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    popu!ar+ Sobre o prop.%u!o do ma&%ue verme!ho como !e&itivo 's ferroadas do pei"e&iui, e"c!amaC :D com efeito um e"ce!e&te remdio, descoberto primeiro pe!os

    pescadores e tra&smitido a &/s+: A docume&ta#$o produida &o scu!o 9

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    fi&s do scu!o 9

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    de suas i&meras via%e&s pe!o Frasi!, a&ota&do ma&%ueais e cara&%uejos em suasvia%e&s+

    Na mo&ume&ta! !ora Frasi!ie&sis, o c!ebre &atura!ista >ar! riedrich+ Bhi!!ip vo&Gartius dedica uma p.%i&a aos ma&%ueais de batuba, S$o Bau!o, de&omi&a&doos de

    f!oresta mar-tima de .rvores viv-paras+ 6 mdico 5obert AvLa!!ema&t empree&deuuma via%em ao su! e outra ao &orte do Frasi!+ As duas resu!taram em !ivros+ Em

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    miasmasWepidemiasWrecupera#$o dos ma&%ueaisWrestabe!ecime&to de co&di#7essa&it.rias adeuadas ' sade pb!ica+

    No @o&%resso Nacio&a! de Besca, promovido em 1JM4, rederico H+ reise a!ertou acomu&idade cie&t-fica ua&to ' import&cia dos ma&%ueais para a atividade pesueira,

    va!oria&do com firmea os ma&%ueais como ambie&tes de suma import&cia para aprimeira fase da vida de pei"es de .%ua sa!%adaV com a co&de&a#$o i&tra&si%e&te daremo#$o tota! ou e"te&siva de ma&%ueaisV com a proposta de prote#$o para .reas

    perturbadas de ma&%uea!V com a defesa de i&terdi#$o do corte de .rvores em .reas-&te%ras (o ue correspo&deria ' cria#$o de reservas) e de proibi#$o ou re%u!a#$ocriteriosa da retirada de fo!has e cascas por curtumesV e com a recome&da#$o de e"ame

    pe!o poder compete&te de toda atividade ue pudesse comprometer os ma&%ueais (umaespcie de processo de !ice&ciame&to)+ reise i&screvese &a !i&ha%em de Em-!io?oauim da Si!va Gaia e de Bedro Soares @a!deira+

    A partir de 1J80, o i&teresse, o estudo e a defesa dos ma&%ueais tor&amsesistem.ticas+

    Bara co&hecer maisC

    ANT6NL, A&dr ?o$o+ @u!tura e 6pu!;&cia do Frasi! por suas ro%as e Gi&as+ S$oBau!oC Ge!horame&tosXFras-!iaC NL, 1J8O+

    S6AT, Arthur+ 6 Ga&%uea! &a Kist/ria e &a @u!tura do Frasi!+ @ampos dosoitacasesC acu!dade de ireito de @ampos, 200O+

    ( *) Arthur Soffiati historiador ambie&ta! e pesuisador do Nc!eo de EstudosSocioambie&tais da X@ampos

    A *rimeira re*resen&ao +isual de manguezal do Brasil

    Se"ta, 0M ?u&ho 201O

    A&tes dos ho!a&deses, parece ue &i&%um rea!iou um re%istro ico&o%r.fico de umma&%uea! brasi!eiro+ Nem dese&ho &em pi&tura+ Ape&as re%istros escritos+ 6s

    portu%ueses j. co&heciam o ecossistema ma&%uea! a&tes de che%ar ao Frasi!+ 6s&ave%a&tes ue foram avaa&do pouco a pouco em e"pedi#7es &avais de cabota%em

    ju&to ' costa oeste e !este da Yfrica devem ter deparado com ma&%ueais peue&os e%ra&des em estu.rios+

    6 pi!oto .rabe Ahmad b&Ga%id, ue co&duiu a armada de

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    pa&ta&osos, ju&tos a mo&ta&has co&heceos s/ o meu eus, SeZ&hor %!orioso+] 6come&tarista do poema esc!arece ue o &ave%ador referese 's terras bai"as e

    pa&ta&osas, cobertas de ma&%ues, ao p de co!i&as, ou mZd$os, com 11 metros dea!titude+ Bara os &autas, estas .reas eram i&tra&spoZ&-veis ta&to &a mar a!ta ua&to &amar bai"a+ Na preamar, os barcos &$o co&se%uem si&%rar por e&tre ou por sobre o

    bosue cerrado+ Na bai"amar, as embarca#7es de maior porte ficariam e&ca!hadas &avaa, corre&do o risZco de ato!arse aue!e ue desejasse pe&etr.!o a p+ Eis porue e!es/ acess-Zve! ao Se&hor !orioso (FA55AAS, Lere&o+ 6 su! mo#ambica&o &o5oteiro de Sofa!a do pi!oto Ahmad b&Gadjid+ 5evista da &iversidade de @oimbravo!+ 99+ @oimbraC &iversidade de @oimbra, 1JO8)+

