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ARTIGOS SOBRE A CVX 1. A História da CVX - conta como foi o surgimento da CVX na Europa do século XVI e suas transformações até os últimos anos 2. A Reunião da Comunidade - sobre o que consiste uma reunião da CVX e como deve ser preparada 3. Quais são as metas da Formação CVX - elenca quais os objetivos que devem ser observados na formação de um membro CVX 4. A Revisão do Dia - mostra como deve ser estruturado uma Revisão Inaciana de um dia 5. Estruturas e Papéis na CVX - quais são as diversas instâncias de governo da CVX Mundial e que funções desempenham na comunidade o membro, o coordenador e o assessor. 6. Papel da Comunidade no Discernimento Vocacional - mostra como a comunidade pode ajudar neste tipo de discernimento. 7. Período de Introdução à CVX - trata-se de um roteiro para o Assessor CVX que está iniciando uma Pré-CVX. Mostra quais devem ser suas preocupações iniciais no acompanhamento e formação do grupo. 8. To be or not to be CVX - artigo em que se discute as inconstâncias de alguns jovens membros quando chegam à maturidade

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ARTIGOS SOBRE A CVX

 

 

1.   A História da CVX -  conta como foi o surgimento da CVX na Europa do século XVI  e  suas transformações até os últimos anos    

2.  A Reunião da Comunidade -  sobre o que consiste uma reunião da CVX e como deve ser preparada

3.  Quais são as metas da Formação CVX  -  elenca quais os objetivos que devem ser observados na formação de um membro CVX

4.  A Revisão do Dia -  mostra como deve ser estruturado uma Revisão Inaciana de um dia

5.  Estruturas e Papéis na CVX  -  quais são as diversas instâncias de governo da CVX Mundial e que funções desempenham na comunidade o membro, o coordenador e o assessor.  

6.  Papel da Comunidade no Discernimento Vocacional -  mostra como a comunidade pode ajudar neste tipo de discernimento.

7.  Período de Introdução à CVX - trata-se de um roteiro para o Assessor CVX que está iniciando uma Pré-CVX. Mostra quais devem ser suas preocupações iniciais no acompanhamento e formação do grupo.

8.  To be or not to be CVX  - artigo em que se discute as inconstâncias de alguns jovens membros quando chegam à maturidade

9.  Dia de Apresentação da CVX a interessados - roteiro extraído do Plano de formação da CVX Brasil para a realização de um dia de apresentação a pessoas interessadas na proposta CVX

10.  Recomendações de Nairóbi - texto conclusivo da Assembléia Mundial CVX em Nairóbi, Quênia, em 2003 com recomendações à toda Comunidade CVX Mundial

11.  Tarde de Formação CVX - Plano de Formação 

 

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historia

A História da CVX: Nossas Raízes

 

As raízes históricas da CVX chegam até 1540, data em que o Papa Paulo III aprovou a Companhia de Jesus. Inácio e seus companheiros, já desde o princípio, convidavam leigos para cooperar no apostolado e até mesmo a assumir a responsabilidade de alguns de seus projetos apostólicos, formando grupos, partilhando com eles sua espiritualidade e introduzindo-os na experiência dos Exercícios Espirituais.

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Baseando-se nestas experiências já estendidas por muitas regiões, um jovem jesuíta belga, Juan Leunis, que conheceu Inácio em 1556, e que havia sido enviado ao Colégio Romano, criou a primeira Congregação para estudantes desta instituição. Em 1584, o Papa Gregório XIII aprovou as regras da Prima Primaria e pôs a nova Associação laical, sob a autoridade do Geral da Companhia. A Congregação inspirava-se na Contemplação da Encarnação e escolheu como seu título oficial: Congregação Mariana, tomando como patrona a Nossa Senhora da Anunciação. 

Integrando Fé e Vida

         O objetivo inicial do grupo estava claramente definido: integrar os estudos e a vida cristã. Leunis promoveu o espírito de responsabilidade e de serviço dos leigos. Animava a todos os membros da comunidade para buscar sua própria vocação na Igreja e no mundo, seguindo o chamado do Concílio de Trento e seu convite para colaborar na renovação da Igreja. 

        Se compararmos as Congregações, com as Ordens Terceiras e com os Oratórios de São Felipe Néri, descobriremos que: as Ordens Terceiras estavam vinculadas aos mosteiros como centros de educação cristã e de ação social. Os Oratórios ofereciam programas de formação, companheirismo e vida de oração, de modo flexível e pouco estruturada. Enquanto que, a Congregação, autêntica associação secular, tinha uma estrutura clara e hierárquica (o Superior Provincial nomeava o Diretor da Congregação). Dentro da Congregação havia subgrupos (seções) com objetivos específicos de aprofundar a vida espiritual por meio dos Exercícios Espirituais, a meditação diária e o acompanhamento espiritual, ou de trabalhar apostolicamente em um setor concreto da sociedade: com os encarcerados, com os doentes dos hospitais, com as prostitutas ou pessoas indigentes que não se atreviam a pedir esmolas (pobres envergonhados) etc.

  Uma Pastoral Inaciana unificada

         Os Jesuítas de todo o mundo, inclusive nas missões do Novo Mundo e no Oriente, quando trabalhavam na formação dos leigos, utilizavam o estilo de vida, de formação e de apostolado da Congregação. Os Jesuítas se inspiravam todos no modelo da Prima Primaria do Colégio Romano. Esta unidade de orientação pastoral entre os Jesuítas era uma garantia para a continuidade dos projetos apostólicos e permitia uma grande mobilidade entre os jesuítas já que uma mudança de diretor não levava consigo uma mudança de orientação pastoral da obra. 

As Congregações propagaram-se e se estenderam amplamente durante os dois primeiros séculos. Havia Congregações de Advogados, juizes, militares, oficiais do governo, nobres, homens de negócio, alfaiates, comerciantes, trabalhadores da construção, artistas, carpinteiros e marceneiros, clero...  

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Diversificação das Congregações

         O dia 21 de julho de 1773, o Papa Clemente XIV, suprimia a Companhia de Jesus e junto com ela todas as suas obras apostólicas. Assim, desapareciam as 2.500 Congregações filiadas à Prima Primaria que existiam naquele momento. Contudo, pouco tempo depois, a pedido de alguns bispos, permitiu-se que as Congregações continuassem funcionando sob a jurisdição do bispo do lugar. Privadas de sua inspiração inicial, estas Congregações foram mudando de espírito. Ainda que os grupos se tenham multiplicado (chegaram à cifra de 80.000), havia grandes diferenças entre eles, do ponto de vista de sua qualidade apostólica e espiritual. Alguns eram excelentes, enquanto outros tornaram-se simples grupos piedosos, com a devoção Mariana como único ponto comum.  

A volta às Raízes - Renovação - A Comunidade de Vida Cristã 

Mesmo depois da restauração da Companhia de Jesus, no dia 07 de agosto de 1814, continua desigual a qualidade das Congregações. A necessidade de renová-las é urgente. Em 1922 o Superior Geral da Companhia de Jesus, chama a Roma 40 jesuítas Diretores de Congregações, para uma reflexão séria sobre o movimento. Como resultado cria-se na Cúria Geral um Secretariado Central para a promoção e renovação das Congregações. Em 1948, o Papa Pio XII publica a Constituição Apostólica Bis Seculari, definindo a identidade das Congregações Marianas e convidando-as a voltar às suas fontes. A Constituição propõe os Exercícios Espirituais como coração da espiritualidade das Congregações. 

Em 1953, nasce a Federação Mundial das Congregações Marianas. Os Congressos Mundiais, organizados a cada cinco anos, preparam os Princípios Gerais em colaboração com o Secretariado Central e as Federações Nacionais. Durante o Congresso Mundial de Roma, em 1967, são aprovados os novos Princípios Gerais. Ao mesmo tempo e para evitar a imagem disforme que projetavam as congregações em muitos países, muda-se o nome do movimento renovado para Comunidade de Vida Cristã. A nova Federação Mundial se rege por novas normas jurídicas: a autenticidade do espírito das Comunidades estava garantida pelos Princípios Gerais e não mais pela filiação à Prima Primaria. A autoridade para filiar uma Comunidade estará em mãos da Assembléia Mundial e de seu Conselho Executivo Mundial. A Santa Sé aprovou estes Princípios e Normas Gerais e o Superior Geral da Companhia de Jesus renunciou livremente à sua autoridade em favor da Assembléia Mundial e de seu ExCo. 

A ênfase desta renovação estava na formação humana e espiritual de cada membro e na importância da pequena Comunidade. A pessoa que entra na CVX passa por diferentes etapas de crescimento, seguindo o itinerário espiritual dos Exercícios Espirituais, começando pelo Princípio e Fundamento, até chegar à Contemplação para alcançar amor. Nestes últimos trinta anos, os estudos e as experiências dos Exercícios Espirituais, assim como o acompanhar a outros,

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contribuiu muito para o redescobrimento desta preciosa herança inaciana. Membros da CVX em muitas partes do Mundo fazem regularmente Exercícios de cinco, oito dias, ou na vida corrente. São muitos os membros da CVX que tem estudado e assimilaram outros aspectos da espiritualidade inaciana: o discernimento individual e comunitário, os métodos de oração, a revisão do dia, o acompanhamento espiritual individual, etc. 

A pequena Comunidade tornou-se a célula fundamental da CVX. Em alguns países, a Comunidade Nacional está formada por pequenas Comunidades, enquanto que em outros existem Comunidades mais amplas, a nível de cidade ou de um Centro Pastoral, mas, subdivididas em pequenas comunidades ou grupos.  

Rumo à Comunidade Mundial 

A partir de 1967, os Congressos Mundiais são organizados a cada três anos, e a partir de Providence/82, a cada quatro. Mais de 50 delegações Nacionais participam neles. Estas Assembléias Gerais desempenharam um papel importante na colocação em prática dos Princípios Gerais. Estas Assembléias oferecem indicações preciosas sobre o estilo de vida, as atividades apostólicas e as necessidades das Comunidades através do Mundo. As necessidades urgentes do Mundo também estão presentes nestas Assembléias. Os temas das Assembléias refletem o crescimento e processo de amadurecimento da CVX. Especialmente importantes foram Providence/82, onde a CVX deixou de ser uma Federação para tornar-se uma Comunidade Mundial. A partir de então, foi crescendo o sentido de “Comunidade Mundial”, multiplicam-se os gestos de solidariedade e fraternidade e, mesmo que ainda haja muito caminho a percorrer, partilha-se a mesma visão e ideais. Em Guadalajara/90, discutiram-se e foram aprovados os Princípios Gerais renovados. As primeiras Assembléias Gerais ajudaram a clarear a identidade da CVX e inspiraram um interesse e esforços gerais pela formação. As últimas, especialmente a Assembléia Mundial de Hong Kong/94, promoveram o interesse e os esforços comuns pela missão e serviço. 

Esta ênfase renovada pela missão, sublinha um elemento essencial da identidade CVX, projeta nova luz para compreender a espiritualidade inaciana, dinamiza a vida comunitária, e inspira a comunidade a nível local, nacional e mundial para que unam seus esforços em favor de uma missão comum.  

A História da CVX, através de suas ASSEMBLÉIAS MUNDIAIS 

Com a Constituição apostólica BIS SECULARI, o Papa Pio XII iniciava o processo de renovação das Congregações Marianas. Em 1953, aprovou-se a Federação Mundial que teve sua primeira Assembléia em Roma em 1954. A Assembléia de 1959 em Newark, (a 2ª), deu o primeiro passo rumo a formulação dos Princípios Gerais. Neste mesmo ano o Secretariado de Roma enviava a primeira carta a todas as Federações. Foi o princípio de uma consulta e intercâmbio a nível mundial que deu como fruto os primeiros Princípios Gerais. 

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Na 3ª Assembléia em Bombaim, em 1964, os Princípios Gerais estavam praticamente terminados, mas julgou-se prudente, esperar que fossem concluídos os trabalhos do Concílio Vaticano II, antes de apresentá-los para sua aprovação. A 4ª Assembléia Mundial em Roma em 1967, deu à luz um novo nome e os novos Princípios Gerais, enquanto a 5ª Assembléia em Santo Domingo em 1970, trouxe uma crise e um grande desafio para o futuro de nossa Comunidade. As Assembléias posteriores, tentaram responder a este desafio. 

