As cortAdeirAs que se cuidem - crbio04.gov.br · migas cortadeiras Atta spp. e Acromyrmex spp.,...

12
AS CORTADEIRAS QUE SE CUIDEM

Transcript of As cortAdeirAs que se cuidem - crbio04.gov.br · migas cortadeiras Atta spp. e Acromyrmex spp.,...

Page 1: As cortAdeirAs que se cuidem - crbio04.gov.br · migas cortadeiras Atta spp. e Acromyrmex spp., sendo a maioria das espécies desses parasi-toides pertencente aos gêneros Apocephalus,

As cortAdeirAs que se cuidem

Page 2: As cortAdeirAs que se cuidem - crbio04.gov.br · migas cortadeiras Atta spp. e Acromyrmex spp., sendo a maioria das espécies desses parasi-toides pertencente aos gêneros Apocephalus,

2 Jornal do Biólogo | Março de 2014 | CRBio04

editorial

trabalho de formiguinhasDurante os últimos anos, temos observado

o crescimento contínuo e consistente do nú-mero de profissionais registrados no Conselho. Somente entre 2009 e 2013 esse aumento su-perou os 100%, ultrapassando a marca de 12 mil biólogos.

Ao olhar e analisar esses dados, também é possível identificar outro fato interessante: no ano passado, Goiás tornou-se o segundo Estado (considerando-se também o Distrito Federal), na jurisdição do CRBio04, com maior número de registrados. Um crescimento que demonstra a importância da região em termos de formação de profissionais, empregabilidade e produção de conhecimento – sem desmerecer as demais, obviamente.

Atento a esse cenário e cumprindo sempre seu objetivo de ampliar sua representativida-de e estar mais próximo dos profissionais, o Conselho inaugurou, em 2012, a Delegacia do CRBio04 no Estado de Goiás. No final do ano passado, dando sequência a essas ações de es-treitamento de laços, promovemos o I Encontro Goiano de Biólogos, evento cuja cobertura você poderá ler nesta edição.

Tudo isso apenas ilustra um pouco do trabalho diário conduzido pela diretoria, conselheiros e funcionários do CRBio04. Para utilizar uma ex-pressão popular, um “trabalho de formiguinha”, baseado em um esforço coletivo, realizado dia a dia, buscando sempre o bem comum e maior.

E já que estamos falando de formigas, são elas que ocupam a capa desta edição do Jornal do Biólogo. Nossa matéria principal explora o trabalho do biólogo Marcos Antonio Lima Bra-gança, da Universidade Federal do Tocantins. Já há alguns anos ele desenvolve pesquisas que envolvem as formigas cortadeiras, insetos que causam enormes prejuízos em cultivos, espe-cialmente nos de eucalipto.

Nesta primeira edição de 2014 você também lerá uma reportagem sobre como a biotecnolo-gia tem auxiliado no desenvolvimento do agro-negócio e conhecerá um pouco do trabalho do Departamento de Educação Ambiental da Fun-dação Zoo-Botânica de Belo Horizonte e do bió-logo Humberto Espírito Santo de Mello.

Como sempre, reforçamos que os veículos de comunicação do CRBio04 – jornal, revista, site, blog, newsletter e mídias sociais – têm como ob-jetivo precípuo levar informação relevante e de qualidade para e com os biólogos. Por isso, caso tenha interesse em divulgar seu trabalho, sua pesquisa ou tenha alguma sugestão de tema, entre em contato conosco. Afinal, somos todos membros do mesmo “formigueiro”.

Boa leitura!

Gladstone Corrêa de Araújo Conselheiro Presidente

CRBio04Av. Amazonas, 298 - 15º andar Belo Horizonte - MG - 30180-001 | Telefone: (31) 3207-5000 www.crbio04.gov.br | [email protected]

conselheiros efetivos: Bruce Amir Dacier Lobato de Almeida, Carlos Frederico Loiola, César Augusto Maximiano Estanislau, Elias Manna Teixeira, Evandro Freitas Bouzada, Mariana Nascimento Siqueira

conselheiros suplentes: Aneliza de Almeida Miranda Melo, Emilson Miranda, Fábio de Castro Patrício, Helena Lúcia Menezes Ferreira, João Paulo Sotero de Vasconcelos, José Alberto Bastos Portugal, Lucas Soares Vilas Boas Ribeiro, Meriele Cristina Costa Rodrigues

diretoria executivaPresidente: Gladstone Corrêa de AraújoVice-Presidente: Jefferson Ribeiro da SilvaTesoureira: Sylvia Therese Meyer RibeiroSecretária: Norma Dulce de Campos Barbosa

Jornal do BiólogoAno XVIII - Nº 66 | Março de 2014Assessor de Comunicação: André NessimJornalista Responsável: Vitor Moreira | Registro: 14055/MGReportagem páginas 8 e 9: Gabriela VilaçaProjeto Gráfico: Rafael ChimicattiImpressão: 1.500 exemplares

quer sugerir, criticar ou elogiar? Fale com o Jornal do Biólogo: [email protected]

Page 3: As cortAdeirAs que se cuidem - crbio04.gov.br · migas cortadeiras Atta spp. e Acromyrmex spp., sendo a maioria das espécies desses parasi-toides pertencente aos gêneros Apocephalus,

CRBio04 | Março de 2014 | Jornal do Biólogo 3

conselho

O fortalecimento de uma profissão depende de bons cursos de formação, entidades repre-sentativas atuantes e, ainda que pareça trivial, de seus símbolos. São eles que traduzem os valores e despertam o espírito de identidade e pertencimento dos profissionais. Mas você co-nhece os símbolos do biólogo?

