇÃO SULAMERICANA:

Um projeto de liderança brasileira?

José Ricardo Martins

IV ENABED - Brasília, 20 de julho de 2010.

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Globalização Mundo pós Guerra Fria Lideranças regionais Integração regional

Contexto

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PROBLEMA

A criação da UNILA é um instrumento da liderança brasileira na América do Sul no seu processo de integração regional?

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OBJETIVOS

Analisar a dinâmica da liderança brasileira no processo de integração regional da UNASUL, através da criação da UNILA.

Contextualizar o mundo pós-Guerra Fria e o aparecimento de lideranças e blocos regionais.

Descrever a criação da UNILA, seu histórico, projeto, fins e primeiras atividades.

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JUSTIFICATIVA

O Brasil assume importância regional e mundial cada vez maior. É importante compreender a nova configuração mundial e o papel que o Brasil desempenha nesse cenário.

A UNILA é um projeto inovador e audacioso que terá grande contribuição para a integração regional.

Contribui para minha trajetória pessoal e para futuros estudos.

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PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Pesquisa essencialmente qualitativa com base na análise bibliográfica no que refere-se à LIDERANÇA REGIONAL e INTEGRAÇÃO REGIONAL, bem como documental (análise dos documentos constitutivos da UNILA).

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

GLOBALIZAÇÃO

Boaventura de Souza Santos (A Globalização e as Ciências Sociais, 2005, p. 26) define globalização como

“um fenômeno multifacetado, com dimensões econômicas, sociais, políticas, culturais, religiosas e jurídicas interligadas de modo complexo.

[diferente das ´outras´ globalizações, esta] parece combinar a universalização e a eliminação das fronteiras nacionais.”

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

GLOBALIZAÇÃO

Com a globalização, conceito de Estado-nação está em mutação e compartilha sua soberania em favor de blocos regionais, conforme argumentam Held e McGrew (Prós e contra da Globalização, 2001, p. 31):

“O Estado transformou-se numa arena fragmentada [...], permeada por redes transnacionais (governamentais e não governamentais). [...] O vínculo exclusivo entre o território e o poder político rompeu-se. [...] Novas instituições internacionais e transnacionais têm vinculado Estados soberanos e transformado a soberania num exercício compartilhado de poder.”

O estrategista empresarial japonês, Kenichi Ohmae (1999), advoga o fim do Estado-nação em favor de Estados-regiões como forma menos burocrática e mais ágil de vencer a acirrada competição na era da globalização. Segundo o autor, a regionalização seria uma melhor maneira de respeitar e valorizar a vocação econômica das regiões.

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA:

LIDERANÇA REGIONAL

Amitai Etzioni (1965): Political unification: a comparative study of leaders and forces.

A liderança é um elemento crucial no processo de integração de uma região. A liderança não possível de ser exercida por todos ao mesmo tempo. Um ou dois países devem ser o motor no processo de integração regional.

Andrew Hurrell (2007): What world? Many worlds? The place of regions in the study of international society.

Ordem mundial construída em torno de esferas de responsabilidades regionais.

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA:

LIDERANÇA REGIONAL Detlef Nolte (2007, pp. 16-18) Potencias regionales en la

política internacional: conceptos y enfoques de análisis.

Estabelece critérios para se reconhecer uma potência regional.

O país líder dever ser capaz de: agregar poder: convencer um número suficiente de

países da região para seu projeto hegemônico; compartilhar poder com os países menos poderosos

da região; possuir recursos materiais (militares, econômicos,

demográficos), institucionais (políticos) e ideológicos para uma projeção de poder na região;

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA:

LIDERANÇA REGIONAL Nolte (2007) cont.

exercer efetivamente grande influência em assuntos da região;

comprometer-se com uma estratégia de longo prazo em vista de criar uma institucionalidade regional, ou seja, possuir capacidade de criar compromissos que são mantidos no decorrer do tempo, através de instituições sólidas, independentemente das mudanças de governos.

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA:

LIDERANÇA REGIONAL

Manuel Antonio Garretón (2009a, p. 245): “Se ha dicho muchas veces que sin la presencia

protagonista de Brasil – algunos hablan de liderazgo -, los procesos de integración latinoamericana estarían condenados al fracaso y que la tradicional tendencia al aislamiento de dicha nación conspira contra este rol activo que se le exige.”

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA:

INTEGRAÇÃO REGIONAL Karl Deutsch (1957): Political community and the North Atlantic

área. Define integração como a existência de um sentido de comunidade, de instituições e de práticas capazes de assegurar a paz ao longo do tempo.

Ernest Haas (1958): The uniting of Europe.

Processo de transferência do sentimento de lealdade, expectativas e atividades políticas a um novo centro de poder.

Amitai Etzioni (1990): Political unification: a comparative study of leaders and forces.

Uma integração é antes de tudo uma comunidade política: “O nível de integração política é a característica principal que distingue as comunidades políticas dos outros sistemas políticos” (1990, p. 361).

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA:

INTEGRAÇÃO REGIONAL

Nahuel Oddone (2008): La red de mercociudades: globalización, integración regional y desarrollo local.

a integração regional é uma alternativa à globalização. Karl Deutsch (1957): Political community and the North

Atlantic área.

define integração como a existência de um sentido de comunidade, de instituições e de práticas capazes de assegurar a paz ao longo do tempo:

Valores e expectativas; Capacidades e processos de comunicação; Mobilidade das pessoas;

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA:

INTEGRAÇÃO REGIONAL

Karl Deutsch (1957) cont. Multiplicidade e equilíbrio das transações; Possibilidade de previsão recíproca do comportamento. (1970) Integração como construção de comunidades de

segurança.

