Artigo Plan Financeiro GESTAO FINANCEIRA 2011[1]

download Artigo Plan Financeiro GESTAO FINANCEIRA 2011[1]

of 31

Transcript of Artigo Plan Financeiro GESTAO FINANCEIRA 2011[1]

ARTIGO CIENTFICO

Planejamento Financeiro Pessoal Autores: Ccero Pereira Leal1 Jos Antnio Rodrigues do Nascimento2

RESUMO

Aps a implantao do plano Real em 1994, o Brasil comeou um processo de estabilizao econmica jamais visto anteriormente. Esse processo de estabilizao possibilitou aos brasileiros um aumento do poder de compra, mas devido falta de prtica do planejamento financeiro pessoal os brasileiros se endividaram. Desde ento ficou comprovado o problema que os brasileiros tem em lidar com as suas finanas pessoais. Este artigo aborda a rea de finanas pessoais com foco no planejamento financeiro pessoal. Este tema foi escolhido no sentido de poder contribuir com a sociedade na questo da educao financeira pessoal, sendo que um planejamento financeiro pessoal adequado colabora para se ter uma vida financeira estvel. O objetivo geral apresentar a relevncia do planejamento financeiro para maximizar a riqueza pessoal. Foi feita uma pesquisa bibliogrfica abordando tpicos de finanas empresarial e pessoal, planejamento financeiro pessoal, fluxo de caixa e anlise de investimento. Foi constatado que o planejamento financeiro pessoal um1

Professor Titular do Departamento Administrao da Faculdade Anhanguera, Braslia/DF Brasil, E-mail: [email protected]

2

Professor Coordenador do Departamento de Administrao da Faculdade Anhanguera, Braslia/DF Brasil, E-mail: [email protected]

conjunto de instrumentos e tcnicas que possibilita a pessoa decidir onde, como e quando alocar os seus recursos. Com a construo do modelo de fluxo de caixa pessoal se pde perceber na prtica a funcionalidade e as vantagens do fluxo de caixa pessoal.

Palavras-chave: Finanas pessoais. Planejamento financeiro pessoal. Fluxo de caixa pessoal.

1 INTRODUO

At meados de 1990 o brasileiro estava acostumado com as elevadas taxas de inflao, cujos preos subiam quase que diariamente, com isso o brasileiro no criou hbitos de planejamento financeiro. Com a implantao do Plano Real no Brasil em 1994, iniciou-se um processo de estabilizao econmica, possibilitando assim que as pessoas passassem a consumir mais, porm devido falta de hbito de planejar as finanas pessoais, a populao brasileira se endividou. As pessoas endividadas, sem dinheiro para cumprir com os seus compromissos passaram a ter problemas de relacionamento pessoal e familiar. Com a estabilizao econmica tambm se tornou possvel efetuar projees quanto ao valor do dinheiro no futuro, assim aos poucos o planejamento financeiro familiar e pessoal passou a fazer parte da vida das pessoas brasileiras. O tema deste artigo finanas pessoais, mas como se trata de um assunto amplo e extenso, limitou-se a pesquisar sobre planejamento financeiro pessoal. O objetivo geral apresentar a relevncia do planejamento financeiro para maximizar a riqueza pessoal. Para auxiliar essa pesquisa foram definidos quatro objetivos especficos, so eles: realizar pesquisa bibliogrfica sobre o conceito e as variveis de planejamento financeiro pessoal, elaborar um modelo de como administrar o fluxo de caixa pessoal, identificar alternativas de

investimento e por fim analisar fontes de recursos para financiamento de investimentos. Esta pesquisa investiga como o planejamento financeiro deve ser estruturado. Em relao a composio estrutural do artigo, o mesmo est dividido em: primeira parte o embasamento terico, onde se encontra uma srie de conceitos, teorias e tcnicas a respeito de finanas, tanto empresarial quanto pessoal. J a segunda parte prope um modelo de fluxo de caixa pessoal.

2 METODOLOGIA

Utilizandose o critrio de classificao de pesquisa proposto por Vergara (2000), quanto aos fins e quanto aos meios. Quanto aos fins, trata-se de uma pesquisa exploratria, sendo que, se verificou a existncia de pouco estudo que aborda o tema planejamento financeiro pessoal com o ponto de vista que se pretende abordar. J quanto aos meios, realizada uma pesquisa bibliogrfica no intuito de se obter a fundamentao terica necessria compreenso dos aspectos relacionados ao planejamento financeiro pessoal. O procedimento utilizado o monogrfico, segundo Lakatos e Marconi (2003, p. 108) A monografia consiste em um estudo cientfico de um tema especfico, com a finalidade de obter generalizaes. A monografia apresenta os fatores que compem e influenciam o planejamento financeiro pessoal. A abordagem feita atravs do mtodo dedutivo, que segundo Lakatos e Marconi (2003, p. 106) o mtodo no qual se parte de princpios considerados indiscutveis, teorias e leis possibilitando chegar em concluses de virtude lgica. A tcnica de pesquisa, segundo Lakatos e Marconi (2003, p. 183) uma etapa da pesquisa onde se aplicam instrumentos e tcnicas

selecionadas. Nesse estudo utilizada a tcnica bibliogrfica, ou de fontes secundrias que visa recolher e levantar informaes, para tanto se escolhe e estuda uma srie de autores que abrangem o tema de interesse para o investigador.

3 EMBASAMENTO TERICO

Este captulo tem por objetivo apresentar os principais conceitos, obtidos atravs de uma pesquisa bibliogrfica, a cerca do planejamento financeiro pessoal. Essa pesquisa abrange tpicos de finanas, finanas pessoais, planejamento financeiro pessoal e anlise de investimento.

