Artigo REENGENHARIA.doc
-
Upload
lazaro-leonardo -
Category
Documents
-
view
11 -
download
2
Transcript of Artigo REENGENHARIA.doc
![Page 1: Artigo REENGENHARIA.doc](https://reader036.fdocumentos.com/reader036/viewer/2022071921/55cf9cd5550346d033ab37ef/html5/thumbnails/1.jpg)
REENGENHARIA
Danubya Fernanda Campos Nicolau1
Lázaro Leonardo Sodré2
Paulo Jorge Santos da Costa3
Priscila Rocha da Silva4
Romulo Ferreira do Rosario5
Victor Silva Gomes6
RESUMO: O texto discute que a reengenharia talvez seja a mais difícil de todas as
tecnologias a disposição dos gestores e também a que mais rápido deixou de ser uma
excelente alternativa nos estudos e práticas organizacionais. No Brasil, foi tratada,
principalmente, pela literatura leiga, como tecnologia direcionada para corte drástico de
pessoal. Surgida dentro de um contexto de crise, sua verdadeira proposta é uma ruptura com
as formas de gestão arcaicas e que não mais conseguiam responder aos anseios do novo e
complexo mercado.
Palavras-Chave: Drástica, Processo, Reengenharia.
INTRODUÇÃO
O presente artigo mostra que a reengenharia surgiu como uma espécie de remédio para
a grave crise que, no século XX, colocava em risco a sobrevivência das empresas. Champy e
1 Aluna da disciplina Organização Sistemas e Métodos do Curso de Administração da UNAMA (Universidade da Amazônia). 2 Aluno da disciplina Organização Sistemas e Métodos do Curso de Administração da UNAMA (Universidade da Amazônia). 3 Aluno da disciplina Organização Sistemas e Métodos do Curso de Administração da UNAMA (Universidade da Amazônia). 4 Aluna da disciplina Organização Sistemas e Métodos do Curso de Administração da UNAMA (Universidade da Amazônia). 5 Aluno da disciplina Organização Sistemas e Métodos do Curso de Administração da UNAMA (Universidade da Amazônia).6 Aluno da disciplina Organização Sistemas e Métodos do Curso de Administração da UNAMA (Universidade da Amazônia).
![Page 2: Artigo REENGENHARIA.doc](https://reader036.fdocumentos.com/reader036/viewer/2022071921/55cf9cd5550346d033ab37ef/html5/thumbnails/2.jpg)
Hammer (1994) indicam-na como uma crise de modelo, ou seja, o padrão adotado no passado
que garantia sucesso às empresas havia falido, vítima de inúmeros fatores. Esse modelo
obsoleto, em face das contingências contemporâneas, era o modelo que sustentava no
princípio da divisão do trabalho exposto por Adam Smith. O princípio do economista
propunha a especialização do trabalho visando uma maior produtividade, seu modelo foi
muito aceito e teve seus benefícios até mesmo depois da Revolução Industrial. E essa tradição
administrativa ainda é o alicerce de muitas empresas, mas os tempos são outros e muita coisa
precisa ser reestruturada. Champy e Hammer (1994) apontam três fatores para essa realidade:
clientes diferentes; concorrência acirrada e; mudanças ditadas num ritmo superior a qualquer
outra época da nossa história.
DESENVOLVIMENTO
Antes de apresentar o resultado da pesquisa bibliográfica sobre o tema do artigo faz se
necessário esclarecer no que outros procedimentos de análise e mudança organizacional
diferem de reengenharia. Isso é importante, pois essa tecnologia foi mal interpretada,
acreditando-se que o seu objetivo principal era, apenas, corte drástico de pessoal e , também,
por muitos confundi-la com outras tecnologias. E às vezes atribuem os mais variados
fracassos, de forma incorreta, a reengenharia.
Champy e Hammer (1994) nos mostram que reengenharia não é: Downsizing e
reestruturação (diminuição da capacidade organizacional de sorte a compatibilizá-la com a
retração na demanda); Reorganização, des-hierarquirzação, nivelamento (tecnologia
focadas em problemas estruturais das empresas); Automação (Ferramenta de auxílio na
performance empresarial, mas sozinha não eleva os índices de eficácia e eficiência
organizacionais); Gestão pela qualidade total (foco em melhorias graduais). Os líderes e
responsáveis diretos pela formulação dessa tecnologia definem reengenharia: Repensar
![Page 3: Artigo REENGENHARIA.doc](https://reader036.fdocumentos.com/reader036/viewer/2022071921/55cf9cd5550346d033ab37ef/html5/thumbnails/3.jpg)
fundamental na organização que visa mudanças radicais que levem a melhorias drásticas na
performance dos processos organizacionais.
Podemos conceituar reengenharia, de maneira simples e não científica, como “iniciar
de novo”, ou seja, esquecer o que existe, renunciar os procedimentos consagrados em uma
empresa e criar novos, absolutamente novos.
Araujo (2006), citando Oliveira (1994), dentro dessa concepção mais simplista, faz se
conceituação considerando-a como um termo muito amplo que pode significar várias coisas:
recriar, refazer, reinventar ou repensar. Todas essas circunstancias, adverte, as quais
implicam grandes doses de disponibilidades de informação, criatividade e, principalmente,
ousadia.
