Artigo Funcionário Público

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1 “Eu insisto em cantar/Diferente do que ouví/Seja como for recomeçar/Nada há/mas há de vir/Me disseram que sonhar./Era ingênuo/E daí?/ Nossa geração não quer sonhar/Pois sonhe a que há de vir.../ (Osvaldo Montenegro) A BOA VIDA DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS Pode ser que ao iniciar este texto com esta parte da canção, já não fosse necessário discorrer sobre o tema pensado, pois que para muitos estaria entendida toda a essência. Entretanto, sinto o acelerar de meu coração a me impelir ao ato de escrever. Tão somente me rendo a este momento, esperando que, quem sabe, ao dividir com os leitores esta história, consiga me refazer. Peço licença a alguns grandes e nobres articulistas para, com toda humildade e, ao mesmo tempo, atrevimento escrever com pensamento muito simples. Escreverei com o meu coração, com minha alma, que é o que sei fazer, e eles, geralmente, não se apegam as regras gramaticais, não conseguem entrar em uma fôrma. Explicações feitas e desculpas pedidas antecipadamente, então, vamos ao que é mais importante. Tenho 45 anos; em agosto próximo completo 46. Não sei bem o porquê, mas me agrada e tenho orgulho de falar minha idade. Talvez seja pela pretensão de parecer experiente, vivida. Sei lá. O fato é que em outros tempos passados, saber que uma pessoa era funcionário público significava saber que esta pessoa era alguém importante, responsável, honesto, que estava ali para servir ao povo, da melhor forma possível, além, é claro, de servir ao seu Município, Estado ou País. O funcionário público gozava de um respeito imenso, de status até (também era assim com os professores). Não que tudo ou todos fossem perfeitos, claro que não. Problemas sempre existiram, como bem sabemos. Cresci ouvindo sobre o status que essas pessoas tinham e dos benefícios que recebiam. A vida de um funcionário público seria “muito boa”, “muito fácil” estabilidade, “bons salários”, “pouco” trabalho, boa aposentadoria, entre outras benesses. Se havia verdade nisto, não sei. O que sei é que este pensamento atravessou o tempo e, ainda hoje, vigora. Vale ressaltar que, vez por outra, (embora raríssimas), alguém reclamava do mal atendimento, da demora nas respostas e soluções dos problemas, da burocracia que dominava o sistema. Contudo, o serviço público continuava sendo o sonho e o alvo de muita gente. Eh, eu sei! Isto também continua prevalecendo no pensamento das pessoas.

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“Eu insisto em cantar/Diferente do que ouví/Seja como for recomeçar/Nada há/mas

há de vir/Me disseram que sonhar./Era ingênuo/E daí?/ Nossa geração não quer sonhar/Pois

sonhe a que há de vir.../

(Osvaldo Montenegro)

A BOA VIDA DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS

Pode ser que ao iniciar este texto com esta parte da canção, já não fosse

necessário discorrer sobre o tema pensado, pois que para muitos estaria entendida toda a

essência.

Entretanto, sinto o acelerar de meu coração a me impelir ao ato de escrever. Tão

somente me rendo a este momento, esperando que, quem sabe, ao dividir com os

leitores esta história, consiga me refazer. Peço licença a alguns grandes e nobres

articulistas para, com toda humildade e, ao mesmo tempo, atrevimento escrever com

pensamento muito simples. Escreverei com o meu coração, com minha alma, que é o

que sei fazer, e eles, geralmente, não se apegam as regras gramaticais, não conseguem

entrar em uma fôrma. Explicações feitas e desculpas pedidas antecipadamente, então,

vamos ao que é mais importante.

Tenho 45 anos; em agosto próximo completo 46. Não sei bem o porquê, mas me

agrada e tenho orgulho de falar minha idade. Talvez seja pela pretensão de parecer

experiente, vivida. Sei lá. O fato é que em outros tempos passados, saber que uma

pessoa era funcionário público significava saber que esta pessoa era alguém importante,

responsável, honesto, que estava ali para servir ao povo, da melhor forma possível,

além, é claro, de servir ao seu Município, Estado ou País. O funcionário público gozava

de um respeito imenso, de status até (também era assim com os professores). Não que

tudo ou todos fossem perfeitos, claro que não. Problemas sempre existiram, como bem

sabemos.

