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56 Rev. Bras. Pl. Med., Botucatu, v.10, n.2, p.56-67, 2008. Recebido para publicação em 24/04/2007 Aceito para publicação em 23/10/2007 Árvores medicinais de um fragmento florestal urbano no município de Criciúma, Santa Catarina, Brasil FIGUEIRÓ-LEANDRO, A.C. B. 1* ; CITADINI-ZANETTE, V. 1,2 1 Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC), Herbário Pe. Dr. Raulino Reitz,Av. Universitária, 1105, Caixa Postal 3167, Criciúma, SC, CEP 88806-000. 2 Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais-UNESC. *[email protected] RESUMO: O presente estudo faz uma revisão bibliográfica sobre potencialidades medicinais das árvores de um fragmento florestal urbano, pertencente à Floresta Ombrófila Densa Submontana, que futuramente poderão servir para a obtenção de novos fitomedicamentos. As árvores medicinais estudadas fazem parte de um levantamento florístico-fitossociológico realizado no Parque Ecológico Municipal José Milanese, Criciúma, sul de Santa Catarina (28º48’S e 49º25’W, altitude de 34 m). Das 145 espécies amostradas, 31 (21,4%) apresentaram potencialidades medicinais com uso para 64 patologias e 43 funções terapêuticas. Muitas espécies apresentaram uso terapêutico variado e outras somente uma única indicação. Casearia sylvestris Sw. (guaçatonga) foi a mais citada (23 vezes). O grupo que apresentou maior número de plantas medicinais foi o pertencente às afecções cutâneas com 17 espécies para sua terapêutica, seguido pelo grupo das afecções gastrointestinais (16), doenças reumáticas (12), e por último o grupo das patologias do aparelho respiratório, das plantas antitérmicas, das plantas antitumorais e antiulcerativas, com 11 espécies cada. Muitas são as plantas que ainda precisam ser estudadas e validadas quanto ao seu uso terapêutico, ampliando perspectivas para novas pesquisas da vegetação da Floresta Atlântica no sul de Santa Catarina, pois nesse ambiente o potencial de novos medicamentos é proporcional ao número de espécies. Palavras–chave: Plantas medicinais, fitomedicamentos, etnobotânica, Floresta Atlântica ABSTRACT: Medicinal trees of an urban forest fragment in Criciuma municipality, Santa Catarina State, Brazil. The present study aimed at carrying out a literature review on medicinal potentialities of trees species found in an urban forest fragment, which could provide support for further studies on the subject, including the possibilities for the development of new phytomedicines. The species assessed are part of a floristic-phytosociological survey carried out at Jose Milanese Ecological Park (PEMJM), located in the municipality of Criciúma, south of Santa Catarina state (28º 48’ S and 49º 25’ W, medium altitude of 34 m). From 145 species sampled, 31 (21.4%) presented medicinal potentialities for 64 pathologies and 43 therapeutic functions. Many species presented several therapeutic uses, while others presented only one recommendation. Casearia sylvestris Sw. was the most referred species (23 citations). The pathologic groups that presented a greater number of medicinal plants were: cutaneous affections (17 species), followed by gastrointestinal affections (16), rheumatic disease (12) and respiratory pathologies. Anti-fever, anti-neoplasic and anti-ulcerative plants presented each one11 citations. Many of these plants need further studies for validation of its therapeutic uses, and this fact could support the work of new researches (stricto senso Atlantic forest in the south of Santa Catarina). Ke ywords: Medicinal plants, phytomedicine, ethnobotany, Atlantic Rainforest. INTRODUÇÃO O Bioma da Mata Atlântica (Ibge, 2004), embora tenha sido em grande parte destruído e fragmentado, apresenta megadiversidade biológica, sendo considerado um dos 34 hotspots mundiais em biodiversidade (Mittermeier et al., 2004). Embora apresente as formações florestais mais ameaçadas do Brasil (Pavan-Fruehauf, 2000; SOS Mata Atlântica & INPE, 2002) e, sendo estas

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Rev. Bras. Pl. Med., Botucatu, v.10, n.2, p.56-67, 2008.

