As Empresas Barrenses e Sua Sustentabilidade Ambiental - Izael

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AS EMPRESAS BARRENSES E SUA SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL Izael Carlos da Silva 1 Oscar Briozo do N. Filho 2 RESUMO: Esta pesquisa foi desenvolvida no Centro e nos bairros da cidade de Barras-PI. Os dados foram obtidos a partir de pesquisa direta com 05 empresários selecionados dentre todos os setores da economia, englobando aspectos relacionados ao conceito de sustentabilidade, projetos ou ações desenvolvidas pela empresa sobre o tema, as vantagens da empresa em empreender atitudes de preservação do meio ambiente e demais práticas de expansão do conceito de Desenvolvimento Sustentável. Estudou-se com isso o Sistema de Gestão Ambiental, aplicado nas empresas que desenvolvem a cidadania corporativa. O objetivo do estudo, de caráter exploratório e descritivo, foi analisar a visão ambiental que têm os empresários da cidade de Barras-PI e teve como método de estudo o dedutivo-qualitativo. Os resultados mostraram a frágil visão dos empreendedores no que se refere ao tema abordado, entendida como a inexpressiva iniciativa em desenvolver projetos sustentáveis em suas empresas ou mesmo divulgar aos seus parceiros comerciais as ações que executam. Espera-se que este estudo conduza os empreendedores e gestores públicos barrenses a desenvolverem atividades ambientalmente sustentáveis e eficientes e que desperte conscientemente reflexões ambientais na comunidade acadêmica e na sociedade local. Palavras-Chave: Sustentabilidade. SGA. Empresas. Barras. 1 INTRODUÇÃO A crise ambiental, que vem tornando críticas as condições de vida no mundo contemporâneo, tem levantado inúmeras reflexões sobre as ações alternativas de desenvolvimento econômico com a finalidade de melhor preservar o meio ambiente. Essas reflexões têm saído do campo de discussões das instituições de ensino e percorrido caminhos cada vez mais práticos e amplos. Com isso, ciente da necessidade de políticas ambientais legais no Estado, a Assembleia Legislativa do Piauí publicou em 30 de julho de 2014 a lei nº 6.565 que conceitua da seguinte forma a Educação Ambiental: Educação Ambiental é um processo contínuo de formação visando o desenvolvimento de uma consciência crítica sobre relações históricas, entre a sociedade e a natureza, capaz de promover a transformação de hábitos, atitudes e valores necessários à sustentabilidade ambiental. (PIAUÍ, 2014) Nesse sentido, essas discussões também têm chegado ao complexo ambiente das principais e maiores organizações empresariais de produção econômica do Estado, que objetivando fortalecer sua conduta ética e de respeito ao meio ambiente, buscam, através de 1 Licenciado em Geografia Universidade Estadual do Piauí (UESPI). E-mail: [email protected]. 2 Professor Especialista em Docência do Ensino Superior. Graduado em Licenciatura Plena em Pedagogia. E-mail: [email protected].

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Análise da forma de Gestão ambiental das empresas de todos os setores econômicos de Barras

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  • AS EMPRESAS BARRENSES E SUA SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

    Izael Carlos da Silva1

    Oscar Briozo do N. Filho2

    RESUMO: Esta pesquisa foi desenvolvida no Centro e nos bairros da cidade de Barras-PI.

    Os dados foram obtidos a partir de pesquisa direta com 05 empresrios selecionados dentre

    todos os setores da economia, englobando aspectos relacionados ao conceito de

    sustentabilidade, projetos ou aes desenvolvidas pela empresa sobre o tema, as vantagens da

    empresa em empreender atitudes de preservao do meio ambiente e demais prticas de

    expanso do conceito de Desenvolvimento Sustentvel. Estudou-se com isso o Sistema de

    Gesto Ambiental, aplicado nas empresas que desenvolvem a cidadania corporativa. O

    objetivo do estudo, de carter exploratrio e descritivo, foi analisar a viso ambiental que tm

    os empresrios da cidade de Barras-PI e teve como mtodo de estudo o dedutivo-qualitativo.

    Os resultados mostraram a frgil viso dos empreendedores no que se refere ao tema

    abordado, entendida como a inexpressiva iniciativa em desenvolver projetos sustentveis em

    suas empresas ou mesmo divulgar aos seus parceiros comerciais as aes que executam.

    Espera-se que este estudo conduza os empreendedores e gestores pblicos barrenses a

    desenvolverem atividades ambientalmente sustentveis e eficientes e que desperte

    conscientemente reflexes ambientais na comunidade acadmica e na sociedade local.

    Palavras-Chave: Sustentabilidade. SGA. Empresas. Barras.

    1 INTRODUO

    A crise ambiental, que vem tornando crticas as condies de vida no mundo

    contemporneo, tem levantado inmeras reflexes sobre as aes alternativas de

    desenvolvimento econmico com a finalidade de melhor preservar o meio ambiente. Essas

    reflexes tm sado do campo de discusses das instituies de ensino e percorrido caminhos

    cada vez mais prticos e amplos.

