AS SOFISTICADAS ARMAS DO COMBATE À CORROSÃO · corrosão e seus métodos de proteção e de...

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ISSN 0100-1485 Ano 13 Nº 61 Mar/Abr 2016 AS SOFISTICADAS ARMAS DO COMBATE À CORROSÃO AS SOFISTICADAS ARMAS DO COMBATE À CORROSÃO ENSAIOS ELETROQUÍMICOS ENSAIOS ELETROQUÍMICOS ENTREVISTA Enio Duarte Pinto, Gerente Nacional de Inovação e Tecnologia do SEBRAE Enio Duarte Pinto, Gerente Nacional de Inovação e Tecnologia do SEBRAE ENTREVISTA

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ISSN 0100-1485

Ano 13Nº 61Mar/Abr 2016

AS SOFISTICADAS ARMASDO COMBATE À CORROSÃOAS SOFISTICADAS ARMASDO COMBATE À CORROSÃO

ENSAIOS ELETROQUÍMICOSENSAIOS ELETROQUÍMICOS

ENTREVISTA

Enio Duarte Pinto,Gerente Nacional de Inovaçãoe Tecnologia do SEBRAE

Enio Duarte Pinto,Gerente Nacional de Inovaçãoe Tecnologia do SEBRAE

ENTREVISTA

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Sumário

4Editorial

Melhor prevenir que remediar

6Entrevista

SEBRAE: lado a lado como empreendedor

8Ensaios Eletroquímicos

As sofisticadas armas do combate à corrosão

29ABRACO Informa

29Cursos 2016

34Opinião

Poder é merecer o que se querOrlando Pavani Junior

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A Revista Corrosão & Proteção é uma publicação oficialda ABRACO – Associação Brasileira de Corrosão, fundadaem17 de outubro de 1968. É editada em parceria com aAporte Editorial com o objetivo de difundir o estudo dacorrosão e seus métodos de proteção e de controle e con-gregar toda a comunidade técnico-empresarial do setor.Tem como foco editorial compartilhar os principaisavanços tecnológicos do setor, tendo como fonte entidadesacadêmicas, tecnológicas e de classe, doutores mestres eprofissionais renomados do Brasil e do exterior.

Av. Venezuela, 27, Cj. 412Rio de Janeiro – RJ – CEP 20081-311Fone: (21) 2516-1962/Fax: (21) 2233-2892www.abraco.org.br

Diretoria Executiva – Biênio 2015/2016PresidenteDra. Denise Souza de Freitas – INT

Vice-presidenteEng. Laerce de Paula Nunes – IEC

DiretoresAécio Castelo Branco Teixeira – química uniãoAna Paula Erthal Moreira – A&Z ANÁLISES QUÍMICASFernando Loureiro Fragata – Consultor/InstrutorM.Sc. Gutemberg de Souza Pimenta – PETROBRASMaria Carolina Rodrigues Silva – EletronuclearEng. Pedro Paulo Barbosa Leite – PetrobrasSegehal Matsumoto – Consultor/Instrutor

Conselho Científico M.Sc. Djalma Ribeiro da Silva – UFRNM.Sc. Elaine Dalledone Kenny – LACTECM.Sc. Hélio Alves de Souza JúniorDra. Idalina Vieira Aoki – USPDra. Iêda Nadja S. Montenegro – NUTECEng. João Hipolito de Lima Oliver –PETROBRÁS/TRANSPETRODr. José Antonio da C. P. Gomes – COPPEDr. Luís Frederico P. Dick – UFRGSM.Sc. Neusvaldo Lira de Almeida – IPTDra. Olga Baptista Ferraz – INTDr. Pedro de Lima Neto – UFCDr. Ricardo Pereira Nogueira – Univ. Grenoble – FrançaDra. Simone Louise D. C. Brasil – UFRJ/EQ

Conselho EditorialEng. Aldo Cordeiro Dutra – INMETRODra. Célia A. L. dos Santos – IPTDra. Denise Souza de Freitas – INTDr. Ivan Napoleão Bastos – UERJDr. Ladimir José de Carvalho – UFRJEng. Laerce de Paula Nunes – IECDra. Simone Louise D. C. Brasil – UFRJ/EQDra. Zehbour Panossian – IPT

Revisão TécnicaDra. Zehbour Panossian (Supervisão geral) – IPTDra. Célia A. L. dos Santos (Coordenadora) – IPTM.Sc. Anna Ramus Moreira – IPTM.Sc. Sérgio Eduardo Abud Filho – IPTM.Sc. Sidney Oswaldo Pagotto Jr. – IPT

Redação e PublicidadeAporte Editorial Ltda.Rua Emboaçava, 93São Paulo – SP – 03124-010Fone/Fax: (11) [email protected]

Diretores e EditoresJoão Conte – Denise B. Ribeiro Conte

Projeto Gráfico/EdiçãoIntacta Design – [email protected]

GráficaAr Fernandez

Edição nº 61 de Março/Abril de 2016ISSN 0100-1485

Circulação nacional – Distribuição gratuitaEsta edição será distribuída em maio de 2016.

As opiniões dos artigos assinados não refletem a posição darevista. Fica proibida sob a pena da lei a reprodução total ouparcial das ma térias e imagens publicadas sem a prévia auto -ri zação da editora responsável.

Artigos Técnicos

18Aumento da confiabilidade opera-

cional de retificadores usados em sis-temas de proteção catódica

Por Milene Lagoas de A. Desmarais eSimone Louise Delarue C. Brasil

26Não é micras nem micros. É

micrometrosPor Celso Gnecco

30É secagem ou cura

nas tintas anticorrosivasPor Celso Gnecco

Sumário61:Sumário/Expedient36 4/25/16 10:31 AM Page 1

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uma época de contenção de despesas e de estagnação da economia, com perspectivas decrescimento negativo para os próximos anos, cada vez mais o controle de gastos será conduzido comrigor. Todos os setores da indústria serão afetados, exigindo dos seus departamentos a redução dos

orçamentos e o cumprimento das metas estabelecidas. Um dos “mantras” da medicina apregoa que a pre-venção e o tratamento precoce de uma doença, quando seguidos à risca, proporcionam uma economiaexpressiva em exames, internações e medicação, além de uma recuperação mais célere e segura do paciente.

A máxima de que é melhor prevenir do que remediar nunca esteve tão bem aplicada como nessemomento da nossa abalada economia que amarga índices catastróficos. Como já comentamos em outroseditoriais, estudos confiáveis da World Corrosion Organization estimam que os gastos com o combate à cor-rosão chegam ao alarmante porcentual de 2,8 % do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. Para se ter umaideia, esse valor é superior ao PIB de mais de 170 países, em uma lista de 184 nações, segundo o rankingdo Fundo Monetário Internacional (FMI).

