Artigo Brasil 1945-1964
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OS ASPECTOS POLÍTICO, ECONÔMICO, SOCIAL E CULTURAL DO BRASIL
( 1945- 1964)
Oceanira Lages Rodrigues ¹
Cristina Cunha de Araújo²
RESUMO
O presente trabalhado busca abordar sucintamente o Brasil de 1945 ao golpe miliar em 1964,trazendo seus aspectos políticos, econômico, social e cultural. Para tanto se utilizou dométodo de pesquisa bibliográfica fazendo o uso do livro de José Ênio Casalecchi: O Brasil de1945 ao Golpe Militar. Dessa forma, tem-se o seguinte questionamento: como andava o Brasilnesse período? Seu objetivo é abordar sucintamente o Brasil em seus vários aspectos duranteessa passagem. O interesse pelo tema se deu a partir da curiosidade sobre o Brasil enquantoRepública Liberal. Pode-se concluir que foi um período muito tenso, porém de modernizaçãoe democratização.
Palavras chaves: Golpe Militar, política brasileira, direitos sociais.
ABSTRACT
This quest worked briefly address the Brazil 1945 to miliary coup in 1964, bringing itspolitical, economic, social and cultural. For this we used the method of literature making useof the book of Joseph Ênio Casalecchi: Brazil 1945 the military coup. Thus, we have thefollowing question: how walked Brazil in this period? Your goal is to briefly address thevarious aspects in Brazil during this passage. Interest in the subject was given from curiosityabout Brazil while Liberal Republic. It can be concluded that it was a very tense, butmodernization and democratization.
Keywords: Military Coup, Brazilian politics, social rights.
__________________________________________________________________________1 - Discente do 2º período de Curso de Serviço Social da faculdade Adelmar Rosado – FAR.
2 - Professora Orientadora. Faculdade Adelmar Rosado – FAR.
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo abordar os aspectos sociais, políticos e
econômicos do Brasil entre os anos de 1945 e 1964, período de grandes tensões políticas, com
uma economia em desenvolvimento, com muitas questões sociais e uma cultura também em
desenvolvimento. Para tanto, procura-se nesse estudo fazer uma abordagem do Brasil nesse
período que tem inicio com a queda de Vargas no regime autoritário do Estado Novo,
findando com o Golpe Militar, buscando responder o seguinte questionamento: como andava
o Brasil nesse período? O interesse pelo tema se deu a partir da curiosidade e da necessidade
de se obter maiores detalhes sobre o Brasil enquanto República Liberal e assim, adquirindo
maior bagagem teórica, aumentando o conhecimento sobre o tema e poder contribuir com
esse material para novos acadêmicos e ao mundo científico. Para tanto foi realizada pesquisa
bibliográfica fazendo o uso do livro de José Ênio Casalecchi: O Brasil de 1945 ao Golpe
Militar.
2 TRANSIÇÃO DO AUTORITARISMO PARA DEMOCRACIA
No primeiro tópico o autor relata a implantação do Estado Novo com o golpe em 1937
tendo término em 1945 com Vargas deposto. O Manifesto dos Mineiros em 1943, composto
pelas elites liberais, sem participação popular, foi a abertura para a redemocratização, esses
reivindicavam liberdade, maior participação da elite na política e economia. Daí surgem
vários outros opositores do regime getulista, reivindicando liberdades democráticas, eleições
com sufrágio universal, direto e secreto.
Em 1944 as oposições enunciam a candidatura do Brigadeiro Eduardo Gomes a
Presidência, com isso Vargas publicou a Lei Constitucional n. 9, estabelecendo o
funcionamento do Poder Legislativo e da legislação eleitoral, delimitando o prazo das eleições
para presidente da República e governador do estado, e criando regras para o processo
eleitoral e implantação de partidos políticos. E assim se criaram os partidos políticos sendo a
União Democrática Nacional (UDN), o Partido Social Democrático (PSD) e o Partido
Trabalhista Brasileiro (PTB).