A 6ª Assembléia Mundial em Augsburgo/73: Chamados a ser livres “Para a libertação de todos os homens e mulheres”. Foi um novo tipo de Assembléia, com Exercícios Espirituais individualizados e um curso de Formação. 

A 7ª Assembléia Mundial em Manila/76: Chamados a ser pobres: “Pobres em Cristo para um melhor serviço”. Durante esta Assembléia organizaram-se três cursos de formação. 

A 8ª Assembléia Mundial em Roma/79: Chamados a ser uma Comunidade Mundial “A serviço de um só Mundo”. 

A 9ª Assembléia Mundial em Providence/82: O desafio de ser uma Comunidade Mundial em missão para “promover a justiça”. 

A 10ª Assembléia Mundial em Loyola/86: Vendo Maria como modelo de nossa missão “Fazei o que Cristo vos disser”. 

A 11ª Assembléia Mundial em Guadalajara/90: Chamados a ser uma Comunidade Internacional “A serviço do Reino, para ir e dar muito fruto”. Os novos Princípios Gerais foram aprovados. 

A 12ª Assembléia Mundial em Hong Kong/94: Chamados a ser uma “Comunidade em missão” para levar fogo à terra, delineiam-se os desafios com os quais se defronta a CVX e traçam-se as principais linhas de ação para os próximos anos.

 

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reunião

A Reunião da Comunidade

  

São muitas e altas as metas que devemos alcançar no programa de formação da CVX. Entre os tempos fortes para ir avançando em sua direção, destacamos três: 

                Ø A reunião de Grupo;

Ø Os Exercícios Espirituais cada ano;

Ø As sessões especiais (umas duas por ano, nos primeiros anos) 

Estes três tempos fortes não são parênteses na vida, mas geram um processo que influi sobre nossa vida de cada dia. Se não integramos toda a vida dentro de uma mesma pedagogia, não conseguiremos alcançar estas metas. 

AS REUNIÕES NA CVX devem ser variadas, adaptando-se aos objetivos que se pretende alcançar. Há reuniões de partilha e reuniões com tema. 

                    A estrutura geral da reunião (umas duas horas) 

1. Oração;

2. Avisos, notícias, andamento de vários projetos. . .(brevemente);

3. Partilha - ou - Estudo do tema;

4. Breve avaliação. 

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1. O tempo de oração pode ser, nas Comunidades iniciantes, a ocasião para o Assessor introduzir o grupo na oração: lê-se um texto da Escritura, seguem-se uns quinze minutos de oração em silêncio, terminando com a oração espontânea de quem desejar fazê-lo. 

2. Normalmente devem-se programar, seguir ou avaliar projetos da Comunidade Local ou Nacional tais como: Sessões especiais de Formação, Exercícios Espirituais, reuniões do Regional, ou pessoas que necessitem urgentemente de ajuda, etc., nos quais os membros são convidados a participar. Na medida do possível, esta parte deve ser breve, evitando digressões inúteis, mas dando o tempo necessário para escutar as reações, oferecer esclarecimentos e tomar decisões.

 

3.1. A REUNIÃO DE PARTILHA implica três aspectos:

 

                               uA colocação em comum ou a partilha propriamente dita. 

                               uA escuta.

                u O intercâmbio.

 

ÜA Colocação em comum ou a partilha propriamente dita: Refere-se sobretudo às relações daquele que partilha dentro de sua família, local de trabalho/estudo, na comunidade ou lugar onde desenvolve atividades de serviço. Trata-se de compreender como na Revisão do dia, o que o Senhor lhe pede nestas situações. Para isto deve compreender melhor as necessidades daqueles que o rodeiam, o que esperam dele, e o modo que deve adotar para responder em nome de Jesus.

Ü    A Escuta: Para escutar o outro devo fazer silêncio dentro de mim, aceitá-lo, respeitá-lo, sem querer que seja como eu, segundo minhas categorias. O Senhor pode dizer-me algo através de suas palavras. Sabemos escutar sem fugir, sem julgar, sem catalogar o outro? 

Ü O Intercâmbio: Não se trata de discutir, mas de oferecer uma palavra que ajude o outro. Não se trata de propor soluções, nem de dar conselhos, mas de ajudá-lo a ver a situação com maior claridade e profundidade. Ao dirigir uma palavra ao meu irmão ou minha irmã que acaba de partilhar, devo

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perguntar-me se o faço com amor, ou antes buscando algo para mim mesmo. Caminhando juntos nos aproximamos uns dos outros. Através destas palavras nos ajudamos como irmãos e reconhecemos a presença do Senhor entre nós. 

Se participamos da reunião com um coração aberto, algo terá entrado em nossos corações: teremos visto em nós algo que deve mudar.

3.2. A REUNIÃO COM TEMA:

  Dados os objetivos que desejamos alcançar individualmente e como Comunidade, devemos dedicar algumas reuniões para estudar juntos temas da Escritura, de nossa Espiritualidade, das situações socioculturais em que vivemos. . . Para isto, convém colocar-se de acordo no início do ano sobre os temas que se quer aprofundar, distribuindo-os entre os componentes do grupo para que os preparem previamente. 

O método e maneira de estudar os temas dependerá do próprio tema e da criatividade da pessoa    encarregada. O fruto destas reuniões depende em grande parte de sua preparação, da prévia            distribuição de algum documento (não muito extenso) ao restante do grupo e do modo de estudá-lo.

 

4. BREVE AVALIAÇÃO (ao final da reunião)

         Esta avaliação deve ser breve, não mais de quinze minutos. Depois de cinco minutos em silêncio para repassar a reunião, cada um expressa-se brevemente, sem sentir-se obrigado a comentar todas as perguntas:

 

Ü    O Que mais ajudou-me na reunião? 

Ü    O que mais me incomodou na reunião?  

Ü    Em que pontos ou momentos senti dificuldade para compreender ou contribuir? 

Ü    O que proponho para melhorar a reunião no futuro?

 

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FREQUÊNCIA DAS REUNIÕES: Nos primeiros anos, dado que se almeja o crescimento pessoal e comunitário, as reuniões devem ser semanais, (ou ao menos a cada duas semanas). Supõe-se que todos os membros do grupo participam delas com regularidade e pontualidade. 

É importante prepará-la bem. Para isto é útil distribuir na reunião precedente, alguns materiais para a reflexão e meditação. 

É muito conveniente passar algum final de semana (ou um dia) em grupo, duas ou três vezes por ano, para estudar algum tema, conhecer-se melhor e facilitar o crescimento individual e do grupo.

 

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quais 

QUAIS SÃO AS METAS DA FORMAÇÃO CVX  

>Antes de descrever o processo de crescimento próprio do membro da CVX, deve-se recordar resumidamente qual é a meta deste caminho de formação do apóstolo. O objetivo de nossa vida é a maior glória de Deus mediante a realização de seu plano de salvação. Contudo a salvação da humanidade não é fruto de nossos esforços, mas sim uma obra própria de Deus mesmo, por meio de seu filho Jesus Cristo, que nos chama a colaborar em sua missão. Portanto, o que a CVX procura com sua proposta de formação é preparar-nos para ser, na terminologia de Inácio, um “instrumento” capaz para o serviço de Cristo e de sua missão.

O próprio Inácio apresenta nestes termos as disposições que fazem de nós “instrumentos” dóceis na mão de Deus para a realização de seu plano de amor:

  1. QUE ESTEJA UNIDO COM DEUS, para que se deixe conduzir por Ele com

maior fidelidade. Esta dimensão espiritual, é o elemento essencial, que dá sentido e fecundidade à nossa vida e serviço. Inácio sublinha os seguintes aspectos desta união do “instrumento”com Deus:

  a)     Caridade e pura intenção do divino serviço. O amor, juntamente com

a fé e a esperança, constitui o fundamento e a expressão da vida no Espírito de Cristo. Trata-se de um puro dom de Deus, porém, temos que nos dispor a recebê-lo pelo desejo e a colaboração com a ação do Espírito. [Viver o amor significa querer agradar a Deus em todas as coisas, desejar cumprir sempre sua vontade, escolher em cada momento o que mais contribui para a Glória de Deus e bem do próximo (discernimento). Nosso desejo de Comunhão com o Senhor torna-se realidade em nossa vida na medida em que seu Espírito de amor penetra as distintas dimensões da existência (inclinações espontâneas, afetos, atitudes, talentos, relações, ocupações...) e as orienta para o dom e o serviço ].

    b)     Bondade e virtudes. O amor move uma pessoa a ir polindo seus

defeitos, que o impedem de fazer um maior bem aos outros, e a desenvolver as atitudes espirituais que o capacitem para fazer um bem maior ao próximo, procurando ser prudente, honrado, justo, austero, valente, constante, etc. [a santidade cristã, contudo, não consiste na perfeição moral: o amor e a força de Deus coexistem com nossas

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fraquezas (involuntárias e inclusive voluntárias) enquanto estas são superadas pela confiança humilde em sua misericórdia e perdão].

  c)     Familiaridade com Deus, ou seja, facilidade para encontrar a Deus em

paz, tanto na oração como em todas as coisas e ocasiões1[1]. Segundo Inácio, esta familiaridade com Deus, ainda que seja um dom gratuito seu, constitui um fruto “normal” da busca perseverante do Senhor.

  d)     Desejo sincero e eficaz de ajudar os outros, especialmente os

pobres e marginalizados, para que cheguem a viver a vida plena e verdadeira. Inácio o chama “zelo pelas almas”. O amor de Deus leva ao amor do próximo e ao interesse pelo desenvolvimento integral de todos e de cada um. Este desejo de colaborar com Cristo em sua missão redentora converte-se no princípio motivador e orientador de toda a existência pessoal e comunitária.

    2. QUE DESENVOLVA AS QUALIDADES HUMANAS QUE O CAPACITEM

PARA AJUDAR MELHOR OS OUTROS. Inácio valoriza todas as dimensões da realidade criada: os bens naturais e culturais, dons de Deus, tornam o “instrumento” mais apto para a missão apostólica, desde que esteja unido a Deus. As principais qualidades a serem desenvolvidas para cooperar com o Senhor na comunicação da vida verdadeira, são para Inácio:

  a)     Sólidos conhecimentos espirituais e teológicos. Para ajudar o

próximo não basta o testemunho da experiência espiritual própria. Suposta esta experiência, que é indispensável para o anúncio da palavra de Deus, tanto mais uma pessoa pode ajudar os outros a crescer na fé e amor quanto mais possua um conhecimento profundo e sistemático da mensagem cristã.

  b)     Conhecimentos científicos e profissionais. O conhecimento das

ciências humanas e sociais e a capacitação profissional são instrumentos para o desenvolvimento humano, individual e coletivo, e para a promoção de uma sociedade justa e solidária. Como “os conhecimentos espirituais e teológicos” ajudam o serviço da fé, estes “conhecimentos científicos e profissionais” ajudam a promoção da justiça.

  c)     Modo e maneira de levar o anúncio aos outros. Para ajudar os outros

é indispensável saber transmitir o próprio conhecimento. Inácio dá grande importância a esta dimensão da formação do apóstolo, que inclui o domínio dos métodos pedagógicos e dos meios de comunicação (tradicionais e modernos), junto com a capacidade de inculturar a mensagem mediante o conhecimento da mentalidade, linguagem, interrogações e necessidades de cada grupo (análise social e cultural).

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  d)     Forma de tratar e conversar com as pessoas. Refere-se à

sociabilidade e às relações interpessoais (cortesia, afabilidade, tato, empatia, etc.) tanto na conversação espiritual como no trato com as pessoas a respeito de tudo aquilo que interessa à missão evangelizadora.

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2[1] A este dom chamamos “consolação” e é um dom que freqüentemente (não necessariamente) acompanha o amor. É um dom que desejamos e buscamos - com a necessária indiferença - posto que ajuda muito ao progresso na vida espiritual e no serviço ao próximo.

