Artigo Sobre Internet e Educação

download Artigo Sobre Internet e Educação

of 20

Transcript of Artigo Sobre Internet e Educação

  • 7/25/2019 Artigo Sobre Internet e Educao

    1/20

    Revista de Formacin e Innovacin Educativa Universitaria. Vol.

    3, N 4, 206-225 (2010)

    206

    Educao e sociedade da aprendizagem: um olhar sobre opotencial educativo da internet

    Clara Pereira Coutinho1e Manuela Alves21Prof. Auxiliar. 2Investigadora. Universidade do Minho. Braga. Portugal. E-mails:

    [email protected] [email protected].

    Resumo: Neste artigo vamos problematizar os novos modelos deaprendizagem que nasceram no seio da teia global de informao que chamamosinternet. De facto, mais do que simples meios de comunicao ou acesso informao, as TIC e a internet so ferramentas tanto cognitivas como sociaisque, atravs de um dispositivo ligado rede, deixam ao alcance de todosespaos ilimitados e uma gesto flexvel do tempo, com tudo o que de positivo

    ou negativo essas circunstncias acarretam. Equacionaremos a mudana subtilno paradigma de comunicao da internet da Web 1.0 para a Web 2.0, em que outilizador passa de consumidor a produtor da informao. Finalizamosapresentando algumas ferramentas da Web 2.0 e, com base na investigao jrealizada, discutiremos as potencialidades que oferecem educao.

    Palavras chave:internet, educao, Web 2.0, aprendizagem.

    Title: Education in the learning society: an overview over the educationalpotential of the internet.

    Abstract:In this paper we discuss the new learning models that emerged inthe global network of the internet. More than communication channels or meansto access the information, ICT and Internet can be powerful cognitive and socialtools that allow for the creation and management of new learning environmentswhere space and time are flexible and personalized. We also analyse the subtlechange in the Internet paradigm from stage 1.0 to 2.0 generation where theconsumer becomes an information producer. Some Web 2.0 tools are presentedand, based upon research, we discuss their potential for education.

    Keywords:internet, education, Web 2.0, learning.

    1. Introduo

    Vivemos tempos de cleres mudanas e transformaes que caminham nosentido ascendente do saber e do conhecimento. Passmos de um contextosocial no qual a informao era um recurso escasso, para um outro contexto emque a informao a que podemos aceder imensa mas tambm precria eextremamente voltil em termos de actualidade. Na sociedade global do sculoXXI, muitas vezes designada da informao, do conhecimento e, maisrecentemente da aprendizagem (Pozo, 2002), a internet no uma simplestecnologia de comunicao, mas o epicentro de muitas reas da actividade

    social, econmica e poltica, constituindo-se, na perspectiva de Castells (2004),como o instrumento tecnolgico e a forma organizativa que distribui o poder da

  • 7/25/2019 Artigo Sobre Internet e Educao

    2/20

    Revista de Formacin e Innovacin Educativa Universitaria. Vol.

    3, N 4, 206-225 (2010)

    207

    informao, a gerao de conhecimentos e a capacidade de ligar-se em rede emqualquer mbito da actividade humana (Castells, 2004: 311).

    Lindley (2000, citado em Vieira, 2005) explicita que O termo sociedade dainformao refere-se enorme proliferao da informao, estimulada pelo

    aproveitamento da micro electrnica e pelas primeiras manifestaes do seupotencial impacte social e econmico. Em contrapartida, o conceito de sociedadede aprendizagem transporta em si a concepo embrionria do modo de vidamoderno. Na sociedade da aprendizagem dispomos de novas formas deaprender e de nos relacionarmos com o conhecimento; a aprendizagem ocorrenos mais diversos contextos sejam eles formais ou informais e um processoque se prolonga ao longo da vida porque o mundo global competitivo e o quehoje actual e relevante amanh estar obsoleto e descontextualizado. Mais doque meros meios de comunicao ou ferramentas neutras, as TIC e a internetso ferramentas tanto cognitivas como sociais que modificam a nossa forma decomunicar, interagir e aprender (Jonassen, 2007).

    Tais transformaes da sociedade implicam adaptaes adequadas por parteda Escola e dos professores, porque Uma escola que se fecha no est emcondies de aprender, nem de se desenvolver. (Guerra, 2001: 60). Na prtica,cabe escola repensar naquilo que a sua misso - constituir uma comunidadede aprendizagem e implementar modelos organizacionais que valorizem opapel dos diferentes actores envolvidos no processo educativo focalizados numobjectivo muito claro: a necessidade que incumbe a escola e os professores depreparar cidados para um mundo competitivo que valoriza a adaptao mudana a inovao e a criatividade. Isto implica compreender o aluno que hojetemos - a chamada gerao net - para quem a escola deve ser provedora dainformao qualificada, significativa e multimdia onde a pedagogia da

    transmisso cede espao aos processos de cooperao, colaborao,interactividade e dilogo, tendo em vista a construo do conhecimento.

    este o contexto que enquadra a problemtica que vamos abordar nesteartigo e que se pode resumir em trs questes centrais: Qual o potencialeducativo da internet? Podem as novas ferramentas da Web 2.0 contribuir paramelhorar as prticas pedaggicas? Como est a escola a adaptar-se a estesnovos cenrios? Nesse sentido, no ponto 2 vamos analisar em que medida ainternet pode contribuir para melhorar as aprendizagens, em especial com autilizao pedaggica das ferramentas da nova gerao a que chamamos de Web2.0; por ltimo, no ponto 3, vamos analisar a forma como a escola est a reagira estes novos cenrios de ensino e aprendizagem baseados na web.

    2. O potencial educativo da internet

    Muito se tem falado e escrito sobre as virtualidades e potencialidades dautilizao educativa dos servios da internet. Como rede mundial decomputadores que disponibiliza diversos servios como a World Wide Web ousimplesmente WEB que nos permite aceder atravs de um browser a uma sriede documentos interligados, a internet faz parte integrante da vida de todos nsque a ela recorremos para aceder a um mundo imenso de informao ecomunicar com o mundo.

    A web uma tecnologia que tem claro potencial para criar ambientes deaprendizagem inovadores e desafiantes ao facultar o acesso a fontes deinformao dificilmente acessveis por outros meios, assim como a grandes

  • 7/25/2019 Artigo Sobre Internet e Educao

    3/20

    Revista de Formacin e Innovacin Educativa Universitaria. Vol.

    3, N 4, 206-225 (2010)

    208

    quantidades de recursos multimdia. Para alm de permitir aceder edisponibilizar materiais, a web disponibiliza fruns electrnicos que suportam acomunicao e o trabalho colaborativo o que, refora a concepo de aprendizescomo agentes activos no processo de aprendizagem, e no receptores passivosde conhecimento (Souza, 2005:130). Segundo o mesmo autor, adequa-se a

    uma perspectiva de aprendizagem construtiva, colaborativa e significativa.Proporcionar uma aprendizagem significativa consiste em considerar a maneiraprpria de pensar das pessoas e procurar perceber as contradies, asinconsistncias, o que sabem e o que ainda precisam de saber (Silva, 2005:48).

    A influncia da internet na educao visvel a vrios nveis tanto nosmodelos de formao presencial como, e sobretudo, nos de formao a distnciae/ou mistos blended learning (Silva, 2002). Na educao presencial, a internetdesenraza o conceito de ensino-aprendizagem localizado e temporalizadopotencializando o conceito de que a aprendizagem pode ocorrer em vrioslugares, ao mesmo tempo, onlinee offline, e on/offline. Com a implementaodas redes, o ensino a distncia combina-se com a possibilidade de comunicaoinstantnea, de criao de grupos de aprendizagem, integrando a aprendizagempessoal com a de grupo. Por seu lado, a educao presencial comea a utilizartecnologias, funes, actividades que, at aqui, eram tpicas da educao adistncia. A interaco e a comunicao sem hora e local marcado ampliam aspossibilidades de explorao de novas experincias interpessoais, profissionais,culturais e educacionais para alm de fomentar o estabelecimento de novasformas de sociabilidade.

    Cada vez se produz mais informao online socialmente partilhada. Machado(2006) refere que com a internet se abriram no mundo do ensino novaspossibilidades que podemos considerar divididas em dois grupos: uma, em que o

    computador funciona como suporte a novos ambientes de aprendizagem e outra,que vem dar uma nova vivncia educao a distancia atravs de diversasmodalidades de educao online. Com este recurso o aluno pode ter um ensinoindividualizado ou colaborativo, em grupo ou em rede (Dias, 1999; DEa,1998). Ainda segundo Machado (2006), a internet reconhecida como um meiopor excelncia para educar em rede. Estas comunidades so geradoras deconhecimento, pois contribuem para o desenvolvimento pessoal e profissionaldos indivduos, baseado no ambiente colaborativo e na partilha, ajudando aultrapassar os problemas da infoexcluso e criando uma sociedade autora doseu prprio conhecimento (Baptista, 2005; Gomes, 2004; Harasim et al., 2000).

