Artigo - A benzeção como prática Terapûtica

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RUBS, Curitiba, v.1, n.3, p.15-19, set./dez. 2008 artigos \ a benzeção como prática terapêutica 17 A BENZEÇÃO COMO PRÁTICA TERAPÊUTICA THE THERAPEUTICAL PRACTICE OF BLESS DANIELA ARAÚJO TEIXEIRA LEITE 1 , LÉA RESENDE ARCHANJO 2 1 Acadêmica do curso de Medicina, Universidade Positivo. 2 Professora do Curso de Medicina da Universidade Positivo. RESUMO A benzeção tem origem no meio rural, onde a tradição cultural e a falta de opções terapêu- ticas garantiam o prestígio das benzedeiras como agentes de cura para diversas enfermidades. O presente trabalho discute a permanência das benzedeiras e da crença na benzeção como ritual de cura, enfocando a prática de benzedeiras atuantes num bairro da periferia de Curitiba que dispõe de serviços públicos de saúde. Numa abordagem qualitativa, a pesquisa incluiu entrevistas com benzedeiras e outros moradores do bairro e observação participante em rituais de cura. Foram identificadas quatro benzedeiras, todas idosas, católicas, com pouca escolaridade e baixa renda. Elas encaram seu ofício como um serviço assumido por tradição e em resposta a necessidades da comunidade. Não cobram pelos benzimentos, mas geralmente os que procuram seus servi- ços levam presentes como forma de agradecimento. Os rituais de cura incluem rezas, às vezes acompanhadas de massagens, e indicações de banhos e chás. As enfermidades curadas pelas benzedeiras se configuram como perturbações que atingem não apenas o corpo, a esfera física, mas estão relacionadas a questões sociais, psicológicas e/ou espirituais que afetam o cotidiano. Nem todos os moradores do bairro compartilham da visão das benzedeiras, devido a conflitos simbólicos alguns recriminam ou negam suas práticas. A permanência da benzeção como prática de cura pode ser explicada por diversos fatores, entre eles, a proximidade cultural da benzedeira com os que procuram seus serviços e os laços que estabelecem com os enfermos que, envol- vendo afetividade e confiança, criam um ambiente para que ocorra a cura. Palavras-chave: Benzedeiras; Práticas de cura; Eficácia simbólica. 1 INTRODUÇÃO A benzeção é uma prática originária do meio rural, no qual a tradição cultural e a falta de outras opções terapêuticas garantiam o prestígio das benzedeiras como agentes de cura para quase todos os males. Atuando num espaço de relações de produção marcado pela afetividade familiar e comunitária, elas compar- tilhavam da mesma visão de mundo da comu- nidade, inclusive as crenças sobre a origem, o significado e o tratamento da falta de saúde. No meio urbano em sociedades mais industrializadas, as benzedeiras ten- dem a perder espaço para outras práticas de cura, sendo muitas vezes procuradas paralelamente ao tratamento médico, em- bora as premissas que fundamentam cada tratamento sejam muito diferentes. Para Oliveira (1) , no meio urbano o ofício da ben- zedeira “constitui uma resistência política e cultural à medicina erudita que conseguiu proliferar os seus serviços de cura e ampliar a sua clientela, acobertando, inclusive, os membros das classes populares”. (1) O presente trabalho tem como objeti- vo discutir a permanência das benzedeiras e da crença na benzeção como ritual de cura, (2) E-mail: [email protected]

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A BENZEÇÃO COMO PRÁTICA TERAPÊUTICATHE THERAPEUTICAL PRACTICE OF BLESS DANIELA ARAÚJO TEIXEIRA LEITE 1, LÉA RESENDE ARCHANJO 2