 

 

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revisão

A Revisão do Dia

 

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O exame geral (ou Revisão do dia) mais do que uma ascética pessoal, tem como objetivo uma ascética de serviço aos outros. No livro dos EE (EE 43) explica-se o modo de fazê-lo como um breve processo em cinco tempos: 

ìO PRIMEIRO TEMPO é de ação de graças, e se dirige a Deus como fonte e origem de todo o bem: a vida, o trabalho realizado, as relações, as dificuldades, etc. Devemos deixar-nos surpreender pela ação de Deus, e dar-lhe graças como Jesus que: com a alegria do Espírito Santo exclama “Bendito sejas, Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos” (Lc 10, 21-22).

 

ìO SEGUNDO TEMPO também está orientado para Deus, para pedir-lhe sua luz, uma iluminação interior que permita ver em profundidade, desmontando os mecanismos de auto-justificação, a fim de poder ver com a ternura e o olhar do próprio Deus, o caminho percorrido, para poder ver todo o dia com um olhar de esperança.

 

ìO TERCEIRO TEMPO, já sob o olhar do Senhor, dispõe a considerar com lucidez espiritual, o dia vivido como serviço apostólico, como missão, para avaliá-lo com o olhar do Senhor, tendo como pano de fundo o “que fiz por Cristo”do colóquio do “Primeiro Exercício” (EE 53). Viver este momento em clima de colóquio, de confiança, a partir do “conhecimento” dos acertos e erros da jornada.

 

ì O QUARTO TEMPO é reservado à Contrição; para o apóstolo que deseja “em tudo amar e servir” (EE 233), é um momento de reconhecimento por “tanto bem recebido”. A contrição é aquele sentimento profundo que se origina ao contrastar o amor recebido por parte de Deus ao longo do dia, com a resposta dada a este amor. Trata-se de um sentimento espiritual e portanto de um dom de Deus.

 

ìO QUINTO TEMPO, refere-se ao propósito de emenda, e nasce do “que devo fazer por Cristo” do colóquio antes mencionado. É a resposta lógica do amor. Não é expressão de voluntarismo algum. Terminando com um Pai Nosso para sentir o olhar paternal de Deus que

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continua chamando e convocando o apóstolo para viver em missão na Comunidade Apostólica do Filho.

 

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estruturas

Estruturas e Papéis na CVX

 

 

I - As Estruturas da CVX como Comunidade Mundial:

 

A CVX é composta por pessoas que se encontram em diferentes níveis de crescimento e de identificação com a Comunidade Nacional e Mundial: Há membros totalmente comprometidos com este estilo de vida, outros fizeram um Compromisso Temporário, enquanto há aqueles que não acabam de decidir se este é o estado de vida para o qual os chama o Senhor. Com frequência há um número grande de pessoas que procuram a CVX porque as ajuda humana e espiritualmente, mas ainda, não estão dispostas a comprometer-se com os objetivos e programas da CVX. 

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Para manter a unidade entre todos eles contamos com os Princípios Gerais, As Assembléias Mundiais, o ExCo Mundial, mesas de serviço a nível continental, uma variedade de programas de formação e de atividades apostólicas a nível mundial, nacional e local, e os organismos coordenadores locais. 

Os membros participam da vida da Comunidade em vários níveis concêntricos. A Comunidade local (também chamada de “Pequena Comunidade CVX” ou simplesmente “grupo”) às vezes faz parte de uma Comunidade mais ampla radicada na cidade ou em um Centro Pastoral. Estas Comunidades locais estão filiadas à Comunidade Nacional. As Comunidades Nacionais oficialmente estabelecidas formam a Comunidade Mundial.

       Cada Comunidade Nacional, como ramo da Comunidade Mundial, estabelece seus próprios estatutos em conformidade com os Princípios e Normas Gerais. Neste momento, existem 50 Comunidades nacionais oficialmente estabelecidas. 

A Assembléia Mundial. Esta Assembléia Geral, é o Órgão Supremo de Governo da Comunidade de Vida Cristã. Compõe-se do Conselho Executivo e a Delegação de cada Comunidade Nacional. Cada delegação consta normalmente de três delegados, um dos quais deve ser o Assistente Eclesiástico ou seu representante [NG 15]. Esta Assembléia Mundial determina as normas e políticas, dando as principais orientações para serem seguidas até a próxima A.G. A Assembléia Geral, reúne-se a cada quatro anos. 

O Conselho Executivo (ExCo) é responsável pelo governo ordinário da Comunidade. É formado por 07 membros eleitos e 03 membros designados [O Assistente Eclesiástico Mundial, o Vice-Assistente Eclesiástico, e o/a Secretário(a) Executivo(a)] e um máximo de 02 membros cooptados. O ExCo reúne-se, ordinariamente, uma vez por ano e é responsável pela colocação em prática das orientações dadas pela Assembléia Geral. 

Secretariado Mundial em Roma põe em prática as políticas e decisões do ExCo. Na cabeça do Secretariado está o/a Secretário(a) Executivo(a), designado pelo ExCo, que trabalha em estreita colaboração com o Vice-Assistente Eclesiástico, que é também Diretor do Secretariado Central da Companhia de Jesus para a CVX. 

 

II - Papéis na CVX

 

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As Funções e Papéis na CVX só podem ser entendidos como serviço. Em outras palavras: para ajudar os membros em seu caminhar para o objetivo: seguir Jesus Cristo mais de perto e trabalhar com Ele para a construção do Reino, e que reconheceram a Comunidade de Vida Cristã, como sua vocação particular na Igreja. [PG 4]. Portanto toda função e papel orientados para o crescimento cristão de seus membros e grupos é desempenhado com discernimento e não pode ser uma missão que uma pessoa se dá a si mesma. 

Falamos aqui das pequenas comunidades (geralmente entre 7 e 12 pessoas). O que dissemos aqui do Assistente, Assessor e do Coordenador, deve ser entendido neste contexto. Estas pequenas Comunidades fazem parte de uma Comunidade maior e por isto podem ser auxiliadas neste nível, no que se refere às funções de Assistentes e Assessores. 

Os membros da CVX são um elemento essencial na CVX. Cada membro compartilha pessoalmente a responsabilidade pela Comunidade e sua missão. O Objetivo da CVX é apostólico e se apoia na vocação pessoal de cada um de seus membros. O que se pode esperar dos membros depende de seu crescimento espiritual e apostólico. Como mínimo, os membros devem dar provas de:

Ü       Sincero interesse pelo crescimento de sua própria vida espiritual; 

Ü       Desejo de melhorar suas vidas do ponto de vista humano, espiritual e apostólico;  

Ü       Desejo de fazer parte de um grupo estável no qual se partilha:  amizade,         idéias, experiências e atividades apostólicas; 

Ü       Disponibilidade para assumir um papel ativo nas reuniões e atividades do grupo,  assistindo pontualmente e com regularidade as reuniões, aceitando                 responsabilidades  dentro do grupo.

O(A) Coordenador(a) da Comunidade é um membro do grupo e foi escolhido por seus membros por um prazo fixo de tempo (entre 1 e 2 anos). Sua principal responsabilidade consiste em certificar-se de que todos os membros contribuem para o caminhar do grupo. Isto significa que a responsabilidade do(a) Coordenador(a) não consiste em que ele(a) faça tudo, mas, em que se assegure de que tudo, graças à crescente participação de todos os membros, vai se fazendo. Para que o grupo funcione bem, o(a) Coordenador(a) deve: 

           Ü     Assegurar-se de que alguém no grupo tenha preparado a reunião e as atividades do grupo; 

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           Ü     Garantir a comunicação com e entre todos os membros do grupo; 

           Ü     Favorecer os partilhas no grupo, buscando tudo aquilo que possa favorecer o sentimento de pertença ao grupo; 

            Ü Fomentar os compromissos apostólicos do grupo levando em conta o nível de seu desenvolvimento espiritual; 

           Ü     Participar regularmente das reuniões de coordenadores da Região.

 

O Assessor de Comunidade. Há um paralelismo entre o Orientador que acompanha uma pessoa nos Exercícios Espirituais e o Assessor que ajuda o grupo em seu caminho. O Assessor de grupo deve levar em conta o nível de desenvolvimento do grupo, fazendo com que cada membro o viva em plenitude. O que implica duas funções principais: 

Ü       Ajudar o grupo a discernir e decidir sobre as relações e os processos do grupo, confrontando-se com as situações e decisões que se apresentam, e discernindo os movimentos interiores que estão acontecendo a nível individual e grupal.

Ü       Sugerir e facilitar meios apropriados para a formação e o discernimento vocacional e apostólico.

 

A contribuição mais importante e que lhe tomará mais tempo será oferecer-lhes orientação espiritual. Nesta tarefa, o Orientador deveria contar com a ajuda de outros orientadores espirituais, não necessariamente da CVX. 

O Assessor pode ser também a pessoa mais indicada para introduzir os membros do grupo, em instituições apostólicas ou caritativas onde possam oferecer seus serviços. Nas Comunidades adultas procurará estabelecer contatos entre Instituições Eclesiais e os membros do grupo, abrindo assim novos campos de missão. 

O Assessor não faz parte do Grupo, mas tem sua própria Comunidade. E mais, deve manter certa distância em relação ao grupo, se quer ter a liberdade necessária para acompanhá-lo ao longo do caminho. Ao mesmo tempo que simpatiza com os sentimentos de seus membros, não deve identificar-se afetivamente com seus problemas. Esta distância não exclui a participação na vida do Grupo, mas a limita. 

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O Assessor deve ter uma idéia clara da CVX e dos objetivos específicos da etapa em que o grupo se encontra. Seu conhecimento e experiências pessoais da espiritualidade apostólica, uma integração profunda da fé e da justiça, da oração e da ação, o ajudará a agir como formador, oferecendo desafios e ajudando a fazer avaliações iluminadoras enquanto acompanha o crescimento de cada membro do grupo. 

É importante que os Assessores não trabalhem isoladamente, mas em comunhão, partilhando modos de proceder, experiências, dificuldades e maneiras de enfrentá-las. Para isto devem se organizar regularmente reuniões entre Assessores. 

Não é fácil encontrar bons Assessores de Grupo. Os cursos de formação de Assessores são necessários, porém não bastam. Na realidade, a formação do Assessor nunca termina. O essencial na formação do Assessor, é: 

  Ø       Fazer a anualmente a experiência dos Exercícios e acompanhar outras                     pessoas neles

                 Ø      Ser acompanhado por um Orientador Espiritual regularmente;

                 Ø Participar dos Cursos de Formação CVX para as etapas iniciais e adultas;

     Ø  Ser aceito como Assessor pela maioria dos membros do Grupo,                                               demonstrando assim sua capacidade para estabelecer relações de confiança                     e a habilidade pedagógica para acompanhar a outros.

 

   O ASSISTENTE ECLESIÁSTICO. A Comunidade de Vida Cristã em cada nível tem um Assistente Eclesiástico, designado em conformidade com o Código de Direito Canônico e as Normas Gerais. O Assistente toma parte na vida da Comunidade em seus vários níveis, de acordo com as Normas Gerais. Trabalhando em colaboração com outros líderes da Comunidade, tem como principal responsabilidade o desenvolvimento cristão de toda a Comunidade e ajuda os membros a crescer na descoberta dos caminhos de Deus, especialmente através dos Exercícios Espirituais. Em virtude da missão que lhe foi confiada pela hieraquia, cuja autoridade representa, tem também responsabilidade especial pelas questões doutrinais e pastorais e pela harmonia própria de uma Comunidade Cristã [PG 14]. 

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        Estes papéis na vida ordinária da CVX, são exercidos das mais variadas formas, de acordo com a situação de cada Comunidade Nacional e conforme os recursos disponíveis. De toda maneira, podemos afirmar que a qualidade da vida e da missão de uma Comunidade depende, em grande parte, da qualidade destes serviços.

 

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papel

Papel da Comunidade no Discernimento Vocacional

 

1. A Comunidade tem o papel de facilitadora

 Ä Oferece os meios Inacianos para discernir: acompanhamento espiritual, exame, modos de orar, Exercícios Espirituais de diversa duração, etc. 

Ä A Comunidade (o mesmo que o acompanhante nos Exercícios) deve ser facilitadora do crescimento do sujeito para que chegue à maturidade necessária para o discernimento vocacional.