    Castells (2002) refere que a internet contribui para um sistema cientfico

    global, conduzindo a alteraes na economia, na cultura e no quotidiano de cadaum. As redes de computadores, em especial a internet, tm servido de suportepara que os grupos de alunos possam reflectir sobre determinados temas e,desse modo, ter uma aprendizagem efectiva (Harasim et al., 2000). Comoexemplo desta utilizao dos computadores temos o CSILE (Computer-SupportedIntencional Learning Environments) (Bransford, Brown e Cocking, 2000). O usoda internet na escola para alm de facultar a utilizao de documentaoactualizada, permite o acesso a bibliotecas digitais que complementam ousubstituem bibliotecas escolares pouco equipadas (Ringstaff e Kelley, 2002).

    So frequentemente enumeradas como fragilidades da internet o facto deconstituir um emaranhado amorfo e catico de informaes, onde predominamas opinies em detrimento dos factos, dada a liberdade de criao de pginasweb, onde cada um escreve ao sabor das suas paixes e convices. A este

  • 7/25/2019 Artigo Sobre Internet e Educao

    4/20

    Revista de Formacin e Innovacin Educativa Universitaria. Vol.

    3, N 4, 206-225 (2010)

    209

    respeito, considera Machado (2006) salienta que apesar dos ambientes comrecurso internet facultarem potencialidades educativas, h que ter em atenoalguns problemas que podem surgir, tais como o excesso de informao e a faltade qualidade da informao, opinio esta partilhada por Antnio Bartolom(2005) e tambm Silva (2002). Levy (2000) acrescenta ainda o problema do

    isolamento, da dependncia (vcio da navegao) e ainda da dominao (domnioquase monopolstico das potencias econmicas sobre importantes funes darede). Ainda que considerando a pertinncia da influncia destes factoresnefastos, a verdade que no devem obstar a que consideremos os inmerosaspectos positivos que nos podem trazer.

    Neto (2006), sintetiza os aspectos mais relevantes da utilizao da internet nafacilitao das aprendizagens:

    Flexibilidade de tempo O utilizador no est sujeito aos horrios rgidos,escolhendo o horrio mais conveniente para realizar os seus trabalhos e efectuaras suas pesquisas, sem estar sujeito aos horrios da biblioteca escolar e

    disponibilidade de computadores. Esta caracterstica pressupe que o alunopossua um computador em casa ligado rede, o que nem sempre acontece oque pode gerar desigualdades no acesso informao promovendo a info-excluso.

    Independncia geogrfica Um computador ligado rede permite quebraro isolamento de certas escolas, que dificilmente teriam acesso a acontecimentosdistantes no espao. Alm disso, alunos e professores podem estabelecercontactos com colegas que partilhem as suas preocupaes e se interessempelos mesmos temas.

    Baixos custos Dispondo de um computador e de uma linha telefnica,

    qualquer utilizador pode facilmente aceder rede. evidente que esta questo relativa. Apesar dos baixos custos da internet perante as possibilidades queoferece, os encargos desta natureza podem representar um pesodemasiadamente elevado no oramento de algumas famlias, o que pode agravaras desigualdades no acesso informao potenciando a info-excluso.

    Acesso a fontes de informao Facilita o acesso a fontes de informaovariadas e actualizadas, relativas aos contedos disciplinares. A possibilidade derenovar e actualizar os contedos presentes na rede faz dela uma enciclopdiaeternamente inacabada.

    Perenidade da informao Os documentos ficam disponveis para queoutros utilizadores mais tarde os possam consultar.

    Aprendizagem activa A realizao de trabalhos partindo dos contedospresentes na web favorece a valorizao da aco do aluno, a aprendizagemnuma perspectiva construtivista. Possibilita o levantamento de problemas, aofacilitar o confronto cognitivo e o surgimento de dvidas.

    Esprito crtico Contribui para o desenvolvimento do esprito crtico, pelanecessidade de seleco da informao, com vista resoluo de problemas.

    Partilha do saber A internet permite que o trabalho desenvolvido pelosalunos salte o muro da escola, contribuindo para o desenvolvimento de futurostrabalhos de alunos de outras escolas. A quantidade e diversidade de saberes,

    opinies e diferentes perspectivas de encarar um problema enriquecem oprocesso de aprendizagem e estimulam o esprito crtico. A existncia de fruns

  • 7/25/2019 Artigo Sobre Internet e Educao

    5/20

    Revista de Formacin e Innovacin Educativa Universitaria. Vol.

    3, N 4, 206-225 (2010)

    210

    permite um nmero de participantes muito superior quele que se pode terquando o trabalho est confinado escola. O feedback (positivo ou negativo)gerado pela exposio dos trabalhos um elemento importante para a auto-regulao da actividade do sujeito. O esprito de grupo, a cooperao, aautonomia e a tolerncia ficam a ganhar.

    Existncia de pblico Ao verem que os seus trabalhos sero apreciadospor outros, os alunos so estimulados a produzi-los com rigor, no paraalcanarem uma boa classificao, mas por uma questo de realizao pessoal esocial.

    Educao global O uso da internet facilita uma viso do mundo como umarealidade interdependente, permitindo a partilha de problemas e procura desolues.

    Abertura ao mundo Numa sociedade cada vez mais global, a internetpossibilita o conhecimento e compreenso de outras culturas. Este dilogointercultural importante na construo de uma sociedade tolerante,respeitadora das diferenas.

    Motivao Apesar de acusada de estimular o isolamento, inibindo oconvvio com os colegas, a internet apresenta-se como um recurso paraaumentar a comunicao com os outros, o que uma actividade divertida emotivadora. Pode tambm fomentar a curiosidade, elemento desencadeador daaprendizagem.

    2.1. A internet em contexto educativo

    2.1.1. A internet como meio facilitador da comunicao

    Machado (2006) salienta que a internet veio facilitar a comunicao na escolaa vrios nveis: entre professores, entre alunos e entre a escola e os pais ouencarregados de educao. Para estes ltimos hoje mais fcil saber o que osseus educandos esto a fazer, acompanhar o processos de aprendizagem e sabere quais so os seus compromissos para com a escola. Esta sem dvida umagrande vantagem sobretudo se tivermos em conta o ritmo da vida moderna, quedeixa to pouco tempo aos pais para se deslocarem s escolas, contactarem comos professores e saberem todo o tipo de informaes tais como calendrioescolar, horrios das turmas, datas de reunies, etc. Podemos assim dizer que ainternet veio facilitar o processo de comunicao entre toda a comunidadeescolar.

    Campos, Villela e Santos (2006), Morais et al. (2003) e ainda Machado (2006)sistematizam o conjunto de meios que atravs da internet ficam ao nosso disporpara a comunicao e para a aprendizagem:

    Ferramentas de comunicao sncronas: chat, videoconferncia eaudioconferncia (permite discusses em tempo real). As ferramentas decomunicao sncrona favorecem um tipo de discurso espontneo e poucoreflectido que propicia a construo de respostas rpidas, assim como umagrande amplitude de dilogo que poder levar a alguma disperso em relaoaos assuntos em discusso. Os ambientes suportados por redes de comunicaosncrona funcionam como ambientes virtuais baseados em texto, apelativos para

    a imerso dos alunos na conversao e adequados para clarificar pequenasdvidas ou tomar decises. (Miranda e Dias, 2003:240).

  • 7/25/2019 Artigo Sobre Internet e Educao

    6/20

    Revista de Formacin e Innovacin Educativa Universitaria. Vol.

    3, N 4, 206-225 (2010)

    211

    Ferramentas de comunicao assncrona: os mais conhecidos so o e-mail, o frum, os newsgroups, as listas de discusso e os quadros de aviso. Aestes pode-se ainda acrescentar, segundo Charnitski e Croop (2000) e aindaWeston (2000): groupware (tipo de software desenhado para um determinadogrupo ou para comunicao em grupo); bulletin boards (diferem do e-mail

    porque em vez de mandar a mesma mensagem para vrios destinatrios, amensagem colocada num site para que todos os interessados possam aceder mesma, e as mensagens podem revestir-se dos mais diversos tipos, desdedocumentos de texto, grficos imagens, pdfs, folhas de clculo, documentos emPowerPoint, etc.); gesto de projectos (vrios utilizadores interessados nodesenvolvimento de um projecto fazem-no e tm hiptese de visualizar asetapas e desenvolvimento do mesmo e saber quando a sua participao vai serrequerida); sistemas de co-autoria (permitem que vrios utilizadores participemna criao de um documento, incluindo as varias etapas deste tipo de projecto,tais como a pesquisa, o planeamento, a escrita, a reviso, e edio e a reviso);quiz tools(as questes e solues so colocadas numa base de dados).