Então, prevenir é a palavra de ordem quando se trata de controle da ação corrosiva. Caso contrário, osgastos no combate à corrosão serão infinitamente maiores e, se con -side rarmos as horas paradas de equipamentos, assumirão proporçõesexponenciais. A ABRACO se dedica há quase meio século à missãode difundir o estudo da corrosão, compartilhando as experiências eos avanços tecnológicos do setor por meio de cursos, seminários, con-gressos, exposições empresariais, certificações profissionais e da dis -ponibilização de acesso ao acervo de literatura técnica, trabalhos epublicações especializadas. Além disso, ela abriga comissões de estu-do de normas, por meio de convênio com a Associação Brasileira de

Normas Técnicas (ABNT).Temos de concentrar esforços para buscar a excelência na prevenção da corrosão, minimizando custos,

capacitando os profissionais que se dedicam a essa tarefa, absorvendo toda a tecnologia disponível parareduzir os gastos no combate à corrosão. Quais as consequências de um equipamento parado? Qual oimpacto de um desastre ecológico motivado pela ação corrosiva? Temos de refletir nesse sentido e agir comdeterminação para minimizar as causas desses percalços.

O INTERCORR, o maior evento internacional de corrosão que se realiza no Brasil, chega à sua 36ªedição, mostrando estâmina e determinação. Caracterizando-se como um fórum de intercâmbio, ele pro-porciona um maior compartilhamento de conhecimentos e experiências ao reunir os profissionais da áreade corrosão e a comunidade técnica e científica de universidades e institutos de pesquisas. Além disso, elefirmou-se como um grande fomento comercial e, naturalmente, acabou se tornando um espaço social ondevelhos companheiros se reencontram e novas amizades são feitas.

Como ninguém faz sucesso sozinho, a ABRACO tem se empenhado em estabelecer novas parceriascom outras entidades de atuações correlatas, com o objetivo de promover o fortalecimento de todos para asuperação das adversidades que o momento econômico nos impõe.

As sofisticadas armas do combate à corrosão – Nesta edição, os Ensaios Eletroquímicos recebem destaqueespecial com o depoimento de especialistas e entidades científicas que se dedicam à essa área. Ricamenteilustrada com gráficos e esquemas, a matéria pode ser apreciada na página 8.

Em entrevista exclusiva, Enio Duarte Pinto, gerente nacional de Inovação e Tecnologia do ServiçoBrasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) Nacional, discorre sobre as atividades dessa enti-dade privada. Como sempre, artigos e orientações técnicas de temas relevantes também compõem a edição.

Boa leitura!

Denise Souza de FreitasPresidente da ABRACO

Melhor prevenir que remediar

Carta ao leitor

A ABRACO tem estabelecido novas parcerias

com outras entidades, a fim de promover o

fortalecimento de todos para a superação das

adversidades do momento econômico

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Editorial61:Editorial36 4/25/16 10:22 AM Page 1

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Eventos envolvidos

36º Congresso Brasileiro de Corrosão

20º Concurso de Fotografia de

Corrosão e Degradação de Materiais

36º Exposição de Tecnologias para

Prevenção e Controle da Corrosão

6th International Corrosion Meeting

O maior evento internacional de corrosão que acontece no Brasil!

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Sebrae: lado a ladocom o empreendedor

O Sebrae atende tanto aquele que quer abrir seu primeiro negócio como também as pequenas

empresas que, embora estejam consolidadas, buscam novos posicionamentos no mercado

ormado em Economiacom pós-graduação (MBA)pela Fundação Getúlio

Var gas (FGV), Instituto Brasilei -ro de Mercado de Capitais(IBMEC) e Fundação Dom Ca -bral, Enio Duarte Pinto lecionaGestão Empreendedora na Uni -ver sidade do Distrito Federal(UNIDF). Participou de diver-sos cursos para formação de exe -cutivos em instituições interna-cionais de vanguarda como oINSEAD (França), o SILO (Itá -lia) e o Steinbeis (Alemanha).Atualmente, ele é Ge rente Na -cio nal de Ino vação e Tec nologiado Ser viço Brasileiro de Apoio àsMicro e Pequenas Empresas(Sebrae) Nacional. Duarte Pin torecebeu a revista Corrosão &Proteção para falar um poucodos serviços prestados pela insti-tuição. Acompanhe.

De quem foi a iniciativa deimplantação do Sebrae? Hou -ve participação governamen-tal? Quando a entidade des -vinculou-se da administraçãopública?Duarte Pinto – Em 17 de julho de1972, por iniciativa do BancoNacional de DesenvolvimentoEconômico e Social (BNDE) e doMinistério do Planejamento, foicriado o Centro Brasileiro deAssistência Gerencial à PequenaEmpresa (Cebrae). O Conselho

mento sustentável dos empreendi-mentos de micro e pequeno porte– aqueles com faturamento brutoanual de até R$ 3,6 milhões. Eleatua com foco no fortalecimentodo empre endedorismo e na ace -leração do processo de formaliza-ção da economia por meio depar cerias com os setores público eprivado, programas de capacita -ção, acesso ao crédito e à inova -ção, estímulo ao associativismo,feiras e rodadas de negócios. Assoluções desenvolvidas pelo Sebraeatendem desde o em preendedorque pretende abrir seu primeironegócio até pequenas em presasque já estão consolidadas e bus-cam um novo posicionamento nomercado.

Quais serviços são prestadospelo Sebrae?Duarte Pinto – São oferecidos cur-sos, seminários, consultorias e assis -tência técnica para pequenos negó-cios de todos os setores.

Em quais segmentos industri-ais e de serviços o Sebrae atuaatualmente? Quais são aque-les que se destacam mais emtermos de procura de apoio ecapacitação?Duarte Pinto – O Sebrae atua emtodos os segmentos industriais.Atendemos todos os pequenos negó-cios, sem fazer distinção de ativi-dade ou setor.

Deliberativo do Cebrae com “C”contava com a Financiadora deEstudos e Projetos (Finep), a Asso -ciação dos Bancos de Desenvolvi -mento (ABDE) e o próprioBNDE. Em 9 de outubro de1990, o Cebrae foi transformadoem Sebrae pelo decreto nº 99.570,que complementa a Lei nº 8029,de 12 de abril. A entidade desvin-culou-se da administração públicae transformou-se em uma institui -ção privada, sem fins lucrativos,mantida por repasses das maioresempresas do país, proporcionais aovalor de suas folhas de pagamento.

Onde encontra-se a sede nacio -nal do Sebrae?Duarte Pinto – O Sebrae Nacio -nal tem sede em Brasília.

Quais regiões nacionais sãoatendidas pelo Sebrae?Duarte Pinto – Todos os estadosbrasileiros possuem um Sebrae.Es tamos presentes no Distrito Fe -deral e nos 26 estados e contamoscom uma rede de 626 pontos deatendimento, um Call Center(0800 570 0800) e um Portal(www.sebrae.com.br). Também es -ta mos presentes nas redes sociais.

Quais as principais atividadesdesenvolvidas pelo Sebrae?Duarte Pinto – Somos uma enti-dade privada que promove acompetitividade e o desenvolvi-

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Enio DuartePinto

Entrevista

Entrevista61:Entrevista36 4/14/16 9:07 PM Page 1

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Quantos colaboradores exer -cem as atividades oferecidas?Duarte Pinto – Contamos comuma rede de 626 agências deatendimento, mais de 6 mil técni-cos especialistas no atendimento apequenos negócios e 8 mil consul-tores credenciados a empresa, per-mitindo um atendimento próximoe especializado na necessidade doempresário.

