Artigo Pronto

28
0 CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU ESPECIALIZAÇÃO EM COMUNICAÇÃO E MARKETING A CONSTRUÇÃO DA MARCA MARTA CAMPOS EM DOURADOS E REGIÃO. Dourados – MS 2010

Transcript of Artigo Pronto

0

CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

ESPECIALIZAÇÃO EM COMUNICAÇÃO E MARKETING

A CONSTRUÇÃO DA MARCA MARTA CAMPOS EM DOURADOS E REGIÃO.

Dourados – MS

2010

1

CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA

FRANCIELE DA SILVA OLIVEIRA

A CONSTRUÇÃO DA MARCA MARTA CAMPOS EM DOURADOS E REGIÃO

Artigo apresentado como Trabalho de Conclusão do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu – Especialização em Comunicação e Marketing da UNIGRAN – Centro Universitário da Grande Dourados, sob orientação da Professora M.Sc. Silvia Maria de Campos Fraga.

Dourados-MS 2010

CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU ESPECIALIZAÇÃO EM COMUNICAÇÃO E MARKETING

FRANCIELE DA SILVA OLIVEIRA

A CONSTRUÇÃO DA MARCA MARTA CAMPO EM DOURADOS E REGIÃO

Aprovado em: _____/______/______

Orientador: Prof, M.Sc. Silvia Fraga

Parecerista: Profª Esp; ou M.Sc. ____________________________________________

__________________________________

Profª. M.Sc. Rosenilda Conceição Blanco Wilhelm Tenfen Coordenadora de Pós-Graduação

Dourados – MS

5

A CONSTRUÇÃO DA MARCA MARTA CAMPO EM DOURADOS E REGIÃO

Franciele da Silva Oliveira¹

RESUMO

Este artigo destina-se ao estudo do marketing, espeficicamente sobre marcas. Tratando de como ela confere valores intrínsecos e monetários a quem a detém, como é construída e se segmenta de acordo com o mercado que quer atuar. Também será feito um estudo sobre sua influência no consumidor e a segurança e praticidade imediata, demonstração de personalidade que o levam a adquiri - lá e ser fiel a esta, ou seja, as influências que os levam a adquirir determinada marca. Em conjunto com isto, será feito um estudo da marca de lingerie Marta Campos sobre a sua história, evolução, valores, como ela atua nos mercados que comercializa e seu posicionamento e perspectivas futuras. Para esta pesquisa foram utilizadas pesquisa bibliográfica em livros, sites, e pesquisa com pessoas envolvidas na construção da marca Marta Campos. Assim pode-se verificar se os métodos utilizados para a construção estão sendo eficazes e até mesmo novas alternativas para que alcance conceitos e valores sólidos perante seus consumidores.

Palavras chave: Marketing; marca; comportamento do consumidor; Marta Campos.

ABSTRACT

This article is intended to study about marketing especially about brands. Addressing as it award intrinsic values and monitories who hold it, how is branding if segment according with the market that want to act. Will also be a study about its influence on consumer and immediate practical, demonstration of personality that takes to buy and be faithful to this, in the words, the influences that take to acquire certain brand, Jointly this, will be done study of lingerie brand Marta Campos about your history, evolution, values, how it act in market and positioning and future perspectives, For this research were used research in books, sites and research with people involved in branding of Marta Campos. So can to check if the methods used for construction are being effective and even new alternatives to reach and solid values before your consumer.

Key - Words: Marketing; brand; consumer behavior; Marta Campos.

1

1 Graduada em Administração de Marketing pela FASIPE – Faculdade de Sinop e pós-graduanda em comunicação e Marketing pela UNIGRAN – Universidade da Grande Dourados.

4

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 5

2 A CONSTRUÇÃO DA MARCA MARTA CAMPOS EM DOURADOS E REGIÃO ... 6

2.1 Definições sobre marketing........................................................................................... 6

2.2 Consumidor .................................................................................................................. 7

2.3 Produto ......................................................................................................................... 8

2.4 Segmentação de Mercado ........................................................................................... 11

2.5 A Origem e História da Marca .................................................................................... 12

2.6 Marca ......................................................................................................................... 14

2.7 Moda .......................................................................................................................... 23

2.8 O Mercado Brasileiro de Lingerie ............................................................................... 24

3 CONCLUSÃO ................................................................................................................. 25

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 27

5

1 INTRODUÇÃO

Sabemos que hoje em dia é mais que essencial para o reconhecimento de um produto

que seu branding seja bem feito e que a marca seja reconhecida no mercado, e que para isso é

necessário um grande esforço, e é com intuito de estudar como funciona todo esse processo

que este artigo se dedica.

Para que o estudo seja mais eficaz, será feito um estudo de caso da marca de lingerie

Marta Campos, pois ela é uma das poucas empresas da região que se preocupou em registrar a

marca. Assim, associando a teoria à prática, verificar o que foi feita para serem o que são.

O marketing possui muitas ferramentas para a construção da marca, mas é preciso que

todas sejam usadas de forma adequada e de acordo com o mercado-alvo do produto, pois

todos os meios de divulgação têm de serem bem construídos e arquitetados para não

desperdiçarem tempo e dinheiro além de cumprir a sua função de acrescentar valores

intrínsecos, reconhecimento e aceitação dos produtos.

O objetivo de tal estudo e ver como a marca Marta Campos se consolidaram nas

regiões que comercializa seus produtos, analisando as técnicas de marketing utilizadas e a

eficiência destas e se estão sendo eficientes para aumentar seu reconhecimento e vendas.

Por fim, será feito uma análise para verificar se os meios utilizados foram eficazes e o

que pode ser reformulado, além de novas alternativas. Hoje temos um mercado em constante

mutação, que vem oferecendo mídias novas que podem ser bastante úteis ao crescimento da

marca. Além de verificar se estão atento as mudanças do seu mercado, que por serem

diretamente ligados a moda, segue ciclos de vida e tendências como qualquer peça de

vestuário.

6

2 A CONSTRUÇÃO DA MARCA MARTA CAMPOS EM DOURADOS E REGIÃO

2.1 Definições sobre marketing

Marketing tem como função principal entender os clientes, criando estratégias que lhe

ofereçam valor e satisfação. Mais sucintamente, atrair novos clientes, manter os atuais,

conservando o significado do produto e valores. (KOTLER & ARMSTRONG, 2003).

“Definimos marketing como um processo administrativo e social pelo qual os indivíduos e grupos obtém o que necessitam ou desejam, por meio da criação, oferta e troca de produtos e valor com os outros.” (KOTLER & ARMSTRONG, 2003, p. 3).

