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    Argamassa Projetada

    Revestimento Projetando o futuro

    Construtoras apostam no uso de projetores de argamassa para melhorar a produtividade e a

    qualidade dos revestimentos de fachada

    De canequinha ou de bomba, o fator que realmente condiciona a opo pelo sistema de projeo a

    logstica da obra. A produtividade conferida pelo equipamento s torna!se possvel com o uso de

    balancins eltricos, para troca r"pida de pavimentos

    A adoo de equipamentos de projeo de argamassa sinali#ada como uma das solu$es para

    diminuir a interfer%ncia da mo!de!obra nas constru$es, principalmente em revestimentos de

    fachada. Antes de adotar o equipamento em seus procedimentos, porm, necess"rio que a

    empresa avalie seu real interesse& se deseja um ganho imediato ou uma melhora na qualidade do

    revestimento que, por conseq'%ncia, gera outro tipo de economia, a de manuteno.

    (esquisadores e engenheiros civis ouvidos pela reportagem afirmam que trocar a argamassa lanadamanualmente pela aplicada por canequinhas ou projetores mais sofisticados rende melhorias j" na

    visuali#ao do trabalho e)ecutado nas fachadas ! mais uniforme que a aplicada manualmente. *o

    entanto, e)ige uma logstica mais apurada ! como balancins maiores ! e um custo maior de aplicao.

    +A energia de lanamento do equipamento constante, o que oper"rio no consegue lanando

    manualmente, a no ser que seja muito h"bil+, e)plica a professora ercia aria -ottura de -arros,

    da scola (olitcnica da /0( e integrante do Consitra 1Consrcio 0etorial para 2novao em

    3ecnologia de 4evestimentos de Argamassa5, conv%nio criado para o desenvolvimento de sistemas

    construtivos com argamassas de cimento (ortland. +6uando se introdu# o equipamento nesse

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    servio, elimina!se essa vari"vel da mo!de!obra, que pode comprometer a qualidade final do

    revestimento+, prossegue.

    0egundo ercia, a forma como o oper"rio aplica a argamassa, em chapadas, concentra uma

    quantidade de massa muito grande e, mesmo que ele imprima uma grande fora, a energia de

    impacto fica menor, por ter uma massa muito maior para aplicar naquela superfcie. +7 equipamento

    proporciona uma resist%ncia de ader%ncia maior e mais uniforme. 8"rias construtoras j" conseguiram

    esse resultado+, aponta.

    Dois sistemas

    7 mercado brasileiro tem dois tipos de projetores& com recipiente acoplado, a canequinha, e as

    bombas de argamassa. 0egundo a Abai 1Associao -rasileira de Argamassas 2ndustriali#adas5, as

    construtoras de 0o (aulo que utili#am o sistema de projeo optaram pelo primeiro tipo, enquanto o

    segundo tem uma adeso maior em 0alvador, Curitiba e -raslia. A e)plicao da escolha paulista a

    facilidade de operao da canequinha. 7 treinamento simples, os riscos de entupimento menores e

    no e)ige argamassas especialmente fabricadas para esse uso ! praticamente a mesma usada na

    aplicao manual.

    9 comum a argamassa composta para o revestimento e)terno ser usada tambm na "rea interna das

    constru$es, j" que h" uma certa resist%ncia quanto ao uso de projetores para revestir a parte interna

    da obra ! nesse caso, volta a fora humana dos pedreiros e suas colheres. A concluso de

    especialistas, no entanto, diverge desse relato. 0egundo eles, a produtividade nas "reas internas

    seria maior com o projetor por no necessitar de logstica mais sofisticada do que o prprio uso do

    equipamento.