Administrao financeira

A utilizao do estudo das finanas vai muito alm do uso somente das empresas. A rea de finanas abrange tanto a administrao de negcios, quanto a administrao dos recursos pessoais. Finanas est presente diariamente na vida das pessoas. Para Bodie e Merton ( 2002, p. 32) Finanas o estudo de como as pessoas alocam recursos escassos ao longo do tempo. J Gitman (2001, p. 34) define finanas como: A arte e a cincia de gerenciar fundos que afetam a vida de qualquer pessoa ou organizao. O componente das finanas responsvel pela conciliao entre a oferta e a escassez de recursos o sistema financeiro nacional SFN. o sistema que engloba os mercados financeiros e de capitais, os intermedirios (bancos, corretoras, entre outras), as empresas de servios e outras instituies que possibilitam as decises financeiras para famlias (indivduos), empresas e governo. (BODIE E MERTON, 2002, p. 51) Pode-se inferir que o SFN um composto de instituies financeiras que mantm o fluxo monetrio entre poupadores, e investidores. As empresas e as pessoas vo s instituies financeiras, bancos e governo para adquirir ou ofertar recursos. A teoria financeira fica estabelecida como sendo um conjunto de conceitos que ajudam a organizar o pensamento das pessoas sobre como alocar recursos ao longo do tempo e um conjunto de modelos quantitativos para ajudar as pessoas a avaliarem alternativas, tomarem

decises e implement-las. MERTON, 2002, p. 32)

(BODIE

E

possvel fazer um paralelo a respeito das finanas pessoais, ou da famlia com as finanas empresariais, pois como lembra Bodie e Merton (2002) h diversos motivos para uma pessoa querer estudar finanas e um desses motivos para saber administrar os recursos pessoais. Essa administrao de recursos pessoais inclui as decises financeiras das famlias para fazer escolhas. Decidir se consome ou 13 economiza, escolher aonde investir os recursos, optar ou no por fazer financiamentos e administrar os riscos que envolvem as decises. As reas de atuao em finanas podem ser resumidas ao se analisar as oportunidades profissionais nesse setor. Essas oportunidades no geral ficam em duas categorias: servios financeiros e administrao financeira. A rea de servio financeiro trata da prestao de assessoria e produtos financeiros. Nesta rea encontram-se oportunidades de carreira em bancos, seguradoras, fundos de investimento. Em outro plano tem-se a administrao financeira que lida com as obrigaes do administrador financeiro nas empresas. Sabe-se que grande parte das decises no mundo dos negcios so mensuradas em termos financeiros, o estudo da administrao financeira, conceitos, tcnicas e prticas de finanas est presente cada vez mais no cotidiano dos administradores financeiros. Cabe aos administradores financeiros analisar oportunidades de investimento, captar recursos para financiar os investimentos, criar

planejamentos financeiros a curto, mdio e longo prazo, fazer oramentos operacionais entre outros. (GITMAN 2001) O quadro 1 apresenta seis oportunidades de carreira na Administrao financeira. Gitman (2001, p. 35)

Assim como em uma empresa, as pessoas e as famlias precisam tambm de um administrador financeiro, seja pessoa fsica ou jurdica. O administrador de finanas pessoais mais conhecido como consultor financeiro, adquiriu habilidades para oferecer solues em planejamento financeiro e aconselhamento pessoal de investimentos. Para Frankenberg (1999) h uma tendncia mundial de prestao de servios nesta rea, pois com o aumento da expectativa de vida das pessoas e suas rendas cada vez mais elevadas, h uma preocupao com os investimentos com o objetivo de se ter uma aposentadoria que no seja dependente da previdncia oficial. Isto faz com que os servios de aconselhamento e planejamento financeiro se tornem produto de primeira necessidade para os detentores de ativos financeiros que queiram maximizar o rendimento do patrimnio. Cabe tambm ao administrador financeiro visualizar as necessidades de seu cliente de uma forma holstica, como um todo, e no isoladamente. O consultor financeiro tem como elementos fundamentais, conhecimento profissional, idoneidade, experincia e empatia. No se faz necessrio que o profissional seja formado em contabilidade, administrao de empresas ou economia, conta mais a sua experincia como

gestor financeiro seja no passado ou atualmente. (FRANKENBERG, 1999, p. 32) responsabilidade da pessoa, cliente verificar se o consultor tem uma vida estabilizada, pois assim aumentam suas chances de obter um sucesso financeiro, solicitar referncias de atuais clientes, se for o caso, e por fim analisar as suas qualificaes em Planejamento Financeiro Pessoal verificando se o consultor tem conhecimento abrangente e atualizado para oferecer a melhor orientao acerca de Planejamento Financeiro, Investimentos,

previdncia complementar e seguros.

Planejamento financeiro

Para Gitman (2001, p. 434) O planejamento financeiro um aspecto importante das operaes nas empresas e famlias, pois ele mapeia os caminhos para guiar, coordenar e controlar as aes das empresas e das famlias para atingir seus objetivos. J de acordo com Ross; Westerfield; Jaffe (1995, p. 525) O planejamento financeiro formaliza o mtodo pelo qual as metas financeiras tanto das empresas quanto das famlias devem ser alcanadas. O planejamento financeiro por si s capaz de responder a trs questes relevantes, so elas: Como aproveitar as oportunidades de investimento que o mercado prope; identificar o grau de endividamento aceitvel; e determinar a 15 parcela dos lucros aferidos. Para Gitman (2001, p. 434) O processo de planejamento financeiro comea com planos financeiros de longo prazo, ou estratgicos, que por sua vez guiam a formulao de planos a curto prazo ou operacionais. O planejamento de longo prazo feito com base em perodos que vo de 2 a 10 anos, esse planejamento em conjunto com os planos de marketing e produo, dita o caminho pelo qual os controladores da empresa utilizam para atingir os objetivos da organizao. (GITMAN 2001). J O planejamento de curto prazo fica responsvel pelas decises com base em um perodo entre 1 e 2 anos. A princpio, Gitman (2001, p. 434) define planejamento financeiro em

curto prazo como Especificao das aes financeiras a curto prazo e o impacto antecipado destas aes. Neste plano entram decises de rotinas administrativas, previses de vendas, oramentos de caixa e demonstraes financeiras projetadas. Planejamento financeiro pessoal, possvel elaborar um modelo? Com base em um plano financeiro empresarial se consegue elaborar um plano com uma perspectiva voltada para o uso pessoal. Planejamento financeiro pessoal : Estabelecer e seguir uma estratgia precisa, deliberada e dirigida para a acumulao de bens e valores que iro formar o patrimnio de uma pessoa e de sua famlia. Essa estratgia pode estar voltada para curto ou longo prazo. (FRANKENBERG 1999, p. 31) Como lembra Frankenberg (1999), o planejamento financeiro pessoal tem objetivos semelhantes aos das empresas, que entre outros objetivos buscam um crescimento de seus respectivos patrimnios, gerao de riqueza para os acionistas assim como para o individuo, famlia. Assim como no planejamento empresarial o planejamento financeiro pessoal divido em perodos de curto e longo prazo, permitindo assim um melhor aproveitamento dos recursos.