 

2. A Comunidade tem o papel de símbolo 

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Ä Cada pessoa é uma relação fundamental com Deus, com os outros e com o mundo: um ser comunitário por essência. A vida comunitária é símbolo real do que cada um é. A Comunidade dá testemunho de Fraternidade em um mundo caracterizado pela lógica individualista e a instrumentalização das pessoas.

Ä Despojar-se, descentrar-se no outro, no OUTRO, centrar-se no outro: é a chave de leitura da contribuição comunitária para o discernimento vocacional. Este “centrar-se” no outro/O Outro, é condição de possibilidade das graças da indiferença - do magis - da terceira maneira de amar, da opção fundamental e dos discernimentos: dos estilos de vida - dos estados de vida.

 

3. Experiências e a Comunidade 

                   A Pedagogia Inaciana não forma ninguém numa estufa, mas sim na intempérie. Trata-se de ser provado na Comunidade e deixar-se provar na Comunidade com experiências que afetem seus membros (“sentir e saborear”). 

É importante abrir os olhos às necessidades que nos rodeiam, para que nos toquem o coração. As necessidades inspiram uma resposta, ditam estratégias e meios adequados, e são o critério mais importante de avaliação de nossa ação. Na etapa dos anos iniciais, a ação pode ter o caráter de “experiências” e como objetivo a formação espiritual e apostólica dos membros. Mas, nas Comunidades Adultas, a ação deve ser objeto essencial da vida pessoal e comunitária. O indivíduo deve responsabilizar-se por sua missão e a Comunidade também deve tornar sua a missão de seus membros e as ações que estes assumem.

  O acompanhamento individual também é muito importante, tanto na preparação como no seguimento das experiências. Contanto que se faça com a atitude adequada qualquer experiência pode ajudar-nos a abrir-nos aos outros. Esta atitude nos é proposta na Contemplação do Nascimento: Servir como escravo indigno. O que vou aprender? A que necessidades vou responder?

  

PERGUNTAS:

 

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1.   Que Papel tem desempenhado a Comunidade em meu discernimento vocacional? ... E no discernimento vocacional dos outros membros da CVX? 

2.   Quais são as necessidades e preocupações do mundo de hoje que movem as pessoas e suscitam desejos de comprometer-se pessoalmente? 

3.   De que modo a Comunidade pode ajudá-los a discernir estes desejos?

 

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período

Período de Introdução à CVX

  

Sejam quais forem as circunstâncias pelas quais as pessoas batem à porta da CVX,  é importante que o assessor: 

1) Conheça quem são os membros do futuro grupo: Com que disposição e atitude vêm? Qual é seu nível de maturidade? Em que âmbiente familiar vivem? Que relações têm, experiências de vida (positivas ou negativas), experiências de fé, suas aspirações, etc? O Assessor do grupo deve conseguir uma informação a mais completa possível seja por meio de entrevistas, seja pedindo-lhes que escrevam uma autobiografia, respeitando sempre as sensibilidades. 

2) Conheça claramente os objetivos imediatos e finais do caminho CVX, as etapas e transições entre as etapas. 

3) Que esteja informado sobre os meios que deve utilizar para conseguir os objetivos; verificando, antes de passar a uma nova etapa, se as pessoas e o grupo atingiram os objetivos daquela etapa. 

4) Que seja flexível já que cada pessoa e cada grupo são únicos. O assessor deve adaptar-se para escolher os meios mais convenientes em cada situação, tendo em conta a originalidade de cada pessoa.

 

            No que se refere às pessoas que desejam ser introduzidas à CVX:

 1) Não devem necessariamente ter uma idéia perfeitamente clara do que seja uma Comunidade. De fato, em geral, não a têm, são contudo conscientes de que um “grupo” é algo positivo que vai ajudar. 

2) É preciso que aspirem à “maturidade cristã” e estejam dispostas a receber a formação necessária para consegui-la. Provavelmente, ainda não têm a menor idéia do que signifique “maturidade cristã”, mas deve-se ajudá-las a desejarem crescer e desenvolver-se nesta direção. 

3) Que sejam generosas e dispostas a dedicar tempo para as reuniões, atividades e projetos com regularidade. 

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4) Que durante o período de introdução estejam dispostas a formar um grupo, com confiança e disponibilidade para com o assessor e com os outros membros do grupo.

 

O número de membros não deve ser nem inferior a seis, em previsão dos que poderão abandonar o grupo, nem mais de doze, para que seja possível a comunicação pessoal e a partilha entre os membros. 

O objetivo da Introdução à CVX é ajudar cada pessoa interessada a decidir livremente se deseja participar de uma Comunidade leiga para o serviço. É importante ter clareza sobre este objetivo para insistir nas atitudes que permitirão um crescimento nesta direção. 

 

            Características do período de Introdução à CVX:  

1) A diversidade: quando chegam ao grupo os membros trazem consigo diferentes histórias, níveis de formação, experiências de vida e de fé, aspirações e necessidades. 

2) Instabilidade: que se manifesta em mudanças bruscas. Alguns abandonam o grupo porque não encontram o que desejavam. Outros entram para ver se é o que querem.É possível que ao final fiquem “os trabalhadores que chegaram na última hora”. Em uma palavra, o compromisso ainda não lhes diz grande coisa. 

3) A identidade do grupo é imprecisa: os membros ainda não se identificam com o grupo. 

4) Tudo depende do assessor: os membros lhe atribuem as responsabilidades principais, quando, na realidade, estas deveriam ser compartilhadas por todos. 

5) Surgem líderes naturais: que ajudam o grupo na organização, previsão e outros detalhes. Mas, é possível que estes “líderes naturais” não sejam os mais capazes ou competentes do grupo. Não costumam ser aceitos como líderes por todos os membros, mas só por alguns. Estes líderes iniciais são aqueles que gozam de uma personalidade forte, são eloquentes ou parece que o são. Conforme cresce o grupo, a liderança passa para outros membros e é compartilhada por todos.

  

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            O papel do Assessor:  

1) Dado o peso de autoridade que os componentes do grupo atribuem ao Assessor, este/esta deve estar atento(a) à influência que tem. Daí a importância do testemunho de sua vida: de oração, de fé, de serviço, de sua inserção no mundo e de sua vida de Comunidade. Lembre-se sempre de que é o porta-voz de uma Associação Eclesial maior que seus próprios planos e projetos. 

2) Sendo o principal responsável pela formação dos membros, ainda que a meta principal neste período seja ajudar cada pessoa interessada a decidir livremente se deseja participar de uma Comunidade para o serviço, o assessor deve contagiar-lhes o gosto por todos os elementos de uma vida cristã integrada: Oração, valor dos Sacramentos, Liturgia, Escritura, Missão e Serviço. 

3) O Assessor deve ser um “incentivador”. Desenvolver as capacidades dos membros, levando-os a descobrir o que há de bom neles mesmos, para utilizar ao máximo o potencial recebido do Senhor. Deve lançar idéias ou sugestões, dar explicações ou informações evitando sempre sufocá-los com suas experiências propondo-as de uma maneira que os membros sejam incapazes de assimilá-las. Deve ser capaz de animar e estimular. 

4) O Assessor deve tornar-se responsável por cada membro em particular, sem economizar tempo para escutá-los individualmente. Na medida do possível deve dar a mesma atenção a todos, sem favoritismos. 

5) É natural que no princípio tanto a expressão como a partilha sejam difíceis para os membros. O Assessor deve animá-los com gestos e palavras, porém sem forçar ninguém a falar.

  

            OS MEIOS  

1) É nas reuniões que tem lugar a maior parte dos acontecimentos do grupo. São o tempo privilegiado para a formação, a aprendizagem, a catequese, a avaliação. As reuniões devem ser regulares, pelo menos a cada duas semanas. A hora, o dia e o lugar devem ser tais que evitem as ausências por esquecimento ou ignorância. Os principais temas de Introdução se relacionam com:  

ð Os desafios do mundo em que vivo; 

ð O gozo de partilhar a missão de Cristo no Mundo; 

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ð Minha realidade de vida e fé; 

ð A experiência comunitária, compartilhar a vida com os outros; 

ð A experiência de oração e de oração inaciana; 

ð A espiritualidade inaciana; 

ð CVX: Sua história e seus fundamentos

 

É importante recordar que cada tema deve ser introduzido lenta e gradualmente, tendo sempre em conta o nível dos membros do grupo. A impaciência do Assessor não ajuda. É preciso dar tempo, fazer repetições adotando modos diversos de estudar os temas, de forma que os membros os assimilem realmente. 

A colocação em comum das experiências por parte dos membros é essencial. O que não exclui que de vez em quando venha um especialista apresentar alguns temas. 

Convém organizar reuniões celebrativas nas quais os membros do grupo gozem da mútua companhia menos formal. 

 

2) Experiências comuns ajudam a consolidar o grupo e desempenham um papel decisivo para o êxito deste período. Estas experiências podem ser atividades, projetos, retiros, excursões. As atividades apostólicas na cidade, cuidadosamente preparadas, como visitar um presídio, um hospital, serviços sociais ou paroquiais, seguidos de uma avaliação, ajudam a apresentar a dimensão “serviço” na construção da Comunidade. 

3) A Avaliação a nível pessoal e de grupo. Os membros devem aprender pouco a pouco a se darem conta de seus próprios sentimentos e reações perante os acontecimentos e pessoas. Devem reconhecer e tornar-se sensíveis aos sentimentos dos outros. A avaliação será feita no grupo, ao final de cada reunião: Que ajudou? Que foi menos útil? Por quê? Não devemos estranhar que no começo muitas respostas sejam superficiais. Somente com a constância e regularidade aprenderão a aprofundar a percepção de seus próprios sentimentos e reações. 

4) O Assessor deve ver o momento mais conveniente para oferecer durante um fim de semana, uma apresentação mais completa do estilo de vida CVX, como chamado a viver o Evangelho segundo o carisma inaciano.

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            Sinais que indicam o final do período de Introdução à CVX 

1) A maioria dos participantes sabe onde quer chegar. A maioria dos participantes é capaz de formular algumas perspectivas comuns de vida cristã comprometida. 

2) Os membros do grupo sentem-se responsáveis pelo mundo em que vivem, responsáveis uns pelos outros e pelo grupo. São capazes de assumir responsabilidades, e o fazem com gosto, tanto na preparação das reuniões como no planejamento e organização das atividades. 

3) Depois de uns meses caminhando juntos, a maioria chega a conclusão de que: “Era isto que eu buscava” e estão dispostos a passar para a etapa seguinte. Outros, pelo contrário, podem chegar à conclusão de que: “Não é isto que responde aos meus desejos” e abandonam o grupo. Reconheçamos que a CVX é uma entre muitas associações eclesiais que nos ajudam a viver mais plenamente nossa vocação cristã.

 

Aqueles que desejam e estão dispostos a empreender “o caminho CVX” começam a fazer parte de uma Comunidade.

 

 

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tobe 

TO BE OR NOT TO BE CVX

Josep Baquer Sistachi SJAssistente nacional da CVX-Espanha

 

 

Certa perplexidade

 

Observo, com frequência, que algo se passa em muitas comunidades CVX radicadas em centros de pastoral universitária ou juvenil.

Acontece que, quando as pessoas se casam e começam a ter filhos, parece que se "desariscam" da CVX. Ou essa é a percepção que

temos dessas pessoas. Mais ainda se a/o consorte não pertencem à comunidade ou nem sequer é crente. Postas assim as coisas, poderia dar a impressão de que a CVX é para grupos de gente jovem ou para estudantes, para pessoas que, apesar de estarem muito ocupadas

muito ocupadas durante o curso, podiam tirar algumas horas nocturnas para se reunirem semanal ou quinzenalmente, excepto na época de exames. Esta é, com frequência, a imagem que a CVX dá: umas comunidades com pessoas relativamente jovens que fazem reuniões nocturnas de revisão de vida durante o ano acadêmico;

pessoas que costumam estar comprometidas em questões sociais (preferentemente em obras assistenciais) e que mais ou menos são

conhecidas, no âmbito eclesial, como pertencendo a grupos relacionados com os jesuítas.