Marca

os símbolos do biólogoMarca, juramento, cor e pedra criam a identidade da profissão

A base de sua estrutura forma um espermato-zóide, que fecundando o óvulo (círculo azul) dá origem a uma nova vida – essência da profissão. A estrutura de DNA remete a um elemento sempre presente no cotidiano do profissional da área de Biologia. A natureza é representada pelas folhas da base do círculo, enquanto a espiral re-presenta a evolução e o progresso.

Juramento“Juro pela minha fé e pela minha honra e de acordo com os princípios éticos do biólogo, exercer minhas atividades profissionais com honestidade, em defesa da vida, estimulando o desenvolvimento científico, tecnológico e hu-manístico com justiça e paz”.

CorAzul (sem tonalidade específica)

PedraÁgua marinha

Profissionais registrados têm até o dia 31 de março para quitarem sua anuidade 2014 com desconto de 15% (R$ 331,96).

Após essa data será cobrado o valor integral da anuidade (R$ 390,54), acrescido de multa de 2% e juros de 1% ao mês. A falta do registro e o não pagamento da anuidade torna ilegal o exercício da profissão, cuja pena é o impedi-mento de exercê-la e sua suspensão em todo o Território Nacional. Graduados que se registra-rem em até doze meses da data de sua colação de grau estão isentos da primeira anuidade. No

anuidade 2014: prazo está perto do fimPagamento com desconto só pode ser feito até dia 31

Guia de pagamentoO boleto para pagamento da anuidade 2014 foi enviado pelo correio para todos os registrados, mas também pode ser emitido no site do CRBio04: www.crbio04.gov.br. O biólogo deve acessar o link CRBio04 Online, situado no menu superior.

caso de pessoa jurídica, o valor da anuidade é proporcional ao capital social declarado no con-trato social da empresa, variando de R$ 107,12 a R$ 1.109,13.

Page 4: As cortAdeirAs que se cuidem - crbio04.gov.br · migas cortadeiras Atta spp. e Acromyrmex spp., sendo a maioria das espécies desses parasi-toides pertencente aos gêneros Apocephalus,

educação ambiental

4 Jornal do Biólogo | Março de 2014 | CRBio04

Humberto Mello trabalha no zoológico de Belo Horizonte desde 1993

educar para preservarBiólogo relata desafios de promover a conscientização ambiental

Dan

iel A

lvesNa edição passada do Jornal do Biólogo

trouxemos uma reportagem que abordou a im-portância dos jardins zoológicos na preservação de espécies ameaçadas. A criação em ambien-tes controlados permite estudos sobre carac-terísticas biológicas e comportamentais destes animais, auxiliando em programas de reprodu-ção em cativeiro e de reintrodução na natureza.

Porém, uma política de preservação am-biental bem estruturada depende, ainda, de outro trabalho fundamental: a conscientização. É nesse campo que se inserem os esforços de diversas ONGs, profissionais e órgãos, como o Departamento de Educação Ambiental da Fun-dação Zoo-Botânica de Belo Horizonte.

Por meio de seu Serviço de Educação Ambien-tal (SEA), que existe desde 1991, o Departamento é responsável por todos os projetos de cunho edu-cacional desenvolvidos no Jardim Zoológico, Jar-dim Botânico e também no Parque Ecológico da Pampulha. “Nossa principal função é tentar trans-mitir para o público em geral, com os elementos que temos disponíveis – os animais e plantas – uma mensagem de educação, de informação, de preservação das espécies e conservação ambien-tal, garantindo a qualidade da vida", explica o bió-logo Humberto Espírito Santo de Mello.

Humberto, que é mestre em Zoologia, atuou por 20 anos na seção de Répteis e Anfíbios do zoológico da capital mineira e está desde o ano passado no novo setor. “Julguei que era hora de encarar novos desafios, de tentar fazer com que o conhecimento produzido aqui extrapole os muros e chegue à população”, relata.

Além dele, outros seis profissionais de Bio-logia atuam no Departamento de Educação Ambiental, o que, na visão de Humberto, é um grande diferencial. “As Ciências Biológicas têm essa particularidade de trabalhar vários saberes, o que capacita o profissional de forma única”, ressalta.

Ações e atividades

Humberto Mello afirma que o principal de-safio da educação ambiental reside em cons-cientizar as pessoas da importância da preser-vação de espécies da fauna e flora, por exemplo as que podem ser nocivas ao homem, como é o caso das serpentes. O biólogo explica que é preciso um minucioso trabalho que aproxime a população destes animais, revelando sua im-portância para o equilíbrio ambiental e os pro-blemas decorrentes de sua extinção.