    :" as bombas necessitam de argamassa industriali#ada, de uma composio prpria, e por isso

    encontram resist%ncia. +A dificuldade que a bomba precisa de uma argamassa muito particular. 9

    difcil produ#ir uma argamassa em obra que passe por esse projetor. 6uando o equipamento entope,

    p"ra o trabalho. *o -rasil a variao dos materiais grande, principalmente dos agregados+, analisa

    ercia. +ssa facilidade de adequao da argamassa para a canequinha fa# com que seja mais

    utili#ada.+

    (or outro lado, a associao do ramo de argamassa industriali#ada acredita que esse tipo de projetor

    gera mais ganhos do que o primeiro. +9 nesse sistema que a gente aposta+, afirma o presidente da

    Abai, ;abio Campora. (ara ele, as bombas de argamassa so os verdadeiros projetores, j" que as

    necessidades especiais do material fa#em com que a massa seja bem produ#ida e, por

    conseq'%ncia, bem projetada. +fetivamente, h" um ganho de produtividade com as bombas de

    argamassa, pois trata!se de um sistema de maior tecnologia. as, por ser mais sofisticado, mais

    sujeito

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    j" que contam com tanques de argamassa, o equipamento mais simples tem limita$es como o

    pequeno espao para arma#enamento da argamassa ! uma pequena cai)a acoplada < canequinha.

    +7 correto aplic"!la sempre perpendicular < parede, o que o uso de jatos com os braos facilita. A

    canequinha requer muita movimentao do punho do oper"rio.+

    Fator balancim

    Conferir a produtividade do sistema, porm, ultrapassa as especifica$es do equipamento. +7 fator

    limitante, na 3ecnisa, a movimentao dos balancins. 0e voc% utili#ar um balancim eltrico,

    consegue aumentar a produtividade. 0 que o custo mais alto. *o trreo, o oper"rio produ# quatro

    ve#es mais+, aponta aurcio -ernardes, gerente de qualidade e desenvolvimento tcnico da 3ecnisa.

    +A nossa opo mais tcnica do que econ=mica. A produtividade maior, s que a gente no

    consegue ter ganhos com isso ! ganha apenas no trreo, no nos outros andares.+

    Campora, no entanto, fala em ganhos de at >?@ de ader%ncia da argamassa na base com a

    aplicao do sistema. +3odas as empresas que fi#eram essa opo t%m ganhos de qualidade. A

    Crella fala em um potencial de ganho de B?@ s no chapisco.+ 0egundo ele, essa produtividade

    pode chegar at a projeo da massa, mas no do acabamento ! que depende muito mais do

    desenho arquitet=nico.

    " de ser levada em conta a logstica necess"ria para a utili#ao desses equipamentos. (ara

    Campora, simplesmente retirar as colheres das mos dos pedreiros para colocar um projetor no

    resolve a equao. +9 necess"rio repensar a logstica, trabalhar com equipes maiores de produo,

    talve#. 3rabalha!se com um balancim de m, de repente troc"!lo por um de E a B m. 0eno as

    condi$es de trabalho do oper"rio ficam muito limitadas+, avalia Campora.

    Ainda que e)ista a possibilidade de os projetores serem locados, as construtoras maiores optaram

    pela compra do equipamento. 7 mesmo, no entanto, no pode ser feito com os compressores, cujo

    custo considerado alto ! mais vi"vel, nesse caso, seria alugar. 0e em um primeiro momento as

    empresas optaram pelo compressor eltrico, a opo pelo diesel veio em F??G, durante a crise de

    energia no (as 1o Apago5. A vantagem no foi apenas econ=mica H a troca de compressor refletiu

    em uma queima menor de equipamentos nas obras.

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    7s chamados pulm$es condicionam a presso dos projetores, que deve variar de I? a GGE libras

    Controle de procedimentos

    anter um compressor operando requer cuidados. 7 equipamento deve ficar em um local bem

    ventilado ! se dei)ado no subsolo, a parede pode ficar preta por causa da fumaa e forar custos que

    no estavam previstos no oramento ! e de prefer%ncia longe do local a ser projetada a argamassa,

    para evitar que ela caia sobre o equipamento e haja preju#os. + fa# um pouco de barulho, por isso

    deve ser usado o mais afastado possvel dos vi#inhos+, di# aurcio -ernardes, da 3ecnisa, que

    limitou o uso do equipamento na obra das J

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    limpe#a enrgica da fachada para retirar o desmoldante. 0em isso, o trabalho pode ser comprometido

    1veja bo)e5. (or Pltimo, o controle de aceitao da obra e)ecutada.