Se assim fosse, na prática, e creio sinceramente que algo disto se passa mesmo em muitos casos, haveria que procurar qual a causa

(razão), porque, é claro que a CVX não é "isto". Creio que o problema de fundo radica em ter-se considerado que o prioritário na CVX é o

grupo/comunidade e as suas reuniões: o facto de se ter considerado que o sujeito-cvx era o grupo e que, portanto, o prioritário era o

processo grupal.

Se, além disso, acrescentarmos outros ingredientes tais como: uns grupos do centro consideram-se CVX e outros não, ou que uns

elementos do grupo querem ser CVX e outros não, etc, etc., então organizamos um imbróglio considerável! Impõe-se, com evidência,

necessidade de clarificação e de estabelecer processos que a

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facilitem, ainda que sejam incômodos,

Não podemos falar de CVX sem antes falar de vocação pessoal, porque "Quem faz parte integrante da CVX? Aqueles que sentiram e aceitaram a vocação pessoal na Comunidade de Vida Cristã, e foram aceites por ela. Para entendermos e por analogia com o que acontece

na Companhia de Jesus: Quem pertence à Companhia de Jesus? Aqueles que sentiram e aceitaram essa vocação particular na Igreja e

foram aceites por essa instituição eclesial chamada SJ. Assim, falamos e nos referimos a tal ou qual comunidade de jesuítas

(pessoas com uma determinada vocação pessoal) ou a um determinado jesuíta que pertence actualmente a uma determinada comunidade, por isso, o pertencer a tal comunidade local, vem em segundo plano e é, necessariamente acessório e mutável com o

tempo, porque é assim a espiritualidade inaciana: a comunidade é um aspecto relativo à missão e organiza-se e concretiza-se dentro de um determinado estilo, em função das exigências da missão. Ninguém entra numa comunidade particular da Companhia: o jesuíta entra e

pertence à Companhia universal e desenvolverá a sua missão pertencendo, ao longo da sua vida, a várias comunidades locais. E já

agora, deixem-me dizer, de passagem, que ninguém entra na Companhia para fazer reuniões de comunidade (fá-la-á, sem dúvida);

entra para viver a missão de Cristo, etc. Termino a analogia.

A nossa experiência CVX vai, com frequência, por outros caminhos. Alguém, normalmente um jovem, ou um grupo inteiro, por vezes, de

amigos, entra num centro de pastoral universitária ou juvenil, dirigido teórica ou praticamente, por jesuítas, em que existe uma comunidade CVX. O que primeiramente se costuma propor/oferecer é a integração

num grupo de revisão de vida, a Eucaristia semanal e, com sorte, algum compromisso ocasional. E assim começam as reuniões para

falar de temas, de formação, etc. Talvez esteja rotulado nalguma porta o logotipo de uma determinada comunidade e dentro, nos pacards publicitários, várias publicações e folhetos relativos à CVX. Com

frequência, a primeira imagem que chama a atenção é isso: A CVX como um complexo pastoral relacionado com a SJ, em que costuma

mover-se muita gente jovem (às vezes, não tão jovem, por desgraça!). Talvez mais adiante, quando já se esteja mais situado na casa, lhe falem de uma experiência quase inexequível chamada Exercícios Espirituais, ou participará em retiros breves de dois ou três dias,

talvez até de cinco, a que se atribuirá o nome de Exercícios e, pouco a pouco, e segundo o seu nível de generosidade, à base de muitas reuniões e outras actividades, se converterá em protagonista da

comunidade: sentir-se-á em casa e seu objectivo implícito será ficar ali definitivamente: aquela é a sua Igreja. Na realidade, a oferta que se

terá feito desde o princípio será esta: ficar ali para viver a sua vida

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cristã e de compromisso de acordo com um determinado suporte inaciano. Mas chegará um dia em que acabará o curso e a

Universidade, um dia em que, já com marido ou esposa, começará outra etapa, com menos tempo para fazer reuniões, com as

preocupações da vida e dos filhos e olhará com nostalgia quando estava comprometido com a casa, quando se notava que pertencia à

comunidade, quando as múltiplas reuniões e actividades sociais ocupavam uma franja importante da sua vida. Como a oferta que se

lhe havia apresentado, desde o princípio, era de ficar naquela casa/comunidade e a pertença a um deter-minado grupo com reunião semanal ou quinzenal, agora que quase não dispõe de tempo para ir

ao centro, começa a sentir-se estranho e estrangeiro.

E chegam os filhos: são considerados quase membros da comunidade ("a comunidade cresceu", comentar-se-á de cada vez

que um casal tem um filho...) Então procura-se na CVX o conjunto de recursos catequéticos e sacramentais próprios da paróquia e da

Igreja local, de modo a que a tal pedido se responda com a configuração paroquial e pseudo-paroquial daquela CVX, sem

problema de maior se o assistente é sacerdote, coisa habitual no conjunto de centros pastorais pertencentes à área de influência

jesuítica naquela latitude .

Efectivamente, na proposta inicial o grupo apareceu como elemento prioritário, e aquele centro pastoral, a concretização da Igreja local com a idéia mais ou menos tematizada de ser o horizonte definitivo. Se a oferta tivesse sido outra, talvez a sua situação actual a respeito

da comunidade seria diferente, ou, pelo menos, seria apercebida como diferente. Quer dizer: se a oferta tivesse sido, desde o princípio CVX, a situação não teria "derivado" para o que vem sendo habitual

no conjunto de muitas CVX de Espanha: uma paroquialização da CVX e um considerar que a CVX é sobretudo coisas de jovens.

O chamamento à Comunidade de Vida Cristã em três tempos

A. Vocação pessoal:

Mas então por onde começar? O que é a CVX? Sem dúvida que a CVX é uma comunidade, mas para se entender de que comunidade se trata, há

que começar por dizer que é formada por pessoas chamadas (vocacionadas) a viver nela e segundo um carisma específico na Igreja.

O prioritário, portanto, está no facto de tratar-se de uma vocação pessoal e desde aí, se cede à compreensão do próprio ser CVX e não ao

contrário.

Quisera resumir algo do que vem exposto no documento O Nosso

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Carisma CVX a este respeito e na sua primeira parte em que se pergunta que estilo de pessoa esperamos que seja um membro da CVX:

Esperamos que o membro da CVX seja uma pessoa que colabora na missão de Cristo segundo a sua própria vocação na Igreja (13).

A nossa comunidade é formada por cristãos, homens e mulheres, adultos e jovens ... que reconheceram na Comunidade de Vida Cristã a

sua vocação particular na Igreja (PG 4).

O fundamento da formação e da renovação da CVX é o valor de cada pessoa e a convicção de que cada indivíduo tem uma vocação divina

que abarca todas as dimensões da sua existência (15).

Cada um encontra, na sua vocação pessoal, uma maneira concreta de viver a vocação universal da família humana que é chamada à

comunhão com o Pai por intermédio do Filho no Espírito de amor (17).

B. Vocação inaciana:

Ser membro da CVX supõe uma vocação específica que pretende dar resposta a um carisma concreto na Igreja, marcado pela experiência de

Inácio. Essa espiritualidade inaciana é que dá conteúdo ao modo de proceder de muitas famílias religiosas na Igreja e também à CVX, como

instituição laical.

Esse suporte específico não se entende sem a experiência fundante dos Exercícios (de mês!), com os seus traços cristológicos (30) e

eclesiológicos (35) peculiares e com a referência indispensável à figura de Maria: O papel de Maria na Comunidade é o mesmo que Ela tem nos Exercícios e na experiência espiritual de Inácio. A mãe de Jesus é uma presença constante ao lado do seu filho, como mediação, inspiração e modelo de resposta ao Seu apelo e de colaboração na Sua missão (31).

E, claro está, algo de essencial na espiritualidade: é um carisma eminentemente apostólico (34): Os membros da CVX são cristãos que

desejam seguir mais de perto a Jesus Cristo e trabalhar com Ele na construção do Reino (PG 4).

C. Vocação comunitária

Tal como se apresenta no documento, este aspecto ocupa o terceiro lugar, e creio que correctamente, dado que não se entende sem os dois

tempos anteriores, vocação cristã pessoal segundo o carisma específico inaciano (essencialmente apostólico). A partir daí adquire o

seu sentido a comunidade como expressão da Igreja em missão.

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Os membros da CVX vivem a espiritualidade inaciana em comunidade. A ajuda de irmãos e irmãs que partilham a mesma vocação é um factor

que permite a cada um ser cada vez mais fiel à sua vocação e à sua missão. Esta comunhão fraterna entre os membros da Comunidade é, em si mesma, um elemento constitutivo do testemunho apostólico da

CVX (38)

A oferta da CVX

Qual deveria ser a oferta de cada comunidade local CVX quer esteja vinculada ou não a algum centro pastoral concreto ou a alguma casa da

Companhia?

Entendo que a sua oferta deveria ser "clara e distinta", sem ambiguidades. A CVX, fiel ao seu carisma, pode e deve oferecer

pedagogia e instrumentos inacianos a cristãos com inquietação e que mais se queiram entregar ao serviço da causa da Igreja que é a de

Jesus: o Reino de Deus.

A CVX deveria apresentar-se como tal, sem cedências fáceis, e como uma opção possível na Igreja: portanto, na sua área de influência

pastoral, deveria manifestar-se como uma vocação de Igreja mas não único, para todos aqueles que dela se aproximam. A atitude da CVX

deveria ser não-capitalista neste sentido. Às pessoas que se aproximam não se deve propor como objectivo ser CVX, mas serem militantes da Igreja lá onde o Senhor os quiser chamar (vida religiosa, sacerdotal, laical, etc.). Sobretudo os jovens que se aproximam deveriam ter em mente, desde o primeiro momento, que não entram ali para ficar, mas

que se trata de uma situação transitória para descobrir qual deva ser o seu caminho na Igreja e no mundo.

Nesse sentido, deveria ficar claro desde o primeiro momento que o que se pretende naquela casa ou centro de pastoral, não é que as pessoas

aí fiquem indefinidamente, mas que aproveitem da sua pedagia para que cada um possa descobrir a sua vocação na Igreja.

Para tal, o maior empenhamento da CVX deveria ser a pedagogia inaciana personalizada, tendente a preparar o sujeito para fazer e viver

os Exercícios em chave vocacional, com o que isso implica de viver outras experiências profundas, marcantes, em contacto com a pobreza,

a marginalização e as situações de dor do nosso mundo.

A CVX deveria oferecer Exercícios (evidentemente personalizados), tendendo, em função "da qualidade do sujeito" a que sejam completos e

orientados para a eleição, sobretudo no momento em que o jovem se prepara para fazer opções básicas da sua vida: eleição de estado de

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vida, de carreira, de profissão, etc. , evitando, assim, que os Exercícios sejam exclusivamente de reforma de vida, quando as grandes decisões

já foram tomadas.

A CVX e qualquer centro de pastoral da Companhia de Jesus, deveria ser, se me é permitida a expressão, um autêntico centrifugador de cristãos para a Igreja e para o mundo, de tal maneira que nunca se desse a imagem de que, no fundo, o que ali está a acontecer é uma

paróquia em paralelo, definitiva para todos, e onde se procura engrossar o número de fregueses. Neste sentido, a vida sacramental própria de qualquer comunidade ou movimento apostólico da Igreja

deve ser a expressão clara da celebração a partir de e para a missão, de tal modo que nunca aparecesse como sucedânea da vida sacramental

própria da Igreja local.

Para que todos possam pôr a possibilidade da opção pela CVX, convirá explicar também teoricamente e propô-lo como tema de oração pessoal e de grupo, o próprio carisma CVX expresso nos Princípios Gerais da

Comunidade de Vida Cristã.

Finalmente, apresentar a possibilidade de expressar a vontade decidida de buscar a vontade de Deus na própria vida usando os meios e instrumentos inacianos, com a formulação pessoal explícita do

compromisso temporário CVX, no seio da Comunidade, o que há de supor, por parte de quem o expressa, uma vontade decidida de

empreender um caminho de discernimento pessoal e, por parte da comunidade que o acompanha e recebe, a expressão da vontade de

ajudar e oferecer, de forma desinteressada, os instrumentos inacianos para que a pessoa possa encontrar a vontade de Deus na sua vida.

