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Arquitetura de espaços corporativos: flexibilidade de uso, conforto e dinamismo Julho/2015 1 ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 9ª Edição nº 010 Vol.01/2015 julho/2015 Arquitetura de espaços corporativos: flexibilidade de uso, conforto e dinamismo Ana Cristina Araújo Batista email: [email protected] Master em Arquitetura - Ipog Instituto de Pós-graduação João Pessoa Paraíba 9 de junho de 2014. Resumo Este artigo reúne de forma sistematizada, o referencial teórico sobre projeto arquitetônico de espaços corporativos, considerando a humanização dentro das empresas. O objetivo geral é estudar a importância dos espaços corporativos bem projetados de forma a garantir o bem- estar dos funcionários e consequentemente aumentar a produtividade, a competitividade e o lucro das empresas. Dentre os tópicos abordados temos: a evolução dos espaços corporativos, chegando a flexibilidade, versatilidade e sustentabilidade, a humanização nas empresas, a importância da Arquiterura na promoção do conforto, de maneira que esse bem-estar promova lucratividade às emrpesas. Quanto à metodologia, respalda-se na revisão bibliográfica dos conceitos de arquitetura corporativa existentes, expondo os pensamentos de abalizados escritores que, em seus relatos, fizeram uso da temática pertinente e as investigações sobre a formação do profissional e de seu processo projetual. O profissional que se dedica a projetar e ambientar espaços para atender às necessidades de uma corporação deve conhecer a complexidade do funcionamento de uma empresa, suas metas e objetivos, criar proposituras de soluções que atendam às necessidades técnicas e de humanização, desenvolvendo ambientes estimulantes. Dessa forma, valorizando o ser humano, por meio da construção de um ambiente adequado, a Empresa terá um maior rendimento financeiro. Palavras-chave: Arquitetura corporativa; Usuário; Humanização. 1. INTRODUÇÃO As Empresas e consequentemente a Economia tem sido destaque no mundo Capitalista em que vivemos, principalmente na tentativa de manter-se num mercado competitivo que tem como grande objetivo o aumento da produtividade e consequentemente o lucro. As inovaçoes tecnológicas passaram a ser prioritárias nesse processo e as evoluções nesse aspecto tem sido perceptíveis. Portanto, uma vez que prevalecia a visão tecnicista, o ser humano começou a ficar em segundo plano. Entretanto, frente a implementação de novas máquinas, os profissionais passaram a ser qualificados para um melhor desempenho das funções específicas, de forma a garantir a saúde financeira das empresas. Porém, o contexto do subjetivismo não estava sendo contemplado na análise do rendimento dos recursos humanos. Por fim, a introdução do conceito de Humanização, foi encarada como um dos principais diferenciais competitivos de uma organização, abordando a evolução da visão das organizações com relação ao indivíduo.

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Arquitetura de espaços corporativos: flexibilidade de uso, conforto e dinamismo Julho/2015

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ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 9ª Edição nº 010 Vol.01/2015 julho/2015

Arquitetura de espaços corporativos:

flexibilidade de uso, conforto e dinamismo

Ana Cristina Araújo Batista – email: [email protected]

Master em Arquitetura - Ipog – Instituto de Pós-graduação

João Pessoa – Paraíba – 9 de junho de 2014.

Resumo

Este artigo reúne de forma sistematizada, o referencial teórico sobre projeto arquitetônico de

espaços corporativos, considerando a humanização dentro das empresas. O objetivo geral é

estudar a importância dos espaços corporativos bem projetados de forma a garantir o bem-

estar dos funcionários e consequentemente aumentar a produtividade, a competitividade e o

lucro das empresas. Dentre os tópicos abordados temos: a evolução dos espaços corporativos,

chegando a flexibilidade, versatilidade e sustentabilidade, a humanização nas empresas, a

importância da Arquiterura na promoção do conforto, de maneira que esse bem-estar promova

lucratividade às emrpesas. Quanto à metodologia, respalda-se na revisão bibliográfica dos

conceitos de arquitetura corporativa existentes, expondo os pensamentos de abalizados

escritores que, em seus relatos, fizeram uso da temática pertinente e as investigações sobre a

formação do profissional e de seu processo projetual. O profissional que se dedica a projetar e

ambientar espaços para atender às necessidades de uma corporação deve conhecer a

complexidade do funcionamento de uma empresa, suas metas e objetivos, criar proposituras de

soluções que atendam às necessidades técnicas e de humanização, desenvolvendo ambientes

estimulantes. Dessa forma, valorizando o ser humano, por meio da construção de um ambiente

adequado, a Empresa terá um maior rendimento financeiro.

Palavras-chave: Arquitetura corporativa; Usuário; Humanização.

1. INTRODUÇÃO

As Empresas e consequentemente a Economia tem sido destaque no mundo Capitalista em que

vivemos, principalmente na tentativa de manter-se num mercado competitivo que tem como

grande objetivo o aumento da produtividade e consequentemente o lucro. As inovaçoes

tecnológicas passaram a ser prioritárias nesse processo e as evoluções nesse aspecto tem sido

perceptíveis. Portanto, uma vez que prevalecia a visão tecnicista, o ser humano começou a ficar

em segundo plano.