Cresci ouvindo sobre o status que essas pessoas tinham e dos benefícios que

recebiam. A vida de um funcionário público seria “muito boa”, “muito fácil”

estabilidade, “bons salários”, “pouco” trabalho, boa aposentadoria, entre outras

benesses. Se havia verdade nisto, não sei. O que sei é que este pensamento atravessou o

tempo e, ainda hoje, vigora. Vale ressaltar que, vez por outra, (embora raríssimas),

alguém reclamava do mal atendimento, da demora nas respostas e soluções dos

problemas, da burocracia que dominava o sistema. Contudo, o serviço público

continuava sendo o sonho e o alvo de muita gente. Eh, eu sei! Isto também continua

prevalecendo no pensamento das pessoas.

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Do lado de cá dos balcões, como cidadã, concordava com muita coisa que

diziam; inúmeras vezes me senti indignada com os acontecimentos, sobretudo, a parte

que se refere ao mal atendimento ao cidadão pelos funcionários públicos.

Mas o tempo passou e, mesmo que não tenha sido por escolha própria (digo isso

por ter sido sugestão e incentivo de outra pessoa) participei do concurso público

municipal e em setembro de 2002 “tomei posse” do que “conquistara”: Tornei-me uma

funcionária pública efetiva, porque antes já trabalhava através de contrato especial. Até

então, onde estava era muito bom trabalhar, entrei em uma gestão, passei pelas eleições

e cai em uma outra, esta que conseguiu se re-eleger. Aqui, abro um parêntese para

explicar que jamais faço política partidária (deve ter gente enjoada de tanto ouvir esta

fala). Tem nada não. É sempre bom repetir determinadas coisas para que não paire

dúvida alguma sobre minha intenção. Inicialmente, optei por não ficar na mesma escola

todos os anos, bem como a trabalhar em duas diferentes nos períodos matutino e

vespertino. Isso porque queria conhecer a dinâmica de lugares, pessoas e,

conseqüentemente, trabalhos diferentes (amo isso) ainda que, teoricamente, a base fosse

a mesma. Além disso, tem o fato de minha característica, meu perfil não ser de ficar

presa, estacionada em um local todo o tempo; para mim, é estagnação. Gosto de

movimento, do trabalho que não seja feito apenas dentro de uma sala, sentada atrás de

uma mesa. Uma grande parte de meus colegas vêem isso como algo ruim, prejudicial

para a minha “carreira e histórico” no serviço público. Pensam, como já me disseram,

que deveria ficar em um mesmo lugar “para sempre” (credo!). Essa não seria eu. Não

mesmo. E houve até quem quisesse me condenar por preferir mudar todo ano de escola,

sem aceitar que sempre fora opção minha, acostumada a estar mumificada (com todo

respeito). Gosto, e muito, de trabalhar e estudar entre outras coisas na vida. E no que se

refere ao trabalho procuro fazer tudo da melhor maneira, ou seja, prestar um bom

serviço às pessoas, bem como para a empresa, seja ela pública ou privada. Sempre foi

assim. E comecei aos 12 anos no escritório de meu pai (Chamo a atenção aqui para

minha idade e, vejam, estou viva e, graças a Deus e aos meus pais, sou responsável).

Durante todo o tempo em que trabalhei para empresas privadas, sempre procurei

melhorar meu desempenho, fazer cursos técnicos; e havia de certa forma, incentivo para

isso, valorizava-se a pessoa que buscasse aprender mais, que se capacitasse mais; havia

reconhecimento (ainda que tímido) na maioria das vezes. Também as exigências eram

grandes e esperava-se que o funcionário desempenhasse, no mínimo, sua função para a

qual fora contratado e era pago. Hoje, não é diferente quanto as exigências.