Para promover essa mudança de pensamento e comportamento o Departamento de Educa-ção Ambiental da FZB-BH conta com atividades como visitas aos bastidores do zoológico, jogos educativos para o público infantil, exposições, realização de oficinas temáticas, ações pontuais em datas específicas – como o Dia Mundial do Meio Ambiente, por exemplo –, atendimento a grupos escolares e também uma equipe de campo, que presta orientações aos visitantes.

ContatoO Serviço de Educação Ambiental da Fun-dação Zoo-Botânica oferece um serviço de visitas guiadas conforme demanda. Para mais informações, entre em contato pelo (31) 3277-7286.

Page 5: As cortAdeirAs que se cuidem - crbio04.gov.br · migas cortadeiras Atta spp. e Acromyrmex spp., sendo a maioria das espécies desses parasi-toides pertencente aos gêneros Apocephalus,

CRBio04 | Março de 2014 | Jornal do Biólogo 5

matéria de capa

Aos olhos humanos elas são minúsculas, de ar inofensivo. Mas engana-se quem se deixa levar pela aparência frágil das formigas corta-deiras: seus poderes de destruição tornam-nas uma das grandes pragas para plantações, princi-palmente no Brasil, onde há a maior ocorrência de espécies. Um único formigueiro chega a ter 10 milhões de indivíduos e consome cerca de uma tonelada em folhas por ano, o que repre-senta 86 árvores de eucalipto, por exemplo. Curiosamente, porém, esse “apetite” todo não é pelas folhas em si. O material coletado é levado para dentro do formigueiro e serve de substrato para o cultivo de um fungo, esse sim, do qual as formigas se alimentam.

Popularmente conhecidas como saúvas, ca-beçudas ou quenquéns, as formigas cortadeiras se dividem em cinco gêneros, sendo os mais co-muns o Atta e o Acromyrmex, ambos encontrados no Brasil. Por concentrar um maior número de estudos e também por construir ninhos mais visíveis, ao longo dos anos se desenvolveram métodos mais eficientes de combate às espé-cies do gênero Atta. A destruição de seus habi-tats naturais é outro fator, que inclusive pôs em risco de extinção a espécie Atta robusta.

Cortadeiras vs Forídeos: um duelo de pequeninosFormigas cortadeiras têm em moscas grande inimigo natural

Page 6: As cortAdeirAs que se cuidem - crbio04.gov.br · migas cortadeiras Atta spp. e Acromyrmex spp., sendo a maioria das espécies desses parasi-toides pertencente aos gêneros Apocephalus,

6 Jornal do Biólogo | Março de 2014 | CRBio04

matéria de capa

Na mesma medida em que isso ocorre, en-tretanto, a interferência humana no meio am-biente também tem levado ao aumento em larga escala de algumas espécies de cortadeiras. Terrenos desnudos em áreas desmatadas fa-vorecem o surgimento de colônias onde elas não ocorreriam de forma natural ou aparece-riam em menor intensidade. Posteriormente, as próprias plantações que ocupam essas áreas desmatadas – como eucalipto, cana-de-açúcar e até mesmo pasto para criações – tornam-se alvos das formigas.

A solução encontrada por agricultores, então, é recorrer a iscas formicidas químicas, hoje o principal meio utilizado no controle das corta-deiras. Entretanto, a alternativa está longe de ser a ideal, uma vez que esses componentes químicos causam uma série de prejuízos ao am-biente. Uma solução barata e ecologicamente correta seria atuar com inimigos naturais das formigas, como é o caso dos forídeos.

Moscas parasitoides

Em 1922, o frei franciscano Tomás Borgmeier – que nasceu na Alemanha mas radicou-se no Brasil – realizou o primeiro registro de para-sitismo de formigas cortadeiras por moscas da família Phoridae. Ao longo de sua carreira, Borgmeier descreveu cerca de 20 espécies de forídeos parasitoides associados a espécies dos gêneros Atta e Acromyrmex. Entretanto, apesar da descoberta da interação entre os dois inse-tos ter mais de 90 anos, a maioria das informa-ções disponíveis hoje são recentes, obtidas nas duas últimas décadas.

Atualmente são conhecidas 66 espécies de 11 gêneros de Phoridae que parasitam as for-migas cortadeiras Atta spp. e Acromyrmex spp., sendo a maioria das espécies desses parasi-toides pertencente aos gêneros Apocephalus, Myrmosicarius e Eibesfeldtphora. Das 19 espé-cies de Atta, nove são atacadas por forídeos. Já entre as Acromyrmex são 19 das 62 espécies conhecidas.

“As moscas colocam seus ovos na cabeça ou abdômen das formigas, dependendo da es-pécie, e suas larvas se alimentam do próprio corpo das hospedeiras, matando-as”, explica o biólogo Marcos Antonio Lima Bragança, que dedica-se ao estudo das características biológi-cas, comportamentais e ecológicas dos foríde-os desde 1996.

