8/7/2019 As recidivas da expanso palatina por que ocorrem

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Controvrsias na Ortodontia

As recidivas da expanso palatina:

por que ocorrem?

Quando se promove a disjuno na sutura inter-maxilar ocorre o deslocamento lateral das maxilas eormao de uma imagem radiolcida em orma de Vcom o pice voltado para os ossos palatinos. A suturapalatina mediana az parte dasutura intermaxilar.

Aps algumas semanas, esteespao entre as duas maxilasestar preenchido por novascamadas sseas passveis de se-rem observadas nas radiogra-fas oclusais, principalmentequando sub-expostas. Esteosso neoormado, como emqualquer ratura ou disjunosseas, ser pouco mineraliza-do, mal distribudo e ricamen-

te celularizado, por isto mesmodenominado de primrio ouembrionrio, com unes ape-nas de preenchimento e unio.Em seguida, o osso primrioser reabsorvido e substitudopor um osso mais mineralizado e organizado, tambmconhecido como osso secundrio ou maduro.

O tipo de osso interposto no espao intermaxilar ea sua ase de maturao no intererem na recidiva dasexpanses palatinas. O tempo de conteno e a recidiva

esto relacionados com a tensigridade. Este enmenosignifca equilbrio em um sistema de oras atuantescom resultante fnal igual a zero. Todas as estruturas,naturais ou no, que se apresentam ormas estveis notempo, apresentam tensigridade. Por exemplo, se osdentes esto em posio estveis, signifcam que todasas oras atuando sobre eles esto se anulando ou equi-valendo-se com resultante fnal igual a zero.

A orma acial estvel tem a sua tensigridade, noimporta se esteticamente agradvel ou no; as relaesuncionais entre os ossos, dentes e msculos aciais esto

se equivalendo em termos de oras. Ao mudar esta

relao, como acontece na expanso palatina, est sequebrando a tensigridade acial; agora temos uma ins-tabilidade e a resultante fnal no ser mais igual a zero.Os ossos, dentes e msculos procuram agora uma nova

situao estvel premeditadapelo planejamento ortodntico

e ortopdico.Aps a expanso palatina,

uma nova tensigridade implicaem uma nova relao estruturalde equilbrio acial, incluin-do uma nova relao oclusal,lingual, ssea e muscular; nohaver recidiva, ou ser mni-ma, apenas adaptativa. Se apsa eliminao da conteno,no houver uma relao estru-

tural estvel, as oras antigasse restabelecero e levaro tensigridade anterior. Todaestrutura procura a sua ormaestvel. O tempo de conteno importante para se conseguir

uma nova tensigridade.No caso da expanso maxilar aps a disjuno palati-

na, a recidiva independe do tipo e do grau de maturidadede osso neoormado no espao conseguido, mas simdo estabelecimento de uma nova harmonia na relao

entre os dentes, os maxilares, os ossos da ace e da basedo crnio e, especialmente, entre os tendes e msculosaciais que usam o arcabouo sseo como ancoragempara gerar os movimentos.

Esta concepo de tensigridade, se levada em conside-rao no planejamento de casos de expanso maxilar pordisjuno palatina, reduzir a intensidade e reqnciadas recidivas.

por Alberto Consolaro

Prof. Dr. Alberto Consolaro

Professor Titular em Patologia Bucal pela Faculdade de Odontologia

de Bauru - FOB - USP

e-mail: a lberto@fob.usp.br

100 R Cln Ortodon Denta l Press, Maring, v. 2, n. 1, p. 100 - fev./mar. 2003