Recebido para publicação em 24/04/2007Aceito para publicação em 23/10/2007

Árvores medicinais de um fragmento florestal urbano no município de Criciúma,Santa Catarina, Brasil

FIGUEIRÓ-LEANDRO, A.C. B.1*; CITADINI-ZANETTE, V.1,2

1Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC), Herbário Pe. Dr. Raulino Reitz, Av. Universitária, 1105, CaixaPostal 3167, Criciúma, SC, CEP 88806-000. 2 Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais-UNESC.*[email protected]

RESUMO: O presente estudo faz uma revisão bibliográfica sobre potencialidades medicinais dasárvores de um fragmento florestal urbano, pertencente à Floresta Ombrófila Densa Submontana,que futuramente poderão servir para a obtenção de novos fitomedicamentos.As árvores medicinaisestudadas fazem parte de um levantamento florístico-fitossociológico realizado no Parque EcológicoMunicipal José Milanese, Criciúma, sul de Santa Catarina (28º48’S e 49º25’W, altitude de 34 m).Das 145 espécies amostradas, 31 (21,4%) apresentaram potencialidades medicinais com usopara 64 patologias e 43 funções terapêuticas. Muitas espécies apresentaram uso terapêuticovariado e outras somente uma única indicação. Casearia sylvestris Sw. (guaçatonga) foi a maiscitada (23 vezes). O grupo que apresentou maior número de plantas medicinais foi o pertencenteàs afecções cutâneas com 17 espécies para sua terapêutica, seguido pelo grupo das afecçõesgastrointestinais (16), doenças reumáticas (12), e por último o grupo das patologias do aparelhorespiratório, das plantas antitérmicas, das plantas antitumorais e antiulcerativas, com 11 espéciescada. Muitas são as plantas que ainda precisam ser estudadas e validadas quanto ao seu usoterapêutico, ampliando perspectivas para novas pesquisas da vegetação da FlorestaAtlântica nosul de Santa Catarina, pois nesse ambiente o potencial de novos medicamentos é proporcionalao número de espécies.

Palavras–chave: Plantas medicinais, fitomedicamentos, etnobotânica, Floresta Atlântica

ABSTRACT: Medicinal trees of an urban forest fragment in Criciuma municipality, SantaCatarina State, Brazil. The present study aimed at carrying out a literature review on medicinalpotentialities of trees species found in an urban forest fragment, which could provide support forfurther studies on the subject, including the possibilities for the development of new phytomedicines.The species assessed are part of a floristic-phytosociological survey carried out at Jose MilaneseEcological Park (PEMJM), located in the municipality of Criciúma, south of Santa Catarina state(28º 48’ S and 49º 25’ W, medium altitude of 34 m). From 145 species sampled, 31 (21.4%)presented medicinal potentialities for 64 pathologies and 43 therapeutic functions. Many speciespresented several therapeutic uses, while others presented only one recommendation. Caseariasylvestris Sw. was the most referred species (23 citations). The pathologic groups that presenteda greater number of medicinal plants were: cutaneous affections (17 species), followed bygastrointestinal affections (16), rheumatic disease (12) and respiratory pathologies. Anti-fever,anti-neoplasic and anti-ulcerative plants presented each one11 citations. Many of these plantsneed further studies for validation of its therapeutic uses, and this fact could support the work ofnew researches (stricto senso Atlantic forest in the south of Santa Catarina).

Ke ywords: Medicinal plants, phytomedicine, ethnobotany, Atlantic Rainforest.

INTRODUÇÃOO Bioma da Mata Atlântica (Ibge, 2004),

embora tenha sido em grande parte destruído efragmentado, apresenta megadiversidade biológica,sendo considerado um dos 34 hotspots mundiais

em biodiversidade (Mittermeier et al., 2004).Embora apresente as formações florestais

mais ameaçadas do Brasil (Pavan-Fruehauf, 2000;SOS Mata Atlântica & INPE, 2002) e, sendo estas

