Artigo - O DESAFIO DAS ORGANIZAÇÕES PARA IMPLANTAR A RESPONSABILIDADE SOCIAL
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Faculdade Santo Agostinho – Dezembro – 2011 / NRB 6022
O DESAFIO DAS ORGANIZAÇÕES PARA IMPLANTAR A RESPONSABILIDADE SOCIAL
THE OGANIZATIONS CHALLENGES TO IMPLEMENT THE SOCIAL REPONSIBILITY
Sampaio , Victor Ricardo Ribeiro (FSA - [email protected])
Da Cruz, Maria Auxiliadora Pereira (Orientadora FSA - [email protected])
Endereço eletrônico deste artigo:
_________________________________________________________________________________
Resumo - Em busca de diferenciações que lhes dêem vantagens de mercado sobre a concorrência
acirrada, as organizações chegaram à conclusão que investir na qualidade de vida de seus
colaboradores é um grande negócio.
Durante muito tempo as organizações tinham como idéia de responsabilidade social uma
prestação de contas para a sociedade sobre seus lucros e dividendos, esta forma de pensar ficou no
passado, hoje todos envolvidos direta e indiretamente com as organizações (stakeholders) estão
sendo naturalmente obrigados a rever seus conceitos sobre responsabilidade social. Este artigo vem
reforçar a importância da responsabilidade social nas organizações explanando as vantagens e os
desafios que toda organização passa para que se torne de fato uma organização socialmente
responsável.
Palavras-Chave: Empresas; Capitalismo; Responsabilidade Social.
Abstract - Searching for differentiations that give them market’s advantages over the fierce
competition, the organizations concluded that invest on their employees life’s quality is a big deal.
For many years, the organizations had as idea of social responsibility an accountability about
their profits and dividends, this way of thinking stayed in past, now all involved directly and indirectly
with the organizations (stakeholders) are being naturally obliged to review their concepts about social
responsibility. This article comes to reinforce the importance of social responsibility in organizations,
explaining the advantages and the challenges that all organization pass to become in fact a socially
responsible organization.
Keywords: Company, Capitalism, Social Responsibility.
Faculdade Santo Agostinho – Dezembro – 2011 / NRB 6022
1. INTRODUÇÃO A responsabilidade social se apresenta como um tema cada vez mais importante no
comportamento das organizações, exercendo impactos nos objetivos, estratégias e no próprio
significado de empresa.
Já se sabe que uma empresa não se resume exclusivamente no capital, e que sem os
recursos naturais (matéria-prima) e recursos humanos (conhecimento e mão-de-obra), as empresas
não geram riquezas, não proporcionando progresso. Por tanto se pode afirmar que a empresa está
inserida em um ambiente social, com relacionamento aberto com os demais colaboradores. Como
afirma Carlos Hilsdorf(2006): “O estilo de gestão caracterizado pela ética e transparência na relação
da empresa com todos os seus públicos, sincronizando suas metas empresariais ao desenvolvimento
sustentável da sociedade, respeitando as diferenças, esforçando-se pelo estabelecimento de uma
sociedade mais justa e, buscando garantir os recursos naturais e culturais que permitam a sociedade
a sua manutenção e evolução através das próximas gerações.” Levando essas considerações a
sério, as organizações passaram a adotar a responsabilidade social com muita eficácia.
2. A IMPORTÂNCIA DAS POLÍTICAS SOCIAIS Em um relatório do Banco Mundial com o tema Desenvolvimento Econômico Mundial feito
entre 2000-2001, chegou-se a conclusão que o crescimento econômico não põe fim a pobreza, e que
a lógica do capitalismo, a da busca do lucro, tem conseqüências bem piores do que não por fim a
pobreza (como se já não bastasse). O Capitalismo agrava e também aumenta as desigualdades
sociais.
A primeira decisão para a prevenção destes efeitos foi destinar um papel corretivo ao
Governo. Porém sua ineficiência no trato de políticas públicas geraram contra-movimentos, como as
privatizações e o crescimento de organizações da sociedade civil.
Diante desta nova realidade nasceram oportunidades sem precedentes para alguns, mas
também aumentou a insegurança e a desigualdade para muitos. As privatizações, a abertura de
mercado, a comunicação on-line e outros sucessivos acontecimentos resultaram na transferência
massiva de bens e poder ao setor empresarial. O papel das empresas definitivamente mudou e para
se superarem diante dos novos desafios que surgiram (ampliação de responsabilidades, exigências
de transparência, perenidade em longo prazo, concorrência acirrada.) as empresas terão de adotar
novos princípios para continuarem com sua boa performance empresarial.