    Com isso, ciente da necessidade de polticas ambientais legais no Estado, a

    Assembleia Legislativa do Piau publicou em 30 de julho de 2014 a lei n 6.565 que conceitua

    da seguinte forma a Educao Ambiental:

    Educao Ambiental um processo contnuo de formao visando o

    desenvolvimento de uma conscincia crtica sobre relaes histricas, entre a

    sociedade e a natureza, capaz de promover a transformao de hbitos, atitudes e

    valores necessrios sustentabilidade ambiental. (PIAU, 2014)

    Nesse sentido, essas discusses tambm tm chegado ao complexo ambiente das

    principais e maiores organizaes empresariais de produo econmica do Estado, que

    objetivando fortalecer sua conduta tica e de respeito ao meio ambiente, buscam, atravs de

    1 Licenciado em Geografia Universidade Estadual do Piau (UESPI). E-mail: [email protected]. 2 Professor Especialista em Docncia do Ensino Superior. Graduado em Licenciatura Plena em Pedagogia.

    E-mail: [email protected].

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    prticas de produo discutidas, resultados econmicos e sociais ambientalmente

    equilibrados.

    Assim, conhecedores de sua importncia para o despertar da conscincia crtica dos

    atores da produo econmica, faz-se necessria uma pesquisa aprofundada que discuta a

    relao homem-natureza, o processo de articulao entre desenvolvimento econmica e a

    preservao do meio ambiente e as formas de organizao dessa produo para, assim, propor

    medidas que minimizem os impactos ambientais e as relaes que degradam as condies de

    vida das pessoas.

    Apesar das dificuldades de um estudo dessa natureza, motivadas pela inexpressiva

    produo cientfica local sobre o tema, o presente trabalho foi realizado com o objetivo de

    analisar a viso ambiental que tm os empresrios da produo econmica da cidade de

    Barras-PI, alm saber quais so suas concepes sobre a questo em anlise e levantar

    informaes sobre os projetos e prticas por eles desenvolvidos nos seus estabelecimentos de

    produo.

    Sendo assim, a pergunta que norteou este trabalho foi: Em qual estgio as

    organizaes econmicas da cidade se encontram, no que concerne aos principais desafios,

    barreiras e caractersticas de suas atitudes voltadas sustentabilidade? Partindo dessa

    problemtica, a hiptese centrou-se no entendimento de que as empresas barrenses, no que se

    refere s polticas de proteo ambiental, ainda encontram-se nos estgios iniciais.

    A pesquisa consistiu inicialmente em um estudo exploratrio de documentos baseado

    no levantamento bibliogrfico de literaturas. Em seguida, partiu-se para coleta de dados por

    meio de visitas e entrevistas aos empreendedores locais. A entrevista procedeu-se com o

    desenvolvimento de um questionrio com perguntas fechadas e a observao sistematizada na

    rea de estudo atentando-se aos objetivos da pesquisa com a utilizao de registros escritos

    para comprovao das prticas sustentveis das atividades econmicas ali desenvolvidas.

    2 QUESTO AMBIENTAL: DA BASE TERICA S ATIVIDADES PRTICAS

    2.1 Conceitos chave

    A compreenso de temas de grande importncia para a vida do homem na Terra exige

    a busca e a anlise aprofundada de conceitos especficos que definem de modo claro o papel,

    a finalidade e os objetivos daquilo que se estuda.

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    A partir desta concepo fundamental o conhecimento de conceitos-chave referentes

    questo ambiental, considerando as diversas leis existentes, as vrias organizaes de

    pesquisas e estudos e os renomados nomes da literatura ambiental do Brasil e do mundo.

    Em 1988, na Constituio Federal do Brasil, em seu artigo 225, ao tratar do assunto, o

    constituinte assim escreveu:

    Todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso

    comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Pblico

    e coletividade o dever de defend-lo e preserv-lo para as presentes e futuras

    geraes. (BRASIL, 1988).

    Como se v, j em 1988, havia a preocupao com o bem-estar social quando se

    tratava da questo ambiental. Aqui, a Constituio prev direitos e impe obrigaes. Assim,

    desde a promulgao de nossa Carta Magna existe a obrigao imposta cada pessoa, fsica

    ou jurdica, para a preservao do meio ambiente, tendo em vista as geraes presentes e

    futuras.

    J em 1999 a Poltica Nacional de Educao Ambiental, instituda pela lei n 9.795 de

    27 de abril daquele ano tratou do tema conceituando do seguinte modo a Educao

    Ambiental:

    Entendem-se por educao ambiental os processos por meio dos quais o indivduo e

    a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e

    competncias voltadas para a conservao do meio ambiente, bem de uso comum do

    povo, essencial sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. (BRASIL, 1999).

    Como se observa, a Poltica Nacional do Meio Ambiente, com termos bastante

    parecidos com aqueles trazidos pela Constituio, tambm demonstrava preocupao com o

    bem da sociedade por meio da preservao dos recursos naturais. Foi tambm essa lei que

    introduziu o termo sustentabilidade na legislao ambiental brasileira.

    O conceito de desenvolvimento sustentvel foi, em 1988, definido por Brundtland do

    seguinte modo: "Desenvolvimento sustentvel significa suprir as necessidades do presente

    sem afetar a habilidade das geraes futuras de suprirem as prprias necessidades" (Comisso

    Mundial Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, 1988, p. 46).

    Hoje, o conceito de sustentabilidade sem dvida um dos mais debatidos em todos os

    seminrios, mesas redondas e trabalhos acadmicos, pois trouxe a relao desenvolvimento

    econmico-preservao ambiental numa nica palavra. Permitiu a benfica discusso entre os

    defensores do desenvolvimento econmico e os ambientalistas, que prezam pela mnima

    alterao possvel dos recursos da natureza.