Entretanto, frente a implementação de novas máquinas, os profissionais passaram a ser

qualificados para um melhor desempenho das funções específicas, de forma a garantir a saúde

financeira das empresas. Porém, o contexto do subjetivismo não estava sendo contemplado na

análise do rendimento dos recursos humanos. Por fim, a introdução do conceito de

Humanização, foi encarada como um dos principais diferenciais competitivos de uma

organização, abordando a evolução da visão das organizações com relação ao indivíduo.

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As mudanças nas relações de trabalho, com o aumento da competição e a cobrança por

resultados, vêm provocando alterações nos escritórios. Num espaço corporativo, onde por

natureza há normalmente muita cobrança, muita pressão e em muitos casos, condições de

trabalho desfavoráveis, baixa remuneração e uma cultura organizacional centralizadora e

arcaica, predispõe a empresa a um fracasso financeiro (SANTOS, 2012).

Fatores determinantes na produtividade a exemplo de motivação, foco, saúde, boa relação

interpessoal, devem ser levados em consideracao, uma vez que as maiores empresas já

perceberam que a produtividade depende também do bem-estar do profissional no ambiente de

trabalho.

É inconcenbível que num espaço corporativo se analise apenas equipamentos, estrutura,

mobiliário. Da mesma forma que as máquinas precisam de um estudo para serem instaladas, de

uma manutenção frequente, de cuidado no seu manuseio, assim também é o homem. Não

adianta falar em produção se nao se remete à humanização. Nesse sentido, pensando no que

temos de mais produtivo e ao mesmo tempo de mais frágil, a Arquitetura vem se preocupando

com esse segmento, pensando na melhor maneira de proporcionar um ambiente flexivel,

dinâmico, confortável. A partir do momento que se preocupa com esses itens, gratindo o bem-

estar do profissional, a Empresa tende a atingir seu grande objetivo: o lucro e a manutenção da

competitividade no mercado.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. Evolução de espaços corporativos

Quando não se havia edificios especificos para abrigar os ecritorios, segundo a historia, os

edifícios publicos foram relacionados com espaço para administração, uma vez que os várias

atividades eram desenvolvidades nestes espaços. Os mercados surgem como um dos primeiros

espaços administrativos, já que nestes prédios eram realizadas no pavimento superior as

negociações e acertos entre mercadores e entre mercadores e cidadãos comuns. (Chávez 2002)

Novos conceitos e novas necessidades sugiram com a Revolução Industrial, fazendo com que

nas ultimas décadas do século XIX, surgisse a preocupação de um espaço que pudesse

acomodar os funcionários das empresas burocráticas de forma prática e funcional.

(ARAUJO;FARIAS).

Para atender a demanda e necessidade do pós-guerra, a escala de produção sofreu grandes

mudanças e, aliada ao surgimento da concorrência, apresentaram-se como fatores que

favoreceram o aparecimento de doutrinas voltadas para a racionalização e o aumento da

eficiência do trabalho. No final do século XIX e início do século XX surgiu a primeira teoria

administrativa científica do trabalho elaborada por Frederick W. Taylor, o taylorismo.

(ARAUJO;FARIAS).

Na década de 50, com a expansão das Empresas, da Economia e do mercado Capitalista,

arquitetos e designers começaram a se preocupar com a ergonomia e o conforto dos escritórios.

A partir da década de 60 perceberam a necessidade da criação de áreas de descanso, pensando

no bem-estar do funcionário. Os espaços móveis e as salas dos escritórios eram, e até hoje são

em algumas empresas, divididos hierarquicamente. Porém, na década de 70 esses postos foram

diminuindo e os funcionários, não mais estáticos, perceberam a necessidade de integração uns

com os outros (TORAL, 2012).

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A evolução dos escritórios também está associada o surgimento dos computadores mais

versáetis e, e como consequencia da introdução dessa tecnologia, houve uma diminuição do

número de funcionários e um aumento do período de trabalho. Esse cenário de sobrecarga fez

com que, na década de 80, começassem a surgir casos de LER (Lesão por Esforço Repetitivo),

levando as empresas a pensarem em áreas para o conforto e lazer de seus funcionários. Nesse

contexto, os móveis começaram a ser padronizados e a ergonomia começou a ser uma regra

(TORAL, 2012).

Ainda nos anos 80, as mudanças decorrentes da era da informação e da competência, fez com

que os novos modelos organizacionais não obedecessem a padrões, nem que fossem

predefinidos, mas que focassem nas prerrogativas contextuais e nas exigências do mercado,

tendo como foco o cliente, algo antes renegado ao segundo plano.

Na década de 90 os postos de trabalhos, que já estavam diminuindo, passaram a ser móveis. O

local de trabalho se tornou mais despojado e o móveis mais espaçosos. Da década de 2000 até

os dias de hoje, o escritório se tornou um espaço mais lúdico, prezando sempre pelo bem-estar

do funcionário (TORAL, 2012).

Os espaços corporativos também devem se adequar e estar sempre em evolução para que não

ocorram choques culturais e perda de produtividade. Diferente do cenário existente nas décadas

de 70 e 80 onde havia uma rígida divisão de espaços, destaques hierárquicos de acordo com o

tamanho da mesa e pouca integração entre colaboradores, os projetos de plantas livres e

espaços integrados passam a ser cada vez mais utilizados dentro das corporações (TORAL,

2012).

