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1 O MUSEU DO VAQUEIRO COMO POTENCIAL TURÍSTICO PARA O MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DE MIPIBU/RN. 1 Timuza Emanuele de Souza Lima 2 Maria Stella Galvão Santos 3 RESUMO O presente artigo trata da possibilidade de desenvolvimento do turismo cultural no Município potiguar de São José do Mipibu. O principal objetivo do trabalho é, portanto, identificar as principais potencialidades turísticas da localidade, dando ênfase ao Museu do Vaqueiro. Constitui objetivo secundário a sugestão de ações que possibilitem o fortalecimento da relação entre a atividade turística e a valorização e a preservação do patrimônio cultural material naquela região. A partir das pesquisas realizadas, compreendeu-se que o turismo cultural pode ser reconhecido não só como dimensão e possibilidade de desenvolvimento, mas também como processo transversal estruturante de uma localidade. Palavras-chave: Turismo cultural, Desenvolvimento sustentável, Potencial turístico. 1 Artigo apresentado ao Programa de Pós Graduação da Universidade Potiguar – UNP. 2 Pós graduanda em Produção Cultural pela Universidade Potiguar – [email protected] 3 Orientadora. Doutoranda em Educação pela UFRN – stellag@uol.com.br

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Turismo x Diversidade cultural

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O MUSEU DO VAQUEIRO COMO POTENCIAL TURÍSTICO PARA O

MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DE MIPIBU/RN.1

Timuza Emanuele de Souza Lima2

Maria Stella Galvão Santos 3

RESUMO

O presente artigo trata da possibilidade de desenvolvimento do turismo cultural no

Município potiguar de São José do Mipibu. O principal objetivo do trabalho é, portanto,

identificar as principais potencialidades turísticas da localidade, dando ênfase ao Museu do

Vaqueiro. Constitui objetivo secundário a sugestão de ações que possibilitem o fortalecimento

da relação entre a atividade turística e a valorização e a preservação do patrimônio cultural

material naquela região. A partir das pesquisas realizadas, compreendeu-se que o turismo

cultural pode ser reconhecido não só como dimensão e possibilidade de desenvolvimento, mas

também como processo transversal estruturante de uma localidade.

Palavras-chave: Turismo cultural, Desenvolvimento sustentável, Potencial turístico.

THE COWBOY MUSEUM AS TOURIST POTENTIAL FOR MUNICIPALITY OF SÃO

JOSE DE MIPIBU/RN

ABSTRACT

This article deals with the cultural tourism development potential in the Natal city of São José

do Mipibu. The main objective is therefore to identify the major tourist potentials of the

locality, emphasizing the Cowboy Museum. A secondary objective is the suggestion of

actions that enable the strengthening of the relationship between tourism and the recovery and

preservation of cultural heritage materials in the region. From the effect research, it was

1 Artigo apresentado ao Programa de Pós Graduação da Universidade Potiguar – UNP.2 Pós graduanda em Produção Cultural pela Universidade Potiguar – [email protected] Orientadora. Doutoranda em Educação pela UFRN – [email protected]

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understood that cultural tourism can be recognized not only as a dimension and as a

possibility for development, but also as a structural cross process from one location.

Keywords: Cultural tourism, Sustainable development, Tourism potential.

1 INTRODUÇÃO

O patrimônio cultural de uma região é um dos fatores de motivação para deslocamento

dos turistas, representando um recurso turístico que, se bem planejado e administrado, torna-

se valioso. No Brasil, o aumento da demanda no segmento do turismo cultural deve-se, entre

outros motivos, à crescente necessidade de conhecimento da identidade do povo brasileiro,

assim como por um maior interesse aos assuntos relacionados à questão cultural.

Por sua vez, o turismo é uma atividade de várias dimensões que, quando devidamente

exploradas, podem trazer benefícios em diversos âmbitos, envolvendo tanto os turistas,

quanto os residentes de uma localidade. Desse modo, o patrimônio cultural constitui recursos

passíveis de serem utilizados como ferramenta de desenvolvimento atrelada ao turismo.

A questão cultural tem ganhado uma visibilidade considerável dentro de vários

segmentos do turismo, por representar a história, o modo de vida, os usos e costumes de

determinada comunidade, assim como a arquitetura, as artes, entre outros aspectos da vida das

sociedades. Apresenta, ainda, a herança histórico-cultural, social, política e religiosa de uma

sociedade.