Marcos, que possui pós-doutorado pela Uni-versidade Federal de Viçosa (UFV) e trabalha como professor no campus de Porto Nacional da Universidade Federal do Tocantins (UFT), é responsável por registrar diversas formas de ataque das moscas às formigas e listar caracte-rísticas da biologia desse inseto, como a forma de desenvolvimento larval, por exemplo.

“Buscamos identificar características como formas de reprodução, desenvolvimento da larva na formiga, períodos de incidência, interferências do ambiente, taxas de parasitismo etc. Nosso ob-jetivo final é descobrir uma forma de aumentar a densidade das moscas no campo e promover o controle natural das cortadeiras”, detalha.

Para isso, o biólogo vislumbra duas alter-nativas: a produção de moscas em laboratório ou, o que em sua opinião seria ainda melhor, possibilitar o aumento das populações de fo-rídeos na natureza. A primeira possibilidade ainda esbarra na ausência de metodologia para promoção do acasalamento em cativeiro. Já a segunda parece ainda mais distante, pois impli-caria em métodos de preservação ambiental de áreas em que as moscas pudessem encontrar um ambiente ecologicamente equilibrado para se desenvolverem.

Moscas forídeos depositam seus ovos no corpo das formigas

Ath

ayde

Ton

hasc

a

Page 7: As cortAdeirAs que se cuidem - crbio04.gov.br · migas cortadeiras Atta spp. e Acromyrmex spp., sendo a maioria das espécies desses parasi-toides pertencente aos gêneros Apocephalus,

Em suas pesquisas, Marcos Bragança iden-tificou – e corroborou análises de outros pes-quisadores – que a taxa de parasitismo das cortadeiras por forídeos é relativamente baixa, situando-se entre 1% e 5% da população de um formigueiro. Após a mosca depositar o ovo, a formiga morre em um prazo que varia de quatro a 12 dias, quando se dá a fase final do desenvol-vimento larval do parasitoide. Nesse ínterim, porém, a cortadeira continua agindo normal-mente, sem sofrer nenhum efeito em seu com-portamento. “Ao contrário da maioria dos agen-tes de controle biológico, o efeito principal dos forídeos parasitoides de formigas não se dá pela mortalidade direta dos hospedeiros”, afirma.

Na verdade a simples presença da mosca nas trilhas já gera um impacto negativo na di-nâmica da colônia. O sobrevoo e as tentativas de ataques dos forídeos são suficientes para afetar o comportamento de forrageamento das formigas, uma vez que ocasionam a redução do número e tamanho das operárias que transi-tam nas trilhas. Além disso, o esforço empre-gado pelas operárias para se defenderem dos ataques reduz o tempo que elas gastariam na coleta e transporte de material vegetal para o ninho, gera a diminuição das cargas que cada uma leva e o aumento do número de fragmentos vegetais abandonados, resultando em menos comida no formigueiro.

uma mosca incomoda muita gente

CRBio04 | Março de 2014 | Jornal do Biólogo 7

matéria de capa

Métodos de ataque

Como se comportam os forídeos dos três gêneros que mais parasitam formigas cortadeiras

Myrmosicarius Aproximam-se por trás da formiga e atacam a cabeça do hospedeiro sempre pelo lado direito, pois o ovipositor da mosca é assimétrico e fica voltado para o lado esquerdo.

EibesfeldtphoraA estratégia de ataque típica é perseguir e investir contra as operárias que transitam nas trilhas, in-tercalando os ataques com pousos acima ou dos lados da trilha.

ApocephalusAo contrário de outros forídeos que voam em busca do hospedeiro, este se aproxima das formigas caminhando pela superfície das folhas. A oviposição parece ser realizada pela inserção do ovipositor nas partes bucais da formiga.

Page 8: As cortAdeirAs que se cuidem - crbio04.gov.br · migas cortadeiras Atta spp. e Acromyrmex spp., sendo a maioria das espécies desses parasi-toides pertencente aos gêneros Apocephalus,

8 Jornal do Biólogo | Março de 2014 | CRBio04

biotecnologia

Em 2013 celebraram-se os 60 anos da des-coberta da molécula de DNA pelos pesquisa-dores James Watson e Francis Crick. A novidade, publicada na edição de 25 de abril de 1953 da revista Nature, abriu as portas para o vertiginoso e constante avanço da genética e biologia mo-lecular, como os testes de paternidade e o ma-peamento do genoma humano.

As novas técnicas e equipamentos desen-volvidos, porém, não se limitaram às pesquisas voltadas exclusivamente para os seres humanos, mas também possibilitaram transformações no campo da pesquisa com animais, trazendo grandes benefícios ao agronegócio.

Graduado pela Universidade Federal de Uber-lândia (UFU), o biólogo Kleber Simônio Parreira percebeu o mercado a ser explorado nessa área e fundou, em 2013, um laboratório especializa-do em análises genéticas em animais. “Apesar

de serem conduzidos basicamente da mesma maneira, os exames para humanos e animais possuem algumas particularidades técnicas”, explica. As amostras de origem animal, por exemplo, são tomadas no campo ou criadouro e encaminhadas para o laboratório por via pos-tal. Para isso, o cliente é instruído sobre o modo correto de coletar e enviar as amostras, que são, normalmente, pelos, penas, sangue e fezes.