E toda organização precisa de um bom marketing, independente do seu porte. Todos

nós conhecemos o marketing, pois ele está no nosso dia-a-dia, quando temos uma grande

oferta de produtos e apelos midiáticos. (KOTLER & ARMSTRONG, 2003).

O marketing baseia-se em necessidades, desejos e demandas. A figura seguinte mostra

o conceito:

Partindo do conceito básico, a necessidade humana são resultados de privações, como

alimentação, vestuário, segurança e etc. Coisas básicas para vivência. Já os desejos são

quando a são assumidos como necessidades de acordo com a cultura e personalidade. E como

as pessoas têm necessidades e desejos ilimitados, elas investem seu dinheiro em coisas que

lhe tragam valor e satisfação, e quando aprovados pelo consumidor os desejos e necessidades

se tornam demandas, vendo em produtos e/ou serviços como benefícios. (KOTLER &

ARMSTRONG, 2003).

7

2.2 Consumidor

Hoje em dia os consumidores quando vão comprar algo encontram uma enorme

quantidade de produtos. E o que ele procura nessas aquisições e aquilo que terá maior valor.

O que vai categorizar isso são seus conhecimentos, mobilidade e renda. (KOTLER, 2009).

“VALOR ENTREGUE AO CONSUMIDOR é a diferença entre o valor total esperado e o custo total do consumidor. VALOR TOTAL PARA O CONSUMIDOR é o conjunto de benefícios esperados por determinado produto ou serviço. CUSTO TOTAL DO CONSUMIDOR é o conjunto de custos esperados na avaliação, obtenção e uso do produto ou serviço.” (KOTLER, 2009, p. 51).

O que vai determinar o valor que esse consumidor dá ao produto é ele mesmo.

Ampliar esse valor ou atraí-lo a partir disto vai depender da idéia criativa dos esforços de

marketing. (KOTLER, 2009).

Além disso, é preciso satisfazer o consumidor, superar suas expectativas. A satisfação

nada mais é do que um sentimento de prazer ou desapontamento, o que levará ou não a sua

fidelidade a marca e a passar essa idéia a outras pessoas com quem convive. (KOTLER,

2009).

Quando a marca ainda opta por trabalhar com varejo, o foco no consumidor nunca

deve ser perdido de vista. Sua importância nos últimos tempos se tornou tão grande que foi

criado um tratamento especial chamado CRM (customer relationship management) ou

simplesmente gestão de relacionamento com o consumidor. Para isso, foi investido em banco

de dados que armazena informações sobre o consumidor. Outra coisa que tende a crescer

muito é marketing de relacionamento no sentido de atender os desejos dos consumidores.

(FEGHALI & DWYER, 2001).

Para o marketing, o consumidor é supremacia, ou seja, ele quem escolhe produtos,

serviços e idéias que terá na sua vida com toda liberdade que tem. Assim, o marketing deve

observar detalhadamente seu comportamento, pois sua visão e hábitos que irão decidir suas

aquisições. (TREPTOW, 2003).

Segundo Kotler (2009, p. 59), é importante que as empresas estejam cientes da

importância de manter clientes fidelizados, pois o custo para conquistar novos é bem maior e

8

é onde os esforços de marketing mais se concentram. Uma das ferramentas mais utilizadas

para manter o cliente é o marketing de relacionamento, trabalhando com consumidores

potenciais e criando formas de mate-los leais à marca.

Também a questão da “nova” geração “Y”, é a geração que sucede os “Baby

boomers”, são compostos pelos adolescentes que daqui a algum tempo estarão no mercado de

trabalho e conseqüentemente serão consumidores. Uma das maiores tendências dessa nova

geração e se organizarem em tribos, e os lugares onde são vendidas as marcas com as quais se

identificam são vistos como sinalizadores do seu grupo. (FEGHALI & DWYER, 2001).

2.3 Produto

“PRODUTO é algo que pode ser oferecido a um mercado para satisfazer a um desejo

ou necessidade.” (KOTLER, 2009, p. 383).

Em produtos podemos incluir bens físicos, serviços, pessoas, locais, organizações e

idéias. E ao planejar como ofertar este produto ao mercado a empresa tem que considerar que

eles se classificam em cinco níveis. Sendo o primeiro o benefício-núcleo, o motivo principal

que faz a pessoa comprá-lo, o segundo nível é quando a empresa transforma o produto em

algo básico, no terceiro nível ela prepara o produto esperado, sendo este o conjunto de

atributos, no quarto nível ela investe no produto ampliado atendendo a desejos além do

esperado. E no quinto nível o produto potencial que consiste em todas as inovações que ele

venha a ter. (KOTLER, 2009).

Segundo Kotler (2009, p. 385) as empresas ainda costumam classificar os produtos

pela sua durabilidade, tangibilidade e uso. Assim ainda distinguidos em três grupos:

Bens não duráveis: São consumidos um ou alguns usos, incluindo em sua maioria

produtos alimentícios e de limpeza.

Bens duráveis: Tem mais tempo de uso, como é o caso do produto da empresa tratada

neste artigo.

Serviços: Intangíveis, inseparável e variável. As pessoas só podem controlar com base

na qualidade do fornecedor.

As pessoas envolvidas com a comunicação do produto precisam conhecê-lo muito

bem para poder comercializá-lo melhor e estar sempre atento nas mudanças e qualquer

9

problema que possa afetar a marca e considerar todos os esforços publicitários e de marketing.

(SCHULTZ & BARNES, 2001).

Logo após isso, vem à importância da constante análise da concorrência, ou seja, o que

ela esta produzindo, se isso pode substituir nosso produto e até onde sua linha de produtos se

amplia. (SCHULTZ & BARNES, 2001).

Várias empresas optaram por ter a produtos e serviços diferenciados, e hoje a maioria

das organizações concorre no quesito de superioridade do produto, acrescentando sempre

coisas inovadoras e novas extensões de linhas de produtos. (SCHULTZ & BARNES, 2001).

“DIFERENCIAÇÃO, é o ato de desenvolver um conjunto de diferenças significativas para distinguir a oferta da empresa das ofertas concorrentes de seus concorrentes.” (KOTLER, 2009, p. 254).

A diferenciação é uma ótima ferramenta para obter vantagens competitivas, o que

pode ser maior ou menor dependendo de sua linha de produtos e capacidade industrial. Pois a

maioria dos produtos pode ter várias características, ou seja, aspectos que complementam a

função básica do produto e se adéquam melhor ao estilo de vida do consumidor. (KOTLER,

2009).