Quantas empresas e/ou can-didatos a empreendedores sãoatendidos?Duarte Pinto – O Sebrae temconseguido ampliar a quanti-dade de empresas atendidas comseus ser viços. Em 2011, foramrealizados 1,6 milhões de atendi-mentos e no ano passado, essenúmero subiu para 2,5 milhões.Esse crescimento surge, principal-mente, da ampliação da formal-ização do microem preendedorindividual, implementação doscanais já citados e maior eficiên-cia na distribuição dos produtosdisponíveis.

Qual o porcentual de novasempresas que são viabilizadascom sucesso?Duarte Pinto – De acordo com aGEM (Global EntrepreneurshipMonitor) sobre Empreendedoris -mo no Brasil, a empresa está con-solidada no momento que supera42 meses. Apenas 18% dasempresas conseguem atingir estenível.

Quais os principais fatores queinfluenciaram nas duas situ-ações?Duarte Pinto – Dois fatores influ-enciando diretamente essa situ-ação. O primeiro refere-se à moti-vação de abertura de empresa porparte do empreen de dor, que podeter origem em uma necessidade degeração de ren da ou em uma opor-tunidade de negócio percebida nomercado. Quanto maior for essaoportuni dade, maior a tendência

de lon gevidade do negócio iniciado.O segundo fator tem a ver com ohistórico do empreendedor e o fatode ele estar diretamente ligado aosegmento de atuação da empresa,trazendo experiência e boas práti-cas como patamar inicial maisavançado.

Qual é o principal foco daFeira do Empreendedor? Duarte Pinto – A Feira doEmpreendedor é reconhecida na -cio nalmente como um dos maisimportantes eventos de negócios noPaís, mobilizando inúmeros par-ceiros em sua realização tais comobancos federais e estaduais, Gover -nos Estaduais, Governo Munici -pais, expositores diversos, institui -ções de ciência e tecnologia, e diver-sas entidades públicas e privadas.Tendo como objetivo o fomento àAbertura de Novos Negócios e aCompetitividade e Sustentabilida -de de Negócios existentes.

Quando e onde foi realizada aúltima edição?Duarte Pinto – A última edição daFeira do Empreendedor foi realiza-da em São Paulo, agora em feve -reiro de 2016 atendendo 130 milvisitantes. Ela fomenta a criação deum ambiente favorável para ge -ração de oportunidades e de di -fundir o empreendedorismo comoum estilo de vida. Cada uma dasfeiras é projetada de maneira dife -rente, de acordo com a cultura edinâmica econômica do local ondese realiza. Durante a realização doevento, potenciais empreendedoresobtêm informações sobre os seg-mentos da economia local em que oSebrae atua e têm a oportunidadede entrar em contato com fabri-cantes de pequenas máquinas,ofertantes de pequenas franquias,licenciadores de marcas e produtos,além de empresas interessadas emtransferir tecnologia, podendo ain -da ser um espaço adequado paraempresas em busca de novos repre-sentantes comerciais

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Quais os resultados atingidospelo evento em termos de pre-sença de público e de negóciosrealizados?Duarte Pinto – O Circuito deFeiras é promovido pelo SistemaSebrae há 24 anos. Neste período,foram realizadas 166 edições daFeira, em que participaram maisde 2,5 milhões de visitantes e 14mil expositores.

Quais segmentos despertarammais interesse?Duarte Pinto – As informaçõessobre o segmento de Serviços são asmais procuradas.

Qual o perfil do visitante e dosexpositores do evento?Duarte Pinto – Os participantesda Feira são candidatos à abertu-ra de um novo negócio e em -presários em atividade (formais einformais) que têm necessidadede melhorar os seus negócios. Osexpositores são obrigatoriamenteofertantes de “oportunidades denegócio”, ou seja, na Feira doEm preendedor não vendemos bo -nés. Vendemos a máquina que fa -brica o boné, apenas como simplesexemplo. São em presas oferecendofranquias, representações comer-ciais, máquinas e equipamentospara abertura de ne gócios etc. Osdemais expositores ofertam pro-dutos e/ou serviços que tambématuam como apoio aos ne gócios,como por exemplo parceiros queorientam sobre exportação, aces soa crédito, ferramentas diversaspara ganho de mercado (ex: face-book informando como usar arede social para negócios) etc.

Quando e onde será realizada apróxima edição?Duarte Pinto – O calendário doCircuito Feira do Empreendedor2016 está em fase final de defi -nição. As próximas ocorrerão nosegundo semestre de 2016 e o ca -lendário será publicado emwww.sebrae.com.br.

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Ensaios Eletroquímicos

ma reação é considerada eletroquímica quando ela está associa-da à passagem de corrente elétrica através de uma distância fini-ta, maior do que a distância interatômica. A distância que a cor-

rente elétrica percorre na reação de corrosão eletroquímica pode variarbastante, como no caso da corrosão por correntes de fuga de tubulaçõesenterradas nas vizinhanças de uma estrada de ferro eletrificada.

A pilha de corrosão eletroquímica é constituída de quatro elemen-tos fundamentais: uma área anódica onde verifica-se a corrosão(reações de oxidação), uma área catódica onde não há corrosão (rea -ções de redução), um eletrólito que é a solução condutora que envolvetanto as áreas anódicas como as catódicas e uma ligação elétrica entreas áreas anódicas e catódicas.

Esta é a primeira vez que a Revista Proteção & Corrosão trataespecificamente de ensaios eletroquímicos. Aqui, são traçados, em li -nhas gerais, os principais conceitos e técnicas utilizadas atualmentenessa área do estudo da corrosão.

O que são ensaios eletroquímicosOs ensaios de corrosão são realizados por várias razões, entre elas,

para comparar o comportamento de diferentes metais em um meioespecífico a fim de selecionar o mais adequado, avaliar o comporta-mento de um novo metal em um certo meio e investigar métodos deproteção de corrosão em um meio agressivo e determinar os efeitos demetais sobre as características de um meio.

Nos ensaios eletroquímicos, determina-se:a. diferença de potencial através da dupla camada elétrica,b. taxa de corrosão por unidade de área (densidade de corrente

anódica), ec. capacitância da dupla camada elétrica, que contém informação so -

bre a natureza da superfície.Em geral, as medidas eletroquímicas usadas são:

a. o potencial de corrosão do estado estacionário,b. a variação desse potencial em relação ao tempo,c. a relação E – i determinada tanto potenciostaticamente, onde o po -

tencial é mantido constante e a corrente medida, como galvanos ta -ticamente, em que a densidade de corrente é mantida constante e opotencial é medido.Os dispositivos requeridos para realizar estas medidas são:

a. eletrodo de referência e voltímetro para medidas de potencial,b. miliamperímetro para medidas de corrente,c. fonte geradora de corrente contínua para a imposição de corrente,d. potenciostato para a imposição de potencial,e. programador de voltagem para ajudar a variar o potencial a taxas

predeterminadas,f. fonte de corrente alternada de várias frequências para determinar

impedâncias.

