Área de Integração - Cultura Militar

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ESCOLA SECUNDÁRIA DE BOCAGE CURSO DE TÉCNICOS DE APOIO À INFÂNCIA TÍTULO “PATRIMÓNIO MILITAR: FORTE DE SÃO FILIPE E CASTELO DE PALMELA” Fábio Machuqueiro Turma I do 10º ano Disciplina: Área de Integração

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ESCOLA SECUNDÁRIA DE BOCAGE

CURSO DE TÉCNICOS DE APOIO À INFÂNCIA

TÍTULO

“PATRIMÓNIO MILITAR:

FORTE DE SÃO FILIPE E CASTELO DE PALMELA”

Fábio Machuqueiro

Turma I do 10º ano

Disciplina: Área de Integração

Professor/a:

14 De Novembro de 2008

Ano lectivo 2008/2009

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Indíce

INTRODUÇÃO............................................................................................................................. 21.O PATRIMONIO MILITAR........................................................................................................32.FORTALEZA DE SÃO FILIPE..................................................................................................4

2.1A história........................................................................................43.CARACTERÍSTICAS MILITARES............................................................................................64.CASTELO DE PALMELA.........................................................................................................8

4.1A história........................................................................................85.O PATRIMÓNIO MILITAR DO CASTELO DE PALMELA......................................................11

5.1Características militares................................................................116.O ESPAÇO DE TRANSMISSÕES MILITARES......................................................................13

6.2A sinalização óptica.......................................................................146.3O material telegráfico....................................................................156.4Os Héliografos...............................................................................156.5O material telefónico.....................................................................16

CONCLUSÃO............................................................................................................................ 17BIBLIOGRAFIA E NETGRAFIA................................................................................................18ANEXOS.................................................................................................................................... 19

Fotografias........................................................................................19A minha opinião.................................................................................20Ficha Modelo de Apresentação do Pré-Projecto...................................21

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INTRODUÇÃO

O tema “Património militar: Forte de São Filipe e Castelo de Palmela”

representado neste trabalho, insere-se no âmbito do estudo do módulo 1

denominado “Pessoa e Cultura”, abordado na disciplina de Área de Integração.

A escolha deste tema deveu-se ao facto do património militar ser

considerado um factor histórico bastante importante no desenvolvimento da

região pela maneira como cada uma das estruturas apresentavam aspectos

estratégicos e de natureza militar de modo a preservar a região.

Neste trabalho pretendo identificar as origens do património acima

referidos, a sua história e a forma como pretendiam então defender a região,

recorrendo para tal à consulta de documentos, textos informativos, pesquisa na

Internet e algum trabalho de campo onde possa fotografar e filmar de perto

estas estruturas, de modo a conhecer de perto as mesmas.

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1.O PATRIMONIO MILITAR

A cidade de Setúbal contém a

nível militar uma grande história que

data de há muitos anos atrás. Desde

influencias árabes, passando pelas

romanas a quantidade de aspectos

deste género que imortalizaram algumas

estruturas da região são bastante

importantes para compreendermos a

evolução da cidade e a importância

histórica que apresentam. Entre os

séculos XV e XVIII, Setúbal conta-nos

uma história cultural e militar sem igual.

As lutas liberais que o pais presenciou ou mesmo o domínio Filipino

evidenciado em Portugal durante estas décadas, deixaram um rasto marcante

directamente observável através de

estruturas militares sem igual. Das muitas

construídas, existem duas que se

destacam pela importância, pela

construção e pela missão que cada uma

delas tinha. O forte de São Filipe e o

Castelo de Palmela são duas estruturas

completamente diferentes, mas com um objectivo em comum. A protecção da

cidade e da região. Assim podemos

afirmar, que o património militar de

Setúbal são todas as edificações

construídas estrategicamente com o

objectivo de defender e preservar um

território, uma cidade que hoje em dia

chamamos nossa. A cidade de Setúbal.

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Fig1-Os castelos fazem parte da cultura militar

Fig2-Forte São Filipe

Fig3-Castelo de Palmela

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2.FORTALEZA DE SÃO FILIPE

2.1A história

Setúbal, cidade ligada directamente

à indústria principalmente do peixe, viu no

reinado de D. Afonso V e de D. Pedro I,

ser construída a primeira muralha com o

objectivo de proteger a cidade. Ora como

centro urbano e industrial muito

importante na época, a região de Setúbal sofria constantes ataques piratas

vindos do Norte de Africa. Estes piratas atacavam os pescadores, facto que

contribuiu para o aparecimento da fortaleza de Santiago de Outão.