Doutor em Biomedicina pela Université Ca-tholique de Louvain em Bruxelas, na Bélgica, e pós-doutor em Química pela Universidade de São Paulo (USP), Kleber especializou seu labo-ratório na oferta de três tipos de serviços: se-xagem de aves, perfil genético de espécies ve-getais e animais e vínculo genético de bovinos, equinos, bubalinos, caprinos e ovinos.

A sexagem de aves, por exemplo, é um diag-nóstico precoce que permite, entre outros fins,

biologia molecular a serviço do agronegócioAnálises de perfil e vínculo genético auxiliam no desenvolvimento de negócios no campo

Page 9: As cortAdeirAs que se cuidem - crbio04.gov.br · migas cortadeiras Atta spp. e Acromyrmex spp., sendo a maioria das espécies desses parasi-toides pertencente aos gêneros Apocephalus,

CRBio04 | Março de 2014 | Jornal do Biólogo 9

biotecnologia

evitar gastos com a manutenção de espécies de sexo indesejado em criadouros. “Para aves cujo interesse do criador é o canto, caso do pássaro bicudo, as fêmeas são pouco desejadas, já que apenas os machos cantam. Por outro lado, se o interesse principal é o de reprodução, a sexa-gem exerce papel importante para o devido aca-salamento dos pares, maximizando as chances de reprodução, principalmente para aves que não possuem dimorfismo sexual e estão em risco de extinção”, explica o biólogo.

No Brasil, uma portaria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento torna obrigatória a apresentação de um laudo de vín-culo genético de todo bezerro originado pelo método de fertilização in vitro. “Sendo estes animais de alto desempenho e/ou consagra-dos por possuírem características comerciais importantes como alta produção de carne, eles devem ter suas origens confirmadas”, ressalta o biólogo. Assim, a investigação do compar-tilhamento de alelos entre animais em vários loci microsatélites ao longo dos cromossomos é utilizada para alcançar a probabilidade de paternidade.

O mapeamento do perfil genético de ani-mais, por sua vez, é feito de maneira muito se-melhante ao teste de paternidade, porém com objetivos e aplicações distintas. Nesse caso, os animais são mapeados para determinar alelos associados à características comerciais, como maior aproveitamento de carcaça para gado de corte, porcentual de gordura intramuscular em suínos, determinação da cor da pelagem em equinos, entre outros.

Todas as análises são baseadas na técnica de detecção pela PCR: após o cadastro e identifica-ção das amostras, ocorre a extração dos ácidos nucleicos. Posteriormente há a realização da re-ação em cadeia da polimerase (PCR). A detecção do material resultante é conduzida com equipa-mento especializado, como o sequenciador au-tomático. Por fim, os resultados são transmitidos aos computadores e ocorre a emissão dos laudos.

Desafios e avanços

Para o biólogo Kleber Parreira, a biotec-nologia surgiu com um potencial inestimável para ajudar diversas áreas, como saúde, agri-cultura, pecuária etc. Porém, os resultados foram decepcionantes. “Passamos o carro na frente dos bois. A experiência brasileira es-barrou na escassez de um mercado nacional capaz de suprir a matéria-prima, componen-tes e reagentes necessários para a execução dos processos biotecnológicos. Primeiro, de-veríamos ter criado um mercado que fosse base para assentarmos a economia biotecno-lógica no país. Hoje, é exatamente isso que presenciamos: um mercado que evolui para fornecer material e ferramentas. Ainda cami-nhamos lentamente, mas na direção certa”, defende.

Em sua opinião, dois aspectos seriam de suma importância para a melhoria da capaci-dade de oferta dos serviços na área. Primeiro, a implantação de medidas governamentais que facilitassem a importação de materiais produzidos exclusivamente no exterior. Se-gundo, o aumento das linhas de crédito para fomentar projetos de criação de indústrias que visam suprir o mercado com produtos indispensáveis à prática da biotecnologia e biologia molecular no país.

Para Kleber, Brasil ainda tem muito o que evoluir no campo da biotecnologia

Arq

uivo

pes

soal

Page 10: As cortAdeirAs que se cuidem - crbio04.gov.br · migas cortadeiras Atta spp. e Acromyrmex spp., sendo a maioria das espécies desses parasi-toides pertencente aos gêneros Apocephalus,

