AS ESCRITURAS - MESTRE...entrar no mundo do Espírito se não perscrutar a Palavra de Deus. As três...

44
JETHRO INTERNACIONAL THEOLOGICAL SEMINARY 320 Revere Beach Pkwy, Chelsea, MA. 02150 BIBLIOLOGIA Estudo da Bíblia Sagrada 617-594-7791 www.jitseminary.com [email protected]

Transcript of AS ESCRITURAS - MESTRE...entrar no mundo do Espírito se não perscrutar a Palavra de Deus. As três...

Page 1: AS ESCRITURAS - MESTRE...entrar no mundo do Espírito se não perscrutar a Palavra de Deus. As três razões do porque a bíblia tem o poder de gera fé são: 1 – Porque ela é a

JETHRO INTERNACIONAL THEOLOGICAL SEMINARY

320 Revere Beach Pkwy, Chelsea, MA. 02150

BIBLIOLOGIA

Estudo da Bíblia Sagrada

[email protected]

Page 2: AS ESCRITURAS - MESTRE...entrar no mundo do Espírito se não perscrutar a Palavra de Deus. As três razões do porque a bíblia tem o poder de gera fé são: 1 – Porque ela é a

Seminário TeológicoJetro Internacional

BIBLIOLOGIA – MT 01

Autor:Dr. Jefferson Netto - Ph.D

BIBLIOLOGIA – MT 01 Jethro International Theological Seminary

1

Page 3: AS ESCRITURAS - MESTRE...entrar no mundo do Espírito se não perscrutar a Palavra de Deus. As três razões do porque a bíblia tem o poder de gera fé são: 1 – Porque ela é a

ATENÇÃO

Esta apostila é de propriedade do Ministério Jetro Internacional, idealizada, projetada e escrita pelo doutor Jefferson Netto, fundadordo ministério. Todo o conteúdo desta apostila está protegido por leisde propriedade intelectual. Esta apostila, bem como parte dela, não

poderá ser usada, copiada ou transmitida, sob nenhuma circunstância,sem a autorização prévia do Ministério Jetro Internacional.

Este material foi desenhada para ensino teológico.

BIBLIOLOGIA – MT 01 Jethro International Theological Seminary

2

Page 4: AS ESCRITURAS - MESTRE...entrar no mundo do Espírito se não perscrutar a Palavra de Deus. As três razões do porque a bíblia tem o poder de gera fé são: 1 – Porque ela é a

ÍNDICE

01. O Estudo da bíblia02. A História da bíblia03. A Estrutura da bíblia04. A Inspiração da bíblia05. O Cânon da bíblia06. A Septuaginta07. Os Livros Apócrifos08. Os Manuscritos e As Versões da bíblia09. A bíblia em Português10. Os Rolos do Mar Morto11. Revelação e Iluminação12. A Confiabilidade da bíblia13. A bíblia e Cristo

BIBLIOLOGIA – MT 01 Jethro International Theological Seminary

3

Page 5: AS ESCRITURAS - MESTRE...entrar no mundo do Espírito se não perscrutar a Palavra de Deus. As três razões do porque a bíblia tem o poder de gera fé são: 1 – Porque ela é a

Capítulo 1O ESTUDO DA BÍBLIA

INTRODUÇÃO

Bibliologia é a disciplina que faz apologia às Escrituras Sagradas. Estudaremos tudo aquilo que diz respeito a bíblia sagrada no sentido histórico, estrutural, linguístico, arqueológico e canônico. Normalmente as literaturas de bibliologia se atém ao fator técnico-teológico-apologético do assunto, o que o torna, as vezes, um tanto impessoal. Neste primeiro capítulo desta apostila queremos estudar as razões do porque cremos na Bíblia Sagrada, como a infalível Palavra de Deus ou, em outras palavras, queremos dar as razão à nossa fé (Rm 12:1).

Sendo assim, antes de entrarmos nos temas seguintes - os quais terão uma característica mais teológica-apologética - estudaremos primeiramente a importância da bibliologia, num sentido prático para o povo de Deus. Desejamos que esta lição produza em sua vida fruto para a eternidade.

I. ESTUDAR AS ESCRITURAS É UMA NECESSIDADE DOS SANTOS

As Escrituras Sagradas são o manual daquele que crê em Deus e o serve. Nesse manual encontraremos todas as diretrizes que Deus nos deu para O servirmos de maneira que atendamos as Suas expectativas. Do que me adiantaria sofrer, pagar um alto preço, me esforçar, tentar o meu melhor e um dia descobrir que errei o alvo? É exatamente para evitar esse desastre que a Bíblia existe. Ao estudá-la, o homem entra numa sociedade bem sucedida com Deus e, no dia da eternidade, confirma que acertou o alvo e agradou a Deus.

1. Não há como se conhecer a Deus senão através da bíblia – Deus se revelou ao mundo através da bíblia. Ele mesmo ordenou a Moisés - o qual foi o primeiro escritor sistemático da Bíblia - escrever tudo o que ele ouvisse e visse para memorial das futuras gerações (Ex 17:14 – 34:27). Sem a bíblia ninguém conheceria a Deus. Ficaria somente a suspeita da sua existência mas, nunca o conhecimento pleno. Portanto, quando o homem é salvo em Cristo Jesus, ele precisa imediatamente começar a estudar a bíblia para poder extrair todo o conhecimento possível que Deus ali colocou a seu respeito, para o bem da raça humana. Deus quer um relacionamento com o homem e isto começa pela bíblia.

2. Não há como ser alimentado por Deus senão pela bíblia – A Palavra de Deus não apenas O torna conhecido de mim, como também atende todas as necessidades de nutrição do meu espírito e da minha alma (Sl 51:10 – 119:25 – 130:5). Minha relação pessoal com Deus na oração, no jejum, no serviço cristão e na obra do ministério não podem substituir a minha relação com a bíblia, porque é ela que me dá base de sustentação para esse relacionamento. O crente que não se alimenta da bíblia, é um crente frágil, sem resistência espiritual e sucetível ao engano do

BIBLIOLOGIA – MT 01 Jethro International Theological Seminary

4

Page 6: AS ESCRITURAS - MESTRE...entrar no mundo do Espírito se não perscrutar a Palavra de Deus. As três razões do porque a bíblia tem o poder de gera fé são: 1 – Porque ela é a

inimigo e dos homens. Portanto, eu preciso da bíblia para suprir tudo o que preciso para ser um discípulo maduro de Jesus Cristo.

3. Não há como se crer em Deus senão pela bíblia – “Logo a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus” (Rm 10:17). Se a fé só vem pelo ouvir, pela Palavra de Deus, não importa quantos sinais eu veja Deus operando ao longo da minha vida cristã, eu nunca terei fé para entrar no mundo do Espírito se não perscrutar a Palavra de Deus. As três razões do porque a bíblia tem o poder de gera fé são:

1 – Porque ela é a Palavra de Deus e a fé só vem de Deus; 2 – Porque ela é cem por cento confiável em tudo o que diz e isso edifica a fé; 3 – Porque ao ler a bíblia diariamente, uma relação de confiança é gerada entre eu e Deus, e fé também é uma relação de confiança. Creio em Deus porque confio nEle.

II. ESTUDAR A BÍBLIA É PARTICIPAR DA MENTE DE DEUS

Como já disse, a bíblia revela Deus para a humanidade. Porém, não apenas isso, ela também revela a mente de Deus. Conhecer uma pessoa não significa necessariamente saber o que ela pensa. Deus revelou da Sua mente às suas criaturas. Quando leio a bíblia, tenho o privilégio de entrar na mente de Deus e entendê-la, numa medida possível às criaturas.

1. Através da bíblia sabemos, em parte, como Deus é – só isso já seria maravilhoso de mais para criaturas como nós. Não apenas sabemos pela Palavra que Deus existe mas, também, sabemos, em parte, como Ele é:

1 – Deus é trino (Gn 1:26 – Rm 15:16). Ele existe em três pessoas: Pai, Filho, Espírito Santo; 2 – Deus é eterno (Gn 21:33). Ele não tem princípio e nunca terá fim; 3 – Deus é como fogo (Ez 1:26, 27). Sua glória é tão intensa que quando vista aparece como um fogo que consume tudo; 4 – Deus é amor (1 Jo 4:8). A bíblia nos informa que Deus é amor, o que nos faz descansar, porque se alguém tão poderoso não amasse, estaríamos todos em sérios apuros.5 – Deus é Luz (1 Jo 1:5). A bíblia nos dá a guarantia de que não estaremos em trevas ao servirmos a Deus, porque Ele é essencialmente luz.

2. Pela bíblia sabemos, em parte, o que Deus pensa – isto é glorioso de mais! Mesmo sem sair da terra, já podemos saber o que o nosso Criador pensa em relação a tudo aquilo que é vital para nossas vidas e par o restante da Criação. Vejamos o que Deus pensa sobre:

1 – O salvo “O Espírito mesmo testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus; e, se filhos, também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo; se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8:16, 17); 2 – O ímpio “A malícia matará o ímpio, e os que odeiam o justo serão condenados” (Sl 34:21); 3 – O diabo “e o Diabo ... foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde estão a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados pelos séculos dos séculos” (Ap 20:10);

BIBLIOLOGIA – MT 01 Jethro International Theological Seminary

5

Page 7: AS ESCRITURAS - MESTRE...entrar no mundo do Espírito se não perscrutar a Palavra de Deus. As três razões do porque a bíblia tem o poder de gera fé são: 1 – Porque ela é a

4 – Israel “Vós, pois, sabereis que eu estou no meio de Israel, e que eu sou o Senhor vosso Deus, e que não há outro; e o meu povo nunca mais será envergonhado” (Joel 2:27); 5 – A Igreja “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;” (1 Pe 2:9).

III. A BÍBLIA NOS PREPARA PARA MORAR COM DEUS ETERNAMENTE

Por fim, a bíblia nos prepara para morar com Deus por toda a eternidade. Para que um astronauta vá ao espaço pela primeira vez, ele precisa passar por um longo treinamento, por causa da diferênça entre o lugar para onde ele vai e a terra. O crente também está sendo preparado para mudar de pátria e a bíblia é o instrumento usado por Deus para esta preparação.

1. Morar com Deus não é para todos – A bíblia nos diz que somente aqueles que são “nascidos da água e do Espírito” irão morar com Deus (Jo 3:5 – Ap 21:10). A água é a Palavra (Ef 5:26), a qual é aplicada em nossos corações pelo Espírito que é o seu Autor por excelência. Muitos ouvem a Palavra da verdade e rejeitam. Felizes são aqueles que receberam a bíblia como Palavra de Deus.

2. Morar com Deus é a maior de todas as reconpensas – Chegará o dia em que nenhuma dor e nenhum sofrimento será lembrado mais por aqueles que servem a Deus. Os fiéis receberão a maior de todos a reconpensas possíveis e imagináveis: morar com o Criador para sempre! O gozo que teremos por toda a eternidade é algo que já podemos compreender, em parte, por causa da bíblia. É a bíblia que está nos preparando gradativamente para esta mudança radical de nível, prazer, gozo e alegria eternos (Jo 14:2).

CONCLUSÃO

Aqui está um vislumbre do incalculável valor da bíblia. Além das razões que damos aqui, existem muitas outras que nos impulsionam a estudas as Escrituras e sobre as Escrituras. É por esta razão que queremos nas próximas lições mostramos todas as nossas razões do porque acreditamos nesta Palavra como a única verdadeira Palavra de Deus.

BIBLIOLOGIA – MT 01 Jethro International Theological Seminary

6

Page 8: AS ESCRITURAS - MESTRE...entrar no mundo do Espírito se não perscrutar a Palavra de Deus. As três razões do porque a bíblia tem o poder de gera fé são: 1 – Porque ela é a

Capítulo 2A HISTÓRIA DA BÍBLIA

INTRODUÇÃO

Assim como em relação a tudo na vida, existe uma história por detrás desse Livro glorioso que chamamos de bíblia sagrada. A maioria das pessoas que lê a Palavra de Deus em todo o mundo, está alheia ao extraordinario processo pelo qual passou esse texto sagrado, nas suas várias etapas: revelação, escrita, preservação, reconhecimento, canonização e publicação, para chegar às nossas mãos, em nossa língua nativa. Neste capítulo, entenderemos esse processo da melhor maneira possível.

I. A HISTÓRIA DA BÍBLIA COMEÇA EM DEUS

Em Deus está a orígem de tudo, inclusive da bíblia. Deus arquitetou e gerenciou cuidadosamente o processo de gestação e surgimento da bíblia sagrada, a fim de dar ao homem uma visão clara e inteligivel de sí mesmo.

1. A bíblia sagrada é eterna – “Para sempre, ó Senhor, a tua palavra está firmada nos céus” (Sl 119:89). A bíblia já existia antes de ser revelada ao homem. Deus, literalmente, exportou a Sua Palavra do céu para terra para se fazer conhecido do homem. A bíblia sagrada é o único livro na terra que não tem a sua origem na terra. Esta deve ser, antes de tudo, a primeira razão do porque o povo de Deus deve crer que as Escrituras Sagradas nunca falharão. Toda a história que envolve a bíblia na terra se apoia no fato de que ela está primeiramente “...firmada nos céus” (Ap 20:12).

2. Foi Deus quem a mandou escrever – O povo judeu desenvolveu um hábito maravilhoso de registrar a sua história através da escrita. Esse hábito foi desenvolvido depois do próprio Deus ter ordenado a alguns dos seus servos que escressem o que viam, ouviam e viviam (Ex 17:14, 34:27 - Is 30:8 – Jr 30:2 – Ez 43:11 – Hb 2:2 – 2 Tm 3:16). Sendo assim, a ordem de escrever a bíblia veio de Deus. O apóstolo Paulo disse em 2 Timóteo 3:16 que “Toda Escritura é divinamente inspirada...” Hoje podemos ter uma ideia do tesouro que estaria enterrado para sempre no silêncio dos primeiros servos de Deus, se Ele não tivesse tido o divino cuidado de ordenar-lhes que escrevessem tudo. Dá para ouvir ecoar nesta frase o infinito amor de Deus: “escreve isto,” porque senão, muitos nunca O conheceriam!

3. Foi Deus quem escolheu o que escrever – A noção da canonicidade da bíblia é o reflexo do crivo judáico para com os textos antigos. Desde os primórdios, o povo judeu já sabia que nem todo texto escrito tinha orígem em Deus, mesmo que fosse escrito por homens santos. Eles perceberam com o tempo, que Deus escolhia cuidadosamente o que os seus servos deveriam

BIBLIOLOGIA – MT 01 Jethro International Theological Seminary

7

Page 9: AS ESCRITURAS - MESTRE...entrar no mundo do Espírito se não perscrutar a Palavra de Deus. As três razões do porque a bíblia tem o poder de gera fé são: 1 – Porque ela é a

escrever em Seu nome. Deus sabia que a Sua Palavra seria duramente escrutinada ao longo da história e, portanto, não podia conter discrepâncias.

II. A REVELAÇÃO, A ESCRITA E A CANONIZAÇÃO DAS ESCRITURAS

O apóstolo Pedro disse que “...a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (II Pe 1:21). Com isso, fica claro que houve um processo de revelação divina para com os autores da Bíblia. Em alguns casos, Deus citou palavra por palavra a ser escrita, literalmente. Os judeus crêem que a torá (os cinco livros de Moisés) é o ápce da ispiração divina na terra.