    6s cro&istas portu%ueses pi&tavam as terras &$o europeias em preto e bra&co, sem otoue de fic#$o dos espa&h/is+ 6 discurso ue &asce de sua pe&a me!hor seriac!assificado como i&formativo do ue como cie&t-fico, potico ou ficcio&a!+ 5esumemse, uase todos e!es, a refer;&cias de primeira vista e desti&adas a a#7es pra%m.ticas+ S/

    mesmo a partir de fi&s do scu!o 9

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    6utro portu%u;s a escrever sobre o Frasi!, capta&do o frescor da sociedade co!o&ia! emsua forma#$o, foi abrie! Soares de Sousa+ epois de breve &ot-cia acerca dascapita&ias e de seus mais re!eva&tes acide&tes %eo%r.ficos, o autor detmse &as terrasda Fahia+ Em seu !ivro, datado de 1P8, e!e &$o mais se preocupa em esc!arecer osi%&ificado de pa!avras como ma&%ue e sa!%ado, su%eri&do ue e!as j. haviam se

    i&corporado ao ver&.cu!o+ Sua ate$o se vo!ta para a descri#$o desse ambie&te e dasde&omi&a#7es ue os povos de fa!a tupi empre%avam para &omear suas p!a&tasC \Be!osa!%ado h. uma casta de ma&%ues, a ue os -&dios chamam sere-ba, ue se criam o&dedescobre a mar, os uais !aam muitos fi!hos ao p todos de uma %rossura, de!%ados,direitos, de %rossura ue servem para e&caibrar as casas de mato, e os mais %rossosservem para as casas dos e&%e&hos, por serem muito compridos e rijos, e de %rossura

    basta&te+ estes ma&%ues se fa tambm !e&ha para os e&%e&hos, aos uais caema!%umas fo!has, ue se faem amare!as, de ue se ma&t;m os cara&%uejos, ue por e&tree!es se criamV e d$o estas .rvores umas espi%as de um pa!mo, de fei#$o das dos feij7es,e t;m de&tro um fruto ' ma&eira de favas de ue tor&am a &ascer ao p da mesma

    .rvore, e por derredor de!a (+++) @a&apaba outra casta de ma&%ues, cujas .rvores s$omuito tortas e desorde&adas, muito .speras da casca, cujas po&tas tor&am para bai"o emramos muito !isos, e&ua&to &ovos e direitos, e v;m assim cresce&do para bai"o, at ueche%am ' marV e como esta che%a a e!es !o%o criam ostras, com o peso das uais v;mobedece&do ao ch$o at ue pe%a de!e, e como pe%a !o%o !aa ramos para cima, uev$o cresce&do mui desafei#oados, e !aam mi! fi!hos ao !o&%o d^.%ua, ue tem t$o

    ju&tos ue se afo%am u&s aos outros]+ (S6SA, abrie! Soares de+ Tratado descritivodo Frasi! em 1P8, M_ ed+ S$o Bau!oC @ompa&hia Editora Nacio&a!, 1JMP+ As descri#7esa&a!isadas e&co&tramse &a se%u&da parte do !ivro, i&titu!ada \Gemoria! e ec!ara#$odas ra&deas da Fahia])+

    a sere-ba, Sousa a&ota ue e!a se dese&vo!ve mais &a o&a e&tre mars, !aa&do umaprofus$o de prop.%u!os ue d$o ori%em a uma mu!tid$o de p!&tu!as com crescime&toreti!-&eo+ Be!o &ome da p!a&ta, podese supor ue se trata da ai&da hoje co&hecidasiriba, siribeira, siriba, &o Frasi! represe&tada pe!as espcies \Avice&&ia schaueria&a] e\Avice&&ia %ermi&a&s]+ Todavia, ao descrever seu prop.%u!o como seme!ha&te ' favado feij$o, com cerca de um pa!mo, e suas fo!has, ue, amare!ecidas, caem da .rvore es$o devoradas pe!os cara&%uejos, Sousa parece fa!ar do ma&%ue verme!ho, \5hiophorama&%!e]+ 6utro i&d-cio em favor do ma&%ue verme!ho ou ma&%ue verdadeiro ai&forma#$o de!e sobre os usos eco&3micos do ve%eta! &a obte$o de caibros para a

    co&stru#$o de casas de mato e dos e&%e&hos, por seu comprime&to, dimetro e ri%ideou para combust-ve!+ D por demais co&hecida a de&sidade !e&hosa da \5hiophora] eseu pote&cia! ca!/rico+

    6 autor ai&da apo&ta a ca&apaba, se%u&do e!e .rvore torta e desorde&ada, com cascabasta&te .spera e a!%u&s %a!hos ue se diri%em para bai"o at tocar as .%uas das mars+Ta! aruitetura permite ue, &esses ramos bai"os, i&crustemse ostras cujo pesoco&tribui mais ai&da para ver%ar os %a!hos em dire#$o ao so!o+ Ta! ua! a espciea&terior, tambm esta !aa prop.%u!os ju&to ' .rvore m$e em tama&ha ua&tidade ue,a ju-o do autor, afo%amse mutuame&te+ @abe ate&tar para as i&forma#7es de Sousa arespeito do pra%matismo europeu &os usos das .rvores de ma&%uea!+ Essa espcie, sim,

    parece ser \5hiophora]+

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    6 fra&c;s A&dr Thvet tambm dei"ou seu testemu&ho sobre a e&t$o biarra ve%eta#$otropica!, &a se%u&da metade do scu!o 9

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    pujaa+ Gas tambm j. d. &ot-cia dos usos feitos pe!os europeusC e&er%ia, madeirapara co&stru#$o de casas, ti&ta para curtir couros+ A rai e o prop.%u!o de ma&%ueverme!ho &$o s$o ocos para permitir a fabrica#$o de f!autas, como a&ota @ardim+`ua&to ' fau&a, o maruim, de fato, um mosuito i&fer&a! e bem apropriado para

    pe⁢&cias, como su%eriu o padre+ `ua&to ao rato de dime&s7es mo&struosas, pode ser