Os anos passaram. Decorria o ano de 1580

quando o reinado português se viu frente a frente com

uma crise politica. Depois da partida de D. Afonso V

rumo aos descobrimentos e da morte de D. Henrique,

começaram as disputas pela posse do trono de Portugal.

De um lado D. António Prior do Crato que recebia o

apoio do povo, do outro D. Filipe II de Espanha, tio do rei

D. Sebastião.

O governo elegido pelo cardeal antes de falecer, tinha a difícil tarefa de

decidir a sucessão do trono. Mudam-se então para Setúbal, fugindo à confusão

politica que abanava por completo a capital do país. Na chegada a Setúbal, o

povo realça o seu apoio a D. António. Quem não gostou muito deste facto foi D.

Filipe II de Espanha que ao ver a demora da junta governativa em nomeá-lo rei

manda invadir a cidade de Setúbal. A frota Espanhola entra por Badajoz, e dá-

se uma terrível batalha às portas da cidade.

Apesar da forte resistência, cai a fortaleza de

Santiago de Outão.

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Fig4-Porto de Setúbal

Fig5-D. Filipe II

Fig6-Construção Inicial do Forte São Filipe

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Com esta muralha derrubada e temendo pelo pouco apoio dos

setubalenses, D Filipe II visita Setúbal em 1572 e manda construir uma

autentica fortaleza que substituísse e ao mesmo tempo complementasse a

antiga muralha. Assim nasceu a Fortaleza de São Filipe. Para trás ficaram os

castelos medievais que até então bastavam para manter a cidade em

segurança perante o ataque inimigo.

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3.CARACTERÍSTICAS MILITARES

A fortaleza de São Filipe vista pelo pátio

exterior que a circunda, apresenta-se como um

modelo arquitectónico exemplar devido aos seus

traços francamente militares.

A obra obedeceu aos modelos mais

avançados da época em que foi construída pelo

Engenheiro militar italiano, Filipe Terzi.

A arquitectura evidencia um impressionante

estilo maneirista e incorporava os avanços impostos

pela artilharia da época. Construída e revestida em

pedra e tijolo, esta construção apresenta uma

planta

poligonal irregular, que do ponto de vista

aéreo, pode-se constatar o seu formato

estrelado.

Apresentava então seis baluartes

reveladores da adaptação à artilharia,

permitindo grande diversidade de posições de tiro e uma maior eficácia de

defesa. Apresenta espessos muros, donde crescem as sólidas muralhas que

por sua vez apresentavam

pequenas torres de

cúpulas, donde se podia

vigiar toda a encosta

Com uma

construção inclinada, podia

oferecer também maior

resistência ao impacto dos

projécteis. Uma segunda

linha de muralhas

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Fig7-Livro de construção militar de Filipe Terzi

Fig8-1 dos baluartes do Forte São Filipe

Fig9- Muralha do Forte São Filipe

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avançadas reforçava a resistência criando assim um duplo obstáculo. Apesar

de não possuir qualquer tipo de

torre, a fortaleza possuía no seu interior um importante conjunto de edifícios do

qual se destacava a residência do governador e a igreja revestida por

magníficos painéis de azulejo.

Embora não havendo

vestígios de um fosso de água

contornando a construção parece

ser visível na parede traços de

uma possível existência de ponte

levadiça.

Caminhando pelo castelo

pode-se encontrar duas portas de

madeira de grande volume e

antiguidade. Embora o forte tenha sido edificado pela necessidade de controlar

o acesso ao porto do Sado, pelos navios estrangeiros e piratas que

periodicamente assediavam este porto em busca do forte comércio de sal e

pescas, não deixa de ser notável a sua defensiva posição simultaneamente em

relação à cidade factor que também era muito importante até pelos problemas

futuros que a região viria a ter.

Em jeito de conclusão, toda a construção era realmente estratégica e

com objectivos de defesa, onde apenas o escudo nacional com as suas cinco

quinas esculpidas na pedra, representado a cruzada dos portugueses

embelezava esta estrutura francamente militar.

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Fig10-Mapa antigo com a construção do Forte

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4.CASTELO DE PALMELA

4.1A história

Muito mais antigo que a fortaleza

de São Filipe, surge-nos o castelo de

Palmela.