1. O Pentateuco – Os cinco primeiros livros da bíblia são da autoria de Moisés e marcam o início do processo de escrita da bíblia. O Pentateuco é considerado pelos judeus pura revelação divina, pelo fato de Moisés ter escrito, com detalhes, eventos que antecederam ao seu tempo como, por exemplo, o relato da Criação, a criação, a vida e a queda do homem, o dilúvio, a história dos povos e etc. Moisés foi o primeiro homem na terra que recebeu ordem divina para escrever o que visse e ouvisse (Ex 17:14, 34:27). O resultado disso foi o Pentateuco: Gênesis, Êxodo, Levíticos, Números e Deuteronômio. Embora o livro de Jó seja tido como o livro mais antigo da Bíblia, o Pentateuco é tido oficialmente como o gatilho que dá início ao processo da revelação e inspiração da bíblia. Isto se dá por algumas razões:

1 – O Pentateuco é um compêndio leterário, enquanto que Jó é um livro isolado; 2 – As datas dos livros do Pentateuco são amplamente conhecidas (de 1688-BC a 1645-BC), enquanto que do livro de Jó jaz incerto na cronologia histórica; 3 – O Pentateuco lança os fundamento da doutrina judaica e da revelação divina ao homem, enquanto que o livro de Jó entra na classificação poética.

2. A escrita – Os idiomas originais da bíblia tem um lugar especial na sua história. Deus escolheu três idiomas (Aramaico, Hebraico e Grego) com características preponderantes para que a bíblia tivesse o efeito que tem. Damos um destaque especial ao Aramaico e ao Hebraico, as quais eram línguas compostas apenas de consoantes, e tinham como números as próprias letras. A gamátria (ou gemetria) é a ciência que estuda os valores numéricos das palavras nesses idiomas porque, como as letras tem valor numérico, cada palavra também tem o seu valor numérico pré-determinado, o que nos ajuda a entender determinados padrões divinos na bíblia. Com isso, o texto assumia uma característica única que línguas modernas não conseguiriam dar. Quase todo pregador da Palavra cita o idioma original do texto pregado para explicar certas particularidades das suas mensagens. Isto se dá porque nenhuma tradução consegue extrair todo o conteúdo de um texto, principalmente quando as línguas se diferem tanto. Todo o Velho Testamento foi escrito em hebraico, com algumas porções em aramaico, enquanto que o Novo Testamento foi escrito em greco coinê (comum).

3. Canonização – esse foi um processo penoso, longo e muito debatido. A palavra “Canon” (de onde vem canonização) é uma palavra grega “Kanon” e significa vara de medir ou régua.

BIBLIOLOGIA – MT 01 Jethro International Theological Seminary

8

Page 10: AS ESCRITURAS - MESTRE...entrar no mundo do Espírito se não perscrutar a Palavra de Deus. As três razões do porque a bíblia tem o poder de gera fé são: 1 – Porque ela é a

Portanto, quando falamos de canonização, estamos falando do vaticínio do texto bíblico como inspirado por Deus. Segundo Norman L. Geisler, para que um livro fosse aceito no canon bíblico ele tinha que passar por cinco critérios:

1 – Autoridade; 2 – Profético; 3 – Autenticidade; 4 – Dinamismo.

III. OS AUTORES DA BÍBLIA

A bíblia foi redigida por cerca de 40 autores diferentes, numa extensão de tempo de aproximadamente 1600 anos. A diversidade social, regional, cultural e funcional desses autores impressiona principalmente quando observamos a harmonia conceitual integral da bíblia sagrada.

1. O contexto dos autores da bíblia – Aproximadamente 40 homens contribuiram para a escrita da bíblia sagrada. Deus fez questão de incluir representantes de diversos contextos para garantir a diversidade da mensagem, bem como a sua clareza incontestável. Ex: Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel eram profetas, Esdras era sacerdote, Moisés e Davi eram pastores de ovelhas, Samuel era juíz, Mateus era cobrador de impostos, Lucas era médico, João e Pedro eram pescadores, Paulo era artesão e etc. A coesão da bíblia, mesmo tendo tantos autores oriundos de contextos tão diferentes, depõe a favor da sua integridade canônica.

2. Não há contradição na bíblia – A harmonia bíblica é algo extraordinário e já despertou o interesse de muitos ao longo da história. Muitos cientistas, ateus, curiosos, governantes e muitos outros já dedicaram suas vidas tentando encontrar algum ponto de desequilíbrio na bíblia, para poderem provar que ela não é a Palavra de Deus e que não passa de um livro escrito por homens: todos falharam. Todos os opositores da bíblia morreram sem encontrarem uma só discrepância na mesma.

3. O ineditismo da bíblia – Muitos dos autores da bíblia escreveram seus escritos sem terem conhecimento dos outros autores e, ainda assim, concordaram entre sí. O ineditismo da bíblia está no fato de que ela foi o primeiro livro a reivindicar o lugar de Palavra oriunda de Deus para a humanidade. Depois da bíblia já organizada, outros escritos tentaram seguir o mesmo caminho, mas fracassaram. A bíblia segue sendo o único livro intocável e invencível, diante de todo o escrutínio dos céticos.

Conclusão

Nesta lição vimos apenas uma parte do que constitui a história das escrituras. Ao longo desta apostila teremos o prazer de conhecer o máximo que pudermos deste lívro glorioso que é a Palavra do Deus vivo, dada aos homens para salvação.

BIBLIOLOGIA – MT 01 Jethro International Theological Seminary

9

Page 11: AS ESCRITURAS - MESTRE...entrar no mundo do Espírito se não perscrutar a Palavra de Deus. As três razões do porque a bíblia tem o poder de gera fé são: 1 – Porque ela é a

Capítulo 3A ESTRUTURA DA DA BÍBLIA

INTRODUÇÃO

A bíblia sagrada está estruturada de uma forma muito importante para ajudar o homem a entendê-la. Deus precisava comunicar a mais elevada mensagem já conhecida pela humanidade, numa linguagem que tanto eruditos como iletrados pudessem entender. A missão era tão absurda que somente Deus poderia realizá-la.

I. OS DOIS TESTAMENTOS

A palavra "testamento," em português, vem de palavra hebraica berith (que significa aliança, pacto, contrato).

O dicionário Aurélio, por sua vez, define a palavra “testamento” da seguinte forma: “Ato personalíssimo, unilateral, gratuito, solene e revogável, pelo qual alguém, com observância da lei, dispõe de seu patrimônio, total ou parcial...” (Aurélio, editora Positivo, 3ª edição, pg 1942). O Velho e o Novo Testamentos é a ação unilateral e gratuita de Deus para nos tornar herdeiros das suas riquezas através do sacrifício de Jesus Cristo.

1. O Velho Testamento – contém 39 lívros. Gênesis o primeiro livro, Provérbios o livro do meio e Malaquias o último. Todo o Velho Testamento foi escrito num período de 1370 anos aproximadamente, entre b.c. 1800 a b.c. 430. Este é o Testamento de Deus para com a nação de Israel. Os israelitas são o povo que Deus criou para servir de porta de revelação de Sí mesmo à toda a humanidade (Gn 12:1-3). Nesse Testamento existem peculiaridades que se aplicam somente à nação de Israel. O Velho Testamento nunca poderá ser usado como fonte doutrinária para a Igreja mas, sim, como disse Paulo e o escritor aos Hebreus, como “tipo,” ou sombra daquilo que havia de vir (I Co 10:6; Hb 8:5; 10:1). A Igreja tem o seu próprio Testamento, do qual falaremos a frente. 2. O propósito do Velho Testamento – o Velho Testamento tem como função preponderante nos revelar o povo escolhido por Deus para conceber o seu concerto messiânico, e nos mostrar toda a sua trajetória, até que o seu propósito final fosse alcançado: trazer o Messias à terra. Porém, é claro que antes de chegar à formação do povo judeu, o Velho Testamento nos tráz revelações sem preço de questões eternas, tais como: a Criação do universo, a criação do homem, o pecado de satanás, o pecado do homem e a sua queda, o desenvolvimento da raça humana, a origem das nações e etc.

3. O Novo Testamento – contém 27 lívros. Mateus é o primeiro livro, II Tessalonissenses o livro do meio e Apocalipse o último. O Novo Testamento foi escrito por 9 autores diferentes, num

BIBLIOLOGIA – MT 01 Jethro International Theological Seminary

10

Page 12: AS ESCRITURAS - MESTRE...entrar no mundo do Espírito se não perscrutar a Palavra de Deus. As três razões do porque a bíblia tem o poder de gera fé são: 1 – Porque ela é a

período de 46 anos aproximados, entre 50 AD e 96 AD. Esse é o Testamento de Deus para com a Igreja. Por que o primeiro Testamento é chamado de Velho? Porque ele pre-anunciava algo que já se consumou. O Velho Testamento era uma sombra de Cristo, o qual deveria vir para tornar a salvação de Deus acessível a todos os que cressem. Uma vez que Ele já veio, morreu e ressucitou, aquele Testamento não caducou mas envelheceu. Então, com o nosso Cristo ressurreto, precisávamos de um Novo Testamento para consolidar a aliança de Deus com toda a humanidade através do Sangue do Seu Filho, uma vez que no primeiro testamento só cabia a nação de Israel.

4. Propósito do Novo Testamento – o propósito central do Novo Testamento é revelar o Filho de Deus, e nos trazer as boas novas do reino de Deus, o qual já está entre à nós (Jo 1:14; 1:29; Mt 12:28; 21:43; Mc 1:15; Lc 4:43).

II. AS SUBDIVISÕES DO VELHO TESTAMENTO

Embora não haja um consenso universal quanto as subdivisões da bíblia, o Velho Testamento e o Novo Testamento estão, sim, subdivididos em, pelos menos, 5 categorias gerais: Pentateuco, lívros históricos, lívros poéticos, lívros prófeticos e epístolas. Essas 5 categorias também se subdividem em cada um dos Testamentos, expandindo esta subdivisão para um total de 10, podendo chegar a 12. As subdivisões mais universalmente aceitas do Velho Testamento são:

1. Pentateuco; Gênesis, Êxodo, Levíticos, Números e Deuteronômio.2. Livros Históricos; Josué, Juízes, Rute, I Samuel, II Samuel, I Reis, II Reis, I Crônicas, II Crônicas, Esdras, Neemias e Ester.3. Livros Poéticos; Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares de Salomão. 4. Profetas Maiores; Isaías, Jeremias, Lamentações de Jeremias, Ezequiel e Daniel.5. Profetas Menores; Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sonfonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.

III. AS SUBDIVISÕES DO NOVO TESTAMENTO

Respeitando as cinco categorias gerais que apresentamos acima, o Novo Testamento, por sua vez, também está subdividido em 6 categorias:

1. Evangelhos; Mateus, Marcos, Lucas, João. 2. Livro Histórico; Atos dos Apóstolos. 3. Epístolas Universais (ou gerais); Tiago, 1Pedro, 2Pedro, 1João, 2João, 3João e Judas. 4. Epístolas Paulinas; Romanos, I Coríntios, II Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, I Tessolonissenses, II Tessalonissenses, Filemon. Epístolas Paulinas Pastorais ; I Timóteo, II Timóteo, Tito. 5. Epístola; aos Hebreus. 6. Livro Profético; Apocalipse.

BIBLIOLOGIA – MT 01 Jethro International Theological Seminary

11

Page 13: AS ESCRITURAS - MESTRE...entrar no mundo do Espírito se não perscrutar a Palavra de Deus. As três razões do porque a bíblia tem o poder de gera fé são: 1 – Porque ela é a

Conclusão

Com a estrutura literária que tem, a bíblia se faz entender a todos os que se aproximam de Deus pela fé em Cristo Jesus. A mesma mensagem está reafirmada repetidas vezes em uma liguagens multiforme, através de estratégias diferentes, a partir de diferentes contextos. Assim, Deus garantiu que todos aqueles que, com um coração puro, desejarem entender a bíblia, a entenderão. Aqueles, por exemplo, que tiverem dificuldade de entender a erudição de Isaías, não terão problemas em assimilar a paixão de Jeremias, nem a praticidade de Ezequiel; quem não assimilar a mensagem do diplomata Daniel, certamente compreenderá a palavra sem rodeios do boiadeiro Amós. O resultado de tudo isso é este livro glorioso que temos nas nossas mãos, o qual revela o coração de Deus para a humanidade: a bíblia sagrada.

BIBLIOLOGIA – MT 01 Jethro International Theological Seminary

12

Page 14: AS ESCRITURAS - MESTRE...entrar no mundo do Espírito se não perscrutar a Palavra de Deus. As três razões do porque a bíblia tem o poder de gera fé são: 1 – Porque ela é a

Capítulo 4A INSPIRAÇÃO DA BÍBLIA

Definição de inspiração:Dicionário Aurélio: ⁷“Moção divina que, segundo a crença cristã, teria dirigido os autores da bíblia”Teológica: Por influência da origem grega da palavra inspiração (theopneustos), que significa literalmente “Deus soprou”, a teologia define inspiração como “O Sopro De Deus.”

INTRODUÇÃO

Segundo Rick Wade, “Duas questões que sempre se levantam quando pregamos a Palavra para os não crentes é: "Por que razão eu deveria crer na bíblia?" Ou, então: "Se existem tantos outros livros “sagrados” no mundo, por que a bíblia seria um livro especial?" Neste capítulo, portanto, falaremos da natureza da bíblia, como resposta a perguntas como estas. Será que esses escritos são apenas o objeto sagrado de dois grupos religiosos? Ou será que eles são a Palavra do próprio Deus revelada a nós para o nosso próprio bem?

I. O ESPÍRITO SANTO É O AGENTE DA INSPIRAÇÃO

O doutor Ron Rhodes diz que “a inspiração bíblica pode ser definida como a supervisão de Deus sobre os autores, a fim de que, mesmo usando suas personalidades individuais e estilos literários, eles compusessem e registrassem, sem erro, Sua revelação ao homem. Inspiração significa que "o Espírito de Deus supervisionou os escritores na produção da bíblia, de maneira que o que eles escreveram foi exatamente o que Deus queria que fosse escrito.”

1. Sete fatores primordiais – quando desmembramos a doutrina da inspiração do Espírito Santo em partes, encontramos sete fatores primordias:

1. Origem divina; tudo começa nEle e para Ele; 2. Agente humano; o homem é o agente condutor dessa inspiração, como um fio conduz a energia que faz acender a lâmpada; 3. Escrito verbalmente (em palavras); Deus esperou até que a escrita estivesse evoluída o bastante, para que pensamentos complexos pudessem ser registrados; 4. Plenária; toda a Escritura é inspirada, e não apenas partes dela; 5. Somente os “autógrafos” são inspirados; esses são os documentos originais escritos pelos próprios autores bíblicos; 6. Porque a Escritura é inspirada, ela é inerrante; 7. Porque a Escritura é inspirada e inerrante, somente ela tem a autoridade final.

2. A função do Espírito Santo – "Porque a profecia nunca foi produzida por vontade dos homens, mas os homens da parte de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo" (II Pe 1:21). A palavra “movidos,” neste versículo, vem do grego “phero” e significa “gerados” ou “conduzidos.” O

BIBLIOLOGIA – MT 01 Jethro International Theological Seminary

13

Page 15: AS ESCRITURAS - MESTRE...entrar no mundo do Espírito se não perscrutar a Palavra de Deus. As três razões do porque a bíblia tem o poder de gera fé são: 1 – Porque ela é a

Espírito Santo gerou o conteúdo a ser escrito, e conduziu com o Seu sopro cada escritor, no momento em que estava produzindo. Ou seja: a vontade humana dos autores não foi a originadora ou a portadora da mensagem de Deus. Deus não permitiria que a vontade de um homem pecador viesse, erroneamente, registrar a Sua Palavra.

3. O fator “phero” – soberanamente, Deus fez uso desta mesma palavra “phero” em uma outra circunstância na bíblia, para nos ajudar a entender o poder da inspiração do Espírito. Em Atos 27:15, quando o navio onde Paulo estava se encontrava dominado por um vento muito forte, o texto diz que “sendo arrebatado o navio e não podendo navegar contra o vento, cedemos à sua força e nos deixávamos levar (phero).” A força do vento que levava o navio de Paulo para onde queria, representa a força da inspiração do Espírito Santo, que conduzia os autores da Escritura na direção que Ele desejasse, para guarantir a sua autenticidade e inerrância.