O Brasil, embora tenha um grande potencial turístico em termos de recursos naturais e

culturais, que são bastante diversificados, ainda tem muitas possibilidades para melhor

trabalhar a atividade turística em cada uma de suas cinco regiões. No caso da região nordeste,

o turismo cultural é uma potencialidade a ser trabalhada, pois seus estados apresentam uma

cultura muito rica, onde podem ser desenvolvidos aspectos materiais e imateriais, o que

envolve, entre outros fatores, festividades, religiosidade, gastronomia, artesanato, costumes e

tradições, além de prédios e monumentos históricos. Observa-se que em todo o Nordeste, o

turismo está atrelado às belezas naturais, especialmente nas atividades voltadas ao turismo de

sol e mar.

Neste contexto, o município de São José de Mipibu, no Rio Grande do Norte, pode ser

trabalhado sob a ótica do desenvolvimento a partir do turismo, à medida que a cidade tem

recursos que podem resultar se bem planejados, em produtos turísticos. Uma vez que o turista

atual tem mostrado um grande interesse em conhecer novas culturas e vivenciar experiências

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inseridas em uma comunidade com costumes diferentes dos seus, o município apresenta um

patrimônio cultural que pode ser trabalhado com este intuito.

A cultura é um dos pontos que favorecem a cidade para que se torne produto turístico,

possui recursos como o Museu do Vaqueiro, idealizado pelo senhor Marcos Lopes, o projeto

arquitetônico do museu traz uma cópia da casa da família do idealizador, construída em 1808,

na fazenda Poço Verde, na Serra do João do Vale, município de Campo Grande/RN. A casa

onde se abriga o museu remonta elementos da arquitetura de uma época dentro do contexto

cultural do vaqueiro, a casa do “senhor” dono das terras.

A cultura apresenta-se como um fator importante para o desenvolvimento da atividade

turística porque expressa a identidade de uma sociedade. Desta forma, é relevante que a

cultura de uma localidade seja preservada por todos, e a melhor forma de preservar é fazer

com que a comunidade aproprie-se do seu patrimônio histórico e cultural de maneira

sustentável como explica Horta (1999, f. 2):

O conhecimento crítico e a apropriação consciente por parte das comunidades e indivíduos do seu “patrimônio” são fatores indispensáveis no processo de preservação sustentável desses bens, assim como no fortalecimento dos sentimentos de identidade e cidadania.

Para que ocorra a apropriação sustentável dos patrimônios, é preciso fazer com que a

comunidade venha a reconhecer e valorizar o que é seu. Essa apropriação pode ser feita

através de um trabalho de educação patrimonial, que é um processo de valorização da cultura

local e que faz transparecer a identidade cultural, trazendo melhoria da qualidade de vida da

comunidade. O trabalho de educação patrimonial tem como objetivo levar todos a um

processo efetivamente ativo de conhecimento, apropriação e valorização da herança cultural

da população. Com este trabalho, a população irá usufruir melhor os bens culturais, gerando a

produção de novos conhecimentos, em um processo contínuo de criação cultural (HORTA,

1999).

2 PATRIMÔNIO CULTURAL E IDENTIDADE

Todo indivíduo, assim como toda e qualquer sociedade, são elementos construtores da

cultura de modo que a cultura vai sendo construída de acordo com os valores, costumes e

vivencias de cada indivíduo ou sociedade. Segundo Gomes (2001) a construção cultural

deriva-se de um conjunto de prática sociais generalizadas em um determinado grupo, no

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entanto a partir dessas práticas este grupo uma imagem de coerência interna, onde se

identificam. O conjunto dessas práticas expressão os valores e sentidos vividos por cada

grupo social e a delimitação das suas diferenças em relação a outros grupos.

Nesse contexto, Dias e Aguiar (2002), referem-se ao conceito de cultura como sendo

resultado de um processo de civilização do indivíduo. De modo a ser transmissível pela

herança cultural, acompanhando idéias, valores, crenças, construções, entre outras formas de

vivencia pertencentes exclusivamente ao ser humano. Do mesmo modo acontece com a

identidade, de acordo com Hall (2005) é algo construído através do tempo, estando sempre

em constante transformação de forma inconsistente. Criando uma variedade de novas

possibilidades e posições de identificação, tornando a identidade ainda, mas posicionais,

políticas e diversificada.

2.1 PATRIMÔNIO CULTURAL: MATÉRIA-PRIMA PARA O DESENVOLVIMENTO DO TURISMO

A palavra patrimônio pode assumir sentidos e significados diversos. O mais comum é

o conjunto de bens que formam a identidade de uma comunidade. Assim, o patrimônio

nacional, por exemplo, é o conjunto de bens que identificam determinado país. A criação de

patrimônios nacionais intensificou-se durante o século XIX, servindo para criar referenciais

comuns a todos que habitam um mesmo território. A partir disso, o patrimônio passou a

constituir uma coleção unificadora que procurava dar base cultural idêntica a todos, embora

os grupos sociais e étnicos presentes em um mesmo território fossem diversos, ou seja,

criando a identidade de um povo (BARRETTO, 2000).