Fonte de recursos

A captao de recursos no ambiente empresarial pode ser feita de duas maneiras, as fontes de recurso prprio e de terceiros. Capital prprio consiste em recursos em longo prazo fornecidos pelos proprietrios da empresa, os scios. (GITMAN 2001, p. 85). Os resultados positivos apurados nas atividades empresariais tambm representam recursos prprios, uma vez que no correspondem a obrigaes. Portanto, so recursos prprios os decorrentes de receitas, lucros e ganhos obtidos pela sociedade em transaes com terceiros, tais como os rendimentos auferidos com aplicaes financeiras, aluguis de imveis prprios, lucro na venda de mercadorias e servios. Se a

organizao for uma sociedade annima de capital aberto os scios podem ser tanto pessoa fsica e, ou jurdica e fundos de investimento. J para o capital de terceiros os recursos no so de propriedade da empresa como o prprio nome sugere so de terceiros. Representam o capital de terceiros todos os emprstimos em longo prazo, incluindo ttulos contrados pela empresa. (GITMAN 2001, p. 85). Os recursos de terceiros so representados pelo passivo exigvel. Considerando a perspectiva pessoal quanto fonte de recursos, podese separar em duas origens assim como nas empresas. Como fonte de recurso prprio tem-se o trabalho, tarefas realizadas com certa freqncia que em contrapartida nos proporciona uma remunerao, salrio. Esta remunerao alm de ter a funo de sustentar a pessoa e a famlia, pode ser utilizada como um recurso para ser investido, gerando assim riqueza e fortalecimento do patrimnio pessoal e familiar. J como recurso de terceiros tem-se os emprstimos que os bancos e as financeiras negociam. Est opo feita quando a pessoa no tem recurso prprio suficiente para investir, porm v uma oportunidade de investimento que gera um lucro maior do que os juros que ele ir pagar as instituies financeiras.

Opes de aplicaes de recursos

Os recursos captados sejam eles originrios de pessoas jurdicas ou de pessoas fsicas so aplicados em diversos empreendimentos, estando estes dispostos no ativo da empresa ou das pessoas. So ativos financeiros na viso empresa: estoque de mercadorias, disponibilidades financeiras, contas a receber, aplicaes financeiras, dentre outros. J na questo pessoal tem-se ativos como sendo algo que gera dinheiro, riqueza para seu bolso (KIYOSAKI; LECHTER 2000. p, 65). Ativos na perspectiva pessoal so as aplicaes que geram renda, aumento de patrimnio, neste caso no entram imveis e carros luxuosos para uso pessoal, incluem sim imveis na forma de investimento, aplicaes em aes, ttulos pblicos, CDBs, poupana, entre outros. No mercado financeiro h um leque de produtos financeiros no qual

voc tem acesso, seja atravs de bancos, governo, corretoras ou fundos de investimento. Entre as principais formas de investimento esto:

Fundos de investimento

Fundo de investimento um condomnio que rene recursos de um conjunto de investidores, com o objetivo de obter ganhos financeiros a partir da aquisio de uma carteira de ttulos ou valores mobilirios. (ASSOCIAO NACIONAL DOS BANCOS DE INVESTIMENTO, 2008). atravs dos fundos de investimento que os pequenos investidores tm acesso a melhores condies de mercado, menores custos e contam com administrao profissional, colocando-os em igualdade com os grandes investidores. Com os fundos de investimento o investidor consegue diversificar seus investimentos, conseqncia disso a diminuio do risco e um aumento potencial de retorno. H os mais variados tipos de fundos, os principais so: fundos de renda fixa, DI, Derivativos, Cambiais, imobilirios, multimercados e por fim os fundos de aes. Cada um desses fundos tem suas caractersticas de risco e retorno. Estes fundos so disponibilizados por grande parte dos bancos comerciais brasileiros, importante a pessoa antes de investir comparar os fundos de cada banco. A desvantagem dos fundos de investimento, so as taxas de administrao que os bancos cobram, geralmente cobrada anualmente.

Caderneta de poupana

A caderneta de poupana um investimento tradicional, conservador e muito popular entre investidores de menor renda. Quase todos os bancos comerciais possuem esse tipo de investimento e no preciso ser correntista para investir. Basta apenas comparecer uma agncia bancria portando CPF, documento de identidade e comprovantes de renda e residncia. Qualquer brasileiro pode abrir uma caderneta de poupana, inclusive menor de idade. As quantias depositadas podem ser sacadas a qualquer tempo, sem a incidncia de qualquer tributo. O risco de aplicar em Caderneta de Poupana muito

baixo. A desvantagem da caderneta de poupana que oferece baixa rentabilidade (CERBASI 2005). considerado um investimento extremamente conservador.

Certificado de depsito bancrio (CDB)

O CDB um ttulo de crdito, no qual os bancos comerciais emitem para captar recursos. O CDB a obrigao de o banco pagar ao aplicador, ao final do prazo contratado a remunerao prevista. O prazo mnimo varia de 1 dia a 12 18 meses, dependendo do tipo de remunerao contratada. O CDB, sendo um ttulo, pode ser negociado por meio de transferncia. Pode ser resgatado antes do prazo contratado, desde que decorrido o prazo mnimo de aplicao. O risco do CDB proporcional a instituio escolhida, ou seja, se voc escolhe uma instituio slida e reconhecida pelo mercado, o seu risco minimizado, devido ao poder de cumprimento das obrigaes deste banco. A vantagem que o CDB no possui taxa de administrao, ao contrrio dos fundos de investimento e em alguns casos chegam a superar a rentabilidade dos fundos de renda fixa e DI. A desvantagem que por ter taxas pr-definidas, os ganhos so limitados e no acompanham a variao do mercado (CERBASI 2005).