II. A INSPIRAÇÃO NO VELHO TESTAMENTO

O conceito de inspiração divina para se gerar um conteúdo que interessasse a Deus não é novo. Aliás, nós encontramos várias cenas no Velho Testamento onde a própria pessoa usada por Deus admitia a inspiração - embora esse termo não apareça no texto do Velho Testamento - o que eliminava completamente a possibiliodade de mérito humano em todo o processo de revelação.

1. Davi sabia – Alguns servos de Deus no Velho Testamento já tinham conciência total da inspiração do Espírito. Davi era um desses que percebeu que a influência divina era muito mais do que um acaso. Ele tanto sabia que disse: “O Espírito do Senhor fala por mim, e a sua palavra está na minha língua. Falou o Deus de Israel, a Rocha de Israel me disse: Quando um justo governa sobre os homens, quando governa no temor de Deus” (II Sm 23:2-3). Davi fez determindas declarações que hoje sabemos pertencerem ao próprio Messias: o Senhor Jesus. Em Salmos 22:1 Davi disse “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (cf Mc 15:34); e, em Salmosl 24:7, ele disse “Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória” (cf Mt 16:27), cf também Mt 22:43.

2. Mateus confirmou Oséias – Mateus confirmou a inspiração do Espírito Santo sobre a vida do profeta Oséias, o qual profetizou com precisão a volta de Jesus do Egito, depois da morte de Herodes: Oséias 2:1 disse: “Quando Israel era menino, eu o amei, e do Egito chamei a meu filho.” Mateus 2:15 confirma: “e lá ficou até a morte de Herodes, para que se cumprisse o que fora dito da parte do Senhor pelo profeta: Do Egito chamei o meu Filho.” Somente por uma inspiração unilateral, Oséias poderia ter dito algo tão único, com tanta precisão, cerca de 750 anos antes do evento.

3. Jesus vaticinou – a maior de todas as provas da inspiração do Espírito Santo no Velho Testamento está nas muitas citações vétero testamentárias do próprio Senhor Jesus. Durante o Seu ministério, Jesus fez uso de várias situações e passagens do Velho Testamento para confirmar a autenticidade do Seu ensino e, até mesmo, do Seu próprio ministério. Vejamos algumas delas:

Mt 8:4 “Disse-lhe então Jesus: Olha, não contes isto a ninguém; mas vai, mostra-te ao sacerdote, e apresenta a oferta que Moisés determinou;”

BIBLIOLOGIA – MT 01 Jethro International Theological Seminary

14

Page 16: AS ESCRITURAS - MESTRE...entrar no mundo do Espírito se não perscrutar a Palavra de Deus. As três razões do porque a bíblia tem o poder de gera fé são: 1 – Porque ela é a

Mc 7:10 “Pois Moisés disse: Honra a teu pai e a tua mãe; e: Quem maldisser ao pai ou à mãe, certamente morrerá;” Mt 12:39 “Mas ele lhes respondeu: Uma geração má e adúltera pede um sinal; e nenhum sinal se lhe dará, senão o do profeta Jonas;” Mt 24:37 “Pois como foi dito nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem;” Lc 17:28 “Como também da mesma forma aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam.”

III. A INSPIRAÇÃO NO NOVO TESTAMENTO

Veja o que Jesus prometeu aos seus apóstolos: “Mas o Ajudador, o Espírito Santo a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto eu vos tenho dito” (Jo 14:26). Só por esta razão já seria sificiente para crermos na bíblia como absoluta Palavra de Deus

1. Jesus, a maior autoridade – a hermenêutica nos diz que “nenhuma declaração isolada na bíblia pode tornar-se uma doutrina absoluta, a menos que tenha sido dita por Jesus!” Ex: Jesus falou sobre o novo nascimento uma única vez em João 3 e isto foi o bastante para que hoje tenhamos a doutrina do Novo Nascimento; Ele introduz o perdão mútuo em Mateus 6:14,15 e isto foi suficiente para que hoje tenhamos a doutrina do perdão mútuo. Sendo assim, João 14:26, caso fosse a única declaração de Jesus sobre o assunto, já seria o vaticínio da inspiração de todo o texto sagrado do Novo Testamento. Embora uma declaração já fosse suficiente, Jesus ainda disse muito mais: Jo 14:16; 15:26; 16:7; 16:13; 20:22; Mt 10:20; 12:18. Por fim, Jesus reconheceu a inspiração de Deus nEle próprio “As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo...” (Jo 14:10). Mesmo tendo a última Palavra em relação a tudo, Jesus assumiu o fenômeno da inspiração sobre Sí mesmo, para selar o assunto de uma vez por todas.

2. Toda Escritura – quando o assunto é inspiração da bíblia, não há como não radicalizar. Ou cremos cem por cento, ou rejeitamos cem por cento. Paulo afirmou que “Toda Escritura é divinamente inspirada...” (II Tm 3:16). A razão do porque não há como ser um discípulo genuíno de Jesus sem abraçar a bíblia cem por cento, é exatamente pelo conceito de que toda ela é divinamente inspirada, ou seja: A bíblia é a Palavra inerrante de Deus dada aos homens para salvação de todo aquele que crê.

Conclusão

Este capítulo veio como uma apologia (defesa) da nossa fé na autenticidade da Palavra de Deus. Nós, os verdeiros cristãos, temos o dever de sermos diferentes, por causa daquilo que nos alimenta diariamente: a voz de Deus, através da bíblia sagrada. Ler a Palavra, pregar a Palavra, ouvir a Palavra, cantar a Palavra, orar a Palavra e meditar na Palavra, gera vida em abundância.

BIBLIOLOGIA – MT 01 Jethro International Theological Seminary

15

Page 17: AS ESCRITURAS - MESTRE...entrar no mundo do Espírito se não perscrutar a Palavra de Deus. As três razões do porque a bíblia tem o poder de gera fé são: 1 – Porque ela é a

Capítulo 5O CANON BÍBLICO

INTRODUÇÃO

O termo canon tem origem no grego e significa vara de medir ou regra. Este termo é usado para classificar os livros considerados inspirados por Deus que compõem a bíblia sagrada. Estudar a formação do canon sagrado, fortalece consideravelmente a nossa convicção sobre a inspiração verbal das Escrituras. I. A IMPORTÂNCIA DO CANON SAGRADO

Na lição passada nós lidamos com a questão da inspiração do Texto Sagrado. Este capítulo vem nesta sequência propositalmente, porque, se a bíblia é de fato um texto inspirado por Deus, ela tem que ter sofrido algum tipo de crivo seletivo para separar os atuais 66 livros de entre tantos outros livros contemporâneos dos canônicos. Esse crivo existiu, ele foi longo, rigoroso e se chama canonicidade.

1. Por que o canon tornou-se necessário? – Desde que a voz dos profetas e apóstolos começou a ser ouvida na antiguidade surgiu a necessidade iminente de se estabelecer um canon sagrado. Sob a inspiração divina, eles sabiam o que era inspirado e o que não era. Mas, com a morte desses homens e o cessar da inspiração, tounou-se necessario reunir os seus escritos para se saber qual foi a mensagem de cada um deles, bem como preservá-la da corrupção. Outra razão para a formação do canon era o perigo constante que esses escritos corriam de serem alterados. A essas alturas já havia muitas obras literárias reivindicando inspiração. Sendo assim, surgiu a pergunta que não queria calar: “quais desses escritos são realmente inspirados? Qual a extensão da literatura inspirada?” Ainda, uma outra razão forte para a formação do canon, estava no fato do louco inperador Deocleciano ter decretado em A.D. 302 que todos os livros sagrados fossem queimados. Assim, a questão se levantou sobre quais livros mereciam o direito legítimo de serem chamados de inspirados.

2. Um longo e exaustivo processo – Até se chegar ao vaticínio final dos 66 livros que conhecemos hoje, fato que se deu no Concílio de Trento, em 8 de abril de 1546, houve uma longa jornada de discussão, confirmação de alguns livros e a rejeição de muitos outros que reivindicavam um lugar privilegiado no canon. Por centenas de anos, muitos escritos foram vistos e revistos incansavelmente para ver se atendiam plenamente a expectativa de um escrito inspirado. Em muitos casos, os próprios escolásticos dividiam suas opiniões e, sempre que não havia consenso em relação a um certo texto, a discussão era suspensa e o texto em questão voltava para a fila de espera, para que um outro dia pudesse ser revisto.

BIBLIOLOGIA – MT 01 Jethro International Theological Seminary

16

Page 18: AS ESCRITURAS - MESTRE...entrar no mundo do Espírito se não perscrutar a Palavra de Deus. As três razões do porque a bíblia tem o poder de gera fé são: 1 – Porque ela é a

II. A FORMAÇÃO DO CANON DO VELHO TESTAMENTO

O Velho Testamento marca o ínicio de todo esse processo canônico. Aliás, o povo judeu é pioneiro nesta façanha de reivindicar a função de porta-vozes de Deus. Se inspiração fosse algo simples, teríamos muitos povos buscando o mesmo reconhecimento para suas literaturas. Algumas literaturas não judáicas surgiram milhares de anos depois que os primeiros textos judáicos inspirados já eram conhecidos de muitos. O alcorão, o livro sagrado do islam, seria um bom exemplo de candidato atrasado à posição de inspirado por Deus. O islam nasceu no 7º século AD.

1. Processo gradual – A formação do canon vétero testamentario foi gradual e composto de escritos que circularam ao longo de séculos. Moisés foi o primeiro a sentir a necessidade de proteger os escritos inspirados. Ele ordenou que os livros da Lei fossem guardados junto a arca da aliança, o que hoje sabemos ser um atitude preventiva. O material usado para escrita naquele tempo era na sua maioria orgânico e se deteriorava com o tempo. Ao mantê-los junto a arca, moisés estava prolongando a vida útil daquele material orgânico, porque a arca sempre recebia um tratamento especial e nunca era exposta a mudanças climáticas. Aquela era também uma atitude administrativa, visando proteger o canon. (cf. II Re 22:8; Js 24:26; I Sm 10:25).

2. Protegido no templo – Os textos citados acima não deixam dúvidas de que o canon sagrado foi guardado por muito tempo no templo do Senhor. Todos os livros históricos e proféticos do tempo de Josué ao tempo de Davi foram reunidos e guardados no templo do Senhor. Depois da construção do templo, Solomão depositou dentro dele livros mais antigos (II Re 22:8; Is 34:16) e enriqueceu a coleção com os seus próprios escritos inspirados e, também, alguns textos proféticos. É por isso que vemos Daniel (9:2) referindo-se "aos livros" e Isaías "ao livro do Senhor" (Is 29:18; 34:16).

3. Tesouro incalculável – Após o tempo de Salomão vários profetas foram levantados pelo Senhor para profetizar ao reino do norte (Israel) e ao reino do sul (Judá), aumentando incalculavelmente o tesouro literário inspirado do povo de Deus: Jonas, Amós, Isaías, Oséias, Joel, Miquéias, Naum, Sonfonias, Jeremias, Ezequiel, Daniel, Obadias, e Habacuque. Todos esses surgiram antes da destruição do templo de Salomão, aumentando os escritos inspirados do povo judeu (Na 1:1; Mq 3:16; 4:4; Zc 1:6). O canon vétero testamentário, na forma em que conhecemos hoje, foi obra de Esdras e da “Grande Sinagoga.” A maioria dos antigos escritos judáicos confirmam este fato. Segundo o doutor e rabino Daniel Sperber, A Grande Sinagoga era composta de Esdras (seria o líder), Neemias, Ageu, Zacarias, Malaquias e outros. Não há nenhuma dúvida de que esta coleção canônica já existia no tempo de Jesus e dos apóstolos (Lc 4:16-20; 24:27-44).

III. A FORMAÇÃO DO CANON DO NOVO TESTAMENTO

O canon do Novo Testamento foi sendo adicionado gradualmente ao do Velho Testamento. Os primeiros livros do Novo Testamento, na verdade, foram escritos já algum tempo depois da ascensão do nosso Senhor Jesus.

1. A tradição oral dos apóstolos – a história deixa claro que a primeira intenção dos primeiros apóstolos não era deixar nenhum legado escrito e é aí que entra a soberania divina. O projeto inicial dos apóstolos era pregar, ou seja: contar o seu testemunho pessoal dos principais fatos

BIBLIOLOGIA – MT 01 Jethro International Theological Seminary

17

Page 19: AS ESCRITURAS - MESTRE...entrar no mundo do Espírito se não perscrutar a Palavra de Deus. As três razões do porque a bíblia tem o poder de gera fé são: 1 – Porque ela é a

ocorridos no ministério de Jesus (Mc 16:15; At 1:21, 22). Na explosão do Espírito no meio da Igreja, todos saíram para dizer ao mundo quem Jesus é, o que Ele fez e o que Ele pode fazer com os que crêem nEle. O único foco dos primeiros discípulos era ir e pregar, trazendo o máximo possivel de judeus e gentios para o reino de Deus (1 Cor. 15:1-10).

2. Guiados pelo Espírito Santo – o diração do Espírito Santo mudou absolutamente tudo, porque o Espírito sempre teve em mente o Novo Testamento, sem o qual seria muito difícil a subsistência da Igreja. Então, gradativamente os apóstolos começaram a escrever o que viram e ouviram (Lc 1:1-4). Esses escritos se tornaram imprecindíveis à medida em que o tempo dos primeiros apóstolos estava chegando ao fim. A própria comunidade cristã da época demandou um legado escrito para que a fé cristã tivesse um fundamento doutrinário vaticinado por aqueles que andaram com o Mestre, ou por alguém próximo a eles. Assim surgiu os 4 evangelhos (não necessariamente no sentido cronológico), sendo dois deles escritos por dois apóstolos originais: Mateus e João. A medida em que os apóstolos saíram para estabelecer igrejas em todos os lugares, surgiu um novo desafio que eles ainda não tinham pensado: a necessidade de se manterem em contato com os novos conversos e doutriná-los. Assim surgiram as epístolas.

3. O fechamento do canon – isto se deu depois de um longo e cansativo debate teológico que visava estabelecer critérios confiáveis para se determinar quando e se um determinado livro era canônico ou não. A perseguição do imperador Deocleciano em 302 produziu, por fim, um bom resultado para a Igreja, porque devido a ameaça do imperador de queimar todos os livros sagrados, os pais da Igreja se despertaram para o crivo da canonicidade dos escritos do período da graça. Depois de algumas tentativas fracassadas de fechar o canon em 382 AD, em 405 AD, e em 1439, o Concílio de Trento finalmente encerrou o canon do Novo Testamento no dia 8 de abril de 1546, por 24 votos contra 15 (9 votos a favor), com 16 abstenções. O número 8 representa novo começo, enquanto que o 4 (abril) é o número da terra, e o número 9 representa o fim de um síclo, pelo fato de ser o último número singular. Deus é glorioso!

Conclusão

Essas coisas nos entusiasmam a continuar amando a Palavra de Deus com todo o nosso coração e entendimento. Muita gente teve que pagar um preço altíssimo, as vezes de morte, para que bíblia chegasse às nossas mãos em nossa própria língua. Hoje podemos não penas lê-la com liberdade mas, também, pregá-la sem reserva para trazer vida a todos os que crêem.

BIBLIOLOGIA – MT 01 Jethro International Theological Seminary

18

Page 20: AS ESCRITURAS - MESTRE...entrar no mundo do Espírito se não perscrutar a Palavra de Deus. As três razões do porque a bíblia tem o poder de gera fé são: 1 – Porque ela é a

Capítulo 6A SEPTUAGINTA

INTRODUÇÃO

Gl 4:4 diz: “mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido debaixo de lei,” (cf Ef 1:10). A expressão “plenitude dos tempos” aponta para a responsabilidade do caráter de Deus e a sua infalível fidelidade. Por que Deus esperaria por essa “plenitude” para poder enviar o seu Filho amado Jesus Cristo? Porque ele só tinha uma bala na agulha e o tiro tinha que ser tão certeiro que teria que: desfazer as obras do diabo, resgatar os fieis do Velho Testamento, trazer o reino de Deus a terra, abrir a porta para o perdão de todos os pecados, e prover salvação para todos os que crecem que Jesus Cristo é o Filho Deus em todos as gerações. Tudo isto teria que acontecer num tempo que a linguagem pudesse ser entendida por todas as culturas ao mesmo tempo. A Septuaginta (LXX) é um dos componentes vitais na composição dessa “plenitude dos tempos.” I – O QUE É A SEPTUAGINTA?