Mas nem sempre foi assim. Este entendimento do significado de patrimônio evoluiu

no decorrer dos séculos. De acordo com Dias (2006), a origem do termo patrimônio é latina, e

está diretamente ligada aos bens familiares. Já na Idade Média, o conceito evoluiu, sendo

associado a algo que é sagrado. A partir do Renascimento, o patrimônio passou a ser visto

com interesse histórico e artístico. Com a Revolução Francesa, os bens e as coleções de arte

dos mais ricos foram confiscados pelo Estado, que os colocou em quatro grandes museus. A

partir deste momento, o patrimônio ganhou uma nova função simbólica de representar as

comunidades, identificando-as como nação. Na modernidade, a palavra recebe um significado

ampliado, passando a identificar um bem ou conjunto de bens naturais e culturais de grande

importância em determinado lugar.

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Segundo Barretto (2000), o patrimônio pode ser dividido em dois grandes grupos:

natural e cultural. O patrimônio natural são as belezas naturais, as riquezas encontradas no

solo, as florestas, as montanhas entre outros. Quanto ao patrimônio cultural, essa definição

vem sendo ampliada à medida que se revisa o entendimento de cultura. Antigamente,

considerava-se como patrimônio cultural apenas os monumentos grandiosos, obras de arte

reconhecidas mundialmente, geralmente associadas às famílias ricas e detentoras do poder na

época. A partir de meados do século XX, esse conceito obteve uma mudança considerável, e o

patrimônio cultural é tido como tudo que envolve a vivência humana, não só os bens

tangíveis, mas também aqueles intangíveis como, por exemplo, a música, a dança e qualquer

tipo de manifestação que caracterize uma determinada comunidade, independente de classes

social.

Inicialmente, para Rodrigues (2001), o patrimônio serve para representar o passado, ou

seja, são elementos que projetam o passado no presente, uma forma de resgate da história de

uma comunidade e/ou nação, testemunhos de experiências vividas em tempos passados de

forma coletiva ou individual. Assim, deve ser preservado e conservado para desempenhar essa

função. Preservar significa proteger, evitar que qualquer dano seja feito e conservar significa

manter, deixa-lo constantemente em perfeito estado para que seja permanente no tempo.

Para proteger o patrimônio, é necessária a criação de políticas de preservação que

podem vir a ser reconhecidas como uma série de medidas compostas por normas, suporte

técnico e a participação da sociedade (MACHADO; DIAS, 2009). De acordo com Barretto

(2000), dentre as políticas de preservação, a medida legal a ser tomada é o tombamento do

patrimônio, o qual consiste em um registro dos bens considerados de grande valor histórico

nas páginas do livro de tombo. Em caso de propriedades privadas, os proprietários deverão

seguir as leis de preservação. Assim, os prédios devem permanecer com os mesmo aspectos e

características principais, não podem ser demolidos e a preservação deve se estender a um

perímetro de 300 metros.

Outra medida a ser tomada é a educação patrimonial com a comunidade local para que

possam conhecer e reconhecer o patrimônio pertencente à localidade, resultando assim na

valorização e apropriação do patrimônio. É possível, ainda, o reaproveitamento de

determinados patrimônios pela iniciativa privada com a finalidade de suprir as necessidades

de lazer, conhecimento histórico e cultural do passado no presente em ambientes

característicos do passado preservando-os.

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2.2 IDENTIDADE CULTURAL

O principal elemento para a formação da identidade cultural, tanto individual quanto

coletiva, é a memória, pois é através dela que os indivíduos podem reconstruir o passado,

permitindo o conhecimento de suas raízes, resgatando a identidade de uma comunidade ou

apenas de um indivíduo. Nesse contexto, a cultura tem um papel primordial para definir as

diversas personalidades, os padrões de conduta e ainda as características próprias de cada

comunidade, formando assim a identidade cultural, que é o sentimento de identificação de um

grupo ou cultura. Todo indivíduo nasce com uma identidade própria. No entanto, a cultura

com a qual o indivíduo identifica-se pode ser ajustada por vários contextos. As construções

das identidades culturais são simbólicas, subjetivas e totalmente flexíveis que se dão em

função de um referente, que podem variar de acordo com as referências do meio onde está

inserido (BARRETTO, 2000).