    o %abiru+

    @omp!eta&do sua descri#$o, e!e re%istra os tr;s cara&%uejos mais freue&tes &osma&%ueais do Frasi!C \#. +++ um %;&ero de cara&%uejos ue se acham &a !ama, es$o i&fi&itos, e o suste&tame&to de toda esta terra, m."ime dos escravos da ui&, e[&dios da terraC s$o muito %ostosos, sobre e!es boa .%ua ria+ T;m uma particu!aridadede &otar, ue ua&do mudam a casca se metem em suas covas, e a- est$o dois, tr;smeses, e perde&do a casca, boca, e per&as, saem assim muito mo!es, e tor&a!he a &ascercomo da&tes+ ua&humi% Este %;&ero de cara&%uejos s$o t$o %ra&des ue uma per&ade um homem !he cabe &a bocaV s$o bo&s para comerV ua&do faem trov7es saem de

    suas covas, e faem t$o %ra&de mati&ada u&s com os outros, ue j. houve pessoas ueacudiram com suas armas, parece&do ue eram i&imi%osV se comem uma certa erva,uem e&t$o os come morre+ Estes s$o da terra, mas vivem em buracos ' borda do mar+Aratu Estes cara&%uejos habitam &as tocas das .rvores, ue est$o &os !amar7es domarV ua&do acham a!%umas amejas tem a boca aberta, buscam !o%o a!%uma pedri&ha, esuti!me&te d$o e!a &a amejaV a ameja !o%o se fecha e &$o pode&do fechar bem, por causada pedri&ha ue tem de&tro, e!es com suas m$os !he tiram de de&tro o mio!o, e o comem(+++) K. de ou doe espcies de cara&%uejos &esta terra, e como te&ho dito, s$o ta&tosem &meros, e t$o sadios ue todos os comem, m."ime os [&dios+] (@A5G, er&$o+\o @!ima e Terra do Frasi! e de a!%umas coisas &ot.veis ue se acham assim &a

    Terra como &o Gar] Tratados da terra e %e&te do Frasi!+ Fe!o Korio&teC tatiaiaV S$oBau!oC Edusp, 1JP0)+

    As observa#7es s$o bem precisas &o ue co&cer&e ao modo de vida do u#.C crust.ceosue cavam tocas &a vasa do ma&%uea! e ue mudam de carapa#a vive&do uma fase deretiro, ua&do ficam muito e&frauecidos+ D preciosa tambm a i&forma#$o de ue e!esest$o i&c!u-dos &a base a!ime&tar de -&dios e escravos de ori%em africa&a+ 6 %uaiamum&$o escapou da vis$o fa&tasiosa do padre, certame&te reprodu#$o das creas popu!aresvi%e&tesC cara&%uejos e&ormes cuja boca comporta a per&a de um homem e ue saemem romaria ua&do troveja+ @apaes de a.fama seme!ha&te ' de um ba&do dearruaceiros ou home&s armados+ A&imais ve&e&osos com poder de matar uem osi&%ere, caso comam certa sorte de ve%eta!, ta!ve a a&i&%a, de fato uma p!a&ta t/"ica+

    6 missio&.rio fra&c;s @!aude ^Abevi!!e, ao servir &a raa Eui&ocia!, criada &oGara&h$o, em 1O14, deparou com o ecossistema ma&%uea!, j. co&hecido pe!osfra&ceses ue freue&taram a raa A&t.rtica &o scu!o 9

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    mara&he&ses, os uais, se&ti&dose em !u%ar t$o se%uro, faem a %uerra aos outros semue &i&%um ouse atac.!os (+++) Bor outro !ado, do cabo de Tapuitapera, pr/"imo aoGara&h$o, at o rio das Amao&as, h. ta&tas i!has ao !o&%o da costa ue se faimposs-ve! che%ar ' terra firmeV ta&to mais ua&to esta se acha coberta de certas .rvoresue d$o o &ome de Apparituriers, cujos %a!hos se ver%am ao tocarem o ch$o, criam

    ra-es forma&do outras .rvores ue crescem e deitam &ovos %a!hos, os uais criamra-es e formam &ovas .rvoresV e de ta! modo se e&tre!a#am .rvores e ra-es ue

    parecem co&stituir uma s/ p!a&ta a!astra&dose por toda parte+

    `ua&do outra coisa &$o houvesse, isso bastaria para tor&ar a costa i&acess-ve! a po&tode &$o se poder ima%i&ar sem o ter visto+ Some&te um puro esp-rito, suscet-ve! de

    pe&etrar atravs das coisas, ou um p.ssaro capa de voar por cima de!as, poderiaatravessar esses ba!uartes er%uidos por eus e pe!a &aturea em redor do pa-s+ Gas oacesso se tor&a ta&to mais dif-ci! ua&to &essas i!has e sob os apparituriers, s/ sedeparam charcos e areias movedi#as, &as uais a %e&te afu&da at a ci&tura e mesmo at

    a cabe#a e das uais uma ve ato!ado, &$o h. for#a huma&a capa de safar o sujeito+ Eaco&tece ai&da ue duas vees ao dia, cobre a mar esses p&ta&os e areias movedi#as epassa por cima das ra-es dos apparituriers er%uidas a!m da superf-cie da terra, emmuitos !u%ares ' %uisa de a!tas mura!has+]