Ser membro da CVX

Aqueles que já optaram pelo caminho CVX na Igreja como vocação pessoal, saberão perfeitamente que a CVX não é um grupo de revisão

de vida, nem de reuniões de comunidade, nem de Eucaristias aos sábados, nem de compromissos sociais, nem de todas aquelas

actividades que se costumavam fazer quando se era mais jovem e se andava à busca de um caminho pessoal na Igreja. Saberão que se trata de uma vocação pessoal, inaciana, apostólica, que se vive e expressa

na realização da missão (não nas reuniões!). Saberão que para poderem viver a fundo a missão, necessitam de ser enviados pela comunidade que, para isso, terá que discernir, também ela, o objecto e conteúdo dessa mesma missão, e que terá que avaliá-la nos momentos certos.

Saberão que a missão não lhes pertence, mas que a recebem como um dom e que é a expressão da própria missão de Cristo. Sabem, por

experiência, que tudo isto "exige" o encontro periódico com a

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comunidade, um encontro adequado às exigências próprias da missão (não ao contrário!) e sabem também que a missão, como dom e graça,

deve ser objecto de celebração com o Senhor; por isso a CVX tem o centro na Eucaristia.

É exactamente por tudo isto que , de vez em quando, os membros de uma comunidade se reúnem à volta do altar: ali está a Igreja local a que

cada membro CVX pertence. É, sem dúvida, um momento muito importante, e o ritmo das celebrações deve ser estabelecido segundo as conveniências de cada grupo ou comunidade. Sabem, finalmente, que, atendendo a que a CVX não é a Igreja em escala reduzida, não se lhe

pode pedir que atenda a todas as necessidades catequéticas, sacramentais e de formação dos seus membros e, menos ainda, dos

seus filhos e filhas.

Voltando, agora, à pergunta levantada no início, não parece absurdo, do ponto de vista do carisma CVX, que precisamente quando um cristão faz as suas principais opções de vida e de missão apostólica, quando

está a começar a construir a sua vida familiar (missão prioritária), precisamente quando começa a sua situação de plenitude apostólica, se interrogue sobre o seu ser CVX com nostalgia do passado e que chegue a sentir-se não-cvx, porque já não tem tempo de aparecer pelos locais

da comunidade nem de dispor de tanto tempo como antes para reuniões?

Retomando a analogia da SJ. Acaso poderemos imaginar que Francisco Xavier, sozinho na ilha de Shan-Shuang por causa das exigências da

sua missão, esperando entrar na China, se sentisse menos membro da Companhia de Jesus porque não podia participar nas reuniões que

faziam os que estavam em Roma com Inácio?

A vocação "desenrola-se" na missão e a missão acarreta sempre uma dose de solidão, solidão que se compartilha sempre com os outros que

estão igualmente em missão. Para um membro CVX adulto, estar em missão implica aceitar essa solidão e aceitá-la de tal modo que não

pretenda evitá-la procurando inutilmente refúgio num grupo de revisão de vida. Todo o grupo ou comunidade CVX é, antes de mais, para o

cristão em missão, uma célula eclesial de discernimento apostólico para a missão, com quem vai poder partilhar, sempre insuficientemente, a

sua vida, as suas inquietações apostólicas e as vicissitudes próprias de uma vida entregue à causa do Reino. Para isso, a comunidade nunca

deverá ser um refúgio de pecadores, mas uma barca que navega com o Senhor. Esta é a imagem que nos deixaram os Evangelhos; esta é a realidade da Igreja quando não se busca a si mesma, mas apenas a

pescaria do Reino.

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O que não é CVX:

A mesma realidade descrita na voz activa e passiva, na forma afirmativa e negativa, costuma ficar mais clarificada. Por isso, acrescento mais alguns apontamentos que talvez ajudem a entender melhor a CVX,

tendo em conta que muitos de nós que estamos a ser testemunhas e protagonistas do seu nascimento e crescimento a partir de uma longa

tradição anterior das congregações marianas e centros de pastoral dos jesuítas.

CVX não equivale a centro pastoral (CP) de linha inaciana:

Se a CVX é uma comunidade formada por cristãos vocacionados pessoalmente para essa opção na Igreja, pressupõe-se que nem toda a

gente que se movimento num centro pastoral tem essa vocação e menos ainda o centro em si. Outra coisa é que um CP de linha e

inspiração inaciana seja um contexto adequado onde se possa propor essa vocação e no qual possam surgir comunidades CVX. Pode também

dar-se o caso de uma CVX assumir, como tarefa e missão, a responsabilidade de um CP, partilhando ou não essa missão com outra

instituição religiosa.

CVX não equivale a paróquia alternativa:

Uma paróquia vem a ser a concretização da Igreja particular de que falávamos anteriormente, estabelecida numa determinada área

geográfica: um bairro, um sector, etc. Portanto, de alguma maneira é "toda a Igreja" que se torna presente localmente, junto de um pastor

(pároco) representante (e, de algum modo, "presença") do bispo. Nela se desenrola toda a vida sacramental e catequética própria da

comunidade cristã e nela se acolhem e estão representados todos os movimentos e comunidades que respondem a carismas concretos com

sede no âmbito paroquial e nela se acolhem evidentemente todos os cristãos de qualquer idade ou condição que vivem na zona

correspondente.

Uma CVX não é, nem pode ser, um espécie de paróquia alternativa para os membros que a compõem e para os seus familiares mais próximos

(uma comunidade religiosa com sede num determinado bairro da cidade). Um membro da CVX não pode, nem deve, esperar da própria

CVX toda a riqueza eclesial sacramental e catequética que corresponde a toda a Igreja. Evidentemente que, como comunidade cristã, a CVX terá como centro a Eucaristia (cf. PG 7) e as suas celebrações, mas isso não

deve significar nada parecido com "erigir-se" em Igreja Local. Em princípio, os membros da CVX não têm nem por que viver numa mesma

área geográfica ou no mesmo bairro. O normal será que estejam

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radicados nas paróquias correspondentes para todos os efeitos (sacramentos, celebrações, catequese familiar, etc) e que a CVX seja o seu lugar de encontro para discernir a missão e serem enviados, dado

que a CVX é entidade oficial da Igreja (Associação Pública, reconhecida, da Igreja e aprovada pelo Conselho Pontifício para os Leigos). Sem

dúvida, que a CVX está vinculada a um bairro ou sector da Igreja concreta, terá que ter em linha de conta a sua participação franca e

desinteressada na Igreja local. Os membros que pertencem a uma CVX, e própria comunidade como tal, fiéis ao carisma inaciano que

receberam, devem pô-lo ao serviço da Igreja e da Igreja local. O converter-se em paróquia paralela significaria não dar acolhimento

pleno ao carisma fundacional aceite pela Igreja para a CVX.

CVX não é uma comunidade ou grupo de leigos à volta de um presbítero-pastor:

A CVX, como entidade da Igreja, é responsável por si mesma, analogamente ao que sucede com as ordens e congregações religiosas,

a partir do seu carisma específico de vida consagrada. Portanto, não dependem do "assistente". O assistente eclesiástico numa associação

de leigos é o "funcionário" nomeado pela Igreja para o serviço da comunidade, como vínculo e expressão da comunidade eclesial. Esse assistente pode ser qualquer outro cristão: não tem que ser presbítero

nem diácono, nem religioso/a . No caso das comunidades CVX de Espanha, todas ou quase todas as comunidades têm, como assistente,

um jesuíta e normalmente presbítero e isso tende a desenhar um determinado perfil de consiliário-pastor-de-Igreja-local na pessoa do

assistente, com o perigo de configurar a CVX como uma pequena Igreja local autónoma (uma mini-Igreja, por vezes, não tão pequena assim!). Há que ter muito claro na cabeça e no coração que a CVX não é isso e não tem que o ser se quer ser fiel à sua vocação, como comunidade de

Igreja receptora e transmissora do carisma inaciano e como comunidade em missão, "perita" em discernimento apostólico.

Se o assistente é sacerdote, evidentemente que poderá e deverá exercer uma missão pastoral com os membros da comunidade a que foi enviado em missão, mas respeitando sempre a idiosincrasia e carismas próprios

da CVX, sem querer levá-la para o seu "próprio campo", gerando dependências e desvinculando a comunidade ou seus membros da Igreja local ou pretendendo instrumentalizar a CVX para o projecto

pastoral ou apostólico da SJ ou do assistente particular. O Assistente eclesiástico, pelo facto de o ser, tem que velar, por fidelidade à sua missão, para que a CVX seja CVX e, portanto, fiel ao seu carisma na

Igreja.

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A CVX não é um grupo/comunidade para partilhar a fé:

Assim se apresentam, muitas vezes, algumas comunidades e é essa a oferta que propõem aos cristãos que entram em contacto com elas.

Mas, e já não quero insistir mais no tema, é evidente que o carisma CVX não é exactamente isso. Evidentemente que os membros de uma

comunidade apostólica inaciana partilham a fé, não faltava mais nada!, mas não se reuniram em comunidade para isso: não é esse o objectivo

do seu chamamento nem da sua vocação pessoal. Foram chamados pelo Senhor e convocados pela Comunidade Mundial de espiritualidade

inaciana, para serem apóstolos na e, a partir da comunidade, para estarem com o Senhor e serem enviados à Sua vinha. A função da

comunidade será, basicamente, a de discernir a missão e, consequentemente, para partilhar essa missão e a vida. Na Igreja há outras comunidades e grupos, com outros carismas que se sentem

chamados a partilhar a fé e a reunirem-se para rezar, etc. Mas esse não é o caminho inaciano próprio da CVX.

Em jeito de conclusão:

O tempo da plenitude apostólica na CVX dá-se naqueles que tendo discernido a sua vocação e tendo optado pela CVX, expressaram no

compromisso permanente essa determi-nação de viverem como membros da comunidade, oferta aceite pela CVX. O normal, se al-guém

vem seguindo este processo desde jovem, é que já tenha uma certa maturidade humana, tenha assumido igualmente compromissos laborais, sociais e familiares. A sua formação humana e cristã há-de tê-lo situado

na etapa da missão. Normalmente, a missão "família" é a mais importante: casamento, filhos e, evidentemente, o social, o político, o

profissional, etc. Uma CVX formada por cristãos adultos deve estar em pleno rendimento apostólico e deverá administrar muito bem, com rigor e

seriedade, o tempo dedicado à vida em comunidade. As reuniões e encontros deverão organizar-se em função da vida em missão.

Inevitavelmente que o ritmo da comunidade dessas pessoas não poderá nem deverá ser como em etapas anteriores, quando estavam em pleno

processo de formação humana, universitária e cristã. A situação é diferente e haverá que vivê-la com ilusão e imaginação sem esquecer nunca que viver em missão implica uma grande dose de solidão. A

comunidade acompanhará, sim, mas não deverá ser nunca um refúgio, mas uma comunidade de discernimento para a missão.  

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diaatividades

Atividades para um dia de acolhida  

 

1. Momento de ACOLHIDA

Acontece antes do inicio do encontro, na recepção das pessoas interessadas, e pode produzir nelas um primeiro sentimento positivo em relação à CVX e seus membros, criando uma abertura em relação ao que se pretende transmitir. Eventualmente esta acolhida começa antes do encontro, quando um interessado telefona para uma pessoa de contato, desejando informações.

Para que esta acolhida aconteça, propõe-se receber as pessoas interessadas de modo fraterno e carinhoso, para que o sentimento de comunidade esteja presente.

Sugestões:

-   haver uma equipe responsável especificamente pela acolhida;

-   identificar as pessoas com crachás, para que possam se chamar pelo nome;

-   criar ambiente adequado;

-   oferecer um café com biscoitos e possibilitar momentos de conversa informal.

   

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2. Momento de APRESENTAÇÃO DAS PESSOAS

Criar um clima de paz e mútua aceitação, que predisponha a um bom aproveitamento e acolhida da proposta. Oração inicial e música.

Conduzir a apresentação de modo que os participantes externem suas expectativas.

Sugestões:

-   providenciar local adequado, por exemplo capela;

-   usar dinâmicas que ajudem a criar um clima de confiança e abertura.