Septuaginta (LXX) é o nome em Latin dado à tradução do Velho Testamento, e alguns outros livros hebraicos, para o grego. A ideia da projeto da LXX surgiu em Alexandria, Egito e foi completado num período de aproximadamente 100 anos (entre 300 e 200 BC). 1. Ptolomeu II Filadelfo – de acordo com um documento do Segundo século chamado “Carta de Aristeas”, o rei Ptolomeu II Filadelfo, em acordo com o sumo sacerdote Eleazar, contratou 72 judeus eruditos para traduzirem para o grego (a língua universal da época) os escritos sagrados do judaísmo. Duas razões preponderantes motivaram a tradução da LXX:

1. O desejo de Ptolomeu II em ter esses escritos em sua biblioteca;2. O fato de mutos judeus estarem perdendo a sua língua natal (hebraico) por viverem

espalhados pelo império e por força do helenismo.

2. Uma porta que se abria – com o processo da tradução de textos hebraicos para o grego em andamento, muitos gentios começaram, pela primeira vez na vida, a terem contato com o judaísmo. Isto já era uma preparação divina para o processo de evangelização do mundo, o qual seria realizado depois da acenssão de Jesus, pelos seus apóstolos. Deus estava pondo os componentes necessarios nos seus devidos lugares para que o tempo alcançasse a sua “plenitude.” O termo Septuaginta significa 70 em Latin e o texto foi assim nomeado como uma homenagem a esses extraordinários teólogos judeus.

3. Sua influência no cristianismo – a LXX exerceu uma grande influência sobre o surgimento do cristianismo dos primeiros séculos AD, como fonte vétero testamentaria. Como era comum para os cristão antigos falarem e lerem grego, eles se reportavam para a tradução da LXX para uma melhor compreesão do Velho Testamento. Os escritores do Novo Testamento também se respaldavam na tradução da LXX, porque as maioria das referências feitas ao Velho Testamento nos livros do Novo Testamento, são da LXX. É também sabido que alguns dos “Pais da Igreja”

BIBLIOLOGIA – MT 01 Jethro International Theological Seminary

19

Page 21: AS ESCRITURAS - MESTRE...entrar no mundo do Espírito se não perscrutar a Palavra de Deus. As três razões do porque a bíblia tem o poder de gera fé são: 1 – Porque ela é a

também se referiram a LXX. Várias tradução modernas da bíblia usaram a LXX juntamente com textos hebraicos como fonte.

II – A CONFIABILIDADE DA SEPTUAGINTA

Durante muitos anos se discutiu a confiabilidade da LXX, pelo fato dela ser uma tradução. Este debate precisava de respostas claras, porque a LXX, com o passar do tempo, foi tornando-se base para outras traduções. Jerônimo usou a LXX para traduzir Salmos e parte do livro de Ester para a Vulgata no 4º século AD (a bíblia em Latin).

1. Até que ponto a Septuaginta é confiável? – Pelo fato de ser uma tradução, os eruditos começaram a especular se a LXX realmente refletia com confiabilidade as Escrituras hebraicas canônicas e algumas outras do 2º século BC. O impasse foi acentuado quando a LXX foi comparada com alguns Textos Massoréticos do 10º século AD. A LXX diferia dos textos Masoréticos em alguns detalhes e isso acentuou a discusão sobre a confiabilidade da LXX, pelo fato dos Textos Masoréticos terem alcançado um alto nível de respeito entre os eruditos. Será que essas diferenças provam a existêcia de erros nos textos ou será que essas traduções estavam embasadas em manuscritos diferentes?

2. Os manuscritos do mar morto – ao serem descobertos ajudaram a clarificar este impasse. Esses manuscritos foram descobertos em 1947 numa região chamada Qumram, perto do Mar Morto e a idade de alguns deles chega a 200 BC e contém partes de todos os livros do Velho Testamento, exceto Ester. Quando os especialistas compararam os manuscritos do Mar Morto (também chamados de “Rolos do Mar Morto”) com a LXX e os Textos Masoréticos, eles decobriram que as diferênças entre os pergaminhos do Mar Morto e a LXX eram muito menores do que dos Textos Masoréticos. Será que isto sugere que este o aquele texto não seja confiável e que, portanto, o nosso Velho Testamento esteja sob qualquer tipo de suspeita? NÃO! Ambos os textos são plenamente confiáveis, porque nenhuma dessas pequenas diferênças, sejam gramaticais ou de escrita, é consistente o bastante para afetar conceitos espirituais.

III – DEUS PROTEGEU BEM A SUA PALAVRA

torna-se muito importante notar que quando falamos de “variações” nesses textos, estamos falando de detalhes extremamente pequenos, tais como: pequenos erros gramaticais, diferênças em soletração, ou a falta de uma palavra ou outra. Nada disso afeta o significado de frases e muito menos de parágrafos. Em outras palavras, nenhuma das diferenças, se quer, se aproxima do perigo de afetar qualquer doutrina bíblica.

1. Grande similaridade – a maioria da LXX, Textos Masoréticos e pergaminhos do Mar Morto são impressionantemente similares e lançaram por terra qualquer teoria de que o texto bíblico possa ter sido corrompido pelo tempo ou por conspiradores. Sem falar que estas, ou qualquer outra variação possível numa tradução da bíblia, não comprometem a infalibilidade da palavra de

BIBLIOLOGIA – MT 01 Jethro International Theological Seminary

20

Page 22: AS ESCRITURAS - MESTRE...entrar no mundo do Espírito se não perscrutar a Palavra de Deus. As três razões do porque a bíblia tem o poder de gera fé são: 1 – Porque ela é a

Deus porque, acima de tudo, os textos originais permanecem inerrantes. Finalmente, a bíblia sempre repete mais que duas vezes os seus conceitos vitais para firmar as suas doutrinas. No caso de algum erro gramatical vir a confundir o entendimento de uma ou outra passagem bíblica, ela seria esclarecida em muitas outras passagens de conteúdo similar.

2. A confirmação de profecias messiânicas – a LXX e os Rolos da Mar Morto quando combinados estabelecem evidência a favor do cristianismo. Eles provam que profecias vétero testamentárias a respeito da vinda do Messias estão datadas antes do tempo em que Cristo andou sobre a terra. Todas as teorias de conspiração do primeiro século AD e acusações de manipulação das profecias messiânicas para beneficiar o cristianismo, caíram por terra quando os especialistas descobriram que textos como Isaías 53 e Salmos 22 já existiam em forma escrita a, pelo menos, 100 anos antes da encarnação de Cristo. A despeito do tempo, de perseguição, e dos minúsculos erros dos escribas, a LXX é mais um exemplo de como o texto bíblico permanece fiel em sua mensagem e tema centrais. A bíblia sagrada está mais do que provada ser a verdadeira Palavra inspirada de Deus, digna do nosso respeito e dedicação.

“Seca-se a erva, e murcha a flor; mas a palavra de nosso Deus subsiste eternamente” (Is 40:8).

Conclusão

Neste capítulo ficou claro a importância da Septuaginta para o processo da revelação divina para a raça humana. Além disso, ao permitir a tradução dos textos hebraicos para a língua dominante da época, Deus estava mostrando que a Sua Palavra não pode ficar inclusa a uma única nação ou cultura. Deus amou e ama tanto o homem que Ele garantiu que todos pudessem saber o que Ele fez por todos nós através do Seu filho amado Jesus Cristo.

BIBLIOLOGIA – MT 01 Jethro International Theological Seminary

21

Page 23: AS ESCRITURAS - MESTRE...entrar no mundo do Espírito se não perscrutar a Palavra de Deus. As três razões do porque a bíblia tem o poder de gera fé são: 1 – Porque ela é a

Capítulo 7OS LIVROS APÓCRIFOS

INTRODUÇÃO

A palavra "apócrifa" em sí mesma significa “ESCONDIDO” ou “SECRETO.” Porém, depois do ano 450 A.D. ela passou a ser usada para indicar livros não canônicos, especialmente alguns do período do Velho Testamento, conhecido como “Interbíblico.” A literature apócrifa ganhou um certo destaque depois que a igreja católica e a igreja ortodoxa decidiram inclui-los em suas bíblias. Desse forma a discussão em torno da apócrifa nunca cessou, porque nem o judaísmo e nem as igrejas protestantes jamais vaticinaram a apócrifa como parte da bíblica por nunca ter sido reconhecida como literatura inspirada por Deus e, portanto, não canônica.

I. O QUE É LITERATURA APÓCRIFA?

Durante o período em que os homens de Deus escreviam suas profecias, visões e revelações de Deus (a literatura canônica), outros também escreviam suas fantasias, seus delírios ou, simplesmente, a história da sua época. Esta literatura paralela à canônica tornou-se conhecida na história como literatura apócrifa ou, não-canônica.

1. A apócrifa não é uma mensagem de Deus – ao contrário dos lívros que desde o princípio foram inseridos no canon sagrado dos judeus e, posteriormente, o Novo Testamento. Isto é algo que precisa estar claro na mente de quem ama a Palavra de Deus: nenhum livro apócrifo trás qualquer recado divino ao homem! Esta conciência nos ajuda a sermos seletivos quanto ao canon vaticinado, não importa onde quer que eu veja esses livros inseridos. O fato da igreja católica ter aberto o precedente de incluir essa literatura na sua “bíblia” já causou muita confusão em pessoas neófitas. No entanto, fica fácil provar que tais lívros nunca foram aceitos nem por rabinos judeus, nem por Jesus, nem pelos primeiros apóstolos e nem pelos Pais da Igreja dos primeiros séculos.

2. Quais são os livros apócrifos? – um conjunto de quinze livros não inspirados por Deus do período interbíblico, dentre os quais estão: Judite, Tobias, Baruque, Eclesiasticos (ou Siraque), Sabedoria de Salomão, I e II Macabeus, dois livros de Esdras, chamados de III e IV Esdras, Adições ao Livro de Ester, Adições ao Livro de Daniel e A Oração de Manassés.

II. POR QUE A APÓCRIFA NÃO ESTÁ NA BÍBLIA?

1. Porque ela nunca esteve no canon judáico. Romanos 3:1-2 afirma que os oráculos de Deus foram confiados ao povo de Israel portanto, não há ninguém melhor para nos dizer o que é inspirado por Deus e o que não é.

2. Porque ela não foi reconhecida pela Igreja nos primeiros quarto séculos da sua história como sendo inspirados.

BIBLIOLOGIA – MT 01 Jethro International Theological Seminary

22

Page 24: AS ESCRITURAS - MESTRE...entrar no mundo do Espírito se não perscrutar a Palavra de Deus. As três razões do porque a bíblia tem o poder de gera fé são: 1 – Porque ela é a

3. Porque os seus autores não reivindicaram reconhecimento canônico, ao contrário dos autores inspirados por Deus. A apócrifa não contém expressões tais como: "assim diz o Senhor" ou "estas são as palavras do Senhor."

5. Porque ela contém ensinamentos que contrariam os 66 livros canônicos da bíblia. Ex: Macabeus estimula oração aos mortos e, também, a oferecer sacrifícios a uma pedra para expiar os pecados dos mortos (II Macabeus 12:43-45). Não podemos nos esquecer jamais de que Jesus Cristo é o único mediador entre Deus e os homens e que não há remissão de pcados, senão pelo sangue de Jesus (II Tm 2:5-6; Hb. 4:14-16; 8:1-2; 10:10-14; II Jo. 2:1-2).

6. Porque ela não se paroxima dos livros canônicos em qualidade e estilo. Até o leitor mais desavisado pode perceber, ao ler a apócrifa, que trata-se de livros não inspirados por Deus. Esses escritos não foram “soprados” por Deus (II Tm 3:16).

7. Porque a apócrifa nunca foi citada pelo nosso Senhor Jesus Cristo e nem pelos seus apóstolos, diferentemente do Velho Testamento. Alguns se aventuram em dizer que alguns textos são alusões a apócrifa (Mt 7:12; 27:43-54; Rm 9:21; Ef. 6:13-17; Hb. 1:3; Tg 1:6,19; 5:6) mas isto não passa de especulações baratas. Todas estas citações são facilmente conectadas ao Velho Testamento.

8. Porque alguns livros da apócrifa, embora registrados como história, são apenas ficção. Este é o tipo de engano que nunca será achado no texto inspirado por Deus. Ex: Segundo A Apócrifa Anotada Oxford, pg. 11), "Os livros de Tobias, Judite, Susana e Bel e o Dragão, são muito fantasiosos, embora históricos. Poderiam ser chamados de novelas moralísticas." Livros como esses nunca encontrariam lugar na Palavra de Deus “purificada sete vezes.” “As palavras do Senhor são palavras puras, como prata refinada numa fornalha de barro, purificada sete vezes” (Sl 12:6-7).

9. Porque a apócrifa ensina a mentira e a pratica de feitiçarias. Em Tobias 5:4-15 um suposto “anjo” chamado Rafael mente para Tobias e o ensina segredos mágicos. “Não se achará no meio de ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, nem encantador, nem quem consulte um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos;” Dt 18:10-11; (Lv 19:26,31; Jr. 27:9; Mq 3:5).

III. A INCERSSÃO DA APÓCRIFA

Embora a literatura apócrifa não tenha encontrado lugar na bíblia sagrada desde os primórdios, outros manuscritos abriram as portas para esta literatura não inspirada. A literature apócrifa é encontrada nos seguintes manuscritos:

1. Na Septuaginta (LXX) – Exceto II Esdras;2. No Codex Alexandrinus – Também contém III e IV Macabeus;3. No Codex Vaticanus – Exceto I e II Macabeus e A Oração de Manassés;

BIBLIOLOGIA – MT 01 Jethro International Theological Seminary

23

Page 25: AS ESCRITURAS - MESTRE...entrar no mundo do Espírito se não perscrutar a Palavra de Deus. As três razões do porque a bíblia tem o poder de gera fé são: 1 – Porque ela é a

4. No Codex Sinaiticus;5. No Codex Efraemi Rescriptus – Inclui Sabedoria de Salomão e Eclesiásticos;6. No Papiro Beleza de Chester – Fragmentos de Eclesiásticos;7. Nos Rolos do Mar Morto – Alguns desses escritos foram achados entre os Rolos do Mar Morto, todos escritos em grego;8. Em Os escritos dos Pais da Igreja.

Em geral, a apócrifa foi mais favorecida pelos Pais da Igreja ocidentais (Latin) Ex: Irineu (115-200 A.D.) reportou-se para “O Livro da Sabedoria.” Já Clemente de Alexandria, no leste, (150-217 A.D.) reconheceu II Esdras. Jerônimo (340-420 A.D.), devido a pressão de amigos, relutantemente inseriu Judite, Tobias, As Adições à Ester e As Adições à Daniel na Vulgata (sua tradução das Escrituras para o Latin). O restante da apócrifa foi adicionado a Vulgata depois. Um dos maiores defenssores da apócrifa foi Augostinho (354-420 A.D.), conhecido como "O pai da teologia corrupta." Ele imfluenciou os concílios de Hippo (393 A.D.) Cartagena (397 A.D.) a declararem a apócrifa canônica. A apócrifa foi formalmente inserida no “canon’ católico no dia 8 de abril de 1546, no Concílio de Trento.

CONCLUSÃO

Deus não precisa da opinião do homem a respeito do Seu plano eterno de salvação. O objeto da salvação divina é exatamento a raça humana. Sendo assim, a única forma de se aproveitar algo escrito por alguém dessa raça (a raça humana) seria por inspiração divina, o qual é o ato de Deus “soprar” no espírito humano a sua vontade e convertê-la em Palavras. Tudo que precisamos saber do coração de Deus está escrito nos 66 livros sagrados da Sua Palavra.