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    As diversas e inovadoras prticas vistas atualmente em pases de todo o mundo tm

    mostrado que possvel pensar em um crescimento econmico forte e suficiente para toda a

    populao do planeta que seja compatvel com a preservao do meio ambiente.

    Sobre o termo sustentabilidade vale a pena transcrever o que foi escrito por Lima,

    publicado no Caderno da Escola de Negcios: Pode-se a firmar que sustentabilidade busca

    conciliar a questo ambiental com a questo econmica incorporando o princpio bsico da

    continuidade, nada pode ser sustentvel se no for contnuo (LIMA, 2008, p. 3).

    2.2 Histrico das reunies internacionais sobre o Meio Ambiente

    A urgente necessidade de rever os conceitos e as prticas dos setores produtivos

    sociais, que a cada dia mais consumiam os recursos naturais sem a preocupao com futuro

    comprometedor que viria, originou diversas reunies internacionais, com a presena dos

    maiores e mais poluidores pases do mundo, que proporcionaram discusses e a elaborao de

    documentos com o objetivo de buscar maneiras alternativas que conciliassem a produo

    econmica e a preservao do meio ambiente.

    A primeira grande iniciativa que surgiu com esses objetivos foi a Conferncia das

    Naes Unidas sobre o Meio Ambiente Humano que contou com a presena de 113 pases

    realizada na Sucia, na cidade de Estocolmo em 1972. Discutiu assuntos como a pobreza a

    possvel origem dos problemas -, o controle populacional, o modo de vida contemporneo, a

    reduo do crescimento econmico e a relao crescimento e desenvolvimento.

    Vinte anos depois, para avaliar os resultados da reunio de Estocolmo, foi realizada a

    Eco-92 ou Rio-92, a Conferncia das Naes Unidas sobre Meio Ambiente e

    Desenvolvimento CNUMAD na cidade do Rio de Janeiro, que tinha tambm como

    principal objetivo discutir a relao desenvolvimento e conservao ambiental ali ento

    surgia o termo Desenvolvimento Sustentvel. Na Eco-92 ou Cpula da Terra, como tambm

    ficou conhecida, foram tambm elaboradas e lanadas as ideias da Agenda 21, documento

    assinado por 179 pases que se comprometeram a contribuir para a preservao do meio

    ambiente.

    Em 2002, a Rio+10 ou Cpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentvel foi

    realizada em Johanesburgo, (frica do Sul), para fazer uma avaliao das metas assinadas no

    Rio de Janeiro e das novas questes surgidas a partir de 1992. Na frica do Sul os pases,

    mais uma vez, se comprometeram a cumprir os compromissos da Agenda 21, transformando-

    os em aes prticas e tangveis.

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    Por fim, entre os maiores eventos sobre a preservao do meio ambiente, o Brasil

    novamente sediou em 2012 a Rio+20, em junho tambm na cidade do Rio de Janeiro. Teve

    como objetivo principal a renovao do compromisso poltico com o desenvolvimento

    sustentvel, por meio da avaliao do progresso e das lacunas na implementao das decises

    adotadas pelas principais cpulas sobre o assunto e do tratamento de temas novos e

    emergentes (BRASIL, 2014). Desta vez, dois temas principais estavam nos debates da

    conferncia: a economia verde no contexto do desenvolvimento sustentvel e da erradicao

    da pobreza; e a estrutura institucional para o desenvolvimento sustentvel (BRASIL, 2014).

    Apesar de toda a infraestrutura e mobilizao que se fizera com os sucessivos debates,

    observa-se um certo desnimo relacionado s conferncias internacionais sobre o tema, as

    quais resultaram praticamente infrutferas em termos de comprometimento e direcionamento

    objetivo das aes estatais em termos de solues (GREGORI; ARAUJO, 2013).

    2.3 Diversas formas de preservao ambiental

    As pessoas e as organizaes tm percebido a impossibilidade de viver neste mundo

    sem a mnima preocupao com o seu futuro e o das prximas geraes. E por isso, o que se

    observa atualmente so as diversas, inovadoras e criativas formas criadas pelos homens na

    tentativa de diminuir as consequncias dos trgicos problemas que podem surgir nas prximas

    dcadas em decorrncia da nossa atual forma de produo econmica e modo de vida. O

    cuidado que se deve ter com a preservao da natureza algo que deve ser intrnseco de cada

    indivduo, deve estar presente nas suas aes cotidianas, deve obrigatoriamente mudar sua

    maneira de viver.

    De fato, apesar da dificuldade que alguns tem de lidar com a situao crtica, que de

    responsabilidade de todos, possvel, e no raro, e bom de se ver as inmeras maneiras que as

    pessoas tm buscado para tentar solucionar sua parte, local, do problema. Ento, diante da

    necessidade ficaram perceptveis essas prticas ambientais de pessoas e instituies em pases

    do todo o globo terrestre:

    Coleta seletiva do lixo;

    Reciclagem;

    Uso de transporte limpos;

    Uso eficiente de energia;

    Maior preocupao com o desperdcio;

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    Preocupao com a poluio e com o desmatamento;

    Desestmulo ao consumismo;

    Prtica e incentivo contnuo de modo de vida ambientalmente correto;

    Agindo assim, consegue-se, pelo menos, pensar em um futuro possvel para as

    geraes vindouras. Apesar do desejo desenfreado pelo lucro, conseguiu-se chamar a ateno

    dos grandes empresrios para a questo ambiental, seja atravs do alerta, desenvolvido pelas

    ONGs internacionais, o Greenpeace, por exemplo, e outras organizaes, seja atravs dos

    benefcios fiscais concedidos pelos governos.