Ttulos pblicos

So considerados de baixssimo risco pelo mercado financeiro, afinal eles so garantidos pelo Tesouro Nacional. Alm disso, os ttulos oferecem retornos significativos e possuem variadas rentabilidades, como ps-fixadas (remunerados pela taxa bsica da economia), prefixadas e indexadas a ndices de preos. O tesouro nacional com objetivo de democratizar os ttulos pblicos criou um sitio onde as pessoas fsicas e jurdicas conseguem comprar diretamente pela Internet, sem intermedirios financeiros, com menores custos e, conseqentemente, com uma opo melhor de investimento. Agora qualquer pessoa pode comprar e vender ttulos pblicos e obter bons rendimentos. O Tesouro Direto possui as seguintes vantagens: segurana, comodidade,

liquidez e boa rentabilidade. Tudo isso assegurado pelo Tesouro Nacional. Se voc mantiver os ttulos at a data de vencimento, receber exatamente a rentabilidade bruta acordada no momento da compra. Caso resolva vend-lo antecipadamente, receber o preo de mercado do ttulo na data da venda. (TESOURO NACIONAL, 2008). Ao um valor mobilirio, emitido por sociedades annimas, que representa uma parcela do seu capital social (CERBASI 2005). O proprietrio de aes emitidas por uma companhia chamado de acionista e tem status de scio, tendo direitos e deveres perante a sociedade, no limite das aes adquiridas. Apesar de todas as sociedades annimas terem o seu capital dividido em aes, somente as aes que forem emitidas por companhias de capital aberto, as quais possuem 19 registro na CVM, podero ser negociadas publicamente. A propriedade da ao representada por um "Certificado de Aes" ou pelo "Extrato de Posio Acionria". O investimento em aes considerado de renda varivel. Quando a pessoa compra aes de uma companhia, a pessoa se torna acionista da empresa e com isso passa a participar do lucro da companhia atravs do recebimento de dividendos e de bonificaes. Ao contrrio do que acontece no mercado de capitais mundial, as aes das empresas brasileiras so negociadas com objetivo de valorizao do preo das aes na bolsa de valores e no com o foco nos dividendos isso ocorre devido instabilidade do mercado Brasileiro. Dividendo a parcela do lucro distribuda em dinheiro aos acionistas, sendo deliberado em Assemblia Geral Ordinria, anualmente realizada para aprovao das contas do exerccio social anterior. A vantagem de se investir no mercado de aes a possibilidade de uma valorizao substancial do patrimnio pessoal. J a desvantagem o Risco elevado (CERBASI 2005).

Clubes de investimento

Os clubes de investimento so agrupamentos de pessoas, amigos que geralmente se conhecem ou tm algum interesse em comum (FRANKENBERG

1999). Os clubes devem conter no mximo 150 participantes e no mnimo 3. Se a pessoa no conhece outras pessoas que estejam interessadas em montar o clube, essa pessoa pode ir at uma corretora e se filiar em um clube existente, caso seja permitido no estatuto do clube. A vantagem de se formar um clube de investimento est na possibilidade dos membros participar da gesto dos recursos. Isso possvel pois os membros do clube se renem para analisar e estudar as empresas que oferecem boas perspectivas de dividendos e valorizao, optando pelas melhores empresas. Os clubes de investimento so legalmente constitudos e em geral so orientados por sociedades corretoras de ttulos e valores mobilirios. Assim a gesto do dinheiro do grupo exercida pelo prprio grupo, que decide em que, quando e quanto investir. Alguns clubes fazem uso de sofisticados instrumentos de gesto. O lucro, caso haja, distribudo de acordo com a quantidade de participao de cada participante.

Anlise de investimento

Para analisar a viabilidade de um investimento, necessrio considerar diversas variveis do investimento como: risco, retorno, liquidez, custos de operao, taxas de administrao e de custdia. Porm antes mesmo de voc analisar um investimento, h a necessidade de identificar o seu perfil de investidor e as suas particularidades quanto sua tolerncia ao risco, a possibilidade de ganhos, a sua idade, se casado ou solteiro, se possui dependente ou no, entre outras.

Identificando o perfil do investidor

O perfil do investidor relevante no momento da tomada de deciso. O que define o risco ao qual o investidor est disponvel aceitar o perfil. Quando se conhece o perfil, o investidor capaz de avaliar melhor as oportunidades de investimento, suas possveis conseqncias e seus pontos fracos.

(FRANKENBERG 1999). H diversas nomenclaturas de perfis porm os trs perfis mais comuns so: o conservador, o moderado e o arrojado. O que

diferencia os perfis a parcela alocada para renda varivel, quanto maior seu apetite por risco, e mais longo for o prazo de investimento, maior a parcela direcionada para a renda varivel. Segue maiores detalhes a respeito dos trs perfis. O conservador avesso ao risco. Sente-se desconfortvel com oscilaes de preos, no suporta ver seu patrimnio diminuir. Abre mo de rentabilidade em troca de tranqilidade. Suas reaes so mais emocionais que racionais. Em geral tem pouca informao sobre o mercado. O moderado tolera certo volume de risco. Aceita flutuao de preos, em troca de ganho compensador. No se expe aos altos riscos. Tem razovel conhecimento do mercado, usando mais a razo nas decises. J o investidor arrojado esse o investidor tpico de renda varivel, pois aceita grande quantidade de risco, inclusive de perdas de capital. movido pelas perspectivas futuras e expectativas de retornos acima da mdia. Tem grande conhecimento do mercado e acesso a informaes, alm de consultores. Acompanha ativamente seus investimentos, gil e racional na sua administrao. Em geral jovem. (FINANCENTER Seu guia de finanas pessoais, 2007).

Variveis do investimento

Aps a pessoa identificar o seu perfil de investidor, fica muito mais fcil analisar uma oportunidade de investimento, pois j tem conscincia dos riscos que se consegue suportar. Um investimento tem as seguintes variveis: a) Retorno: O retorno do investimento o total de ganhos ou perdas ocorrido atravs de um dado perodo de tempo. O retorno esperado de um investimento nunca negativo, porm devido s incertezas do mercado nem sempre o retorno positivo. (GITMAN 2001) b) Liquidez: o grau de agilidade na converso de um investimento em dinheiro, sem perda significativa de valor. Um investimento tem maior liquidez, quanto mais fcil for converso em dinheiro e quanto menor for perda de valor envolvida nesta transao. As notas e moedas em seu bolso so considerados ativos perfeitamente lquidos. J imveis so bens pouco lquidos. (HALFED 2001)