Desta forma percebe-se o quanto é importante estudar e entender a evolução dos espaços de

trabalho, constatando-se que a realidade de cada época é o que norteia as decisões e soluções

encontradas para desenvolver estes espaços. Percebe-se também o quanto a presença humana

ganhou destaque nesta evolução, sendo esta, um dos principais preocupações para o novo

método de trabalho.

A Arquitetura, como um reforço na implementação de mudanças que beneficie acima de tudo o

homem, vem incorporando esses conceitos na sua forma de fazer arte. Pensar no conforto de

quem produz, na máquina humana, é pensar que existe um subjetivismo que afeta todo um ser e

ter a garantia de que investir nos seu funcionários é ter a certeza do crescimento também da

Empresa, da competitividade e da manutencao no mercado econômico.

2.2 A Humanização nas empresas

A década de 70 foi um período marcado pela hierarquia, onde premiava-se o chefe

manipulador, que agia como soberano a tudo e a todos, imperando na gestão do medo.

Entretanto, na década de 80, com as inovações trazidas pela tecnologia da informação e pela

globalização, esse cenário foi se modificando. Neste contexto, liderar deixou de ser sinônimo

de dominar e passou a ser entendido como uma arte de convencer as pessoas a trabalharem

juntas por um objetivo comum (FERNANDA VELLOSO ALVES CAMPOS).

Surgem então, a partir da década de 90, diversos conceitos que tentam contribuir para o

entendimento dessa nova forma de gerir pessoas, dentre eles o conceito de Gestão do

Conhecimento (CAMPOS, 2013). De acordo com Morgan (1996) a natureza verdadeiramente

humana das organizações é a necessidade de construí-la em função das pessoas e não das

técnicas.

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Portanto, defini-se o conceito de humanização como sendo a valorização do ser humano, por

ele próprio ou pelas pessoas que estão em sua volta, de forma a promover o bem-estar e

desenvolvimento humano de todos os envolvidos nesse processo (ELMIS SANTOS, 2012).

Porém, sabe-se que na sociedade atual, em que presenciamos o avanço tecnológico avassalador,

torna-se desafiador mantermos nossa real identidade de seres humanos.

É inegável que, com o passar do tempo, acompanhamos a evolução da visão das organizações

quanto ao seu capital mais importante - o capital humano. Investir em humanização certamente

é aumentar a produtividade e competitividade, contribuindo para o crescimento, a lucratividade

e a saúde financeira não só para a instituição corporativa, mas também para seus colaboradores.

Porém, o problema para muitos gestores é a percepção da necessidade urgente de incorporar a

humanização na política de gestão da empresa e, para alguns mais flexíveis às mudanças, o

problema maior é como colocar em prática esse conceito, apesar de serem muitas as estratégias

de humanização possíveis de serem aplicadas no espaço corporativo (SANTOS, 2012).

Portanto, cabe aos profissionais atuantes em desenvolvimento humano, treinamento, recursos

humanos, gestores e executivos, ficarem atentos a melhores oportunidades, situações e

momentos não para propor um programa de humanização no ambiente corporativo, mas sim de

construir, de forma participativa, uma nova cultura efetiva, sólida, flexível e um padrão de

excelência em humanização, onde se estabeleça na equipe uma relação de confiança, respeito,

harmonia e resgate da pessoa humana (SANTOS, 2012).

Talvez seja no adjetivo, qualidade, onde a humanização tenha mais peso. Num mercado onde a

tecnologia é praticamente igual para todos, o grande diferencial torna-se as pessoas que

representa o capital mais rico das organizações. Portanto, uma vez satisfeitos com sua situação

profissional, aumentam os indicadores de resultado, de satisfação e diminuem os indicadores de

absenteísmo e turn over. Os processos coorporativos que englobam experiências, habilidades e

conhecimentos, entendidos e mensurados nas organizações só reafirmam a importância do

individuo nas organizações e possibilita considerá-los o elo entre conhecimento e a

estratégia (CAMPOS, 2013)

Durante muitos anos, o indivíduo era inserido na organização e pressionado para que

incorporasse a identidade da empresa, muitas vezes perdendo sua própria identificação. É

importante promover, valorizar e desenvolver a força de trabalho não somente para gerar

lucros, mas para gerar oportunidades e antever as ameaças. As avaliações de desempenho

contribuem cada vez mais na identificação das potencialidades bem como nas necessidades

de desenvolvimento técnico e comportamental para que a relação entre a humanização e o lucro

seja sempre positiva. O fato é que, atualmente, o mundo corporativo entende que, quem quiser

manter-se no mercado com diferencial, deve ter especial atenção ao seu quadro de funcionários.

2.3 A utilização da Arquitetura em Espaços Corporativos

A crescente mudança no sistema organizacional das empresas, em busca de mais

competitividade, mais resultados e mais adequação aos constantes avanços, resultado de um

mundo cada vez mais veloz e mutável, vem transofrmando o jeito que as empresas percebem e

visualizam seus ambientes de trabalho. Passa-se a buscar melhorias e oferecer mais qualidade e

bem-estar aos funcionários, com projetos de arquitetura e interiores cada vez mais planejados e

estando de acordo com a imagem institucional da empreasa.