No entanto, para Machado e Dias (2009), preservar a memória contribui para

construção da identidade cultural, bem como a sobrevivência e perpetuação das tradições,

valores, atitudes e representações que levam em consideração o sentimento de pertencimento

por parte da população de determinada comunidade.

Segundo Barretto (2000), em tempos passados, tinha-se a construção da identidade da

seguinte forma: todo e qualquer indivíduo integrava uma tribo, casta ou grupo de servos.

Esses indivíduos nasciam e morriam tendo certeza de identidade, ou seja, nessa época a

identidade tinha características de ser fixa e imutável. Já na modernidade, as pessoas passam a

ver a identidade como algo flexível, passivo de mudanças, inovações e intervenções,

dependendo dos grupos sociais em que os indivíduos são inseridos. No entanto, na pós-

modernidade a identidade é vista de outro modo, pois a mesma passa por um processo de

fragmentação, o indivíduo pós-moderno passa a ter várias identidades culturais, simultâneas

que reagem a diversos fatores internos e/ou externos, tendo um indivíduo que se comporta de

diversas maneiras dependendo do grupo que esteja inserido no momento.

De acordo com Amaral (2008), uma das formas de fortalecimento da identidade

cultural, é através do turismo de base local que permite a comunidade entrar em um processo

de recuperação da memória coletiva e individual, reconstruindo a história local. Assim a

atividade também abrange os aspectos materiais e imateriais existentes na cultura local,

permitindo que a população se conscientize da importância histórico-cultural da localidade,

formando a identidade local, que para o turismo de base local vem a ser um diferencial de

fundamental importância para o desenvolvimento da atividade.

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Contudo, Barretto (2000) mostra que hoje o mundo está repleto de inovações

temporárias que modificam totalmente o ser que está inserido em determinada comunidade.

As mudanças culturais ou sociais de uma comunidade não devem ser atribuídas, apenas a uma

atividade, como no caso, o turismo. A identidade é tida como uma construção constante. No

entanto para as pessoas a identidade é essencial e deve ser mantida para que esses indivíduos

possam se sentir mais seguros e unidos dentro da comunidade.

3 CULTURA E TURISMO: TRABALHANDO EM PARCERIA

A maneira como os turistas viajam tem evoluído ao longo do tempo, mas mesmo com

essas mudanças a motivação cultural permanecem como uma das principais razões para as

viagens. De acordo com Brasil (2006), o desenvolvimento do turismo cultural em uma região

é necessário à conciliação do fortalecimento da cultural com o desenvolvimento da atividade

turística, tendo em vista preservar o patrimônio existente na localidade.

Para Dias e Aguiar (2002), o turismo cultural é um dos principais segmentos do

turismo, esta sempre ligado a outros nichos de mercado e tem como característica marcante o

efeito educacional, conscientizando o visitante a preservar o patrimônio visitado. Além disso,

a comunidade tem um papel importante no processo de organização das ações voltadas ao

desenvolvimento do turismo cultural, tendo em vista que a vivencia dos habitantes da

localidade enriquece a experiência dos moradores e fortalece o sentimento de apropriação dos

moradores.

3.1 AS INTERFACES ENTRE CULTURA E TURISMO

Segundo Barretto (2000), A cultura é um fator importante para a identidade de uma

localidade, ou seja, pode ser considerada uma mediadora entre passado e presente. Quando

trabalhada de maneira responsável por seus planejadores, em especial seus produtores

culturais e os poderes, público e privado pode se transformar em um produto turístico. A

cultura tem o poder de atrair fluxos turísticos para as cidades, contribuindo e estimulando a

população para a manutenção, conservação e preservação da identidade cultural das

populações receptoras. Além da questão identitária, a recuperação da memória coletiva leva

ao conhecimento do patrimônio cultural da localidade e assim, a sua valorização por parte dos

próprios habitantes do local. Mesmo que essa recuperação da memória coletiva seja para

reproduzir a cultura local para o turista, leva a comunidade receptora a recuperar o seu legado

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e a sua identidade cultural e a apropriar-se de forma sustentável do seu patrimônio cultural.

Ou seja, dificilmente  a cultura da localidade será marginalizada por alguém que conhece seu

significado e que conhece o que representa para a sua própria história como cidadão. E mais,

acredita-se que a localidade que buscar trabalhar a parceria cultura e turismo poderá trazer

desenvolvimento local, movimentando a economia municipal, gerando renda, mas

especialmente, mantendo viva a identidade cultural da localidade receptora.

