AS EUTANÁSIAS EM QUE VIVEMOS · 2018-05-25 · Muito conhecido e rezado é o Cântico dos três...

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Ano IX N.º 33 | 27 de Maio | 2018 AS EUTANÁSIAS EM QUE VIVEMOS Em poucos dias, o Papa Francisco em duas assembleias notáveis, uma com os responsáveis dos Institutos da Vida Consagrada e outra com os Bispos italianos, afirmou com força: «a primeira coisa que me preocupa é a crise das vocações». O que está em jogo «é a nossa paternidade». E denunciava que esta «hemorragia de vocações» é «o fruto envenenado da cultura do provisório, do relativismo e da ditadura do dinheiro». «Quantos seminários, igrejas, mosteiros e conventos serão fechados nos próximos anos por falta de vocações – constatava o Papa – só Deus sabe!». E acrescentava que é triste ver as nossas terras que foram ao longo dos séculos «férteis e generosas em dar missionários, irmãs, sacerdotes cheios de zelo apostólicoentrar numa esterilidade vocacional sem procurar remédios eficazes». E aos religiosos dizia que, perante esta situação, não podem fechar-se num «espírito de sobrevivência» ou de um «caminho mundano» de quem pede para «morrer em paz». Esta «ars bene moriendi (atitude de morrer bem) – diz o Papa Francisco – é «a eutanásia espiritual de um coração consagrado que já não consegue mais, que não tem a coragem de seguir o Senhor». Por cá – Portugal – para além de nos depararmos com um panorama semelhante na vida dos seminários e das casas religiosas, assistimos a um debate sobre um tema complexo, delicado, sensível e fraturante: o da despenalização da eutanásia e do suicídio assistido. Vivemos numa cultura do consumo e do descarte: esta é uma das razões da decadência moral da Europa. Incomoda muito ouvir esta linguagem, mas é a realidade. Infelizmente olha-se para os Países do norte de Europas como modelo de modernidade e desenvolvimento, mas sem a coragem de olhar bem em profundidade o que estão a dar certas escolhas legislativas. Portugal está em alta, não tanto porque é um País moderno, mas porque tem aquilo que muitos outros países não têm: cultura, tradição, beleza artística, valores vincados, acolhimento, simpatia, bairros e aldeias típicas, gastronomia excelente, etc. Mas até quando? Os temas éticos constituem a base e a solidez de um povo. Continua-se a abrir portas (aborto, barriga de aluguer, eutanásia…) que não voltarão a fechar-se com o pretexto do primado da autonomia individual. Não estou a ver os fãs dos partidos promotores desta legislação a fazer filas numa unidade de Cuidados Paliativos. Mas faz-me pensar no que a jornalista Laurinda Alves escreveu nestes dias no Observador, perguntando aos deputados: «porquê tanta pressa?». Vale a pena ler e ficar como eu a pensar: ela não é capelão no hospital nem uma freira a tomar conta de doentes terminais, mas tem uma bagagem de contacto humano que a torna mais credível do que os 230 deputados que irão votar no próximo dia 29. Frei Fabrizio Bordin

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Ano IX N.º 33 | 27 de Maio | 2018

AS EUTANÁSIAS EM QUE VIVEMOS Em poucos dias, o Papa Francisco em duas assembleias notáveis, uma com os responsáveis dos Institutos da Vida Consagrada e outra com os Bispos italianos, afirmou com força: «a primeira coisa que me preocupa é a crise das vocações». O que está em jogo «é a nossa paternidade». E denunciava que esta «hemorragia de vocações» é «o fruto envenenado da cultura do provisório, do relativismo e da ditadura do dinheiro».

«Quantos seminários, igrejas, mosteiros e conventos serão fechados nos próximos anos por falta de vocações – constatava o Papa – só Deus sabe!». E acrescentava que é triste ver as nossas terras que foram ao longo dos séculos «férteis e generosas em dar missionários, irmãs, sacerdotes cheios de zelo apostólico… entrar numa esterilidade vocacional sem procurar remédios eficazes». E aos religiosos dizia que, perante esta situação, não podem fechar-se num «espírito de sobrevivência» ou de um «caminho mundano» de quem pede para «morrer em paz». Esta «ars bene moriendi (atitude de morrer bem) – diz o Papa Francisco – é «a eutanásia espiritual de um coração consagrado que já não consegue mais, que não tem a coragem de seguir o Senhor…».