    Nestes ambientes pode ainda dispor-se de uma ajuda onlinepara professorese alunos com acesso a FAQs (lista de perguntas frequentes). A utilizao deambientes de comunicao assncrona mais propcio a uma aprendizagemprofunda, j que, como sublinham Miranda e Dias (2003: p. 240), a reflexopermitida pelo modo assncrono pode conduzir os participantes a uma maisprofunda compreenso das ideias em discusso.

    2.1.2. Pesquisa na web

    A internet veio oferecer inmeras possibilidades de pesquisa para professorese alunos, dentro e fora da sala de aula, uma vez que oferece possibilidades muito

    interessantes como meio de acesso a uma vastssima quantidade de informao(Ponte et al., 1999).

    Moran (2005) refere duas formas distintas de iniciar os alunos na pesquisa deinformao na internet: (i) a pesquisa de grupo na internet pode comear deforma aberta, dando somente o tema sem recurso a sites especficos (Moran,op.cit., p.81); ou (ii) o mesmo tema pode ser pesquisado no mesmo endereo,de forma semelhante por todos, resultando no aprofundamento dos dadosconseguidos e evitando o alto grau de entropia e disperso que pode acontecerna pesquisa aberta (Moran, op. Cit., p. 82).

    Ainda segundo este autor a pesquisa de informao e a comunicao entrealunos participantes activos na construo do seu conhecimento com recurso internet, constitui um caminho de ida e volta, onde todos se envolvem,participam na sala de aula, na lista electrnica e no ambiente virtual fascinante, criativo, cheio de novidades e de avanos. O conhecimento que elaborado a partir da prpria experincia torna-se muito mais forte e definitivoMoran (op.cit, p. 83). A partilha de informaes, a comunicao dos resultadosdas pesquisas, a troca de textos e materiais que paream promissores, pode serfeita por correio electrnico ou atravs de uma plataforma de comunicao. Aleitura destes documentos e a sntese dos materiais colectados, das ideiaspercebidas, das questes levantadas (Moran, id, ibid) permitem a construocolaborativa do conhecimento.

    As WebQuests so um bom exemplo de ferramenta de utilizao da pesquisana internet ao servio do ensino e da aprendizagem. Estas surgem em 1995 na

  • 7/25/2019 Artigo Sobre Internet e Educao

    7/20

    Revista de Formacin e Innovacin Educativa Universitaria. Vol.

    3, N 4, 206-225 (2010)

    212

    Universidade de San Diego e foram criadas pelo professor Bernie Dodge, paraorientar actividades de pesquisa utilizando a internet e como uma forma deensinar os professores a utilizar a internet com criatividade de conscincia. AsWebQuest so um modelo simples para dimensionar o uso educativo da web,favorecendo a aprendizagem colaborativa e os processos investigativos na

    construo do saber. So uma metodologia de pesquisa na internet, voltada parao processo educacional, estimulando a pesquisa e o desenvolvimento dopensamento critico, tendo em vista que parte de desafios e problemas queincentivam a busca de informao.

    No entanto a investigao mostra que as WebQuests s produzem bonsresultados se forem muito bem planeadas, com tarefas que realmente possamfacilitar a aprendizagem e que valorizem a investigao, pois apesar da internetser este sucesso que actualmente, ainda um meio muito desorganizado deacesso a informao, onde qualquer pessoa pode publicar os seus textoslivremente, fazendo com que nem sempre tudo que se encontra na rede seja defacto til e vlido para utilizar em contexto educativo (Coutinho e BottentuitJunior, 2007b).

    O trabalho cooperativo e colaborativo um dos princpios da WebQuest, umavez que o objectivo desta estratgia pedaggica o de modificar o usoindividualista do computador para um formato mais participativo onde osutilizadores colaboram entre si para resolver o problema de cada tarefa propostana WebQuest. Segundo Dodge (1995), as WebQuest's esto fundadas naconvico de que aprendemos mais e melhor com os outros, no individualmentee ainda de que aprendizagens significativas so quase sempre resultados deactos de cooperao. O que tambm muito comum na sala de aula aocorrncia de aprendizagens informais, ou seja, aquelas que decorrem de

    conversas entre alunos e que a metodologia WebQuest privilegia e potencia;trata-se de uma aprendizagem que nasce do confronto dos conhecimentos decada um com os conhecimentos dos colegas, gerando um desequilbrio cognitivoque proporciona uma reflexo mais profunda e o emergir de aprendizagens maissustentadas (Bottentuit Junior, Coutinho e Alexandre, 2006).

    Em Portugal tm sido realizados diversos estudos sobre a utilizao educativada WebQuest enquanto metodologia de ensino. A este nvel referimos o estudode Xavier (2006) onde faz uma sntese de estudos realizados sobre aimplementao da WebQuest na disciplina de Matemtica dos 2 e 3 ciclos emPortugal. Temos ainda a referir os estudos de Guimares (2005), Quadros(2005), Cruz (2006), Cruz e Carvalho (2005), bem como diversos outras

    investigaes realizadas no mbito da formao inicial e contnua de professoressobre a criao e implementao de WebQuests no processo de ensino eaprendizagem (Viseu e Carvalho, 2003).

    2.2. Os desafios da Web 2.0

    A primeira gerao da internet teve como principal atributo a enormequantidade de informao disponvel e a que todos podamos aceder. Noentanto, o papel do utilizador neste cenrio era o de mero espectador da acoque se passava na pgina que visitava, no tendo autorizao para alterar oureeditar o seu contedo. Nesta primeira fase surgiram e proliferaram avelocidade muito clere os servios disponibilizados atravs da rede, criando-senovos empregos e nichos econmicos como, por exemplo, o e-commerce quedelimitou um novo padro de negcios para as empresas fazendo a sua

  • 7/25/2019 Artigo Sobre Internet e Educao

    8/20

    Revista de Formacin e Innovacin Educativa Universitaria. Vol.

    3, N 4, 206-225 (2010)

    213

    facturao aumentar de forma muito significativa (Abijit e Kuilboer, 2002). Na1. fase, a web era bastante onerosa para os seus utilizadores: a grande maioriados servios eram pagos e controlados atravs de licenas, os sistemas eramrestritos a quem detinha poder de compra para custear as transaces online eadquirir o software para criao e manuteno de sites. Trouxe enormes avanos

    no que diz respeito ao acesso informao e ao conhecimento, porm a filosofiaque estava por detrs do conceito da rede global foi sempre a de um espaoaberto a todos, ou seja, sem um dono ou indivduo que controlasse o acesso ouo contedo publicado. Houve sempre uma preocupao por tornar este meiocada vez mais democrtico, e a evoluo tecnolgica permitiu o aumento doacesso de utilizadores possvel pelo aumento da largura de banda das conexes,pela possibilidade de se publicarem informaes na web, de forma fcil, rpida eindependente de software especfico, linguagem de programao ou custosadicionais.

    Com a introduo desta nova gerao de servios da internet a que se chamade Web 2.0, termos como blog, podcast, Hi5 ou Del.icio.us, so apenas algunsexemplos de ferramentas que fazem parte da variedade de sistemas disponveisna rede global (Richardson, 2006). Muitos utilizadores, fruto da rapidez com queocorreu o processo da mudana, nem se aperceberam que a internet mudou oseu paradigma. De facto, hoje a filosofia outra, pois com a introduo da Web2.0 as pessoas passaram a produzir os seus prprios documentos e a public-losautomaticamente na rede, sem necessidade de conhecimentos de programao ede ambientes sofisticados de informtica. O termo Web 2.0, da autoria de TimOReilly (2005), surgiu numa sesso de brainstormingno MediaLive Internationalem Outubro de 2004 que sobre ele tecia as seguintes consideraes:

    A Web 2.0 a mudana para uma internet como plataforma, e um

    entendimento das regras para obter sucesso nesta nova plataforma. Entreoutras, a regra mais importante desenvolver aplicativos que aproveitem osefeitos de rede para se tornarem melhores quanto mais so usados pelaspessoas, aproveitando a inteligncia colectiva. (OReilly, 2005, online)

    Para Alexander (2006, p.33) a web social (devido sua preocupao com aparticipao dos utilizadores), emerge como um dos componentes maisrelevantes da Web 2.0, ou seja, uma forma de fazer com que a utilizao darede global ocorra de forma colaborativa e o conhecimento seja compartilhado deforma colectiva, descentralizada de autoridade e com liberdade para utilizar ereeditar, conceito que em lngua inglesa conhecido por colaborative working.