O turismo é tido como umas das principais atividades econômicas do mundo, mais

conhecida por aquele turismo de grande aglomeração ou turismo de massa. Todavia, esse tipo

de turismo costuma trazer muitos impactos negativos para as localidades onde ocorre. Assim

sendo, vem, com o passar do tempo, perdendo essa essência, o turismo que tem como

principal atrativo a oferta cultural histórica tem contribuído para manter e preservar prédios,

bairros e até cidades com a sua identidade cultural, evitando que sejam substituídas por novas

culturas e por novas formas arquitetônicas. Desse modo, a comunidade receptora fortalece sua

identidade cultural na presença do turista, ou seja, a cultura é preparada, reinventada e

encenada para o turismo, porém, essa encenação acaba por motivar o resgate da cultura dita

autêntica. O turismo organizado com base no legado cultural de uma dada localidade permite

que a comunidade queira participar de alguma forma do processo de recuperação da cultura

local e da reconstrução de sua história, permitindo assim que os habitantes da localidade

adquiram consciência do papel que sua cidade representou em determinada época (Ibid,

2000).

De acordo com Ruschmann (1997), a relação entre cultura e turismo deve ter duas bases

de sustentação: a existência da demanda motivada pela busca do conhecimento de culturas

diferentes e a possibilidade do turismo desenvolver-se como objeto de valorização,

preservação e manutenção do patrimônio e da identidade cultural, bem como a promoção dos

bens culturais, o desenvolvimento local e o crescimento econômico de uma comunidade. Para

que a relação entre cultura e turismo ocorra de forma sustentável essa demanda tem que ser

motivada pela busca de conhecimento de culturas diversas e tem que ter a possibilidade do

turismo desenvolve-se como ferramenta de valorização da preservação e manutenção do

patrimônio e da identidade cultural, assim como da promoção econômica e de bens culturais. 

3.2 TURISMO CULTURAL: ALTERNATIVA PARA UMA ATIVIDADE SUSTENTÁVEL

Dentre alguns conceitos sobre o turismo cultural pode-se destacar uma definição de

Dias (2006), a qual o define como sendo as atividades turísticas relacionadas à vivência do

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conjunto de elementos significativos do patrimônio histórico e cultural e dos eventos

culturais, valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da cultura. Em outras

palavras, pode-se dizer que o turismo cultural está atrelado à historia, ao cotidiano, ao

artesanato, enfim, aos aspectos da cultura humana.  

De acordo com Barretto (2007), O turismo cultural não é nenhuma novidade. Porém, o

interesse das pessoas nesse segmento turístico tornou-se mais evidente a partir da

intensificação do processo de globalização, onde o tempo livre aumentou, tornou-se mais

acessível à informações, e como conseqüência disso despertou-se o interesse nas pessoas em

procurar novas atividades, dentre elas conhecerem o seu passado histórico e até mesmo novas

culturas, descobrir novos costumes, dos mais diversos tipos de povos que existem no mundo,

com suas interessantes particularidades. 

Nesse contexto segundo Dias e Aguiar (2002), o turismo cultural está entre os

principais segmentos da atividade turística, está ligado a vários outros nichos mercadológicos,

sua principal característica é a educação, proporcionada ao turista no sentido de conscientizar

a preservação do local visitado. No entanto para que esse processo educacional aconteça é

necessário que esteja ciente que a comunidade local tem uma função de grande importância,

no que diz respeito a organização das ações voltadas ao desenvolvimento do turismo cultural,

tendo em vista que o cotidiano da comunidade é um fator de enriquecimento para experiência

do visitante, e também aumenta o sentimento de apropriação por parte dos habitantes da

localidade.

É bem verdade que enquanto ainda existem pessoas que não valorizam sua própria

cultura, turistas de toda parte do mundo estão cada vez mais interessados em descobrir novas

coisas, e estão se tornando cada vez mais exigentes com relação aos lugares que visitam; esses

turistas apreciam a criação de artesanato, a fabricação de alguns objetos, a história daquela

comunidade, o patrimônio histórico e cultural, ou seja, eles não apenas visitam o local,

procuram sempre interagir da melhor forma com a comunidade; sendo assim, o turismo

cultural tornou-se uma maneira de obter, tanto recursos que contribuam na preservação da

herança cultural, como de gerar o desenvolvimento econômico local, regional ou até mesmo

nacional; através de um processo educativo, e sem dúvida, além desses benefícios, uma

maneira de manter esse patrimônio vivo para as gerações futuras (BARRETTO, 2007).  