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dentre as florestas tropicais do mundo, uma das quemais correm risco de extinção (Reis et al., 1999;Peixoto et al., 2002; Mittermeier et al., 2005), esteBioma, abriga mais de 20 mil espécies de plantasvasculares, das quais estima-se que 40% sejamendêmicas (Mittermeier et al., 2004). Atualmente,está reduzido a menos de 7% de sua extensão original(SOS Mata Atlântica & INPE, 2006), resultando empoucas florestas primárias e pequenos fragmentosflorestais em diferentes estádios sucessionais.Originalmente, a Floresta Atlântica (stricto senso)ocupava toda a costa brasileira, desde o Rio Grandedo Norte até o Rio Grande do Sul, correspondendo a12% da superfície territorial do país (Ibama, 1999).Posteriormente, com as novas classificações doDecreto de Lei 750/1993 (Brasil, 1993), do Mapa daVegetação Brasileira (Ibge, 2004) e a Lei no 11.428/2006 (Brasil, 2006), esta formação, juntamente comoutras formações florestais do Brasil, passaram a sero “Domínio MataAtlântica” e atualmente “Bioma MataAtlântica”.

Segundo Pavan-Fruehauf (2000) uma dasatividades que se intensificou na Floresta Atlânticafoi a extração de plantas medicinais, fonte de recursoseconômicos para populações locais, uma vez que asfortes restrições legais, condicionadas pelaconservação ambiental, diminuem a possibilidade dealternativas financeiras. Esta atividade é aindaincentivada por um mercado promissor.AOrganizaçãoMundial da Saúde (OMS) estima que 80% dapopulação mundial, principalmente a dos países emdesenvolvimento, utiliza a chamada “medicinatradicional” para suprir as suas necessidadesmédicas primárias (Rates, 2001), e que cerca de 85%da medicina tradicional envolve o uso de extratos deplantas, o que significa que aproximadamente de 3,5a 4,0 bilhões de pessoas dependem destas comofonte de drogas (Pavan-Fruehauf, 2000).

No Brasil o consumo de fitoterápicos vemcrescendo à razão de 20% ao ano, acompanhando arevalorização mundial do uso de plantas medicinaisno tratamento de inúmeras doenças (Montanari Junior,2002). Segundo este autor, esta revalorização foi maisacentuada nas duas últimas décadas, podendo serexplicada principalmente por três fatores: crescenteaceitação do consumidor por medicamentos extraídosde plantas; interesse da indústria farmacêutica, devidoà aceitação por parte dos usuários, pelos menorescustos envolvidos no desenvolvimento de um novoproduto a partir de plantas; interesse científico visandoa validação de plantas conhecidas como medicinais.

O extrativismo de plantas medicinais, pelassuas características, apresenta grande potencial parautilização racional, uma vez que não implica naremoção da floresta e, comparativamente com outrosusos, pode gerar menores impactos ambientais(Pavan-Fruehauf, 2000). Estes impactos só serão

menores se o uso deste recurso natural for realmenteracional, ou melhor, sustentável, pois o apeloeconômico incentiva o extrativismo e coloca em perigoa sobrevivência de muitas plantas medicinais nativas.

No caso da Floresta Atlântica no sul deSanta Catarina, pode-se mencionar algumas espéciesde plantas medicinais arbóreas que são citadas peloIBAMA na Portaria no 37-N, 03/04/1992 (Ibama, 1992)como espécies da flora brasileira ameaçadas deextinção: Maytenus muelleri Schwacke (espinheira-santa), Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer (canela-sassafrás), Ocotea catharinensis Mez (canela-preta),entre outras.

A flora medicinal constitui um arsenalterapêutico de admirável importância. A exploraçãodestes ambientes naturais é realizada pelos povostradicionais e o papel que eles desempenham naexploração destes ambientes é de grande valor. Dianteda crescente urbanização e das possíveis influênciasda aculturação, é preciso resgatar o conhecimento quea população detém sobre o uso de recursos naturais(Pasa et al., 2005). Além disso, cada vez mais sereconhece que a exploração dos ambientes naturaispor povos tradicionais podem fornecer subsídios paraestratégias de manejo e exploração que sejamsustentáveis a longo prazo (Amorozo, 2002).

