As Escolas Historicas

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Tema da aula: PONTO: As escolas históricas Prof. Eduardo Martins

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teoria

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Tema da aula:

PONTO: As escolas históricas

Prof. Eduardo Martins

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• Conteúdo

• - A escola metódica do século XIX;

• - A escola marxista de viés explicativo econômico;

• - Escola dos annales início do século XX – profissionalização da disciplina;

• -A micro-história.

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• Objetivos• - Mostrar a influência da história Positivista e sua

tendência metódica;• - Caracterizar a história metódica, enquanto fase

de avanço no discurso histórico, e a valorização do documento escrito, bem como a importância dos arquivos;

• - Apresentar a grande contribuição do materialismo histórico, desenvolvido por Karl Marx para o entendimento da história;

• - Caracterizar a chamada Escola dos Annales e a profissionalização da disciplina histórica – de marc Bloch a Braudel;

• - Apresentar um panorama acerca da micro-história.

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• POSITIVISMO

• No século XIX, a aplicação do pensamento formulado por Auguste Comte na área de análise histórica acreditava que os pesquisadores deveriam encontrar o fator que determinasse a verdadeira história: ela seria algo indiscutível e localizada nos documentos governamentais que jamais estariam errados, com omissões, ou deturpados.

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• do século XIX. Até então, as explicações históricas se limitavam a textos que misturavam credos religiosos com possíveis realidades, impossibilitando de serem separados um do outro, ou mesmo narrativas de pessoas de destaque que tivessem presenciado os ocorridos.

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• 2. ESCOLA DOS ANNALES

• Trata-se de uma linha historiográfica surgida na França em torno da Revista dos Annales, criada por Marc Bloch e Lucien Febvre.

• Os dois autores fundadores da revista consideravam insuficientes as formas com que a História era tratada até então.

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• 2.1 Desdobramentos• Nova História - Nova História é corrente

historiográfica surgida nos anos 1970 e correspondente à terceira geração da chamada Escola dos Annales. Seu nome derivou da publicação da obra "Fazer a História", em três volumes, organizada pelos historioadores Jacques Le Goff e Pierre Nora.

• Nova história (em francês Nouvelle histoire") é corrente historiográfica surgida nos anos 1970 e correspondente à terceira geração da chamada Escola dos Annales.

• Na Grã-Bretanha,várias revistas inserem-se nessa corrente, dentre as quais a Past and Present.

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• Na Grã-Bretanha,várias revistas inserem-se nessa corrente, dentre as quais a Past and Present.

• A nova história é sobretudo a história das mentalidades:

• trata-se de estabelecer uma história serial das formas de representação coletivas e das estruturas mentais das sociedades, cabendo à ao historiador a análise e interpretação racional dos dados. São analisados globalmente os fenômenos de longa duração, os grandes conjuntos coerentes na sua organização social e econômica e articulados por um sistema de representações homogêneo.

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• A nova história também recorre à antropologia histórica. Por sua definição abrangente do objeto da História, essa corrente também foi designada "História total", em contraste com as abordagens que privilegiam a política ou a "teoria do grande homem“.

• A nova história rejeita a composição da História como narrativa, valoriza os documentos oficiais como fonte básica e considera as motivações e intenções individuais como elementos explicativos para os eventos históricos, mantendo a velha crença na objetividade.

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• microhistória – • é um gênero historiográfico surgido com a

publicação, na Itália, da coleção "Microstorie", sob a direção de Carlo Ginzburg e Giovanni Levi, pela editora Einaudi, entre 1981 e 1988.

• Vem sendo praticada principalmente por historiadores italianos, franceses, ingleses e estadunidenses, com ênfase no papel desempenhado pelos primeiros, na importância da revista "Quaderni Storici" e no sucesso da referida coleção "Microstorie".

• A sua proposição de análise histórica defende uma delimitação temática extremamente específica por parte do historiador (inclusive em termos de espacialidade e de temporalidade), mas não se reduz apenas a isto.

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Numa escala de observação reduzida, a análise desenvolve-se a partir de uma exploração exaustiva das fontes, envolvendo a descrição etnográfica e tendo preocupação com uma narrativa histórica que se diferencia da narrativa literária porque se relaciona com as fontes.

Contempla temáticas ligadas ao cotidiano de comunidades específicas — geográfica ou sociologicamente —, às situações-limite e às biografias ligadas à reconstituição de micro-contextos ou dedicadas a personagens extremos, geralmente figuras anônimas, que passariam despercebidas na multidão.

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Surgida a partir dos debates relacionados com os rumos que a chamada Escola dos Annales deveria tomar, esta nova explicação historiográfica foi mal compreendida, ora tomada como história cultural, ora confundida com a história das mentalidades e com a história do cotidiano.

Segundo o historiador brasileiro Ronaldo Vainfas, também foi percebida como a expressão típica de uma história descritiva, de viés marcadamente antropológico, que renunciou ao estatuto científico da disciplina e invadiu o território da literatura, rompendo de vez as fronteiras da narrativa histórica com o ficcional.