Observando-se os turistas culturais, pode-se identificar algumas peculiaridades como:

geralmente são pessoas que possuem um nível educacional elevado, consciência ambiental,

visão do contexto mundial mais ampla, sempre mostram o interesse por outras culturas,

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gastam mais e permanecem no local por mais tempo. Em sua maioria são clientes refinados e

que valorizam a autenticidade do local (DIAS, 2006).

Sendo assim, para Nascimento (2008), o turismo cultural trata-se de uma atividade

turística onde as pessoas aproveitam suas viagens para conhecer a diversidade cultural

existente no mundo. Contudo, os turistas podem trocar experiências com a comunidade local.

No entanto deve-se tomar cuidado com essa troca de experiências, pois muitas vezes, as

localidades não tem uma cultura tão resistente e acabam se apropriando dos costumes das

pessoas que as visitam, e a comunidade fica influenciada pelos turistas através da maneira de

falar, de se vestir, dentre outras coisas. Mudam os costumes, os valores, podendo trazer danos

à comunidade receptora. Em outros casos, se a comunidade receptora tem uma cultura

resistente, o turismo cultural trará benefícios à localidade e com isso, estará fortalecendo

ainda mais a sua identidade.

No entanto, para Barretto (2007), apesar do turismo cultural ter aumentado, em todo o

mundo os segmentos turísticos mais procurados ainda são os que proporcionam lazer,

procuram ainda mais praias, principalmente as destinações mais populares que estão em maior

evidência. O Brasil tem muito a ser explorado nesse segmento turístico, porém é necessário

também que haja um interesse, uma motivação por parte da população, para que todo o

potencial existente, através da tamanha diversidade que encanta turistas de toda a parte, possa

ser explorado, de maneira que possa trazer benefícios para o país.

4 IDENTIFICAÇÃO DAS POTENCIALIDADES TURÍSTICAS DO MUNICÍPIO E PROPOSTA DE UM ROTEIRO CULTURAL

Desde o início da colonização do município de São José de Mipibu, por volta do

século XVI, a cidade passou a extrair da terra as sementes que trariam seu desenvolvimento.

No entanto, o município possui diversas potencialidades turísticas, principalmente voltadas ao

seguimento de turismo cultural, as quais são apresentadas a seguir.

Museu do Vaqueiro – Localizado na Fazenda Bonfim, o Museu do Vaqueiro é um

espaço onde estão expostos vestimentas e objetos de um dos personagens mais conhecido da

cultura sertaneja, o vaqueiro. O museu enfoca o vaqueiro como figura central, em torno da

qual se desenrolam as atividades do cotidiano. Estão retratadas as atividades geradoras das

riquezas econômicas e culturais que caracterizaram o período do Ciclo do Couro no Rio

Grande do Norte e conta com os benefícios da Lei Estadual Câmara Cascudo.

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Dentre os objetivos do Museu, além de apreciação dos objetos e cultura referente ao

Vaqueiro, o espaço abriga a Escola de Jovens Sanfoneiros. O Museu tem um caráter

educacional, a partir de como seu acervo é exposto, isto é, em diálogo com a literatura, a

música, a história e a arte contemporânea. A fotografa e artista Angela Almeida, assina a

curadoria da exposição “O Vaqueiro – um homem universal”.

Também nas dependências da referida fazenda acontece o Forró da Lua, que teve

início em 2002, quando o engenheiro agrônomo Marcos Lopes, realizou em sua fazenda

chamada Fazenda Bonfim, a 1ª Pega de Boi no Mato, campeonato inspirado numa atividade

tradicional da pecuária nordestina, onde o vaqueiro adentra pela caatinga para pegar o boi que

se embrenhou pela mata. Depois da competição, a noite acabou em forró. Foi a partir dessa

festa, e a pedidos dos amigos, que Marcos Lopes começou a promover um forró uma vez por

mês em sua fazenda. Como o próprio nome diz, o Forró da Lua é especial porque acontece um

sábado por mês, no período da lua cheia. Uma festa-tributo ao mais autêntico ritmo

nordestino, o forró pé de serra. A fazenda onde ocorre o Forró da Lua pertence à família de

Marcos Lopes desde 1939. O cenário também foi palco para as gravações do filme “O homem

que desafiou o diabo”.

Também podemos encontrar outros potenciais turísticos na cidade como:

A Produção ceramista – A produção ceramista no município iniciou pelas mãos de

Marta Job com a construção de verdadeiras obras de arte em cerâmica, e hoje seus filhos dão

continuidade ao trabalho. Assim caracterizando uma das potencialidades turísticas do

município de São José de Mipibu. Nas lojas também funcionam as oficinas onde o visitante

pode observar a confecção das peças e a compra de produtos artesanais feitos em cerâmica

vermelha.