    Para Alexander (2006), as principais caractersticas da Web 2.0 so: i)

    Interfaces ricas e fceis de usar; ii) O sucesso da ferramenta depende do nmerode utilizadores, pois deles depende a melhoria do sistema; iii) Gratuidade namaioria dos sistemas disponibilizados; iv) Maior facilidade de armazenamento dedados e criao de pginas online; v) Vrios utilizadores podem aceder a mesmapgina e editar as informaes; vi) As informaes mudam quase queinstantaneamente; vii) Os sites/softwares esto associados a outros aplicativostornando-os mais ricos e produtivos quando os mesmos esto trabalhando naforma de plataforma (unio de vrios aplicativos); viii) Os softwares funcionambasicamente onlineou podem utilizar sistemas offlinecom opo para exportarinformaes de forma rpida e fcil para a web; ix) Os sistemas param de terverses e passam a ser actualizados e corrigidos a todo instante, trazendo

    grandes benefcios para os utilizadores; x) A actualizao da informao feita

  • 7/25/2019 Artigo Sobre Internet e Educao

    9/20

    Revista de Formacin e Innovacin Educativa Universitaria. Vol.

    3, N 4, 206-225 (2010)

    214

    colaborativamente e torna-se mais fivel com o aumento do nmero de pessoasque acede e actualiza.

    O nmero de ferramentas disponveis na web que usam o paradigma da Web2.0 conta j com uma infinidade de exemplos, dos quais destacamos os

    seguintes: Softwares que permitem a criao de uma rede social (social networking)

    como por exemplo os blogs, o Hi5, o Orkut, o Ning;

    Ferramentas de escrita colaborativa: blogs, wikis, podcast, Google Docs eSpreadsheets;

    Ferramentas de comunicao online como o SKYPE, messenger, Voip,Google Talk;

    Ferramentas de acesso a vdeos como o YouTube, GoogleVideos,YahooVideos;

    Ferramentas de social bookmarking como o Del.icio.us.2.2.1. Ferramentas da Web 2.0 com potencial educativo

    Os blogs, os wikis e ainda os podcasts so as ferramentas da Web 2.0 maisdifundidas e utilizadas em contextos educativos. De facto, a utilizao educativadestas ferramentas tem vindo a ganhar o interesse crescente de investigadoresnacionais e internacionais que sobre o assunto tem desenvolvido e publicado osresultados da investigao j realizada deixando antever um futuro muitopromissor (Martindale e Wiley, 2005; Du e Wagner, 2005; Brescia e Miller, 2006;Coutinho, 2006, 2007a, 2007b; Coutinho e Bottentuit Junior, 2007b).

    2.2.1.1. Blog

    O blog a ferramenta da Web 2.0 mais conhecida e utilizada em contextoeducativo no nosso pas (Coutinho, 2008). Um weblog (ou blog, como vulgarmente conhecido), pode ser descrito como um website extremamenteflexvel e fcil de construir com mensagens organizadas em ordem cronolgicareversa e com uma interface de edio simplificada, atravs da qual, o autorpode inserir novospostssem a necessidade de escrever qualquer tipo de cdigoem HTML (Coutinho, 2007a, 2007b).

    Os blogs baseiam-se em mecanismos (ferramentas blog) que facilitam acriao, edio e manuteno de uma pgina na web por qualquer utilizadorregistado num dos muitos servidores gratuitos disponveis na web (Blooger.com,

    por exemplo). Numa reviso de literatura sobre o potencial educativos dos blogs,Oravec (2003), constata serem muito diversificadas as opinies manifestadaspelos educadores e professores; assim sendo, h quem valorize o facto de seconstiturem como meios muito flexveis e potentes para a comunicao emambientes blended-learning ou b-learning; h ainda quem defenda que aconstruo de blogs encoraja o desenvolvimento do pensamento crtico ou queainda que o bloguing se inspira nas teorias de Vigotsky, ao oferecer aosestudantes a oportunidade de confrontarem as suas ideias/reflexes num planosocial, participando na construo social do conhecimento.

    Gomes (2005) faz uma distino entre os blogs enquanto recurso

    pedaggico e enquanto estratgia pedaggica. Para a autora, os blogs,enquanto recurso pedaggico, podem constituir: i) um espao de acesso ainformao especializada ou, ii) um espao de disponibilizao de informao por

  • 7/25/2019 Artigo Sobre Internet e Educao

    10/20

    Revista de Formacin e Innovacin Educativa Universitaria. Vol.

    3, N 4, 206-225 (2010)

    215

    parte do professor. Enquanto estratgia pedaggica os blogs podem assumir aforma de: i) um portflio digital; ii) um espao de intercmbio e colaborao; iii)um espao de debate role playing ou ainda iv) um espao de integrao.

    A utilizao de blogs como um espao de acesso a informao especializada

    decorre da pesquisa e inventariao de blogs que tratem de temticas compossveis enquadramentos curriculares ou extracurriculares, que apresenteminformao cientificamente correcta e adequada aos nveis etrios com os quaiscada professor esteja a trabalhar e cuja autoria e responsabilidade sejam depessoas e/ou instituies de mrito e credibilidade. So disto exemplos os blogsque abordem problemticas como sejam o alcoolismo juvenil, os distrbiosalimentares de natureza psicolgica ou a problemtica da sexualidade juvenil(http://eduspaces.net/ssj/weblog/skip=20). Quando utilizados com espao dedisponibilizao de informao por parte do professor, o prprio professor quecria e dinamiza um blog no qual disponibiliza informao que considera deinteresse para os seus alunos (http://nutricao.blogspot.com/). O professor vaimantendo actualizado o blog procurando acompanhar a abordagem de contedosnas suas aulas com a disponibilizao de materiais como sejam, por exemplo,pequenos textos e comentrios pessoais, estabelecimento de ligaes a sitesrelevantes devidamente analisados e at comentados sucintamente peloprofessor, referncias a notcias da actualidade que se relacionem com contedosabordados nas aulas, etc. Dentro da utilizao dos blogs como um espao virtualde disponibilizao de informao pelos professores todo um leque de variantespodem ser consideradas, como seja, por exemplo, a construo colectiva de umblog sobre temticas transversais a vrias disciplinas procurando assim conseguiruma abordagem mais interdisciplinar de determinados contedos.

    O blog como portflio digital , segundo Gomes (2005), uma das utilizaes

    mais frequentes desta ferramenta no domnio educativo, particularmente ao nveldo ensino superior. Segundo a autora, um portflio pode assumir diversasfunes e ter mltiplos propsitos sendo de realar a possibilidade da suaexplorao como forma de organizar e apoiar as aprendizagens e/ou apossibilidade de se constituir como instrumento de avaliao. Desde o ponto devista educacional, ambas as perspectivas so vlidas e esto fortemente inter-cruzadas. A criao de um blog como base para a construo de um portfliodigital permite aos alunos terem o seu espao digital de acompanhamento ereflexo sobre as actividades e temticas abordadas ao longo das aulas(Coutinho, 2007b). Este tipo de abordagem pode ser adaptada s mais diversassituaes e objectivos pedaggicos podendo, por exemplo, ser utilizada para

    documentar e divulgar no ciberespao o trabalho e as reflexes desenvolvidaspor uma turma de jovens alunos do 1 ciclo do ensino bsico (http://registos-espl.blogspot.com/) ou funcionar como um instrumento de avaliao de alunosdo ensino superior (http://isabel-isaa.blogspot.com/).

    Gomes (2005) apresenta-nos uma outra utilizao dos blogs: como espao deintercmbio e colaborao entre escolas, que surge associado aodesenvolvimento de projectos de intercmbio entre escolas e uma estratgiapedaggica de longa data utilizada em mltiplos contextos, com particularincidncia no domnio do ensino das lnguas (http://registos-espl.blogspot.com/).Os pen-palls que frequentemente se estabeleciam entre alunos de escolas epases diferentes tendo como suporte a carta em papel e o correio postal

    interagem agora atravs das redes de computadores tendo como principalservio de suporte o correio electrnico. Este tipo de actividade de intercmbio,

  • 7/25/2019 Artigo Sobre Internet e Educao

    11/20

    Revista de Formacin e Innovacin Educativa Universitaria. Vol.