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Fatores como o crescimento das empresas existentes, o surgimento de novas corporações,

trabalhar em duas realidades, a física e a virtual, além do grande desafio de conciliar três

gerações (baby boomers, X e Y) trabalhando juntas, exigiu novas soluções, no que se refere ao

planejamento de locais de trabalho de escritório. Muitas pessoas, de várias gerações e com

perfis bem diferentes, empregam uma nova dimensão de como se deve pensar o ambiente de

trabalho. Isso representou uma grande mudança no uso do espaço. (ANDRADE, 2013).

Por trás de todo esforço arquitetônico digno de ser considerado um símbolo, existe a intenção

de se construir formas que dêem ao homem a sensação do prazer de viver (GARCIA, 2013). O

mundo atual nos leva a passar muitas horas do nosso dia no ambiente de trabalho, por isso estes

espaços devem ser estimulantes e agradáveis e a arquitetura corporativa, usando soluções

criativas, tem como princípio criar esta atmosfera nos espaços corporativos.

O que antes era resultado de uma produção industrial, com conceitos pradronizados, sem

identidade e sem personalidade, hoje apresenta-se com um espaço multifacetado, dinâmico e

cheio de diretrizes projetuais que permitem acolher todas as culturas e diferenças.

Um novo ordenamento na estrutura das empresas busca viabilizar estratégias diante das mais

diversas Arquiteturas Organizacionais, as quais devem projetar um espaço de modo a satisfazer

necessidades e aspirações humanas. A concepção Arquitetônica de que trata a nova estrutura

organizacional, não é um modelo ou vários modelos pré-definidos, é um projeto flexível, um

incentivo ao planejamento, a busca de orientações e questionamentos pertinentes a determinado

perfil organizacional (BEZERRA, 2012).

Os ambientes de uma empresa precisam ser idealizados por um projeto de Arquitetura

Corporativa que dialogue com o planejamento do negócio, ou seja, que esteja preparado para

auxiliá-lo na conquista de seus objetivos. Nesse sentido, todos os detalhes são importantes. Para

que sejam eficientes elas precisam ser amparadas não só por uma infraestrutura moderna e

segura, mobiliário ergonômico e funcional, equipamentos de ponta e iluminação e acústica

adequadas, devem também proporcionar agilidade aos processos, praticidade na comunicação e

maior produtividade, assim como refletir a imagem da marca, a identidade corporativa única

que deve estar refletida nas formas, cores, ambientação e até no estilo de se trabalhar.

O arquiteto corporativo deve fazer uso de pesquisa etnográfica para entender como a empresa

funciona, qual a sua dinâmica e seus planos para o futuro, na tentativa de atingir resultados

precisos. O arquiteto assume um novo papel: mais do que projetar, tem a função de parceiro

estratégico, de enxergar que a tecnologia traz mudanças e saber articular sustentabilidade,

inovação, engajamento, estímulos à liderança, retenção de talentos, disseminação da marca

corporativa e valorização do portfólio imobiliário. É necessário projetar customizando as

soluções para cada perfil de cliente, sempre apoiando a cultura e as metas da empresa (ATHIÉ,

2013).

A competição de mercado tem estimulado, cada vez mais, as empresas de diferentes portes na

busca por soluções inteligentes que lhe garantam solidez e excelência diante do seu setor de

atuação e de seus concorrentes. Dentre os desafios enfrentados por essas companhias, estão a

reorganização de pessoal e reestruturação tecnológica dentro do ambiente corporativo

(MACHADO, 2013).

Com relação aos recursos humanos, é preciso conhecer as pessoas que vão ocupar os espaços e

suas necessidades individuais e coletivas, o trabalho a ser realizado, o fluxo da informação,

a cultura da empresa e onde ela quer chegar (ANA MELLO). Deve-se levar em consideração o

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perfil dos profissionais da empresa, em sua maioria jovens, nascidos na geração tecnológica,

habituados a realizar multitarefa e com facilidade para se adaptar a diferentes situações. Muitas

vezes, são propostos postos individuais de trabalho, no qual cada pessoa personaliza seu espaço

e eles devem ser concebidos de maneira a atender atividades diferenciadas: para trabalhos que

exigem concentração, postos individuais; para reuniões internas com poucos participantes, salas

pequenas e mais informais; para apresentações para clientes, salas formais; para descontrair,

salas de descompressão, e assim por diante.

Os breakout points ou espaços de descompressão foram criados para oferecer um “refúgio”

dentro das corporações. Estes espaços de convívio que integram cafeterias, bibliotecas, salas de

jogos e outras atividades de relaxamento ganham cada vez mais popularidade nas empresas. É

um espaço centralizado de forma a se tornar acessível e visível a todos, abrigando múltiplas

funções: copa para café, com espaço para bancadas e mesas para relaxar; biblioteca; exposição

de objetos das empresas clientes; espaço com sofá para jogar videogame; e até uma lojinha

onde os funcionários podem adquirir os produtos da empresa. Além disso, tem sido proposta a

criação de banheiros com chuveiros e bicicletários para incentivar a prática de exercícios

físicos. Nessa perspectiva, a preocupação com o bem-estar físico e emocional do funcionário é

o ponto de partida. Ao buscar no planejamento dos ambientes a funcionalidade e adequação

para a agilidade e eficiência dos trabalhos, o partido arquitetônico tem se tornado um grande

aliado para as empresas alcançarem suas metas e estratégias.