A Igreja Matriz – A Igreja Matriz de Santana e São Joaquim é um dos marcos da

religiosidade mipibuense. Localizada no centro da cidade, possui imagens de grande valor

histórico, além do seu padrão arquitetônico. A igreja possui um lavabo, uma peça em pedra

sabão, tombada pelo Patrimônio Histórico.

Como um dos marcos da religiosidade mipibuense a Igreja Matriz pode ser explorada

por dois segmentos turísticos, o turismo religioso e o turismo cultural. Sendo possível à visita

para contemplação do monumento.

O Mercado Público – O mercado público municipal possui um grande potencial

turístico, principalmente no que se diz respeito ao turismo cultural, pois reúne vários aspectos

característicos da cultura local, o que possibilita crescimento cultural e amplia a vivencia de

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novas experiências para os visitantes. Além de ser um local de comercialização de produtos

oriundos do município e inserindo diretamente a comunidade local na atividade turística.

A Escola Estadual Barão de Mipibu – em 1879, o então Barão de Mipibu, o senhor

de engenho Miguel Ribeiro Dantas, por meio de um decreto imperial, doa ao município a

“Casa de Instrução”, batizada como Grupo Escolar Barão de Mipibu, para ser sede da

primeira escola do município.

Com o passar do tempo, a escola teve seu nome modificado para Escola Estadual

Barão de Mipibu, cuja ainda está em pleno funcionamento nos níveis de educação básica e

com projeto de educação para jovens e adultos – EJA, até os dias atuais.

Indústria de Móveis INESMOL – Localizada na BR 101 a INESMOL, tem como

principal atividade a confecção de móveis rústicos voltados a diversos ambientes. Atua no

mercado desde 1988, sua atividade comercial sempre esteve associada às atividades sociais,

entre elas a geração de empregos e a educação. Atualmente a mão de obra empregada é quase

na sua totalidade, formada na própria indústria.

Além disso, desenvolve ainda, atividade educacional para formação de mão de obra

especializada. Os móveis possuem design exclusivo e são confeccionados artesanalmente,

preservando-se a forma original da madeira. As madeiras utilizadas são maciças, tratadas em

estufa e submetidas a rígido controle dos órgãos de defesa do meio ambiente. O acabamento

pode ser "natural" ou "envelhecido".

Tendo em vista a quantidade de recursos turísticos e culturais existentes no município,

propõem-se o seguinte roteiro, que poderia ter início no período matutino:

Chegando ao município às oito horas da manhã, seguindo para o centro da cidade para

contemplação da escola Barão de Mipibu e dos antigos sobrados e casarões por volta de dez

minutos;

Logo após segue para visita a Igreja Matriz com permanência de mais ou menos trinta

minutos.

Dirigindo-se para as lojas de peças em cerâmicas de Marta Job, tendo trinta minutos

para compras e contemplação.

Em seguida segue para a Indústria de Móveis INESMOL, para conferir a fabricação

artesanal de móveis rústicos, permanecendo no local por volta de vinte minutos.

E por fim segue-se para as dependências do Museu do Vaqueiro, ou seja, a Fazenda

Bonfim, para visita no museu e no local onde é realizado o Forró da Lua passando em média

trinta minutos no local.

Esta proposta de roteiro tem duração média de duas horas.

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5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A pesquisa científica, de acordo com Cervo e Bervian (1996, p. 44) “é uma atividade

voltada para a solução de problemas, através do emprego de processos científicos.” Ainda

sobre o assunto, Gil (1996, p. 19) afirma que:

A pesquisa é desenvolvida mediante o concurso dos conhecimentos disponíveis e a utilização cuidadosa de métodos, técnicas e outros procedimentos científicos. Na realidade a pesquisa desenvolve-se ao longo de um processo que envolve inúmeras fases, desde a adequada formulação do problema até a satisfatória apresentação dos resultados.

Segundo Marconi e Lakatos (2001), a pesquisa é um procedimento formal que utiliza

métodos de pensamento reflexivo, requer um tratamento de modo científico que se constitui

na busca em conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais.

Neste capítulo expõe-se como se caracteriza a presente pesquisa, bem como o universo da

mesma. A metodologia aplicada para coleta e análise dos dados desta pesquisa, será abordada

através de diversos autores.

5.1 TIPO DE ESTUDO

Trata-se de uma pesquisa de caráter descritivo, pois através dela buscou-se responder a

um questionamento, que envolviam os motivos do município de São José de Mipibu não

desenvolver a atividade turística em seu território. Partiu-se da ideia de que o turismo cultural

pode ser uma alternativa de desenvolvimento local, já que o município tem potencial e

atrativos turísticos.