Muito diferente, da construção de

Filipe Terzi, o castelo de Palmela era

realmente o que o nome indica, um

verdadeiro castelo. Ao passo que, a

fortaleza tinha como objectivo apenas

defender a região de Setúbal e

principalmente o Porto do rio Sado, o

Castelo de Palmela tinha uma função não

só estratégica e militar, como também

apresentava uma função religiosa.

Entre o Tejo e o Sado ergue-se

então o grandioso Castelo de Palmela. Mas

como surgiu esta enorme estrutura?

Segundo a história tudo começa quando os

Mouros conquistam a região de Palmela

aos visigodos, e edificam a primeira

fortificação por volta do século IX, com uma

influência claramente árabe.

Acontece, que um tal de D. Afonso

Henriques conquistou Palmela em 1147, perdendo

o território novamente para os muçulmanos. Mas

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Fig11-Castelo de Palmela

Fig12-D.Afonso Henriques

Fig13-D.Sancho I

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D. Afonso Henriques, era um autêntico guerreiro. Lutando e persistindo na

conquista do Castelo recuperou-o por volta de 1190, ficando a partir

daqui definitivamente na posse dos Portugueses, que imediatamente o doaram

à ordem dos freires de Santiago. Estes por seu turno, retiram-se em 1191, após

uma investida dos árabes na tentativa de recuperar novamente o Castelo.

Ficando completamente desfeito, foi recuperado em 1205 por D. Sancho I, que

depois do “arranjo”, confirmou a doação à ordem de Santiago que ai se instala

definitivamente no ano de 1443. Esta sede permaneceu no Castelo de Palmela

até meados do século XIX. Contudo, após o terramoto de 1755, que destruiu

Lisboa e danificou uma boa parte do castelo, apenas os freires permaneceram,

mesmo que em más condições. Os monges cavaleiros da Ordem de Santiago

ficaram assim conhecidos como os “freires de Palmela”. Esta ordem, admitida

por D. Afonso Henriques, em Portugal tornou o ramo Português

independente do castelhano no reinado de D. Dinis e

apresentou como símbolo uma cruz em forma de espada que

ainda hoje perdura no castelo e na vila de Palmela. Durante os

anos em que a Ordem de Santiago permaneceu no castelo,

destacam-se alguns acontecimentos importantes como a

construção da Igreja e do convento de Santiago de 1443 a

1482, a morte de D. Jorge, último mestre eleito da Ordem

militar de Santiago.

No final do século XIX, o Castelo de Palmela acolheu o chamado

Espaço de transmissões militares, devido ao seu posicionamento geo-

estrategico e às necessidades históricas que se haveriam de arrastar por anos

e anos.

Muito deste material, está armazenado

num dos museus do castelo. É bastante

interessante principalmente para os amantes

das máquinas antigas e das

telecomunicações militares podendo ainda

constatar a evolução que ocorreu desde

então ao nível ao militar. De notar que um posto retransmissor do castelo

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Fig14-Simbolo da ordem de Santiago

Fig15-Painel Indicativo do Museu Nacional De Palmela

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esteve instalado no castelo até ao ano de 1993. No ano de 1940 deu-se a

restauração parcial do castelo, onde mais tarde em 1979 se inaugurou a

pousada de Palmela e em 1990 começou-se a elaborar um programa municipal

de recuperação e animação do castelo, e também das galerias da praça de

armas e da casa do guarda. Mais recentemente, o castelo tem vindo a fazer

parte do turismo português, tais são as antiguidades a nível militar e histórico

que podemos encontrar nesta edificação única em Portugal. Tendo em conta a

vasta história do castelo, talvez fosse mais acertado referimo-nos ao mesmo

como “Os Castelos de Palmela”, porque a já longa e rica história de que é

dono, não se fez de uma só vez e sofreu muitas modificações ao longo do

tempo.

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5.O PATRIMÓNIO MILITAR DO CASTELO DE PALMELA

5.1Características militares

O Castelo de Palmela, segundo a história,

exerceu o seu papel como posto de vigia de

comunicação, de base de apoio a eventuais

situações de guerra e do controlo do espaço que

ficava entre Lisboa e o Sul, entre os rios Tejo e

Sado.

As muralhas do castelo elevam-se a uma altitude de 230 metros sendo

possível comunicar com castelos vizinhos a partir de sinais luminosos.

Outra forma de comunicar com os castelos era a partir de toques de

búzios, que está exposto na praça de armas, mais propriamente no museu

dedicado às comunicações militares que funcionaram no castelo ao longo do

século XIX.

Neste museu podemos verificar variado material telegráfico, aparelhos

de código morse, manuais de instrução ou mesmo telefone antigos são alguns

dos instrumentos da variada colecção militar no museu.