A indústria está sempre em busca de meios rápidos e seguros capazes de avaliar seus produtose seus serviços para o combate à corrosão. Os ensaios de corrosão e, em especial, os eletroquímicos

constituem uma parte importante do desenvolvimento dessa pesquisa

As sofisticadas armasdo combate à corrosão

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PolarizaçãoPolarização é a modificação

do potencial de um eletrodo de -vido a variações de concentraçãodo eletrólito, à presença de gases,ao contato com materiais metáli-cos com maior ou menor ten -dên cia de perder elétrons. Essaspossibilidades fazem com que ovalor de potencial do eletrodo seafaste do seu equilíbrio e levam àvariações da resistência ôhmicado sistema. Sem a polari zação, acorrente que flui entre anodos ecatodos seria muito mais eleva-da, quase curto-circuito. Ela geraum aumento na resistência ôh -mica do circuito, limitando as -sim a velocidade do processocor rosivo. Essa é a razão pelaqual as taxas de corrosão na prá -tica são muito inferiores às queocorreriam se as pilhas de cor-rosão eletroquímica funcio nas -sem livremente.

Célula eletroquímicaUma célula eletroquímica é

um dispositivo que possibilita aocorrência de reações eletroquí -micas mediante a introdu ção deenergia elétrica. Uma célula ele -tro química tí pica possui um ele -trodo de trabalho ou corpo depro va, um ele trodo auxiliar oucon traeletrodo, e um capilarLug gin ligado a um eletrodo dereferência via ponte de salina.

A célula é também equipadapara introdução de gases, tais co -mo oxigênio, nitrogênio, argô -nio, e para agitação da solução.

Curvas de polarizaçãoConforme dito anterior -

men te, as reações que envolvem

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a trans ferência de elé trons entreas espécies da interface metal/meio de ensaio são denomina -das re a ções eletroquímicas. Demodo aná logo, os ensaios queen volvem a impo sição de po -tencial ou de cor rente, o moni-toramento de po tencial ou decor rente, ou a im po sição decor rente alternada, são cha -

mados de ensai os eletroquímicos.Esses ensaios podem ser realizados em condições estacionárias

(quando as grandezas não variam com o tempo) ou não estacionárias(quando as grandezas variam com o tempo).

As curvas de polarização são realizadas em condições estacionárias econsistem na imposição de potencial a uma interface metal/meio. Estaimposição faz com que o eletrodo de trabalho tenha o seu potencialalterado em relação ao seu potencial inicial (potencial de corrosão).

A direção desta alteração depende dos valores de potencial impos-tos. Quando os valores impostos à interface tornam-se cada vez maispositivos em relação ao potencial inicial, a polarização é denominadade anódica. Quando os valores impostos à interface tornam-se cadavez mais negativos em relação ao potencial inicial, a polarização édenominada catódica.

As curvas de polarização são o registro do potencial aplicado e dacorrente resultante. As curvas de polarização anódica evidenciam ocomportamento do metal nos estudo frente a corrosão.

Os metais que sofrem corrosão apresentam curvas de polarizaçãocom o crescimento da corrente, enquanto que os metais passiváveisapresentam o crescimento da corrente até um determinado valor depotencial e, em seguida, verifica-se uma queda da corrente que semantém baixa por um determinado intervalo de potencial (transiçãoativo/passivo).

As curvas de polarização são utilizadas comumente nos estudos demetais em meios agressivos, de revestimentos metálicos e de conversão

Célia A. L. dos Santos,pesquisadora do Laboratório deCorrosão e Proteção do IPT

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formação de um fino filme passi-vo. Essas curvas também sãoúteis para a caracterização de ele -trodos de metais nobres como osde platina e ouro e, em especial,para avaliar a intensidade da cor-rosão galvânica entre metaisnobre e não-nobres.

O potencial é varrido em umúnico ciclo (ou um pouco menosque um ciclo) e o valor da his-terese é avaliado juntamentecom as diferenças entre os va -

em meios agressivos e, também, para a avaliação de desempenho deinibidores de corrosão.

Curvas de polarização cíclicaEste ensaio, em geral, é usado para determinar a susceptibilidade

de um metal à corrosão por pitting. A polarização cíclica refere-se àstécnicas de polarização catódica e anódica, executadas de forma cícli-ca. Essas técnicas medem as tendências de corrosão localizada de ummaterial em um dado sistema metal-solução. Ela é um teste de expo -sição rápida que fornece informação sobre as características de cor-rosão e os mecanismos de corrosão.

As medidas de polarização cíclica são normalmente usadas paracaracterizar metais e ligas que derivam sua resistência à corrosão da

Diagrama mostrando os princí-pios básicos de um potenciostato

Diagrama de um ensaio eletro-químico, usando um potenciostato

Diagrama mostrando umgalvanostato

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lores do potencial inicial de cor-rosão em circuito aberto e opotencial de passivação de re tor -no. A existência de histe rese, emgeral, indica a corrosão localiza-da enquanto o valor do ciclonor malmente está relacionado àquantidade de pitting.

Os materiais que possuemva lores elevados de potencial decorrosão por pitting e de passi-vação são os mais resistentes àcorrosão por pitting.

Resistência de PolarizaçãoLinear (LPR)

A técnica da resistência à po -larização linear consiste na apli-

cação de pequenas variações de potencial, da ordem de 10 mV a 20 mVem torno do potencial de corrosão, para que se obte nha respostas emcorrente o mais linear possíveis. O objetivo desta técnica é o de medira resistência que um dado material, exposto a determinado meio, ofe -rece à oxidação du rante a aplicação de um potencial externo.

A LPR é um método eletroquímico amplamente usado de moni-toramento da corrosão. Ele en volve o monitoramento da re lação exis-tente entre a corrente e o potencial, permitindo assim a medida detaxas de corrosão de forma rá pi da e eficiente. Esse método é muitoempregado em soluções líquidas.

Os eletrodos na ponta dos sensores (dois ou três eletrodos) de LPRsão polarizados em pequenos intervalos de tempo e, como resposta aessa polarização, temos a taxa de corrosão em tempo real para oeletrólito ou meio em análise. A validade do princípio de mediçãodessa técnica se deve ao fato de a densidade de corrente associada apequenos efeitos de polarização é diretamente proporcional à taxa decorrosão do eletrodo no meio em questão.

A principal vantagem dessa técnica é a de termos uma taxa de cor-rosão em tempo real e sua principal limitação, a de que os princípioseletroquímicos nos quais ela se fundamenta são para corrosão uni-forme. Caso exista corrosão por pites, as medições terão valores dis-torcidos e não reais.

Bubble TestO Bubble Test é um ensaio de polarização linear. Trata-se de um

procedimento flexível de la bo ratório para monitoramento de taxas decorrosão e desempenho de inibidores. O teste é executado em umbéquer de vidro com tampa que possui acessos para o eletrodo de tra-balho, o contraeletrodo, o eletrodo de referência, o termômetro etubos para entrada e saída de gás. Nesse ensaio, a composição e a tem-peratura em campo são simuladas. O Bubble Test é muito usado paratestar inibidores em campos de petróleo.

