As Etnias Olga Querida

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Os Bakongos (também Bacongos[1]) são um grupo étnico banto que vive ao longo da costa atlântica de África, desde Pointe-Noire (Brazzaville) até Luanda. São o terceiro maior grupo étnico que vive em Angola. Os Bakongos, cuja língua é o o kikongo, vivem principalmente no noroeste angolano, mais precisamente nas províncias do Zaire, Uíge e Cabinda, aparecendo também no Congo e na República Democrática do Congo. Em meados do século XIII, ocupavam o vale do rio Congo e formaram o reino do Kongo que até à chegada dos portugueses, no fim do século XV, era um reino forte e unificado, a capital M´banza Kongo, ficava na actual província angolana do Zaire. O reino do Kongo ficou bastante enfraquecido pelos ataques portugueses no século XVII, acabando por desaparecer na totalidade. Durante a guerra colonial, muitos Bakongos fugiram para o então Zaire, levando a que esta etnia diminui-se consideravelmente em solo angolano, no entanto após a independência de Angola, muitos refugiados retornaram ao solo angolano, mas nunca se chegou a atingir os valores de 1960, em que os Bakongos representavam 13,5% da população angolana, contra os actuais 8,5%. Os Cuamatos são um povo indígena que habita o sul da República de Angola, no baixo Cunene. Esse grupo abrange as províncias de Cabinda, Zaire e Uíje com as seguintes variantes (ou dialectos): Cabinda, Cacongo, Chicongo, Conje, Laca, Congo, Guenze, Lombe, Paca, Pombo, sorongo, Sossos, Suco, Sundi, Uoio, Vili e Zombo, totalizando 17 Grupo etnolinguístico de língua Quicongo (Kikongo), originário do antigo Reino do Congo e

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Os Bakongos (também Bacongos[1]) são um grupo étnico banto que vive ao longo da costa atlântica de África, desde Pointe-Noire (Brazzaville) até Luanda. São o terceiro maior grupo étnico que vive em Angola.

Os Bakongos, cuja língua é o o kikongo, vivem principalmente no noroeste angolano, mais precisamente nas províncias do Zaire, Uíge e Cabinda, aparecendo também no Congo e na República Democrática do Congo. Em meados do século XIII, ocupavam o vale do rio Congo e formaram o reino do Kongo que até à chegada dos portugueses, no fim do século XV, era um reino forte e unificado, a capital M´banza Kongo, ficava na actual província angolana do Zaire. O reino do Kongo ficou bastante enfraquecido pelos ataques portugueses no século XVII, acabando por desaparecer na totalidade.

Durante a guerra colonial, muitos Bakongos fugiram para o então Zaire, levando a que esta etnia diminui-se consideravelmente em solo angolano, no entanto após a independência de Angola, muitos refugiados retornaram ao solo angolano, mas nunca se chegou a atingir os valores de 1960, em que os Bakongos representavam 13,5% da população angolana, contra os actuais 8,5%.

Os Cuamatos são um povo indígena que habita o sul da República de Angola, no baixo Cunene.

Esse grupo abrange as províncias de Cabinda, Zaire e Uíje com as seguintes variantes (ou dialectos): Cabinda, Cacongo, Chicongo, Conje, Laca, Congo, Guenze, Lombe, Paca, Pombo, sorongo, Sossos, Suco, Sundi, Uoio, Vili e Zombo, totalizando 17 Grupo etnolinguístico de língua Quicongo (Kikongo), originário do antigo Reino do Congo e tributários, compreendendo os povos Bacano (Bakano), Bacongo (Bakongo), Balinje (Balinji), Baluango (Balwango), Bassolongo ou Solongo (Basolongo), Bassosso (Basoso), Bassundi (Basundi), Bauoio (Bawoyo), Bavili, Baxicongo (Baxikongo), Bazombo, Maiaca (Bayaka), Maiombe (Bayombe), e Mussuco (Basuku). “O grupo Kikongo é constituído por vários subgrupos: José Redinha apresenta dezoito, entre outros de menor vulto, ao passo que Mesquitela Lima designa somente catorze, não se referindo aos Pumbos, Guenze, Paca e Coje, citados pelo primeiro…Em Angola os Kikongos estão localizados nas províncias de Cabinda, Zaire, Uige, na parte noroeste da província de Luanda e no noroeste da província da Lunda-Norte, numa faixa junto ao rio Kwango.” [Fonseca (1)]. Além-fronteiras estende-se às duas Repúblicas vizinhas do Congo. Vivem principalmente da agricultura. A maior parte da população é cristã, religião abraçada pela realeza do Congo no séc. XVI, mas há ainda seguidores de Simão Kimpangu (sincretismo entre cristianismo e

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crenças tradicionais) e pequenos resquícios de crenças no poder dos espíritos dos antepassados, representados pelos ~Kisi.2. Um dos povos deste mesmo grupo; aquele ou o que pertence ou se refere a este grupo ou região.