Nesse novo cenário empresarial os princípios a serem adotados devem sempre ter como
pano de fundo o desenvolvimento sustentável, pois não haverá crescimento econômico em longo
prazo sem progresso social, e também sem cuidado ambiental. Essas três características devem ser
igualmente levadas a sério pelas empresas, pois elas estão inter-relacionadas. Do mesmo modo que
o crescimento econômico não se sustenta sem uma equivalência social e ambiental, programas
sociais ou ambientais não se sustentarão se não houver equilíbrio econômico nas empresas.
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3. RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA As empresas que já adotaram esta nova filosofia organizativa estão procurando cada vez
mais estreitar suas relações com os stakeholders, então chegamos a responsabilidade social
corporativa, ou seja, a responsabilidade social adotadas pelas empresas.
Com base no (Senac-PR) “Responsabilidade Social é uma nova maneira de conduzir os
negócios da empresa, tornando-a parceira e co-responsável pelo desenvolvimento social, englobando
preocupações com um público maior (acionistas, funcionários, prestadores de serviço, fornecedores,
consumidores, comunidade, governo e meio-ambiente)”.
A responsabilidade social corporativa vem a ser as novas estratégias, posturas éticas e
ações adotadas pelas empresas, visando que o reconhecimento do mercado diante de suas ações
lhe tragam uma posição de destaque e de perenidade em longo prazo atribuindo valor de mercado
aos produtos ou serviços das empresas, mais também atendendo simultaneamente os interesses dos
seus stakeholders sendo capaz de incorporá-los ao planejamento de suas atividades.
4. O DESAFIO DA IMPLANTAÇÃO Mas a implantação da responsabilidade social nas empresas requer um processo bem mais
complexo, ao qual o primeiro passo se deve a decisão da diretoria da empresa em possuir uma
vontade política em favor da responsabilidade social, depois de focados nesse objetivo a empresa
deve fazer um diagnóstico dos problemas e obstáculos que devem ser corrigidos e eliminados.
Dentre os obstáculos internos estão à implantação de benefícios que venham a melhorar a qualidade
de vida dos funcionários, como:
- Plano de Cargos, Carreiras e Salários;
- Plano de Saúde;
- Treinamento e capacitação;
- Participação nos lucros.
Essas posturas que melhoram a qualidade de vida dos funcionários têm como resposta a
melhor produtividade dos funcionários. Quando a responsabilidade social atingir os limites da
organização, as ações de responsabilidade social externas aconteceram de forma natural se
propagando e formando uma rede de disseminação de coisa boa. Um dos grandes obstáculos da
responsabilidade social são as demonstrações de transparência, ações de sustentabilidade e
implantação de programas comunitários que visam aumentar a qualidade de vida de seus
stakeholders.
Mas não basta achar que, ao estar colocando em prática a responsabilidade social há
algum tempo, já é uma empresa socialmente responsável. Para isso, existem os certificados de
qualidade que garantem a idoneidade da empresa, como a Internacional Standard Organization (ISO)
que é uma Ong fundada em 1947 com a missão de promover o desenvolvimento da igualdade das
atividades com ela relacionadas no mundo com o objetivo de facilitar a troca de serviços e bens, e
para promover a cooperação a nível intelectual, científico, tecnológico e econômico. Através de
grandes acordos internacionais a ISO criou normas a serem seguidas com a finalidade de padronizar
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as praticas de responsabilidade social no mundo todo, e as empresas que seguem essas normas
recebem os certificados de qualidade de empresas socialmente responsáveis.
A crescente necessidade de investir nas demandas sociais se transforma em requisito
fundamental para a consolidação de qualquer empresa frente à imensa concorrência do mercado,
tendo em vista a missão de gerar riquezas convivendo entorno de uma sociedade pobre e de um
meio ambiente degradado.
Algumas empresas, que ainda não absorveram essa realidade, ainda se utilizam da Filantropia
como fachada de marketing para se promoverem.
