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REENGENHARIA Danubya Fernanda Campos Nicolau 1 Lázaro Leonardo Sodré 2 Paulo Jorge Santos da Costa 3 Priscila Rocha da Silva 4 Romulo Ferreira do Rosario 5 Victor Silva Gomes 6 RESUMO: O texto discute que a reengenharia talvez seja a mais difícil de todas as tecnologias a disposição dos gestores e também a que mais rápido deixou de ser uma excelente alternativa nos estudos e práticas organizacionais. No Brasil, foi tratada, principalmente, pela literatura leiga, como tecnologia direcionada para corte drástico de pessoal. Surgida dentro de um contexto de crise, sua verdadeira proposta é uma ruptura com as formas de gestão arcaicas e que não mais conseguiam responder aos anseios do novo e complexo mercado. 1 Aluna da disciplina Organização Sistemas e Métodos do Curso de Administração da UNAMA (Universidade da Amazônia). 2 Aluno da disciplina Organização Sistemas e Métodos do Curso de Administração da UNAMA (Universidade da Amazônia). 3 Aluno da disciplina Organização Sistemas e Métodos do Curso de Administração da UNAMA (Universidade da Amazônia). 4 Aluna da disciplina Organização Sistemas e Métodos do Curso de Administração da UNAMA (Universidade da Amazônia). 5 Aluno da disciplina Organização Sistemas e Métodos do Curso de Administração da UNAMA (Universidade da Amazônia). 6 Aluno da disciplina Organização Sistemas e Métodos do Curso de Administração da UNAMA (Universidade da Amazônia).

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REENGENHARIA

Danubya Fernanda Campos Nicolau1

Lázaro Leonardo Sodré2

Paulo Jorge Santos da Costa3

Priscila Rocha da Silva4

Romulo Ferreira do Rosario5

Victor Silva Gomes6

RESUMO: O texto discute que a reengenharia talvez seja a mais difícil de todas as

tecnologias a disposição dos gestores e também a que mais rápido deixou de ser uma

excelente alternativa nos estudos e práticas organizacionais. No Brasil, foi tratada,

principalmente, pela literatura leiga, como tecnologia direcionada para corte drástico de

pessoal. Surgida dentro de um contexto de crise, sua verdadeira proposta é uma ruptura com

as formas de gestão arcaicas e que não mais conseguiam responder aos anseios do novo e

complexo mercado.

Palavras-Chave: Drástica, Processo, Reengenharia.

INTRODUÇÃO

O presente artigo mostra que a reengenharia surgiu como uma espécie de remédio para

a grave crise que, no século XX, colocava em risco a sobrevivência das empresas. Champy e

1 Aluna da disciplina Organização Sistemas e Métodos do Curso de Administração da UNAMA (Universidade da Amazônia). 2 Aluno da disciplina Organização Sistemas e Métodos do Curso de Administração da UNAMA (Universidade da Amazônia). 3 Aluno da disciplina Organização Sistemas e Métodos do Curso de Administração da UNAMA (Universidade da Amazônia). 4 Aluna da disciplina Organização Sistemas e Métodos do Curso de Administração da UNAMA (Universidade da Amazônia). 5 Aluno da disciplina Organização Sistemas e Métodos do Curso de Administração da UNAMA (Universidade da Amazônia).6 Aluno da disciplina Organização Sistemas e Métodos do Curso de Administração da UNAMA (Universidade da Amazônia).

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Hammer (1994) indicam-na como uma crise de modelo, ou seja, o padrão adotado no passado

que garantia sucesso às empresas havia falido, vítima de inúmeros fatores. Esse modelo

obsoleto, em face das contingências contemporâneas, era o modelo que sustentava no

princípio da divisão do trabalho exposto por Adam Smith. O princípio do economista

propunha a especialização do trabalho visando uma maior produtividade, seu modelo foi

muito aceito e teve seus benefícios até mesmo depois da Revolução Industrial. E essa tradição

administrativa ainda é o alicerce de muitas empresas, mas os tempos são outros e muita coisa

precisa ser reestruturada. Champy e Hammer (1994) apontam três fatores para essa realidade:

clientes diferentes; concorrência acirrada e; mudanças ditadas num ritmo superior a qualquer

outra época da nossa história.

DESENVOLVIMENTO

Antes de apresentar o resultado da pesquisa bibliográfica sobre o tema do artigo faz se

necessário esclarecer no que outros procedimentos de análise e mudança organizacional

diferem de reengenharia. Isso é importante, pois essa tecnologia foi mal interpretada,

acreditando-se que o seu objetivo principal era, apenas, corte drástico de pessoal e , também,

por muitos confundi-la com outras tecnologias. E às vezes atribuem os mais variados

fracassos, de forma incorreta, a reengenharia.

Champy e Hammer (1994) nos mostram que reengenharia não é: Downsizing e

reestruturação (diminuição da capacidade organizacional de sorte a compatibilizá-la com a

retração na demanda); Reorganização, des-hierarquirzação, nivelamento (tecnologia

focadas em problemas estruturais das empresas); Automação (Ferramenta de auxílio na

performance empresarial, mas sozinha não eleva os índices de eficácia e eficiência

organizacionais); Gestão pela qualidade total (foco em melhorias graduais). Os líderes e

responsáveis diretos pela formulação dessa tecnologia definem reengenharia: Repensar

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fundamental na organização que visa mudanças radicais que levem a melhorias drásticas na

performance dos processos organizacionais.