    3 GESTO AMBIENTAL NAS ORGANIZAES

    3.1 Responsabilidade social

    A produo econmica dos grandes empreendimentos mundiais de fundamental

    importncia para a economia global, gerando emprego e renda para a populao

    economicamente ativa, inovando cientfica e tecnologicamente e contribuindo de modo

    significativo para o bem-estar social e para uma vida moderna mais prtica.

    , contudo, necessrio mostrar o, igualmente importante, papel dessas empresas no

    que se refere questo ambiental do planeta. Apesar da dificuldade que se encontra em

    conciliar a atividade econmica preservao ambiental, deve-se despertar nas organizaes

    o interesse pelo assunto j que, atualmente, os benefcios, sociais e fiscais, por exemplo,

    alcanados pela preocupao com a causa so relevantes.

    Nesse sentido cabe sociedade cobrar dos empresrios aes prticas no que se refere

    s polticas de gesto ambiental. Ou seja, solicitar atitudes destes empreendedores voltadas

    para o desenvolvimento sustentvel do planeta. Atitudes estas que devem levar em conta o

    crescimento econmico ajustado proteo do meio ambiente na atualidade e para as

    geraes futuras, garantindo a sustentabilidade.

    Assim, entre as inmeras formas de fazer algo social e ambientalmente responsvel,

    cita-se diversas aes que se encontram dentro dos limites estruturais e conjunturais da

    maioria dos pequenos, mdios e grandes empreendimentos, hoje, existentes:

    Criao e implantao de um sistema de gesto ambiental na empresa;

    Tratar e reutilizar os recursos naturais, por exemplo, a gua, dentro do processo

    produtivo;

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    Criao de produtos que provoquem o mnimo possvel de impacto ambiental;

    Dar prioridade para o uso de sistemas de transporte no poluentes ou com baixo

    ndice de poluio. Exemplos: transporte ferrovirio e martimo;

    Criar sistema de reciclagem de resduos slidos dentro da empresa;

    Treinar e informar os funcionrios sobre a importncia da sustentabilidade;

    Dar preferncia para a compra de matria-prima de empresas que tambm sigam

    os princpios da responsabilidade ambiental;

    Dar preferncia, sempre que possvel, para o uso de fontes de energia limpas e

    renovveis no processo produtivo;

    Nunca adotar aes que possam provocar danos ao meio ambiente como, por

    exemplo, poluio de rios e desmatamento;

    3.2 Crimes ambientais

    Como visto, as empresas tm obrigaes morais frente a sociedade no que se refere s

    questes ambientais. Contudo, todas as instituies do Brasil e do mundo esto tambm sob

    um campo de obrigaes ambientais de abrangncia muito maior: a legislao.

    Diante das leis essas obrigaes morais passam a ser classificadas como imposies

    legais, isto , deveres que no podem ser eximidos. Ou seja, os empresrios so obrigados a

    cumprir todos os incisos das leis vigentes no pas, sob s quais estejam subordinados, neste

    caso, as leis que tratam da preservao dos recursos naturais.

    E, no que se refere legislao ambiental brasileira concernente s instituies de

    produo econmica necessrio citar os principais crimes, praticados por estas nas zonas

    rurais e urbanas, que se encontram arrolados na Lei de n 9.605 de 12 de fevereiro de 1998,

    que dispe sobre as sanes penais e administrativas derivadas de condutas e atividades

    lesivas ao meio ambiente, e d outras providncias:

    Art. 54. Causar poluio de qualquer natureza em nveis tais que resultem ou

    possam resultar em danos sade humana, ou que provoquem a mortandade de

    animais ou a destruio significativa da flora;

    3 (...) deixar de adotar, quando assim o exigir a autoridade competente, medidas de precauo em caso de risco de dano ambiental grave ou irreversvel;

    Art. 55. Executar pesquisa, lavra ou extrao de recursos minerais sem a competente autorizao, permisso, concesso ou licena, ou em desacordo com a obtida;

    Pargrafo nico. (...) deixa de recuperar a rea pesquisada ou explorada, nos termos da autorizao, permisso, licena, concesso ou determinao do rgo

    competente;

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    Art. 56. Produzir, processar, embalar, importar, exportar, comercializar, fornecer, transportar, armazenar, guardar, ter em depsito ou usar produto ou substncia

    txica, perigosa ou nociva sade humana ou ao meio ambiente, em desacordo com

    as exigncias estabelecidas em leis ou nos seus regulamentos;

    1, I - abandonar os produtos ou substncias referidas (acima) (...) ou os utiliza em desacordo com as normas ambientais ou de segurana;

    1, II - manipula, acondiciona, armazena, coleta, transporta, reutiliza, recicla ou d destinao final a resduos perigosos de forma diversa da estabelecida em lei ou

    regulamento;

    Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em qualquer parte do territrio nacional, estabelecimentos, obras ou servios potencialmente

    poluidores, sem licena ou autorizao dos rgos ambientais competentes, ou

    contrariando as normas legais e regulamentares pertinentes:

    Art. 61. Disseminar doena ou praga ou espcies que possam causar dano agricultura, pecuria, fauna, flora ou aos ecossistemas; (BRASIL, 1998)

    Os crimes acima citados se referem poluio, extrao de recursos naturais,

    manipulao de resduos perigosos, ao funcionamento ilegal de estabelecimento poluidores da

    natureza e disseminao de doenas e pragas. No entanto a lei prev todos os tipos de

    crimes possveis de serem cometidos contra a natureza, tais como: desmatamento, danos

    fauna, ao ordenamento urbano e ao patrimnio cultural e queles contra a administrao

    ambiental.