A agitação cotidiana e as exigências do mundo corporativo vêm fazendo com que as pessoas

passem mais tempo em seus locais de trabalho do que em suas próprias casas. Por esses

motivos, os projetos corporativos começam a prever áreas especiais para convivência, pesquisa,

pequenas refeições e cuidados com a saúde (ISABEL).

A integração tem sido uma tendência por se aumentar o índice de compartilhamento dos

espaços, tornando o ambiente físico mais enxuto e adaptando-se facilmente às diferentes

demandas. Por esse motivo, escritórios abertos, sem paredes ou divisórias tem ampla aceitação

pois, além de dar a impressão de que os espaços são mais amplos, essa configuração de layout

traz mais agilidade na comunicação e maior interatividade entre os setores da empresa. Mesas

lineares com vários postos de trabalho, um ao lado do outro, têm sido bastante utilizadas. O

caminho é a utilização de ambientes mais clean, formas retas e limpas, unindo a

funcionalidade, estética e qualidade.

Para desenvolver projetos inovadores e criativos, nada melhor do que estar em um ambiente

físico que te inspira e proporciona uma experiência diferenciada em trabalhar, aprender,

conhecer pessoas e projetos que podem trazer novos olhares e experiências e até mesmo novos

clientes ou fornecedores.

Com essa nova postura, a arquitetura, bem como a decoração corporativa ganham destaques e

os projetos passam a ser pensados especialmente para aliar e oferecer beleza, funcionalidade e

conforto, além de promover um marketing espontâneo sobre a saúde e a capacidade de

atualização da empresa diante das tendências do mercado, com constatação da elevação de

produtividade. Tem ainda a capacidade de refletir a imagem da empresa, as características de

cultura do lugar onde está localizado, as estratégias de gestão da empresa, o tipo de segmento

onde ela atua e sua origens (CARLA MACHADO, 2013).

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2.3.1 Flexibilidade de uso

Atualmente, as atividades em escritório se restringem cada vez mais ao trabalho de base

intelectual. Ademais a tecnologia da informação disponível fez que com não houvesse mais a

dependência do espaço físico para o desenvolvimento das funções, proporcionando uma

mudança na dinâmica do trabalho, bem diferente do que se pensava com relação ao seu

ambiente físico (ANDRADE, 2013)

As empresas ampliam ou reduzem os postos de acordo com as suas necessidades momentâneas,

sendo que as rápidas transformações tecnológicas também exigem flexibilidade e agilidade na

hora de fazer mudanças na estrutura física. Dessa forma, o mobiliário deve permitir a alteração

de layout sem maiores transtornos e novas obras (LUA NITSCHE). Essa maior flexibilidade foi

propiciada também pelo fim da hierarquização dos postos de trabalho, assim como pela

exigência cada vez mais constante da integração dos trabalhadores na realização de um trabalho

em equipe.

Espaços mais versáteis são gerados a partir das decisões arquitetônicas tomadas no

desenvolvimento do projeto, preocupando-se com as futuras adaptações, sem gerar grandes

danos e transtornos a empresa, bem como com as necessidades individuais dos funcionários,

gerando espaços flexíveis onde seja possível a integração ao mesmo tempo em que proporciona

a privacidade do profissional, dando-lhe total liberdade, facilitando o desempenho das

atividades. Conceitos como estes geram ambientes de trabalhos dinâmicos.

Para inovar, é necessário que as pessoas e as empresas evoluam e se adaptem às mudanças

advindas da tecnologia associada à unidade coletiva das ideias e do conhecimento. Só assim o

profissional poderá trabalhar onde desejar, com mais satisfação, produtividade e menor custo

de operação. A ideia é proporcionar maior qualidade de vida, despertar talentos e melhorar a

performance considerando a diversidade e as tendências globalizadas, sem perder o foco da

redução de custos no curto prazo. Para tanto, é preciso analisar as diversas alternativas de

otimização dos espaços em uso.

Logo, somando a reorganização do layout do escritório, com a incorporação e adequação de

estações de trabalho mais ergonômicas e funcionais, forma-se um conjunto de transformações

fundamentais que garanta a qualidade e a eficiência na arquitetura corporativa contemporânea.

Portanto, flexibilidade de uso, associado ao conforto ambiental e a ergonomia são alguns dos

fatores decisivos que geram espaços corporativos agradáveis e estimulantes.

2.3.2 Conforto ambiental O conforto ambiental compreende os estudos da temperatura, da iluminação, da acústica e das

condições energéticas. Excesso ou carência de luz, calor e ventilação e a interferência de ruídos

externos e internos podem causar desconforto e diminuir a produtividade do funcionário. No

entanto, a resposta a esses estímulos é única e, por isso, o conforto ambiental deve ser estudado

de maneira abrangente.

Vislumbra-se, na área das pesquisas em conforto ambiental, a plena visualização dos conceitos

e das sensações dos aspectos de conforto térmico, acústico, lumínico e funcional-ergométrico

(KOWLATOWSKI ET AL., 1998).

Muitos problemas de interiores acontecem devido a elaboração de projeto arquitetônico dentro

de espaços corporativos que não leva em consideração o objetivo primordial da empresa nem a

valorização do funcionário. No entanto, a Arquitetura deve atuar de forma a entender que o

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controle apropriado da incidência solar, da ventilação natural, da umidade e do resfriamento do

ar traz benefícios sobre o rendimento do funcionário e gera ambientes eficientes, sustentáveis e

econômicos.