É por meio da etnobotânica que se busca oconhecimento e o resgate do saber botânicotradicional, particularmente relacionado ao uso dosrecursos da flora (Martin, 1995; Guarim Neto et al.,2000;Albuquerque, 2005). Pela etnofarmacologia serealiza a exploração científica multidisciplinar dosagentes biológicos ativos, empregados ou observadostradicionalmente pelo homem (Holmstedt & Bruhn,1983). Sendo assim, dados etnobotânicos eetnofarmacológicos continuam sendo a base principalpara escolha de plantas medicinais para estudos coma finalidade de se obter novos fitomedicamentos,especialmente quando se trata de espécies nativasde ecossistemas pouco conhecidos em suacomplexidade (Di Stasi & Hiruma-Lima, 2002).

Considerando-se que o Brasil possui a floramais rica do globo terrestre, totalizando quase 19%da flora mundial (Giulietti et al., 2005), o potencial denovos fitomedicamentos é proporcional ao número deespécies destes ambientes.

O número de plantas medicinais estudadasno Brasil, ao longo de mais de 40 anos é reduzido(Brito & Brito, 1993) e a Floresta Atlântica, em SantaCatarina, é um imenso reservatório ainda inexploradoe o estabelecimento de suas potencialidades deveráser intensificado nos próximos anos, devido arevalorização das plantas medicinais em todo mundo.

A utilização de plantas medicinais vem sendocada vez mais difundida no país, e é enriquecida pelavasta biodiversidade e pela miscigenação das culturasindígenas, negra e européia, cujos dados sobre o uso

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destas plantas encontram-se registrados em vastabibliografia e as informações nelas contidascertamente representam um importante instrumentona triagem de material botânico para avaliaçãofarmacológica (Oliveira et al., 2003).

Pelo exposto, o presente estudo objetivacompilar o conhecimento etnobotânico sobrepotencialidades medicinais das árvores de umfragmento florestal urbano no sul de Santa Catarina,por meio de estudo que reune informações dasespécies citadas na literatura pertinente, que poderãofuturamente servir para estudos de novosfitomedicamentos.

MATERIAL E MÉTODO

Área de EstudoO município de Criciúma, localizado no Sul

de Santa Catarina, possui 170.420 habitantes eextensão territorial de 236 km2 (Ibge, 2000), comaltitude de 46m (sede do município). No Bairro MinaUnião está localizado o Parque Ecológico MunicipalJosé Milanese (PEMJM), que serviu de fonte deinformação para a realização do presente estudo. OParque situa-se nas coordenadas 28º48’S e 49º25’W,altitude média de 34 m, com 7,7 ha de área, sendo5,2 ha cobertos pela Floresta Ombrófila DensaSubmontana. Esta Floresta passou por corte seletivonos anos 80, porém apresenta características defloresta primária (Figueiró-Leandro, 2007).

A região estudada, segundo a Classificaçãode Köppen, pertence ao grupo climático Cfa, ou seja,mesotérmico úmido, sem estação seca definida ecom verão quente (Ometto, 1981).Aumidade relativaanual está entre 80 e 85% e a precipitação média de1.400 a 1.600mm/ano, não havendo índicespluviométricos mensais inferiores a 60 mm (Epagri &Ciram, 2001).

O solo é caracterizado como PodzólicoVermelho-Amarelo Latossólico Álico e PodzólicoVermelho-Amarelo Álico (Santa Catarina, 1986).

MedodologiaAs árvores selecionadas para o estudo fazem

parte de um levantamento florístico e fitossociológicorealizado nos anos de 2004 e 2006 no PEMJM (Silva,2006; Figueiró-Leandro, 2007), elencaram-se aquelascom potencialidades medicinais registradas nabibliografia especializada.