BIBLIOLOGIA – MT 01 Jethro International Theological Seminary

24

Page 26: AS ESCRITURAS - MESTRE...entrar no mundo do Espírito se não perscrutar a Palavra de Deus. As três razões do porque a bíblia tem o poder de gera fé são: 1 – Porque ela é a

Capítulo 8OS MANUSCRITOS E AS VERSÕES DA BÍBLIA

INTRODUÇÃO

Diferentemente de outros livros considerados sagrados por outras religiões, qualquer pessoa fica estupefata quando considera o número avassalador de manuscritos da bíblia sagrada (principalmente o Novo Testamento) ainda em existência. Alguns questionam, no entanto, que uma vez que os documentos originais não existam mais, a confiabilidade dessas cópias estariam sob suspeita. O que vamos ver neste capítulo é que isto não é verdade e que o Texto Sagrado foi perfeitamente preservado até os nossos dias, com a bundantes provas.

I. OS MANUSCRITOS ANTIGOS

A palavra manuscrito vem do Latin “manu” “scriptu” e significa literalmente “escrito à mão” (Aurélio, pg 1271). Havia basicamente dois tipos de manuscritos: “Papiro e Velino,” mas disso falaremos num outro capítulo. Esta definição, por sí só, já nos dá uma noção do sacrifício que os autores e copiadores da bíblia passaram para mantê-la viva até que a gráfica fosse inventada por Johannes Gutenberg em 1439. Essas pessoas as quais passaram boa parte de suas vidas escrevendo a Palavra de Deus à mão, sabiam muito bem o que o amor pela Palavra de Deus realmente significa.

1. Escreve estas palavras... – esta ordem dada por Deus a Moisés em Êxodo 34:27 mudaria o rumo da história da humanidade. Embora a escrita já estivesse sendo usada em praticamente todo o mundo naquela época, nós sabemos que ela passou por um processo de evolução até se tornar tão comum como é hoje. Escrever algo hoje em dia é simples demais. Ao entrarmos numa livraria, ou mesmo numa biblioteca, podemos presenciar com os nossos próprios olhos a abundância de palavra que o mundo experimenta. Porém, a alguns milhares de anos trás esta ordem mudaria a rotina da vida de Moisés e de milhares de outras pessoas ao longo da história. Como tudo era feito à mão, o tempo investido na produção dos manuscritos da bíblia era enorme.

2. Texto pré-massorético – O manuscrito em habraico isolado mais antigo que existe é o “Papiro de Nash,” descoberto em 1898 no Egito por Walter Nash. Este papiro se resume em apenas quarto fragmentos, os quais, quando unificados, oferecem 24 linhas de um texto pré-massorético dos Dez Mandamentos e também a oração “Shemá Israel”(Ex 20:2-17; Dt 5:6-19; 6:4-5). O texto dos Dez Mandamentos combina partes das versões de Ex 20: 2-17 e de Dt 5:6-21. Curiosamente o texto omite a frase “casa da servidão,” a respeito do Egito, a qual aparece nos dois textos bíblicos, provavelmente uma influência do local da composição do papiro. O texto não contém vogais e é o manuscrito mais antigo do Velho Testamento em existência. Esse texto está consideravelmente em harmonia com a Septuaginta.

3. Texto massorético – todos os manuscritos hebraicos da bíblia são massoréticos e vem do décimo século AD ou depois. Alguns desses manuscritos são datados antes do décimo século, mas os críticos consideram que isto pode ter se dado pelo fato de algumas transcrições terem recebido datas anteriores, na tentativa de se validar textos mais antigos. Por exemplo: O Manuscrito de Cambridge, número 12, está datado de 856 AD, mas Adolf Neubauer o localiza no décimo terceiro século AD. A data sugerida ao Petateuco de São Petersburgo é rejeitada por Neubauer, o qual alega ser impossível (Studia Biblica, III, 22). Provavelmente, o texto

BIBLIOLOGIA – MT 01 Jethro International Theological Seminary

25

Page 27: AS ESCRITURAS - MESTRE...entrar no mundo do Espírito se não perscrutar a Palavra de Deus. As três razões do porque a bíblia tem o poder de gera fé são: 1 – Porque ela é a

mossorético mais recente seja “Prophetarium Posteriorum Codex Bablyonicus Petropolitanus," datado de 916 AD; da bíblia de the São Petersburgo, escrita por Samuel bem Jacob.

4. Novo Testamento – Em geral, de acordo com uma das maiores autoridades no assunto, Dr. Wolfram Von Soden, o número de manuscritos do Novo Testamento em existência é de 2328. Dentre esses, somente 40 contém tudo ou parte de todos os livros do NT. No total, existem 1716 cópias dos Evangelhos, 531 cópias do livro de Atos dos Apóstolos, 628 cópias das Espístolas Paulinas e 219 cópias do Apocalípse. Toda esta abundância de cópias do Novo Testamento literalmente esmaga aqueles que tentam levantar qualquer tipo de supeita da veracidade do texto sagrado que temos em mãos hoje. Deus garantiu, através da severidade dos copistas do passado, que a bíblia sagrada fosse preservada com segurança total, para não dar ao diabo e seus críticos a menor brecha para desmerecer a validade da bíblia.

II. O DESTINO DAS ESCRITURAS

A bíblia sagrada passou por várias fases de sustentabilidade e, em cada uma dessas fases, ela foi severamente questionada e atacada por pessoas, governos, igrejas e instutuições em geral, porém nunca foi provada estar errada. Em cada fase da história da bíblia, Deus teve um povo que deu o melhor de sí para preservar a Palavra de Deus.

1. Tudo começou com Israel – isto já foi dito em outras lições mas, nunca será demais repetir, para que jamais nos esqueçamos do valor do povo de Israel. Os judeus foram os primeiros a protegerem o texto santo, porque foram eles quem o produziram na sua maioria. Muitos profetas, juízes, reis, sacerdotes, pessoas de diversas funções e níveis sociais, deram suas vidas no processo de gestação das Escrituras. Por muitos anos a nação de israel foi o único fio de ligação entre o céu e a terra.

2. Os Pais da Igreja – esse termo se refere aos influentes teólogos dos primeiros seis séculos da história da Igreja: mestres cristãos, bispos de igrejas ou de regiões, novos apóstolos, escritores apologetas etc. Esses homens exerceram um papel preponderante no destino da bíblia. Como vimos em outra lição, a bíblia, como conhecemos hoje, poderia ser bem diferente se alguns homens de Deus não tivessem lutado pelo canon correto. Hoje teríamos alguns livros heréticos entre os inspirados, se esses guerreiros do passado não tivessem lutado por aquilo que acreditavam, a ponto de, as vezes, morrerem pelo que criam.

3. Clemente, Inácio e Policarpo – esses três nomes abrem uma lista enorme de homens que se tornaram proeminentes na história da Igreja por aquilo que viveram, pregaram, ensinaram, defenderam, escreveram e morreram.

1. Clemente, de Roma, foi um grande incentivador da igreja que Paulo fundou em Corinto. Ele chegou a escrever uma epístola, I Clemente (96 AD, não inspirada). Sua carta é a mais antiga, fora dos escritos Neotestamentários.

2. Inácio, de Antioquia , defensor das Escrituras, foi o terceiro bispo de Antioquia da Síria no início do segundo século AD e um dos discípulos de João. Inácio escreveu várias cartas (não inspiradas) preservadas até hoje como example da teologia dos cristãos primitivos.

BIBLIOLOGIA – MT 01 Jethro International Theological Seminary

26

Page 28: AS ESCRITURAS - MESTRE...entrar no mundo do Espírito se não perscrutar a Palavra de Deus. As três razões do porque a bíblia tem o poder de gera fé são: 1 – Porque ela é a

3. Policarpo, de Esmirna, defensor das Escrituras, discípulo de João e bispo de Esmirma no segundo século AD. De acordo com Tertuliano e Jerônimo, o próprio apóstolo João o teria consagrado bispo de Esmirna. Este foi, portanto, um apaixonado defensor das Escrituras Sagrada no seu tempo.

III. AS PRINCIPAIS VERSÕES DA BÍBLIA

A Palavra de Deus já foi traduzida para quase todos os idiomas e dialétos do planeta terra. Basta entrar numa livraria respeitável em qualquer lugar do mundo e lá estará a Palavra de Deus, imponente e invencível, como sempre foi.

1. Septuaginta – não vamos investir muitas linhas neste ponto pelo fato de já termos estudado este assunto a contento. Mas, a Septuaginta é sem dúvidas a primeira tradução da bíblia (Velho Testamento).

2. Vetus Latina e Vulgata – Essas são as duas mais famosas traduções da bíblia para o Latin. A Vulgata, que é a versão feita por Jerônimo, alcançou proeminência entre os teólogos e tornou-se a versão oficial das Escrituras Sagradas em Latin, que era a lígua oficial do Império Romano.

3. A Bíblia de Wycliffe – a Inglaterra exerceu um papel primordial para que a bíblia chegasse às mãos de cada indivíduo do planeta terra. Até que a bíblia fosse traduzida para o Inglês, o número de pessoas alcançadas por ela ainda era pequeno, comparado com a população mundial, porque as línguas que a bíblia havia alcançado eram praticametnte quatro: Hebraico (inclui Aramaico), Grego, Cóptico (Egito) e Latin. A Bíblia de Wycliffe, traduzida do Latin por John Wycliffe em 1382, abriu um novo horizonte para a raça humana, e só o tempo nos faria entender isto. Esta bíblia é tão especial, não apenas por ser a primeira na língua mais universal da história da humanidade mas, também, por ter sido feita antes da invenção da imprensa 1455.

CONCLUSÃO

Deus é maravilhoso! Ele sabia que o Inglês se tornaria a porta da evangelização do mundo e que, ter a bíblia em inglês, era crucial para o Seu projeto de alcançar a humanidade. Sob influência da bíblia de Wycliffe, muitas outras surgiram. O Novo Testamento de Tyndale foi o primeiro a ser impresso, ao invés de escrito à mão. A primeira bíblia impressa inteira em inglês chama-se A Bíblia de Coverdale. A primeira versão do Novo Testamento em português, produzida por João Ferreira de Almeida, só foi publicada em 1681 (detalhes no próximo capítulo).

BIBLIOLOGIA – MT 01 Jethro International Theological Seminary

27

Page 29: AS ESCRITURAS - MESTRE...entrar no mundo do Espírito se não perscrutar a Palavra de Deus. As três razões do porque a bíblia tem o poder de gera fé são: 1 – Porque ela é a

Capítulo 9A BÍBLIA EM PORTUGUÊS

INTRODUÇÃO

Como já visto, a bíblia foi originalmente escrita em hebraico, aramaico e grego e, por isso, com a rápida mudança no cenário mundial, as Sagradas Escrituras rapidamente tornaram-se ilegível pela maioria, exceto pelos linguístas. A fé cristã e a bíblia se espalharam muito rápido por entre o Império Romano, entre o segundo e quarto séculos. A primeira necessidade era de se ter uma bíblia em Latin, a língua do Império, a qual foi suprida por Jerônimo ao produzir a Vulgata. Porém, com o fim do Império Romano, e o seu desmembramento entre pequenas nações indenpendentes, novas línguas surgiram derivadas do Latin, dentre elas: o Português.

I. ANTES DA TRADUÇÃO DA BÍBLIA PARA O PORTUGUÊS

N capítulo passada nós apenas começamos a falar sobre a moderna revolução linguística que se deu na Europa por ocasião do terceiro ao sexto séculos. Foi nesse período que surgiram as línguas que dominaram o mundo em todas as áreas: Inglês, Francês, Espanhol e Português. Os povo dessas líguas colonizaram o restante do mundo da época e influenciaram o que já esxistia.

1. O declínio do Império Romano – a partir do quinto século AD, o declínio do Império Romano causou uma profunda mudança no mundo conhecido até então. Roma manteve o mundo sob controle e “unificado” pelo poder do Imperio, pela língua oficial (Latin) e pela universalização da cultura, uma vez que Roma permitiu a expansão da língua e cultura gregas também. Portanto, quando o Império Romano começou a ruir, o mundo começou a mudar rápidamente. As migrações germânicas entre 378 AD e 600 AD fizeram emergir novas línguas. Uma das línguas que nascia naquela nova conjuntura era o Inglês que, embora consideravelmente diferente do inglês moderno, nascia para dominar o mundo. Ao morrer, o Latin também se desmembrou em, pelo menos, quatro novos idiomas: Italiano, Espanhol, Português e Françês. A Palavra de Deus estava diante de novos desafios.

2. O fenômeno saxônico – Esse fenômeno marcou a história da evolução das línguas. O antigo idioma saxônico gerou, pelo menos, dois idiomas poderosos: o Alemão e o Inglês. O inglês, particularmente, surgiu com as características ideais para ser a língua da comunicação internacional e dominar o mundo. Deus sabia que traduzir a bíblia para o Inglês tornava-se imperativo para que a Sua palavra pudesse alcançar os outros idiomas dominantes. No entanto, nós sabemos que todo movimento estratégico de Deus na história para favorecer o seu reino, produziu batalhas ferrenhas por causa da oposição de satanás, por temer o que aquele mover divino pudesse produzir. Quando os primeiros sinais de tradução da bíblia para o Inglês começou a surgir, satanás entrou em ação para tentar impedir.

3. A Inglaterra como divizor de águas – é dito que a evangelização da Grã-Bretanha foi iniciada por Agostinho de Canterbury em 596 AD. Em 709 AD Aldhelm de Sherborne traduziu a primeira porção das Escrituras (Salmos) para o Inglês Antigo. Bede, o venerável, um monge beneditino e teólogo do oitavo século, traduziu porções da bíblia para o Inglês Antigo até 735 AD, quando então morreu. O inglês evoluiu e em 1382 AD, John Wycliffe fez a primeira tradução da bíblia completa do Latin para o Inglês Médio. Porém, em 1408 AD uma lei proibiu a tradução da bíblia para o inglês comum sem a permição de um bispo. Em 1415 AD, 40 anos depois da morte de Wycliffe, sua bíblia foi queimada em praça pública juntamente com os seus ossos, por ter sido considerado um herege.

BIBLIOLOGIA – MT 01 Jethro International Theological Seminary

28

Page 30: AS ESCRITURAS - MESTRE...entrar no mundo do Espírito se não perscrutar a Palavra de Deus. As três razões do porque a bíblia tem o poder de gera fé são: 1 – Porque ela é a

4. A invenção da gráfica – em 1455 AD, por João Gutemberg, mudou o destino das traduções da bíblia sagrada. A bíblia sagrada foi o primeiro livro a ser impresso numa gráfica em toda a história. A bíblia de Gutemberg é uma versão impressa da Vulgata. William Tyndale foi o primeiro a traduzir para o inglês o Novo Testamento diretamente do grego em 1525 AD. As autoridades inglesas lhe negaram permissão para imprimí-lo na Inglaterra, o que o fez mudar-se para a Alemanha, onde a imprimia e contrabandeava de volta para a Inglaterra. Em 1535 AD ele lançu parte do Velho Testamento traduzido para o inglês diretamento do hebraico. Depois desse período muitas outras versões da bíblia surgiram em Inglês. Porém, não se pode deixar de falar do marco da tradução das Escruturas para o inglês, o qual é a versão do rei James (King James Version - 1611). No sétimo século, o rei James I convidou 54 dos melhores teólogos britânicos e lhes deu a terefa de fazerem uma versão oficial da bíblia em inglês, o que eles, com sucesso, realizam em 4 anos, terminando em 1611 AD. Eles usaram como fonte O Textus Receptus, A Bíblia dos Bispos e A bíblia de Tyndale para completarem uma das versões da bíbla mais respeitadas até o dia de hoje.

II. QUEM TRADUZIU A BÍBLIA PARA O PORTUGUÊS

João Ferreira de Almeida foi o homem a quem Deus confiou a tradução da bíblia sagrada para língua portuguesa. Nascido na Europa, ele foi inevitavelmente influenciado por toda esta história que vimos no capítulo acima.