A filantropia foi o passo inicial em direção à responsabilidade social, não sendo esta,
portanto, sinônimo daquela, mas representando a sua evolução ao longo do tempo. As ações de
filantropia, motivadas por razões humanitárias, são isoladas e reativas, enquanto o conceito de
responsabilidade social possui uma amplitude muito maior com uma visão não só do presente, mais
também do futuro, como por exemplo: a auto-sustentabilidade e a educação. A diferença entre as
duas, segundo o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, instituição brasileira que se
dedica a disseminar a prática da responsabilidade social empresarial, é a de que, enquanto a
responsabilidade social faz parte do planejamento estratégico, trata diretamente dos negócios da
empresa e de como ela os conduz e é instrumento de gestão, a filantropia é apenas relação social da
organização para com a comunidade (INSTITUTO ETHOS, 2002).
A questão da participação das empresas privadas na solução de necessidades públicas
está nas pautas das discussões atuais. Embora alguns defendam que a responsabilidade das
empresas privadas na área pública limita-se ao pagamento de impostos e ao cumprimento das leis, o
fato é que adotar posturas éticas e compromissos sociais com a comunidade pode ser um diferencial
competitivo e um indicador de rentabilidade e sustentabilidade no longo prazo. A idéia é que os
consumidores passam a valorizar comportamentos nesse sentido e a preferir produtos de empresas
identificadas como éticas, “cidadãs” ou "solidárias".
Para Idalberto Chiavenato (1999, p.447), "(...) entre uma empresa que assume uma postura
de integração social e contribuição para a sociedade e outra voltada para si própria e ignorando o
resto, a tendência do consumidor é ficar com a primeira".
Além disso, ao atuar de forma ética e preocupada com seu entorno, a empresa
desenvolve valores e práticas com efeitos positivos sobre sua cadeia produtiva e seus colaboradores,
gerando melhores resultados.
A responsabilidade social empresarial tem interessado os altos executivos das
companhias. Em 2002, foi divulgada no Fórum Econômico Mundial realizado em Nova York, uma
pesquisa de opinião, feita pela empresa de consultoria Price Water House Coopers, que ouviu 1.161
executivos-chefes de corporações na Europa, Ásia e Américas. A pesquisa mostrou a importância
crescente da responsabilidade social entre o empresariado:
"(...) 68% concordam que a responsabilidade social das empresas é vital para a
lucratividade de todas elas (...) 60% dos executivos não acreditam que a responsabilidade social
corporativa deva assumir uma prioridade menor no atual clima econômico." (PASSOS, 2002, p.5)
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No Brasil, especialmente nos últimos cinco anos, a participação de agentes privados em
questões públicas tem sido mais amplamente discutida e várias empresas já começaram a encontrar
formas de disseminar a cidadania empresarial, ou seja, a atuação da empresa com responsabilidade
social. Entidades como o Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE) e o Instituto Ethos de
Empresas e Responsabilidade Social, criados em 1995 e 1998, respectivamente, reúnem empresas
preocupadas em desenvolver ações voltadas para a comunidade e praticar seus negócios de maneira
ética e socialmente responsável.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para finalizar, é importante ressaltar que a responsabilidade social é, ainda, um processo
em crescimento em vários países do mundo e não menos no Brasil.Notamos também que as partes
interessadas ligadas à empresa (stakeholders), conscientes dos seus papéis, estão exercendo um
maior poder de pressão sobre as empresas, chegando a influenciar a visão do empresariado a
respeito da responsabilidade social.
Conforme apresentado, o artigo mostra que a consciência da importância da
responsabilidade social tem aumentado entre os empresários e seus colaboradores, porém existe um
grande desafio entre a vontade de praticar responsabilidade social e a prática de fato, afinal gerar
benefícios aos colaboradores também é gerar custos as empresas, por isso que a responsabilidade
social é um investimento em longo prazo, pois com o tempo todo esse dinheiro volta. Mas para a
maioria dos empresários está pratica ainda é vista como arriscada demais, que mexe com o capital
da empresa.
Para a comunidade está prática está trazendo muitos resultados positivos. Como as
empresas que conseguem contribuir com a responsabilidade social o fazem com muita eficácia, estão
se tornando cada vez mais fundamentais no combate a desigualdade social e a pobreza, o estado já
encontrou formas de incentivar as empresas a expandirem está prática, pois já está comprovado que
só o governo não consegue dar conta de suprir as necessidades da população em geral.
REFERÊNCIAS
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