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Giovanni Levi chama a atenção de que tais análises estão equivocadas, pois apesar de produzirem resultados interessantes, o recorte em micro-história deve ser temático e, mesmo assim, relacionado com um assunto mais amplo. O autor assinala que a micro-história deveria servir como um "zoom" em uma fotografia.

O pesquisador observa um pequeno espaço bastante ampliado, mas, ao mesmo tempo, tendo em conta o restante da paisagem, apesar de não estar ampliada.

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• A explicação marxista da história: • Compreende entre várias teses a explicação da História

Materialista, (materialismo histórico), que foi uma proposição efetuada por Marx e que institui uma abordagem economicista para a história da Humanidade.

• A historiografia marxista ofereceu uma perspectiva importante para a compreensão do passado. Esta mostrou a importância das massas nos feitos históricos e mostrou que grandiosos homens hoje homenageados não fizeram a história sozinhos.

• Muito embora o marxismo tenha conseguido perceber as massas populares como integrantes ativos na construção da história, embora dominados ou alienados, não empregou um olhar que ia muito além das balizas teóricas e ideológicas pertinentes ao que se tinha como quase dogma entre os inspirados seguidores de Marx.

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• Limitações acerca da explicação marxista:

• A ênfase econômica dos estudos realizados pelos historiadores marxistas não abarcou todos os aspectos da vida das sociedades ao longo da história.

• O fato é que aspectos também importantes da vida cotidiana das sociedades na história não estavam dentro do foco marxista e uma nova história passou a ser escrita.

• Atualmente, com novos e ousados métodos de estudo, os aspectos ordinários, culturais, e não apenas os singulares também interessaram aos novos historiadores e aos historiadores pós-modernos.

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• Atualmente há uma tendência nada produtiva de se partir para o desprezo a qualquer coisa que “pareça” marxista desde o “fim” da esperança do socialismo real.

• O marxismo se reúne em grupos. Tem-se desde as concepções estruturalistas de Althusser até às concepções culturalistas de Thompson, passando é claro pelas concepções políticas de Gramsci.

• Assim, dizer que o método de análise marxista é puramente economicista é um erro grave de quem nunca leu o marxismo em sua amplitude.

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• todos os costumes de um homem são produto de sua cultura, que é produto de sua sociedade, que é produto da economia.

• Um erro muito grave que incorrem os críticos do marxismo é na acusação de que ele tenta simplificar a história. Na verdade, são estes críticos que simplificam o marxismo.

• O marxista Eric Hobsbawm – Trilogia tornando-se best seller em toda a parte, A Era das Revoluções, A Era do Capital e A Era dos Impérios

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• Hobsbawm:

• O problema básico da história marxista, ou de qualquer história, é descobrir como a humanidade começou na Idade da Pedra e chegou à Idade da Tecnologia, à Idade Nuclear. E, conseqüentemente, o problema principal da análise histórica, que até mesmo o historiador mais especializado não pode esquecer, é como explicar essa extraordinária transformação.

• Entretanto, há outro aspecto que me interessa muito que é — usando terminologia marxista clássica — o problema da relação entre a base e estrutura, ou seja, como as várias atitudes ou atividades da vida estão ligadas, num período particular. Agora, o tipo de História Social que analisa seja lá o que for, a história do cheiro, ou da menstruação ou alguma coisa assim, não tem ligação direta, em si mesma, com os problemas principais da transformação histórica.

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• Quem construiu Tebas de sete portas?Nos livros vem o nome dos reis,Mas foram os reis que transportaram as pedras?Babilônia, tantas vezes destruída,Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casasDa Lima Dourada moravam seus operários?No dia em que ficou pronta a Muralha da China para ondeForam os seus pedreiros? A grande RomaEstá cheia de Arcos de Triunfo. Quem os ergueu? Sobre quemTriunfaram os Casares? A tão cantada BizâncioSó tinha paláciosPara os seus habitantes? Até a legendária AtlântidaNa noite em que o mar a engoliuViu afogados gritar por seus escravos.

• O jovem Alexandre conquistou as ÍndiasSozinho?César venceu os gauleses.Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?Quando a sua armada se afundou Filipe de EspanhaChorou. E ninguém mais?Frederico II ganhou a guerra dos sete anosQuem mais a ganhou?

• Em cada página uma vitória.Quem cozinhava os festins?Em cada década um grande homem.Quem pagava as despesas?

• Tantas históriasQuantas perguntas.

Perguntas de um operário que lê(Bertold Brecht)

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• Referências bibliográficas

• BOURDÉ, G. As Escolas Históricas. Trad. de Ana Rabaça. Lisboa: Europa-América, 1983.

• BURKE, Perter (org.). A Escrita da História: Novas Perspectivas. São Paulo: Editora Unesp, 1992.

• CARDOSO, Ciro Flamarion e BRIGNOLI, Hector. Os métodos da História. Rio de Janeiro: Campus, 1997.

• DOSSE, François. A História em Migalhas; dos Annales à Nova História, Trad. de Dulce Amarante. São Paulo: Ensaio/ Campinas, UNICAMP,1992.

• HOBSBAWM, Eric J. Sobre História. Trad. Cid K. Moreira. São Paulo: Cia. das Letras, 1998.