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26 MELHOR AMIGO Vida animal em condomínio S e você está lendo esta revista é porque gosta de cães, gatos e outros animais, certo? Mas existem pessoas que optam por não ter contato com nenhum bichinho, por diferentes motivos. E isso é direito de cada um, que deve ser respeitado assim como o nosso direito de ter pets, seja qual for a espécie. Principalmente em casos de condomínios, onde a convivência com vizinhos é mais próxima, precisamos ter alguns cuidados para que exista harmonia entre todos e ninguém se sinta desrespeitado. Antes de tudo, você precisa conhecer o regulamento do seu condomínio: regras sobre áreas de circulação de animais, barulhos, limpeza, as consequências em razão do descumprimento delas e, inclusive, sobre como sugerir a alteração dessas regras, quando achar adequado. Conversar com o síndico e com os vizinhos também é importante para vocês ficarem alinhados. Se você tem um animal que faz muito barulho ou é agressivo, por exemplo, mas já está sendo treinado, avisar as pessoas do seu convívio pode fazer com que elas sejam mais pacientes ou até colaborem com o treino. Em relação ao seu amiguinho peludo, você precisa garantir que ele esteja bem de saúde. Alguns problemas comportamentais podem ser decorrentes de dores e incômodos, ou da ausência de atividade física regular, como passeios, corridas, esportes e brincadeiras. Por isso, consultar um veterinário é essencial para saber se está tudo bem com seu pet e se há limitações que você precisa respeitar. Quando sair com seu bichinho, no condomínio ou em outros lugares, use sempre equipamentos de segurança para evitar imprevistos e acidentes: guia, coleira e focinheira, se necessário. Rotina vazia pode ser um problemão Com o ritmo de trabalho da maioria das pessoas, é comum alguns bichinhos passarem seis, oito ou até dez horas sozinhos em casa. Se não forem oferecidos estímulos para eles, há muita chance de eles desenvolverem algum problema comportamental: latidos ou miados em excesso, destruição de móveis e objetos, automutilação, entre outros. Por isso, é necessário conhecer os gostos do nosso bichinho e disponibilizar enriquecimento ambiental, para ele se manter ativo mental e fisicamente durante o período que ficar sozinho. Veja algumas dicas: Você pode esconder a comida dele em porções pelos cantos da casa ou colocar em brinquedos que precisam ser manipulados para liberar o alimento. Para gatos, deixar prateleiras livres e com a comida no alto os estimula a subir e a descer, resultando em mais atividade. Tente esconder brinquedos pela casa para o animal encontrar. Procure oferecer alguns brinquedos especiais só para os momentos em que o pet ficará sozinho. Dê brinquedos novos, sempre com supervisão inicial, para evitar acidentes. Restrinja o acesso a locais com objetos que não Texto OLIVER SO, ADESTRADOR DA EQUIPE CÃO CIDADÃO Artigo ADESTRAMENTO

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Vida animal em condomínio

Se você está lendo esta revista é porque gosta de cães, gatos e outros animais, certo? Mas existem pessoas que optam por não ter contato com nenhum

bichinho, por diferentes motivos. E isso é direito de cada um, que deve ser respeitado assim como o nosso direito de ter pets, seja qual for a espécie. Principalmente em casos de condomínios, onde a convivência com vizinhos é mais próxima, precisamos ter alguns cuidados para que exista harmonia entre todos e ninguém se sinta desrespeitado.

Antes de tudo, você precisa conhecer o regulamento do seu condomínio: regras sobre áreas de circulação de animais, barulhos, limpeza, as consequências em razão do descumprimento delas e, inclusive, sobre como sugerir a alteração dessas regras, quando achar adequado.

Conversar com o síndico e com os vizinhos também é importante para vocês ficarem alinhados. Se você tem um animal que faz muito barulho ou é agressivo, por exemplo, mas já está sendo treinado, avisar as pessoas do seu convívio pode fazer com que elas sejam mais pacientes ou até colaborem com o treino.