Para meu espanto, no serviço público (no meu caso, o municipal) é tudo bem

diferente. Ai daquele que “teima” em trabalhar direito. A máxima é dizer “sim para

todos” os “chefes” (que são muitos, muitos mesmo) e não se pode pensar, raciocinar,

questionar. Do contrário, corre-se o risco de ser “devolvido” como adoram dizer e fazer,

sem a menor cerimônia, sem se importarem que estão lidando com seres humanos

(como se fosse uma mercadoria estragada). Te jogam para lá, para cá, para cima, para

baixo sem nenhum pudor, nenhum respeito, como a um objeto qualquer, mesmo que a

Lei (ah, as Leis!!) condene tais atitudes. É bom ressaltar aqui que já não interessa a eles

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sua opção. Se sentem incomodados e/ou ameaçados de alguma forma, te põem para fora

do lugar como se você nada fosse ou significasse. Não sei quantos de meus colegas

conhecem o Estatuto que diz que nenhum funcionário público pode ser “devolvido”,

removido sem que haja motivo plausível e/ou consentimento do mesmo. Porém, é bom

lembrar que estamos no Brasil, lugar onde as Leis são criadas para serem burladas, para

protegerem os bandidos. Então, passa-se por cima destas Leis “inúteis” para se

conseguir provar que são “chefes”, que têm poderes outorgados pela autoridade “maior”

e “arrotam” isso o tempo todo para justificarem suas más ações.

Dói pensar que, depois de tanto estudar, participar de um concurso seletivo e

passar, nenhum valor se tem, nenhum respeito. O funcionário público que não se

envolve em questões políticas partidárias, não toma este ou aquele partido em relação a

alguém, que apenas quer trabalhar honestamente, que não aceita propinas apesar das

pressões recebidas, nem participa das inúmeras falcatruas e maracutaias (em algumas

“pequeninas” somos forçados) desses “chefes”, “diretores” torna-se uma pedra no

sapato deles, passível de todo tipo de perseguição, retaliação e ameaças.

E acreditem, para alcançarem seus maus intentos, os vários “chefes” são capazes

de tudo: somem com relatórios feitos, folhas de ponto, te ligam e mandam outras

pessoas ligarem para te aterrorizar, exigindo que você “arranje” atestado médico falso,

para justificar faltas que você não tem. Difícil entender isso, não é mesmo? Quando

aconteceu isto em 2006, não aceitei, é claro e, então, fabricaram um ofício dizendo que

eu abandonara o trabalho por dois meses seguidos, sem justificativas. Se fosse verdade,

não deveria eu ser chamada e recebido uma advertência? Não deveria ter sofrido um

processo administrativo? Jamais procedi dessa forma, nem nos piores momentos de

minha vida. A mentira, a falsidade, os interesses pessoais e a vaidade prevaleceram,

tudo baseado nos benefícios mútuos.

Não posso deixar de mencionar a Junta Médica municipal onde, para a maioria,

todos os funcionários que buscam este órgão são bandidos, mentirosos, culpados até que

se prove o contrário (quando permitem). Será que o texto da Constituição está errado?

Terei feito uma leitura equivocada sobre isto? Já nem sei... São tantas as Leis inúteis

neste país. Na verdade, não sei o que é pior: se um país sem Leis ou se um país repleto

delas, mas que não funcionam. Pelo menos, não para o cidadão trabalhador, cumpridor

de suas obrigações.