Por cá – Portugal – para além de nos depararmos com um panorama semelhante na vida dos seminários e das casas religiosas, assistimos a um debate sobre um tema complexo, delicado, sensível e fraturante: o da despenalização da eutanásia e do suicídio assistido.

Vivemos numa cultura do consumo e do descarte: esta é uma das razões da decadência moral da Europa. Incomoda muito ouvir esta linguagem, mas é a realidade. Infelizmente olha-se para os Países do norte de Europas como modelo de modernidade e desenvolvimento, mas sem a coragem de olhar bem em profundidade o que estão a dar certas escolhas legislativas.

Portugal está em alta, não tanto porque é um País moderno, mas porque tem aquilo que muitos outros países não têm: cultura, tradição, beleza artística, valores vincados, acolhimento, simpatia, bairros e aldeias típicas, gastronomia excelente, etc. Mas até quando?

Os temas éticos constituem a base e a solidez de um povo. Continua-se a abrir portas (aborto, barriga de aluguer, eutanásia…) que não voltarão a fechar-se com o pretexto do primado da autonomia individual. Não estou a ver os fãs dos partidos promotores desta legislação a fazer filas numa unidade de Cuidados Paliativos. Mas faz-me pensar no que a jornalista Laurinda Alves escreveu nestes dias no Observador, perguntando aos deputados: «porquê tanta pressa?». Vale a pena ler e ficar como eu a pensar: ela não é capelão no hospital nem uma freira a tomar conta de doentes terminais, mas tem uma bagagem de contacto humano que a torna mais credível do que os 230 deputados que irão votar no próximo dia 29.

Frei Fabrizio Bordin

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SOLENIDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE

1ª Leitura (Deut 4, 32-34.39-40) «O Senhor é Deus, no alto dos céus e cá em baixo na terra, e não há outro»

Salmo responsorial (Salmo 32 (33) Feliz o povo que o Senhor escolheu para sua herança.

2ª Leitura (Rom 8, 14-17) «Recebestes o Espírito de adopção filial, pelo qual exclamamos: ‘Abá, Pai’»

Aclamação (cf. Ap 1, 8)

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, ao Deus que é, que era e que há-de vir.

Evangelho (Mt 28, 16-20) «Baptizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo» Naquele tempo, os Onze discípulos partiram para a Galileia, em direcção ao monte que Jesus lhes indicara. Quando O viram, adoraram-n’O; mas alguns ainda duvidaram. Jesus aproximou-Se e disse-lhes: «Todo o poder Me foi dado no Céu e na terra. Ide e ensinai todas as nações, baptizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a cumprir tudo o que vos mandei. Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos». Palavra da salvação

Oração

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Eu estarei sempre convosco.

Ver em cada um… Não é preciso questionarmo-nos muito tempo sobre como fazer para amar os outros… Basta ver Jesus em todo o ser humano, junto de cada um, e saber que o Reino se constrói nos gestos humildes de hoje! Adaptado de http://www.dehonianos.org/

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D. Manuel Quintas

«Ser crismado significa não estacionar»

«Ser cristão, ser batizado, ser crismado significa não estacionar, não se acomodar, não parar na própria vida porque isso seria uma contradição à ação do Espírito», afirmou D. Manuel Quintas, bispo do Algarve, que crismou jovens e adultos no passado domingo, Solenidade do Pentecostes. Em informação enviada à Agência ECCLESIA, o jornal Folha do Domingo referiu que o bispo diocesano explicou que o Crisma «é como se fosse o Pentecostes daqueles que estão a ser crismados». «Ser batizado e, sobretudo, ser crismado é deixar-se movimentar por este dinamismo do Espírito», acrescentou na Solenidade do Pentecostes. D. Manuel Quintas observou que o Crisma ou Confirmação é o «sacramento do Espírito Santo» que «põe todos em movimento, em dinamismo missionário, em tensão missionária, ou seja, constantemente abertos, dispostos e disponíveis para serem hoje sinais vivos de Cristo ressuscitado». «É uma missão urgente para os dias de hoje», afirmou, assinalando que os crismados são ungidos com o óleo do Crisma para que «difundam por toda a parte o bom odor de Cristo», pelo testemunho que é «o que mais contagia, interpela e modifica o ambiente». Agência Ecclesia