    3, N 4, 206-225 (2010)

    216

    normalmente lingustico e cultural, pode com o recurso criao de blogs,assumir uma nova forma, mais permanente, mais entre diferentes turmas deuma ou mais escolas um debate sobre uma determinada temtica em que cadagrupo (ou turma ou escola) ter de participar no debate procurando apresentaros seus argumentos do ponto de vista da personagem ou entidade que foi

    chamado a representar (www.crossing-the-borders.blogspot.com). Este tipo deactividade tem grande potencial educativo, no s pela necessidade dedesenvolver competncias de pesquisa de informao e de domnio dacomunicao escrita mas tambm pode contribuir para o desenvolvimento de umesprito de maior tolerncia e abertura a pontos de vista diferentes (Coutinho eRocha, 2007). A utilizao de blogs como espao de integrao, refere-se construo de um blog colectivo em que todos so chamados a colaborarapresentando as suas perspectivas, experincias e realidades culturais pode seruma forma de promover a compreenso mtua e facilitar a integrao dos alunospertencentes a minorias tnicas e/ou culturais.

    Em Portugal a utilizao educativa dos blogs tem sido alvo do interessecrescente dos investigadores portugueses. Numa meta-anlise realizada aestudos e investigaes sobre a temtica da Web 2.0, Coutinho (2008)inventariou um total de 31 estudos sobre blogs na sua maioria de tipo emprico,ou seja, estudos em que o investigador recolhe dados no terreno para avaliar oimpacto da ferramenta em contexto educativo. Em relao aos resultadosobtidos nestes estudos a autora reala como mais relevantes: a) o blog umaptima ferramenta para a gesto do conhecimento em comunidade; b) para acriao de portfolios individuais ou de grupo; c) para desenvolver estratgias deaprendizagem cooperativa/colaborativa; d) para auxiliar as aulas presenciais, e)para facilitar a auto percepo do aluno sobre o seu processo de aprendizagem,e ainda, f) para fomentar a comunicao professor/aluno e aluno/aluno paraalm do espao de sala de aula.

    2.2.1.2. Wikis

    Um wiki tambm uma ferramenta que surgiu com o aparecimento da novagerao da web. Trata-se de um stio (site) na web, ou de um servio de umaplataforma como a Moodle, que se destina ao trabalho colectivo de um grupo deautores podendo ser editado directamente desde um navegador como o internetexplorer ou qualquer outro; a sua estrutura lgica muito semelhante de umblog, mas com a funcionalidade acrescida de que qualquer um dos seusutilizadores pode juntar, editar e apagar contedos ainda que estes tenham sidocriados por outros (Bottentuit e Coutinho, 2008a). O wiki possibilita o desafio doque a produo colaborativa online(Tonke, 2005).

    A utilizao educativa mais difundida dos wikis designada na literatura porwiks interclase e consiste na criao de um repositrio ou base de conhecimentocolaborativa desenvolvida por um grupo de estudantes que frequentam umamesma disciplina ou curso (Santamaria e Abraira, 2006). O wiki pode serutilizado para que os estudantes desenvolvam um projecto em pequenos grupos,trabalhem uma parte de um projecto colectivo da turma ou mesmo para que osestudantes criem e mantenham o stio web de uma disciplina ou curso. Numasntese do pensamento de diversos autores, Bottentuit Junior e Coutinho (2008a)apontam as seguintes potencialidades da utilizao de wikis em contexto

    pedaggico: Interagir e colaborar dinamicamente com os alunos;

  • 7/25/2019 Artigo Sobre Internet e Educao

    12/20

    Revista de Formacin e Innovacin Educativa Universitaria. Vol.

    3, N 4, 206-225 (2010)

    217

    Trocar ideias, criar aplicaes, propor linhas de trabalho paradeterminados objectivos;

    Recriar ou fazer glossrios, dicionrios, livros de texto, manuais,repositrios de aula, etc;

    Ver todo o historial de modificaes, permitindo ao professor avaliar aevoluo registada;

    Gerar estruturas de conhecimento partilhado, colaborativo que potencia acriao de comunidades de aprendizagem;

    Integrao dentro dos edublogs porque ainda que distintos em termos deconcepo podem ser integrados de forma complementar.

    Em termos de investigao so escassos os estudos reportados que analisamo potencial da ferramenta wiki. Na sntese atrs referida, Coutinho (2008)reporta dois surveys envolvendo a utilizao do wiki em contexto de sala de aula.Um dos estudos envolveu uma turma de alunos de licenciatura em ensino queusaram o blog e o wiki no contexto de uma disciplina de prticas pedaggicas(Coutinho e Bottentuit Junior, 2007a); o outro teve como objectivo avaliar umaexperincia pedaggica com um grupo de professores que, num curso de ps-graduao, construiu colaborativamente um wiki para repositrio de informaona disciplina de Mtodos de investigao em educao. Em ambos os estudos, osresultados obtidos nas respostas aos questionrios e entrevistas realizados nofinal das experincias, atestam a favor do potencial da ferramenta wiki para odesenvolvimento de trabalhos que envolvam a escrita colaborativa e aaprendizagem por projectos (Coutinho e Bottentuit Junior, 2007b).

    2.2.1.3. Podcast

    O podcast uma das mais recentes e promissoras ferramentas da novagerao Web 2.0. De acordo com Bottentuit Junior e Coutinho (2008b), opodcast um processo meditico que emerge a partir da publicao de arquivosudio na web. Os mesmos autores, citando Moura e Carvalho (2006), referemainda que o termo podcast surgiu em 1994 pela mo de Adam Curry, quedescreveu a tecnologia como sendo a possibilidade de descarregar contedosudio das pginas web.

    Mas que de que forma pode o podcast ser til em contexto educativo?Bottentuit Junior e Coutinho (2007b) salientam que o podcast pode ser muito tilao servio do processo de ensino e aprendizagem tanto na modalidade adistncia (e-learning) ou como no complemento ao ensino presencial (b-learning). Esta ferramenta permite ao professor disponibilizar materiaisdidcticos como aulas, documentrios e entrevistas em formato udio quepodem ser ouvidos pelos estudantes a qualquer hora do dia e em qualquerespao geogrfico. O estudante pode aceder informao disponibilizada peloprofessor e descarreg-la para o seu dispositivo mvel, utiliz-la onde e quandoquiser e ainda interagir com o professor sob a forma de comentrios deixados noaplicativo.

    Bottentuit Junior e Coutinho (2008b) referem as seguintes caractersticas emodos de uso do podcast em educao:

    Permite a utilizao de textos, imagens, udio, vdeo e hipertexto;

    de fcil utilizao, no exigindo grandes conhecimentos de informtica;

  • 7/25/2019 Artigo Sobre Internet e Educao

    13/20

    Revista de Formacin e Innovacin Educativa Universitaria. Vol.

    3, N 4, 206-225 (2010)

    218

    Possui grande variedade e tipos de servidores que o disponibilizam deforma gratuita atravs da web;

    A sua organizao tambm feita por meio de posts que podem serproduzidos de forma individual ou colectiva;

    Permitem o acesso de forma livre ou mediante registo ao contedopublicado;

    Permitem que os utilizadores recebam as actualizaes por meio de feedsdo RSS (Real Simple Syndication);

    A utilizao do podcast pode ser feita de duas formas: em interaco directaatravs da internet, ou seja, o utilizador escuta os episdios directamente nocomputador; uma outra forma de utilizar o podcast atravs dodescarregamento dos ficheiros para os dispositivos de reproduo digital deudio mais conhecidos como ipods, mp3 players, mp4, etc. Esta ltimamodalidade apresenta um enorme apportpara a aprendizagem porque o aluno

    pode executar os ficheiros descarregados as vezes que quiser, sem necessidadede ter uma conexo internet, alm de o poder fazer em qualquer situao doseu dia-a-dia, ou seja, ao dirigir-se para a escola, durante a prtica de umdesporto, no seu local de trabalho ou em qualquer outra situao do quotidiano.

    O podcast tambm uma ferramenta que potencia a aprendizagemcolaborativa. Os podcasts podem ser realizados em grupo e a investigaomostra que a aprendizagem colaborativa tem vantagens sobre a individualizada.Reportada na literatura tambm o seu potencial para o processo de ensino eaprendizagem das lnguas (Moura e Carvalho, 2006). Mas h ainda outrasvantagens que Bottentuit Junior e Coutinho (2007b, 2008b, 2008c)sistematizam:

    O maior interesse na aprendizagem dos contedos devido a uma novamodalidade de ensino introduzida na sala de aula;

    um recurso que ajuda nos diferentes ritmos de aprendizagem dos alunosvisto que os mesmos podem escutar inmeras vezes um mesmo episdio a fimde melhor compreenderem o contedo abordado;

    A possibilidade da aprendizagem tanto dentro como fora da escola;

    Se os alunos forem estimulados a gravar episdios aprendem muito mais,pois tero maior preocupao em preparar um bom texto e disponibilizar ummaterial correcto e coerente para os colegas;

    Falar e ouvir constitui uma actividade de aprendizagem muito maissignificativa do que o simples acto de ler.