c) Risco: O fator risco a chance que voc tem de perder seu capital, quando o risco de um investimento teoricamente alto em contrapartida temos uma chance de obter uma renda acima do padro. O risco est ligado incerteza e a volatilidade de determinado ativo financeiro. (GITMAN 2001) Ainda se tratando do fator risco, Halfeld (2001) destaca cinco tipos de risco, so eles: risco de negcio, risco do mercado, risco de crdito, risco de liquidez e risco de perda do poder de compra (inflao). Segue os cinco tipos de risco com suas respectivas caractersticas de acordo com Halfeld (2001). a) Risco do negcio: Algumas surpresas so especficas de cada tipo de investimento. Aqui est o risco que a pessoa est disposta a correr, investindo em uma determinada empresa. Halfeld lembra tambm que o melhor antdoto para este caso a diversificao. b) Risco de Mercado: Este risco mais genrico, decorre de noticias sobre a macroeconomia brasileira e a economia mundial. Englobam os movimentos nos preos ou nas taxas de juros dos ativos que compem a economia global. Tambm se enquadram nesta categoria o risco cambial, Pas e sistmico. Este risco considerado no-diversificvel. c) Risco de crdito: o risco que voc corre ao emprestar dinheiro a uma pessoa ou empresas. Voc corre o risco da contraparte no honrar o pagamento. d) Risco de liquidez: Decorre da facilidade, ou dificuldade com que pode converter um ativo em dinheiro vivo, pelo valor de mercado a qualquer momento, antes do seu vencimento. e) Risco de perda do poder de compra: Esse o risco oferecido pela inflao. Este risco o vilo dos investidores conservadores. Quase sempre estes investidores vem seu dinheiro perder a fora ao longo do tempo, pois o seu patrimnio est praticamente todo aplicado em renda fixa e no longo prazo a inflao acumulada diminui o poder de compra dos investidores conservadores. O grfico seguinte apresenta a correlao entre Risco e Retorno. Halfeld (2001)

Diante destes conceitos perfeitamente possvel integrar as trs variveis, risco, retorno e liquidez, elas percorrem toda a anlise de investimento, varia apenas o grau de cada um dos ndices. Por exemplo, quando voc est disposto a correr o mnimo de risco possvel, voc como conseqncia ter um retorno baixo e previsvel, porm com um ndice de liquidez elevado.

Tomada de deciso

Em meio as oportunidades que aparecem no mercado, as empresas e at mesmo as pessoas necessitam tomar uma deciso, ou seja, escolher entre as alternativas e oportunidades dos mais variados projetos e investimentos. Segundo Gitman (2001) a tomada de deciso pode ser feita com uso de tcnicas de valor, aqui entram frmulas que representam o valor do dinheiro no presente e no futuro, o valor presente lquido, a taxa interna de retorno e o ndice de rentabilidade. Na viso pessoal cabe ao planejador financeiro focar nas tcnicas de Valor presente e Valor Futuro, pois essas tcnicas so usadas, mesmo que inconscientemente pelas pessoas no cotidiano. Um exemplo

decidir se compra um carro vista ou a prazo. Para Gitman (2001, p. 164) Valor presente (VP) o dinheiro na mo hoje e o Valor futuro (VF) um dinheiro que voc vai receber em uma data futura.

Para se tomar uma deciso necessrio relacionar, analisar e contrapor as tcnicas. Tendo como referncia Ross (1995), o mesmo prope as seguintes frmulas: a) Valor presente calculado com base no valor futuro, na taxa de mercado (i) e o perodo (n), conforme a frmula a seguir:

Onde: VP = Valor Presente, VF = Valor Futuro, i = Taxa de mercado e n = n perodos b) Valor futuro calculado com base no valor presente, na taxa de mercado (i) e o perodo (n), conforme a frmula a seguir: Onde:VF = Valor Futuro, VP = Valor Presente , i = Taxa de mercado e n = n perodos Com o uso dessas duas frmulas uma pessoa capaz de ter uma referncia quanto ao valor atual de um certo investimento, com vencimento em X anos. Consegue-se tambm verificar se a rentabilidade do investimento est alinhada com a taxa praticada pelo mercado no qual participa. possvel tambm, identificar e previsionar o valor dos juros cobrados em um financiamento.

Planejamento financeiro pessoal

O planejamento financeiro pessoal est comeando a fazer parte das famlias brasileiras. Esse estudo das finanas pessoais tornou possvel com a implantao do plano real, que trouxe a estabilizao econmica e possibilitou um crescente aumento da renda dos brasileiros. Outro fator a ser considerado

o forte impulso dado pelos bancos, principalmente de carter privado aos planos de previdncia privada conhecidos como previdncia complementar. Desde ento a ateno do brasileiro a assuntos ligados ao dinheiro crescente. Como destaca Frankenberg (1999), planejamento financeiro pessoal, no algo intangvel muito menos esttico, ou rgido, pelo contrrio um plano que as pessoas fazem de acordo com os seus valores e objetivos buscando assim alcanar determinadas aspiraes, sendo elas de curto, mdio ou longo prazo. Antes mesmo de elaborar um planejamento financeiro pessoal se faz necessrio esclarecer conceitos, percepes de realidade, desejo, poder, sonho, risco e estilo de vida. Frankenberg (1999, p. 31) define planejamento financeiro pessoal como sendo: Estabelecer e seguir uma estratgia precisa, deliberada e dirigida para a acumulao de bens e valores que iro formar o patrimnio de uma pessoa e de sua famlia. Essa estratgia pode estar voltado para curto, mdio ou longo prazo, e no tarefa simples. Nesse mesmo contexto tem-se a definio de planejamento financeiro pessoal segundo Serasa (2008), Significa ordenar a nossa vida financeira de tal maneira que possamos sempre ter reservas para os imprevistos da vida e sistematicamente, vagarosamente, construir um patrimnio (financeiro e imobilirio), que garanta na aposentadoria fontes de renda suficientes para termos uma vida tranqila e confortvel. (SERASA, 2008, grifo do autor). J para Cerbasi (2005) planejamento financeiro pessoal : Planejar suas finanas entender o mximo que podemos gastar hoje sem comprometer esse padro de vida no futuro. fazer escolhas como viver bem o presente, mesmo que isso signifique adiar o sonho de comprar determinado carro ou um apartamento mais confortvel. optar por mais anos de aluguel, viabilizando a formao de uma poupana que seria invivel durante um pesado financiamento. Os autores so unnimes em afirmar que um planejamento financeiro pessoal eficiente comea com a definio de quanto pessoa arrecada mensalmente seja atravs de um salrio fixo, comisses, alugueis, entre outros e com o que a pessoa est gastando mensalmente. O planejamento financeiro

comea com um oramento e em seguida temos o fluxo de caixa, onde a pessoa descrimina todas as suas receitas e despesas. Cerbasi (2004. p, 61) afirma que o primeiro passo para poupar fazer sobrar dinheiro. Isso possvel atravs de uma anlise do oramento pessoal.