E o que dizer sobre as famigeradas indicações políticas, que colocam em cargos

de chefia, de “confiança” (e agora até entendo o porquê desta confiança) pessoas que,

geralmente, nada têm a ver com o trabalho. Além de não conhecerem, desprezam todas

as ações desenvolvidas e que dão certo; desfazem das pessoas do lugar, das crianças,

dos adolescentes e suas famílias (ainda têm coragem de dizer que são “psicólogas”);

oferecem “leite light desnatado” (sobrou o que, então?) e de origem duvidosa;

“carunchos feijoados” (não é o contrário não) mandam bater no liquidificador para

servir; carnes mal-cheirosas (estou sendo educada); leite azedo e tantas outras

barbaridades. E quando alguém se levanta contra, são postas para fora do trabalho e

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ainda passa a receber xingamentos, ameaças, ofensas por e-mail e recados. Coisas que

inicialmente são até engraçadas, mas que tomam proporções tais que é imperioso

recorrer à polícia a fim de se ver livre e poder trabalhar em paz. E saibam que o que se

ouve cotidianamente é que “fulano tem costas quentes”, que tal vereador ou que

“grandes” pastores que ocupam cargos de assessores e outros (Pasmem! Um pastor!

Agora isso virou moda, não é?) o colocou ali e que não há nada a fazer. E não adianta

mesmo procurar por eles para conversar sobre o problema porque nada fazem, ainda que

seu nome e título de “pastor” estejam em jogo. Mas o que é um nome ou um título

diante de tanto poder na Terra, e benefícios, e status, concordam? Que importância

deveria ter esses pobres mortais, “cidadãos comuns”, funcionariozinhos insignificantes,

trabalhadores honestos, cumpridores de seus deveres, pais e mães de famílias, não é?

Afinal, as eleições acontecem de 4 em 4 anos, apenas. Quem nos dera todo ano tivesse

uma... Pelo menos, teríamos mais valor um número maior de vezes.

Alguns de vocês, leitores, poderiam se arriscar dizendo que há meios

administrativos para se resolver todas estas questões mencionadas. Sinto decepcioná-

los, mas não há, não de verdade. É pura perda de tempo e energia física e mental tentar

buscar soluções administrativamente. Isso porque o corporativismo e os interesses

particulares de um e outro imperam e tudo acaba perdido em uma gaveta qualquer, em

uma sala qualquer, de um lugar qualquer, quando não, em um lixo qualquer. O máximo

que se tem como resposta é: “...desculpe por alguma coisa, mas fulana (o) tem cargo de

confiança e é nela (e) que tenho que acreditar...” Vergonha, humilhação, descaso,

desprezo, prejuízos morais, financeiros é a parte que cabe aos funcionários públicos que

se atrevem a questionar, trabalhar corretamente, buscar o que é seu direito dentro da

Lei. A verdade jamais é aceita, acatada, admitida, ainda que caia como um raio sobre a

cabeça deles, sim, porque acatá-la romperia com os pactos feitos entre eles de

benefícios mútuos.

Como podem ver, amigos leitores, a vida de um funcionário público não é assim

fácil como pensam a maioria. Pelo menos não para os sérios, os que se preocupam, de

verdade, com seu trabalho, em servir bem as pessoas que pagam seus salários. Nosso

verdadeiro patrão, empregador é o POVO; é para ele que trabalhamos e não para este ou

aquele chefe, diretor, secretário, prefeito; menos ainda para um ou outro partido (que se

fosse coisa boa seria inteiro); governos mudam de 4 em 4 anos (agora, até menos que

isso, não é?). Não consigo entender o porquê dos (des)governantes agirem assim em

relação aos funcionalismo público. Não deveria interessar a eles se somos ou não

partidários; se concordamos ou não com tudo que fazem de certo ou errado (mais errado

sempre). Eles deveriam se preocupar com o bom desenvolvimento do trabalho. Mas as

vaidades são muitas, a ganância enorme, os conchavos maiores ainda, o interesse real

pela coisa pública, ínfimo ou inexistente.