Nas palavras do tenente – coronel António de Sousa Maia, este espaço

de transmissões militares, “Possibilita ao exército expor um pouco da sua

história”.

Entre 1893 e 1983, aquele espaço do castelo de Palmela acolheu um

posto de transmissões militares do exército e dispunha de diversos

instrumentos entre os quais se contavam um héliografo – Um instrumento que

se baseava no envio de sinais através de código morse por reflexão dos raios

solares em espelhos.

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Fig16-Muralha do Castelo de Palmela

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Outro dos instrumentos era o chamado pote de fumo, que consistia na

sinalização óptica através de sinais de fumo de variadas cores.

5.2A Ordem de Santiago

Muito antes das transmissões militares, existiu no

castelo a Ordem de Santiago, que também constitui uma

grande parte da história militar da região. Mas afinal quem

eram estes homens que defendiam o castelo travando

batalhas pela posse de um Castelo que haveria mesmo de

ficar na mão dos Portugueses?

A Ordem militar de Santiago era uma ordem

religiosa militar cujos primórdios são difíceis de identificar.

Os cavaleiros de Santiago assim eram chamados, tinham

como símbolo uma espada em forma crúcifera.

Fizeram do Castelo de Palmela a sua ordem, e travaram batalhas

importantíssimas ao nível histórico para que hoje possamos admirar a estrutura

e dizer que pertence a Portugal.

A batalha mais emblemática dá-se quando em

1200, o exército de D.Sancho I pede auxilio aos

grandiosos cavaleiros da ordem de Santiago,

retomando assim entre outros, o Castelo de Palmela.

Estes bravos guerreiros compõem uma página

histórica para Portugal tal fora as conquistas que

alcançaram nos reinados dos vários reis de Portugal.

Ao nível militar os cavaleiros de Santiago foram uma

preciosa ajuda para hoje muitos dos castelos que

temos podermos dizer sem receios, que são de Portugal.

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Fig17-Cavaleiro da Ordem de Santiago

Fig18-Cavalaria da Ordem de Santiago de Palmela

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6.O ESPAÇO DE TRANSMISSÕES MILITARES

Como já foi referido, o Castelo de Palmela

desempenhou no passado, até pelo seu

posicionamento geo-estrategico, um papel de

destaque ao nível das transmissões militares.

Data do século, XIV o episódio mais

conhecido de comunicação por fogo entre Palmela e Lisboa. As almenáras

acesas na torre de menagem de Palmela permitiram a Nuno Àlvares Pereira

comunicar ao Mestre de Avis, cercado então por castelhanos, a proximidade de

reforços a caminho de Lisboa.

Mais tarde, em 1885, instalou-se no castelo um Heliografo para o serviço

militar de transmissões telegráficas ópticas, ficando assim sediada no castelo a

telegrafia militar, mais propriamente no actual museu, anteriormente conhecido

como a “Casa dos Radiotelegrafistas”.

6.1Os Pombos correios

A utilização de buzios como meio de

comunicação militar remonta à antiguidade

pré clássica. A sua origem está associada à

religião islâmica, aquando a sua utilização

num apelo aos fiéis para oração.

Os mensageiros privelegiados eram

pombos de certas raças, os chamados

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Fig19-Torre do Castelo de Palmela

Fig20-Pombo Correio

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pombos correiros, que voavam a cerca de 1km por minuto, chegando a

percorrer distancias até 150km.

Estes pombos conseguiam sempre regressar ao pombal de origem

devido às suas faculdades naturais e aos seus treinos adequados.

As mensagens militares que transportavam, eram guardadas num

pequeno tubo preso ao pé da ave e eram escritas em papel especial e quase

sempre em código.

No ano de 1872, iniciou funções um serviço columbófilo ligado às

comunicações militares.

6.2A sinalização óptica

Outro meio de comunicação militar era a

sinalização óptica a partir das altas torres dos castelos,

incluindo o de Palmela. Contudo, a origem deste tipo de

comunicação remonta hà muitos anos atrás, pelo

menos desde o século II A.C.

