Artigo Inteligencia
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13 de abril de 2009
O trânsito necessita de inteligência
Quem acompanha notícias sobre trânsito observa que o tema tem recebido cada vez mais destaque na
mídia. Um único assunto, abordado com enfoques variados. Congestionamentos, acidentes, motoboys,
fiscalização, lei seca. Vemos especialistas e gestores públicos fazendo críticas, alertas e apontando uma
solução aqui, outra ali para amenizar ou contornar os problemas, principalmente a falta de mobilidade.
Até recentemente, quando as vias das maiores cidades começavam a ficar saturadas, a medida era, e na
maioria das vezes ainda é, construir contornos e viadutos, alargar ruas e avenidas, e outras soluções que vêm
por meio de uma obra civil. Demorada, trabalhosa, cara e, em pouco tempo, mais uma vez saturada.
As obras são necessárias. Mas hoje em dia não podemos mais pensar apenas nelas para solucionar
problemas relacionados à mobilidade e segurança no trânsito. Hoje dispomos de tecnologia e informações que
podem auxiliar efetivamente no ordenamento e gerenciamento do trânsito. As informações estão disponíveis,
basta usá-las.
Os equipamentos de monitoramento eletrônico de trânsito, já bastante difundidos e usados como aliados na
prevenção de acidentes, são fonte diária de estatísticas. Eles oferecem informações confiáveis e precisas como
por exemplo o fluxo de veículos por categoria e hora em cada rua ou avenida monitorada, o que permite ao
gestor de trânsito analisar tendências que podem ser usadas para contornar e prevenir congestionamentos,
controlando, por exemplo, os tempos de semáforos de acordo com o fluxo de veículos em tempo real, ou ainda
determinando rotas alternativas para horários de pico.
São poucos os gestores públicos que fazem uso desses dados que tem em mãos em benefício da
organização do trânsito. E aqueles que os utilizam, ainda não tiram deles o proveito que poderiam.
Os equipamentos disponíveis para segurança e gestão de trânsito são utilizados separadamente, cada um
exercendo uma única função - geralmente a fiscalização de velocidade e avanço de sinal vermelho. Poderiam
atuar de forma integrada a outras tecnologias, da mesma forma como os dados que emitem poderiam ir além da
fiscalização,
Outra medida simples, seria otimizar o uso de centros de controle, trabalhando de forma mais integrada com
a polícia e centrais de socorro, como acontece nas concessionárias de rodovias e em grandes cidades,
acompanhando em tempo real imagens do que acontece nos pontos onde há fiscalização eletrônica. Essas
imagens permitem intervenção e socorros rápidos em casos de acidentes ou veículos parados na pista. Ao
diminuir o tempo de socorro, é possível diminuir também o tempo de congestionamento.
Além disso, a tecnologia pode ser aliada na área de segurança pública. Equipamentos de leitura automática
de placas, como os que fiscalizam o rodízio em São Paulo, se integrados ao banco de dados da polícia
civil,poderiam oferecer , por exemplo, informações sobre rota de veículos roubados e clonados,. contribuindo
no combate a esses dois tipos de crime.
A tecnologia ainda pode ser usada integrada aos sistemas de transporte, oferecendo prioridade à passagem
de ônibus e monitorando o respeito a faixas exclusivas; e aos painéis eletrônicos com informações de
trafegabilidade e rotas alternativas.
A realidade de hoje pede mais inteligência e menos trabalho braçal. As ferramentas e as informações estão
disponíveis. Basta ter boa vontade e saber como usa-las a favor de uma melhor qualidade de vida.
José Mario de Andrade
Engenheiro especialista em gestão de trânsito e diretor de negócios internacionais da Perkons
http://www.perkons.com/?page=noticias&sub=opiniao&subid=278