No entanto a empresa precisa saber identificar a diferenciação que é útil para si e seus

clientes. Para que essa diferenciação seja significativa é preciso ver sob os critérios da

importância dessa diferenciação, sua distinção de acordo com os concorrentes, superioridade,

comunicabilidade, a facilidade de ser copiada por outras empresas, disponibilidade de compra

e rentabilidade. (KOTLER, 2009).

Para que essa diferenciação seja visível ao consumidor e este a veja como necessária

para si é importante que o produto esteja no seu posicionamento de mercado correto.

“POSICIONAMENTO é o ato de desenvolver a oferta e a imagem da empresa, de maneira que ocupem uma posição competitiva distinta e significativa nas mentes dos consumidores-alvos.” (KOTLER, 2009, p. 265).

Segundo Kotler (2009, p. 266) Também é preciso saber qual estratégia vale a pena

promover em benefício do seu mercado-alvo.

10

Em termos de alternativa para a diferenciação, algumas empresas preferem concorrer

na distribuição, oferecendo acesso fácil a seus produtos e serviços. Outras com enfoque no

cliente, e algumas com esforços na comunicação de marketing. (SCHULTZ & BARNES,

2001).

A empresa Marta Campos produz duas coleções durante o ano Primavera-Verão e

Outono-Inverno, além da coleção de alto verão.

As peças da marca Marta Campos são feitas da seguinte forma: a empresária Marta

cria o desenho das peças da coleção e juntamente com a equipe de modelagem realiza a

confecção das peças pilotos. Depois desta etapa finalizada e aprovada. Estas peças pilotos e o

cronograma de produção são estabelecidos para confecção em larga escala.

Neste meio tempo, as peças pilotos são enviadas para serem fotografadas pela modelo

e posteriormente são criadas as peças publicitárias e o catálogo, utilizando as fotos

produzidas.

A marca possui alguns modelos básicos que são campeões de venda e são produzidos

durante todo o ano. Alguns desses modelos são criados em cores básicas e em cores e

estampas que acompanham as tendências da moda. Tais peças têm tanta demanda que sempre

estão nos cronogramas de produção semanal, pois não podem faltar na loja.

Após a coleção produzida é preparado para o envio a Loja Matriz e as franquias para o

lançamento.

A comercialização dos produtos é realizada pela equipe de vendedoras que atende as

revendedoras que adquirem os produtos de forma receptiva e personalizada. Assim, estas

revendedoras podem receber até 80% de lucro, e em algumas regiões até 100% de lucro. Em

outubro de 2010 foi inaugurada a primeira loja de varejo, no shopping Avenida Center, com o

objetivo de maximizar o atendimento ao consumidor final.

A empresa tem uma grande preocupação de satisfazer o cliente e de proporcionar um

excelente atendimento.

11

2.4 Segmentação de Mercado

Mercados são compostos por compradores que são pessoas com particularidades. A

segmentação serve para dividir este mercado heterogêneo que podem ser atendidos de acordo

com suas especificidades. Estes segmentos podem atingir grandes mercados (marketing de

massa) indo até segmentos pequenos como o marketing de nicho e micromarketing.

Atingindo mercados de forma geográfica, demográfica, psicográfica ou comportamental.

(KOTLER & ARMSTRONG, 2003).

“Ao decidir em quais segmentos do mercado entrará, a empresa deve analisar quais as

posições quer ocupar nesses segmentos. [...]” (KOTLER & AMSTRONG, 2003, p.190).

Independente do produto que vai ser desenvolvido é preciso sempre ser levado em

conta o público-alvo que ele se destina. No caso do mercado de vestuário, o segmento é de

acordo com o poder de compra, localização geográfica, hábitos de compra e atitudes.

(TREPTOW, 2003).

Segundo Treptow (2003, p. 55) as formas mais eficientes da marca se posicionar e se

segmentar pela definição de identidade. Quando ela opta por isto, deve estar disposta a fazer

grandes investimentos para que os consumidores conheçam os seus conceitos e valores e se

identifiquem com esta. E nunca descuidar da qualidade do produto e também para que o

produto não perca sua identidade.

A Marta Campos pode atingir nesse sentido os consumidores de várias formas. Pois

atende público masculino e feminino, e em maior classe A e B, suprindo a necessidade básica

que é usar lingeries desde as psicológicas como com intuito de sedução, conforto e qualidade.

Como o aumento da concorrência é alto, os produtos acabam oferecendo benefícios

reais e físicos semelhantes. Por isso é fundamental distinguir produtos pela personalidade e

qualidades intrínsecas para serem diferenciados. (SAMPAIO, 2003).

12

2.5 A Origem e História da Marca

Segundo Pinho (1996, p. 11), sinetas, símbolos, selos e atualmente marcas tem como

principal função diferenciar um produto ou serviço do outro. E com contribuição do

marketing outras funções foram conferidas a marca que ganhou identidade.

“Desde a mais remota Antiguidade existiam várias maneiras de promover as mercadorias. Sinetas, selos, siglas e símbolos eram as mais comuns, utilizados como um sinal distintivo e de identificação para assinalar animais armas e utensílios [...]” (PINHO, 1996, p. 11).

Vestígios ainda mostram de que já na história antiga foram usados nomes em algumas

mercadorias para identificar o fabricante, e na Europa medieval foram usadas marcas para

proteger quem fornecia e controlar a qualidade. (AAKER, 1998).

Figuras começaram a serem utilizadas como identificação em Roma, como quando,

por exemplo, os açougues utilizavam uma pata de vaca para identificar um açougue, dentre

outros símbolos para identificar estabelecimentos comerciais. E na idade média as

corporações adotaram marcas como uma forma de controle de qualidade, adquirindo

obrigatoriedade comercial no século XI, com o surgimento de cidades, divisão de mercado e

competências. (PINHO, 1996, p. 12).

“As primeiras campanhas de marketing, que começaram na segunda metade do século XIX, trabalharam mais com a publicidade do que com a marca que compreendemos hoje. Diante de um leque de produtos recentemente inventados – rádio, fonógrafo, carro, lâmpada elétrica e assim por diante – os publicitários tinham tarefas mais prementes do que criar uma identidade de marca para qualquer corporação; primeiro tinham que mudar o modo como as pessoas viviam.” (KLEIN, 2003, p. 29).