    As pa!avras do capuchi&ho e"pressam o temor ue os &ave%a&tes ti&ham dosma&%ueais+ Tambm mi&uciosa, embora &$o fa&tasiosa, por um !ado, ou devidame&teco&te"tua!iada, por outro, a re!a#$o de crust.ceos ue o cro&ista !eva&ta &o Gara&h$oocupado pe!os fra&ceses, com destaue para o u#., &ome pouco usado atua!me&te pe!o!ei%o, o aratu e os sirisC \6utros, chamados u#., s$o do mesmo tama&ho, mas t;m as

    patas pe!udas e verme!has+ E&co&tramse &as ra-es dos apparituriers de beiramar (+++)6 uj.ua#u, cara&%uejos de mais de um p, se e&co&tra &as pedras e&tre as ostras (+++) 6aratu, um pouco me&or do ue o precede&te, rajado de amare!o e au!+ D e&co&trado&o mar (+++) 6s siris tambm se e&co&tram &o mar+ K. auis e bra&cos (+++) K. o auar.u#u, cara&%uejo bra&co maior do ue um pu&ho+ ostam do mbar ci&e&to, por issoua&do este se e&co&tra ' beiramar, a descoberto, ou mesmo esco&dido &as areias, osauar.a#us faem c-rcu!o em tor&o dessa subst&cia e carre%am ua&to podem para os

    buracos em ue habitam e o&de a v$o buscar os ue a co&hecem+] (AFE

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    va%a&do pe!o campo e estradas e mete&dose pe!as casas para ue os comam+](SAL

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    Baisa%em de v.rea, /!eo de ra&s Bost pi&tado&a Europa e&tre 1OOJ, retrata&do um bosueseme!ha&te a ma&%uea!

    eta!he da te!a ao !ado, mostra&dop!a&tas ue su%erem ma&%ue verme!ho

    Assim, a represe&ta#$o pict/rica dos ma&%ueais brasi!eiros s/ come#ou com osho!a&deses, e come#ou bem, uase ce&to e ci&ue&ta a&os ap/s a che%ada de @abra!+@ertame&te, o ma&%uea! j. ti&ha a fama de p&ta&o i&fecto e &$o merecia a devidaate$o de retratistas+ E!e acaba fi%ura&do &as te!as por estar pr/"imo ao assu&to dei&teresse do pi&tor+ S/ com vo& Gartius, Gaur-cio 5u%e&das e Krcu!e !ore&ce, &oscu!o 99, o ma&%uea! ser. represe&tado em deta!hes+

    O Manguezal e a Cul&ura

    S.b, 1 de Novembro de 2014

    Comparado Mata Atlntica e Amaznia, o Manguezal tem inspirado muito pouco asartes. A produo contempornea costuma assumir um carter de denncia.

    ! -oesia

    Na poesia ao %osto popu!ar, a maior co&tribui#$o cabe a Ha!demar Lo&dres

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    !ama, cara&%uejo, ostra, pobrea se co&ju%am para formar um mu&do de misria+ Aassocia#$o e&tre o ma&%uea! e a pobrea estabe!eceuse em forma de de&&cia semabdicar do ri%or esttico+ A !ama do ma&%ue passa a ser vista como !u%ar de de%rada#$ohuma&a, &$o fica&do c!aro se se trata da !ama em seu estado &orma! ou se j. po!u-da pordejetos de atividades a&tr/picas+

    No fi&a! de sua cria#$o potica, &o poema :Ave&tura sem ca#a ou pesca:, ?o$o @abra!fa as paes com o ma&%uea!, visto a%ora como remi&isc;&cia da i&f&cia e se&tidocom o seu !irismo .rido de sempre+

    Arthur Soffiati reu&iu 2 poemas em 6 ireito e o Avesso do Ga&%ue+ 5e%istresetambm o !ivro e um Furaco a 6utroC do Ga&%ue aos @osmos, de !.via Goche!+

    #! Fico

    5aras s$o as obras de fic#$o em ue o ma&%uea! aparece+ 6ri%i&.rios do Gara&h$o,estado ue co&ta com uma das maiores .reas de ma&%uea! do mu&do, os escritores?osu Go&te!o e ?os Sar&e= &$o poderiam evitar este ecossistema em suas obras+

    Na !i&ha de ?o$o @abra! de Ge!o Neto, o re&omado mdico ?osu de @astro escreve oroma&ce Kome&s e @ara&%uejos+ Ga&%ue, de 6s/rio Bei"oto Si!va, ce&trase &a uest$osocia!+ 6 !ivro aprese&ta forte afi&idade com o rea!ismo da %era#$o de M0 da !iteratura

    brasi!eira+ 6 ma&%uea! da fo do rio Bara-ba do Su! serve ape&as como ambie&te parasua trama ficcio&a!+ Hi&sto& @hurchi!! 5a&%e!, em o ra&de GedoC o Te&t.cu!o,ambie&ta um roma&ce &itidame&te po!-tico &a vi!a de ar%a, tambm &a fo do 5ioBara-ba do Su!+

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    (! Ar&es +isuais

    Nas artes visuais, i%ua!me&te, o ma&%uea! &$o tem sido assu&to dos artistas+ Na

    e"press$o popu!ar, e!e aparece e&tre pi&tores primitivos e i&%;&uos ue, o mais dasvees, vivem &este ambie&te+ Bor suas obras simp!es e co&ve&cio&ais, &$o %a&hamdestaue &acio&a! e, porta&to, vivem &o desco&hecime&to+ No Bar., re%istremse os&omes de @ava!ca&te e Gi%ue! Lira, co&cebe&do pi&turas ao %osto popu!ar comma&%ueais como motivo+ No Biau-, o artista popu!ar A&t3&io @ar!os retratou umma&%uea! devastado em /!eo sobre te!a de %ra&des dime&s7es+

    O manguezal segundo Miguel Lira, pintor ni! do "ar

    #os$ue de mangue %ermel&o com guars, na %iso do pintor ni! Ca%alcante, do "ar

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    'leo de Antnio Carlos Amorim, pintor ni! do "iau(

    Na esfera cu!ta, o ma&%uea! foi represe&tado por ui!herme Biso, aspar Far!us,

    Gaur-cio 5u%e&das, Thomas E&der, Krcu!e !ore&ce, Fe&jami& Gar=, Ga%a!h$es@orr;a e Berc= Lau, uase sempre com fi&s i!ustrativos+