    Em termos de investigao, so ainda escassos os estudos reportados nonosso pas sobre as potencialidades educativas dos podcast (Coutinho 2008). Naopinio de Moura e Carvalho (2006), o podcast parece funcionar bem com alunosmotivados, que detenham competncias a nvel tecnolgico e ainda quando opropsito que determinou a sua concepo vai de encontro s necessidades dosalunos. Num outro estudo, recentemente publicado, Carvalho (2008) analisa autilizao do podcast no ensino universitrio; os resultados permitem verificaruma aceitao do podcast por parte dos alunos, que valorizam a sensao de

    proximidade que lhes dada pelo facto de escutarem a voz do professor,preferindo a grande maioria o formato udio verso escrita do contedo.

  • 7/25/2019 Artigo Sobre Internet e Educao

    14/20

    Revista de Formacin e Innovacin Educativa Universitaria. Vol.

    3, N 4, 206-225 (2010)

    219

    2.2.1.4. Outras ferramentas Web 2.0

    Menos conhecida mas igualmente interessante para explorar e utilizar emcontexto educativo a ferramenta Google Calendar. Trata-se de um servio deagenda e calendrio online oferecido de forma gratuita pela empresa Google.

    Disponvel numa interface web, permite adicionar, controlar eventos,compromissos, compartilhar a programao com outras pessoas, agregar suadiversas agendas pblicas, entre muitas outras funcionalidades. Esta ferramentapoder servir em actividades educativas para agendar os diversos encontrospresenciais ou a distncia, bem como para o envio de avisos via mensagens sms(short message service) quando os eventos estiverem prximos de acontecer,ficando desta forma todos os intervenientes informados do nmero defaltas/presenas registados; da mesma forma, ser possvel diminuirsignificativamente o esquecimento nas datas de envio de trabalhos por parte dosalunos.

    O Docs & Spreadsheets tambm uma ferramenta do Google que permite

    aos alunos editarem textos, criarem folhas de clculo e apresentaeselectrnicas sem a necessidade de terem instalados no seu computador o Word,o Excel ou o PowerPoint. Um dos recursos mais peculiares a portabilidade dedocumentos, ou seja, permite a edio do mesmo documento por mais de umusurio, bem como o recurso para publicao directa em blog. Esta ferramentapoder ser utilizada para que os alunos trabalhem de forma colaborativa,permitindo ou restringindo o acesso da edio dos documentos por parte dosalunos do grupo.

    O Google Sites (que veio recentemente substituir o GooglePages) tambmpertencente ao Google, uma ferramenta que permite aos alunos a criao depginas online mesmo que tenham poucos conhecimentos de informtica. Osistema assemelha-se muito a um editor de textos e, por isso mesmo, de formarpida e simples os alunos podem construir sites ou portflios digitais que podemservir como repositrios dos materiais desenvolvidos durante um curso oudisciplina.

    O De.lici.ous uma ferramenta que permite a criao de uma coleco delinks na web, muito parecido com os favoritos de um browser, com a vantagemde ser onlinee poder ser compartilhado com todos os colegas da turma. Outradas vantagens associadas a esta ferramenta, que a mesma informa outraspessoas que utilizaram a mesma hiperligao, bem como as tags que organizamos links o que torna a busca por assuntos muito mais fcil. Num sistema de

    tutoria, este sistema poder ser til para a criao de uma biblioteca de linksrelacionados com os contedos didcticos das diferentes disciplinas.

    O Messenger, Skype, Google Talkso tambm programas muito funcionaisque permitem a troca de dados (voz, imagem, texto) em tempo real com rapideze a custo reduzido. Podem ser usados com sucesso em muitssimos contextoseducativos em particular na formao a distncia como sistemas de suporte amodelos de tutria online(Bottentuit Junior e Coutinho, 2008c).

    3. Tecnologias na escola: utopia ou realidade?

    Vivemos na sociedade da informao, do conhecimento e da

    aprendizagem (Pozo, 2002). O mundo actual altamente tecnolgico ecompetitivo exigindo que os cidados sejam capazes de aprender de forma

  • 7/25/2019 Artigo Sobre Internet e Educao

    15/20

    Revista de Formacin e Innovacin Educativa Universitaria. Vol.

    3, N 4, 206-225 (2010)

    220

    autnoma, ao longo da vida, em diferentes contextos de educao formal, noformal e informal (Bottentuit Junior e Coutinho, 2007a). Tendo como pano defundo esta realidade, desenvolvemos uma reviso de literatura com o objectivode encontrar respostas para duas questes a referir: Qual o potencial educativoda internet? Como est a escola a adaptar-se aos novos cenrios de educao e

    aprendizagem na web?Relativamente primeira das questes formuladas, e de acordo com a

    interpretao que fazemos reviso bibliogrfica realizada, consideramos que aresposta inequvoca: a utilizao educativa das TIC em geral, e dos servios dainternet em particular, pode funcionar como factor catalisador de mudanasfundamentais nos processos de ensino e aprendizagem, viabilizando novasformas de aprender em contextos diversificados (reais ou virtuais) deaprendizagem. Os resultados de diversos estudos realizados nos ltimos anospermitem mesmo inferir de uma relao entre o uso da tecnologia e a utilizaode modelos de ensino mais centrados no aluno, capazes de criar nos estudantesexpectativas acrescidas relativamente aos seus desempenhos a par de umamaior motivao para a aprendizagem (Means e Golan, 1998; Cox et al., 2002).

    Relativamente segunda questo, a resposta no assim to simples nemlinear porque haver que distinguir aquilo que so as intenes e o que arealidade. Relativamente a intenes, sabemos que o governo portugus lanourecentemente o Plano Tecnolgico da Educao que se insere num vastoprograma europeu concretizado na "Estratgia de Lisboa" e no programa"Educao e Formao 2010", e que tem por objectivo posicionar Portugal, at2010, entre os cinco pases europeus mais avanados ao nvel da modernizaotecnolgica do seu sistema educativo. Mas se no h dvidas quanto apropsitos, tudo parece mudar quando passamos a analisar aquilo que a

    realidade. Nesse sentido, o que verificamos em relao utilizao educativa dasTIC e da internet nas escolas portuguesas, uma preocupao excessiva dasentidades oficiais com a aquisio de equipamentos e proliferao de programasde formao de professores onde se privilegia a vertente tcnica do domnio dasTIC em detrimento da sua utilizao pedaggica nos diferentes nveis emodalidades de ensino e formao (Brito et al., 2004). A preparao dosprofessores para utilizar as TIC no tem sido uma prioridade educativa namesma proporo do equipamento das escolas com infra-estruturas informticas,deixando transparecer a ideia errada de que a introduo do computador e dainternet podem resolver muitos dos problemas do ensino e da aprendizagem(Alves, 2008; Piano, 2007).

    Sabe-se hoje que so ainda poucas as escolas portuguesas que tmconseguido vivenciar prticas inovadoras capazes de ampliar os espaos deaprendizagem para alm da sala de aula formal, eliminando as barreiras dotempo e do espao, criando e desenvolvendo verdadeiras comunidades deaprendizagem. Acreditamos firmemente que o ensino baseado na web umaforma de renovar as prticas lectivas e que constitui um desafio tanto para osalunos como para os professores. As ferramentas da nova gerao da web queapresentmos ao longo do texto e que j esto a ser usadas em escolasportuguesas por professores que acreditam nas suas potencialidades educativasso disso exemplo. No faz pois sentido continuar a ignorar o potencial educativoda internet, pelo contrrio teremos de ser todos quantos queremos mais e

    melhor Educao a explorar a diversidade de oportunidades que tem paraoferecer e que importa investigar.

  • 7/25/2019 Artigo Sobre Internet e Educao

    16/20

    Revista de Formacin e Innovacin Educativa Universitaria. Vol.

    3, N 4, 206-225 (2010)

    221

    Referncias

    Abijit, C. e Kuilboer, J. P. (2002). E-Business and e-Commerce Infrastructure.McGraw-Hill.