Segundo Sampaio, a marca evoluiu na revolução industrial, seja na indústria ou no

comércio. O centro do poder passou a serem as indústrias, que passou a dar nomes e símbolos

a seus produtos para diferenciá-los dos seus concorrentes. Foi nessa época que o consumidor

ganhou mais importância, possibilitando a evolução do marketing. (SAMPAIO, 2003)

No entanto, embora sua utilização tenha sido efetiva, só no século 20 que a associação

a marcas e o branding passaram a ser importantes na concorrência, começando a utilização de

pesquisas de mercado para ajudar a identificar pontos fortes para a diferenciação. Também

13

forem atribuídas associações diferenciadas para nomes, embalagens, propaganda. Isso tinha

como objetivo ir além da mercadoria, e sim de diminuir a primazia da decisão sobre o preço

com base nas diferenças significativas. (AAKER, 1998).

Na maioria das vezes, no final do século XIX eram usados apelos psicológicos e

científicos severos, onde o processo persuasivo era feito por declarações assertivas com títulos

grandes, contanto que a anúncio não fosse maior que o produto. (KLEIN, 2003).

A empresa foi fundada em 1997 por Marta Rodrigues dos Santos Campos e seu esposo

José Fernandes Campos Filho. Suas primeiras instalações da indústria eram em sua casa que

foi adaptada para receber o maquinário e a primeira equipe de costureiras.

Em julho de 2003, foi inaugurada a sede atual indústria, que já funciona em anexo

com uma loja.

A empresa começou com o intuito de Marta complementar a renda da família, no

início ela começou a confeccionar calcinhas infantis para garantir uma renda extra. Com

muita dificuldade e com apenas uma máquina simples. O desejo de empreender foi

aumentando e passou-se por muitas dificuldades para ampliar os negócios. Inicialmente, as

peças chegaram até a ser vendidas por seu marido de porta em porta nas cidades vizinhas. E o

casal de empresários sempre teve muita persistência, acreditando sempre que daria certo.

Em determinado momento, resolveram aumentar a linha de produção depois de

realizado um treinamento no SEBRAE. Com o passar do tempo a dupla de empresários viu o

sonho se concretizando, contudo, ainda era necessário um aperfeiçoamento nas técnicas de

produção, que foram acrescentadas ao longo do tempo a qualidade que desejávamos.

E logo uma empresa que começou com duas pessoas e logo passou para 18 pessoas.

Assim, em novembro de 2002 teve inicio a construção da sede atual da indústria e em

28 de julho de 2003, a inauguração. Neste momento a empresa já contava com 27

colaboradores.

Hoje a empresa conta com 110 colaboradores conta com colaboradores tratados como

uma grande equipe.

14

2.6 Marca

“Uma Marca é um nome diferenciado e/ou símbolo (tal como um logotipo, marca registrada, ou desenho de embalagem) destinado a identificar os bens ou serviços de um vendedor ou de um grupo de vendedores e diferenciar esses bens e serviços daqueles dos concorrentes. Assim uma marca sinaliza ao consumidor a origem do produto e protege tanto o consumidor quanto o fabricante, dos concorrentes que oferecem produtos que parecem idênticos.” (AAKER, 1998, p. 7).

“MARCA é um nome, termo, sinal, símbolo, ou combinação dos mesmos, que tem o propósito de identificar bens ou serviços de um vendedor ou grupo de vendedores e de diferenciá-los de concorrentes.” (KOTLER, 2009, p. 393).

Segundo Pinho (1996, p. 15), a função básica ao longo dos tempos é diferenciar a sua

mercadoria, produtos ou serviços dos seus concorrentes. Além disso, ela tem função

concorrencial, identificadora, individualizadora, descobrimento e revelação, diferenciação,

publicitária ou até mesmo diferenciação interna.

“O consumidor diferencia produtos de uma mesma espécie em função da MARCA.”

(TREPTOW, 2003, p.55).

No caso, o nome da marca de lingeries Marta Campos, surgiu de uma junção do nome

de Marta com o sobrenome do esposo Fernandes.

Por volta dos anos 80, com as grandes fusões empresariais envolvendo marcas a marca

começou a se tornar um grande investimento. Tendo o início pioneiro em 1984 quando um

empresário australiano chamado Rupert Murdoch mandou calcular o valor estimado dos

títulos de jornais e revistas publicados por sua companhia, oferecendo como garantia de

empréstimo. (PINHO, 1996).

“As marcas têm estado no cerne da publicidade quase desde seus primórdios. Contudo, só há alguns anos começamos a reconhecer as marcas e a criação de marca como ingredientes vitais, necessários para o mercado.” (SCHULTZ & BARNES, 2001, p. 35).

Basicamente a marca identifica quem á vende e fabrica. Sendo registrada ela garante

ao proprietário direito de usa-la o quanto quiser. (KOTLER, 2009).

15

Uma marca é criada usando várias formas de comunicação, podendo incluir

informações sobre o produto, preço, dentre outras coisas dependendo do produto. (SCHULTZ

& BARNES, 2001).

Segundo Schultz & Barnes (2001, p. 46), existem alguns elementos usados para ajudar

na identificação da marca que compõem seus significados e essência que são:

A mensagem da marca, que transmite seus conceitos, idéias, cores e símbolos.

Que em geral são desenvolvidas para persuadir o consumidor.

Contatos da marca. Algo que vai além da mensagem transmitida, é toda a

experiência com imagem que o cliente tem da marca.

As grandes empresas já consideram a marca como algo básico, ou até mais importante,

contanto como um ativo financeiro, sendo até colocados em balanços, junto com capitais,

imóveis e etc. Poucas são as corporações que sabem o valor que suas marcas têm, geralmente

só descobrem quando auditado. Algo que precisa ser feito para averiguar seu crescimento e

compará-lo aos concorrentes. Isso não é fácil, porque trabalha com sentimentos e valores em

relação à marca que age sobre o cérebro e coração do consumidor, e é por isso que é um

instrumento tão moderno. (SAMPAIO, 2003).

Segundo Kotler (2009, p. 395) o valor patrimonial da marca a quantos consumidores

fiéis ela tem, e também ao grau de reconhecimento, e demais características percebidas como

qualidade, e ligação com suas emoções. E seus esforços precisam ser constantemente

administrados para que ela não perca seu valor.

Mesmo que algumas organizações acreditem que seja possível determinar o potencial

da marca, quem vai fazer isso mesmo no fim é o cliente. Pois se esta não a valorizar a marca

também perderá seu valor com o passar do tempo para a organização. Então sempre cabe que

os esforços de marketing sejam voltados para conquistar e manter os clientes que realmente

define seu valor. (SCHULTZ & BARNES, 2001).