    3.3 Benefcios resultantes da preservao ambiental para as corporaes

    At pouco tempo, encontravam-se grandes problemas financeiros por parte das

    organizaes quando se tentava conciliar a gesto das atividades econmicas das empresas

    com a preservao do meio ambiente. No entanto, os avanos nos estudos e pesquisas na rea

    ambiental juntamente com a produo econmica tem dado nova viso a essa relao.

    Com isso, relevante mostrar os importantes benefcios econmicos e estratgicos que

    as empresas tm conseguido com a implantao dos seus Sistemas de Gesto Ambiental, pois

    constatou-se que o empenho dado s questes ambientais tem-se, muito mais do que se

    pensava, traduzido em oportunidades econmicas, e os custos que inviabilizavam a prtica de

    preservao so cada vez menos notados.

    Entre os benefcios econmicos que os empresrios tm alcanado destacam-se os de

    economia de custos e os de incrementos de receitas. Os benefcios de economia de custos

    mais destacados so: economia devido reduo do consumo de gua, energia e outros

    insumos; economia devida reciclagem, venda e aproveitamento de resduos e diminuio de

    efluentes e reduo de multas e penalidades por poluio. J entre os benefcios advindos pelo

    incremento de receitas destacam-se: aumento da contribuio produtos verdes que podem

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    ser vendidos a preos mais altos; aumento da participao no mercado devido inovao dos

    produtos e menos concorrncia e linhas de novos produtos e para novos mercados.

    Entre os benefcios estratgicos, os mais notveis so: melhoria da imagem

    institucional; renovao da variedade de produtos; aumento da produtividade; alto

    comprometimento do pessoal; melhoria nas relaes de trabalho; melhoria e criatividade para

    novos desafios; melhoria das relaes com os rgos governamentais, comunidade e grupos

    ambientalistas; acesso assegurado ao mercado externo e adequao aos padres ambientais.

    3.4 Sistema de Gesto Ambiental

    O SGA (Sistema de Gesto Ambiental) um documento tcnico (ABNT NBR ISO

    14001:2004) que direciona as empresas para a execuo de atividades econmicas que sejam

    compatveis com a preservao do meio ambiente. Tem, de acordo com as normas da ABNT,

    o seguinte conceito: a parte de um sistema da gesto de uma organizao (3.16) utilizada

    para desenvolver e implementar sua poltica ambiental (3.11) e para gerenciar seus aspectos

    ambientais (3.6) (ABNT, 2004, p. 2).

    Maimon, se referindo ao SGA usou as seguintes palavras ao conceitua-lo: Conjunto

    de procedimentos para gerir ou administrar uma organizao, de forma a obter o melhor

    relacionamento com o meio ambiente (MAIMON 1996, p. 72).

    O SGA aqui apresentado e definido est estruturado de acordo com as normas da

    ABNT, que trata do sistema de gesto ambiental requisitos com orientaes para uso, que

    foi produzido para prover as organizaes de elementos de um sistema da gesto ambiental

    (SGA) eficaz que possam ser integrados a outros requisitos da gesto, e auxili-las a alcanar

    seus objetivos ambientais e econmicos (ABNT, 2004, p. v).

    Esta Norma especifica os requisitos para que um sistema da gesto ambiental

    capacite uma organizao a desenvolver e implementar poltica e objetivos que

    levem em considerao requisitos legais e informaes sobre aspectos ambientais

    significativos. Pretende-se que se aplique a todos os tipos e portes de organizaes e

    para adequar-se a diferentes condies geogrficas, culturais e sociais. (ABNT,

    2004, p. v).

    A partir do conceito, justificativa e objetivos da norma, transcritos acima, a NBR ISO

    14001 apresentou o seguinte fluxograma, que orienta de modo amplo um SGA:

  • 10

    Figura 1 Modelo de sistema de gesto ambiental para a norma ABNT NBR ISO 14001

    Fonte: ABNT, 2004, p. vi.

    3.5 Estgios de Cidadania Corporativa

    Cada empresa dentro do territrio nacional est, com respeito s polticas de

    preservao ambiental, no mnimo, vinculada legislao atual. No entanto, independente da

    lei, o que se espera de cada empreendedor que eles tenham desenvolvido e que estejam

    executando constantemente os seus Sistemas de Gesto Ambiental.

    Sabe-se que muitas das empresas, seja do setor de servio, indstria ou do setor de

    comrcio, desenvolvem maneiras eficientes de produo econmica que respeitam as leis

    ambientais. Todavia, pretendendo-se medir o nvel de envolvimento das organizaes na

    execuo do seu SGA a Boston Center of Corporate Citizenship elaborou um questionrio

    que vem sendo submetido, desde 2002, duas vezes ao ano, s empresas estadunidenses. Essa

    avaliao, tambm adotada no Brasil deste de 2012, pela Fundao Dom Cabral, vem

    verificando

    at que ponto a sustentabilidade est inserida dentro do sistema de gesto das

    empresas brasileiras, avaliando desde o conceito que a empresa tem do tema at a

    mensurao e reporte de dados relacionados a impactos socioambientais.