Como já foi referido, o

Castelo de Palmela, foi tambem

palco deste tipo de comunicação

durante a crise de 1383-85. Conta Fernão Lopes, que

Nuno Alvares Pereira anunciou ao mestre de Avis, em

Lisboa, a sua chegada ao castelo de Palmela, acendendo

fogueiras na torre de menagem. Nas palavras de Fernão

Lopes o episódio é contado:

“O Mestre quando viu aquelas almenáras de fogo em Palmela bem entendeu

que era Nun’Alvares que ali estava com suas gentes;…e mandou acender

grandes tochas no grande cirado dos paços del-rei hu estonce pousava, por as

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Fig21-Torre de onde se fazia a sinalização óptica

Fig22-Fernão Lopes

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verem de Palmela, e lhe dar a entender que via suas almenaras e que lhe

respondia com aqueles lumes, pois outra fala antre eles haver não podia.”

A sinalização óptica além das almenaras de fogo, fazia-se também

através de bandeiras( sinalização homógrafica), mangas, páineis e artificios

pirotecnicos como os foguetes.

Na telegrafia óptica, mais eficaz do que a sinalização, os aparelhos

usados eram os Héliografos e as lanternas de sinais.

6.3O material telegráfico

Em meados do século XIX, começa a ser aplicada em Portugal, mais

propriamente nos exécitos militares, a

telegrafia eléctrica. Entre 1880-85 começou

por usar-se o telégrafo impressor Hughes.

Mais tarde apareceu o telégrafo Breguet e a

partir daí começaram a aparecer e a funcionar

vários aparelhos telegráficos de código Morse.

A maioria dos processos de transmissões

militares utilizados pelo exército, nesta altura

baseava-se na troca de sinais Morse, uma

espécie de

alfabeto convencional que utilizava apenas

pontos e traços.

A partir de 1956, o serviço de

telecomunicações militares passa a utilizar

os teleimpressores.

De notar que para a instrução militar, eram sempre editados manuais

dedicados à aprendizagem da estrutura e funcionamento dos instrumentos a

usar.

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Fig23-Telegrafo Hughes

Fig24-Telégrafo Breguet

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6.4Os Héliografos

Os Héliografos eram um tipo de material militar

que produzia sinais através da reflexão dos raios solares.

O Heliógrafo Mangin, com um alcance de 60km e o

Héliografo Mance que atingia os 50 km, foram os mais

utilizados no exército português.

Em Palmela esteve instalado desde 1885, um Heliografo do tipo Manins,

aplicado a um suporte de pedra, erguido para o efeito a Nordeste da Praça de

Armas do Castelo.

6.5O material telefónico

A partir da criação dos telefones Bell, em

1876, os processos telefónicos por fios

começaram a generalizar-se, permitindo ao

exército a transmissão a grandes distâncias e a

telefonia automática.

O primeiro material deste género utilizado

pelo exército português, terá sido de origem

sueca, da marca Ericsson.

Telefones, Fullerfones, Telefones Acústicos, Telefones Acústico Magnéticos e

Comutadores Telefónicos são exemplos de equipamentos telefónicos utilizados

nas redes permanentes e de campanha do Serviço de Transmissões militares.

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Fig25-Héliografo

Fig26-Telefone antigo do museu de Palmela, no Castelo

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CONCLUSÃO

Ao realizar este trabalho pude realmente juntar o útil ao agradável.

Primeiro, porque falei sobre um tema que gosto muito que se baseia na história

de Portugal e neste caso da cidade de Setúbal. Em segundo lugar, temos o

factor opurtuno de estar inserido na matéria de Área de Integração. A parte

histórica da região de Setúbal, é rica em acontecimentos históricos que

constituem uma bonita parte das conquistas de Portugal. Em suma, fiquei a

conhecer uma fortaleza com um nível estratégico fantástico e um Castelo rico

em história e em beleza. Ao realizar o meu trabalho de campo, visitando as

duas estruturas vi de perto grandes muralhas, objectos antigos, ruínas

esmagadoras, mas sobretudo diverti-me imenso ao visitar dois pontos turisticos

de Portugal e da minha região. O que aprendi de concreto? Muita coisa. Mas

dou destaque ao museu sobre o espaço de transmissões militares que não

conhecia e é muito interessante, ficando com a realização do meu trabalho a

conhecer melhor a maneira como os militares da época comunicavam entre si.

O resto do trabalho é história de Portugal e já tinha algumas noções,

mas serviu para recordar e viver toda a cultura militar da minha região.

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BIBLIOGRAFIA E NETGRAFIA

Pimentel, A.(). Memória Setúbal

Almeida, R, (2000/2001). A propósito de Setúbal. Universidade Moderna.

Pág. 39

Tesouros Artísticos de Portugal, Selecções do Reader Digest.