Foram compilados trabalhos etnobotânicos,etnoecológicos, taxonômicos e florísticos queindicassem ou citassem plantas medicinais daFloresta Atlântica. Para esta finalidade, utilizaram-se informações contidas em: (I) Reitz (1965-1989) eReis (1989-2007); (II) Reitz (1950); (III) Pio Corrêa(1984); (IV) Camargo (1985); (V) Cervi et al. (1989);

(VI)Alice et al. (1995); (VII) Körbes (1995); (VIII) SilvaJúnior (1997); (IX) Michalak (1997); (X) Lorenzi (1992)e Lorenzi (1998); (XI) Simões et al. (1998); (XII)Marcuzzo (1998); (XIII) Valente & Silva (1999); (XIV)Rossato et al. (1999); (XV) Pavan-Fruehauf (2000);(XVI) Teske & Trentini (2001); (XVII) Franco (2001);(XVIII) Franco & Fontana (2001); (XIX) Gonzalez et al.(2001); (XX) Marques (2001); (XXI) Rodrigues &Carvalho (2001); (XXII)Amorozo (2002); (XXIII) Lorenzi& Matos (2002); (XXIV) Rodrigues et al. (2002); (XXV)Backes & Irgang (2002); (XXVI) Coelho et al. (2003);(XXVII) Guarim Neto & Morais (2003); (XXVIII) Backes& Irgang (2004); (XXIX) Fonseca-Kruel & Peixoto(2004); (XXX) Medeiros et al. (2004); (XXXI) Pasa etal. (2005); (XXXII)Silva&Andrade (2005); (XXXIII)SilvaJúnior (2006).

Os dados foram organizados em forma detabela onde registraram-se para cada espécie: família,nome científico e popular, farmacógenos (partesutilizadas) e atributos medicinais (usos). Foram feitasatualizações dos nomes científicos por meio deconsulta a especialistas ou a bibliografias maisrecentes. Quando atualizada a sinonímia e o trabalhoem que foi citada encontram-se logo abaixo do nomeválido da espécie.

As espécies foram agrupadas nas famíliasbotânicas segundo delimitações do AngiospermPhylogeny Group (APG II, 2003).

RESULTADO E DISCUSSÃODas 145 espécies arbóreas levantadas nos

estudos realizados por Silva (2006) e Figueiró-Leandro(2007), 31 espécies foram citadas na literaturaespecializada, por apresentaram potencialidadesmedicinais, representando 21,4% do total dasespécies amostradas no PEMJM. Estas espéciesmedicinais pertencem a 27 gêneros, distribuídos em23 famílias, sendo Lauraceae (seis espécies) eSapindaceae (três) as mais bem representadas.

Das espécies com potencialidadesmedicinais (Tabela 1), Casearia sylvestris Sw.(guaçatonga) foi a mais citada (23 vezes), ou seja,mencionada em 69,7% das 33 bibliografiasconsultadas; seguida por Protium kleinii Cuatrec.(almíscar) citada em oito (24,2%) e por Ocoteaodorifera (Vell.) Rohwer (canela-sassafrás), Lueheadivaricata Mart. et Zucc. (açoita-cavalo), Cabraleacanjerana (Vell.) Mart. (canjerana), Psidiumcattleianum Sabine (araçá) e Zanthoxylum rhoifoliumLam. (mamica-de-cadela) citadas em sete (21,2%),Ilex paraguariensis A.St.-Hill. (erva-mate), Cedrelafissilis Vell. (cedro), Cecropia glaziovii Sneth.(embaúba) e Cupania vernalis Cambess. (camboatá)citadas em seis (18,2%) e Virola bicuhyba Warb.(bicuíba) citada em cinco referências (15,1%). Asdemais espécies foram citadas menos de quatro

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vezes na bibliografia consultada.Foram listadas cerca de 64 patologias e 43

funções terapêuticas. Das patologias e funçõesterapêuticas citadas para as plantas medicinaisencontradas, verificou-se que 31,8% destinaram-seao tratamento de afecções gastrointestinais eafecções da pele (15,9% e 14,9% respectivamente),11,2% ao aparelho respiratório (tosse, gripe, laringite,bronquite, asma, entre outras), 10,3% ao aparelhocirculatório e afecções do sangue, 7,4% aoreumatismo em geral e afecções do aparelho urinárioe 1,9% à herpes. Houve grande variação em relaçãoa quantidade de funções terapêuticas/patologias quecada planta apresentou.