    (LAURIANO; BUENO; SPITZECK, 2014, p. 2).

    Para a execuo dessa avaliao adota-se sete dimenses que compem a cidadania

    corporativa com suas respectivas indagaes, e apontam em qual estgio a empresa se

    encontra:

    Conceito de Sustentabilidade Como a sustentabilidade definida? O quo

    compreensiva ela ? (LAURIANO; BUENO; SPITZECK, 2014).

    Inteno Estratgica Qual o objetivo da sustentabilidade em uma empresa? O

    que ela tenta alcanar com isso? (LAURIANO; BUENO; SPITZECK, 2014).

  • 11

    Liderana Os gestores apoiam a sustentabilidade? Eles lideram os esforos?

    (LAURIANO; BUENO; SPITZECK, 2014).

    Estrutura As aes, comits ou departamentos de sustentabilidade so ilhas

    dentro da organizao, ou existe uma integrao entre os diversos setores?

    (LAURIANO; BUENO; SPITZECK, 2014).

    Gesto das questes Como a empresa lida com questes que surgem

    relacionadas sustentabilidade? (LAURIANO; BUENO; SPITZECK, 2014).

    Relacionamento com pblico estratgico Como a empresa se engaja com seus

    acionistas ou investidores? (LAURIANO; BUENO; SPITZECK, 2014).

    Transparncia O quo aberta uma empresa com relao a sua performance

    financeira, social e ambiental? (LAURIANO; BUENO; SPITZECK, 2014).

    A partir da cincia das dimenses acima expostas pode-se, ento, definir ou medir o

    grau de envolvimento das empresas com as questes ambientais e como anda a execuo dos

    seus Sistemas de Gesto Ambiental nos seguintes estgios:

    Estgio 1 Elementar - A sustentabilidade espordica e os programas no so

    elaborados. Empresas nesse estgio so reativas, atuando de acordo com as obrigaes

    previstas em lei por falta de compreenso do que sustentabilidade corporativa e com uma

    liderana sem comprometimento com a causa. O que as impulsiona nesse nvel a melhorar sua

    atuao nas questes de sustentabilidade a busca pela credibilidade (LAURIANO; BUENO;

    SPITZECK, 2014).

    Estgio 2 Engajado - Nesse estgio, a liderana possui uma atuao que leva em

    considerao alguns aspectos da sustentabilidade, e modifica o papel da empresa na

    sociedade, indo alm da legislao. Com isso, o gestor visa a manuteno e melhoria da

    reputao da organizao. Empresas nesse estgio ainda tendem a ser reativas (LAURIANO;

    BUENO; SPITZECK, 2014).

    Estgio 3 Inovador - Quando ocorre o aumento da percepo da sustentabilidade

    corporativa, ampliando o escopo a questes sociais e ambientais, as empresas passam para o

    estgio inovador. Nesse estgio, as empresas possuem uma viso mais ampla da

    sustentabilidade, e os lderes tomam frente do processo, coordenando assim as atividades

    referentes ao tema. A principal barreira desse estgio a falta de coordenao entre as

    atividades relacionadas sustentabilidade corporativa. Cada setor atua de uma forma, com sua

    prpria agenda (LAURIANO; BUENO; SPITZECK, 2014).

  • 12

    Estgio 4 Integrado - Trs caractersticas marcam as empresas presentes nesse

    estgio: liderana frente dos processos de sustentabilidade; uma viso inclusiva de

    sustentabilidade e uma estrutura integrada para lidar com os temas, articulando sistemas e

    processos. Empresas nesse estgio possuem metas, indicadores-chave de desempenho e

    monitoramento contnuo. Um dos desafios desse estgio mover a empresa da coordenao

    para a colaborao (LAURIANO; BUENO; SPITZECK, 2014).

    Estgio 5 Transformador - Nesse estgio, a empresa coloca a sustentabilidade como

    parte central de seu modelo de negcios, adapta seus produtos de maneira a gerar mercados

    inclusivos e possui ativismo social e ambiental. O desafio desse estgio a criao de novos

    mercados, nos quais a sustentabilidade e os negcios se fundem. Empresas nesse estgio

    operam em parceria intensa com ONGs, governo e outras empresas com o objetivo de

    resolver problemas e transformar o mundo em um lugar melhor (LAURIANO; BUENO;

    SPITZECK, 2014).

    4 METODOLOGIA

    Para Lakatos e Marconi (2003, p. 155), pesquisa um procedimento formal, com

    mtodo de pensamento reflexivo, que requer um tratamento cientfico e se constitui no

    caminho para conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais. Como vemos, este

    conceito est ligado s palavras realidade, verdade e cientifica, consolidando a ideia

    geral que se tem que afirma ser a pesquisa a busca pela verdade atravs de mtodos

    cientficos.

    O desenvolvimento desta pesquisa, quanto aos procedimentos, consistiu inicialmente

    em um estudo exploratrio de documentos primrios baseado em fontes escritas e do

    levantamento bibliogrfico de literaturas, para o conhecimento das opinies de autores sobre o

    tema. Neste momento fez-se necessrio trabalhar sob o embasamento de autores renomados

    diante dos temas da pesquisa, entre eles, cita-se Gro Brundtland (1987), que traz o conceito de

    sustentabilidade, Maimon (1996) e a ABNT (2004) que conceituam o SGA.