Em relação ao seu amiguinho peludo, você precisa garantir que ele esteja bem de saúde. Alguns problemas comportamentais podem ser decorrentes de dores e incômodos, ou da ausência de atividade física regular, como passeios, corridas, esportes e brincadeiras. Por isso, consultar um veterinário é essencial para saber se está

tudo bem com seu pet e se há limitações que você precisa respeitar.

Quando sair com seu bichinho, no condomínio ou em outros lugares, use sempre equipamentos de segurança para evitar imprevistos e acidentes: guia, coleira e focinheira, se necessário.

Rotina vazia pode ser um problemão

Com o ritmo de trabalho da maioria das pessoas, é comum alguns bichinhos passarem seis, oito ou até dez horas sozinhos em casa. Se não forem oferecidos estímulos para eles, há muita chance de eles desenvolverem algum problema comportamental: latidos ou miados em excesso, destruição de móveis e objetos, automutilação, entre outros. Por isso, é necessário conhecer os gostos do nosso bichinho e disponibilizar enriquecimento ambiental, para ele se manter ativo mental e fisicamente durante o período que ficar sozinho. Veja algumas dicas:• Você pode esconder a comida dele em porções

pelos cantos da casa ou colocar em brinquedos que precisam ser manipulados para liberar o alimento. Para gatos, deixar prateleiras livres e com a comida no alto os estimula a subir e a descer, resultando em mais atividade.

• Tente esconder brinquedos pela casa para o animal encontrar.

• Procure oferecer alguns brinquedos especiais só para os momentos em que o pet ficará sozinho.

• Dê brinquedos novos, sempre com supervisão inicial, para evitar acidentes.

• Restrinja o acesso a locais com objetos que não

Texto oliVer So, ADeSTrADor DA equipe Cão CiDADão

Artigo ADeSTrAMeNTo

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Coloque-o sentado em um ponto definido, como a caminha dele, diga “fica”, dê um passo curto para trás e volte para a frente. Se ele não tiver se levantado, recompense com um petisco gostoso.

Aumente a quantidade de passos para trás gradativamente, à medida que ele for aguentando ficar sem sair do lugar. Se ele se levantar ou sair da cama, volte para perto dele e repita diminuindo um passo. Faça isso até você conseguir sair da vista dele sem que ele saia do lugar. Conseguindo isso, comece a aumentar o tempo que ele fica sem ver você. Dessa forma, ele aprenderá que você sai, mas volta sem ele precisar se preocupar. E ainda ganha petisco por isso.

Se você tem um animal agressivo ou que incomoda os vizinhos com barulho, dificultando muito a convivência no seu condomínio, tente amenizar a situação com estas dicas. Se necessário, conte também com a ajuda de um especialista em comportamento animal.

oliver So é membro da equipe da Cão

Cidadão, empresa criada por Alexandre rossi há 15 anos, que trabalha com adestramento e comportamento animal. (11) 3571-8138, www.caocidadao.com.br.

podem ser danificados ou que representem perigo quando não houver ninguém em casa.

TreinosUm animal muito ansioso e não socializado

pode ter mais dificuldade para lidar com as diversas situações do dia a dia. Socializá-lo é essencial para que ele fique habituado a conviver com outras pessoas e animais.

Proporcione encontros supervisionados, mantendo uma distância segura, e não force caso seu bichinho esteja desconfortável. Ofereça um petisco bem gostoso ou faça uma brincadeira de que ele goste muito nesses momentos de interação. Assim, você cria associações agradáveis àquilo que ele não confia ou se afasta, como pessoas desconhecidas. Tenha cuidado especial nas áreas de circulação comum, como elevador, hall, entrada e saída.

Em casa, seu amigo peludo precisa se acostumar a ficar tranquilo sem você, para não fazer muito barulho nem incomodar os vizinhos. A primeira medida é não dar atenção a ele quando você estiver saindo ou chegando em casa. Nos reencontros, espere ele se acalmar para fazer carinho e matar a saudade.

O comando “fica” é bastante útil também.

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lia