    Alexander, B. (2006). Web 2.0: A new wave of innovation for teaching and

    learning? Educause Review, 41(2), 3244.Alves, M. (2008). O Computador e a Internet como instrumentos pedaggicos:

    estudo exploratrio com professores do 2 e 3 ciclo do ensino bsico e doensino secundrio de escolas do concelho de Vila Verde.Tese de Mestrado emEducao (policopiado). Braga: Universidade do Minho.

    Baptista, M. (2005). Impacto da Internet no Desenvolvimento deCompetncias Gerais. Dissertao de Mestrado (no publicado). Universidade deAveiro.

    Bartolom, A. (2005). Sociedad de la informacin y cambio educativo. In P.Dias e C. V. Freitas (Orgs.)Actas da Conferncia Internacional Challenges 2005(17-44).Braga: Centro de Competncias Nnio XXI, Universidade do Minho.

    Bottentuit Junior, J. e Coutinho, C. P. (2008a). Wikis em Educao:potencialidades e contextos de utilizao. In Ana A. Carvalho (Org.), Actas doEncontro sobre Web 2.0(pp. 336-341). Braga: CIED.

    Bottentuit Junior, J. e Coutinho, C. P. (2008b). Quality Indicators for theProduction and Assessment of Podcasts Episodes. In A. Fermoso Garcia e A.Pedrero Esteban (Eds.), SPDECE 08: Actas del V Simposio Pluridisciplinar sobreDiseo y Evaluacin de Contenidos Educativos Reutilizables, s/p.

    Bottentuit Junior, J. e Coutinho, C. P. (2008c). As Ferramentas da Web 2.0 no

    apoio Tutoria na Formao em E-learning.XVI Colquio Afirse/AIPELF 2008 (noprelo).

    Bottentuit Junior, J. e Coutinho, C. P. Alexandre, D. S. (2006).Desenvolvimento, Avaliao e Metodologia de Utilizao para uma WebQuest narea de Cincias da Natureza. In A. A. Carvalho (Org.), Actas do Encontro sobreWebQuest (pp. 168-172).Braga: Edies CIEd.

    Bottentuit Junior, J. e Coutinho, C. P. (2007a). A Educao a Distncia para aFormao ao Longo da Vida na Sociedade do Conhecimento. In A. Barca, M.Peralbo, A. Porto, B. D. Silva, e L. Almeida (Eds.), Actas do IX CongressoInternacional Galego Portugus de Psicopedagogia (pp. 613-623). Setembro,Universidade da Corua. A Corua.

    Bottentuit Junior, J. e Coutinho, C. P. (2007b). Podcast em Educao: umcontributo para o estado da arte. In A. Barca, M. Peralbo, A. Porto, B. D. Silva, eL. Almeida (Eds.), Actas do IX Congresso Internacional Galego Portugus dePsicopedagogia (pp. 837-846). Setembro, Universidade da Corua. A Corua.

    Bransford, J., Brown, A. e Cocking, R. (2000). How People Learn: Brain, Mind,Experience, and School Committee on Developments in the Science of Learning.Disponvel em http://www.newhorizons.org/neuro/neu_review_bransford.htm

    Brescia, W. e Miller, M. (2006). What`s it worth? The Perceived Benefits ofInstructional Blogging. Electronic Journal for the Integration of Technology in

    Education, 5, 44-52. Disponvel em http://ejite.isu.edu/Volume5/Brescia.pdf andviewed in 12/05/2007.

  • 7/25/2019 Artigo Sobre Internet e Educao

    17/20

    Revista de Formacin e Innovacin Educativa Universitaria. Vol.

    3, N 4, 206-225 (2010)

    222

    Brito, C., Duarte, J. e Baa, M. (2004). As tecnologias de informao naformao contnua de professores. Uma nova leitura da realidade. Lisboa:Editorial do Ministrio da Educao.

    Campos, F., Vilela, P. e Santos, N. (2006). Sites de educao a distncia: da

    teoria prtica. Poster apresentado no V Congresso Iberoamericano deInformtica Educativa. Disponvel emhttp://lsm.dei.uc.pt/ribie/docfiles/txt200372923932Sites%20de%20educa%C3%A7%C3%A3 o%20a%20dist%C3%A2ncia.pdf

    Carvalho, A. A. (2008). Os Podcasts no Ensino Universitrio: Implicaes dosTipos e da Durao na Aceitao dos Alunos. In A. A. Carvalho (Org.), Actas doEncontro sobre Web 2.0 (pp. 170-190). Braga: Universidade do Minho.

    Castells, M. (2002). A Sociedade em Rede. Lisboa: Fundao CalousteGulbenkian.

    Castells, M. (2004). A Galxia da Internet. Lisboa: Fundao Calouste

    Gulbenkian.Charnitski, C. e Croop, F. (2000). Examining the Feasibility of Using Computer

    Supported Collaborative Work-Space in Pre-Service Mathematics Methods: AVygotskian Perspective. In C. Crawford et al. (Eds.), Proceedings of Society forInformation Technology and Teacher Education International Conference 2000.Chesapeake, VA: AACE. 1015-1020.

    Coutinho, C. P. e Bottentuit Junior, J. B. (2007a). Blog e Wiki: os futurosprofessores e as ferramentas da Web 2.0. In M. J. Marcelino e M. J. Silva (Org.),Actas do IX Simpsio Internacional de Informtica Educativa (SIIE 2007) (pp.199-204). Porto: ESE-IPP.

    Coutinho, C. P. e Bottentuit Junior, J. B. (2007b). Collaborative Learning UsingWiki: A Pilot Study With Master Students In Educational Technology In Portugal.Proceedings of World Conference on Educational Multimedia, Hypermedia eTelecommunications (ED-MEDIA).Vancouver, Canada.

    Coutinho, C. P. e Bottentuit, J. B. (2007c). M-Learning e Webquests: as novastecnologias como recurso pedaggico. Disponvel emhttp://repositorium.sdum.uminho.pt/dspace/bitstream/1822/6454/1/SIIE%20Webquests%20Final.pdf

    Coutinho, C. P. (2006). Utilizao de blogues na formao inicial deprofessores: um estudo exploratrio. In PANIZO et al.(Eds.), Proceedings of the

    8th International Symposium in Computers in Education,2, 157-164.Coutinho, C. P. (2007a). Cooperative Learning in Higher Education using

    Weblogs: a study with undergraduate students of Education in Portugal. In A.Tremante et al. (Eds.), Proceedings of International Conference on Education andInformation Systems, Technologies and Applicattions, EISTA, 2007, Vol. I,Orlando, EUA.

    Coutinho, C. P. (2007b). Infusing technology in pre service teacher educationprograms in Portugal: a study with weblogs. In R. Craslen et al. (Eds.),Proceedings of the 18th International Conference of the Society for InformationTechnology & Teacher Education, SITE 2007 (pp. 2027-2034). Chesapeake, VA:

    AACE.

  • 7/25/2019 Artigo Sobre Internet e Educao

    18/20

    Revista de Formacin e Innovacin Educativa Universitaria. Vol.

    3, N 4, 206-225 (2010)

    223

    Coutinho, C. P. (2008). Web 2.0: uma reviso de estudos e investigaes. InA. A. Carvalho (Org.), Actas do Encontro sobre Web 2.0 (pp. 72-87). Braga:CIED.

    Coutinho, C. P. e Bottentuit Junior, J. B. (2008). Web 2.0 in Portuguese

    Academic Community: An Exploratory Survey. In K. McFerrin, R. Weber, R.Carslen e A. Willis (Eds.), Proceedings of the 19th International Conference ofthe Society for Information Technology & Teacher Education, (SITE 2008), pp.1992-1999.

    Coutinho, C. P. e Rocha, C. (2007). The E-Twinning Project: a study with 9thGrade Portuguese Students. Proceedings of International Conference onEducation and Information Systems, Technologies and Applications, EISTA, VolII, 2007, pp. 84-88. Orlando: FL, EUA.

    Cox, M., Abbott, C., Webb, M., Blakeley, B., Beauchamp, T. e Rhodes, V.(2003). ICT and Attainment A Review of the Research Literature. BritishEducational Communications and Technology Agency Department for Educationand Skills Disponvel emhttp://publications.teachernet.gov.uk/eOrderingDownload/DfES-0792-2003.pdf

    Cruz, I. (2006).A WebQuest na sala de aula de Matemtica: um estudo sobrea aprendizagem dos Lugares Geomtricos por alunos do 8 ano. Tese deMestrado. Braga: Instituto de Educao e Psicologia, Universidade do Minho.

    Cruz, S. e Carvalho, A. A. (2005). Uma Aventura na Web com Tutankhamon.InActas do VII Simpsio Internacional de Informtica Educativa. Leiria.