    )etal&e de manguezal do *io +n&omirm, #a(a de uana-ara, por oo Maur(cio *ugendas

    Na escu!tura destacase o &ome de ri&eu 5ibeiro, com seus cara&%uejos e"pressa&do

    %ra&de fide!idade a seus mode!os+ ra&s >rajcber% tem sabido aproveitar com %ra&dese&so art-stico tro&cos, %a!hos e outros e!eme&tos ve%etais, i&c!usive de .rvores dema&%ue, para rea!iar suas obras+ Gais rece&teme&te, o escu!tor e fot/%rafo Au%ustoerrer, passou a usar o cara&%uejo como motivo de mo&ume&tais escu!turas co&cebidasem materiais diversos, como uma home&a%em ao compositor @hico Scie&ce+

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    Carangue/os de +rineu *i-eiro

    1+ Escu!tura em madeira de ma&%ue de ra&s >racjber% X 2+ Escu!tura mo&ume&ta! de Au%ustoerrer represe&ta&do pia de cara&%uejo

    6s fot/%rafos dos scu!os 99 e 99 fu%iam dos ma&%ueais movidos pe!as mesmasra7es ue as demais pessoas+ Au%usto Stah! foto%rafou um ma&%uea! estropiado &as

    cerca&ias de 5ecife, em 1PP+ Bau!!o Lobato dedicou um traba!ho ' foto%rafia de arteem ma&%ueais com poemas de

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    0. Manguezal perto de *eci!e. 1oto de Augusto 2ta&l em 0343 5 6. 1oto de 7g-erto 8ogueira nomanguezal do *io "arna(-a

    O manguezal na lente de Andr9 Al%es

    No ci&ema, o ma&%uea! aparece i&cide&ta!me&te+ Est. prese&te em a!%u&s poucosfoto%ramas de 6 escobrime&to do Frasi!, fi!me pico de Kumberto Gauro, de 1JM8+@om mais va%ar, e!e aparece em @omo era %ostoso meu fra&c;s, de Ne!so& Bereira dosSa&tos+ Em Tieta do A%reste, de @ar!os ie%ues, o ma&%uea! povoa o fi!me todo, mas&$o ai&da como assu&to pri&cipa!+ Nem mesmo o docume&t.rio Terra do Gar, deGire!!a Garti&e!!i e Eduardo @aro&, de 1JJ8, dedicado ' pesca artesa&a!, o!ha oma&%uea! por tempo suficie&te+ Em @idade de eus, de er&a&do Geire!es, h. !o&%ase deta!hadas ce&as de ma&%ueais+

    )! M.sica -o*ular

    K. um %rupo &a Fahia ue se especia!iou em produir msica popu!ar cujas !etrasretratam as ua!idades e os prob!emas e&fre&tados pe!os ma&%ueais+ Tratase do:@a&taro!ama:, com tr;s discos compactos !aados+ Tambm i!berto i! %ravou:

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    Numa &ova forma#$o, @ar!i&hos de Tote e e%; @a!das saem do @a&taro!ama e sere&em a Tata= e Goreira para criar a ba&da i!hos da Gar+ Seu primeiro @,

    sempre com

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    oitacasesC acu!dade de ireito de @ampos, 200O+

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    Em resumo, s/ e"istem ma&%ueais &a o&a costeira e i&tertropica!+ Bara di!uir asa!i&idade, as espcies de ma&%ue se i&sta!aram, prefere&cia!me&te, &a fo de rios ju&to

    ao mar, pois as .%uas f!uviais di!uem o sa!, cria&do .%ua sa!obra+ Este ambie&te &emdoce &em muito sa!i&o chamado de estu.rio+ 6 ma&%uea!, co&tudo, pode tambm sedese&vo!ver em !a%oas costeiras e em praias o&de a sa!i&idade e a for#a do mar s$o

    bai"as+

    Bara !idar com o e"cesso de sa!, as espcies de ma&%ue criaram tr;s meca&ismosC barrara e&trada de!e &o or%a&ismo da p!a&ta, di!u-!o &o i&terior da p!a&ta e e"pe!ir oe"cede&te por %!&du!as e"iste&tes &as fo!has+ 6 suporte terrestre para as .rvores dema&%ue, chamado de substrato, &orma!me&te formado por part-cu!as muito fi&as+ @oma .%ua, e!e se tor&a muito ade&sado e pobre de ar+ A!m do mais, a decomposi#$o da

    matria or%&ica produ %.s meta&o+Bara respirar, as p!a&tas de ma&%ue, ao !ado das ra-es a!ime&tadoras, ue e"istem emtodas as a&%iospermas, dese&vo!veram tambm ra-es respirat/rias, ue, em ve de sediri%irem para o fu&do da terra, v;m ' to&a, em busca do ar+ Estas ra-es chamamse

    p&eumat/foros+ Na po&ta de!as, e"istem peue&os poros, de&omi&ados !e&tice!as, ueabsorvem o ar ua&do a mar bai"a e se fecham ua&do e!a sobe+ No caso do ma&%ueverme!ho, o cau!e se ramifica a partir do cau!e ce&tra!+ As !e&tice!as se dese&vo!vem&esse cau!e ramificado+ As ra-es respirat/rias podem ser comparadas ao tubo de ummer%u!hadorC a haste o p&eumat/foro e o furo por o&de e&tra o ar a !e&tice!a+