Impedância eletroquímica (EIS)A técnica de impedância eletroquímica, também conhecida como

espetroscopia de impe dância eletroquímica (Electro che mical Impe -

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Modelo de circuito elétrico usado para representar uma interface eletroquímica submetida a corrosão. Rp é aresistência de polarização, Cdl, a capacitância da camada dupla, Rct, a resistência de transferência de carga,RD, a resistência de difusão e RS, a resistência da solução. (a) Rp = Rct quando não há limitações de transportede massa e a reações eletroquímicas não envolvem intermediários absorvidos e o controle de transferência decarga quase instantânea prevalece. (b) Rp = RD + Rct no caso de limitações de transporte de massa

Célula eletroquímica

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dance Spectros copy – EIS), con-siste na im posição de pequenasperturbações (5 mV – 20 mV)de tensão de corrente alternadaem um determinado intervalo defrequências (10 mHz – 100 kHz)no sistema, medindo a sua cor-rente de resposta como umafun ção da frequência e calcu-lando a evolução de frequênciada impe dância.

A impedância permite obterinformação sobre processos ele -troquímicos que ocorrem nosis tema, pois estes podem terconstantes de relaxamento di -feren tes, fazendo com que apa -reçam em zonas com frequên-cias diferentes.

Uma das particularidadesmais interessantes dos metais emcorrosão é o fato de os processosanódicos e catódicos ocorreremsimultaneamente em regiões di -ferentes na superfície do me tal.Montagem de um Bubble test

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Um microeletrodo traz a van-tagem de se poder acompanharos processos que ocorrem nasuperfície da amostra, individua -lizando a resposta das regiõesanó dicas e catódicas. Trata-se deuma abordagem re la tivamentere cen te em que os processos cor-rosivos são observados em corposde prova in seridos em so lução esuas rela ções químicas, diferente-mente dos estudos tra dicionaisbasea dos nas variações de cor-rente e tensão através da inter-face metal-solução.

Ruído EletroquímicoO ruído eletroquímico é o

termo genérico dado a flutua çõesde corrente e tensão. A técnicamede as perturbações de sinalque são flutuações de baixo nívelda tensão de corrosão entre doiseletrodos idênticos. As flutu-

ações são geralmente de baixa amplitude, inferior a 1 mV.A técnica considera as rea ções que ocorrem na in terface entre a

solução e o metal e as correntes que fluem em cada eletrodo comoresultado das reações anódicas e catódicas. Esse tipo de medida en -volve a aplicação de corrente ou tensão CC de pequena amplitude emum metal e a medição da corrente ou da tensão resultan te. A análise ea medição do ruído eletroquímico é capaz de de tetar vários tipos decorrosão, bem como avaliar o desempenho dos inibidores.

Há dois principais usos para o ruído eletroquímico. O primeirodeles é baseado na análise transitória da corrente (e do potencial) e édirecionada para a detecção da corrosão localizada. A segunda apli-cação consiste na determinação da taxa de corrosão a partir damedição das flutuações da corrente e do potencial, utilizando-se umterceiro eletrodo como eletrodo de referência.

A técnica de ruído eletroquímico de potencial é bem sensível aosprimeiros estágios do ataque de corrosão atmosférica e sua respostatem se mostrado mais rápida do que a de outras técnicas. Essa técnicatem se revelado extremamente útil em ambientes de baixa condutivi-dade como, por exemplo, onde há o recobrimento da superfície poruma fina camada de filme.

A grande vantagem dessa técnica é que ela é capaz de identificar oprocesso de corrosão que está ocorrendo. O número de aplicaçõesindustriais do ruído eletroquímico tem crescido consideravelmentenos últimos anos.

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Monitoramento em campoHoje, o conceito de monitoramento de qualquer atividade

humana (social, industrial, serviço) está sendo amplamente adotadopara dar apoio à tomada de decisão objetivando evitar problemasfuturos. No campo da corrosão, esse conceito também se aplica. Porexemplo, monitorar os parâmetros ambientais de uma determinadaregião (umidade relativa, teor de compostos de enxofre, teor decloretos) pode dar informações que possibilitam estimar a taxa decorrosão de alguns metais. Estas informações podem ser usadas paraavaliar a integridade de uma estrutura metálica e, se detectadascondições adversas, podem possibilitar a adoção de medidas pre-ventivas para evitar um possível colapso da estrutura.

Na área de corrosão, as aplicações incluem o monitoramento de:1. espessura de parede de dutos, tanques e equipamentos que

entram em contato com produtos agressivos;2. um processo industrial ou de mineração por meio da determinação de parâmetros como, composição,

concentração, teor de oxigênio, pH, temperatura, pressão, parâmetros esses que podem permitir esti-mar a taxa de corrosão de reatores, tanques de armazenamento;

3. monitoramento da velocidade de escoamento, vazão, de fluidos ou gases para evitar problemas de cor-rosão-erosão;

4. tensões residuais de estruturas e equipamentos metálicos para evitar falhas devido à corrosão associa-da a esforços mecânicos;

5. parâmetros eletroquímicos de armaduras e de teor de umidade e cloretos em concreto de estruturasarmadas ou protendidas.A grande vantagem obtida é a prevenção de problemas, enquanto os métodos tradicionais (inspeções

periódicas) geralmente detectam quando o problema já ocorreu ou está prestes a ocorrer levando aadoção de medidas corretivas de custo muito maior do que as medidas preventivas. Muitos sensores emétodos não destrutivos estão sendo oferecidos pelo mercado e é cada vez maior o número de estudosrelacionados com o monitoramento da corrosão nos mais variados setores industriais.

Zehbour Panossian, Diretora deInovação do IPT

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entre as regiões analisadas, poisnão é possível confinar a correntepontualmente na área de interes -se para se obter dados quantita-tivos precisos.

Espectroscopia de impedân-cia eletroquímica localizada

A técnica de impedância lo -

Análises LocalizadasAs técnicas de análise locali zada permitem mapear uma superfície,

por meio de sucessivas medidas em diferentes pontos da amostra, pre-viamente configurados a partir de um software. Desta forma, são obti-das informações de cada ponto medido, resultando em um mapa queapresenta o perfil da superfície, e não um único valor que a representecomo um todo. Trata-se de uma técnica não destrutiva, permitindofazer o monitoramento da amostra na solução por períodos prolonga-dos. Os resultados, entretanto, apresentam diferenças qualitativas

Laboratório de ensaios eletroquímicos dos Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo – IPT

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Eletroscopia de impedância eletroquímicaO principal conceito em que se baseia a espectroscopia de

impedância eletroquímica é o fato de ela ser uma técnica tran-siente. Assim, ela é capaz de detectar fenômenos eletroquímicosque ocorrem com distintas constantes de tempo. Ela difere dacurva de polarização, que é estacionária, e portanto apenas apre-senta o comportamento em potencial e corrente quando todos osprocessos físico-químicos já tive ram tempo para ocorrer. Por isso,os ensaios de impedância são amplamente utilizados na caracte -rização de sistemas eletroquímicos.

Além disso, a impedância é extremamente útil no estudo dosmecanismos eletroquímicos que cons tituem a base dos processoscorrosivos. Apesar da dificuldade de se encontrar o real mecanis-mo que go verna um dado processo corrosivo, tem-se as ferra-mentas para eliminar o fenômeno, como por exem plo a dis-solução anódica de uma peça de aço em meio ácido. Essa linhade investigação é de natureza mais fundamental, porém muito importante para o conhecimento eproposição de modelos. Porém, mesmo quando considerado do ponto de vista qualitativo, aimpedância eletroquímica é bastante esclarecedora sobre o comportamento de um dado sistemametal-eletrólito.