10 Jornal do Biólogo | Março de 2014 | CRBio04

Definitivos

BahiaZilma Cardoso de Carvalho

Distrito FederalAdriana Soares de AraújoAmanda GalvãoAndré Vitor Fleuri JardimAndréa Carvalho TameirãoAndrielle Câmara AmaralArmando de Queiroz Teixeira JuniorChristiano Pinheiro da SilvaCleber Oliveira de AraújoCleyton Washington da Silva OliveiraCristina Maria de OliveiraDaniel Marques Alves VelhoDaniel Quintaneiro AbreuEliane Lopes BorgesEvellyn Borges de FreitasFernanda Keley Silva PereiraFlavia Pereira AlvesFrancisco Ferreira de Miranda SantosFrancys Mara Ferreira VilellaGabriel Batista de Oliveira BorgesHenry-Philippe Ibañez de NovionJanaína Emanuelle Mendes de Oliveira StarlingJosé Carlos DelfinoJosé Eduardo Litran dos SantosJuliana Silvestre SilvaJúlio César Montanha da Silveira SoaresLeandro Hosken CunhaLícia Nunes de OliveiraLívia Luzia do Nascimento KoshinoLuciene MignaniMarcos Borzuk da Fonseca JúniorMarcos Takashi ObaraMarta Carolina Deusdará RosaMichael Silva NovaisMonique Caroline Rebouças DepireuxPaula Durante TagliariRafael Rodrigues Alves DiasRenata Peres MartinsSônia Cirqueira ChavesSuelem Muniz LeãoTais BenatoThiago Furtado de Oliveira

GoiásAlessandro Dias PioAluana Gonçalves de AbreuAndré SollerAndréia de Sousa CoelhoCaio Stuart Amorim PereiraCarla Patrícia Pereira AlvesCarlos Pedretti JúniorDaniel David FranczakDrielle Silva Andrade LopesFernanda Melo CarneiroFlávia Paulino Crispim BaiocchiGizelly Mendanha de OliveiraGlaudiene Lima Vieira

registros

Gleidson Nunes FerreiraGuilherme Nunes FerreiraHélio Pinheiro de AndradeIlse Franco de OliveiraIsabel Gomes ChrisóstomoIzabella Ferreira Campos BernardesJiulliano de Sousa CostaJoão Luiz Gomides Melo de SousaJonathan Vieira NovaisJosiel Gonçalves BarbosaKamilla Chrystine Rolim dos SantosLeandro JuenLeandro Martins SilvaLeide Daiana de Fátima SilvaLissandra Luzia Dutra CamiloLívia do Carmo SilvaLívian Gonçalves VieiraMarcello Borges de Oliveira e SilvaMarcos Augusto SchlieweMaria Luzia Borges Valério da SilvaMariana Araguaia de Castro Sá LimaNeilson Nunes RodriguesNoania Borges FreitasPatrícia Fúlvia de AraújoPaulício Maconi FilhoPedro Vieira de Carvalho CostaRafael Balestra MarraRafael Pereira TokarskiRenata de Oliveira CostaRenato Silva OliveiraRodrigo de Jesus SilvaSandro Batista da SilvaTacyane Fraga de Souza MoraesTainara Aparecida Ferreira Coutinho CâmaraThais Neres de Souza PaivaThiago Bernardi VieiraThiago Ferreira da SilvaVanessa Oliveira Leitão MarinhoVinícius Batista de MoraisWalkíria dos Reis LimaWalter Santos de AraújoWemerson Souza do Nascimento

MaranhãoAlam Aparecido de Mattos TombiniNatércia Camille Vasconcelos Feitosa

Minas GeraisAdriana de RezendeAgdemir Waléria AleixoAldes Lamounier Pereira AndradeAlessandro Cândido LimaAlessandro Martini AmaralAlexandre OliveiraAline Pessoa MartinsAllan Pimenta BarrosAna Carolina Resende MaiaAndré Baxter BarretoAndré da Silva PimentaAndré Leonor RodriguesAndré Luis XavierAndréa Cristina de Minas e Souza

Andrea Juliana Lavrador AndreoAndreísa Aparecida SelvatiAquila Fialho de OliveiraArtur Queiroz GuimarãesAtenágoras Café Carvalhais JuniorBelchiolina Vitória de MatosBruno Faria FernandesBruno Felipe de MelloBruno Vancini TintiCamilla Moreira RibeiroCarla Clarissa Nobre de OliveiraCarlos Eduardo Borges de OliveiraCarolina Marta de Magalhães Pinto AunCassiano Ribeiro da FonsecaCecília Velasquez Santos de Carvalho SerpaCelso Henrique Varela RiosCláudio Martins da RochaClaudiomar Marcelino da Silva FerreiraCleuza Aparecida da Silva ÁlvaresClóvis José SoaresCristiane Coscarelli SalumCristiane Moreira CostaCristielly Fernandes DuarteDaniel Martinez Marques Lopes de SiqueiraDaniela Aparecida de AndradeDaniela Chaves ResendeDaniela Munhoz RossoniDanillo Henrique LopesDavid Marques de AquinoDeborah Aparecida SantosDelma Elzane DutraDiego Santos OliveiraDimitri Lima GouveaDisney Tone Luiz NegrãoDivina Roselaine da SilvaÉder Bedani Ruis ChagasElisa Lopes e LagesElisa Paraíso MesquitaÉmerson Marcos da CruzErica Dutra AlbuquerqueErick Almeida SilvaErick Matheus EvangelistaEsdra Daiane FradeFelipe Gonçalves dos Santos CabralFellipe Pinheiro Chagas MendonçaFernanda Barbosa LopesFernanda Borges SeveroFernanda Cristina Ferreira do CarmoFernando Aparecido Silva do NascimentoFernando de Jesus CamachoFernando de Sá SilvaFilipe Palhares FerreiraFlávio Dayrell GontijoFrances Ley MeloFrancisco Eduardo de Carvalho CostaFrancisco Luiz Assunção de SousaGabriella Elisa da Silva NogueiraGilberto GomesGiovana Carine LeiteGisele Queiroz de OliveiraGraziela Ferreira Silva MoreiraGuilherme de Castro Lopes