Papa dedica novo ciclo de catequeses ao Crisma

O Papa Francisco começou um ciclo de catequeses dedicado ao Sacramento da Confirmação, o Crisma que «confirma o Batismo», e recordou que Jesus confiou aos discípulos «a grande missão ser sal da terra e luz do mundo». «Todos temos o Espírito, está no nosso coração, na nossa alma. E o Espírito guia-nos para que nos tornemos sal e luz na medida certa aos homens», explicou o pontífice. Neste contexto, o Papa assinalou que o testemunho cristão consiste «em fazer somente e tudo aquilo que o Espírito de Cristo pede, concedendo a graça de o realizar». Na audiência pública semanal, Francisco escolheu o Sacramento da Confirmação, o Crisma, como tema do novo ciclo de catequeses. «Confirmação porque confirma o Batismo e reforça a sua graça; Também Crisma porque recebemos o Espírito mediante a unção com o óleo (consagrado pelo bispo) termo que remete a Cristo, o Ungido pelo Espírito», referiu. Segundo o pontífice, renascer para a vida divina no Batismo «é o primeiro passo» e depois é «preciso» agir como filhos de Deus, «conformar-se ao Cristo que atua na santa Igreja». «Sem a força do Espírito Santo não podemos fazer nada. Assim como toda a vida de Jesus foi animada pelo Espírito, assim também a vida da Igreja e de cada seu membro está sob a guia do mesmo Espírito», desenvolveu.

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31 Mai Qui |Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo Missas como no horário dominical e Procissão do Corpo de Deus na Cidade.

1-3 Jun | Festa de Sta. Clara

3 Jun Dom | 9º Domingo do tempo Comum

8 Jun Sex | Solenidade do Sagrado Coração de Jesus

10 Jun Dom | 10º Domingo do tempo Comum Celebrações do 50º do regresso dos Frades Menores Conventuais a Portugal, Coimbra. (Inscrições no cartório até dia 27 de Maio)

13 Jun Qua | Solenidade de Santo António Missas e bênção do pão de Sto. António: 10h em Sta. Beatriz; 10h30 em Sta. Clara; 11h00 no Bairro das Salgadas

15-17 Jun | Festa de S. Maximiliano

17 Jun Dom | 11º Domingo do tempo Comum

19 Jun Ter | 25º aniversário da consagração da Igreja de S. Maximiliano

23 Jun Sáb | 22º aniversário da consagração da Igreja de Sta. Clara

24 Jun Dom | 12º Domingo do tempo Comum Solenidade do Nascimento de São João Baptista Conselhos Pastorais Paroquiais,

Livros Proféticos 3 O livro de Daniel - O profeta Daniel (Deus é meu juiz) é o principal personagem do Livro. Daniel foi um hebreu deportado para a Babilónia em 606 a.C., fiel à lei de Deus, que o enriqueceu com dons diversos, tendo-se tornado importante na corte de Babilónia. Mais do que um livro profético, é um Midraxe e um Apocalipse, escrito no século II a.C., não pelo profeta, mas por alguém que contou a sua história. Muito conhecido e rezado é o Cântico dos três jovens (cap. 3) onde se glorifica a Deus, pois sempre ampara os seus fiéis. O livro das Lamentações é uma coleção de cinco cânticos em que se chora a queda da Cidade Santa de Jerusalém ocorrida em 587 a.C.. Reconhece a culpa do povo por causa dos seus pecados e o convoca à penitência e à oração. O livro de Baruc - Baruc foi conselheiro e secretário (amanuense) do profeta Jeremias, e acompanhou-o ao Egito após a queda de Jerusalém. O autor deste livro fala ao povo no exílio de Babilónia e exorta-o para que não caia na idolatria dos babilónios, viva a lei de Moisés e não

desanime.

1 Junho | Sexta-feira: 19h00 Eucaristia—Abertura Solene 21h30 Baile 2 Junho | Sábado 15h30 Animação diversa 19h00 Eucaristia Vespertina 21h30 Baile 3 Junho | Domingo 10h00 Procissão seguida de eucaristia campal 13h00 Almoço comunitário 15h30 Animação diversa 19h00 Eucaristia Vespertina 21h30 Baile