As plantas que apresentaram maisfinalidades terapêuticas e patologias foram: Caseariasylvestris Sw. (54), Virola bicuhyba Warb. (35),Luehea divaricata Mart. et Zucc. (29), Ilexparaguariensis A.St.-Hill. (23), Cecropia glazioviiSneth. (22), Cedrela fissilis Vell. (21), Cupania vernalisCambess (19), Cabralea canjerana (Vell.) Mart. (17),Zanthoxylum rhoifolium Lam. (17), Ocotea odorifera(Vell.) Rohwer (16) e Jacaranda puberula Cham. (14).

Muitas espécies têm usos terapêuticosvariados e outras têm somente uma única indicaçãode uso, mas neste estudo a grande maioria dasespécies apresentou mais de uma indicaçãoterapêutica. Espécies citadas mais vezes para umaúnica indicação, podem sugerir pesquisas maisespecíficas para comprovação científica das suasatividades, como, por exemplo, Casearia sylvestris,sendo suas ações como antiulcerativa, antiofídica,depurativa do sangue, anti-reumática, cicatrizante,antiobésica, antiinflamatória, antitérmica e paraafecções cutâneas em geral.

Os grupos que apresentaram maior númerode plantas foram os das afecções cutâneas, com 17espécies para sua terapêutica (54,8%), seguido pelogrupo das afecções gastrointestinais, com 15espécies (48,4%), pelo grupo das doençasreumáticas, com 14 espécies (45,1%), pelos gruposdas patologias do aparelho circulatório, respiratório edas plantas com atividade antitumoral, com 11espécies cada uma (35,5%), e finalizando com o grupodas plantas antitérmicas, com 10 espécies (32,2%).

Relacionando-se os grupos acima citadoscom o uso de plantas medicinais de cada um,observou-se que 27 plantas (87%) foram mencionadaspara uso nos sete grupos de patologias citados.Casearia sylvestris Sw. foi mencionada para todosestes grupos, seguida por Cupania vernalis Cambess,Ilex paraguariensis A.St.-Hill., Luehea divaricata Mart.et Zucc. e Virola bicuhyba Warb. citadas em seisgrupos de patologias, Cabralea canjerana (Vell.) Mart.,Cedrela fissilis Vell. e Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer,citada em cinco grupos, Matayba elaeagnoides Radlk.e Zanthoxylum rhoifolium Lam., citadas em quatro

grupos, Allophylus edulis (A.St.-Hil., Cambess. et A.Juss.) Radlk. e Cecropia glaziovii Sneth., citadas emtrês grupos.As demais plantas foram citadas em doisgrupos ou em um.

Segundo Unesc et al. (2000), as doençasdo aparelho circulatório foram responsáveis pelo maiornúmero de óbitos (36,5%) no ano de 1997 naAssociação dos Municípios da Região Carbonífera(AMREC), no sul de Santa Catarina, acompanhandoas estatísticas de todo o país e do estado. Relatamainda, que outras doenças foram causadoras degrande número de óbitos na região carbonífera, entreelas: neoplasias-tumorais (14,8%), mortes violentas(14,5%), afecções do aparelho respiratório (11,2%) eafecções gastrointestinais (5,4%).

Comparando-se os dados apresentados porUnesc et al. (2000) com os obtidos neste trabalho,verificou-se que os sete grupos de patologias queapresentaram maior número de espécies medicinaisestão relacionados com algumas das doenças quemais causam morte na AMREC (afecçõesgastrointestinais, afecções dos aparelhos circulatórioe respiratório e neoplasias-tumorais), e estes gruposocupam o segundo e o quarto lugar respectivamenteneste estudo, apresentando grande quantidade deplantas para o tratamento.

A AMREC apresenta graves problemasambientais, devido a sua economia estar vinculadadurante muito tempo à extração e beneficiamento docarvão mineral, o que causou sérios problemas desaúde à população. A incidência de doenças doaparelho respiratório no município de Criciúma, porexemplo, entre os anos de 1981-1994, foisignificativamente maior que a verificada nos demaismunicípios da AMREC (Unesc et al., 1997),Problemas possíveis de serem resolvidos noatendimento primário à saúde, com o uso de plantasmedicinais existentes na região, como algumasafecções do aparelho respiratório, afecções cutânease febre, representaram cerca de 71% das espéciesregistradas neste estudo.