Definindo os objetivos

Mais importante do que s poupar uma certa quantia de dinheiro durante anos da sua vida, voc determinar os seus objetivos no curto, mdio ou longo prazo pois o objetivo de guardar dinheiro por si s no trar felicidade e segurana financeira, ao menos que a pessoa saiba o bem que o dinheiro pode proporcionar para se conseguir a felicidade e a segurana financeira. (CERBASI 2004). Os objetivos entram no planejamento financeiro como metas, assim colaboram com as pessoas no momento de analisar e avaliar a situao do seu planejamento financeiro. Dentre os mais variados objetivos pode-se destacar o objetivo de se manter uma reserva financeira para uma emergncia, seguir um plano de independncia financeira ou apenas levar uma vida financeira organizada e equilibrada. A reserva de emergncia caracteriza-se como sendo um plano de curto prazo. Ter uma reserva financeira para imprevistos e emergncias importante, pois possibilita minimizar ou at mesmo evitar emprstimos com altas taxas de juros. A reserva de emergncia a formao de uma poupana a partir da deciso de no gastar tudo o que se ganha. (FRANKENBERG 1999). O plano de independncia financeira se caracteriza como plano de longo prazo e exige duas caractersticas especificas da pessoa que est disposta a fazer o plano, essas caractersticas so a disciplina e a persistncia. A disciplina e a persistncia nessa ocasio so quase que uma s caracterstica, pois andam lado a lado. A disciplina aqui a capacidade que a pessoa tem em seguir o que foi determinado no plano, por exemplo, investir 40% de toda sua renda. Para completar a disciplina tem a persistncia que acreditar que possvel, se manter firme em seu objetivo e no se deixar levar pela tentao, por exemplo temos a seguinte situao: Um cidado tem acumulado o valor de R$ 30.000,00 em um fundo de renda fixa, porm lhe

oferecem a oportunidade de comprar um carro de R$ 35.000,00 pelos mesmos R$ 30.000,00. Mesmo com toda essa vantagem ele persiste e continua sua caminhada, depositando fielmente todo ms o valor proposto por ele para que daqui a 20 anos ele aposente. J o objetivo de se ter uma vida organizada e equilibrada uma caracterstica que se mistura com o curto, mdio e longo prazo. Nesse caso as pessoas esto dispostas a concentrar seus esforos para conseguirem formar e manter um patrimnio. Aqui entram planos de melhora da qualidade de vida, com o uso de pequenas aes, tais como: compra de uma moradia melhor, troca de carro, viagens ao exterior, entre outras.

Oramento

comum a pessoa saber quanto recebe mensalmente, basta olhar no contra cheque. Despesas fixas tambm so de fcil identificao, como a conta de luz, do telefone e do condomnio, pois vm em faturas. J as despesas variveis, do dia-adia normalmente escapam do controle, com isso comea uma reao em cadeia, com as pessoas gastando mais do que se ganha, entram assim no cheque especial, utilizam o limite do carto de crdito disponvel para saques e contraem emprstimos. O erro mais comum que as pessoas cometem est em no fazer o controle de toda e qualquer quantia gasta diariamente, tais como refeies, presentes, doaes a pedintes e estacionamento. Essas atitudes acabam por contribuir no aumento ainda maior das despesas. Uma ferramenta indicada para fazer esta conciliao entre receita e despesa o fluxo de caixa em conjunto com o oramento familiar. O oramento pessoal ou familiar nico para cada pessoa ou famlia, com o oramento possvel identificar e previsionar para onde est ou estar indo os seus recursos e quais so as categorias de gastos. Ao fazer este oramento mensalmente em uma planilha eletrnica ou em seu caderno de anotaes a pessoa capaz de se auto-avaliar. Ela passa a enxergar os gastos desnecessrios e como conseqncia passa a otimizar os seus recursos. Para Cerbasi (2004. p, 63) importante que a pessoa inclua em seu oramento a meta mensal de investimentos para que os investimentos passem

a ser a prioridade no oramento. Especialmente se o planejamento estiver ligado a uma futura independncia financeira.

Fluxo de caixa

Controlar as entradas e sadas de dinheiro ms a ms pode ser dolorido no comeo, mas se faz necessrio. J no longo prazo se torna algo prazeroso e corriqueiro, podendo ser aperfeioado para se adequar aos seus objetivos. O fluxo de caixa pessoal ou familiar um instrumento assim como o oramento que auxilia no controle e na organizao das receitas e despesas. O fluxo de caixa pessoal, . como o de uma empresa feito com base nos lanamento de entrada e sada de dinheiro. A entrada de dinheiro pode ser o salrio, comisses, bnus, renda com aluguis, entre outros. J as sadas so os gastos. Entram nesta classificao as despesas de escola dos filhos, contas de telefone, gua e energia eltrica. recomendado elaborar o fluxo de caixa em uma planilha eletrnica, pois torna-se mais facl os lanamentos de entrada e sada, trasmitindo assim a situao real de sua posio financeira. Encontra-se disponvel na internet vrios modelos de planilha eletrnica, cabe a pessoa ajustar a sua necessidade, ou se preferir pode-se criar uma planilha prpria adequada a sua realidade. como o de uma empresa feito com base nos lanamento de entrada e sada de

Como fazer um fluxo de caixa

a) Primeiro passo: identificar a receita lquida pessoal, essa receita pode ser composta de um salrio mensal, comisses, bnus, rendas com aluguis, etc. Esse primeiro passo de identificar as entradas do fluxo de caixa fundamental, pois a pessoa acaba sabendo quanto ganha realmente. b) Segundo passo: identificar as despesas fixas, como: luz, gua, telefone, condomnio, transporte, aluguel, educao, seguro de vida, alimentao, e outras. nesse processo de identificao da sada de dinheiro do caixa que grande parte das pessoas esquecem dos gastos variveis, e isso acaba por

comprometer o fluxo de caixa. necessrio considerar as despesas variveis, seja com automvel, viagens, lazer, vcios, impostos, cheques pr-datados, presentes, estacionamento, cartes de crdito e etc. c) Terceiro passo: aps levantar as receitas e as despesas pessoais, a pessoa deve verificar se os seus gastos esto em equilbrio com a sua receita. Se o fluxo estiver positivo a pessoa tem a possibilidade de destinar uma parcela de sua renda para poupar e investir. J se o fluxo for negativo, a pessoa deve cortar gastos ou aumentar a sua renda, para que assim a pessoa passe a destinar uma quantia de sua renda para uma reserva financeira ou para investimentos