Há diretores que enchem o peito para dizerem por aí que “...a coisa pública não

tem dono...é coisa de ninguém...” Não penso assim. Dono tem, pode não se importar

com o que acontece, pelo menos não a ponto de tomá-la de volta. Outras pérolas do

meio “...faça do serviço público um bico...eu faço assim...”; “...não invente nada novo,

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ninguém aqui quer mudança, deixe do jeito que está...”; “...ah, pra que tanta

honestidade, meu Deus...”; estas duas próximas agora, caríssimos leitores, foram as

piores (ou as melhores??) de todas que ouvi nestes últimos 4/5 anos, de duas “colegas”:

“...mandou, eu obedeço, não questiono, não quero nem saber...”; “...me diga uma coisa,

Adrienne, se você recebe uma ordem, e essa ordem vem de seu chefe, você não

obedeceria?” Para esta eu respondi que não, pois que tinha cérebro para pensar. Aliás,

cérebro pra que, não é? Pensar e assumir riscos e responsabilidades, para muitos, é

trabalhoso, dói, os fazem enxergar o que não queriam.

E de março para cá tenho tentado conseguir fazer valer meu direito de trabalhar,

já que não cometi nenhum crime sequer (cometi o erro de confiar e acreditar em duas

“pessoas”) através de um mandado de segurança que nunca sai; tirando dinheiro, como

dizia minha avó, “da boca” para pagar advogado e as custas do processo. Infelizmente,

tenho visto e sentido estas coisas nesta atual gestão municipal, que tem fama de detestar

funcionários públicos. Lembrei-me agora de uma citação feita por articulista de um

jornal da cidade, de autoria de Jean Cocteau, que afirmava o seguinte: “As massas

sempre pouparão a Barrabás.” É preciso dizer mais? Sei que não. Mas devo continuar

para atingir, quem sabe, meu objetivo de, ao dividir com os leitores, obter a cura.

Digo que, de tanto ver e conviver com as agruras, as injustiças, as impunidades

(acima de tudo) na vida de funcionários públicos honestos e trabalhadores, alguns

desistem, adoecem, fazem apenas o que é pago para fazer (e alguns, nem isso).

Simplesmente, esperam o tempo passar e a aposentadoria chegar. Não os justifico.

Tampouco, os condeno. Apenas, os compreendo melhor agora. Não cabe a mim julgá-

los. E ao verem um novo funcionário público se apresentando para o trabalho, com

entusiasmo, dizem: “...eu já fui assim; daqui a algum tempo você estará como eu...”

Cruzes!! Deus me livre e guarde! Para esta eu respondi que certamente ficaria assim

quando estivesse morta e em estado de decomposição. Gostou não.

De qualquer forma, penso que alguma coisa precisa ser feita para que os

politiqueiros entendam, realmente, qual o nosso papel enquanto Servidores Públicos,

que nos respeitem, minimamente, como pessoas que somos. E aos colegas e amigos

dentro deste ambiente, na maioria das vezes, “insalubre”, conclamo-os a se inteirarem

mais sobre o que nos é pertinente – direitos e deveres, e a não se deixarem ser abusados.

Nosso trabalho não depende (e não deve, jamais, depender) de quem assume o poder de

tempos em tempos, de quem “ganha” as eleições. Governos vêm, governos vão. Nós

permanecemos. A grande maioria, prontos para Servir. independente de tudo e de todos.

Não se iludam, queridos amigos e colegas, a mudança e a valorização de nossa pessoa e

nosso trabalho jamais partirão deles, como jamais partiram em tempo algum. Toda

mudança se inicia a partir de nós mesmos, de cada um. Se não abrirmos nossas bocas

para falar e agirmos, nada mudará; assim mesmo, corremos o risco de tudo continuar na

mesma, já que estamos no Brasil, onde reina a impunidade, o país de Leis inúteis. Ainda

que seja sozinho, apesar de penoso, vale lutar, mas juntos, nos fortalecemos. Todos os

nossos problemas sociais, sobretudo, de violência, banditismo e de drogas, tenham

certeza queridos, têm origem na impunidade e no falso sentimento de que “não adianta

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fazer nada”; no querer „levar vantagem em tudo‟; no “não tenho nada a ver com isto”, e

por aí vão as muitas desculpas que nos damos para não vermos e lutarmos pela nossa

(coletivo) vida.

Que Deus tenha misericórdia de nós, os repreenda e nos faça justiça!

Adrienne Machado Costa

Pedagoga