A Organização Mundial de Saúde (OMS)recomenda a difusão dos conhecimentos necessáriosao uso racional das plantas medicinais e/oufitoterápicos na atenção à saúde da população (Amaralet al., 2005). Visto por esta perspectiva, o estudo dasplantas medicinais brasileiras é de crucial importânciapara a saúde pública, e, por apresentar baixo custo,se torna mais acessível à população de baixa renda.

A região sul do estado de Santa Catarinapossui grande diversidade de plantas medicinais paraas mais variadas patologias. Assim como em todo opaís, estudos relacionados a esta área ainda sãoincipientes e, por isso, dados etnobotânicos têmgrande valor para ciência. Com base na informaçãode um determinado efeito terapêutico, a planta podeconstituir-se em valioso instrumento para a descoberta

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de novos fármacos, já que o uso tradicional pode serconsiderado uma pré-triagem quanto à utilidadeterapêutica (Elisabetsky & Souza, 2003).

O estudo das plantas medicinais precisa serinterdisciplinar, envolvendo as mais variadas áreasrelacionadas à pesquisa dos agentes bioativos, poiso caminho para que uma planta possa sercomercializada como medicamento é longo. SegundoDi Stasi (1996) deve-se passar pelas seguintes etapas:estudos biológicos, químicos, pré-clínicos, clínicos,registro, e só então poderá ser comercializada.

A Interdisciplinariedade é que impulsionaestas pesquisas, pois estudos etnobiológicos/

etnobotânicos, fornecem subsídios para pesquisasetnofarmacológicas/químicas. Desta forma a plantaserá sucessivamente investigada em todas as áreasrelacionadas até ter referências suficientes para servalidada cientificamente.

Assim sendo, muitas são as plantas queainda precisam ser estudadas e validadas quanto aosseus usos terapêuticos, ampliando perspectivas paranovas pesquisas da vegetação da Floresta Atlântica(stricto senso) no Sul de Santa Catarina. Nesta buscaincessante do conhecimento, a descoberta de novosfitomedicamentos é a recompensa para qualquerpesquisador.

TABELA 1. Espécies arbóreas potencialmente medicinais de um fragmento florestal urbano de Floresta Atlântica(Floresta Ombrófila Densa), Criciúma, Sul de Santa Catarina, com indicações das partes utilizadas (farmacógeno)e de usos, citados na literatura consultada, onde: (1) toda planta; (2) raíz; (3) caule; (4) casca; (5) folha; (6) flor; (7)fruto; (8) resina ou látex; (9) semente; (10) broto; (SI) Sem informação. Uso citado na literatura onde: (I) Reitz(1965-1989) e Reis (1989-2007); (II) Reitz (1950); (III) Pio Corrêa (1984); (IV) Camargo (1985); (V) Cervi et al. (1989);(VI) Alice et al. (1995); (VII) Körbes (1995); (VIII) Silva Júnior (1997); (IX) Michalak (1997); (X) Lorenzi (1992) eLorenzi (1998); (XI) Simões et al. (1998); (XII) Marcuzzo (1998); (XIII) Valente & Silva (1999); (XIV) Rossato et al.(1999); (XV) Pavan-Fruehauf (2000); (XVI) Teske & Trentini (2001); (XVII) Franco (2001); (XVIII) Franco & Fontana(2001); (XIX) Gonzalez et al. (2001); (XX) Marques (2001); (XXI) Rodrigues & Carvalho (2001); (XXII)Amorozo (2002);(XXIII) Lorenzi & Matos (2002); (XXIV) Rodrigues et al. (2002); (XXV) Backes & Irgang (2002); (XXVI) Coelho et al.(2003); (XXVII) Guarim Neto & Morais (2003); (XXVIII) Backes & Irgang (2004); (XXIX) Fonseca-Kruel & Peixoto(2004); (XXX) Medeiros et al. (2004); (XXXI) Pasa et al. (2005); (XXXII) Silva &Andrade (2005); (XXXIII) Silva Junior(2006).

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