4 MODELO DE FLUXO DE CAIXA PESSOAL

O objetivo principal do fluxo de caixa est em aprender a administrar o prprio dinheiro, possibilitando as pessoas que fazem uso do fluxo de caixa a viver dentro das suas reais condies financeiras. Este tpico apresenta um modelo de fluxo de caixa pessoal. O modelo de fluxo de caixa foi desenvolvido em uma planilha eletrnica do Excel, uma ferramenta do pacote Office 2003, onde se utilizou frmulas bsicas da matemtica e da rea de finanas. Tomando como base tabela 1, possvel visualizar como funciona um fluxo de caixa pessoal na prtica. Esse modelo est distribudo em fluxos de caixa mensais durante o perodo de um trimestre. O modelo segue a lgica do fluxo de caixa empresarial, onde so contabilizadas as entradas e as sadas de capital. No campo (1) tem-se as receitas, que englobam todas as entradas do fluxo de caixa, podendo ser: salrio, horas extras, bnus, rendimentos sobre o capital investido e outros. No campo (2) esto localizadas as despesas, ou seja, as sadas do fluxo de caixa, representadas por: gastos com transporte, alimentao, prestao de carro, faculdade, impostos, seguro de vida, lazer e outros. O campo (3), percentual de despesas uma ferramenta proposta pelos consultores financeiros, onde a pessoa capaz de identificar o percentual de sua receita que comprometida com as despesas. No campo (4) temos o saldo parcial, resultado da subtrao de sua receita menos despesa. J o campo (5) ficou destinado para os possveis investimentos a serem realizados

no longo do trimestre. Por fim, no menos importante est o campo (6), correspondente pelo saldo final mensal, resultado da subtrao de todas as entradas menos todas as sadas, neste caso as sadas englobam as despesas e os investimentos.Fluxo de caixa Ms A (1) Receitas Salrio Horas extras Bnus Outros Rendimentos Total Receita (2) Despesas Gasolina Alimentao Prestao do carro Faculdade Impostos Seguro de vida Lazer Outros Total Despesas (3) Percentual das despesas (4) Saldo parcial (5) Investimentos Aoes CDB's Fundos Previdncia privada Outros Total Investimentos Ms B Ms C Soma Percentual

X X X X X X X

X X X X X X X

X X X X X X X

X X X X X X X

X X X X X X X

X X X X X X X X X X X

X X X X X X X X X X X

X X X X X X X X X X X

X X X X X X X X X

X X X X X X X X X X

X X X X X X

X X X X X X

X X X X X X

X X X X X X

X X X X X X

(6) Saldo final Tabela 1: Fluxo de Caixa Fonte: (desenvolvida pelo autor)

X

X

X

Situao hipottica Para uma melhor compreenso do funcionamento do modelo de fluxo de caixa proposto adotou-se uma situao hipottica, onde se tem um Indivduo do sexo masculino, solteiro, sem filhos, com 23 anos de idade e ainda morando com os pais. Cursando o 5 semestre de administrao. A fonte de recurso desse indivduo prpria, ou seja, parte da remunerao do seu trabalho no qual lhe proporciona uma renda mensal fixa de R$ 2.000,00. Na tabela 2, o campo (1) est representando o salrio mensal desse indivduo. A nica entrada em seu fluxo de caixa no ms A. J as despesas esto descriminadas no campo (2). Esse campo responsvel pelas sadas de capital do indivduo X, por meio do fluxo de caixa do indivduo conseguisse verificar que seus gastos so principalmente com gasolina, alimentao, automvel, educao e lazer. No ms A o indivduo comprometeu o valor de R$ 1.650,00, ou seja, 82,5% de sua receita. Com isso o indivduo conseguiu economizar R$ 350,00. Esse valor poderia ser desperdiado caso o indivduo no tivesse mapeado os seus ganhos e suas despesas, porm como agora ele sabe que suas necessidades j foram atendidas, ele passa a verificar as oportunidades de investimento no qual ele pode vir a aplicar o seu capital. Diante das oportunidades de aplicar em aes, fundos, CDB e previdncia privada. Devido ao seu perfil conservador, ele optou por aplicar no CDB do banco ao qual ele tem uma conta-corrente, pois o risco baixo e pelo fato do indivduo querer formar uma reserva de emergncia. O banco lhe ofereceu uma taxa pr-fixada de 30 0,9% ao ms, que tirando os encargos lhe render uma taxa lquida de 0,7% ao ms, ou seja, lhe render no prximo ms R$ 2,45. Na seqncia, se tem o ms B, onde possvel identificar um acrscimo, mesmo que pequeno, em sua receita com os rendimentos da aplicao do ms anterior. Sendo assim a sua receita total do ms B R$ 2.002,45. Porm com aumento da sua receita, aumentaram tambm as suas despesas para 92,39% da receita total. Considerando esse fator, a parcela a ser investida no ms B representado no campo (4), caiu para 7,51% do capital, antes os 17,5% do ms anterior. Nem por isso ele deixou de investir o

capital que restou em caixa. Ao investir o capital no CDB, ele garantiu um aumento em seu fundo de reserva para R$ 502,45, aumento de 42,91% se comparado ao ms anterior, essa reserva financeira garantiu o rendimento de R$ 3,53 no ms C. No ms C j possvel identificar uma diferena significativa quanto ao gerenciamento das finanas do indivduo, no ms C o indivduo aumenta a sua receita que antes era de R$ 2.000,00 no 1 ms do fluxo de caixa, agora j passou a ser R$ 2.003,53, parece pouco, porm no longo prazo esse rendimento tende a multiplicar-se, tendo em vista que os rendimentos so reaplicados, a uma taxa de juros compostos, ou seja, juros sob juros. No ms C o indivduo voltou a economizar com lazer, resultado disso uma sobra 17,65% da sua receita para investir. Ao efetuar uma anlise do fluxo de caixa trimestral do indivduo X concluise que ele teve uma receita total de R$ 6.005,98, representada por 99,9% no que diz respeito a seu salrio mais 0,1% de rendimento das suas aplicaes. Ele comprometeu em mdia 85,75% da sua receita com as despesas de automvel, educao, impostos e lazer. Vale ressaltar que sua despesa principal com o automvel, somando-se a prestao do automvel de R$ 600,00 com a gasolina mdia mensal de R$ 216,66 chega-se ao resultado de R$ 816,66 que chega a representar 47,6% da sua despesa total nos trs meses. Pelo fato do indivduo X ser conservador infere-se que 100% de seus investimentos esto em CDB. Tambm se verificou que ele conseguiu formar uma reserva financeira no valor de R$ 855,98, 14,25% de sua receita total, valor no muito alto, algo em torno de 42,80% de seu salrio mensal, porm considerando que o indivduo no tinha nenhuma reserva financeira, foi um ganho relevante.