1 Acadêmica do curso de Medicina, Universidade Positivo.2 Professora do Curso de Medicina da Universidade Positivo.

RESUMO A benzeção tem origem no meio rural, onde a tradição cultural e a falta de opções terapêu-ticas garantiam o prestígio das benzedeiras como agentes de cura para diversas enfermidades. O presente trabalho discute a permanência das benzedeiras e da crença na benzeção como ritual de cura, enfocando a prática de benzedeiras atuantes num bairro da periferia de Curitiba que dispõe de serviços públicos de saúde. Numa abordagem qualitativa, a pesquisa incluiu entrevistas com benzedeiras e outros moradores do bairro e observação participante em rituais de cura. Foram identificadas quatro benzedeiras, todas idosas, católicas, com pouca escolaridade e baixa renda. Elas encaram seu ofício como um serviço assumido por tradição e em resposta a necessidades da comunidade. Não cobram pelos benzimentos, mas geralmente os que procuram seus servi-ços levam presentes como forma de agradecimento. Os rituais de cura incluem rezas, às vezes acompanhadas de massagens, e indicações de banhos e chás. As enfermidades curadas pelas benzedeiras se configuram como perturbações que atingem não apenas o corpo, a esfera física, mas estão relacionadas a questões sociais, psicológicas e/ou espirituais que afetam o cotidiano. Nem todos os moradores do bairro compartilham da visão das benzedeiras, devido a conflitos simbólicos alguns recriminam ou negam suas práticas. A permanência da benzeção como prática de cura pode ser explicada por diversos fatores, entre eles, a proximidade cultural da benzedeira com os que procuram seus serviços e os laços que estabelecem com os enfermos que, envol-vendo afetividade e confiança, criam um ambiente para que ocorra a cura. Palavras-chave: Benzedeiras; Práticas de cura; Eficácia simbólica.

1 INTRODUÇÃO

A benzeção é uma prática originária do meio rural, no qual a tradição cultural e a falta de outras opções terapêuticas garantiam o prestígio das benzedeiras como agentes de cura para quase todos os males. Atuando num espaço de relações de produção marcado pela afetividade familiar e comunitária, elas compar-tilhavam da mesma visão de mundo da comu-nidade, inclusive as crenças sobre a origem, o significado e o tratamento da falta de saúde. No meio urbano em sociedades mais industrializadas, as benzedeiras ten-

dem a perder espaço para outras práticas de cura, sendo muitas vezes procuradas paralelamente ao tratamento médico, em-bora as premissas que fundamentam cada tratamento sejam muito diferentes. Para Oliveira(1), no meio urbano o ofício da ben-zedeira “constitui uma resistência política e cultural à medicina erudita que conseguiu proliferar os seus serviços de cura e ampliar a sua clientela, acobertando, inclusive, os membros das classes populares”.(1)

O presente trabalho tem como objeti-vo discutir a permanência das benzedeiras e da crença na benzeção como ritual de cura,

(2) E-mail: [email protected]

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enfocando a prática de benzedeiras atuantes num bairro da periferia de Curitiba, no qual uma Unidade Municipal de Saúde oferece ser-viços públicos de saúde à população local.1

O interesse pelo tema surgiu quando estudantes do curso de Medicina entraram em contato com uma comunidade próxima à universidade e constataram a presença de benzedeiras atuantes na região. Durante as atividades na comunidade os estudan-tes se surpreenderam com o fato de que a população local recorria constantemente a benzedeiras em busca de cura para certas doenças e/ou perturbações. Este estudo sobre a benzeção busca apontar para os fatores que contribuem para a permanência dessa prática, apesar da oferta de serviços públicos de saúde na cidade de Curi-tiba e, especificamente, no bairro estudado.

2 METODOLOGIA

A pesquisa, com abordagem qua-litativa, incluiu a identificação das benze-deiras que atuam no local, a observação participante em rituais de cura e entrevistas com benzedeiras e moradores do bairro (usuários e não usuários de seus serviços). Os dados da observação e das entrevistas foram registrados por escrito. Para garantir o anonimato dos par-ticipantes, os depoimentos foram identifi-cados com nomes fictícios.2

3 RESULTADOS

As quatro benzedeiras encontradas du-rante o trabalho de campo são mulheres idosas, de baixa renda e pouca escolaridade, com grande proximidade cultural e socioeconômica em rela-ção à população do bairro. Todas elas se dizem católicas, mas nem sempre vão à igreja.

Nossa principal informante, D. Dalva, com 68 anos de idade é a benzedeira mais conhecida da comunidade. Ela teve 12 filhos, dos quais nove já morreram, e ficou viúva há 32 anos. A casa de D. Dalva, com paredes de madeira e piso de cimento queimado, tem sala e quarto. Ela nos recebeu no quarto, um pequeno cômodo com uma cama e um guarda-roupa, cujas paredes estavam cobertas por quadros de santos. D. Marta, outra benzedeira, tem 86 anos e nasceu no estado de Pernambuco. Teve quatro filhos, um deles morreu e os outros vivem em outras cidades. Ela mora sozinha numa casa de madeira atrás de um bosque. Na frente da casa há algumas plantas e uma pequena valeta de esgoto. Fomos recebidas na sala, mobiliada por dois sofás bem antigos, com o estofamento rasgado, e dois altares, um em cada lado da sala, com diversas imagens de santos católicos. Com 78 anos de idade, D. Janete vive em uma casa de madeira com cômodos comuns a outros habitantes. Dizendo que “conversa par-ticular é melhor lá dentro”, ela nos levou ao seu quarto, um cômodo pequeno com uma cama de casal, um guarda-roupa e diversos quadros de santos na parede. D. Janete afirmou ter adquirido com a avó grande conhecimento sobre rezas e ervas, mas não se dispôs a falar sobre o assunto, alegando que os médicos não gostam dessas práticas e, por isso, cada vez mais as pessoas condenam ou ignoram esse tipo de cura. A quarta benzedeira identificada, D. Carmem, tem 88 anos de idade, teve seis filhos e ficou viúva há 29 anos. Ela vive com a filha em uma casa de alvenaria, espaçosa e confortável se comparada às moradias das outras benze-deiras. Fomos recebidas na sala que, conjugada com a cozinha, tem um sofá, uma mesa de jan-tar, fogão, pia e um móvel com prateleiras onde ficam imagens e quadros de santos católicos. As benzedeiras encaram seu ofício como um serviço assumido por tradição, por acreditarem no bem que fazem aos outros e em resposta a necessidades da comunida-