1. Quem era João Ferreira de Almeida – não se sabe muito a respeito dele mas, sabe-se o sufuciente para admirá-lo como um homem de Deus de fibra e determinação, o qual colocou a Palavra de Deus acima de todos os seus ideais e planos e, literalmente, passou toda a sua vida traduzindo-a. Ele nasceu em Torres de Tavares, Portugal, em 1628 AD, e aos 16 anos de idade deu início ao seu projeto de tradução das Escrituras, quando morava numa colônia portuguesa na Malasia.

2. Um processo longo e sofrido – sem determinação e compromisso com o seu sonho, Almeida nunca teria concluído a sua missão. Almeida começou a traduzir o Novo Testamento aos 16 anos de idade usando o Textus Receptus e a bíblia em espanhol como referência. Ao concluir o seu trabalho, Almeida o eviou a Holanda para impressão. O NT de Almeida só foi impresso em 1681 AD devido a forte resitência da igreja católica. No entanto, alguns erros encontrados na primeira tradução lhe custaram outros 10 anos de espera para que o NT fosse finalmente publicado. Durante este período de espera, Almeida deu início a tradução do VT diretamente do hebraico, mas veio a falecer quando havia chegado em Ezequiel 48:21. Seu trabalho foi concluído pelo pastor holandês Jacobus Op Den Akker, o qual o publicou pela primeira vez em 1748 AD como “A Bíblia de Almeida.”

III. APÓS A TRADUÇÃO DE ALMEIDA

João Ferreira de Almeida foi um pioneiro e, como tal, abriu caminho para muitos outros edificarem sobre o seu fundamento. Muitos outros homens se levantaram com a missão de produzir novas versões da bíblia pra o português, influenciados pela iniciativa de Almeida.

1. A inquisição de João III – em 1536 o rei João III de Portugal instaurou a courte de inquisição para punir todos aqueles que fossem contra a igreja católica, os quais eram executados sem piedade. Ele fortaleceu relações com Roma ao introduzir a inquisição em Portugal, ao promover a adesão do clero português ao movimento da contra-reforma. Esta relação estreita com Roma deu a João III o poder de nomear quem ele quisesse para importante cargos religiosos: Ex. Seu irmãos Henry e Afonso foram promovidos a cardiais. E seu filho Duarte foi feito Arcebispo de Braga. Tudo isto intimidou aqueles que tinham a intenção de se involver na tradução da bíblia sagrada para o português, até que Almeida o

BIBLIOLOGIA – MT 01 Jethro International Theological Seminary

29

Page 31: AS ESCRITURAS - MESTRE...entrar no mundo do Espírito se não perscrutar a Palavra de Deus. As três razões do porque a bíblia tem o poder de gera fé são: 1 – Porque ela é a

fizesse, como ja vimos anteriormente. A medida em que o poder da inquisição foi se enfraquecendo, novos teólogos surgiram para lançar luz sobre o texto em português, o qual tinha Almeida como pioneiro.

2. Novas versões – Padre Antônio Pereira de Figueiredo, traduziu do Latin uma nova versão da bíblia em Português. Em 1790 AD sua obra foi publicada. Embora fosse menos precisa do que a versão de Almeida, ela ganhou reconhecimento por ter sido escrita em português moderno. Em 1898 AD, uma comissão de teólogos brasileiros editaram a tradução de Almeida para adequá-la ao português do Brasil e torná-la acessível ao povo em geral. Assim nascia a versão “Almeida Revista e Corrigida.” Em 1956 AD surgiu a “Almeida Revista e Atualizada.” Por fim, duas últimas versões da bíblia em português que vale a pena citar são: “A Versão dos Monges Beneditinos” e “A Versão dos Padres Capuchinhos,” respectivamente em 1959 and 1968.

CONCLUSÃO

Milhões de pessoas tem sido alcançadas somente na língua portuguesa ao longo dos anos por causa do esforço de um homem que ouviu o clamor do Espírito e dedicou a sua vida para ter a Palavra de Deus na sua própria língua: João Ferreira de Almeida. Qualquer um de nós que pode abrir um bíblia em português, independente da versão, e ler os pensamentos de Deus, devereia ser grato a Ele pela vida de Almeida. Além disso, nunca podemos ignorar o poder de um servo de Deus determindo a fazer a Sua vontade.

BIBLIOLOGIA – MT 01 Jethro International Theological Seminary

30

Page 32: AS ESCRITURAS - MESTRE...entrar no mundo do Espírito se não perscrutar a Palavra de Deus. As três razões do porque a bíblia tem o poder de gera fé são: 1 – Porque ela é a

Capítulo 10OS ROLOS DO MAR MORTO

INTRODUÇÃO

A algumas décadas a trás uma das maiores descobertas arqueológicas da história era apresentada ao mundo, trata-se de vários rolos de manuscritos encontrados na região do Mar Morto. O mundo estava em choque pela abundância de informação que esses manuscritos traziam. Na comunidade científica, entre alguns, nascia uma ponta de esperança de que alguma coisa nesses manuscritos viessem a expôr alguma deficiência da bíblia sagrada, para que tais pessoas pudessem dizer que a nossa fé era vã. Porém, o resultado desta descoberta revelou-se extremamente chocante para muitos. Vejamos o que tudo isto tem a ver com a bíblia sagrada.

I. O QUE SÃO OS ROLOS DO MAR MORTO

São rolos de manuscritos antigos descobertos na ragião desértica do Mar Morto contendo cópias de alguns livros da bíblia sagrada, inteiros ou em parte, e alguns outros textos de valor histórico. Esses manuscritos, por fim, se revelaram uma das mais impactantes descobertas arqueológicas da história da arqueologia. Eles trazem muitas informações que contribuem com a veracidade e com a integridade da Palavra de Deus.

1. Como se deu esta descoberta? – De uma forma totalmente casual. Segundo o Dr. Millar Burrows, professor de teologia bíblia da universidade de Yale nos EUA, dois beduínos, do clã taamires, estavam apascentando ovelhas na região noroeste do mar morto, próximo as ruínas de Qunram, quando uma delas se extraviou do rebanho. Um dos beduínos, Muhammad Adh-Dhib, ao sair a procura dessa ovelha, entrou dentro de uma caverna e, casualmente, se deparou com alguns vasos de barro envelhecidos, contendo vários pergaminhos antigos, em adiantado estado de decomposição. Sem saber do que se tratava, os recolheu e levou para alguns comerciantes, na esperança de que os pudesse vender. Nem ele, nem seu companheiro e nem mesmo os primeiros a verem o achado tinham a manor idéia de que estavam diante de uma descoberta que chocaria o mundo, e muito menos de que aquele achado era apenas a ponta do iceberg, porque depois se descobriria que outras 10 cavernas estariam repletas de vasos contendo outros manuscritos.

2. Tesouro em vasos de barro – “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro...” todos sabemos que estas palavras de Paulo em II Coríntios 4:7 se referem ao tesouro divino que nós, os crentes, trazemos dentro de nós. No entanto, esta expressão se encaixa perfeitamente neste contexto. Ao longo de 9 anos, cerca de 870 rolos de pergaminhos foram encontrados em 11 carvernas ao longo do litoral do mar morto, contendo vários livros da bíblia e vários outros lívros não canônicos. Esses rolos estão datados entre 200 BC e 68 AD e alguns deles estão profundamente decompostos, em milhares de fragmentos que vem sendo remontados, como um quebra-cabeça, ao longo desses 60 anos. Uma dos mais valiosos rolos da descoberta é o livros do profeta Isaías, o qual foi achado quase que intacto. Os rolos estão escrito em hebraico, aramaico e grego.

3. Os lívros canônicos – várias cópias de livros do canon foram encontrados nessas diversas cavernas: 39 de Salmos, 33 de Deuteronômio, 24 de Gênesis, 22 de Isaías, 18 de Êxodo, 17 de Levíticos, 11 de Números, 10 dos Profetas Menores, 8 de Daniel, 6 de Jeremias, 6 de Ezequiel, 6 de Jó e 4 de I e II Samuel. Embora muitos outros lívros não inspirados tenham sido achados também, não nos prenderemos a eles, porque o nosso objetivo aqui é mostrar a influência que esse achado tem sobre a confiabilidade da

BIBLIOLOGIA – MT 01 Jethro International Theological Seminary

31

Page 33: AS ESCRITURAS - MESTRE...entrar no mundo do Espírito se não perscrutar a Palavra de Deus. As três razões do porque a bíblia tem o poder de gera fé são: 1 – Porque ela é a

bíblia. Essas cópias, produzidas desde 200 BC pelos Essênios, com a intenção de preservar o texto sagrado, funcionaram como uma bomba entre os céticos do canon bíblico. Até esta descoberta, muitas suspeitas eram lançadas sobre a confiabilidade das traduções da bíblia, as quais, literalmente, se diluíram por sí só.

II. O VALOR DA DESCOBERTA

Imagine a maior descoberta arqueológica moderna chegando às suas mãos por pura “sorte.” Colocamos “sorte” entre aspas, porque nós sabemos que nada disso está fora do controle soberano de Deus. Esses rolos foram postos naquelas cavernas sob o gerenciamento de Deus para serem encontrados no tempo certo, para por fim a certos debates acerca da Sua Palavra. Aquele beduíno não tropeçou naquela caverna por pura sorte, Deus estava lá empurando-o para dentro da mesma, porque era chegada a hora. Agora veremos o valor desta descoberta para as Escrituras e para o mundo científico.

1. Textos quase completos – a maioria desses manuscritos era escrita em material orgânico: couro ou papiro portanto, é natural que se decomponham com o tempo. No entanto, embora alguns estivessem partidos em milhares de pedaços, outros estavam milagrosamente quase intactos. Um bom exemplo foram as 22 cópias do livro de Isaías que estavam em perfeito estado de conservação. É o manuscrito do Velho Testamento mais antigo naquele estado de conservação existente. Os livros de Isaías, por sí só, trouxeram benefícios incalculáveis para o canon, bem como para a fé cristã.

2. Fidelidade textual – quando você traduz um texto antigo muitas vezes, ao longo da história, você corre o risco de alterar o seu conteúdo, se os métodos de tradução não forem extremamente rigorosos. Baseados nesta premissa, críticos do canon alegavam que o texto contido na bíblia de hoje não tinha a mínima possibilidade de ser fiel aos originais. Bom, os Rolos do Mar Morto desmentiram esta tese! O livro de Isaías é 100% idêntico ao texto que nós temos hoje na nossa bíblia em português. As variações encontradas na Torá (o Pentateuco), são tão minúsculas que os manuscritos foram considerados idênticos ao texto que conhecemos hoje. Os rolos do mar morto provam, sem sombra de dúvida, que o texto sagrado foi preservado com 100 % de confiabilidade.

3. Profecias Messiânicas – outra bomba, dessa vez no meio judáico, foi a confirmação da integridade de profecias messiânicas com por exemplo, Isaías 7:14 “Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel.” Os judeus anti-messiânicos alegavam uma alteração etimológica na palavra hebraica “almâh,” aqui traduzida como “virgem,” com a finalidade de dar a Jesus o estatus de Messias. Bem, O texto de Isaías encontrado no Mar Morto diz exatamente isto, com 100% de acerto. Os rolos de Isaías são, pelo menos, mil anos mais velhos do que os manuscritos existentes até então.

III. O QUE OS ROLOS DO MAR MORTO PROVAM

O povo de Deus não vive por vista mas, sim, por fé. Nenhum de Nós precisa de uma descoberta arqueológica para afirmar que a bíblia é 100% a Palavra de Deus. Porque nenhuma descoberta arqueológica pode ser mais forte do que a transformação que esta Palavra realizou nas nossas vidas. Todos nós somos a evidência viva do poder e da autenticidade da bíblia! Porém, Deus não reservou esse tipo de surpresa para o tempo do fim por acaso. Deus sabia que este era o meio mais eficiente de se comunicar com o mundo incrédulo: as evidências.

1. As histórias bíblicas são verídicas – foram encontradas nesses rolos estórias bíblicas escritas paralelamente ao texto canônico. Um rolo, encontrado na caverna 11, chamado de “O Rolo do Templo,” o

BIBLIOLOGIA – MT 01 Jethro International Theological Seminary

32

Page 34: AS ESCRITURAS - MESTRE...entrar no mundo do Espírito se não perscrutar a Palavra de Deus. As três razões do porque a bíblia tem o poder de gera fé são: 1 – Porque ela é a

maior de todos os rolos encontrados, com 8.148 metros de comprimento, conta com detalhes a história de Abraão levando Isaque, seu filho, para o sacrifício (Gn 26), e dá as razões do porque Abraão o teria feito.

2. A Septuaginta é confiável – esse achado também pôs fim a um debate medieval: seria a LXX uma tradução confiável? Os rolos do Mar Morto provam que sim. Foram encontradas algumas pequenas variações entre o texto da LXX, o Texto Massorético e os Rolos do Mar Morto. Porém, essas variações mostraram-se tão insignificantes que não dá para considerá-las como discrepâncias preocupantes. Um certo percentual de pequenos erros gramaticais, ou mesmo de ortografia, são perfeitamente aceitáveis em textos transcritos sucessivamente ao longo da história, 100 % à mão. Hoje, quando escrevemos qualquer texto num computador, o próprio programa de texto usado faz as devidas correções. Aqui estamos falando de milhares de manuscritos que foram sendo copiados à mão, sem nenhuma ajuda tecnológica senão, a concentração humana, ao longo dos séculos.

CONCLUSÃO

Ao contrário do que os críticos esperam, cada descoberta arqueológica prova que a bíblia sagrada é 100% o que diz ser: a inspirada Palavra de Deus. Neste capítulo nós vimos como a descoberta de manuscritos antigos lançaram luz sobre a confiabilidade dos texto sagrado. Além da nossa fé, que já seria suficiente, nós ainda temos evidências de sobra de que estamos servindo ao Deus verdadeiro através da sua Palavra 100% autêntica.

BIBLIOLOGIA – MT 01 Jethro International Theological Seminary

33

Page 35: AS ESCRITURAS - MESTRE...entrar no mundo do Espírito se não perscrutar a Palavra de Deus. As três razões do porque a bíblia tem o poder de gera fé são: 1 – Porque ela é a

Capítulo 11REVELAÇÃO E ILUMINAÇÃO

INTRODUÇÃO

No capítulo 4 nós falamos de um assunto inerente às Escrituras: a inspiração. Agora falaremos de dois tópicos muito importantes, até mesmo para nos ajudar a entender a singularidade da própria inspiração:

1. Revelação,

2. Iluminação.

Tanto a revelação como a iluminação estão relacionadas à bíblia porém, de uma forma diferente da inspiração. Veremos isto com detalhes a seguir.

DEFINIÇÃO:

Revelação: Deus manifestando-se a Sí mesmo à pessoas em particular em momentos e lugares definidos, capacitando tais pessoas a entrarem num relacionamento redentivo com Ele.Inspiration: O processo pelo qual Deus guiou os escritores da bíblia de maneira que eles pudessem escrever a Sua Palavra sem erro, mantendo o estilo pessoal de cada escritor.Iluminação: A obra do Espírito Santo de Deus em nos ajudar a nos apropriarmos da verdade das Escriturtas, as quais Deus tem revelado.

I - O QUE É REVELAÇÃO

É a comunicação natural e sobrenatural da verdade divina apresentada ao homem (Dt 29:29), sem a qual ele nunca conheceria a Deus, revelado de forma plena nas Escrituras (Velho e Novo Testamentos), o ponto central da Revelação (Sl 138:2).

1. O princípio da revelação - Dt 29:29 "As coisa encobertas são para o Senhor, nosso Deus; porém as reveladas são para nós e nossos filhos, para sempre, para cumprimos todas as palavras da lei." O princípio da revelação é muito simples: existem coisas que nós precisamos saber sobre Deus e Seu plano remidor e nós nunca saberíamos sem revelação. A revelação não é outra coisa senão o amor de Deus em ação. Ele se revela porque não quer que Suas criaturas sigam vivendo sem conhecer o extraordinário estilo de vida que Ele tem para compartilhar com elas.