    DEa, T. (1998). NetAprendizagem A Internet na Educao. Porto: PortoEditora.

    Dias, P. (1999). Web-based Learning Communities. In P. Dias e C. Varela deFreitas (Orgs.),Actas da Conferncia Internacional Challengs99 (pp. 163-172).Braga: Centro de Competncias Nnio XXI, Universidade do Minho.

    Dodge, B. (1995). WebQuests: A Technique for Internet BasedLearning. TheDistance Educator, 1 (2).

    Du, H. S. e Wagner, C. (2005). Learning with weblogs: an empiricalinvestigation. In Proceedings of the 38th Hawaii International Conference onSystems Sciences. Disponivel emhttp://csdl2.computer.org/comp/proceedings/hicss/2005/2268/01/22680007b.pdf.

    Gomes, M. J. (2004). Educao a Distncia: um estudo de caso sobre aformao de professores via Internet. Tese de Mestrado (policopiado). Braga:CIEd: Universidade do Minho.

    Gomes, M. J. (2005). Blogs: um recurso e uma estratgia educativa. In VIIInternational Symposium on Computers in Education, SIIE (pp. 305-311).

    Guerra, M. S. (2001).A Escola que Aprende. Porto: Edies Asa.

    Guimares, D. (2005).A WebQuest no Ensino de Matemtica: aprendizagem ereaces dos alunos do 8 ano de escolaridade. Tese de Mestrado. Braga:Instituto de Educao e Psicologia, Braga.

    Harasim, L. Hiltz, S. R., Turoff, M. e Teles, L. (2000). Redes de Aprendizaje.Editorial Gedisa. Barcelona.

  • 7/25/2019 Artigo Sobre Internet e Educao

    19/20

    Revista de Formacin e Innovacin Educativa Universitaria. Vol.

    3, N 4, 206-225 (2010)

    224

    Jonassen, D. H. (2007). Computadores, Ferramentas Cognitivas - Desenvolvero pensamento crtico nas escolas.Porto: Porto Editora.

    Lvy, P. (2000). Cibercultura Relatrio para o conselho da Europa no quadrodo projecto Novas tecnologias: cooperao cultural e comunicao. Lisboa:

    Instituto Piaget.Machado, J. (2006). Os computadores na facilitao da aprendizagem: estudo

    tomando o conceito de funo. Dissertao de Doutoramento. Braga:Universidade do Minho.

    Martindale, T. e Wiley, D. (2005). Using Weblogs in Scholarship and teaching.Techtrends, 49(2), 55-61.

    Means, B. e Golan, S. (1998). Transforming Teaching and Learning withMultimedia Technology. Challenge 2000 Program. San Mateo County Office ofEducation and the U.S. Department of Education. Disponvel emhttp://pblmm.k12.ca.us/News/Challenge2K.pdf

    Miranda, L. e Dias, P. (2003). Ambientes de comunicao sncrona na webcomo recurso de apoio aprendizagem de alunos do ensino superior. In P. Dias eC. V. Freitas. (Orgs.),Actas da Conferncia Internacional Challenges 2003,(pp.239-250). Braga: Centro de Competncia Nnio XXI. Universidade do Minho.

    Morais, C., Miranda, L., Dias, P. e Almeida, C. (2003). A Internet nodesenvolvimento de competncias: projecto de acompanhamento do usoeducativo da Internet nas escolas do distrito de Braga. In P. Dias e C. V. Freitas(Orgs.), Actas da Conferncia Internacional Challenges 2003. Braga: Centro deCompetncia Nnio XXI. Universidade do Minho.

    Moran, J. (2005). A Pedagogia e a Didctica da Educao On-line. In R. Silva e

    A. Silva (Org.), Educao, Aprendizagem e Tecnologia Um Paradgma paraProfessores do Sculo XXI (pp. 67-94). Lisboa: Edies Slabo.

    Moura, A. e Carvalho, A. A. (2006). Podcast: Potencialidades na Educao.Revista Prisma.com, 3, 88-110.

    Neto, C. (2006). O Papel da Internet no processo de construo doconhecimento: uma perspectiva crtica sobre a relao dos alunos do 3 Ciclocom a Internet.Dissertao de Mestrado (policopiado). Braga: Universidade doMinho.

    Oravec, J. A. (2003). Blending by Blogging: blogs in blended learninginitiatives.Journal of Educational Media, 28 (2-3), 225-233.

    O'Reilly, T. (2005). What Is Web 2.0: Design Patterns and Business Models forthe Next Generation of Software. Disponvel emhttp://oreillynet.com/pub/a/oreilly/tim/news/2005/09/30/what-is-web-20.html.

    Piano, A. R. (2007). Vinte anos de investigao sobre Tecnologias Educativasem Portugal: uma sistematizao da investigao desenvolvida entre 1985 e2005. Tese de Mestrado (policopiado). Faculdade de Psicologia e Cincias daEducao. Universidade de Lisboa, Portugal.

    Ponte, J., Varandas, J. e Oliveira, H. (1999a). A Internet na Formao deProfessores. Actas do Profmat 99 Lisboa: APM (pp. 51-58). Consultado a

    07/10/2007 em http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/jponte/docs-pt/99-Varandas-etc(ProfMat-ICM).doc

  • 7/25/2019 Artigo Sobre Internet e Educao

    20/20

    Revista de Formacin e Innovacin Educativa Universitaria. Vol.

    3, N 4, 206-225 (2010)

    Pozo, J. I. (2002). Aprendizes e mestres: a nova cultura da aprendizagem.Porto Alegre: Artmed, 2002.

    Quadros, L. (2005). A utilizao de uma WebQuest no desenvolvimento dopensamento crtico e criativo na disciplina de Matemtica. Tese de Mestrado

    (policopiado). Faculdade de Psicologia e Cincias da Educao da Universidade deLisboa.

    Richardson, W. (2006). Blogs, Wikis, Podcast and other powerful Web tools forclassrooms. Thousand Oaks, CA: Corwin Press.

    Ringstaff, C. e Kelley, L. (2002). The Learning Return On Our EducationalTechnology Investment. A Review of Findings from Research. Disponvel emhttp://www.wested.org/online_pubs/learning_return.pdf.

    Santamaria, F. G. e Abraira, C. F. (2006). Wikis: posibilidades para elaprendizaje colaborativo em Educacion Superior. In L. Panizo et al. (Eds.),Proceedings of the 8th International Symposium on Computers in Education.Vol.

    2, pp. 371-378.Silva, B. (2002). A globalizao da educao: da escrita s comunidades de

    aprendizagem. In O particular e o global no virar do milnio, Cruzar Saberes emEducao. Actas do 5 Congresso da Sociedade Portuguesa de Cincias daEducao (pp. 779-788). Porto: Sociedade Portuguesa da Cincias de Educao.

    Silva, M. (2002). Sala de aula interactiva. Rio de Janeiro: Quartet.

    Silva, R. (2005). Gesto da Aprendizagem e do Conhecimento. In R. Silva e A.Silva (Orgs.), Educao, Aprendizagem e Tecnologia Um Paradigma paraProfessores do Sculo XXI(pp. 41-66). Lisboa: Edies Slabo.

    Souza, R. (2005). Uma Proposta Construtiva para a Utilizao de Tecnologiasna Educao. In R. Silva e A. Silva (Org.), Educao, Aprendizagem e Tecnologia Um Paradgma para Professores do Sculo XXI (pp.121-138). Lisboa: EdiesSlabo.

    Tonke, E. (2005). Making the case for a Wiki. Ariadne. Disponvel emwww.ariadne.ac.uk/issue42/tonkin.

    Vieira, M. (2005). Educao e Sociedade da Informao: uma perspectivacrtica sobre as TIC num contexto escolar.Dissertao de Mestrado (policopiado).Braga: Universidade do Minho.

    Viseu, F. e Carvalho, A. (2003). Percepes dos alunos de Licenciatura de

    Matemtica. Disponvel emhttp://www.nonio.uminho.pt/challenges/05comunicacoes/Tema7/07FlorianoViseu.pdf

    Weston, J. H. (2000). Using WebCT to deliver a finite mathematica course topreservice teachers. In M. Connel (Ed.), Collected Papers on Mathematics.Society for Information Technology & Teacher Education InternationalConference: Proceedings of SITE 2000. California: San Diego.

    Xavier, T. (2006).Anlise de Webquests dos 2 e 3 Ciclos do Ensino Bsico:Um Estudo Exploratrio na Disciplina de Matemtica. Dissertao de Mestrado(policopiado). Braga: Universidade do Minho.