Pág.520/521

Www.Guiadacidade.pt/Portugal

http://pwp.netcabo.pt/cdhanani/setubalcultural/militar/militarfilipe.htm

Documentos e Panfletos fornecidos nos locais estudados

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ANEXOS

Fotografias

Aqui ficam algumas fotografias tiradas durante o meu trabalho de

campo. Achei interessante colocar, não só para confirmar que lá estive mas

tambem porque são fotografias em que se nota que um trabalho escolar não é

preciso ser só trabalho.

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A minha opinião

Resolvi colocar em Anexo a minha opinião sobre as visitas que efectuei às duas estruturas militares que estudei. Em primeiro lugar é triste ver as condições em que se encontram a fortaleza de São Filipe em Setúbal. Locais do Forte estão vandalizados, com escritas nas paredes e objectos que certamente não pertenceram à época podem ser encontrados ao visitarmos o forte. Acho que as autoridades locais deviam ter mais em conta a preservação de um local histórico como é o Forte de São Filipe de Setúbal. As pessoas que encontrei foram muito simpáticas, mas é curioso não ter encontrado um único vigilante ou seguraça. Já no Castelo de Palmela, a situação é diferente. Acho que até por ser um castelo tem muito mais motivo de interesse e está muito melhor preservado. Encontrei muitos vigilantes e alguns deles até me colocaram óbstaculos no meu trabalho de campo. E assim é que tem de ser. Às vezes ia para um local onde não podia estar e lá vinham “ralhar” comigo. Os museus arqueologicos e militares estão muito bem estruturados e têm muita informação histórica. É pena é haver uma parte do castelo, onde se nota uma espécie de piscina que fizeram não sei bem porquê? Ainda por cima está cheia de Terra, chegando mesmo a parecer uma espécie de aterro. Estraga um pouco o visual do castelo. Mas em suma, fiquei satisfeito. Diverti-me, trabalhei, cumpri os meus objectivos e ganhei um maior conhecimento.

Como trabalhei sozinho, pedi a ajuda de um colega próximo. Desde já agradeço ao meu amigo Álvaro Ramos que se disponibilizou a ajudar-me no trabalho de campo. Gostei de fazer este trabalho e espero continuar a fazer trabalhos onde possa por em prática este lado mais expressivo e dinâmico.

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Ficha Modelo de Apresentação do Pré-Projecto

Ano _10 º Turma I

Grupo de Trabalho

Fábio Daniel Hermínio Machuqueiro nº 8 10ªI

1.Tema/ Problema a investigar

Património militar da região de Setúbal – Fortaleza de São Filipe e Castelo de Palmela

2. Objectivos

Identificar as origens do património militar da região e a sua história, dando a conhecer as várias estruturas estudadas.Compreender de que forma cada estrutura militar influenciou a história da região no que diz respeito à protecção do nosso património.

3. Estrutura do Trabalho(conteúdos a estudar)

O que é o património militar de Setúbal.

As principais estruturas ligadas ao património militar da região Castelo de Palmela e Forte de São Filipe)A história ligada a cada edificaçãoA forma como cada estrutura pretendia defender o território recorrendo às estruturas militares.

4. Recursos(Humanos e Materiais)

Computador; Acesso à Internet;

Visitas às estruturas estudadas de forma a recolher materialMáquina fotográfica – fotografia

Câmara digital – Filmagem das estruturas a estudarInformações pedidas ao pessoal responsável pela manutenção e protecção de cada estrutura estudada

5.Cronograma (Calendarização)

Fases do Trabalho DatasApresentação do Pré-Projecto 23 de Outubro

Entrega do trabalho escrito 17 de Novembro

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Apresentação de Power Point 18 de Novembro

6. Formas de Apresentação

Apresentação em Power Point recorrendo a texto com música e vídeos para suporte (Cerca de 20 minutos)Trabalho escrito a ser entregue para posterior avaliação

7. Justificaçãodo Tema

Gosto pela cultura correspondente ao património militar da região nomeadamente o Castelo de Palmela e a Fortaleza de São Filipe

Factor militar, que constitui uma grande parte da história da nossa região, logo a sua apresentação pode ser interessante.

8.Bibliografia

- Pimentel, A.(). Memória Setúbal-Almeida, R, (2000/2001). A propósito de Setúbal. Universidade Moderna. Pág. 39-, Tesouros Artísticos de Portugal, Selecções do Reader Digest. Pág.520/521- Www.Guiadacidade.pt/Portugal- Documentos e Panfletos fornecidos nos locais estudados que poderão ser inseridos como anexos.

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Observações

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