4.1.1 Projees Consegue-se tambm fazer uma projeo da sua rentabilidade por um perodo de curto, mdio e longo prazo. Essa projeo feita com a frmula do valor futuro, baseado em seu valor presente e a taxa de remunerao do investimento. Sendo o valor presente a soma de todas as aplicaes feitas no CDB, total de R$ 855,98, a taxa so os mesmos 0.7% ao ms e o n ser 2, 5 e 10 anos respectivamente. Para o perodo de curto prazo se tem como base o perodo de 2 anos ou 24 meses. O clculo fica da seguinte forma: FV= 855,98*(1,007) 24 , o valor futuro do investimento diante do prazo de 2 anos ser igual a R$ 1.011,98, isso considerando que o indivduo X no ir efetuar capitalizaes mensalmente. Segue o grfico no qual demonstra a evoluo do investimento do indivduo X.

Para o perodo de mdio prazo se tem como base o perodo de 5 anos ou 60 meses. O clculo fica da seguinte forma: FV= 855,98*(1,007) 60 , o valor futuro do investimento diante do prazo de 5 anos ser igual a R$ 1.300,86, isso considerando que o indivduo X no ir efetuar capitalizaes mensalmente. Segue o grfico no qual demonstra a evoluo do investimento do indivduo X.

Para o perodo de longo prazo se tem como base o perodo de 10 anos ou 120 meses. O clculo fica da seguinte forma: FV= 855,98*(1,007) 120 , o valor futuro do investimento diante do prazo de 10 anos ser igual a R$ 1.976,97, isso 33 considerando que o indivduo X no ir efetuar capitalizaes mensalmente. Segue o grfico no qual demonstra a evoluo do investimento do indivduo X.

Para uma maximizao do patrimnio pessoal do indivduo X, o indivduo tem duas opes, so elas: destinar uma parcela mensal entre 10% e 15% de sua receita lquida para investir, ou direcionar seus investimentos em CDB para investimentos mais rentveis, que rendam mais de 1,2% lquido ao ms. Tomando como base o mesmo valor presente R$ 855,98, consegue-se calcular o valor futuro com uma taxa de 1,2% ao ms. Sendo FV= 855,98*(1,012) o valor futuro que antes a uma taxa de 0,7% era de R$ 1.011,98 agora passou a ser R$ 1.139,71. Para uma melhor visualizao da diferena entre um investimento de mesmo valor, porm aplicado a taxas diferentes, um rendendo 0,7% e o outro 1,2%, ambos mensalmente, segue o grfico 5 para ilustrar o comportamento do investimento sujeito as diferentes taxas.

5 CONCLUSO O estudo demonstrou que o planejamento financeiro pessoal tem a mesma estrutura de um planejamento financeiro empresarial, onde a pessoa ou a famlia define os objetivos a serem atingidos no curto, mdio e longo prazo. Verificou-se, tambm que o mercado financeiro tem diversos produtos financeiros no qual a pessoa tem acesso atravs dos bancos, das corretoras, entre outros. Entre as oportunidades de investimento tem-se: aplicaes em aes, ttulos pblicos, CDBs e poupana. O objetivo geral proposto por este trabalho foi atingido, j que o planejamento financeiro pessoal apresenta uma relevncia significativa no que diz respeito a maximizao da riqueza pessoal. atravs do planejamento financeiro pessoal que as pessoas se organizam financeiramente, deixando assim de desperdiar recursos escassos. Outro aspecto a ser considerado a relevncia do fluxo de caixa pessoal, pois possibilita a pessoa a viver dentro das suas reais condies financeiras, administrando o seu dinheiro de forma eficiente e eficaz. Como limitaes para a elaborao deste trabalho, tm-se a pouca quantidade de referncias a cerca do tema finanas pessoais. Outro fator relevante a ser considerado foi falta de tempo para se aprofundar mais no tema.

Para dar prosseguimento a esta monografia sugere-se um estudo direcionado para o tema: Plano de Independncia Financeira.

REFERNCIAS: ASSOCIAO NACIONAL DOS BANCOS DE INVESTIMENTO. So Paulo. Disponvel em: http://www.anbid.com.br/institucional/CalandraRedirect/?temp=5&proj=ANBID& pub= T&comp=sec_FUNDOS_DE_INVESTIMENTO&db=CalSQL2000&docid=D8349 85A4 92F2CB083256E3600461F07. Acesso em 5 abr. 2008. BODIE, Zvi e MERTON, Robert C; trad. James Sunderland Cook. Finanas. Porto Alegre: Bookman, 2002. CERBASI, Gustavo P. Dinheiro - os segredos de quem tem: como conquistar e manter sua independncia financeira. So Paulo: Gente, 2005. FINANCENTER Seu guia de finanas pessoais. Terra. So Paulo. Disponvel em: http://financenter.terra.com.br/ . Acesso em 11 abr. 2008. FRANKENBERG, Louis Seu futuro financeiro. 8. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1999. GITMAN, Lawrence J. Princpios de Administrao Financeira Essencial. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001. HALFELD, Mauro Investimentos: como administrar melhor seu dinheiro. So Paulo: Fundamento Educacional, 2001. KIYOSAKI, Robert T;e LECHTER, Sharon L. Pai rico, pai pobre: o que os ricos ensinam a seus filhos sobre dinheiro. 40. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de Metodologia Cientfica. 5. ed. So Paulo: Atlas, 2003. MAIS DINHEIRO Ferramentas para seu planejamento financeiro. So Paulo. Disponvel em: http://www.maisdinheiro.com.br/listaartigos/artigoplanejamento.htm . Acesso em 15 abr. 2008. ROSS, Stephen A; WESTERFIELD, Randolph W;e JAFFE, Jeffrey F. Administrao Financeira. So Paulo: Atlas, 1995. SERASA. So Paulo. Disponvel em: http://www.serasa.com.br/guia/conteudo.htm. Acesso em: 14 abr. 2008.

TESOURO NACIONAL. Braslia. Disponvel em: http://www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro_direto/conheca.asp Acesso em 5 abr.2008. VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e Relatrios de Pesquisa em Administrao. 6.ed. So Paulo: Atlas, 2005.