Artigo Automação de testes funcionais com Demoiselle Behave

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C om o amadurecimento dos processos de desen- volvimento de software nas empresas torna-se cada vez mais evidente que os testes funcionais são fundamentais para a qualidade final do produto. A utilização de métodos de testes manuais, quando são necessárias várias iterações, principalmente em proje- tos que utilizam metodologias ágeis, acaba por tornar a atividade muito onerosa, podendo até mesmo invia- bilizar a sua realização. Considerando esta realidade, o desenvolvimento de soluções no Serpro passou a fazer uso de diversas fer- ramentas próprias para automação de testes, muitas das quais serviram de base para a criação da ferra- menta Demoiselle Behave, desenvolvida de forma co- laborativa pelas equipes de testes da empresa. O Desenvolvimento Orientado a Comportamento - Behaviour-Driven Development (BDD) se caracteriza como uma técnica de desenvolvimen- to ágil que encoraja a colaboração en- tre desenvolvedo- res, setores de qualidade e profis- sionais que atuam na área de negóci- os. O BDD faz uso de uma linguagem mais natural na especificação dos testes dos projetos de software, podendo servir para representar requisi- tos e testá-los de maneira automatizada. 12 SET/OUT 2013 Automação de testes funcionais com Demoiselle Behave O que é o Demoiselle Behave? É um framework flexível para a técnica de Desen- volvimento Orientada a Comportamento. Ele é um subprojeto do Framework Demoiselle para testes fun- cionais e seguiu seus padrões de desenvolvimento. O framework é dividido em 4 partes: o Core, que contém as abstrações que dão a flexibilidade necessá- ria para a criação de novas implementações; os Parsers que são as implementações con- cretas das ferramentas que interpretam as histórias; os Runners que são as imple- mentações das ferramentas que manipu- larão a interface do usuário na automati- zação e, por fim, os Integrations, que são as implementações responsáveis pela inte- gração com ferramentas externas de ges- tão dos testes. Cada uma destas abstra- ções possui pelo menos uma implementa- ção concreta sendo utilizada. Para a criação dos testes automatizados são necessários poucos passos: Passo 1 - São escritas as histórias das funcionalidades, cada projetista define a sua estratégia de mapeamento com relação aos seus Casos de Uso do sistema. Arquitetura geral da solução O grande potencial do Demoiselle Behave lhe assegura posição de destaque como ferramenta corporativa de testes automatizados, dado o grande nível de utilização e colaboração entre as equipes

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Page 1: Artigo Automação de testes funcionais com Demoiselle Behave

Com o amadurecimento dos processos de desen­

volvimento de software nas empresas torna­se

cada vez mais evidente que os testes funcionais

são fundamentais para a qualidade final do produto. A

utilização de métodos de testes manuais, quando são

necessárias várias iterações, principalmente em proje­

tos que utilizam metodologias ágeis, acaba por tornar

a atividade muito onerosa, podendo até mesmo invia­

bilizar a sua realização.

Considerando esta realidade, o desenvolvimento de

soluções no Serpro passou a fazer uso de diversas fer­

ramentas próprias para automação de testes, muitas

das quais serviram de base para a criação da ferra­

menta Demoiselle Behave, desenvolvida de forma co­

laborativa pelas equipes de testes da empresa.

O Desenvolvimento Orientado a Comportamento ­

Behaviour­Driven

Development

(BDD) se caracteriza

como uma técnica

de desenvolvimen­

to ágil que encoraja

a colaboração en­

tre desenvolvedo­

res, setores de

qualidade e profis­

sionais que atuam

na área de negóci­

os. O BDD faz uso

de uma linguagem

mais natural na especificação dos testes dos projetos

de software, podendo servir para representar requisi­

tos e testá­los de maneira automatizada.

ARTIGO

12 SET/OUT 2013

Automação de testesfuncionais com

Demoiselle BehaveO que é o Demoiselle Behave?É um framework flexível para a técnica de Desen­

volvimento Orientada a Comportamento. Ele é um

subprojeto do Framework Demoiselle para testes fun­

cionais e seguiu seus padrões de desenvolvimento.

O framework é dividido em 4 partes: o Core, que

contém as abstrações que dão a flexibilidade necessá­

ria para a criação de novas implementações; os

Parsers que são as implementações con­

cretas das ferramentas que interpretam as

histórias; os Runners que são as imple­

mentações das ferramentas que manipu­

larão a interface do usuário na automati­

zação e, por fim, os Integrations, que são

as implementações responsáveis pela inte­

gração com ferramentas externas de ges­

tão dos testes. Cada uma destas abstra­

ções possui pelo menos uma implementa­

ção concreta sendo utilizada.

Para a criação dos testes automatizados

são necessários poucos passos:

Passo 1 ­ São escritas as histórias das

funcionalidades, cada projetista define a sua estratégia

de mapeamento com relação aos seus Casos de Uso

do sistema.

Arquitetura geral da solução

O grande potencial do

Demoiselle Behave lhe

assegura posição de

destaque como

ferramenta corporativa de testes

automatizados, dado o grande

nível de utilização e colaboração

entre as equipes

Page 2: Artigo Automação de testes funcionais com Demoiselle Behave

13SET/OUT 2013

Por onde começar?Para aqueles que quiserem ter uma visão geral

rápida do projeto poderão acessar o endereço

http://github.com/demoiselle/behave e clicar no link da do­

cumentação para fazer o tutorial de início rápido.

As equipes de testes funcionais do Serpro já rece­

beram treinamentos e materiais para que dissemina­

dores possam prestar suporte local.

Diversos sistemas já tiveram seus requisitos funcio­

nais testados com uso do Demoiselle Behave como

ferramenta. Dentre eles temos: o SINIAV – Sistema Na­

cional de Identificação Automática de Veículos, o

SICONV – Sistema de Gestão de Convênios e Contratos,

o SFITWeb – Sistema Federal de Inspeção do Trabalho –

Web e o SCI – Sistema Consular Integrado.

O grande potencial do Demoiselle Behave lhe asse­

gura posição de destaque como ferramenta corporati­

va de testes automatizados, dado o grande nível de

utilização e colaboração entre as equipes. Aos poucos,

vem ganhando espaço por ser uma ferramenta robusta

e flexível capaz de atender as necessidades das equipes

e proporcionar, a curto prazo, incremento no nível de

reúso das soluções e experiências, com ganhos para

todos os envolvidos, desde os desenvolvedores até a

própria sociedade brasileira, já que é esta que custeia e

se beneficia dos serviços prestados pelo Serpro.

Julian Cesar trabalha no Serpro desde

2010 atuando no departamento de testes

da Superintendência de Suporte à Tecnologia

(Supst). Formado em Desenvolvimento de

Sistemas para Internet e Pós Graduado em

Gestão de Projetos.

Foto: Arquivo Serpro

Passo 2 ­ São feitos os mapeamentos dos objetos de

tela, o framework permite mapeamentos de telas de

aplicações Web e Desktop, mas futuramente poderão

ser mapeados outros tipos de elementos, como por

exemplo, aplicativos móveis.

Passo 3 ­ Os testes são executados. Hoje o fra­

mework permite executar em diversos navegadores e

em aplicações Java (Swing).

Passo 4 ­ Os dados são enviados automaticamente

para a ferramenta de gestão (ALM do Serpro). Outras

integrações poderão ser feitas futuramente.

Exemplo de Relatório na ALM de Contagem de

Registro de Execução