A UNASUL e a integração sulamericana. Brasília, 2008. A América do Sul não é um subcontinente homogêneo e discute-

se se há de fato uma identidade sulamericana. As raízes ibéricas miscigenada à indígena e aos imigrantes de outras partes da Europa e Ásia fazem da América do Sul um espaço de convivência e de construção de uma identidade própria, apesar de diferenças étnicas e de raças. (VIEIRA VARGAS, 2007)

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA:

INTEGRAÇÃO REGIONAL

A UNASUL (Cont.) DESAFIOS: Diferenças de cultura política. Avanços e retardos econômico-industrial. Assimetrias do Brasil com relação aos outros países. Línguas castelhana e lusitana, a religião católica e lutas por

independência de potências colonizadoras ibéricas dão um toque de unidade ao subcontinente sulamericano.

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País Alfabetização% população

Educação % PIB - gastos

Terciário Taxa matrícula bruta

Defesa % PIBgastos

Argentina 97,2% 3,8% 68%* 0,8%

Bolívia 86,7% 6,4% 38%* 1,3%

Brasil 88,6% 4% 34%** 1,7%

Chile 95,7% 3,2% 52%* 2,7%

Colômbia 90,4% 4,7% 35%** 3,4%

Equador 91% 1% 42%** 0,9%

Guiana 98,8% 8,5% 12% 1,8%

Paraguai 94%% 4% 29% 1%

Peru 92,9% 2,5% 34% 1,5%

Suriname 89,6% NA NA 0,6%

Uruguai 98% 2,9% 64% 1,6%

Venezuela 93% 3,7% 79% 1,2%

UNASUL: INDICADORES EDUCACIONAIS E DEFESAFonte: CIA The World Factbook, dados de 2009 (est.) */** UIS/UNESCO

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UNILA UNILA: A CONSTRUÇÃO DE UMA UNIVERSIDADE

DA INTEGRAÇÃO. A história da UNILA está ligada à construção do

MERCOSUL. História e processo de constituição: Dez. 2007 – projeto de lei de criação. Jan. 2008 – instituída a Comissão de Implantação. Abr. 2008 – projeto de lei chega ao Congresso. Jan. 2010 – sanção presidencial. Mar. 2010 – Prof. Hélgio Trindade toma posse como

reitor pro tempore.

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O PROJETO UNILA calcado no caráter interdisciplinar do conhecimento e

na integração, concentrados na área de ciências e humanidades.

em consonância com a nova configuração geopolítica mundial, especialmente no que diz respeito à integração regional;

uma estratégia de cooperação internacional concebida como parte da missão da Universidade;

centrado nas necessidades presentes e futuras das sociedades latinoamericanas;

“o diálogo intercultural está sendo pensado para ser estabelecido como um dos pontos nevrálgicos do projeto pedagógico.” (Comissão de Implantação, 2009, p. 17)

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O PROJETO UNILA Missão da UNILA: contribuir para o processo de

integração regional latinoamericano através do conhecimento compartilhado e a cooperação solidária entre universidades e centros de pesquisa da América Latina.

Consulta internacional: Huerta Montalvo (Convênio Andrés Bello, Equador):

“La universidad concebida como conciencia y cerebro de la integración latinoamericana, trabajará con el objetivo claro de lograr una Región con presencia mundial en lo que supondrá un nuevo orden internacional.”

Jayme Preciado Coronado (Univ. de Guadalajara) observa na interculturalidade a semente da integração.

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O PROJETO UNILA Educação como vetor de integração UNILA pretende ser um pilar na construção do Espaço

Latino-Americano de Educação Superior. Antecedentes:

União Européia: Processo de Bolonha (1999). MERCOSUL: MEXA (1998), ARCU-SUL (2008). “A educação tem papel central para que o processo de

integração regional se consolide.” (SEM) Construir a integração através da oferta diversificada

de cursos concentrados na área de ciências e humanidades.

Educação é fundamental para a mobilidade das pessoas.

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O PROJETO UNILA Os Primeiros passos da UNILA Criação do IMEA – Instituto Mercosul de Estudos

Avançados. Instalação das Cátedras Latinoamericanas (2009). CLAEPPAES – Curso Latinoamericano de

Especialização em Políticas Públicas e Avaliação da Educação Superior (out/09 – mar/10): 16 alunos brasileiros e 13 de outros nove países latinoamericanos: Argentina, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.

Convivência intensa sem choques interculturais; bilinguismo; Cursos de Graduação (agosto/10): Ciências Biológicas: Ecologia e

Biodiversidade (Manhã); Relações Internacionais e Integração (Tarde); Economia, Integração e Desenvolvimento (Noite); Sociedade, Estado e Política na América Latina (Tarde); Engenharia Ambiental de Energias Renováveis (Manhã); Engenharia Civil de Infraestrutura (Manhã).

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A TÍTULO DE CONCLUSÃO Hurrell (2007) entrevê a possibilidade da nova ordem

mundial ser construída e constituída por Estados-regiões, por meio de pólos de poder [regional].

O regionalismo faz parte de uma nova ordem mundial. A UNILA pretende ser uma universidade intercultural

com o aprofundamento da riqueza e diversidade cultural Latinoamericana.

É necessário a compreensão e a superação dos pré-conceitos e do etnocentrismo.

Sua missão é a integração regional. A UNILA tem um discurso centrado na cooperação.

Aparentemente a Diplomacia brasileira um outro discurso.

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A TÍTULO DE CONCLUSÃO

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