 

3. Momento de INTRODUÇÃO (breve)

Sintetizar a proposta do(s) encontro(s):

-   conhecer: proposta e pessoas da CVX e interessadas nela;

-   experimentar: elementos da espiritualidade inaciana e da vivência comunitária;

-   avaliar (iniciar um processo de discernimento): “A CVX é minha vocação?"

Informar os presentes sobre a seqüência dos momentos que compõem o(s) encontro(s) de acolhida e sobre questões práticas, de modo que todos se sintam situados e não fiquem preocupados com questões menos importantes no decorrer das atividades.

Sugestões:

Para tanto pode-se apresentar:

-   a equipe que preparou e está orientando o encontro;

-   as pessoas da CVX presentes e que podem ajudá-los em algo;

-   a disposição dos ambientes no local do encontro: capela, banheiros, etc.;

-   a programação do(s) encontro(s) de modo claro, sem detalhar os horários previstos.

4. Momento de exposição: HISTÓRIA E ELEMENTOS FUNDAMENTAIS NUMA CVX

Pode-se iniciar apresentando breve Histórico da CVX:

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-   origem nas Congregações Marianas (CCMM);

-   leigos vivendo a espiritualidade inaciana;

-   período de supressão da Companhia de Jesus: difusão das CC MM e distanciamento da fonte original;

-   o processo de reformulação das CC MM resulta nas Comunidades de Vida Cristã (CVX):   Encontros e Assembléias Mundiais;

-   novos Princípios Gerais e Normas Gerais em Guadalajara;

-   surgimento da CVX no Brasil;

-   história das primeiras comunidades do Regional onde está sendo realizado o encontro.

Em seguida faz-se a descrição dos elementos fundamentais de uma CVX. A partir da compreensão dos presentes sobre o que é CVX, apresenta-se a sua conceituação, usando como principal referência o conteúdo dos Princípios Gerais (PPGG).

Destacar as dimensões que uma CVX deve ter:

-   espiritualidade inaciana; -   vivência comunitária; -   missão.

Alguns outros destaques podem ser feitos:

-   Quem participa da CVX: Ø    homens e mulheres, adultos e jovens, de todas as condições

sociais, que desejam seguir a  Jesus Cristo; Ø   cristãos comprometidos, que são testemunhos na Igreja e na

Sociedade, e assumem os valores evangélicos; Ø   cristãos conscientes, que trabalham pela justiça e assumem a opção

pelos pobres e por um estilo de vida simples.

-   Que fontes alimentam nossa espiritualidade: Ø      centrada no Cristo; Ø      fonte específica: Exercícios Espirituais de Santo Inácio - vocação e

identidade.

-   Sentido de Igreja no membro CVX: Ø      união com Cristo = união com a Igreja; Ø      disponibilidade para servir onde as necessidades da Igreja o

exigem.

-   Quais os laços comunitários: Ø      Comunidade Local, Regional, Nacional e Mundial.

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-   Assumir uma vida apostólica, uma missão: Ø      testemunhas de Cristo, em toda parte, especialmente em nosso

ambiente (apostolado    individual); Ø      apostolado grupal: ação assumida pela comunidade; Ø      comunidade e espiritual idade inaciana nos impelem a um contínuo

discernimento pessoal e comunitário sobre nossa missão.

-   União com Maria: Ø      Maria como modelo que indica como participar no projeto de

Cristo; Ø      Maria, exemplo de serviço.

Sugestões:

-   Iniciar esse momento com perguntas: O que é CVX para mim? Como a vejo? -   Contrapor as respostas com as definições que serão apresentadas sobre a CVX.

  

5. Momento de EXPERIÊNCIA ESPIRITUAL

Tendo sido criado um clima de abertura mútua entre os apresentadores e os interessados e, havendo já uma primeira idéia do que são as Comunidades de Vida Cristã, parte-se para uma experiência espiritual típica de um grupo inaciano, da seguinte maneira:

-   São apresentados os pontos fundamentais da experiência inaciana: Ø           Jesus Cristo nos Exercícios Espirituais; Ø           Integração Fé e Vida; Ø            Espiritualidade e Missão; Ø            O modo inaciano de orar.

-   São indicados alguns textos bíblicos para ajudar os participantes neste momento de interiorização e oração.

-   Procede-se, ao final, à partilha da experiência e das moções no intuito de vivenciar o clima característico de uma reunião CVX (partilha da experiência da vida iluminada pela fé).

Sugestões:

-   Textos bíblicos: Mc 8,34-38; Jo 12,24-26; Jo 15,7-17. -   Construir grupos de partilha de até cinco pessoas (este grupo permanece

nas atividades como se representasse uma comunidade).

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6. Momento de EXPERIÊNCIA COMUNITÁRIA

Neste momento se quer ressaltar o papel fundamental da partilha de vida na comunidade CVX. Deixar bem claro o sentido inaciano dessa experiência, esclarecendo os eventuais equívocos que possam surgir da incompreensão do significado autêntico da partilha entre os integrantes do grupo.

Partilhar é ler os fatos da vida à 1uz da fé, em busca da vontade de Deus, com o auxílio da comunidade.

Recomenda-se uma dinâmica motivadora para que se experimente uma partilha verdadeiramente inaciana.

Sugestões:

-   Dinâmica da caminhada de Pedro: consiste em comparar a caminhada da vida de fé com a vida de Pedro (vide Anexo 2): -   Interiorização pessoal: -   Em seguida, partilha em grupo.

 

 7. Momento de um PAINEL com membros CVX e ESCLARECIMENTOS

Este momento pretende enfocar o que é viver concretamente a experiência em uma CVX através do relato de alguns membros da comunidade, que são convidados a expor brevemente algum aspecto de sua caminhada. Por exemplo, pode ser enfocado o significado da CVX na sua vida pessoal.

Os relatos são seguidos de um espaço para formulação de perguntas, dúvidas e esclarecimentos.

Uma possibilidade para o fechamento deste momento é fazer uma breve apresentação da estrutura organizacional (comunidades e atividades em nível Regional, Nacional e Mundial) e de serviços (conselhos, secretaria, boletins, etc.) da CVX. Esclarecer sobre questões que eventualmente possam surgir, como modo de sustentação financeira da CVX, sede, etc.

Sugestões:

-   Pessoas com experiências diversificadas no paine1; -   Cartazes ou imagens que indiquem as instâncias de funcionamento e de serviços da CVX de

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-   modo prático (evite-se dedicar muito tempo a este item); -   Enfocar o significado da CVX na sua vida pessoal.

 

8. Encaminhamentos

Momento organizativo e de encaminhamentos. onde são propostas alternativas para as pessoas que continuam interessadas. Para tanto, os seguintes meios são propostos:

-   integrar-se a um grupo existente; -   iniciar um novo grupo; -   pertencer a um grupo onde a proposta CVX é apresentada: -   verificar as possibilidades de assessoramento (identificação de pessoas disponíveis); -   participar de um retiro de iniciação à espiritualidade inaciana; -   programar leituras para os interessados (vide bibliografia do Capítulo 1); -   fornecer “mirante” com relação de nomes e endereços dos presentes para contatos; -   utilizar questionário para obter mais informações dos participantes e avaliar o encontro (vide Anexo 3).

Sugestões:

-   Para os encaminhamentos. agrupar pessoas com afinidades geográficas (proximidade de moradia / atuação pastoral), tipo de experiência ou faixa etária. -   Colocar à disposição pessoas que possam colaborar na assessoria e apoio aos novos grupos.

 

9. Celebração

Conclusão da programação, com uma liturgia que integre todos os momentos abordados durante as atividades de apresentação da proposta.

Sugestões:

-   Convidar para a celebração pessoas das comunidades locais e regionais que, mesmo não podendo participar de todo o programa, integrem-se nesses momentos. -   Organizar, em nível local ou regional, celebrações periódicas com o objetivo de reunir pessoas interessadas. Nestas ocasiões, a celebração

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pode conter um momento de oração pessoal com partilha.

  

10. Avaliação

Fazer uma avaliação do dia com perguntas simples e objetivas. A seguir, sugerimos algumas             perguntas:

-   Qual o sentimento que o marcou mais fortemente, a partir dos momentos e conversas que você teve hoje? -   Sugestões para melhorarmos os próximos encontros: -   Algo que queria acrescentar (use o verso desta folha, se necessário):

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Experiência Simulada de Comunidade: Dinâmica do Apóstolo Pedro

   No grupo dos apóstolos, Pedro parece ser objeto de uma formação particular por parte do Mestre. Podemos, de certo modo, seguir seu crescimento espiritual. As cenas seguintes são como marcos na evolução da intimidade de Pedro com Jesus.

Estando ao lado de Pedro, aprendemos a ser discípulos:

(1) Mateus 4, 18-20

Jesus viu Simão e André. Disse a eles: “segui-me e eu vou farei pescadores de homens.” Eles deixaram tudo e o seguiram.

(2) Lucas 5, 1-11

Jesus disse a Pedro: “Lançai vossas redes para a pesca.” Simão respondeu: “Mestre, trabalhamos a noite inteira sem nada apanhar. mas, porque mandas, lançarei a rede.”

(3) João 6, 67-71

Ouvindo as palavras de Jesus sobre o pão da vida, muitos discípulos consideram duro seguir Jesus. Jesus disse aos doze: “Não quereis também vós partir?” Simão Pedro respondeu: “Senhor, a quem iremos? Só tu tens palavras de vida eterna, e nós cremos e reconhecemos que és o Santo de Deus.”

(4) Mateus 14, 22-23

Jesus foi até os discípulos, caminhando pelas águas. Eles tiveram medo. Pedro falou: “Senhor, se és tu, manda que eu vá ao teu encontro sobre as águas.” Jesus respondeu: “Vem.” Pedro caminhou sobre as águas, mas duvidou. Quando estava afundando, gritou: “Senhor, salva-me!” Jesus deu a mão a Pedro e falou: “Homem fraco de fé. por que duvidaste?”

(5) Mateus 16, 13-20

Jesus perguntou aos discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem’?” Disseram: “Uns afirmam que é João Batista, outros que é Elias, outros, ainda, que é Jeremias ou um dos profetas.” Então lhes perguntou: E vós, quem dizeis que eu sou?” Simão Pedro, respondendo, disse: ·Tu és o Messias, o filho do Deus vivo.

(6) Mateus 16, 21-23

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Jesus começou a mostrar aos discípulos que iria sofrer. Pedro, tomando-o à parte, começou a repreendê-lo, dizendo: “Deus não o permita, Senhor! Isto jamais acontecerá!” Ele, porém, voltando-se para Pedro, disse: “Arreda-te de mim, Satanás! Tu me serves de pedra de tropeço, porque não pensas as coisas de Deus, mas as dos homens!

(7) Mateus 17, 1-8

Jesus levou Pedro, Tiago e João ao alto de um monte e diante deles foi transfigurado. Apareceram Moisés e Elias. Pedro, tomando a palavra, disse: “Senhor, é bom estarmos aqui. Se queres, levantarei aqui três tendas.”

(8) Mateus 19, 27-29

Depois do encontro com o jovem rico, Jesus diz aos seus discípulos: “É mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus.” Pedro, tomando a palavra, disse: “Eis que nós deixamos tudo e te seguimos. O que é que vamos receber?” Disse-lhe Jesus: “Em verdade eu vos digo que. Quando as coisas forem renovadas, e o Filho do Homem se assentar no seu trono de glória, também vós, que me seguistes, vos sentareis em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel. E todo aquele que tiver deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou filhos, ou terras, por causa do meu nome, receberá muito mais e herdará a vida eterna.

  (9) Mateus 26, 69-75

Jesus foi preso. Pedro estava sentado do lado de fora do Sinédrio, no pátio, quando uma criada aproximou-se dele e disse: “Também tu estavas com Jesus, o Galileu!” Ele, porém, negou diante de todos, dizendo: "Não sei o que dizes." Pedro negou a Jesus três vezes. Então o galo cantou e ele, caindo em si, chorou amargamente.