2. Revelação natural - Deus revelou-se a Sí mesmo de duas formas: A primeira é conhecida como "Revelação Natural." A palavra “natural” diz respeito a natureza portanto, a primeira forma como Deus Se auto revelou foi através da natureza ou da sua Criação. Como ainda não podemos ver a Deus, para aprendermos dEle temos que vê-lO indiretamente através daquilo que Ele criou. por exemplo: Sendo uma criatura de Deus, eu posso certamente aprender algo sobre Ele olhando para mim mesmo. Semelhantemente eu posso aprender de Deus através da natureza e de

BIBLIOLOGIA – MT 01 Jethro International Theological Seminary

34

Page 36: AS ESCRITURAS - MESTRE...entrar no mundo do Espírito se não perscrutar a Palavra de Deus. As três razões do porque a bíblia tem o poder de gera fé são: 1 – Porque ela é a

todo o universo. Podemos ver que o universo está em perfeita ordem e nada se mostra caótico e isto nos ensina a respeito do caráter de Deus: Ele é ordeiro e não gosta do cáos.

3. Revelação especial - A segunda forma de Deus se revelar é chamada de "Revelação Especial" Isto inclui comunicação verbal direta, como a que Adão e Eva usufruiram antes da queda, profecias, assessoria angelical, como muitas vezes ocorreu no Velho Testamento e no Novo Testamento, a encarnação divina através de Jesus o Cristo e, finalmente, a bíblia. A maior parte do que sabemos sobre Deus vem da Sua Palavra: a bíblia sagrada. Ela nos fala sobre Deus aquilo que a Revelação Natural não diz: quem Ele é, o que Ele tem feito e como Ele interage com os seres humanos. Embora possamos a saber da existência de Deus através da Revelação Natural, somente através da Revelação Especial é que podemos, no entanto, sermos salvos.

II - O QUE É ILUMINAÇÃO

Iluminação refere-se ao mover de Deus na vida dos santos, para os tornar capazes de crer, entender e ensinar a sua Palavra: a bíblia. Isto não pode, de forma nenhuma, ser confundido com o Espírito Santo dando nova revelação fora do que já está revelado na bíblia. Com a iluminação, na verdade, o Espírito aplica em nossas vidas as verdades já contidas na revelação inspirada, o canon sagrado. 1. Um privilégio especial - Enquanto iluminação depende de uma revelação já existente, precisamos aprender a diferenciar uma da outra. Nenhum de nós pode ter a expectativa de ter a Revelação Especial de Deus dada diretamente a nós. No entanto, hoje nós temos o privilégio de olhar a revelação final de Deus ao homem na bíblia e ter a certeza de que o Espirito a iluminará em nossos corações. Muitos, ao longo da história, confundiram isto. Muitas heresias surgiram no caminho da Igreja porque alguns, depois de entendenrem uma certa verdade da Palavra passaram a acreditar que Deus falara diretamentre com eles em forma de revelação inspirada. Na verdade o que acontece hoje é que Deus ilumina os nossos corações (entendimento) para entendermos a verdade já previamente revelada na bíblia. A única revelação possível hoje ao servo de Deus é aquela que o Espírito Santo lhe trará ao conhecimento, por aquilo que já está escondido nas Escrituras.

2. Exemplos nas Escrituras - nós vemos muitos exemplos de iluminação divina na própria bíblia. Davi, ao escrever o salmo 119:34, pediu ao Senhor: “Dá-me entendimento, para que eu guarde a tua lei, e a observe de todo o meu coração.” Em Lucas 24:45, quando Jesus apareceu aos Seus discípulos, depois da sua ressurreição, o texto diz que Ele “Então lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras.” Após acender ao céu, Jesus enviou o Espírito da verdade para ser o nosso guia e iluminar as Escrituras para nós. 3. O exemplo de Paulo - A Paulo foi confiada a tarefa de explicar a sã doutrina, para que os crentes pudessem entendê-la. Não dá para imaginar o Novo Testamento sem as 13 cartas do apóstolo Paulo. Sendo assim, ele se refere à iluminação varias vezes, normalmente preocupado com os seus leitores. Acredito que o melhor exemplo disso está em Ef 1:17-18 onde lemos: “…não cesso de dar graças por vós, lembrando-me de vós nas minhas orações, para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê o espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele…” Além disso, temos a clássica declaração que ele fez em Romanos 12:2 "...mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que podeis experimentar qual

BIBLIOLOGIA – MT 01 Jethro International Theological Seminary

35

Page 37: AS ESCRITURAS - MESTRE...entrar no mundo do Espírito se não perscrutar a Palavra de Deus. As três razões do porque a bíblia tem o poder de gera fé são: 1 – Porque ela é a

seja a boa, agradavel e perfeita vontade de Deus." Ainda hoje continuamos a experimentar o privilégio de ter o Espírito Santo trabalhando em nós para nos trazer o entendimento das Escrituras.

III - A IMPORTÂNCIA DA ILUMINAÇÃO PARA A IGREJA

A Igreja não saberia subsistir em meio a tanta confusão, perseguição e heresias sem a iluminação do Espírito Santo de Deus. É Ele, com a Suas alertas sempre presentes e bem vindas, Quem nos mantém nos trilhos da sã doutrina, para não sermos enganados com o mundo.

1. Um divisor de águas - Illuminação é o que separa um salvo de um não convertido quando ambos lêem a bíblia. Uma pessoa não convertida, ao ler a bíblia, pode vê-la apenas como mais um livro meremente religioso ou histórico. Seria, mais ou menos como nós leríamos o alcorão, por exemplo. Porém, quando uma pessoa nascida de novo lê a bíblia, o Espírito abre os seus olhos para que ela veja a infalível Palavra de Deus. Mais importante ainda é que Ele ajuda a pessoa a aplicar as grandes verdades da bíblia em sua vida. O próprio Espírito produz mudança através do entendimento que Ele também produziu no coração da pessoa. Sendo assim, ser um cristão genuíno é um pré-requisito para experimentar a iluminação do Espírito Santo. Vale a pena salientar que o Espírito Santo pode sim abrir o entendimento de não crentes para a salvação, quando esses lêem a bíblia.

2. Atentos ao perigo - graças à obra do Espírito em guiar os santos "em toda a verdade" (Jo 16:13), a Igreja do Senhor Jesus está sempre alerta para detectar os impostores, enganadores, falsos profetas, falsos mestres e, até, os falsos cristos que a Palavra diz que surgiriam no tempo do fim. É extamento através da iluminação da palavra que esta alerta acontece. Todas as vezes que um perigo ronda a Igreja do Senhor, o Espírito trás ao entendimento de alguém uma verdade bíblica que servirá de antídoto contra aquele perigo. Iluminação é uma das formas do Espírito guardar a Igreja.

CONCLUSÃO

A conclusão desta lição é que deveríamos estudar ainda mais a Palavra de Deus, porque o Espírito Santo não poderá iluminar o que não conhecemos. Como a nossa revelação vem toda de dentro das Escrituras, precisamos ser mais íntimos dela para que o nosso entendimento seja iluminado para o nosso próprio bem.

BIBLIOLOGIA – MT 01 Jethro International Theological Seminary

36

Page 38: AS ESCRITURAS - MESTRE...entrar no mundo do Espírito se não perscrutar a Palavra de Deus. As três razões do porque a bíblia tem o poder de gera fé são: 1 – Porque ela é a

Capítulo 12 A CONFIABILIDADE DA BÍBLIA

INTRODUÇÃO

Eu acho impressionante como que algumas pessoas ainda questionam a confiabilidade da bíblia, como se ela fosse um livro qualquer. É necessário muita ignorância para não se perceber a abundância de provas que testificam que a bíblia é a inerrante Palavra de Deus. Neste capítulo daremos provas suficientes de que não há nenhuma razão para se duvidar da magnífica Palavra de Deus.

I – A BÍBLIA E A CIÊNCIA

Os cientistas, ao longo da história, sempre buscaram, de alguma forma, desacreditar a bíblia por causa de uma ou outra teoria científica. Muitos morreram tentando provar supostos “erros” bíblicos, e nunca conseguiram. O fato incontextável é que existem na bíblia vários textos de conteúdo científico, os quais foram escritos por homens comuns a milhares de anos atrás, e com grande precisão, antes daquilo ser provado pela ciência. Esse tipo de informação nos ajuda a desenvolver argumentos mais apologéticos a respeito da cofiabilidade da bíblia. Vejamos o que as Escrituras falam sobre:

1. Paleontologia – Os Dinosauros são referidos em alguns livros da bíblia. O livro de Jó descreve dois dinossauros: um aparece no cap 40:15-24 e o outro no cap 41 verso 1 em diante. Jó - que é crido ser o livro mais antigo da bíblia, e um dos mais antigos da história - registra a aparição de animais pré-históricos, os quais os cientistas querem nos fazer crer que só existiram milhões de anos atrás. Como é possivel então que Jó os conhecesse?

2. Astronomia – A Bíblia frequentemente se refere ao grande número de estrelas no céu. Ex: Gn 22:17 e Jr 33:22, já nos dando a entender que esse número era incontável. Ela fala também da singularidade de cada estrela em 2 Co 15:51 e revela em Jó 26:7 informações que só seriam verificadas pela ciência milhares de anos depois. Quando ainda a ciência estava se debatendo com questões primitivas, como por exemplo, se a terra era um disco ou um globo; escritores da bíblia já tratavam de assuntos complexos, como por exemplo a difenrença em nível de luz das estrelas. Isaías nos deu uma informação sobre o tecido do universo, o qual só seria descoberto por Albert Eintein, milhares de anos depois, como sendo o segredo de como a gravidade opera no vácuo: “é ele o que estende os céus como cortina, e o desenrola como tenda para nela habitar” (Is 40:22).

3. Metereologia – Jó 28:25 nos revelou milhares de anos antes da ciência que o vento tinha peso, que havia leis atmosféricas que regulam a chuva e os relâmpagos, e como as núvens de chuva se comportam. Salomão já sabia como o vento opera “O vento vai para o sul, e faz o seu giro vai para o norte; volve-se e revolve-se na sua carreira, e retoma os seus circuitos” (Ec 1:6).

4. Biologia – Moisés ja sabia 1400 anos antes de Cristo o valor que o sangue tem para a vida “Porque a vida da carne está no sangue;” (Lv 17:11). O sangue conduz água e nutrientes para cada célula, mantém a temperature do corpo e remove o material descartado pelas células do corpo. Em 1616, William Harvey “descobriu” que a circulação sanguínea é o fator chave para a

BIBLIOLOGIA – MT 01 Jethro International Theological Seminary

37

Page 39: AS ESCRITURAS - MESTRE...entrar no mundo do Espírito se não perscrutar a Palavra de Deus. As três razões do porque a bíblia tem o poder de gera fé são: 1 – Porque ela é a

vida física. A aula de biologia que Moisés dá em Gn 1:11, 12, 21, 25 levaria tempo para ser organizada didaticamente pela ciência.

5. Geologia – por fim, a Bíblia ja havia dito que a terra era um globo antes da ciência comprovar isto: Is 40:22 “E ele o que está assentado sobre o círculo da terra, cujos moradores são para ele como gafanhotos...” Jó esbanja conhecimento sobre os terremotos, como eles se comportam e a existência das placas tectônicas, quando nem se sonhava que isto existisse “o que remove a terra do seu lugar, e as suas colunas estremessem” Jó 9:6. A palavra “colunas” vem do hebraico “ammûd” que significa plataforma (placa).

II – AS PREDIÇÕES DAS ESCRITURAS

Outra coisa que depõe a favor da confiabilidade total da bíblia são as suas previsões ao longo da história. Escritores e personagens da bíblia predisseram acontecimentos com tanta precisão que eles nunca poderiam ter acontecido por acaso, ou sorte. A maioria desses acontecimentos são facilmente provados históricamente por literaturas seculares paralelas ao texto sagrado.

1. Noé predisse o dilúvio – 120 anos antes dele acontecer. Embora não tenhamos um texto com Noé profetizando a vinda do dilúvio para os outros, temos ele fazendo a predição com as suas atitudes, ao construir a arca para a sua família Gn 6:13-17). O dilúvio é um fato histórico e já provado pela arqueologia.

2. José predisse a fome no Egito – outro fato também histórico, registrado por outras fontes paralelas à bíblia foi a crise que se abateu sobre a terra no tempo de Jacó e José. Com muita antencedência, José predisse que a crise chegaria sobre a terra e deu orientaçõe administrativas bem claras para o Egito não sofrer como o restante da região. Deus honrou a profecia de José e o tornou governador da terra do Egito (Gn 41:25-38). José també predisse o êxodo do povo de Israel do Egito com grande antecedência (Gn 50:24).

3. Jeremias predisse Ciro – Jeremias predisse o nascimento de Ciro, rei da Persia, com cerca de 100 anos de antecedência e adicionou o fato de que ele seria o libertador de Judá do cativeiro babilônico. Ele deu o nome de Ciro e descreveu o seu perfiu temente a Deus (II Cr 36:22). Jeremias também previu a destruição de jerusalém e do templo de Salomão com detalhes (Jr 21).

4. As predições de Daniel – Daniel deu um verdadeiro show de predições extremamente precisas. Ele viu com detalhes a queda da Babilônia diante do poder Persa. Ele viu a sucessão dos reinos da Babilônia até ao Romano com detalhes, incluindo os seus tipos (Dn 2:37-45). Daniel não apenas viu a ascensão de Alexandre, o grande, como também descreveu como ele encerraria o seu reino, tudo isto antes dele nascer (Dn 8:5-27). Nesta predição está incluído a subdivisão do Império Macedônico em quatro partes distintas: Cassandro, Lisímaco, Selêuco e Ptolomeu. Tudo isto foi predito com riqueza de detalhes.

5. Zacarias predisse as 30 moedas de prata – uma das predições mais impressionantes da bíblia foi feita pelo profeta Zacarias. Ele não se contentou em dizer que o Messias seria vendido, numa trama de traição, mas disse o preço da traição: 30 moedas de prata (Zc 11:12, 13; Mt 26:15). Segundo Mateus, Jeremias teria feito a mesma predição. No caso de Zacarias, no versículo 13, ele cita algo curioso: “E tomei as trinta moedas de prata, e as arrojei ao oleiro na casa do

BIBLIOLOGIA – MT 01 Jethro International Theological Seminary

38

Page 40: AS ESCRITURAS - MESTRE...entrar no mundo do Espírito se não perscrutar a Palavra de Deus. As três razões do porque a bíblia tem o poder de gera fé são: 1 – Porque ela é a

Senhor.” Judas Iscariotes se enforcou exatamento no lugar onde os oleiros lançavam seus vasos quebrados (chamado de vale do oleiro).

6. As predições de João – João, provalvelmente, tenha feito as predições mais impactantes de toda a bíblia para o tempo do fim. Embora grande parte do que João disse ainda esteja para se cumprir, já podemos ver a precisão de algumas das suas predições.

1 - João previu a televisão via satélite – na sua profecia sobre as duas testemunhas que surgirão na Grande Tribulação João afirma algo impossível de acontecer sem a invenção da transmissão via satélite. Ele disse que os corpos das duas testemunhas serão vistos por “Homens de vários povos, e tribos e línguas, e nações” por três dias e meio (Ap 11:9). Somente a televisão pode unifcar povos, línguas e nações em apenas 3 dias e meio. 2 – João predisse um governo mundial – hoje é comum para todos nós ouvir falar sobre a “Nova Ordem Mundial” e nem nos tocamos para o fato que João disse que isto aconteceira no tempo do fim (Ap 13). 3 – João predisse tecnologias modernas – quando João disse que o anticristo controlará o mercado mundial, marcando a todos os habitantes da terra (os que perderem o arrebatamento da Igreja) ele estava profetizando o cumputador, sem o qual esta profecia seria impossível de se cumprir (Ap 13:16, 17). 4 – João previu o helicóptero – o helicóptero se encaixa perfeitamente nesta predição de João para o tempo do fim. Ele fala de um gafanhoto com características muito estranhas e anormais. Ele viu o abjeto, mas tinha que descrevê-lo com os recursos da sua época (Ap 9:7-10).