Durante seu governo autoritário e populista, Vargas defendia os trabalhadores; sugeriu
a Consolidação das Leis do Trabalho, o sindicalismo e definiu o salário-mínimo. Ocorrendo
assim uma manifestação publica em prol do continuísmo de Vargas, contra a oposição
antipopular. Em 1945 as Oposições Coligadas contra a alteração do calendário eleitoral e as
forças armadas propõem a renúncia de Vargas, assumindo em seu lugar provisoriamente José
Linhares, logo depois vencendo as eleições o General Eurico Gaspar Dultra.
3 ECONOMIA
O autor ainda relata que com a ação do estado durante o Estado Novo a economia
deixa de ser agroexportadora passando a ser uma economia industrial. No governo
democrático de Dutra foi implantado o Plano Salte em 1949, “abandonado” em 1952, era um
plano de administração quinquenal e tinha por objetivo organizar a distribuição de gastos
públicos em programas de saúde, alimentação transporte e energia. Devido as péssimas
condições de nossos transportes a circulação econômica era prejudicada e também devido ao
baixo investimento no petróleo e energia elétrica. O Plano Salte não teve muito êxito, pois era
muito metódico, ou seja, cheio de regras e também pela falta de recursos internos e a
indisposição de recursos externos.
Com a volta de Vargas ao poder em 1950 a 1954, é projetado o Plano Geral de
Desenvolvimento Econômico e Social, esse abrangia o setor de infraestrutura,
desenvolvimento industrial de base, modernização da agricultura, transporte, alimentação,
entre outros. O contrário do governo de Dutra a solução para o problema da falta de energia
foi encontrada através da Plano Nacional de Eletrificação bem como o do petróleo com a
criação da Petrobras em 1953.
Juscelino assume o governo em plena crise política e econômica, priorizando o Plano de
Metas, continuando o poder publico na coordenação e planejamento da economia, seu
projeto de maior destaque foi a construção de Brasília. Nesse período a economia cafeeira
sofreu uma forte crise dificultando a obtenção de recursos para o desenvolvimento do projeto,
recorrendo ao capital estrangeiro. A economia industrial avançou bastante, mas, em
contrapartida, a agricultura cresceu apenas em extensão não alcançando a modernização.
Em 1961 Jânio quadros recebeu como herança de Juscelino uma situação financeira
em péssimas condições, chegando a 3.800 milhões de dólares a divida do Brasil ao exterior.
Ele propôs o Plano de contenção de gastos, fixação de salário-mínimo e reduziu o valor do
cruzeiro.
Goulart foi o que pior recebeu a situação política e econômica do país, estando em
uma profunda crise, a industrialização não foi acompanhada pela infraestrutura ocasionando
sérios problemas sociais. Em 1963 o Plano Trienal é estabelecido para combater a inflação. O
setor agropecuário e agroexportador são os que mais se destacam.
4 INDUSTRIA x AGRICULTURA
Um outro aspecto tratado no texto é com relação à indústria e a agricultura, no
primeiro momento o setor primário se destaca, mas rapidamente é substituído pelo setor
industrial o que ocasiona uma forde dependência do Brasil aos países estrangeiros devido a
falta de fatores de bens de produção. Essas transformações ocorria essencialmente nos centros
urbanos deixando esquecido o campo, assim se pode constatar que os programas de
desenvolvimento foi mal distribuído ocasionando uma grande diferença no desenvolvimento
entre as regiões e consequentemente a saída do homem do campo em direção aos centros
urbanos, gerando uma elevada taxa de desemprego, pois as vagas no mercado eram menor do
que a demanda. Com a elevada disponibilidade de mão de obra e terras o homem volta a
produzir no campo (agricultura e pecuária) que se expande com quase nada de nível técnico,
com isso o governo lança políticas para reverter quadro, mas não tem êxito.
5 PARTIDOS POLÍTICOS
Com o golpe do Estado Novo em 1937 os partidos políticos haviam sido extintos, com
o seu fim em 1945 eles começam a se reorganizar em três grandes grupos: conservadores de
maior destaque, progressistas e os ideológicos.
# Conservadores
Partido Social Democrático (PSD) foi criado por Getúlio Vargas com caráter
federativo, fraudulento e clientelista. Elegeu dois presidentes em 1945 Dutra e em 1955
Juscelino Kubitschek. Sua base de sustentação, por ter o caráter clientelista, eram os
proprietários rurais.