Diversos estudos aplicam a impedância eletroquímica, podendo ser citados, se nos restringirmosapenas à corrosão e à proteção, aqueles referentes à eletrodeposição, a baterias, a tintas, materiais usa-dos como anodo de sacrifício e materiais semicondutores etc. Essas aplicações da impedância eletro-química visam a avaliação de desempenho, a identificação dos principais processos cinéticos, detransporte de massa etc.

O uso de impedância eletroquímica é bastante amplo, incluindo a avaliação de inibidores de cor-rosão, a degradação de revestimentos orgânicos, inorgânicos etc. Contudo esta técnica, com ajustesespecíficos, é usada também em aplicações menos conhecidas, como avaliação de qualidade de carne,identificação de tumores dentre outros.

Pelas características das técnicas eletroquímicas atuais, há mais sentido em dizer que as diversastécnicas atuam de modo complementar, em vez de competirem entre si, no sentido de tornardisponíveis informações similares. Há outras técnicas eletroquímicas transientes, como a voltametriacíclica, mas por ser de grande amplitude e não-linear, apresenta dificuldades em serem modeladas,mesmo que por métodos aproximados. Assim sendo, observa-se que atualmente é raro encontrarestudos de corrosão eletroquímica que não usam a impedância eletroquímica como uma ferramen-ta de estudo. É muito comum que os estudos de corrosão empreguem o monitoramento do poten-cial de corrosão, levantamento de curvas de polarização e medidas de impedância eletroquímica.Além disso, os diagramas de impedância são geralmente modelados por circuitos elétricos equiva-lentes, e estes contém, em geral, resistores e elementos de fase constante. Esse “padrão” de ensaiosobviamente não é único, mas é bastante usado nos estudos de corrosão eletroquímica.

Atualmente as técnicas eletroquímicas localizadas têm tido grande aplicação no estudo da corrosão.Estes métodos são sensíveis a processos eletroquímicos que estão espacialmente distribuídos, como porexemplo, os locais onde há a predominância das reações anódicas e catódicas. Destacam-se a técnica devarredura eletrodo vibrante SVET (Scanning Vibrating Electrode Technique), a microscopia eletroquími-ca de varredura SECM (Scanning Electrochemical Microscopy) e a espectroscopia de impedância eletro-química localizada, mais conhecida como LEIS (Localized Electrochemical Impedance Spectroscopy).

Neste sentido, a impedância localizada tem se mostrado cada vez mais relevante ao detectar asdife renças de reatividade eletroquímica em regiões da amostra compostas por materiais diferentes,ou que apresentem distinta resistência à corrosão. Além disso, como boa parte da interpretação dosdiagramas de impedância empregam circuitos elétricos que são propostos para ter correspondênciafísica com os processos que ocorrem no eletrodo, existem interesse em melhorar a compreensão doreal significado desses elementos, em especial o elemento de fase constante, e também na melhoriados métodos numéricos de ajustes, empregando técnicas de otimização estocásticas, em vez do pro-cedimento determinístico que é muito usado nos equipamentos comerciais.

Ivan Napoleão Bastos, professorda Universidade Estadual do Riode Janeiro

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calizada, também conhecida como a espectroscopia de impe dânciaeletroquímica localizada (Localized Impedance Spectroscopy – LEIS)possui a mesma capacidade da EIS de obter informações sobre meca -nismos de corrosão, entretanto, com maior resolução espacial (daordem de poucos mm2).

Uma das mais utilizadas aplicações da impedância eletroquímicalocalizada são os estudos que objetivam avaliar mecanismos dedegradação de revestimentos aplicados sobre metais para proteçãocontra a corrosão.

Técnica de varrimento do eletrodo vibratórioO eletrodo vibratório (Scanning Vibrating Electrode Technique –

SVET) é usado para estudos de processos de corrosão com densidadesde corrente muito baixas. “Esta é uma técnica de varredura de sondavibratória. Existe uma sonda que fica vibrando tanto no sentido verticalcomo no horizontal, muito perto da superfície do eletrodo de trabalho.

Portanto, há pequenas variações de distância que provocam vari-ações de tensão que são analisadas por um software, gerando um mapade potencial em relação à área varrida que revela as regiões onde estáocorrendo ou não um pro cesso corrosivo”, explica Célia A. L. dosSantos, especialista em ensaios eletroquímicos e pesqui sadora doInstituto de Pesquisas Tec no ló gicas do Estado de São Paulo – IPT econsultora técnica desta revista.

Ela mede a intensidade de correntes locais, em superfícies ativasimersas em um eletrólito, identificando as zonas catódicas e anódicas.

Ela permite obter, assim, infor-mações sobre processos ele troquí -micos locais no caso es pe cífico dedefeitos de metais re vestidos.Desta forma, não sur pre ende asua crescente aplicação para estu-dar os processos de corrosão.

Conforme foi dito, o princí-pio aplicado baseia-se em umele trodo que vibra e permitemedir a diferença de potencialem solução a uma determinadadistância da amostra. Esta dife -rença de po tencial pode ser cal-culada, me dindo o potencial emambos os momentos de oscilaçãomáximo e mínimo da vibração,sen do que a diferença entre am -bos corres ponde à diferença depo tencial. Esta diferença de po -ten cial relaciona-se com os flu -xos iônicos gerados pelas rea -ções eletroquímicas em cur so,neste caso, a corrosão que ocor -re na superfície.

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Artigo Técnico

Aumento da confiabilidadeoperacional de retificadores usadosem sistemas de proteção catódica

(ILO), Dispositivo de Proteçãode Ponte Retificadora (DPPR) eDispositivos Dispersores (DD).Esses dispositivos foram instala-dos em retificadores em campo eos resultados indicaram o au -mento da disponibilidade opera-cional dos equipamentos.

AbstractThe control of external corro-

sion of buried pipelines occurs bymeans of cathodic protection andanti-corrosion coatings. Common -ly, rectifiers are used as DC powersource in cathodic protection sys-tem. In regions with high inci-dence of lightning, as in Brazil,the rectifiers burn often becausethey are connected to pipelines andanode beds that can act as light-ning rods. In this case, cathodicprotection stops working, allowingcorrosive processes to occur. Asdefined in standards, the rectifiersmust be inspected at intervalsbetween one and three months toensure its operability. In additionto this periodic inspection, electro-chemical potential are measuredon test stations. As define in stan-dards, the minimum potentialvalue of -0,85VCu/CuSO4 is con-sidered as cathodic protection cri-teria and ensures that the system isworking properly. The monitoringof cathodic protection system,therefore, requires a periodic eval-uation by professionals. In order toassure the operation of the recti-fiers, and also to reduce mainte-nance and inspection costs, threedevices have been developed:

Operation Indicator Light (ILO),Rectifier Bridge Protection Device(DPPR) and Dispersing Device(DD). These devices have beeninstalled in rectifiers in situ andthe results have been indicated theincreased of the operational avail-ability of equipment.

IntroduçãoA malha dutoviária brasilei -

ra apresenta, aproximadamen -te, 15.000 km de extensão, en -tre oleodutos e gasodutos, sen -do grande parte concentradaen tre as regiões urbanas e oscentros produtores de gás e pe -tróleo. A ga rantia da integrida -de dos dutos enterrados inclui aprevenção da corrosão externa,realizada atra vés do uso de re -ves timentos e sistema de prote -ção catódica (SPC) 1.