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    `ua&to ' reprodu#$o, as p!a&tas e"c!usivas de ma&%uea! se propa%am por meio deseme&tes ue ficam presas &a .rvorem$e at estarem pro&tas para a %ermi&a#$o, t$o!o%o caiam &o ch$o+ 6s cie&tistas as de&omi&am de prop.%u!os+ Se caem &a .%ua, e!asaprese&tam a facu!dade de perma&ecer muito tempo com capacidade %ermi&ativa+ 6s

    prop.%u!os s$o seme&tes apropriadas para &ave%ar+ oi assim ue os ma&%ueais

    co&uistaram o mu&do i&tertropica! a partir do Sudeste Asi.tico, seu !u%ar de ori%em+

    6 ma&%uea! se co&stitui em ambie&te a!tame&te rico+ As fo!has, a&tes mesmo deca-rem &o ch$o, j. est$o sofre&do ataue de fu&%os+ Factrias, fu&%os e cara&%uejos,e&tre outros or%a&ismos, i&cumbemse de triturar as fo!has para ue e!as se tor&ema!ime&to de a&imais reside&tes &o ma&%uea! e para ue, tra&sportadas pe!as mars,a!ime&tem a&imais do mar+

    Em poca de reprodu#$o, v.rias espcies a&imais dos rios e do mar e&tram &os ca&aisdos ma&%ueais e a!i acasa!am e procriam+ 6 ma&%uea!, a!m de fabricar a!ime&to,oferece abri%o para a reprodu#$o e para o crescime&to dos fi!hotes+ E!e tambm prote%e

    a costa da eros$o+ Nas costas co!o&iadas por ma&%ueais e"iste mais pei"e e a pesca mais farta ue em !u%ares sem ma&%uea!+

    Embora e"istam cerca de 0 espcies e"c!usivas de ma&%uea! em toda o&ai&tertropica!, &a costa at!&tica da Amrica, ape&as seis s$o e&co&tradas+ essas seis, s/tr;s e"istem &a @osta do So!C ma&%ue bra&co (La%u&cu!aria racemosa), ma&%ueverme!ho (5hiophora ma&%!e) e ma&%ue preto (Avice&&ia schaueria&a)+ @abe sa!ie&tar,

    porm, ue os ma&%ueais da @osta do So! costumam co&trariar o padr$o mais comumde ma&%uea!, como veremos oportu&ame&te+

    O manguezal no no+o C'digo Flores&al

    Se%, 11 de Gar#o de 201M

    epois de um !o&%o processo de idas e vi&das, @o&%resso Nacio&a! e Bresid;&cia da5epb!ica desembocaram &um @/di%o !oresta! terato!/%ico+

    A vers$o ue se prete&dia fi&a! saiu do Se&ado p!e&a de reme&dos, &a co&di#$o deBrojeto de Lei de @o&vers$o &+ 21+ @ami&ha&do aos trope#os, e!e e"pressava osi&teresses mais torpes do rura!ismo+ No Ba!.cio do B!a&a!to, o docume&to sofreu &ovevetos da Breside&te da 5epb!ica+ Bara pree&cher as !acu&as, o Boder E"ecutivo e&viou

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    medida provis/ria, arremata&do, assim, a co&fusa Lei &+ 12+828, de 18 de outubro de2012, ue i&stitui o &ovo @/di%o !oresta! brasi!eiro+ A uest$o ai&da &$o se e&cerrou,

    pois os vetos de i!ma 5oussef devem ser apreciados pe!o Boder Le%is!ativo, &$o sesabe ua&do+

    No ue se refere ao ecossistema ma&%uea!, o @/di%o !oresta! tambm represe&ta umretrocesso, embora dediue a e!e muito mais pa!avras ue o @/di%o !oresta! a&terior,de 1JO+ Neste se%u&do, o ma&%uea! aparece ape&as &o Art+ 2 como Yrea deBreserva#$o Berma&e&te+ A 5eso!u#$o &+ M0M, de 20 de mar#o de 2002, do @o&se!ho

    Nacio&a! do Geio Ambie&te, deta!hou o ma&%uea! como Yrea de Breserva#$oBerma&e&te em toda a sua e"te&s$o+ Fastaram poucas pa!avras para empree&der adefesa deste ecossistema t$o vita! ' vida au.tica doce, sa!%ada e sa!obra, bem como 'vida terrestre e a!ada+

    6 &ovo @/di%o !oresta! e&tra mais demoradame&te &a !ama de um ma&%uea! po!u-doe se suja todo+ A e!e, dedicado o cap-tu!o A, te&do como t-tu!o :o usoeco!o%icame&te suste&t.ve! dos apicu&s e sa!%ados:+ Bara uem &$o especia!ista, oma&%uea!, em sua m."ima e"press$o, comp7ese de tr;s .reasC o bosue propriame&tedito, o !avado e o apicum+ A primeira co&stitu-da pe!o co&ju&to das p!a&tas e"c!usivas ou &$o do ma&%uea!+ A se%u&da pe!os cami&hos por o&de as marsavaam e recuam, te&do ou &$o ve%eta#$o+ A terceira pe!a parte mais sa!%ada doma&%uea!, o&de as espcies ve%etais e"c!usivas podem &$o ocorrer+ No e&ta&to, comosuste&ta i!berto @i&tr/& e todo bom ec/!o%o, estas tr;s re%i7es s$o fu&dame&tais para ae"ist;&cia -&te%ra do ma&%uea!+

    6 &ovo @/di%o !oresta! !ibera parte do apicum para a cria#$o de crust.ceos, sobretudo

    de espcies e"/ticas de camar$o, e para sa!i&as+ Na Ama3&ia, os apicu&s podem sere"p!orados eco&omicame&te em at 10 da .rea tota! do ma&%uea!+ Nos demaisEstados do Frasi!, permitese o uso de M, e"c!u-das as ocupa#7es j. co&so!idadas+ 6

    p!eito dos carci&icu!tores, !evado ao @o&%resso pe!a ba&cada &ordesti&a, foi ate&dido+

