As pesquisas tradicionais estão com os dias contados
-
Upload
bruno-de-lacerda -
Category
Marketing
-
view
46 -
download
1
Transcript of As pesquisas tradicionais estão com os dias contados
As pesquisas tradicionais estão com os dias contados
Quase 95% das informações na nossa mente estão no nosso
inconsciente, somos tendenciosos a mentir, nos autoenganar. Muitas
vezes não estamos cientes das nossas mentiras, dos engodos, tornando
a verdade somente para nós mesmos.
O autoengano tem a função de ocultar informações na nossa mente
consciente. A maioria de nossas ações são por motivos emocionais e de
sobrevivência, com isso somos influenciados na maior parte do tempo
pelo sistema límbico – situado na área cubcortical do cérebro –
responsável pelas nossas emoções. Já no córtex pré-frontal,
processamos nosso comportamento racional, ou seja, consciente.
Acontece que, a emoção é mais antiga evolutivamente do que a razão. A
primeira (processada no sistema límbico) funciona de maneira mais
poderosa do que a segunda (processada no córtex pré-frontal), sendo que
a razão sempre tenta justificar a emoção.
Devido a todos esses fatores biológicos dos seres humanos, põe em
dúvida e levanta questionamentos os métodos tradicionais de pesquisa
de mercado, visto que a maioria das informações estão sendo
processadas de maneira inconsciente, longe daquilo que as pessoas são
capazes de verbalizar ou perceber.
Nosso cérebro reptiliano (primitivo) processa informações em milésimos
de segundos, o que nem sempre dá tempo para o córtex pré-frontal
agrupar e organizar essas ideias de maneira consciente.
Até mesmo uma pesquisa etnográfica, que é de observação, pode conter
seu viés não só do indivíduo pesquisado, mas como do pesquisador, já
que também esse é um ser humano e distorce não intencionalmente a
realidade observada.
As pesquisas tradicionais precisam, ou melhor, já deveriam ser baseadas
no neuromarketing, com uso de técnicas e equipamentos de diagnóstico
por imagens, capaz de identificar sentimentos e sensações biológicas do
ser humano.
Um grande exemplo da obsolescência dessas pesquisas foi comprovado
no primeiro turno das eleições no Brasil. Erros grosseiros sobre a
intenção de voto aconteceram.
Qual será o motivo? Sabemos que estatística é como biquíni, mostra um
monte de coisas, mas esconde algo de mais importante, que nesse caso
seria o fidedigno sentimento das pessoas. O eleitor nem sempre tem a
real noção do que está sentindo, sofre pressões sociais e acaba sendo
influenciado por grupos e pela opinião pública.
A necessidade de pertencimento acaba levando o indivíduo a ignorar
suas próprias decisões, agindo pelo impulso e emoção – olha aí o
sistema límbico prevalecendo. Esse tipo de pensamento pode induzir (e
induz) a resultados equivocados em pesquisas tradicionais.
O neuromarketing não busca a verdade, e sim as falácias, mitigando o
viés e aproximando a verdadeira intenção e opinião do indivíduo. O
mundo evoluiu, os recursos de aplicação em pesquisas também precisam
acompanhar o mundo moderno. Métodos avançados de estudos
biológicos possibilitam identificar não o que o ser humano quer dizer,
mas o que ele realmente sente.
Podemos decretar que os métodos de pesquisas tradicionais estão com
os dias contados? Dê a sua opinião!
Bruno de Lacerda
Outubro de 2014.