(10) João 21, 1-19

Jesus ressuscitado manifestou-se aos discípulos. Eles estavam pescando quando avistaram um homem na praia. Jesus conversou com eles, mandou que jogasse a rede ao mar. João, então, reconheceu o Mestre e disse a Pedro que aquele era Jesus. Pedro então vestiu-se e se atirou ao mar, ao encontro do Senhor.

Depois de fazer a refeição com eles, Jesus disse a Pedro. “Simão. filho de João, tu me amas mais do que estes?”.

-“Sim, Senhor”, lhe disse, “tu sabes que te amo.” Jesus disse: “Apascenta as minhas ovelhas.” Por três vezes Jesus fez a mesma pergunta. Na última vez, Pedro entristeceu-se. Jesus então disse: “Em verdade, em verdade, te digo:

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quando eras jovem, tu te cingias e andavas por onde querias; quando fores velho, estenderás as mãos e outro te cingirá e te conduzirá aonde não queres.

   

1. Vamos nos colocar junto com Pedro e avaliar as situações vividas por ele, dando para cada situação uma nota de 1 a 10.

 

Textos Mt4 Lc5 Io 6 Mt 14 Mt 16, 13-20

Mt 16, 21-23 Mt 17 Mt19 Mt26 Jo 21

Notas                    

10                    9                    8                    7                    6                    5                    4                    3                    2                    1                    0                    

  2. Cada pessoa tem seu itinerário, seu caminho. Confronte sua vida com o itinerário de      Pedro:

-        O que há em você de parecido com ele?

-        Como você caminha com Jesus?

-        Deixa-se amar, ensinar e conduzir ?

 

3.Partilha em grupo.

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Questionário: “Para nos conhecermos mais...”

 

NOME: _________________________________________________________________________________

Idade: ___________ Atividade profissional: _________________________________________________

Endereço: _______________________________________________________________________________

CEP _______________ Cidade: _____________________________________________ UF __________

Telefone: ( _____ ) _________________________________________________

 

1)      Qual a sua experiência em relação à Espiritualidade Inaciana? Quando fez tal experiência (data aproximada)? Quem foi o assessor?

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2)  Costuma freqüentar uma paróquia específica? Qual? Pertence a que diocese ou região episcopal?

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Em caso afirmativo. de que tipo de atividade participa?

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3)    Exerce ou teve alguma função apostólica ou pastoral específica? Qual? __________________________________________________________________________________________

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4)    Possui outras experiências de participação em grupos ou comunidades ligados à Igreja?

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5)    Conhece algum grupo CVX que se reúne em local próximo a você, em sua cidade ou bairro? Em caso afirmativo, cite o nome do grupo ou de pessoas que participam dele.

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6)    Você possui outros amigos, irmãos de fé, que poderiam ter vontade de participar de um grupo com a proposta da Comunidade de Vida Cristã? Em caso afirmativo, quantos são eles? E de onde os conhece?

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 o Senh

   

 

 

 

 

nairobi

Recomendações que a Assembléia Mundial se faz e que o Exco vai procurar implementar.

  

Preâmbulo 

Nós, delegados da Assembléia Geral da Comunidade de Vida Cristã, reunidos em Nairobi 2003, Kênia, nos sentimos confirmados no nosso chamado a ser um corpo apostólico ( em missão ) dentro da Igreja. Reconhecemos as diversas etapas que nossa CVX vive através das nossas comunidades, Tão ricas e diferentes. A partir dessa diversidade, decidimos caminhar juntos, apoiando-nos mutuamente em nossas fraquezas e ressaltando as fortalezas que temos.          Queremos reconhecer, com profunda gratidão, a presença do Senhor entre nós durante esta Assembléia. Ao avançarmos no nosso caminho para chegar a ser um corpo apostólico, reconhecemos humildemente nossa total dependência de deus e nossa necessidade pessoal e comunitária de conversão contínua.          Mesmo que nossas estruturas e processos atuais têm sido importantes para nossa vida e nossa caminhada, sabemos que necessitam serem revistos, para responder melhor ao chamado de vir a ser um corpo apostólico.Qualquer mudança terá de respeitar as diversas etapas atuais da vida comunitária de nossas

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comunidades nacionais.        Neste documento que dirigimos a nossos líderes nacionais e mundiais e a todos os membros da CVX, queremos englobar e descrever o trabalho feito nesta assembléia e o caminho que fizemos.

 

Formação

Identificamos que uma formação sólida e a liderança em todos os níveis de nossa Comunidade Mundial são requisitos essenciais para este passo em vista de um corpo apostólico,

A Assembléia Geral lembra às comunidades nacionais e ao Conselho Executivo ( EXCO) da CVX a sua responsabilidade de:

1.      Animar e apoiar todos os seus membros a viverem os EE.EE de Santo Inácio.

2.      Recordar aos seus membros que o estilo de vida CVX é uma expressão dos mesmos Exercícios.

3.      Utilizar os meios disponíveis na CVX, como “ o carisma CVX ”, ao se formular e atualizar os programas de formação.

4.      Aprofundar a compreensão da segunda parte do carisma CVX.

5.      Orientar todos os programas de formação, em todos os níveis, para chegar a ser um corpo apostólico.

 

Liderança 

Nossa comunidade necessita de uma liderança Positiva que favoreça, nas comunidades, os processos de um envio discernindo, apoiando e avaliando nossa missão pessoal e comum. As qualidades dessa liderança incluem:

1. Capacidade de liderança ( tanto como indivíduos, como para trabalhar em equipe)

2. Crescimento espiritual enraizado nos EE.EE 3. Consciência de suas próprias limitações e seus dons 4. Capacidade e boa vontade para trabalhar em colaboração com outras

pessoas

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  Estas qualificações supõem que as pessoas escolhidas para exercer este serviço serão capazes e estarão dispostas e desejosas de ordenar sua vida, e ofereçam seu tempo, qualitativamente, à comunidade, em qualquer nível de serviço.        O passo da CVX para converter-se em um corpo apostólico pede ao EXCO mundial algumas prioridades específicas, e o desenvolvimento de estruturas adequadas que apóiem a Comunidade Mundial em todos os níveis.

 

Nossa dimensão mundial:

 O EXCO Mundial 

1.      Pedimos ao Conselho Executivo Mundial que seja pro-ativo em sua liderança de nosso corpo apostólico:

a)       é importante que o EXCO tenha contato freqüente com os Conselhos Nacionais e que lhe ofereça apoio e inspiração nos seus processos de discernimento,segundo as decisões tomadas nesta Assembléia

b)      para facilitar o contato com os Conselhos Nacionais convidamos, cada um de seus membros, a servir de vínculo com uma região, de preferência naquela onde vive                     ( EXCOlink )

c)      para poder ser líder de toda a comunidade, o EXCO Mundial se fará presente, não somente na CVX, mas que promoverá contatos com a hierarquia eclesiástica e com outros movimentos eclesiais.

d)      Como se expressa no apêndice deste mandato, intitulado “ Colaboração entre a CVX e a Companhia de Jesus: um convite” o Exco Mundial procurará os meios para aprofundar nosso relacionamento e incrementar a colaboração apostólica com a Companhia de Jesus.

 

 

Administração CVX Mundial 

2.      O secretariado CVX presta um serviço importante a toda a comunidade. Os membros eleitos do EXCO, junto com o Secretariado Executivo, esclarecerá, e sendo o caso, reformulará as missões e as responsabilidades do Secretariado Executivo. Terá uma atenção especial

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ao orçamento, assegurando uma justa satisfação das suas necessidades financeiras durante sua permanência em Roma.

 

Caminhar para uma experiência de comunidade apostólica

          3.      O EXCO mundial pedirá, anualmente, um breve informe a cada Conselho Nacional sobre a situação de sua comunidade. O resumo desta informação, junto com o informe de trabalho do EXCO, será enviado a todas as comunidades nacionais.

4.      O EXCO mundial animará e apoiará as fraternidades (gemelación) das comunidades nacionais das diferentes regiões para impulsionar a experiência de Comunidade Mundial.

 

Identidade e formação

          5.      O EXCO Mundial recomendará à CVX, em todos ao seus níveis, que aprofundem o conhecimento e implementem o “ Carisma CVX “ ( Progressio dezembro 2001 ) como um dos meios apropriados para desenvolver e fortalecer nossa identidade.

6.      O EXCO Mundial recomendará à CVX a segunda parte da versão original do Carisma CVX como instrumento importante para definir as linhas comuns paraa os planos nacionais de formação. Também convidará, a todas as comunidades nacionais, a avaliar e desenvolver este documento e enviar o resultado desta avaliação ao EXCO Mundial para que seja considerado na próxima Assembléia Mundial.

 

Visibilidade da CVX 

7.      O EXCo Mundial apoiará as iniciativas no campo da responsabilidade sociual. O “ status” de ONG da CVX nas Nações Unidas é um meio importante para este propósito.

 

Presença Regional 

8.      As comunidades nacionais, reunidas com outras comunidades de suas regiões, expressam o desejo de que suas relações sejam baseadas no

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apoio mútuo e nas necessidades particulares de cada uma delas. Esta cooperação regional ajudará as comunidades nacionais a crescer na consciência de serem parte de uma Comunidade Mundial no seu caminhar para ser um corpo apostólico que partilha sua missão. A expressão prática desta relação será definida por cada região.No mínimo deverás fazer parte:

a)      meios para comunicação e cooperação entre elas

b)      meios para a comunicação com o EXCO Mundial

c)      meios para comunicação entre os assistentes Eclesiásticos Nacionais e o Vice Assistente Eclesiástico Mundial.

A relação deverá chegar, com o tempo, a formar equipes de serviços regionais., Exortamos as comunidades nacionais a discernir, experimentar e avaliar cuidadosamente estes processo de colaboração regional.

 

Nossa dimensão nacional 

1.      para realizar a tarefa de promover um corpo apostólico, todos os membros necessitam uma formação que os capacite para uma participação na missão e uma participação ativa na vida comunitária. Cada conselho nacional pode facilitar este processo através de sua própria equipe de formação, adaptadas à realidade, ou cooperando com outras comunidades para preparar programas de formação. Estes serão muito de muito apoio para assessores dos grupos locais

2.      as reuniões dos grupos locais precisarão ser re-encaminhadas para viver melhor o chamado a ser membros de um corpo apostólico que pratica o discernimento pessoal e comunitário, envia, apóia e avalia.

3.      os conselhos nacionais terão de promover e desenvolver projetos apostólicos, discernidos pela comunidade.

4.      em todas as etapas do desenvolvimento do grupo, a formação terá que preparar seus membros para uma pertença ativa na /Comunidade Apostólica Mundial, enraizada no EE, e com um compromisso com a CVX como estilo de vida.

5.      o conselho nacional, mediante o contato com as comunidades dos países vizinhos, pode receber todo tipo de apoio e também de colaboração em projetos de serviço e na preparação de programas de formação.

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6.      recordamos que a co-responsabilidade financeira é um sinal de compromisso maduro da comunidade com a comunidade nacional, que basicamente somente pode oferecer o que seus membros podem financiar. Sugerimos que este tema seja levado ao discernimento das comunidades nacionais em todos os seus níveis

7.      seria de bom proveito para cada comunidade nacional manter um contato freqüente com o Secretariado Mundial CVX, para incrementar a comunicação entre os diferentes membros do corpo apostólico.

8.      para servir melhor à missão da Igreja, o conselho nacional promoverá relações estáveis com a hierarquia, congregações religiosas e movimentos da igreja local, principalmente aqueles com os quais partilhamos nossa espiritualidade.

9.      como um dos meios de aumentar a colaboração com a Companhia de Jesus, sugerimos, entre outras coisas, contatos mais freqüentes do conselho nacional com o provincial jesuíta e com sua equipe, para promover a implementação de programas de formação e partilhar projetos apostólicos.

10.  O conselho nacional apoiará as iniciativas no campo da responsabilidade social, como meio eficiente para promover a justiça social.

 

Como conclusão, desejamos que estas recomendações inspirem os nossos membros da CVX e aos responsáveis nacionais e mundiais para aumentar sua capacidade de conhecer a vontade de Deus com amor e humildade, Esperamos que nossos esforços nesta peregrinação nos levem a uma visão da Comunidade Apostólica Laical.