As medidas para garantir o bem-estar variam de acordo com cada espaço: os ruídos do

ambiente podem ser minimizados com a setorização das atividades, evitando possíveis

conflitos, e com o confinamento de áreas que exigem sigilo e privacidade, além dos forros

acústicos e as divisórias tratadas especialmente, por exemplo.

Na relação do ser humano com ambientes construídos, vários são os fatores a serem observados

e levados em consideração na hora de desenvolver projetos corporativos, que além de atender

as necessidades da empresa, deve, principalmente, preocupar-se com o ser humano que

desfrutará do espaço construído e ali passará grande parte do seu dia. O ambiente construído

não se restringe apenas às relações entre suas medidas e seus materiais. Como ele não vale por

si próprio, seu valor ou significado surge em função das relações que estabelece com o entorno

e com seus habitantes. (RHEINGANTZ, 2001)

Um fator importante para a preocupação com o conforto em ambientes de trabalho é a

interferência que as condições destes espaços, influenciam nas funções biológicas dos seres

humanas, bem como no emocional e no físico. Portanto é de fundamental importância se ter

espaço confortáveis e bem projetados para o desenvolvimento das atividades. O planejamento

físico aliado a padrões que compreendam as necessidades dos usuários, no âmbito do conforto

ambiental, estruturas e formas estéticas, são padrões a serem alcançados, condicionando o uso

agradável do seu espaço. (FONSECA, 2012)

No que diz respeito ao fator ergonômico do conforto, muito tem se falado sobre o sua

importância no âmbito empresarial e a necessidade de implanta-la de maneira adequada para o

bem estar dos usuários. O Ergodesign versa sobre a funcionalidade dos espaços e suas

dimensões, adequando o ambiente as necessidades das pessoas. Os profissionais desta área

buscam ações que permitam adaptar as condições do trabalho, das máquinas e equipamentos às

características psicofisiológicas das pessoas, proporcionando o máximo de conforto, segurança

e desempenho. Cada vez mais se busca atender as necessidades do usuário no desenvolvimento

de um projeto, seja ele um produto, um ambiente, um serviço. (QUARESMA, 2001)

Sendo, portanto, a ergonomia um requisito indispensável para o mobiliário corporativo,

refletindo diretamente no conforto dos usuários.

2.3.3 A importância da iluminação em espaços corporativos

A iluminação é importante por despertar as sensações e as percepções humanas. As maiores

empresas já perceberam que a produtividade depende também do bem-estar do funcionário no

ambiente de trabalho, o que inclui um espaço com iluminação adequada. Estima-se que, hoje, a

iluminação represente algo em torno de 1% do custo de implantação de um escritório. Em se

tratando de bem-estar dos funcionários que gera um aumento de produtividade pela maior

satisfação e conforto, esse item deve ser considerado na elaboração dos projetos arquitetônicos.

O conhecimento sobre as relações entre iluminação, homem e arquitetura é fundamental para

compreender porque a luz influencia diretamente no conforto. Em relação ao desempenho

humano, há três rotas principais de análise: através do sistema visual, do perceptivo e do

circadiano. Os dois primeiros demonstram como iluminar para obter conforto visual e estimular

apercepção. (Martau,2013)

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A Arquitetura tem que lançar mão dos avanços da indústria nesse setor. Nos últimos tempos, a

revisão da norma europeia EN 12.464 (Iluminação em ambientes de trabalho) deixou de focar

apenas a manutenção da acuidade visual para considerar também os aspectos de conforto

visual, principalmente para tarefas no período noturno. A principal necessidade é iluminar com

eficiência, sem criar ofuscamentos ou sombras que dificultem a execução das tarefas e, ainda,

tirar partido da luz como meio de integrar ambientes e valorizar a Arquitetura. Um bom projeto

luminotécnico para um espaço corporativo, precisa levar em conta itens como a uniformidade

de iluminação, evitando pontos escuros ou superiluminados; nível de iluminamento,

obedecendo a padrões, funções e normas; rendimento de luminárias, reatores e lâmpadas, além

de manutenção e depreciação (JULIANA NAKAMURA, 2007).

Duas tendências, em especial, impulsionam o desenvolvimento de soluções para esse mercado

e adicionam complexidade ao trabalho dos projetistas. A primeira é a necessidade de

customização da iluminação em função da estação de trabalho, pois ainda há dificuldade de

compreender como o ser humano interage com a luz artificial, mas se sabe que as pessoas

manifestam reações fisiológicas diferentes diante de uma mesma fonte de luz. O

desenvolvimento de dimerizadores inteligentes e de controles individuais de luminárias, por

exemplo, responde à proposta da iluminação personalizada. A outra premissa dos novos tempos

é a conservação de energia. Vários países já regulamentam ações para racionalizar o consumo

energético, o que levará, em breve, aos projetos se pautarem por um limite máximo de watt por

metro quadrado, o que demandará do projetista muito trabalho, criatividade e conhecimento das

tecnologias (NAKAMURA, 2007).

A indústria no Brasil trabalha no desenvolvimento de lâmpadas e equipamentos mais eficientes.