1 Para assegurar o sigilo sobre a identidade dos participantes da pesquisa, não será explicitado o local onde o tra-balho de campo foi desenvolvido.2 O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Positivo.

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de. Não cobram pelos serviços prestados, mas muitos dos que procuram seus serviços costumam levar presentes como forma de agradecimento. Estudando a prática das benzedeiras no Rio Grande do Norte, Santos afirma que “o sentido da gratuidade e da solidariedade é compartilhado e entendido pelos membros da comunidade”. Segundo o autor, quando uma benzedeira quebra o pacto da gratuida-de e estipula um preço para seus serviços mancha a sua imagem perante à comuni-dade e seu dom de curar também perece, pois deixa de existir um vínculo estreito de afinidade entre a benzedeira e os usuários de seus serviços.(2)

Durante os rituais de cura, a benzedeira faz orações e movimentos perto do enfermo. A benzeção pode ser complementada com indica-ções de uma variedade de ervas, como guaco, carqueja, boldo, hortelã, manjericão, losna, poejo, folhas de laranja, capim-limão, camomila, também utilizadas como instrumentos de cura. As perturbações/enfermidades que exi-gem o trabalho das benzedeiras não constam do rol de patologias da Medicina científica. Alegando que existem “doenças de médicos” e “doenças de benzedeiras”, as pessoas geralmente nem as mencionam para os profissionais da área de saúde. São identificadas como doenças de ben-zedeiras: “arca caída” ou “peito aberto”, míngua”, “bichas”, “machucadura”, “cobreiro”, “quebranto”, entre outras. Essas doenças das quais se ocu-pam as benzedeiras são mais do que conjuntos de sintomas e de sinais físicos. Elas se caracte-rizam por possuírem uma série de significados simbólicos – psicológicos, sociais e morais – para os membros de grupos sociais específicos.

4 DISCUSSÃO

As benzedeiras explicam a doença “em termos culturais mais amplos, mais familiares – envolvendo os aspectos social, psicológico e espiritual da vida de seus pa-cientes - enquanto os médicos concentram-se principalmente na doença física e nos

patógenos ou nos comportamentos que supostamente causam as doenças”.(3)

As doenças curadas pelas benzedei-ras se configuram como perturbações que atingem não apenas o corpo, a esfera física, mas estão relacionadas a questões sociais, psicológicas e/ou espirituais que afetam a vida cotidiana como um todo. Ao discutir os efeitos de práticas mági-cas em diversas culturas, Claude Lévi-Strauss afirma que não há razão para se duvidar da eficácia de certas práticas. O antropólogo aponta, entretanto, que a eficácia da magia implica a crença na magia, crença esta que se apresenta sob três aspectos interdependentes e complementares: a crença do feiticeiro na eficácia de suas técnicas; a crença do enfermo (ou vítima) no poder do feiticeiro e a confiança e as exigências do grupo social.(4)

No caso da benzeção, constata-se que a benzedeira aprende o ofício e acredita nos benzimentos como meio de cura. O enfermo que a procura acredita que ela tem o “dom” de curar, pois o recebeu de Deus. A opinião coletiva reforça a crença no poder de cura das benzedeiras, pois a prática da benzeção faz parte das tradições culturais do grupo e tem eficácia simbólica para seus membros. Mas, se os adeptos da benzeção com-partilham da visão das benzedeiras sobre essas enfermidades/perturbações e práticas de cura, outros moradores do bairro possuem outras refe-rências. Praticantes de religiões evangélicas não legitimam a prática das benzedeiras e agentes comunitárias de saúde, se indagadas, negam para pessoas de fora do bairro que existam ben-zedeiras atuantes em sua área de abrangência. O ofício das benzedeiras está ligado a uma tradição católica e, com a dissemina-ção de outras seitas em bairros de classes populares, ocorre uma disputa pelo poder religioso local. Adeptos de religiões evan-gélicas não acreditam no poder de cura das benzedeiras, pois afirmam “só Deus tem o dom de curar”, e recriminam as benzedeiras por possuírem imagens de santos, porque consideram que “adoradores de imagens” cometem pecado.