A corrente para proteção ca -tódica é comumente aplicadaatravés de retificadores de cor-rente, sendo utilizados anodosinertes para a distribuição dacorrente através do solo. Os re -tificadores são equipamentosque transformam corrente al -ter nada em corrente contínuaatravés de pontes retificadoras,cujo polo positivo se conecta aosanodos e o negativo ao duto.

Quando há incidência dedescargas atmosféricas, há pos-sibilidade de queima dos retifi-cadores. O fluxo de cargas elé -tricas proveniente dos raios geraum surto de tensão que podeatingir diretamente um circuitoelétrico. Os retificadores são

Por Milene Lagoas

de A. Desmarais

ResumoO controle da corrosão exter-

na de dutos enterrados se dáatravés de proteção catódica,associada ao uso de revestimentoanticorrosivos. Comumente, uti-lizam-se retificadores como fonteexterna de corrente contínua pa -ra o sistema de proteção catódi-ca. Em regiões com alta incidên-cia de descargas atmosféricas, co -mo ocorre no Brasil, os retifi-cadores queimam com alta fre-quência pois estão conectados adutos e leitos de anodos que fun-cionam, eventualmente, comopa ra-raios. Quando isso ocorre, aproteção catódica deixa de fun-cionar, permitindo a ocorrênciade processos corrosivos. Confor -me definido em normas, os reti-ficadores devem ser inspeciona-dos em intervalos entre um e trêsmeses para garantir seu funcio -namento. Além dessa inspeçãope riódica, são realizadas medi -ções do potencial eletroquímicoem pontos de teste específicos.

Conforme indicado em nor-mas, o valor mínimo de- 0,85 VCu/CuSO4 é adotado comocritério de proteção catódica egarante que o sistema está fun-cionando adequadamente. Omo nitoramento do sistema depro teção catódica exige, portan-to, uma avaliação periódica feitapor profissionais especializados.Com o objetivo de garantir ofuncionamento dos retificadores,além de reduzir custos de ma -nutenção e inspeção, foram de -senvolvidos três dispositivos: In -dicador Luminoso de Operação

Increasing operational availability of rectifiers in cathodic protection systems

Co-autor:

Simone Louise

Delarue C. Brasil

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afetados por esses surtos de ten-são que o atingem através dafonte elétrica do equipamento,do leito de anodo ou do duto,conforme descrito por Gervásioet al. 2. A frequência de ocor-rência do fenômeno de descar-ga atmosférica em uma deter-minada localidade é um dadoessencial para definir a necessi-dade e o grau de proteção deum sistema contra descargasatmosféricas. Segundo Rakov 3,o parâmetro usual para quan-tificar essa frequência é densi-dade de descargas atmosféricaspara a terra, dado por “descar-gas/km2/ ano”.

As consequências da queimade um retificador podem sertraduzidas em custos não men-suráveis (desproteção do duto eperda da garantia da integrida -de) e custos mensuráveis (con -tratos de manutenção e inspe -ção periódica).

Visando definir um tempomínimo de operação dos retifi-

cadores, foi estabelecido um ín -dice que define as horas de ope -ração efetiva (lida no horímetrodo retificador) e o tempo (emhoras) decorrido entre inspe -ções periódicas, denominadoÍndice de Disponibilidade Ope -ra cional (IDO). A norma Pe -trobras N-2298 recomenda quea disponibilidade operacionalmensal seja de, no mínimo,80 %, de forma a garantir apro teção catódica dos dutos4.

A norma ISO 15589-11 es -ta belece o intervalo máximocom que os equipamentos dosistema de proteção catódicade vem ser inspecionados de

forma a:i. garantir os critérios de prote -

ção e detectar deficiências dequalquer natureza,

ii. verificar se a operação e ascon dições do retificador es -tão satisfatórias e

iii. registrar a tensão e a cor-rente de saída. A frequênciade inspeção de retificadoresé de um a três meses, depen -den do de condições opera -cio nais tais como frequênciade des cargas atmosféricas epresença de correntes de in -ter ferência.A norma indica a moni-

toração remota como uma ten-

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Classe 1 Classe 2 Classe 3 Classe 4

E1 Quadrimestral Quadrimestral Mensal MensalE2 Bimestral Bimestral Mensal QuinzenalE3 Mensal Mensal Quinzenal SemanalE4 Mensal Mensal Quinzenal Semanal

Tiposde ambiente

Classe

TABELA 1 – PERIODICIDADE DE INSPEÇÕES DAS FAIXAS DE DUTOS 5

Figura 1 – ILO instalado em retificadores em campo

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transita próximo aos retifica -dores regularmente. Nessa tabe -la, classe é função da densidadepopulacional aproximada e daquantidade de construções paraocupação humana localizadasna faixa de duto (Classe 1:menos populosa / Classe 4:mais populosa). Os tipos deambiente são classificados con-forme as características dos lo -cais por onde a faixa de dutoatravessa (E1 = grau de vulner-abilidade baixo / E4 = grau devulnerabilidade crítico).

MetodologiaPara que parte da moni-

toração do SPC fosse feita porprofissional não treinado emproteção catódica, como é o ca -so do inspetor de faixa de du -tos, foi necessário elaborar umametodologia fácil e direta quepu desse fornecer as informa -ções mínimas necessárias paraacompanhamento dos retifi-cadores.

Considerando que a infor-mação principal desejada équanto ao funcionamento dosretificadores, foram instaladosdiodos emissores de luz (LEDs)na entrada e saída dos retifi-cadores a serem monitorados daseguinte forma: LED vermelholigado à alimentação elétrica doequipamento e o LED verdeligado à saída do retificador. Aesse dispositivo deu-se o nomede Indicador Luminoso deOperação – ILO (Figura 1).

O inspetor de faixa, ao pas-sar pelo retificador, verifica oILO e registra o resultado emum formulário próprio, poden-do entrar em contato diretocom os responsáveis pelo SPCem caso de anomalia, conformeos critérios apresentado naTabela 2.

A utilização do ILO permitea fácil verificação da disponibi -lidade operacional dos retifi-cadores. Contudo, esse disposi-tivo não impede que o sistema

da monitoração;• gastos com manutenção nos

aparelhos: tem-se observadoque as intervenções de manu -tenção no sistema remoto sãomais frequentes do que nopróprio retificador, tornandomais onerosa e não compen-sando a suposta redução darotina de inspeção.

Considerando as dificul-dades operacionais vinculadas àmonitoração remota, umaques tão pode ser colocada:como garantir a operacionali-dade do sistema e, ao mesmotempo, otimizar os custosprovenientes de contrato demanutenção?

Considerando que parte doscustos do contrato de manu -tenção de sistemas de proteçãocatódica refere-se à inspeçãopara verificação da operaciona -li dade do retificador (em tornode 30 %), buscaram-se alterna-tivas para otimizar estes custos.