A marca representa que ela entregará ao comprador uma série de características e

benefícios. E a melhor marca já tem a confiabilidade garantida. Sendo esta marca símbolo ela

pode adquirir significa mais complexos de atributos, valores, cultura e personalidade. Ou seja,

a marca não deve ser tratada somente como um nome, ela tem que desenvolver um conjunto

de significados que definem a essência da marca. (KOTLER, 2009).

16

Segundo Sampaio (2003, p. 238), a marca é muito mais que um produto, ela

soma sentimentos. Ou seja, na performance, confere personalidade, no valor, a exclusividade.

E é por esses e outros motivos que ela chega a valer tanto. Podem até durar e valer mais que

os equipamentos e instalações pelo fato de não se depreciarem. O que vai conferir valor ou

não, e a forma como a empresa trata a marca.

Como a Marta Campos começou de forma modesta, com o passar dos anos foi

crescendo de forma gradativa. Este crescimento só foi possível com a constante

profissionalização de todos os processos, inclusive o de publicidade e propaganda.

Inicialmente a empresa anunciava apenas no jornal, com anúncios para captar

revendedores e através do famoso boca-a-boca.

Com o passar dos anos houve a necessidade de expandir os investimentos em

marketing e passar a produzir campanhas publicitárias para o lançamento das coleções. Desta

forma, após a inauguração da sede da indústria, foi procurada uma agência de publicidade

para auxiliá-los nesta nova etapa de expansão e criação do conceito da marca.

A maior necessidade de tornar a marca conhecida em todo estado e de fixar e

consolidar a marca junto ao consumidor foi o que levou a maiores investimentos em ações

promocionais. Pois também tinha o desejo criar uma identidade, um conceito que identificasse

a marca e o trabalho de propaganda e publicidade quem vem sendo realizado desde a época

ajudou muito a atingir este objetivo.

Segundo Kotler (2009, p. 394), a amplitude da marca varia de acordo com o poder e

valor que tem no mercado. Algumas possibilitam ao comprador uma grande lembrança, outras

de um alto grau de aceitabilidade, e outras de preferência. Sendo escolhidas de acordo com a

comparação a outras marcas.

Inicialmente foi trabalhada a propaganda com o objetivo da necessidade de criar um

conceito forte atrelado a uma identidade visual sofisticada, que imprimisse o estilo da cliente

Marta Campos. A primeira ação foi realizar o primeiro anúncio utilizando uma modelo que

transmitisse a sofisticação e estilo da marca, despertando uma identificação do cliente e o

desejo de consumo. Foi realizada junto com este trabalho, a produção de um catalogo fronts,

anúncio em jornal e internet (website). A cada coleção, procura-se inovar no estilo, no design

da peça, na fotografia, na produção de moda, tudo para construir uma marca de moda com

alto valor agregado. O impacto visual das produções publicitárias é a grande marca de

empresa. Em Campo Grande, foi colocado um anúncio por muito tempo em uma empena

17

(painel com 30 metros) na Avenida Afonso Pena, e também já foi realizado o mesmo anúncio

em Cuiabá – Mato Grosso.

Também foram produzidos alguns comerciais para TV, baseado nas campanhas

fotográficas e nos making of produzidos durante as sessões fotográficas. Com a inauguração

do shopping, esta sendo planejadas novas campanhas publicitárias mais direcionadas para o

consumidor de varejo, visando o crescimento da marca na cidade de Dourados e região.

Também foi investido com a otimização do no website na internet para que as buscas

realizadas no Google com a palavra-chave lingerie e moda íntima apareça o site da marca com

maior freqüência nas buscas.

O consumidor esta mudando, em todo mundo e níveis de mercado, esta mais exigente,

sofisticado, sensível e cético como nunca, pois o nível de conhecimento cresceu muito. E a

grande quantidade de informações que recebemos de todos meios de informações com os

mais diferentes apelos, além da propaganda, alteram constantemente a visão social, política e

cultural das pessoas. Estamos na era do consumidor consciente (de acordo com o estágio de

cada mercado), cada vez mais esperto e ativo e cobrador de seus direitos, que vai falar do que

vê, consome e vivencia, e fala bem ou mau disso com outras pessoas. (SAMPAIO, 2003).

“Concluindo, pode-se afirmar que a marca é a síntese da experiência de valor vivida pelos consumidores em relação a cada um dos inúmeros produtos, serviços, empresas, instituições ou mesmo pessoas com as quais se relaciona.” (SAMPAIO, 2003, p.248).

O conceito de construção de marca vem sendo chamado ultimamente de Branding que

pode ser definido como:

Branding pode ser definido, então, como o conjunto de tarefas de marketing – incluindo suas ferramentas de comunicação – destinadas a otimizar a gestão das marcas. (SAMPAIO, 2003, p. 249)

O termo branding também vem sendo usado ultimamente como sendo o processo de

criação, lançamento, fortalecimento, crescimento e renovação da marca. (SAMPAIO, 2003).

A motivação da compra esta sempre ligada às necessidades, crenças e desejos de cada

um. E a preferência por determinado produto é inconscientemente ligada à imagem que ela

18

tem do produto. E essa motivação é conectada a funcionalidade que ela necessita na compra.

(MARTINS, 1999).

“Uma marca passa a significar não apenas um produto ou serviço, mas incorpora um conjunto de valores e atributos tangíveis e intangíveis relevantes para o consumidor e que contribuem para diferenciá-lo daqueles que lhe são similares. Assim, ao adquirir um produto, o consumidor não compra apenas um bem, mas todo o conjunto de valores atribuídos à marca. [...]” (PINHO, 1996, p.43).

Ao adquirir um produto o consumidor leva em consideração vários fatores. Sendo um

dos mais responsáveis o estímulo que consistem nos 4 P’s: Preço, praça, produto e promoção.

Dentre outros estímulos como economia, política, cultura e etc. E a ação destes que vai

responder a decisão do consumidor. (KOTLER & ARMSTRONG, 2003).

“Uma das coisas que determina a potencialidade do mercado é a política da marca, que é obtida através do confronto com seus concorrentes, ou seja, visualizar a situação da marca de cada um”. (PINHO, 1996).

Logo ao fazer suas compras o consumidor esta sujeito a influências, que podem ser o

menor preço, o melhor produto, dentre outros. E como a competitividade é alta, os

compradores tomam decisões com base em valores pessoais nos quais figuram fatores

pessoais, organizacionais, interpessoais e individuais. (KOTLER & ARMSTRONG, 2003).