Tem a forma de pesquisa descritiva, já que procura analisar os atrativos culturais do

município em questão, para que o turismo seja impulsionado no local e venha a transformá-lo

em uma alternativa de desenvolvimento local.

5.2 UNIVERSO DA PESQUISA

O universo da pesquisa, segundo Marconi e Lakatos (2001, p. 108), “é o conjunto de

seres animados ou inanimados que apresentem pelo menos uma característica em comum”.

Na presente pesquisa, o mesmo é constituído pelo município em estudo, visto que se busca o

planejamento e implantação do turismo na região, efetivamente junto com a participação e o

envolvimento da população local objetivando desenvolvimento do turismo sustentável.

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5.3 COLETA DOS DADOS

O presente trabalho foi realizado através de pesquisas bibliográficas que, de acordo

com Marconi e Lakatos (2001), tratam-se do levantamento de todas as bibliografias já

publicadas, em forma de livros, publicações avulsas e imprensa escrita. Os principais autores

utilizados para a realização deste trabalho foram, Barretto, Dias, Horta, Bartholo, Sansolo,

Bursztyn, Nascimento, Ruschmann, Amaral entre outros, além artigos científicos e

documentos de órgão públicos, principalmente do Ministério do Turismo.

Com o subsídio dessas leituras, foi criado o referencial teórico, no qual os temas

abordados foram: patrimônio cultural e identidade, turismo de base local, assim como

questões que envolvem cultura e turismo.

Deste modo, a pesquisa de campo para levantamento de informações foi realizada no

município de São José de Mipibu, durante o mês de novembro de 2010, onde foi feita a

identificação dos recursos turísticos culturais, com ênfase no patrimônio material, tendo em

alguns locais ligações diretas com o patrimônio imaterial, foram produzidos imagens

fotográficas, para registro das condições físicas de cada local visitado. Além de um estudo

com o intuito de aprofundar os conhecimentos sobre o patrimônio, objetivando associar a

atividade turística a esses locais de acordo com a realidade de cada um deles.

5.4 ANÁLISE DOS DADOS

A partir dos dados coletados no momento da pesquisa de campo para identificar os

potenciais turísticos, foram escolhidas fotografias das potencialidades, assim como levantadas

suas principais características e potencialidades a serem trabalhadas durante o roteiro cultural.

6 CONSIDERAÇÕES

Este trabalho foi realizado com o objetivo de propor um roteiro cultural, na tentativa

de buscar desenvolver turisticamente o município de São José de Mipibu, que possui diversos

recursos culturais, porém, ainda não conta com um fluxo regular turistas para o município.

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O roteiro proposto para o município de São José de Mipibu constitui-se em uma

alternativa para o desenvolvimento local, pois o município possui uma grande vocação

cultural para o turismo e diversas potencialidades para atender a esse segmento, dispondo de

muitos recursos culturais. Porem observou-se que, apesar de todo o potencial cultural

existente no município, é necessário melhorar a oferta de recursos e serviços, e investir mais

em equipamentos turísticos.

Mesmo o município possuindo todos esses recursos culturais, a população não

reconhece a importância que esses recursos têm para o turismo, sendo necessário envolve-la

diretamente na atividade, através de um trabalho de educação patrimonial, para que a

comunidade possa então se apropriar desses recursos e assim, valorizar a cultura local,

gerando benefícios através do turismo.

Pode-se perceber a necessidade tanto do investimento financeiro como da participação

da iniciativa pública e privada, bem como também, da conscientização da população para que

assim, os aspectos positivos existente possam ser bem aproveitados e as necessidades possam

ser reduzidas de forma a atender a demanda turística e da própria comunidade local.

A prática do turismo trará o reconhecimento do município de São José de Mipibu em

diversas esferas. Na questão social, pode possibilitar à sociedade local desenvolver-se em

termos de conhecimento, para que assim possa melhor atender o visitante. Na questão

cultural, a população poderá apropriar-se da cultura local, valorizando e reconhecendo o valor

do patrimônio existente no município. Quanto à questão histórica, o município poderá inserir-

se de forma mais efetiva no cenário potiguar reconhecido por suas contribuições ao

patrimônio cultural do estado.

REFERÊNCIAS

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NASCIMENTO, A. C. N. Turismo comunitário como fator de desenvolvimento local: o caso da comunidade Barro Vermelho Parnaíba/PI. In: Anais – II Seminário Internacional de Turismo Sustentável. Fortaleza, 2008. Disponível em: <www.eduhs.org.br> Acesso em: 08 set. 2010.

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