    (ara um melhor desempenho, a argamassa deve estar homog%nea. 0e estiver segregada no cai)ote,

    com a "gua por cima, dificilmente sair"& o ar fa# buracos na argamassa, e no ser" projetada. Alm

    disso, deve!se verificar a limpe#a do equipamento, que bem simples, bastando mergulhar o projetor

    num tonel com "gua e disparar a pistola que d" va#o < argamassa.

    Patologias

    auricio -ernardes, da 3ecnisa, considera bai)a a refle)o da argamassa projetada ! quando mediu,

    ficou em torno de F a Q@. *esse caso, a perda maior no ocorre pela refle)o, e sim pela camada ser

    muito mais compactada. +;i#emos alguns testes e decidimos reaproveitar a argamassa que cai no

    assoalho. Cada trao tem um tempo m")imo de rePso. *o nosso caso, esse material pode ser

    reaproveitado at umas quatro horas aps o uso.+

    0egundo o engenheiro -ernardes, patologias podem ocorrer depois de concludo o revestimento ! por

    e)emplo, se o desempeno se deu com uma argamassa muito mole, o revestimento pode apresentar

    fissuras. +as isso tem mais a ver com o material do que propriamente com a fase de lanamento da

    argamassa+, di#. 9 a viso de Campora, que aponta mais defeitos anteriores < aplicao, que s

    podem ser conferidos depois. /ma estrutura muito esbelta, por e)emplo, causaria posteriormente

    uma patologia no revestimento da fachada.

    (or enquanto, no se verificaram patologias especficas desse tipo de aplicao ! em geral, elas

    corrigem alguns defeitos da argamassa aplicada com a colher de pedreiro e mant%m outros. +*as

    empresas que usam esse equipamento, o relato de que os revestimentos no t%m apresentado

    problema+, conta ercia. +7 potencial de ter problemas menor, porque a argamassa mais

    compactada, com maior ader%ncia. Diria que essas empresas, mesmo que estivessem reali#ando

    manualmente, tambm teriam um nPmero bai)o por conta de todo o controle que elas t%m na

    produo.+

    *esse processo, a qualidade do servio do trabalhador interfere menos do que se aplicasse a

    argamassa com a colher. +(ara aplicar manualmente, o oper"rio tem que ser muito mais qualificado e

    treinado para o servio do que fa#er a aplicao pela canequinha. A forma de aplicao dada pelo

    equipamento. A energia j" est" dada, e a argamassa j" est" definida por uma central de produo ou

    foi comprada+, analisa a professora ercia.

    ercia comparou equipamentos nacionais ! canequinha e bomba ! com similares franceses e

    me)icanos e v% a necessidade de uma adequao dos nossos equipamentos. +*o nosso projetor, a

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    argamassa cai por todos os lados. *em toda argamassa vai para a parede. 9 um mtodo mais

    eficiente que a aplicao manual, mas pode melhorar.+

    O vilo desmoldante

    ais do que a forma de projeo ! se mecOnica ou manual !, os cuidados antes da projeo

    determinam a qualidade do revestimento de fachada.

    (ara os consultores ouvidos pela reportagem, no h" patologias claras de uso do projetor. ntre Q?

    servios e)ecutados da mesma forma e acompanhados por um grupo de pesquisadores, porm, foi

    registrado um problema em uma da obras devido < lavagem malfeita da estrutura antes da aplicao

    da argamassa, resultando em diferenas no revestimento.

    *esse caso, a ader%ncia da argamassa ! uma das vantagens da aplicao por projetores ! foi

    prejudicada pois o produto no retirado impediu a argamassa de penetrar no concreto. (or isso, os

    pesquisadores recomendam a lavagem enrgica da estrutura, por hidrojateamento, com m"quina de

    alta presso 1em torno de F.??? librasRcmF5, para garantir uma boa limpe#a.