Podemos conceituar reengenharia, de maneira simples e não científica, como “iniciar

de novo”, ou seja, esquecer o que existe, renunciar os procedimentos consagrados em uma

empresa e criar novos, absolutamente novos.

Araujo (2006), citando Oliveira (1994), dentro dessa concepção mais simplista, faz se

conceituação considerando-a como um termo muito amplo que pode significar várias coisas:

recriar, refazer, reinventar ou repensar. Todas essas circunstancias, adverte, as quais

implicam grandes doses de disponibilidades de informação, criatividade e, principalmente,

ousadia.

Davenport (1994) conceitua reengenharia como a combinação de uma estrutura para a

realização do trabalho, preocupando-se com resultados visíveis e drásticos, envolvendo um

distanciamento dos atuais processos para que se indague qual seu objetivo geral, para, em

seguida, aplicar uma mudança criativa e radical a fim de que se obtenham melhorias de

grande volume na forma pela qual esse objetivo é alcançado.

Os pioneiros Champy e Hammer (1994) definiram-na como o repensar fundamental e

a reestruturação radical dos processos empresariais que visam alcançar drásticas melhorias em

indicadores críticos e contemporâneos de desempenho, tais como custos, qualidade,

atendimento e velocidade.

Dentro dessa definição, os principais autores sobre o assunto destacam as quatro

palavras-chave que conduzem à exata compreensão do fenômeno: fundamental, radical,

drástica e processos. Ou seja, o repensar fundamental, a mudança radical, a melhoria drástica

e o aperfeiçoamento de processos.

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Fundamental: a reengenharia é repensar fundamental porque agora, muito mais do

que antes, as organizações precisam de visão evolucionária.

Radical: essa tecnologia não tem objetivo de trazer mudanças superficiais ou

convivência com aquilo que já existia. A proposta da reengenharia é abandonar todos os

procedimentos anteriores e inventar novas maneiras de se realizar o trabalho.

Drástica: a reengenharia não pretende melhorias marginais. Se uma empresa de 10%

de melhorias, os principais autores afirmam, a reengenharia não é para ela. A reengenharia é

idealizada para empresas que queriam dar salto de 1.000%.

Processos: essa palavra-chave revela o principal objetivo de um esforço da

reengenharia: preocupar-se com os processos organizacionais, porque sobre repousa sua

finalidade. Araujo (2006) nos dar uma ideia de processo: agrupamento sequencial de passos

ou atividades, com uma ou várias entradas e que termina por agregar algum valor e que terá

como beneficio direto o consumidor.

Davenport (1994) ressalta a importância de se distinguir a estrutura de processo da

estrutura hierárquica. Enquanto essa, afirma, tem uma visão estagnada e fragmentada das

responsabilidades e relações de subordinação, aquela possui uma visão dinâmica da forma

pela qual a organização produz valor.

Champy e Hammer (1994) ainda alertam para o fato de que processo é algo cuja

definição não se apresenta de forma tão simples para executivos/gestores, acostumados que

estão a trabalhar em termos de tarefas. Influenciados pelo princípio da divisão do trabalho de

Adam Smith, eles emprestam maior importância à tarefa individual e a seu desempenho,

esquecendo-se de que nem sempre uma tarefa – que faz parte de um processo – bem

desenvolvida implicará funcionamento pleno. Na maioria das vezes, uma unidade que

funcione extremamente bem tem sua competência absorvida por outras unidades. No final, o

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processo não alcança resultados positivos e o cliente jamais ficará sabendo que aquela

pequena unidade é muito eficiente. Tudo o que ele conseguirá enxergar é o que o processo

como um todo lhe oferece.

Araujo (2006), citando Carvalho (1994), diz que é imprescindível centrar o conceito

de reengenharia em processos. Afinal, a reengenharia representa um momento na vida da

organização em que se deve parar, esquecer a solução já adotada e “começar do zero, de

novo”, e isso tudo ocorre em torno dos processos.

CONCLUSÃO

Sabemos que a reengenharia nasceu em meio ao colapso do modelo convencional de

divisão do trabalho herdado da época da Revolução Industrial e que não mais podia sustentar

a necessidade de competitividade e maximização das atividades empresariais diante das

transformações no mundo experimentadas a partir dos anos 90 do século passado. A

reengenharia tem uma proposta de ruptura com estruturas tradicionais e é diferente das demais

tecnologias organizacionais, porém é inclusiva podendo conviver com as outras tecnologias.

Por fim sabemos que a decisão de aplicar essa tecnologia é da administração, que é composta

por pessoas, e essas precisam querer “começar de novo”, não esquecendo que a reengenharia,

por si só, traz custos, e como tal é preciso pesá-los face aos ganhos pretendidos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CHAMPY, James; HAMMER, Michael. Reengenharia: revolucionando a empresa em função dos clientes, da concorrência e das grandes mudanças da gerência. Rio de Janeiro: Campus, 1994.

DAVENPORT, Thomas H. Reengenharia de processos: como inovar na empresa através da tecnologia da informação. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1994.

ARAUJO, Luis César G. de. Organização, sistemas e métodos e as tecnologias de gestão organizacionais. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2006 (volume 2).