Page 11: As cortAdeirAs que se cuidem - crbio04.gov.br · migas cortadeiras Atta spp. e Acromyrmex spp., sendo a maioria das espécies desses parasi-toides pertencente aos gêneros Apocephalus,

CRBio04 | Março de 2014 | Jornal do Biólogo 11

registros

Gustavo Augusto LacorteHarley Leandro CoelhoHelena Barbosa FerrazHenrique GrandeHugo Cardoso de Moura CostaIsabella Elias Morais de AssisIvan Machado de VasconcelosIzabella Salles Carvalho Pimenta GuedesJacqueline Ariadna de AlmeidaJamil Tannus NetoJanaína Paula Marques TanureJanaína Rezende TeixeiraJaqueline Sicupira RodriguesJoão Geraldo Ferreira SantosJoão Paulo BragaJoão Victor Andrade de LacerdaJosélia Mara da SilvaJúlia de Oliveira TorresJuliana Barros Rodrigues MarquesJuliana de Oliveira XavierJunara Viana de OliveiraKarina Alves BreguezKarla Talarico de Araújo GropoKátia Aparecida FonsecaKenya Peixoto e PassosLenine Alves FernandesLeonardo Gil de Souza TorresLicléia da Cruz RodriguesLilian Cristina Oliveira DinatoLiliane Ferreira dos SantosLiliane Severino do PradoLorena Torres OportoLoyane Bertagnolli CoutinhoLuciana da SilvaLuciana de Rezende SilvaLudmila Von Rondow de Abreu Bastos PandolphoLuisa Lamar MarchLuiz Augusto PintoMarcelo Henrique Aguiar de FreitasMarcelo Júnio de FreitasMarcelo Ribeiro Vasconcelos DinizMárcia de Abreu ArrudaMarcius Augusto Teixeira ZauliMarcus Vinicius Rodrigues CamilloMargarete do Nascimento BernardesMaria Clara Oliveira DurãesMaria da Conceição Carvalho Baeta NevesMaria José Reis da RochaMaria Natália Costa e SilvaMariana Antunes PimentaMariana Pereira VazMarília Sales de Andrade MejiaMário Henrique Sarti SantosMarlon de Melo MonteiroMarta Letícia Herenio KerkhoffMarta Pinheiro da SilvaMichele da Costa SantosMônica Ester Pinheiro VieiraNaiara do Nascimento Santiago ZanettiNatállia Maria de Freitas VicenteNayara Cristina de MeloPatrícia Lage

Patrícia Rangel Queiroz Santos SoaresPollyanna Silva Teixeira NunesPriscila Karla Silva DiasRafael de Sousa SantosRafael MartinsRafaela Ribeiro de OliveiraRaphael Silva CaetanoRaquel Fernandes MendonçaRaquel Xavier LigeiroRenata de Souza MarcelinoRené Henrique Cardoso RenaultRicardo Marcelino ClaudinoRoberson CruvinelRoberta Von Dollinger de Melo CarvalhoRoberth Fagundes de SouzaRodrigo de Castro FonsecaRodrigo Miranda MoraesRodrigo Soares de CastroRogério Pereira dos SantosRogério Silveira VilelaRosana Silveira SchneiderSandra Lauton SantosSéfora Tognolo de AguilarShirlei Aparecida de Oliveira SantosShirley Januário da SilvaSilvana Maria SantosSilvia Helena Costa CamposSimon Turola BorgesSyomara Ker de MeloTalles Ulhoa MonteiroTatiane Cristina Reis BarbosaThaise de Oliveira BahiaThayse Cristine Barbosa PeresThiago de Sousa PereiraThiago Humberto da Silva PiresTiago de Lima PereiraTiago Martins RezendeVanessa de Almeida DuarteVerônica Aline Belchior SilvaVictor Hugo Paula RodriguesVinicius Cerqueira RodriguesWagner Martins Santana SampaioWalessa Martins de CastroWallacy Marins da Silva

Mato Grosso do SulAdriano Barros Barata de Oliveira

ParaíbaClaudia Facini dos Reis

PiauíDaniel Barbosa Liarte

Rio de JaneiroAmanda Luisa Meireles TeixeiraGláucia Maria Alves de OliveiraPaulo Sérgio da Rocha Vargas

São PauloAna Carolina Gallate BarbosaPedro Henrique BernardoSimone Gonçalves

TocantinsAneliese Antonia TomazDeusiano Florêncio dos ReisFrancarlos Pereira dos SantosInara Brito TavaresLeni Menezes PalhariniMarlon Rodrigues Mesquita de FreitasMaurílio Antonio VaravalloRaimundo Ferreira CostaThatianna de LiraVanessa DuranteWesley Zago Viana