CONCLUSÃO

A abundância de provas da confiabilidade da bíblia é avassaladora. Não estamos falando de um ou outro acontecimento isolado mas, sim, de centenas de previões e profecias com riquezas de detalhes, feitas, as vezes, com milhares de anos de antecedência. Somente um texto cem por cento inspirado por Deus poderia conter tanta informação confiável com tanta antecedência. Isto prova que os autores da bíblia realmente escreviam sob a influência do Espírito Santo, sem o Qual, essas predições seriam impossíveis.

BIBLIOLOGIA – MT 01 Jethro International Theological Seminary

39

Page 41: AS ESCRITURAS - MESTRE...entrar no mundo do Espírito se não perscrutar a Palavra de Deus. As três razões do porque a bíblia tem o poder de gera fé são: 1 – Porque ela é a

Capítulo 13A BÍBLIA E CRISTO

INTRODUÇÃO

Ao chegarmos ao fim deste curso de bibliologia do seminário Jetro Internacional, não creio que deveríamos falar sobre qualquer outro assunto, se não Cristo, como o centro das Escrituras Sagradas. Só existe uma única razão para os cerca de 40 autores da bíblia tê-la escrito: revelar Jesus Cristo à raça humana. Eles fizeram um excelente trabalho, até mesmo porque foram cem por cento dirigidos pelo Espírito Santo. Jesus está por toda a bíblia, de forma escrita, velada, tipificada, teofanizada e, finalmente, encarnada. Este capítulo nos levará mais uma vez ao conhecimento da revelação do Filho de Deus.

I – CRISTO É A FIGURA CENTRAL DA BÍBLIA

Não há nenhum exagero em dizer que a bíblia sagrada gira em torno de Cristo. O esforço desesperado do diabo em negar a Cristo tem uma razão muito simples: se fosse possível retirar jesus Cristo da bíblia, não haveria mais bíblia! Portanto, a Palavra de Deus é a revelação do Filho de Deus, porque, como disse João, Ele é a própria Palavra encarnada para dar vida aos homens.

1. A bíblia diz que Jesus é pré-existente – “Mas tu, Belém Efrata, posto que pequena para estar entre os milhares de Judá, de ti é que me sairá aquele que há de reinar em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade” (Mq 5:2). A primeira característica de Jesus que o torna único é a sua pré-existência. Ele apenas encarnou através de Maria, mas ele já existia desde a eternidade. Ele é o filho de Deus (Jo 1:1; 1:14; 8:58; Ef 1:3-5; Ap 1:18).

2. A bíblia diz que Jesus é o Filho de Deus – “e eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3:17). Jesus é o unigênito Filho de Deus Pai, que se entregou por todos nós para ser o primogênito dentre muitos. Ele não é um anjo de alta patente, como alguns querem sugerir. Ele não é a maior das criações de Deus, como outros querem sugerir. Ele é o Filho do Deus Vivo, o qual coexiste com a mesma substância da natureza de Deus (Sl 2:7; Pr 30:4; Lc 1:32; Rm 1:4).

3. A bíblia diz que Jesus foi ungido com o Espírito Santo de Deus – “E repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o espírito de sabedoria e de entendimento, o espírito de conselho e de fortaleza, o espírito de conhecimento e de temor do Senhor” (Is 11:2). Se houve alguém que usufruiu da plenitude do Espirito Santo, esse alguém foi Jesus. Quando o Espírito desceu sobre Ele, houve uma fusão ainda mais intensa da sua nova natureza humana e a sua natureza divina eterna (Is 61:1; Sl 45:7,8; Mt 3:16; Jo 3:34; At 10:38).

4. A bíblia diz que Jesus é Deus! – “Eu e o Pai somos um” (Jo 10:30). Certamente esta foi a declaração mais impactante da história da existência humana. Um homem que afirmou ser um com Deus Pai. Esta declaração, inclusive, desencadeou o ódio sacrifical dos judeus contra Jesus. Mas, Ele não estava dizendo nada além da vedade: Jesus é de fato Deus! Ninguém diria algo assim e passaria pela história impune, se fosse um impostor. Jesus provou com palavras, profecias e obras que Ele é Quem disse ser (At 7:55; 9:17; Rm 5:1; I Co 1:2; Ef 6:24).

BIBLIOLOGIA – MT 01 Jethro International Theological Seminary

40

Page 42: AS ESCRITURAS - MESTRE...entrar no mundo do Espírito se não perscrutar a Palavra de Deus. As três razões do porque a bíblia tem o poder de gera fé são: 1 – Porque ela é a

II – CRISTO E AS PROFECIAS

As profecias que apontam para Jesus são tantas que seria simplesmesnte impossível transcrevê-las aqui neste estudo. O que vamos fazer é selecionar as mais contundentes para darmos ao leitor uma idéia da profundidade da revelação desse Homem que mudou a história da humanidade, incluindo o calendário. Diferentemente do ponto anterior, aqui queremos apresentar as profecias do Velho Testamento, com as referências ao cumprimento delas no Novo Testamento.

1. Profecias Vétero-testamentárias –

Sl 2:7, Ele seria Filho de Deus (Lc 1:32-35). Gn 3:15, Ele seria a semente da mulher (Gl 4:4). Gn 17:7 22:18, Ele viria da semente de Abraão (Gl 3:16). Sl 132:11 Jr 23:5, Ele seria da linhagem de Davi (At 13:23; Rm 1:3). Gn 49:10 Dn 9:24,25, Sua vinda seria num tempo pré-determinado (Lc 2:1 e 6). Is 7:14, Ele nasceira de uma virgem (Lc 1:26,27). Is 7:14, Ele seria chamado Emanuel, Deus conosco (Mt 3:22,23). Mq 5:2, Ele nasceria em Belém da Judéia (Lc 2:4-6). Sl 72:10, Os grandes viriam adorá-lO (Mt 2:1-11; Lc 2:4-4). Jr 31:15, Crianças seriam mortas em Belém (Mt 2:16-18). Os 11:1, Ele seria chamado de volta do Egito (Mt 2:15). Is 40:3; Mal 3:1, Ele seria precedido por um precursor (Mt 3:1-3; Lc 1:17). Sl 45:7; Is 11:2; 61:1, Ele seria ungido com o Espírito Santo (Mt 3:16; Jo 3:34). Sl 110:4, Ele seria sacerdote segundo a ordem de Melquesedeque (Hb 5:5,6). Is 9:1,2, Seu ministério começaria na Galiléia (Mt 4:12-16,23). Is 35:5,6, Ele operaria milagres gloriosos (Mt 11:4-6; Jo 11:47). Sl 69:8; Is 63:3, Ele seria rejeitado pelos seus irmãos (Jo 1:11; 7:3). Sl 118:22, Ele seria rejeitado pelos líderes dos Judeus (Mt 21:42; Jo 7:48). Sl 41:9; 55:12-14, Ele seria traído por um amigo (Jo 13:18-21). Zc 13:7, Seus discípulos o abandonariam (Mt 26:31-56). Zc 11:12, Ele seria vendido por trinta moedas de prata (Mt 26:15). Sl 22:14-18, Seu sofrimento seria muito intenso (Lc 22:42-44). Sl 22:1, Ele sentiria o abandono divino (Mt 27:46). Sl 69:21, A Ele seria dado vinagre para beber (Mt 27:34). Is 53:12, Ele morreria pelos homens (Mt 27:50). Is 53:9, Ele seria sepultado entre os ricos (Mt 27:57-60). Sl 16:10; Is 26:19, Ele ressucitaria dos mortos (Lc 24:6, 31, 34). Sl 68:18, Ele seria assunto aos céus (Lc 24:51; At 1:9). Sl 110:1, Ele se assentaria à direita de Deus nas alturas (Hb 1:3).

2. Apenas um sinal – como ja dissemos, é fisicamente impossível registrar todas as profecias que Jesus já cumpriu com riqueza de precisão, num curso de bibliologia. Além dessas profecias citadas aqui, Jesus ainda cumpriu muitas outras, trazendo o número das profecias cumpridas para cerca de 400 profecias. Como um tributo ao nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, nós relacionamos esta sequência lógica que começa com a sua eternidade, passando pelo seu nascimento, seu sofrimento, sua morte e terminando com o seu lugar à direita de Deus Pai ocupado por Ele. Tudo isto é apenas um sinal de que Jesus é especial, singular, sobrematural e poderoso.

BIBLIOLOGIA – MT 01 Jethro International Theological Seminary

41

Page 43: AS ESCRITURAS - MESTRE...entrar no mundo do Espírito se não perscrutar a Palavra de Deus. As três razões do porque a bíblia tem o poder de gera fé são: 1 – Porque ela é a

III – O NOVO TESTAMENTO E CRISTO

O Novo Testamento é a conclusão da bíblia sagrada e, portanto, a mais completa revelação de Jesus Cristo disponível ao homem. É no Novo Testamento que Ele se manifesta de forma aberta e inteligível, sem tipologia, sem simbolismos e sem sombras. Embora Ele tenha se comunicado através da parábolas, Jesus, no Novo Testamento, é a coisa real: Deus manisfestado em carne para revelar o seu infinito amor pelos homens. Todos os escritores do Novo Testamento pagaram tributo a Jesus, como Rei do reis e Senhor dos senhores.

1. Mateus – O reconheceu como filho de Davi e filho de Abraão: “Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão” (Mt 1:1); 2. Marcos – O chamou de Filho de Deus: “Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus” (Mc 1:1); 3. Lucas – reconheceu o nascimento virginal de Jesus: “Eis que conceberás e darás à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus” (Lc 1:31);4. João – no seu evangelho, registrou a pré-existência de Jesus: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (Jo 1:1); 5. Paulo – disse que Jesus está vivo e voltará: “E o próprio Deus de paz vos santifique completamente; e o vosso espírito, e alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (I Ts 5:23); 6. Hebreus – diz que Jesus foi coroado de glória e que Ele é o Sumo Sacerdote que atende diante de Deus: “vemos, porém, aquele que foi feito um pouco menor que os anjos, Jesus, coroado de glória e honra,” (Hb 2:9) “Porque dele assim se testifica: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque” (Hb 7:17); 7. Tiago – chama Jesus de Senhor: “Tiago, servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo” (Tg 1:1); 8. Pedro – disse que a ressurreição de Jesus nos dá esperança: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos” (I Pe 1:3); 9. Judas – disse que Jesus é soberano: “Porque se introduziram furtivamente certos homens, que já desde há muito estavam destinados para este juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de nosso Deus, e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo” (Jd 1:4); 10. João – no Apocalipse, disse que Jesus é Rei dos reis e Senhor dos Senhores: “Estes combaterão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, porque é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão também os que estão com ele, os chamados, e eleitos, e fiéis” (Ap 17:14).

CONCLUSÃO

Bibliologia é uma matéria muito entusiasmante, porque ela nos põe em contato com a verdade a respeito da bíblia sagrada. Se existe um livro que não teme o escrutínio de ninguém, esse livro é a bíblia. Estudá-la e pesquisá-la com um coração puro e desarmado porá o homem em contato direto com o seu Autor-mor: o próprio Deus. O grande segredo da bibliologia é que ela não existe como um fim em si mesma. Nós não estudamos esta matéria somente para confirmarmos que a bíblia é autêntica. O objetivo final é confirmar que Jesus é, de fato, a única esperança para a raça human caída, porque, ao atacar a credibilidade a bíblia, o diabo está, na verdade, tentanto desmerecer a Cristo. Sendo assim, Jesus não é apenas o centro da bíblia, Ele é também o centro da vida, porque “sem Ele nada do que foi feito se fez” (Jo 1:3). A Igreja tem o privilégio de representar o Senhor Jesus Cristo, sendo o seu corpo na terra. Enquanto Israel dorme, a Igreja batalha, guerreia, para que o mundo conheça o Seu amor, e o preço incomum que Ele pagou na cruz pelos nossos pecados. Louvamos a Deus por esse privilégio, e que o amado Espírito Santo nos ajude a cumprir com a nossa nobre missão. Amem!

BIBLIOLOGIA – MT 01 Jethro International Theological Seminary

42

Page 44: AS ESCRITURAS - MESTRE...entrar no mundo do Espírito se não perscrutar a Palavra de Deus. As três razões do porque a bíblia tem o poder de gera fé são: 1 – Porque ela é a

BIOGRAFIA DO AUTOR

Jefferson Netto, nascido em 9 de outubro de 1964, está no ministério desde março de 1980. Ele mora nos EUA desde 2001, pastoreia a Igreja do avivamento Pleno em Chelsea, MA, e é o fundador do ministério Jetro International. Pastor Jefferson é casado com Zandra Netto e é pai de dois filhos: Diego Netto, e Dominik Netto.

Ele é doutor em Filosofia da Religião pela Tabernacle Bible College and Seminary e está cursando seu pós-doutorado em hebraico pela Jerusalem Hebrew University.

BIBLIOGRAFIA DA MATÉRIA

Bíblias:

1. FEINSTEIN, David, rabino. The Shumash. Columbus, OH., 1995. 2. JENNINGS, Dake, F., Dake Study Bible. Lawrenceville, GA. 1998. 1997. 3. ALMEIDA, João Ferreira de. Bíblia Anotada, Revista e Atualizada. Mundo Cristão, São Paulo 1994.4. ALMEIDA, João Ferreira de. Versão Revista e Corrigida, CPAD 2003.5. MEYERS, Rick. e-Sword. Copyright 2000 – 2009. 6. COLLECTION, Deluxe Bible. Valuesoft, Copyright 2010.7. BIBLE, Nelson’s Study. New king James Version. Nashville, TN., Thomas Nelson Inc.,

Livros, Comentários e Dicionários

1. SIMPSON, D. P. Cassell’s New Latin Dictionary. New York 1959.2. BURROWS, Millar. The Dead Sea Scrools. New York, 1955.3. BEN-SASSON, H. H. A History of the Jewish People. Copyright 1969.4. BOWIE, Walter R. The Story of the Bible. New York, 1934.5. WHISTON, William, A. M. Josephus The Complete Works. Nashville, TN., 1998. 6. HENRY, Mathew. Mathew Henry’s Concise Commentary On The Whole Bible. Nashville, TN., 1997.7. MISHKAN, The. Mesorah Publication, 2008.8. VINE, W. E. Vine’s Expository Dictionary Of Old And New Testament Words. Nashville, TN., 1997.9. HITCHCOCK, Nomes bíblicos, de. Valuesoft, 2010.10. BARNES, Albert. Notes on the Bible. Valuesoft, 2010. 11. BARNES, Albert. Comentary on the Bible, Michigan, CO, 1847/200512. STRONG, Dicionário de grego e hebraico. Valuesoft, Copyright 2010. 13. LIGHTFOOT, John. Comentary on the New Testament from the Talmud and Hebraica, Oxford University Press, 1859.14. WIGRAM, George, V. The Englishman’s Greek Concordance of the New Testament, Peabody, MA. 2006.15. TABOR, James D. The Jesus Dynasty, New York 2006.16. HERNERMANN, Charles, G. The Catholic Encyclopedia, Albany, NY, 1922.17. SODEN, Wolfram, V. (lido online no site: http://books.google.com/books)

Web Sites

http://www.clarifyingchristianity.com/science.shtmlhttp://www.doxa.ws/Messiah/Lxx_mt.htmlhttp://www.ecmarsh.com/lxx/http://www.septuagint.net/http://www.centuryone.com/25dssfacts.htmlhttp://www.loc.gov/exhibits/scrolls/http://en.wikipedia.org/wiki/Septuaginthttp://www.jewishvirtuallibrary.org/jsource/History/deadsea.html

BIBLIOLOGIA – MT 01 Jethro International Theological Seminary

43