A utilização de fontes de luz eletrônicas, os LEDs, por exemplo, amplia o conceito de

iluminação, traz novas aplicações e miniaturiza os equipamentos. A tendência de

miniaturização pode ser percebida também nas linhas de lâmpadas halógenas, que usam menor

quantidade de energia graças à tecnologia de filmes refletores de infravermelho (IRC). Outro

avanço é o desenvolvimento de lâmpadas de descarga com as características fotométricas da

AR 111, que permitem ampliar o uso de fontes de luz com emissão menos quente e com vida

útil maior.

Um dos grandes problemas ainda é que a tecnologia mais avançada de iluminação, por ser

desenvolvida geralmente no exterior, nas matrizes dos grandes fabricantes, demora para ser

inserida mercado nacional e, quando chega, os altos preços, em virtude das altas taxas

alfandegárias, são obstáculos à especificação. Considerando que a sua utilização gera um

menor gasto, muitas vezes esse alto investimento acaba compensando. Ademais, seria

importante que houvesse subsídios governamentais para soluções que causem menos impacto

ao meio ambiente (NAKAMURA, 2007)

O terceiro sistema, o circadiano, influencia física e psicologicamente o ser humano. É baseado

nos ritmos químicos, biológicos, ou mudanças no comportamento que se repetem diariamente.

A forma que o ser humano é exposto à iluminação artificial interfere como o organismo recebe

e se comporta a esta exposição. Muitas vezes, o uso errado da iluminação artificial ocasiona

danos ao bem estar dos funcionários, prejudicando a realização das atividades laboral.

É essencial, no desenvolvimento de projetos luminotécnicos, aliar estética, níveis de

iluminação, consumo de energia, aos efeitos dos produtos de iluminação no ser humano. Bem

como ajustar as situações de uso local e do usuário, aplicando a iluminação de forma coerente,

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equilibrada e adequada ao organismo dos seres humanos e ao meio ambiente. Com isso

contribuir, consequentemente, com a qualidade de vida do homem. (NAKAYAMA, 2012)

2.4 Versatilidade

Ao projetar um ambiente corporativo, se por um lado é importante promover a integração, por

outro, deve-se levar em conta o indivíduo e as possíveis interferências externas, preservando a

sua privacidade. O objetivo é criar um espaço bem planejado que facilite o desempenho das

atividades, trazendo mais produtividade e, consequentemente, preservando a auto-estima das

pessoas.

O diagnóstico realizado com cada funcionário e com a equipe tem levado a novas

interpretações dos espaços. Projetos corporativos começam a prever áreas especiais para

convivência, pesquisa, pequenas refeições e até para cuidados com a saúde. É preciso conhecer

as pessoas que vão ocupá-lo e suas necessidades individuais e coletivas, o trabalho a ser

realizado, o fluxo da informação, a cultura e o objetivo da empresa. Não se deve esquecer da

identidade corporativa que precisa estar intrínseca à estética do projeto.

Atualmente, o ambiente de trabalho é um reflexo da filosofia e da imagem da corporação,

mostrando a importância de cada colaborador e do próprio cliente em sua cadeia produtiva. É

notório que a arquitetura corporativa influi diretamente sobre os resultados operacionais e

financeiros e, dessa forma, crescem os projetos facilmente reversíveis que permitem

reorganizar os ambientes com maior flexibilidade e rapidez para atender as necessidades das

empresas e das equipes de modo mais eficiente e produtivo.

O mobiliário corporativo ganha maior importância dentro deste cenário e passou a ser tratado

como uma célula mais orgânica a ser incorporado no planejamento de cada corporação,

tornando-se parte, inclusive, da identidade cultural e visual das empresas. Porém, esse elemento

passa a ter um menor destaque, quando observa-se que a maior evidência, hoje, deve ser dada,

acima de tudo, ao ser humano e suas necessidades, o seu conforto e seu bem-estar.

Os locais físicos passaram a ser uma ferramenta da empresa para reter talentos e desenvolver o

orgulho nas pessoas de irem trabalhar naquele determinado lugar. A criação desses ambientes é

também para se exporem ao mercado como uma companhia criativa e aberta as transformações

e tendências, uma vez que o principal objetivo da empresa é oferecer o máximo de benefícios

para seus funcionários, e com isso extrair a maior produtividade possível. A tendência nos

escritórios é possuir ambientes compostos por um mix de espaços, que as pessoas usem de

acordo com suas necessidades. O ideal é que sejam ambientes integrados pois o trabalho

individual não precisa ser realizado no escritório mas, cada vez mais, as atividades de escritório

passam a ser interativas (CARLA MACHADO, 2013).

2.5 Sustentabilidade

A sociedade ao longo dos anos vem sendo chamada a tomar consciência dos problemas

ambientais em relação a sua degradação como consequência do processo de desenvolvimento e

essa temática tem sido amplamente abordada. Foi a partir do agravamento do impacto ao meio

ambiente, junto com a reflexão sistemática sobre a influência da ação humana e seus impactos,

que se forjou o novo conceito de desenvolvimento sustentável (COSTA, SCOCUGLIA, 2008).