Segundo Kotler (2009, p. 395) existem cinco níveis que o consumidor considera na

escolha de uma marca em maior ou menor grau:

1. Quando não tiver lealdade trocará facilmente pela de menor preço;

2. Se estiver satisfeito não haverá necessidade de troca;

3. Quando satisfeito e terá algum custo para mudar de marca;

4. Valoriza tanto a marca que a vê como uma amiga;

5. E fiel à marca.

Uma marca vem para o consumidor como uma síntese de experiências reais e virtuais.

Como se fosse um conglomerado de sensações, fatos e sentimentos agindo em conjunto com

o nome criando um universo único. Tudo isso facilita na hora da escolha, de modo que não é

19

preciso pensar muito, como se fosse um atalho na hora de comprar além de transmitir sua

personalidade. Em suma, um sistema de valores e experiências. (SAMPAIO, 2003).

Hoje em dia, as pessoas já preferem gastar dinheiro a tempo, e a marca já vem com

conceitos que os consumidores já conhecem, pois quando tem valores agregados a ela o

produto já se vende por si mesmo. (SAMPAIO, 2003).

A motivação é gerada nas necessidades objetivas e psicológicas do consumidor, que

por fim vai preterir esta ou aquela marca pela imagem que tem relacionada a ela. (MARTINS,

1999).

Ter lingeries é uma necessidade da mulher, querer que ela seja de tal marca já está

associado à imagem que a marca projeta na mente da pessoa.

Há sempre três forças que contribuem para que uma marca seja reconhecida, que são

seu valor total, como um ativo incluído no balanço patrimonial. Sua força, que avalia o grau

de lealdade entre ela e o consumidor, e sua imagem intangível na mente do consumidor

(associações e crenças). Sendo que essas três, quando trabalhadas em conjunto torna o

produto diferenciado no mercado pela sua marca, pois a dimensão que ela depende da imagem

que ela projeta para seu público-alvo. (COBRA, 2007).

A empresa esta buscando padronizar as lojas com instalações, decoração, layout,

vitrine e todo o material utilizado para comercialização dos produtos Marta Campos

estabelecendo uma identidade mais sólida para a marca.

“Para ser líder de preferência é necessário estar ligado ao imaginário coletivo e não

individual [...]” (MARTINS, 1999, p. 28).

Quando falamos de marcas de roupas, o branding se torna a função mais importante,

onde tudo que faz parte da marca, desde os criadores as modelos dão importância e valor a

marca. (SAMPAIO, 2003).

No ramo de vestuário, a marca precisa ser inovadora e ter importância suficiente para

atrair o consumidor, têm que ser amada e fazer sempre parte do cotidiano de seu consumidor

alvo, conquistando e fidelizando a seu produto. (COBRA, 2007).

Com a valorização cada vez maior da marca em todos os tipos de negócios, há cada

vez mais um aumento de seus valores simbólicos e subjetivos. (SAMPAIO, 2003).

“A percepção do valor da marca pelo consumidor está associada a dois fatores:

consciência da marca e imagem da marca.” (COBRA, 2007, p. 43).

20

Atualmente, vivemos em um mundo de constantes transformações no mercado, sendo

estas cada vez maiores e mais rápidas, sendo necessário que as ações mudem constantemente,

principalmente as de marketing e suas ferramentas (propaganda, promoção e relações

públicas), que são conquistam consumidores e mantém mercados, já que cada vez está

aumentando mais o número de concorrentes com produtos similares. (SAMPAIO, 2003).

“Os recursos tecnológicos e produtivos são cada vez mais parecidos e possibilitam as empresas atingir padrões de qualidade semelhantes; as verbas de comunicação de marketing sãs empresas são quase e iguais e acabam produzindo pressões idênticas nos consumidores; a distribuição praticamente não têm diferenças w até preços acabam ficando muito próximos.” (SAMPAIO, 2003, p.235).

Atrair um consumidor pela sua marca é uma das melhores formas de garantir liderança

no mercado. Quando esta bem construída é uma diferenciação ao produto também sendo o

maior patrimônio que uma empresa pode querer ter, pois estabelece uma ligação com o

consumidor que vai além da qualidade garantindo lucratividade. (MARTINS, 1999).

Várias vezes os responsáveis pela comunicação da marca consideram que só dois tipos

de clientes devem estar satisfeitos com a marca, e na verdade, tem de dar importância a todos

os clientes atuais e futuros da marca indiferente de sua localização ou ligação. (SCHULTZ &

BARNES, 2001).

Uma marca é compreendida por parcelas que resultam no seu gestald, mas o

consumidor entende isso como parte de um sistema e não como um fator isolado. E é o uso

em equilíbrio de todas as ferramentas de marketing, sendo que a falha ou uso inadequado de

qualquer uma deles compromete o resultado final. E muitos empresários não levam isso a

sério, ou não utiliza de maneira adequada e por isso que estamos cheios de exemplos de erros

no marketing. (SAMPAIO, 2003).

“Uma marca é um nome diferenciado e/ou símbolo (tal como um logotipo, marca registrada, ou desenho de embalagem) destinado a identificar os bens ou serviços de um vendedor ou de um grupo de vendedores e a diferenciar esses bens ou serviços daqueles dos concorrentes. (...)” (Aaker, 1998, p. 7).

Quando uma empresa que investi na construção de sua marca ela tem como meta

aumentar sua lucratividade, fazendo de seus produtos referência para o mercado e não

commodities. Neste processo de atração o trabalho da empresa e aumentar a percepção do

21

consumidor em relação ao seu produto. Assim sabemos que o produto atingiu a sensibilidade

do consumidor quando a compra o satisfaz emocionalmente o que ele aspira. Uma marca

envolvente pode render a empresa lucratividade bem superior á média do mercado.

(MARTINS, 1999).

Segundo Sampaio (2003, p.241) a qualidade é o principal para a construção de uma

marca, as marcas líderes de mercado apresentaram maior grau de qualidade percebida. Os

concorrentes que não conseguem se igualar a tal prefere trabalhar com o menor preço. No

entanto, é preciso entender que isso envolve todos os aspectos do produto, pois a marca e uma

experiência total.

Com base em teses e teorias, alguns pré-requisitos básicos que ajudam no sucesso da

marca é ter uma estratégia de branding fundamentada, ter objetivos precisos, fugir do comum

com características exclusivas e diferenciadas, reforçar sempre a marca institucional da

empresa, reciclar sempre os profissionais de marketing e manter motivados os envolvidos na

comercialização, ter comunicação integrada e estar sempre conectado com o que acontece no

mercado local ao mundial. (SAMPAIO, 2003).