    Na verdade, o ma&%uea! &u&ca foi respeitado, com ou sem !ei a prote%;!o+ A discuss$oem tor&o de sua preserva#$o, sempre se !imitou ' ve%eta#$o, &u&ca ' fau&a+ Be!o me&os,a co&di#$o de Yrea de Breserva#$o Berma&e&te for&ecia uma arma com mu&i#$o para as!utas em sua defesa+ 6 &ovo @/di%o !oresta! e&tre%a aos ativistas &$o ape&as uma armasem ba!as, mas uma arma de bri&uedo, para ue protejam o ma&%uea!+

    D i&/cuo a @o&stitui#$o da 5epb!ica determi&ar, em seu Arti%o 22, 4, ue a o&a@osteira patrim3&io &acio&a!+ D i&ti! o &ovo @/di%o estabe!ecer ue as atividades

    permitidas &o mbito dos ma&%ueais devem ser precedidas de !ice&ciame&to pe!o/r%$o %over&ame&ta! de ambie&te de cada Estado, cie&tifica&dose o bama de ta!!icea+ `ua&do f!a%ramos o &stituto Estadua! do Ambie&te do 5io de ?a&eiroadu!tera&do o bosue do ma&%uea! do 5io Bara-ba do Su! com obras de dra%a%em, todaa co&fiaa &as autoridades %over&ame&tais se esfuma+ N$o podemos tambm co&tarcom a Gari&ha, pois e!a vive se e"ercita&do para uma %uerra ima%i&.ria co&tra osi&imi%os do Frasi!+

    e &ada adia&ta, ai&da, o &ovo @/di%o prescrever a :sa!va%uarda da abso!utai&te%ridade dos ma&%ueais arbustivos e dos processos eco!/%icos esse&ciais a e!es

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    associados, bem como da sua produtividade bio!/%ica e co&di#$o de ber#.rio derecursos pesueiros:, se &$o se co&sidera o apicum como parte i&te%ra&te doecossistema+Bara prote%er o ma&%uea!, bastaria um dispositivo dei"a&do c!aro ue o ma&%uea! Yrea de Breserva#$o Berma&e&te em toda a sua e"te&s$o, compree&de&do esta o bosue

    o !avado e o apicum+

    Manguezais / 0eira de um a&a1ue de ner+os

    `ui, 2 de 6utubro de 2012

    No arti%o :A ori%em dos ma&%ueais:, pub!icado &o dia P de outubro passado,passamos em revista a ori%em, distribui#$o e caracter-sticas %erais dos ma&%ueais+Tratase a%ora de e"ami&ar as re!a#7es das sociedades huma&as com este ecossistema+

    Natura!me&te, o ma&%uea! um ambie&te estressado ue dese&vo!veu meca&ismos deadapta#$o de modo a reduir as te&s7es+ Bara !idar com o e"cesso de umidade e aescasse de o"i%;&io, as espcies de ma&%ue criaram os p&eumat/foros e as !e&tice!as,ou seja, ra-es ue, em ve de se diri%irem para bai"o, saem do substrato !amoso comose fossem tubos de respira#$o de um mer%u!hador+ 6 p&eumat/foro correspo&de ao tuboe a !e&tice!a ao furo por o&de e&tra o ar+ Bor sua ve, o ma&%ue verme!ho tem um cau!e

    ramificado, asseme!ha&dose a uma ara&ha+ As !e&tice!as ficam &as ramifica#7es+

    Bara reduir o estresse causado pe!o sa!, as espcies de ma&%ue ou barram a e&trada de!eou promovem sua di!ui#$o ou o e"pe!em por %!&du!as e"iste&tes em suas fo!has+ Estasespcies est$o adaptadas a um ambie&te si&%u!ar formado pe!o e&co&tro da .%ua docede rios e !a%oas com a .%ua sa!%ada do mar, da&do ori%em ' .%ua sa!obra+

    Manguezal dentro da norma :em estado normal;. 1oto do autor;

    6 ma&%uea! um ecossistema de co&sider.ve! resi!i;&cia, isto , com capacidade deautorre%e&era#$o+ Esta capacidade, co&tudo, tem !imites+ Se o impacto sofrido

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    u!trapassa as &ormas (!imites) da resi!i;&cia, o ecossistema pode aprese&tar a&oma!ias emesmo morrer+ Assim, tomemos o ma&%uea! vive&do de&tro das &ormas para as uaisse adaptou e o ma&%uea! em ue estas &ormas mudaram parcia! ou tota!me&te+ 6resu!tado vai desde peue&as ou %ra&des a&oma!ias, &o esfor#o de se adaptar 's &ovasco&di#7es ambie&tais, at a morte+ As &ormas podem mudar por a!tera#7es &aturais do

    ambie&te e por a#$o a&tr/pica (huma&a)+ @omo o autor dedicase ' hist/ria das re!a#7esdas a&tropossociedades (sociedades huma&as) com os ecossistemas, a ;&fase desta

    peue&a a&.!ise recai sobre as re!a#7es das a&tropossociedades com o ma&%uea!+

    2 Mor&e+ E"istem co&di#7es ideais para a e"ist;&cia saud.ve! de um ma&%uea!+ + E+Ha!sh apo&ta ci&co prreuisitos para a ocorr;&cia de ma&%ueais sa!utaresC 1temperaturas tropicais, com a mdia do m;s mais frio acima de 20 @ e uma %ama detemperatura em cada esta#$o ue &$o e"ceda @V 2 costas !ivres da a#$o de va%as emars vio!e&tasV M presea de .%ua sa!%ada, espraiada pe!o avao e recuo das mars,de um !ado, e de uma fo&te de .%ua doce, de outroV 4 a!uvi$o fi&oparticu!ado, cria&do

    um substrato frou"o co&stitu-do por si!te e ar%i!a fi&a, rico em matria or%&icafor&ecida pri&cipa!me&te pe!as p!a&tas do ma&%uea!V !ar%a amp!itude de mars+