União Democrática Nacional (UDN) é resultada do Manifesto dos Mineiros, portanto
uma forte oposição à Vargas, composto por representantes das velhas oligarquias, tenentes,
ex-exilados por Vargas e objetivavam garantia de autonomia, pluralismo sindical, direito a
greves, participação dos trabalhadores nos núcleos das empresas, reforma agrária, porém suas
reivindicações mais tarde mudam radicalmente.
O Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) em oposição a UDN procurava manter vivo o
“idealismo trabalhista” de Vargas. Defendendo os direitos trabalhistas, com o intuito de
atingir a “paz social”, conforme o depoimento de Vargas:
“A evolução Política do Brasil se deve processar em ordem, com
respeito e disciplina às autoridades. Os trabalhadores não precisam
nem precisaram recorrer a greves, porque a bancada trabalhista, na
Câmara e no Senado, defenderá intransigentemente as fórmulas mais
práticas para a solução dos problemas”.(CASALECCHI,2002,p. 61).
Era o principal partido do movimento trabalhista, dentre outros e responsável pela
mobilização da marcha popular, como por exemplo na campanha “O Petróleo é Nosso” em
que foi criada a Petrobras.
# Ideológico
Partido Comunista Brasileiro (PCB) depois de um longo período na ilegalidade volta
ao cenário político brasileiro. Um partido basicamente urbano. Seu líder foi Luís Carlos
Prestes. Teve grande atuação no movimento operário foi muito importante na implantação da
democracia no Brasil.
6 MOVIMENTO OPERARIO: SINDICALISMO E GREVE
Ainda de acordo com o autor em 1943 a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é
implantada e passa a abranger as questões dos sindicatos e da legislação social, que se divide
em “tutela do trabalho”, “justiça do trabalho” e “organizações dos sindicatos de patrões e
empregados”.
Os movimentos operários reivindicavam direito de greve, liberdade, autonomia e
eleições livres nos sindicatos, por melhores salários e condições de trabalho. Com os
movimentos grevistas os trabalhadores fundam o Congresso sindical dos Trabalhadores do
Brasil em 1946 e depois a Confederação Geral dos Trabalhadores do Brasil. Portanto com
muitas lutas, greves eles foram fazendo suas conquistas lentamente.
7 MANIFESTAÇÕES CULTURAIS
Na República Liberal a cultura se destaca como meios de discussões e comunicações
de vários temas relacionados ao popular e ao nacional. Seu principal publico era a classe
média, o meio cultural que mais se destacava era a música pelo fato de o rádio ter menor
custo.
8 GOLPE MILITAR
Por fim Casalecchi explana o Golpe Militar que teve apoio civil, militar e conservador,
ocorreu em 1964 com a deposição de Goulart que tinha um governo populista nos moldes de
Vargas. Seus opositores eram as classes dominantes que aproveitaram o momento de crise
mostrando sua aversão a classe popular e trabalhadora. Goulart em seu último discurso
público relata:
“Na crise de 1961, os mesmos fariseus que hoje exibem um
zelo pela Constituição queriam rasgá-la, também faltava
com o meu dever, se não alterasse ao alicerce básico das
nossas forças armadas – os sargentos- contra a terrível
campanha que nesse instante se move em todo o País, por
todos os meus e através de todos os processos, contra o
Presidente da República.” (CASALECCHI, 2002, p. 107).
Então nossa República Liberal tem fim com o Golpe Militar e a volta da ditadura.
9 CONCLUSÃO
Conclui-se que no Brasil, enquanto República Liberal, ocorreram várias mudanças de
governo e consequentemente planos econômicos, o país rapidamente se urbanizou, deixou de
ser essencialmente agroexportador passando a ser industrial. Pela variação de ideologias
ocorreram inúmeros conflitos, greves e, em parte, até conquistas.
REFERÊNCIAS
CASALECCHI, José Ênio. O Brasil de 1945 ao golpe militar: da república liberal ao golpe
de 64 Getúlio, Juscelino, Jânio e Jango em busca de uma cultura popular. Contexto. 2002.