A importância da marca se dá pela troca entre valor e segurança para o consumidor

enquanto ela resolve a equação qualidade/preço/tempo. Assim a marca confere valor ao

produto pelo histórico em relação com quem já usou. O que inclui as boas experiências que

ele teve com o produto em relação ao que ele gastou em termos de tempo e dinheiro.

(SAMPAIO, 2003).

A marca é uma entidade com personalidade independente. E a parte mais sensível em sua construção e a

formação das características emocionais que vai carregar. (...) (MARTINS, 1999, p. 17)

A marca cria uma relação de lealdade com o consumidor. O que vai além de valores

financeiros.

“A marca penetra na mente das pessoas e registra no consciente os valores tangíveis do produto – isto é, seus atributos físicos, seu “corpo”, por assim dizer – e, no inconsciente, os valores intangíveis do produto – ou seja, sua “alma”“. (COBRA, 2007, p. 40)

As marcas ainda podem não ter alcance global e ser de vários tipos. Segundo Cobra

(2007, p. 42) ela pode ser individual, quando não faz parte de alguma linha de produtos.

Local, conhecida só na cidade que está. Regional, que é o caso da Martha Campos que é mais

atuante em Dourados e região, e assim pode se estender a reconhecimento nacional, global, ou

22

fizer parte de uma extensão de linhas de produtos, ser multimarca, uma nova marca na mesma

categoria. Ou uma marca nova para cada categoria de produto.

Um dos maiores objetivos da marca é conquistar a fidelidade do consumidor. Pois o

custo de conquistar novos clientes é elevado, enquanto manter antigos custos menos, ainda

mais quando este se encontra satisfeito com o produto. A fidelidade pode ser conquistada

através do conhecimento do nome da marca, a associação da marca com facilidade através da

propaganda e pelo registro da marca que tem seu nome protegido. (PINHO, 1996).

Segundo Sampaio (2003, p.236), existe atualmente várias marcas que procuram

fidelizar o consumidor, tornando-o mais consciente, e um consumidor mais consciente vão

exigir cada vez mais produtos e/ou serviços e que cada vez mais este seja conveniente a ele e

seja o melhor do mercado e o que pode lhe oferecer para facilitar o cotidiano.

Ainda segundo Sampaio (2003, p.243), existe quatro recomendações fundamentais

para uma marca de sucesso:

1. Perseguir a qualidade como se a existência da marca dependesse disso, e de

fato depende. E almejar a excelência sempre.

2. Tenha um forte diferencial, para que sua marca seja percebida com uma

qualidade única.

3. Não despreze nem eleve nenhuma ferramenta de marketing. Assim como uma

construção leva vários tipos de materiais e serviços, a marca também precisa de várias

ferramentas.

4. Lute para ser líder sempre. Porque quando se lute para ser menos que isso,

corre o risco de acabar ainda mais baixo que seus objetivos.

Além de tudo isso, é preciso estar sempre de olho nos mercados a qual quer obter

controle, e a única forma de controlar isso é com a marca fortalecida.

Depois de todos os investimentos em ações promocionais que a marca Marta Campos

fez, atualmente a empresa possui um grande destaque em todo o Mato Grosso do Sul, além de

outros estados brasileiros. Contando inclusive, com alguns revendedores no exterior. O

conceito da marca está consolidado e hoje são produzidas belíssimas coleções que permitem

que a mulher explore sua sensualidade de maneira elegante e sofisticada. Para que estas peças

cheguem aos consumidores, a empresa com cerca de 3.800 revendedoras cadastradas em no

sistema e 4 distribuidores, sendo 3 neste estado um no Mato Grosso, além da loja de varejo no

23

Shopping Avenida Center. Isto tudo, em conjunto com as ações de marketing e propaganda

vem gerando o crescimento anual gira em torno de 10%, com planos de conquistar todo o

mercado nacional.

2.7 Moda

Segundo Feghali & Darwin (2001, p. 27), o Brasil ocupa 21 lugar no ranking

internacional entre os maiores exportadores têxteis, um tanto menos eficiente do que outros

setores da economia. Dentre as empresas de confecções a maioria se concentra em São Paulo,

Rio de Janeiro, Minas Gerais e Santa Catarina. Muito foi modernizado nesse setor em termos

de equipamentos, matéria-prima e design, por isso, a tendência e este crescimento aumentar

ainda mais.

Todo produto tem um ciclo de vida. Na moda isso tem prazo de validade bem

expresso, pois geralmente ela se renova a cada estação. Geralmente a fase segue a seguinte

ordem: lançamento, aceitação, cópia, desgaste. Levando em conta que cada um tem um estilo

pessoa, a moda precisa ser aceita e que existam pessoas adeptas a seu produto. (TREPTOW,

2003). As coleções costumam a funcionar em ciclos semestrais, e na próxima estação sempre

mudará as cores, texturas e estilos. Para tal, sempre é necessário estar ligado nas tendências

globais de moda e no nas exigências dos consumidores que estão cada vez mais elevadas.

(DARWIN & FEGHALI, 2001).

Geralmente, ao produzir produtos por temporada, eles seguem uma coleção:

“Conjunto de produtos, com harmonia do ponto de vista estético ou comercial, cuja fabricação e entrega são previstas para determinadas épocas do ano”. (TREPTOW apud. Rech, 2003).

Saber desenhar não é a única coisa necessária para fazer uma coleção, é preciso ter

ousadia, precisão, trabalho bem estruturado, e que estes produtos sejam usáveis e se encaixem

no público-alvo no que se diz a respeito á estilo de vida. (TREPTOW, 2003).

24

2.8 O Mercado Brasileiro de Lingerie

“A lingerie adquiriu características novas nos últimos tempos. Deixou de ser apenas uma peça utilitária para fazer parte do imaginário sensual de mulheres e homens. Para atender esse público, empresas do setor estão investindo em coleções mais ousadas, que brincam com fantasias e fetiches.” (Feghali & Dwyer, 2001, p. 88).

O mercado brasileiro vem apresentando muito crescimento nos últimos anos,

principalmente depois de 2006 quando o Brasil diminuiu as exportações. A partir dessa nova

visão, acredita-se que há grande oportunidade para os fabricantes de roupas intimas usando de

iniciativas de marketing estratégicas para atingir e aumentar consumo deste produto¹.