    A pesquisa foi realizada em carter exploratrio e descritivo procurando-se conhecer o

    perfil sustentvel das empresas da cidade descrevendo-se o modo de execuo das atividades

    econmicas por elas praticadas. O mtodo cientfico utilizado na busca da resoluo do

    problema o dedutivo e a abordagem empregada a qualitativa, tendo em vista que o

    objetivo da pesquisa interpretar dados e descrever o complexo problema proposto

    (SOARES, 2003).

  • 13

    80%

    0%

    20%

    Sim No Temos um projeto emandamento

    Sim No Temos um projeto em andamento

    0%

    40%

    80%

    0%

    Ao filantrpica Ao social Ao sustentvel Cumprimento dalegislao atual

    Ao filantrpica Ao social Ao sustentvel Cumprimento da legislao atual

    O trabalho foi realizado com 05 empresrios locais de empreendimentos, grandes e

    destacados da cidade, compreendidos entre os trs setores da economia, localizados na zona

    urbana barrense e se desenvolveu com a aplicao de uma entrevista padronizada por meio de

    um questionrio com perguntas objetivas e a observao na rea de estudo.

    5 DISCUSSO E ANLISE DOS RESULTADOS

    Neste item apresentam-se os resultados da coleta de dados no Centro e nos bairros da

    cidade, reas onde se localizam os estabelecimentos pesquisados, nas quais foi realizada a

    entrevista com vrios empreendedores, promovendo-se com isso, a constatao das prticas

    econmicas e a anlise da maneira como se d a gesto ambiental na cidade.

    Grfico 01 Dados das empresas sobre a execuo de projetos ou aes sustentveis. Fonte: pesquisa direta realizada em janeiro de 2015.

    Os dados mostram que a grande maioria das empresas pesquisadas executam projetos

    ou aes sustentveis, no total de 80% dos empreendedores. O total de 20% no desenvolve

    projetos nem tem nenhum em andamento. Revele-se com isso a preocupao ambiental por

    partes dos empresrios mesmo estando estas empresas situadas numa cidade de pequeno porte

    e sem a devida fiscalizao governamental.

    Grfico 02 Sobre a definio do conceito de Gesto Ambiental. Fonte: pesquisa direta realizada em janeiro de 2015.

  • 14

    100%

    20% 20%0%

    Comprometimentomoral com o meio

    ambiente

    Forma de conseguirbenefcios fiscais e

    econmicos

    No sofrer penalidadescivis e criminais

    No temos projetos ouaes

    Comprometimento moral com o meio ambiente

    Forma de conseguir benefcios fiscais e econmicos

    No sofrer penalidades civis e criminais

    No temos projetos ou aes

    40%

    60%

    Sim No

    Sim No

    Pelo grfico observa-se que, de fato, a maioria, 80% dos entrevistados, tem a ideia

    bsica do que seja Gesto Ambiental e qual seu objetivo, definindo-a como uma ao

    sustentvel. Os dados mostram percentuais relativos em relao a totalidade dos entrevistados

    tendo em vista que se podia assinalar mais de um item.

    Grfico 03 Vantagens em desenvolver aes de sustentabilidade ambiental. Fonte: pesquisa direta realizada em janeiro de 2015.

    Sobre as vantagens de se desenvolver aes que preservem o meio ambiente, 100%

    dos empreendimentos compreendem as aes como o comprometimento moral com o meio

    ambiente. Mas os dados revelam tambm que ainda existe uma parcela de empresrios que as

    fazem tambm como forma de conseguir benefcios financeiros (20%) ou para no sofrer as

    sanes penais e/ou criminais (20%), mostrando nestes, a falta de compreenso com o meio

    ambiente.

    Grfico 04 Apoio sustentabilidade ambiental por parte da gesto Fonte: pesquisa direta realizada em janeiro de 2015.

    Quando se quis saber sobre o apoio da gesto da empresa s atividades ou aes de

    sustentabilidade ambiental, a resposta foi praticamente rateada ao meio. Os dados mostraram

    que menos da metade dos empresrios apoiam as atuais prticas ou as que vierem a surgir.

  • 15

    Ordem Respostas Frequncia Porcentagem

    01 Em parte 1 20%

    02 Sim 3 60%

    03 No 1 20%

    TOTAL 5 100% Quadro 01 Integrao dos setores da empresa nos projetos ambientais. Fonte: pesquisa direta realizada em janeiro de 2015.

    O que se observa pela anlise do quadro acima que as empresas tentam integrar seus

    setores administrativos na execuo de prticas ambientais sustentveis, todavia parcela dos

    entrevistados responderam que ainda no trabalha dessa maneira, razo pela qual se observa

    pouca ateno gestora da empresa, apesar de todos terem respondido que apoiam tais prticas.

    Ordem Respostas Frequncia Porcentagem

    01 Sim 1 20%

    02 No 3 80%

    TOTAL 5 100% Quadro 02 Sobre treinamento, palestra ou conversas sobre sustentabilidade na empresa Fonte: pesquisa direta realizada em janeiro de 2015.

    Sobre o treinamento, palestras e conversas com os funcionrios da empresa sobre o

    tema sustentabilidade ambiental observa-se a pouca ateno que a gesto do empreendimento

    d a essa importante e efetiva atitude. Sabemos que a educao ambiental um fator de

    estmulo e orientao s atividades de preservao do meio ambiente, seja em casa, na rua,

    nas escolas ou no trabalho, que o exemplo aqui referido.