 

A sucessão real não era hereditária e todos os seus descendentes, muito numerosos devido à poligamia, podiam ocupar o trono; daí as numerosas intrigas e as lutas frequentes que enfraqueciam o Reino após a morte do monarca. O sucessor era eleito por um conselho e escolhido em linha matrilinear. Este, por seu turno, nomeava os governadores de província entre os filhos do defunto rei.

A capital, Mbanza Congo, dividia-se em duas partes: no Norte existia uma floresta sagrada onde ficava a necrópole real e, no Sul, um grande terreiro, onde era administrada a justiça. Quando esta era feita pelo monarca, ele sentava-se debaixo de uma grande figueira e diante dele passavam os acusados de delitos graves. Neste terreiro se celebravam também os festejos e os cultos rituais presididos pelo rei.

O palácio que os viajantes nos descreveram constava de um grande recinto rodeado por uma paliçada, em que se levantava a residência real. Um pórtico de quase um quilómetro de largura dava acesso às diversas dependências e à morada do rei e da rainha, a que se acedia através de um labirinto. A apresentação ao rei era anunciada com o toque de trompas e ele surgia sentado num trono de marfim, vestido com roupas especialmente confeccionadas para si, com peles exclusivas para seu uso e braceletes de ouro e de outros metais preciosos.

O povo vivia em cabanas de construção rectangular e circular, com uma armação de troncos e o tecto de canas e capim, rodeadas por um tapume de caniço e de cactos de seiva tóxica, que era utilizada para fazer veneno para a ponta das lanças e das flechas, com um efeito imediato. Os nobres moravam em casas rectangulares mais amplas e o seu prestígio social manifestava-se tanto no alojamento como na sua aparência exterior, vestindo tecidos finos, peles especiais e ostentando insígnias que indicavam a sua classe social.

A moeda usada era o nzimbu, uma concha abundante na ilha de Luanda e cuja recolha e exploração apenas era feita por mulheres. Era um autêntico monopólio real e a base económica mais importante da monarquia do Reino do Congo.

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Embora cada grupo familiar bacongo tivesse particularidades artísticas próprias, havia, contudo, uma tendência geral para o realismo naturalista, dando às figuras humanas um rosto natural e detalhado e ao resto do corpo um acentuado esquematismo. Maternidades, estátuas representando os antepassados e feitiços diversos são as manifestações artísticas mais frequentes.

Os AMBUNDOS OU KIMBUNDOS

Os humbes' são um povo africano que habita a região de Huíla, em Angola, a leste dos cuanhamas.

Os Mbundu (também conhecidos por Ambundos ou Quimbundos) são um grupo étnico banto que vive em Angola, na região da sua capital Luanda e em grande parte do centro do país. São o segundo maior grupo étnico angolano.

Os Mbundu falam kimbundu ou mbundu e são um povo dominante na região da capital angolana e do interior de Angola, mais precisamente nas províncias do Bengo, Kwanza Norte, Malange e nordeste do Kwanza Sul. Apesar de os portugueses terem travado relações comerciais com os Mbundu, logo após a sua chegada ao reino do Kongo, a partir da altura em que estabeleceram uma colónia permanente em Luanda, no ano de 1576, como base para o comércio de escravos, houve revoltas constantes contra a ocupação dos portugueses na região, sendo a mais famosa a encabeçada pela Rainha N'Ginga.

A grande maioria dos mais de 4 milhões de escravos traficados para o estrangeiro entre os séculos XVI e XIX (especialmente para o Brasil) eram mbundu, já que este foi o único grupo étnico a ser controlado na sua totalidade pelos portugueses[1].

O desenvolvimento da cidade de Luanda como capital e principal centro industrial levou a que grandes migrações de mbundu se deslocassem para a capital, terminando na construção de imensos musseques nos arredores da cidade e levando a que, por causa da pesada presença dos portugueses e do grande número de mestiços lusófonos, o português se sobrepusesse à língua nativa, levando a que ainda hoje, muitos mbundu só saibam falar o português

Os AMBUNDOS OU KIMBUNDOS

Os humbes' são um povo africano que habita a região de Huíla, em Angola, a leste dos cuanhamas.