A sustentabilidade refere-se a capacidade das sociedades garantir a sua sobrevivência de forma

autônoma, gerando riquezas e bem-estar a partir de seus próprios recursos e potencialidades,

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mas resguardando os recursos e o patrimônio natural dos diferentes povos e países. As

principais dimensões da sustentabilidade envolvem o ambiental, o social, o econômico, o

político e o cultural, todas elas indissociáveis. Vale ressaltar que a ideia da sustentabilidade não

é estática, mas dinâmica, ou seja, descobertas e inovações de processos podem trazer novas

questões à discussão e assim mudar estratégias e princípios (SERRADOR, 2008).

A Arquitetura Sustentável envolve quatro dimensões que constituem o desenvolvimento

sustentável, tendo como resultado da ação a criação de um ambiente que seja ecologicamente

correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente aceito (BRUNO, 2011).

Nela ainda estão presentes as premissas básicas de conforto ambiental ao considerar aspectos

como insolação, ventos dominantes, características do entorno e uso da edificação, antes

mesmo de definir espessura das paredes, dimensão das aberturas ou materiais que serão

empregados. A arquitetura sustentável utiliza algumas medidas essenciais dentro de sua área

para reduzir o impacto ambiental e proporcionar conforto ambiental, seja térmico, luminoso

e/ou acústico ao ser humano, além de propiciar um mundo menos poluído para as futuras

gerações (COSTA, SCOCUGLIA, 2008).

Portanto, a Arquitetura, em sua essência, tem o papel de manter e gerar o bem-estar da

sociedade, promovendo meios de garantir a satisfação dos aspectos sociais, culturais e

econômicos e ela deve não só minimizar os impactos gerados ao Meio Ambiente, mas,

especialmente, integrá-la aos ciclos naturais da biosfera de forma a criar efeitos positivos,

sendo um agente renovador, reparador e restaurador (COSTA, SCOCUGLIA, 2008).

Muito mais que uma “moda” nas empresas, a Sustentabilidade é uma necessidade urgente em

nossa sociedade e em todo o mundo. Pensar e trabalhar com recursos renováveis, a preservação

do meio ambiente, soluções ecologicamente corretas e uma série de outros fatores que

visam manter o equilíbrio ambiental e o saudável desenvolvimento das ações humanas, passou

a ser o foco de muitas marcas que verdadeiramente compreenderam a importância

da responsabilidade ecológica, energética e social. Os consumidores também estão mais atentos

a essas questões, exigindo das companhias uma atuação coerente e genuinamente engajada com

a causa. Já não basta mais desenvolver um produto inovador, antes, é fundamental pensar nos

processos e materiais utilizados para viabilizá-lo, assim como nos impactos que ele pode causar

em longo prazo. Adaptar processos e articular novos recursos para contemplar a tão

falada Sustentabilidade, sem dúvida alguma, não é uma tarefa fácil. É preciso uma mudança

não só de atitude, como também a adaptação de toda a cultura organizacional, além de

investimentos consistente em pesquisas, infraestrutura, tecnologia e métodos de gestão.

3. Metodologia

Trata-se de uma revisão bibliográfica, reunindo o material já elaborado, constituído

principalmente de livros e artigos científicos de revistas e/ou periódicos e através de bases de

dados eletrônicos, que abordam o tema em questão. Desta maneira, coletou-se e selecionou-se

material escrito por profissionais que versaram sobre assuntos pertinentes aos temas centrais de

análise, a exemplo da evolução dos espaços corporativos, humanização, a importância da

Arquitetura nos espaços corporativos.

Apresenta uma abordagem humanista por preocupar-se com o bem-estar dos funcionários que

estão envolvidos diretamente com a produção da Empresa e é do tipo exploratória pois visa

proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito.

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Classifica-se ainda como descritiva, porque observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou

fenômenos da própria realidade, sem manipulá-los.

4. Conclusão

A busca por melhores resultados e os desafios do mundo dos negócios fazem parte dos

objetivos das organizações. Entretanto, o indivíduo passa a ganhar destaque nesse cenário, não

só como partícipe, mas como ser atuante, integral e necessário. Este indivíduo é aceito e quisto

pela organização, que acolhe e respeita sua condição humana e a subjetividade que o

acompanha. Afinal, é ele a pessoa capaz de atender e interagir de forma humanizada com os

clientes internos e externos das organizações. Humanizar as relações é atuar nesta aproximação,

sem desacreditar na tecnologia. Capacitar e possibilitar que este grande patrimônio possa

contribuir com o que tem melhor, atuando em equipes de grande desempenho, gerando lucros e

aumentando receitas tem sido o grande diferencial competitivo das organizações.

A Arquitetura Corporativa tem um importante e fundamental papel na obtenção dos resultados

gerais das empresas. Cabe ao profissional da arquitetura conceber um projeto dinâmico,

pensando no hoje e prevendo prospecções futuras, que atenda as necessidades da corporação,

ao mesmo tempo em que cria um espaço estimulante, confortável, voltado e desenvolvido para

o bem estar dos funcionários. A boa relação entre empresa, ser humano, espaço laboral é uma

fator decisivo no alcance se resultado satisfatórios para manter a corporação competitiva no

mercado.

Conclui-se que o projeto arquitetônico corporativo deve aliar a imagem institucional da

empresa a fatores como humanização, bem estar, conforto, gerando ambientes esteticamente

agradáveis, fisicamente estimulantes e dinâmicos, auxiliando no desempenho da atividade

laboral e sendo visto como um importante diferencial competitivo.

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