    Ordem Respostas Frequncia Porcentagem

    01 Sim 1 20%

    02 No 4 80%

    TOTAL 5 100% Quadro 03 Desenvolvimento do tema sustentabilidade com parceiros da empresa Fonte: pesquisa direta realizada em janeiro de 2015.

    Outra eficaz maneira de expandir a educao ambiental foi pesquisada e est

    demostrada no quadro acima. No entanto os dados mostram que apenas 20% dos empresrios

    trabalham o tema sustentabilidade com seus parceiros acionistas, investidores,

    colaboradores, fornecedores, etc. e revelam a pequena expresso da gesto ambiental dessas

    empresas.

    Ordem Respostas Frequncia Porcentagem

    01 Sim 1 20%

    02 No 3 60%

    03 s vezes 1 20%

    TOTAL 5 100% Quadro 04 Divulgao dos resultados ambientais da empresa com os parceiros Fonte: pesquisa direta realizada em janeiro de 2015.

  • 16

    A terceira forma de desenvolver as prticas sustentveis para fora da rea de atuao

    da empresa atravs da divulgao de suas aes para seus funcionrios e parceiros. O que se

    pode notar, entretanto, que apenas 20% dos empreendedores as divulgam frequentemente e

    outros 20% s vezes. Mostra o problema da falta de conscientizao da populao originada

    pela falta de divulgao daqueles que mais e melhor poderiam fazer.

    5 CONSIDERAES FINAIS

    O problema ambiental pelo qual passamos vem tornando crticas as condies de vida

    no mundo contemporneo, e tem levantado inmeras reflexes sobre as aes alternativas de

    desenvolvimento econmico com a finalidade de melhor preservar o meio ambiente. Essas

    reflexes saram do campo de discusses das instituies de ensino e chegaram ao complexo

    ambiente das principais e maiores organizaes empresariais de produo econmica

    mundial, que objetivando fortalecer sua conduta tica e de respeito ao meio ambiente,

    buscam, atravs de prticas de produo amplamente discutidas, resultados econmicos e

    sociais ambientalmente equilibrados.

    Para concretizar essas prticas sustentveis, as empresas tm buscado implementar nas

    suas gerncias o Sistema de Gesto Ambiental - um documento tcnico que direciona as

    empresas para a execuo de atividades econmicas que sejam compatveis com a

    preservao do meio ambiente.

    Com o intuito de saber em que etapa esto as aes de sustentabilidade das empresas

    da cidade de Barras, buscou-se realizar este estudo, que constatou a frgil viso dos

    empreendedores no que se refere ao tema abordado, fragilidade essa entendida como a

    inexpressiva iniciativa em desenvolver projetos sustentveis em suas empresas ou mesmo

    divulgar aos seus parceiros comerciais as aes que executam.

    Os dados mostraram que as empresas at possuem formas alternativas de descartar os

    resduos de sua produo; de produzir mais eficientemente os produtos finais; de gerir seus

    empreendimentos, seu pessoal e seus parceiros; de divulgar suas aes sustentveis; de ver os

    atuais problemas com os quais temos que lidar. No entanto essas aes no chegam a se

    constituir em um SGA, nem de nome, tampouco estruturado e executvel.

    Com isso, com base no tpico 2.5 deste trabalho, a resposta do problema norteador

    deste estudo : Estgio 1 Elementar. As aes ambientais so trabalhadas esporadicamente e

    nada chega a ser sequer elaborado. As empresas so reativas, atuando de acordo com as

    obrigaes previstas em lei por falta de compreenso do que sustentabilidade e com uma

  • 17

    liderana sem comprometimento atuante com a causa. O que as impulsiona nesse nvel a

    melhorar sua atuao nas questes ambientais mais a busca pela lucratividade do que a

    compreenso do tema.

    Desse modo, a partir da exposio dos dados coletados e das discusses feitas espera-

    se que este estudo conduza os empreendedores e gestores pblicos barrenses a desenvolverem

    atividades ambientalmente sustentveis e eficientes e que desperte conscientemente reflexes

    ambientais na comunidade acadmica e na sociedade local.

    THE BARRENSES COMPANIES AND THEIR ENVIRONMENTAL

    SUSTAINABILITY

    ABSTRACT: This work was developed at the Centre and in the neighbors of Barras city of

    Piaui state. The results were obtained from direct survey with 05 entrepreneurs selected from

    all sectors of the economy, covering aspects related to the concept of sustainability, projects

    or actions developed by the company related to the theme, the advantages of the company in

    undertaking environmental conservation attitudes and other maners of expansion this

    Sustainable Development concept. This way, was studied the Environmental Management

    System, applied in companies, such as develope corporative citizenship. The objective this

    work, of descriptive exploratory character, was to analyze the environmental view that have

    entrepreneurs of Barras city and aplied like the deductive-qualitative method study. The

    results showed the fragile view of entrepreneurs in relation to the topic discussed, understood

    like the expressionless initiative to develop sustainable projects in their companies or even

    inform their trading partners the actions performed by they. It is hope that this work will lead

    entrepreneurs and public managers of Barras city to develop environmentally sustainable and

    efficient activities and to consciously to awake environmental reflections in the academic

    community and the local society.

    KEYWORDS: Sustainability. SGA. Companies. Barras city.

    REFERNCIAS

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  • 18

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