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Já as agentes comunitárias de saúde são pessoas que vivem na comunidade, ge-ralmente mulheres, que, pelos treinamentos oferecidos pela Secretaria de Saúde, incor-poram conhecimentos da Medicina oficial e passam a trabalhar com a equipe de saúde que atua na região. Durante o processo de construção de identidade como agente comunitário de saúde, nos treinamentos e/ou no contato com a equipe, à medida que absorvem conhecimentos da biomedicina e adquirem o status de profissionais da área de saúde, os agentes tendem a negar alguns valores da cultura popular, entre os quais, a benzeção, como prática eficaz de cura.

5 CONCLUSÃO

O estudo possibilita afirmar que a visão compartilhada de mundo, a cordiali-dade, a informalidade e o uso da linguagem do dia a dia tornam a benzedeira mais pró-xima dos enfermos do que os profissionais da área de Saúde. Observa-se também que enquanto a população local encontra difi-culdades no acesso aos serviços públicos de saúde devido à grande demanda, as benzedeiras vivem na comunidade e estão sempre acessíveis a quem as procura. Os laços que estabelecem com usu-ários de seus serviços envolvem confiança e afetividade, o que é reforçado pela gratui-dade da benzeção. Já os profissionais de saúde, por motivos diversos, muitas vezes não conseguem estabelecer vínculos com os pacientes que atendem. Frequentemente também falta aos profissionais sensibilidade para lidar com pessoas que sofrem com alguma enfermidade e que são vulneráveis pela própria situação social que enfrentam no cotidiano. E, enquanto a Medicina científica se concentra nos aspectos biológicos do pro-cesso saúde-doença, a benzeção ocupa-se de perturbações que desequilibram a vida das pessoas e que podem ser causadas por um amplo leque de fatores, aproximando-se mais da forma subjetiva como as pessoas

vivenciam o processo saúde-doença. Além disso, a eficácia do benzimento está estreita-mente relacionada ao modo como as pessoas percebem a saúde e a doença. Constata-se também que as práticas prescritas pelas benzedeiras envolvem cuidados que requerem atenção e toque, criando um am-biente para que ocorra a cura. Primeiro, porque acredita-se no poder simbólico desses atos e também porque a pessoa sente-se cuidada física e emocionalmente. Considerando o processo de exclusão social vivido por esta população, esse é um aspecto importante para justificar a perma-nência da benzeção como prática terapêutica.

ABSTRACT

The blessing practice comes from the rural areas, where cultural traditions and lack of therapeutic options ensured the prestige of quacks as agents of cure for various diseases. This paper discusses the permanence of quacks and belief in blessing practices as healing ritual. It focuses on the practice in a neighborhood on the suburbs of Curitiba that also has public health services available. The study included interviews with quacks and other residents of the neighbor-hood together with observation in healing rituals. Four quacks have been identified, all elderly Catholic ladies, they have low education level and low income. They view their duty as a tradition that relates to the community needs. Blesses are for free, but usually those who seek their services offer some gifts as an expression of gratitude. The rituals include prayers for healing, sometimes accompanied by massages, and indications of baths and teas. The disease cured by the quacks uses to be disorders that affect not only the body, but are also related to social, psychological and / or spiritual issues that affect the daily life. Not all residents of the neighborhood share the same vision of quacks due to some symbolic conflicts some of them recriminate or deny their practices. The permanence of blessing

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as healing practice can be explained by sev-eral factors, including the cultural proximity of the quacks with those who seeks their services and the strong affection and trust relationship developed with the patient which create an environment for cure. Key words: rituals of cure; practical of bless; cultural perceptions of cure.

REFERÊNCIAS

1 OLIVEIRA ER. O que é benzeção. São Paulo: Brasiliense; 1985.

2 Santos FV. O ofício das rezadeiras: um estudo antropológico sobre as práticas terapêuticas e a comunhão de crenças entre as rezadeiras de Cruzeta/RN. [dis-sertação].Natal: Universidade Federal do Rio Grande do Norte; 2007.

3 HELMAN C. Cultura, saúde & doença. Porto Alegre: Artmed; 2003.

4 LÈVI-STRAUSS C. O feiticeiro e sua magia. In: Antropologia estrutural. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro; 1985.