Movimentando milhões por ano, o mercado brasileiro de lingerie e composto em sua

maioria de empresas de pequeno porte, que empregam várias pessoas. Com alto índice de

consumo desse produto e um mercado em constante crescimento, tornando-se ainda

exportador e lançador de tendências devido a excelente qualidade dos produtos nacionais.

(DARWIN & FEGHALI, 2001)

Segundo o site mundomarketing (acessado em 24/10/2009) as roupas íntimas se

tornaram tão populares que sua freqüência de compra quase se equipara com a compra de

outras peças de roupas. E mesmo sendo algo “escondido”, atualmente encontramos uma

grande variedade de cores, estilos e características atribuídas (conforto, sensualidade,

acabamentos) que ajudaram a elevar o grau de status desta peça e grande importância no

guarda-roupa feminino.

Outro mercado que vem apresentando grande crescimento é o mercado de biquínis,

que é muito admirado no mundo, e há ainda uma idéia que ninguém faz biquínis como o

Brasil e isso faz crescer bastante as importações deste produto. (DARWIN & FEGHALI,

2001).

O segmento de roupas íntimas é algo que tem que ter o olhar perceptivo como em

qualquer outro setor da moda, pois está sujeito a mudanças, tendências e adequação a

realidade como qualquer outro².

2

2 Disponível em http://www.imodalingerie.com.br visualizado em 24/10/2010. ³ Disponível em http://fashionbubbles.com visualizado em 24/10/2010

25

3 CONCLUSÃO

Com base no estudo realizado, é relevante destacar que marcas bem construídas

conferem valores imediatos ao produto conquistando a confiança do consumidor. Assim

torna-se importante todo processo de construção e os valores intrínsecos que a marca agrega

ao produto. Não há dúvidas que este processo é lento, trabalhoso, árduo e que exige continua

manutenção para não perder os atuais clientes e ainda conseguir novos. Mas a confiabilidade

que isso atribui, além das dimensões de visão e valores monetários, não causa dúvida que

estes esforços valem à pena.

No entanto, para criar os valores intrínsecos ligados a marca, é necessário estar sempre

observando o mercado-alvo e as mudanças que podem afetar a marca e/ou produto. Não há

dúvidas que com o passar dos anos a procura por marcas irá aumentar devido aos valores que

vem agregados em si, o que polpa o tempo cada vez mais escasso na vida das pessoas.

O mercado de lingerie cresceu e tende a expandir nos próximos anos. Pelo fato não

estar sendo visto apenas como uma roupa de baixo, mas algo que já vem sendo feito para

aparecer e segue tendências como qualquer outro artigo de moda.

A marca Marta Campos, começou como um negócio familiar somente para a

complementação de renda e veio crescendo gradualmente, através da utilização de mídias, e já

conseguiu se destacar bem nos mercados que atua com divulgações da marca seguindo a idéia

da sofisticação, sem tentar aferir valores, já que trabalha com produtos ligados a sensualidade

e é preciso tomar cuidado para não aferir valores da sociedade e se tornar vulgar.

As mídias que foram utilizadas, inclusive em outros estados, foram produzidas com

fotos e catálogos das coleções seguindo as tendências do mercado. Estas vêm causando

bastante repercussão a marca, possibilitando atribuição de valores que lhe conferiram maior

conhecimento da marca e ser reconhecida pela qualidade, conforto e beleza de seus produtos.

Tanto que alguns modelos já caíram no gosto de muitas consumidoras e são feitos em todas as

coleções sendo um grande carro chefe da empresa.

Com comercialização por meio de revendedoras e lojas de varejo, contando

atualmente com uma nova loja no Shopping Avenida Center, a marca vem buscando ficar

mais próxima do mercado pelo mercado de varejista. Para isto será fundamental manter as

26

ações já feitas, aperfeiçoando de acordo com o mercado, além de trabalhar com mídias mais

diretas para atingir o consumidor final.

As crescentes redes sociais são uma opção de mídia que favorece a marca, tornando-a

mais próxima do cliente. Também podem ser criadas mídias virtuais como newsletter com

intuito de mandar por email as novidades da marca.

È importante fazer sempre pesquisas de mercado ou até mesmo manter um banco de

dados estando atento aos gostos do consumidor. Também manter as revendedoras e

vendedoras das lojas sempre treinadas para que o atendimento seja perfeito.

A marca também deve fazer desfiles bem elaborados e festivos que deixem a marca

em evidência e reconhecida pelo evento.

Também é essencial para a marca estar atenta a cada mercado que trabalha, se

divulgando em meios de comunicação locais e se adequando a cada mercado.

Contudo, para continuar aumentando o share, é necessário que a marca cuide de cada

detalhe que a liga ao seu target. Mantendo sempre a lembrança da sua marca na mente das

pessoas e conquistando o seu objetivo que é ser reconhecida nacionalmente.

27

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COBRA, Marcos. Marketing & Moda. São Paulo: Senac, 2007. FEGHALI, Marta Kasznar, DWYER, Daniela. As Engrenagens da moda. Rio de Janeiro: Senac, 2001. KOTLER, Philip. Administração de Marketing: Análise, Planejamento, Implementação e Controle. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2009. KOTLER, Philip, ARMSTRONG, Gary. Princípios de Marketing. Rio de Janeiro: Pearson Prentice Hall, 2003. MARTINS, José. A Natureza Emocional da Marca. São Paulo: Negócio, 1999. PINHO, J. B. O Poder das Marcas. São Paulo: Summus. 1996. KLEIN, Naomi. Sem logo: a tirania das marcas em um planeta vendido. Trad. Ryta Vinagre. 3 ed. Rio de Janeiro: Record, 2003. SAMPAIO, Rafael. Propaganda de A a Z: Como Usar a Propaganda para Construir Marcas e Empresas de Sucesso. 3 ed. Rio de Janeiro: Elsevier. 2003. SCHULTZ, Don E., BARNES, Beth E. Campanhas Estratégicas de Comunicação de Marca. Trad. Maria Clara. Rio de Janeiro: Qualitymark. 2001. TREPTOW, Doris. Inventando Moda: Planejamento de Coleção. 2 ed. Santa Catarina: Brusque, 2003. http://www.imodalingerie.com.br/mercado-de-lingerie-em-crescimento. Acessado em 24/10/2010 as 18:00 horas. http://www.mundodomarketing.com.br/15,12144,mercado-de-lingerie-expande-com-lojas-monomarcas.html. Acessado em 24/10/2010 as 18 horas. http://fashionbubbles.com/moda/nova-era-na-lingerie. Acessado em 24/10/2010 as 18 horas