    E&treta&to, este ecossistema pode se dese&vo!ver em ambie&tes sem a presea demars, muito embora os ue co&tam com a !ava%em de!as apare&tem mais sade ue osma&%ueais situados em ecossistemas au.ticos fechados ou semifechados+ D ue asmars, sa!i&ia&do o so!o, i&ibem o crescime&to de p!a&tas co&corre&tes das espciesve%etais e"c!usivas de ma&%uea!+ A aus;&cia de!as costuma submeter as espcies dema&%ue a situa#7es estressa&tes+ Nem sempre, tambm, o substrato fi&oparticu!ado desi!te e ar%i!a represe&ta uma co&di#$o i&dispe&s.ve! ao crescime&to de p!a&tas dema&%ue+ Em certos !u%ares, e!as medram em substrato are&oso e at rochoso+ estemodo, parece ue ape&as duas co&di#7es s$o impresci&d-veis para a ocorr;&cia dema&%ueaisC as temperaturas i&tertropicais e a bai"a e&er%ia mari&ha+ Sa!ie&tese,co&tudo, ue a aus;&cia de uma das co&di#7es j. fator de estresse para o ma&%uea!+

    Natura!me&te, se o mar avaa sobre o co&ti&e&te (tra&s%ress$o) por !o&%o tempo, oma&%uea! dei"a de e"istir o&de a .%ua se tor&a sa!i&a, des!oca&dose para os po&tos emue o mar forma &ovos estu.rios com os rios, ou seja, &o po&to de e&co&tro de .%uadoce e sa!%ada+ Se o mar recua (re%ress$o), tambm por tempo pro!o&%ado, des!oca&doo estu.rio para outro po&to, o ma&%uea! tambm se des!oca+

    Nas re!a#7es e&tre a&tropossociedades e ma&%ueais, estes podem desaparecer casosejam cortados para dar !u%ar a pasta%e&s e a &c!eos urba&os+ Bara ta&to, precisoocupar o so!o de forma perma&e&te, pois a te&d;&cia do ma&%uea! recomporseua&do o espa#o em ue vivia for simp!esme&te aba&do&ado ap/s a supress$o das

    p!a&tas+

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    Manguezal morto por soterramento das ra(zes. 1oto do autor.

    #2 Es&resse %"drico!A mar cheia afo%a as !e&tice!as (poros respiradores) das p!a&tas dema&%uea! temporariame&te+ @o&tudo, se o afo%ame&to se tor&a pro!o&%ado por a!%umfator &atura! ou por a#$o huma&a, seja por .%ua sa!%ada ou doce, as p!a&tas se esfor#am

    para sobreviver+ Se &$o co&se%uem, podem morrer+ Se co&se%uem, &ecess.rio odes!ocame&to das !e&tice!as para po&to acima do &-ve! dQ.%ua+ Nos ma&%ues bra&co e

    preto, a p!a&ta emite ra-es acima do &-ve! dQ.%ua+ e!as, brotam ra-es respirat/rias+ Noma&%ue verme!ho, as !e&tice!as sobem &as ramifica#7es do cau!e para ficar fora dQ.%ua erespirar+ Tudo se passa como se o &-ve! dQ.%ua subisse demoradame&te e impedisse omer%u!hador de respirar+ A fim de &$o morrer, e!e deve subir tambm em busca do ar+

    Manguezal estressado por a!ogamento das ra(zes respirat

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    Manguezal estressado por aumento de gua doce no sistema e conse$uente in%aso de esp9ciescompetidoras. 1oto do autor.

    )2 Es&resse *or aumen&o da salinidade+ 6 ma&%uea! &$o ape&as to!era o sa! como

    precisa de!e a fim de e!imi&ar as p!a&tas co&corre&tes+ Gas tudo tem !imite+ Se, por a#$oda &aturea ou huma&a, a sa!i&idade se e!eva em demasia, pri&cipa!me&te associada 'estabi!ia#$o do &-ve! dQ.%ua, as p!a&tas de ma&%uea! sofrem estresse+ As p!a&tas &$ocrescem &orma!me&te e apare&tam rauitismo porue a e&er%ia %asta em !idar com o sa! roubada da p!a&ta+

    Manguezal estressado por e>cesso de sal. 1oto do autor.

    42 Es&resse &5rmico!Se o ma&%uea! j. est. sujeito a afo%ame&to demorado e se a!mi&a dQ.%ua ue o afo%a for de!%ada, o ca!or do so! pode e!evar a temperatura a!m dosuport.ve!+ E&t$o, a!%as se pro!iferam &o ambie&te au.tico as fo!has das p!a&tas ficamamare!adas+

    Manguezal estressado por e>cesso de calor. 1oto do autor.

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    62 Es&resse *or 'leo!D um dos piores para o ma&%uea!+ @omume&te, causado porvaame&to de petr/!eo+ 6 /!eo despejado de barcos a motor tambm pode caus.!o+ 6/!eo tapa as !e&tice!as, impedi&do a p!a&ta de respirar+ 6 ma&%uea! pode morrer ou!aar ra-es a&3ma!as acima &o &-ve! ati&%ido+ No ma&%ue verme!ho, as !e&tice!asdes!ocamse para po&to !ivre do /!eo+

    Manguezal estressado por

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