Provisórios

Distrito FederalLeonardo Pereira FragaMariana Neri Noronha Luz

GoiásArthur de Lima MoraisDulcianne Soares CamargoÉrica Cristina de Oliveira AraújoHasley Rodrigo PereiraJessyka Mayara Machado RibeiroJuliana de Souza RodriguesKelly Cristiene de Freitas BorgesLidiane Marceli Dai PráLudimilla Milhomens de PaulaMarina Aparecida Marques GuerraPaula Carolina Borges de Sousa BreitenbachRenan Góis de MoraisSabrina Delgado SoaresSilvana Rodrigues de Sousa BarbosaTatiana Spigoloni Oliveira

Minas GeraisAlice Perácio MonteiroAna Lúcia do Amaral PedrosoAndré Jardim ArrudaAndré Nogueira Ferreira da SilvaAndresa da Silva SchenaBeatriz Cristina Ferreira MachadoBruna Dionísio GomesCamila Samara Fernandes NavesCarlos Roberto de Souza CastroCarolina Guimarães Ramos MatosinhoCássia Cristina Bachião MirandaDanielly Ferreira DiasDayana Martins da RochaDiego Luiz de Holanda OliveiraEduardo Afonso Carmo VescoviFrancineide Aparecida NetoGabriel Augusto de Aguiar UmbelinoJaqueline Vilela CustódioJoyce Paola Silva PereiraKelly Cristina Leonardo Rabelo de OliveiraKeylla Rúbia Teixeira

TocantinsEva Barros MirandaJuliane Gomes da Silva

Page 12: As cortAdeirAs que se cuidem - crbio04.gov.br · migas cortadeiras Atta spp. e Acromyrmex spp., sendo a maioria das espécies desses parasi-toides pertencente aos gêneros Apocephalus,

Membros do CRBio04: Alfredo Pena (subdele-gado), Gladstone Araújo (presidente), Thatianne Silva (delegada) e Mariana Siqueira (conselheira)

Remetente:Conselho Regional de Biologia - �ª RegiãoAv. Amazonas, ��� - ��º andarBelo Horizonte - MGCEP: ­����-���

DEVOLUÇÃOGARANTIDA

CORREIOS

ImpressoEspecial

Conselho Regionalde Biologia

����������/���� - DR/MG

CORREIOS

Fechamento Autorizado. Pode ser aberto pela ECT.

evento

Arq

uivo

CRB

io04O CRBio04 promoveu, nos dias 22 e 23 de

novembro de 2013, o I Encontro Goiano de Bió-logos, uma iniciativa conjunta com a Delegacia do Conselho em Goiânia que visou estreitar os laços com os estudantes e profissionais do Es-tado e também fortalecer as ações institucio-nais do CRBio04 em Goiás.

O evento, realizado no auditório do edifício que sedia a Delegacia, contou com boa partici-pação de público, entre biólogos, pesquisadores e estudantes. A abertura foi conduzida pela delegada do CRBio04 Thatianne Dias da Silva e pelo presidente do Conselho, Gladstone Corrêa de Araújo, que falou sobre o Sistema CFBio/CRBios e sobre a expectativa de criação de um novo regional, que abrangeria Goiás, Tocantins e o Distrito Federal (leia ao lado).

A programação do Encontro ainda contou com uma palestra da conselheira secretária Norma Dulce de Campos Barbosa, que tratou das responsabilidades e distinções entre Con-selho, Sindicato e Associação, e também com uma mesa redonda que debateu o mercado de trabalho do biólogo. Cada um dos convidados explicou um pouco a atuação dos profissionais de Biologia nos órgãos em que atuam e sua im-portância dentro destas instituições.

O assessor institucional do CRBio04, Igor Noronha, ressalta que a realização do I Encontro Goiano de Biólogos é uma das ações que bus-cam aproximar a entidade de seus registrados. “Já há um melhor discernimento da importância do Conselho para o fortalecimento da profissão. O CRBio tem a missão de ser um apoio aos bió-logos, e iniciativas como o encontro e a própria criação da delegacia são exemplos de como isso tem sido colocado em prática”, afirma.

Novo regional

Uma enquete realizada no site do Conselho, em 2013, apontou que 89% dos profissionais de Goiás, Tocantins e Distrito Federal são fa-voráveis à criação de um novo conselho para a região. A iniciativa também é vista com bons olhos pela diretoria do CRBio04. “Nossa exten-são territorial, hoje, de certa forma nos impos-sibilita um atendimento mais eficiente e eficaz aos profissionais daquela região. O desmem-bramento do CRBio04 otimizaria a qualidade dos serviços prestados aos profissionais e às instituições”, defende Gladstone.

Para dar bases à discussão, o Conselho re-alizou estudos de viabilidade econômica e fi-nanceira que sustentam o argumento de que o novo regional teria condições de se estrutu-rar. Os estudos já foram entregues ao CFBio, responsável pela criação de novos conselhos regionais.

goiânia sedia i encontro de biólogosIniciativa do CRBio04 atraiu bom público