Davenport (1994) conceitua reengenharia como a combinação de uma estrutura para a
realização do trabalho, preocupando-se com resultados visíveis e drásticos, envolvendo um
distanciamento dos atuais processos para que se indague qual seu objetivo geral, para, em
seguida, aplicar uma mudança criativa e radical a fim de que se obtenham melhorias de
grande volume na forma pela qual esse objetivo é alcançado.
Os pioneiros Champy e Hammer (1994) definiram-na como o repensar fundamental e
a reestruturação radical dos processos empresariais que visam alcançar drásticas melhorias em
indicadores críticos e contemporâneos de desempenho, tais como custos, qualidade,
atendimento e velocidade.
Dentro dessa definição, os principais autores sobre o assunto destacam as quatro
palavras-chave que conduzem à exata compreensão do fenômeno: fundamental, radical,
drástica e processos. Ou seja, o repensar fundamental, a mudança radical, a melhoria drástica
e o aperfeiçoamento de processos.
![Page 4: Artigo REENGENHARIA.doc](https://reader036.fdocumentos.com/reader036/viewer/2022071921/55cf9cd5550346d033ab37ef/html5/thumbnails/4.jpg)
Fundamental: a reengenharia é repensar fundamental porque agora, muito mais do
que antes, as organizações precisam de visão evolucionária.
Radical: essa tecnologia não tem objetivo de trazer mudanças superficiais ou
convivência com aquilo que já existia. A proposta da reengenharia é abandonar todos os
procedimentos anteriores e inventar novas maneiras de se realizar o trabalho.
Drástica: a reengenharia não pretende melhorias marginais. Se uma empresa de 10%
de melhorias, os principais autores afirmam, a reengenharia não é para ela. A reengenharia é
idealizada para empresas que queriam dar salto de 1.000%.
Processos: essa palavra-chave revela o principal objetivo de um esforço da
reengenharia: preocupar-se com os processos organizacionais, porque sobre repousa sua
finalidade. Araujo (2006) nos dar uma ideia de processo: agrupamento sequencial de passos
ou atividades, com uma ou várias entradas e que termina por agregar algum valor e que terá
como beneficio direto o consumidor.
Davenport (1994) ressalta a importância de se distinguir a estrutura de processo da
estrutura hierárquica. Enquanto essa, afirma, tem uma visão estagnada e fragmentada das
responsabilidades e relações de subordinação, aquela possui uma visão dinâmica da forma
pela qual a organização produz valor.
Champy e Hammer (1994) ainda alertam para o fato de que processo é algo cuja
definição não se apresenta de forma tão simples para executivos/gestores, acostumados que
estão a trabalhar em termos de tarefas. Influenciados pelo princípio da divisão do trabalho de
Adam Smith, eles emprestam maior importância à tarefa individual e a seu desempenho,
esquecendo-se de que nem sempre uma tarefa – que faz parte de um processo – bem
desenvolvida implicará funcionamento pleno. Na maioria das vezes, uma unidade que
funcione extremamente bem tem sua competência absorvida por outras unidades. No final, o
![Page 5: Artigo REENGENHARIA.doc](https://reader036.fdocumentos.com/reader036/viewer/2022071921/55cf9cd5550346d033ab37ef/html5/thumbnails/5.jpg)
processo não alcança resultados positivos e o cliente jamais ficará sabendo que aquela
pequena unidade é muito eficiente. Tudo o que ele conseguirá enxergar é o que o processo
como um todo lhe oferece.
Araujo (2006), citando Carvalho (1994), diz que é imprescindível centrar o conceito
de reengenharia em processos. Afinal, a reengenharia representa um momento na vida da
organização em que se deve parar, esquecer a solução já adotada e “começar do zero, de
novo”, e isso tudo ocorre em torno dos processos.
CONCLUSÃO
Sabemos que a reengenharia nasceu em meio ao colapso do modelo convencional de
divisão do trabalho herdado da época da Revolução Industrial e que não mais podia sustentar
a necessidade de competitividade e maximização das atividades empresariais diante das
transformações no mundo experimentadas a partir dos anos 90 do século passado. A
reengenharia tem uma proposta de ruptura com estruturas tradicionais e é diferente das demais
tecnologias organizacionais, porém é inclusiva podendo conviver com as outras tecnologias.
Por fim sabemos que a decisão de aplicar essa tecnologia é da administração, que é composta
por pessoas, e essas precisam querer “começar de novo”, não esquecendo que a reengenharia,
por si só, traz custos, e como tal é preciso pesá-los face aos ganhos pretendidos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHAMPY, James; HAMMER, Michael. Reengenharia: revolucionando a empresa em função dos clientes, da concorrência e das grandes mudanças da gerência. Rio de Janeiro: Campus, 1994.
DAVENPORT, Thomas H. Reengenharia de processos: como inovar na empresa através da tecnologia da informação. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1994.
ARAUJO, Luis César G. de. Organização, sistemas e métodos e as tecnologias de gestão organizacionais. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2006 (volume 2).