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Os Mbundu (também conhecidos por Ambundos ou Quimbundos) são um grupo étnico banto que vive em Angola, na região da sua capital Luanda e em grande parte do centro do país. São o segundo maior grupo étnico angolano.Os Mbundu falam kimbundu ou mbundu e são um povo dominante na região da capital angolana e do interior de Angola, mais precisamente nas províncias do Bengo, Kwanza Norte, Malange e nordeste do Kwanza Sul. Apesar de os portugueses terem travado relações comerciais com os Mbundu, logo após a sua chegada ao reino do Kongo, a partir da altura em que estabeleceram uma colónia permanente em Luanda, no ano de 1576, como base para o comércio de escravos, houve revoltas constantes contra a ocupação dos portugueses na região, sendo a mais famosa a encabeçada pela Rainha N'Ginga.

Algumas das personalidades mais emblemáticas da História de Angola são originárias dessa etnia, como Daniel Chipenda, Comandante Augusto Chipenda, Comandante Kassange, Dom Zacarias Camuenho, Jonas Savimbi, Marcolino Moco, entre outros. Na literatura e da cultura os ovimbundos dominam o panorama artístico nacional.[carece de fontes?] Manuel Rui Monteiro, Ndunduma Wa Lepi, Gabriela Antunes, Aires de Almeida Santos, Alda Lara, Pepetela, Cikakata Mbalundu ,Tchissica Artz, Sabino Henda, Bela Tchicola, entre outros, são descendentes deste povo, ou nasceram em zonas tradicionalmente habitadas por ele.

Na Comunicação Social membros desta etnia também ocupam uma posição de relevo: radialistas e jornalistas do triângulo Benguela-Huambo-Huíla dominam a cena nacional, com destaque para Analtina Dias, Bela Malaquias, Patrícia Pacheco, Luísa Fançony, Cristina Miranda, Mateus Gonçalves, de entre outros mais ou menos conhecidos.

O continente africano é considerado como o berço da humanidade. O território do actual estado angolano, é habitado desde o Paleolítico Superior, como indica a presença dos numerosos vestígios desses povos recolectores dos quais se deve salientar a existência de numerosas pinturas rupestres que se espalham ao longo do território. Os seus descendentes, os povos Sam ou Khm, também conhecidos pela palavra bantu mukankala (escravo) foram empurrados pelos invasores posteriores, os bantu, para as areias do deserto do Namibe. Estes povos invasores, caçadores, provinham do norte, provavelmente da região onde hoje estão a Nigéria e Camarões. Em vagas sucessivas, os povos bantu começaram a alcançar alguma estabilização e a dominar novas técnicas como a metalurgia, a cerâmica e a agricultura, criando-se a partir de então as primeiras comunidades agrícolas. Esse processo de fixação vai até aos nossos dias, como é o caso do povo tchokwé ou quioco, que em pleno século XX se espalhou pelas terras do povo Ganguela.

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A fase de estruturação dos grupos étnicos e a consequente formação de reinos, que teriam começado a ficar autónomos, decorreu sobretudo até ao século XIII. Por volta de 1400, surgiu o Reino do Congo. Mais tarde destacou-se deste, no sul, o Reino do Ndongo. O mais poderoso foi o Reino do Congo, assim chamado por causa do povo Congo que vivia, então como agora, nas duas margens do curso final do Rio Congo. O Mani Congo, ou rei congo, tinha autoridade sobre a maior parte do norte da moderna Angola, governando através de chefes menores responsáveis pelas províncias.

O Reino do Ndongo era habitado pela etnia Kimbundu, e o seu rei tinha o título de Ngola. Daí a origem do nome do país. Outros reinos menores também se formaram nesse período.tipo o reino da Kimbingonga em 1236.

Os reinos surgem da efetivação de um poder centralizado num chefe de linhagem (Mani, palavra de origem bantu) que ganhou o respeito da comunidade com seu prestígio e poder econômico. Os reinos começam a conquistar autonomia provavelmente a partir do século XII.

ISSO PODE SER USADO COMO CONCLUSAO

O espaço geográfico que vai de Cabinda ao Cunene e do mar ao Leste é constituído por vários grupos etno-linguisticos que representam a sua identidade cultural que precisa de ser conservada e preservada.

Entretanto, lamentavelmente alguns grupos, talvez, por aculturação tentam negligenciar as suas línguas e os seus nomes. Agindo assim, esses grupos negam a sua identidade, o que deve constituir uma preocupação de todos os angolanos de todos os falantes de cada província.Perfazendo um total de 102 variantes ou dialectos no país.