Uma das alternativas encon-tradas foi através da atividadede inspeção da faixa de dutos. Éprevista uma inspeção periódicana faixa de dutos, orientada pe -la norma Petrobras N-27755,que visa avaliar os acessos e asáreas adjacentes, além da exis -tência de irregularidades quepossam causar esforços mecâni-cos anormais ou colocar em ris -co as instalações existentes. Naprática, esta inspeção consisteem uma verificação visual, feitapor um inspetor de faixa, quecaminha ao longo de toda a ex -tensão do duto. Ao consideraras periodicidades previstas nestetipo de inspeção (Tabela 1), ve -rifica-se que o inspetor de faixa

tativa de aumentar a confiabili-dade no sistema, ao promoveragilidade de informação atravésda emissão de alarmes indica-tivos de falhas no retificador. Oobjetivo é diminuir o tempo deresposta para manutenção e au -mentar, consequentemente, oIDO do retificador. A imple-mentação de sistemas de moni-toração remota visa a reduçãoda periodicidade das inspeçõesde campo e reduz gastos compessoal nos contratos de ma -nutenção e inspeção. Porém, naprática, tem-se verificado que ainstalação de sistemas de moni-toração remota não tem pro -mo vido a confiabilidade deseja-da a ponto de alterar as rotinasde inspeção, devido a algunsobs táculos como:• dificuldade de transmissão de

dados: os retificadores geral-mente estão instalados emáreas rurais que nem semprepossuem rede de telefonia ce -lular, havendo a necessidadede usar sistema de rádio ou sa -télite, o que aumenta o custo

Luz vermelha Luz verde Observaçãoacesa acesa Retificador operandoacesa apagada Com fornecimento de energia elétrica,

mas o retificador não está operandoapagada apagada Problema no fornecimento de energia

elétrica no local.

TABELA 2 – INFORMAÇÃO SOBRE FUNCIONAMENTO DO RETIFICADOR

Figura 2 – Dispositivo com ILOadaptado

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Como anodo dispersor, foiutilizada uma barra cilíndricade titânio com 1 m de compri-mento e 1” de diâmetro, en -camisada em um cilindro deaço galvanizado contendo co -que (Figura 4a) para diminuir aresistividade do meio. O catododispersor foi fabricado em cha -pa de aço carbono (Figura 4b),decapada mecanicamente porjateamento e sem revestimento,no formato retangular de120 cm x 20 cm x 1 cm. Os dis-persores foram enterrados àprofundidade em torno de 1 m.

ResultadosA Tabela 4 apresenta a re -

dução de custos com o moni-toramento a instalação de ILOem 150 retificadores. Compa -rando com os custos iniciais,reduziu-se em torno de 80 % amão de obra contratada parainspeção destes equipamentos,visto ser possível a realização datarefa por inspetores de faixa dedutos (mão de obra própria).

dutos, conforme indicaçãoapresentada na Tabela 3. Essedispositivo foi instalado emonze retificadores entre os esta-dos do Rio de Janeiro e MinasGerais.

Os dispositivos ILO eDPPR têm por objetivo reduzirgastos e aumentar a opera-cionalidade do retificador, sematuar diretamente na descargaatmosférica. Visando minimi -zar a potência da descarga at -mosférica que atinge o retifi-cador, dispositivos foram liga-dos em série por contato diretoentre o retificador e o duto e/ouentre o retificador e o leito deanodos (Figura 3), atuando co -mo pontos de “drenagem” dadescarga atmosférica para o so -lo. Esses dispositivos foram de -nominados Dispositivos Dis per -so res. No caso de estar ligadoentre o retificador e o leito deanodo, denomina-se anodo dis-persor e, caso o dispositivo es tejaentre o retificador e o du to,denomina-se catodo dispersor.

fique inoperante por determi-nado tempo. Como os retifi-cadores são muito sensíveis asurtos de tensão, são utilizadosdispositivos de proteção cujafun ção é minimizar danos aodes carregar surtos de tensão ecor rente para a terra. Porém,mes mo com a utilização dessesdis positivos, ainda há indispo ni -bilidade dos retificadores de vi doà queima de fusíveis e da pon teretificadora, principal men te emregiões com altíssima den sidadede descarga atmosférica.

Visando aumentar o tempode funcionamento dos retifi-cadores, foram instaladas pon -tes retificadoras secundárias emparalelo com a principal. Essedispositivo, denominado Dis -po si tivo de Proteção de PonteRetificadora (DPPR), é consti-tuído por dois circuitos extras(auxiliar e reserva) formadospor uma ponte retificadora euma contatora.

O sistema auxiliar é aciona-do automaticamente caso hajaalgum dano que impossibilitepassagem de corrente no sis-tema principal. Com isso, o re -tificador garante a manutençãoda corrente de proteção peloperíodo necessário até a manu -tenção do retificador principal.Caso ocorra um novo surto detensão que danifique também osistema auxiliar, o circuito re -ser va pode ser acionado atravésde um botão externo. Como ocircuito reserva só é ativadoquando acionado manualmen -te, o que pode ser realizado peloinspetor de faixa, torna-se ne -cessário instalar um ILO adap-tado para informar o estadoatual do equipamento.

O ILO adaptado possui,além dos LEDs vermelho everde, os LEDs amarelo (ligadono reserva) e azul (ligado noauxiliar) (Figura 2). Assim, ofuncionamento do retificadorcontinua sendo facilmente veri-ficado pelo inspetor de faixa de

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Luz acesa ObservaçãoVerde Retificador funcionando com o sistema principalAzul Retificador funcionando com o sistema auxiliarAmarela Retificador funcionando com o sistema reserva

TABELA 3 – INFORMAÇÃO SOBRE FUNCIONAMENTO DO ILO ADAPTADO

Obs: Se a luz vermelha está apagada, o equipamento está fora de operação (sem fornecimento de ener-gia elétrica)

Figura 3 – Esquema simplificado de ligação da chapa dispersorano SPC

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Dependendo da faixa de du -tos, a frequência de inspeção deretificadores por inspetores defaixa pode ser maior que a pre-vista em norma, podendo serdiária, duas vezes por semana,semanal ou quinzenal. A redu -ção do intervalo de inspeçãopromove um aumento do IDOe, consequentemente, aumentaa confiabilidade no sistema deproteção.

O dispositivo ILO tem semostrado uma alternativa sim-ples na inspeção do SPC, comvantagens diretas e indiretas, asaber:

Redução dos custos contratu-ais de manutenção de prote -ção catódica, já que as ins pe -ções dos retificadores po demser feitas por inspetores defaixa (mão de obra pró pria);Redução dos custos envolvi-dos no sistema de proteçãocatódica uma vez que há ins -peções diárias, dispensandoparte do sistema de monito -ração remota;Aumento da disponibilidade

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do número de retificadores queficaram inoperantes antes eapós a instalação do DPPR,bem como o número de aciona-mentos do dispositivo.

Na tabela 5 é possível notarque há uma relação direta entreo número de vezes que osequipamentos ficaram inope -rantes e o número de vezes queo dispositivo foi acionado, evi-denciando que os retificadoresficaram operacionais após a in -cidência de descarga atmosféri-ca. Além disso, com a utilizaçãodesse dispositivo simples e bara-to, foi possível programar osserviços de manutenção e ga -rantir a IDO dos retificadores.

Como já ressaltado, tanto oILO quanto o DPPR visamaumentar o IDO do retificadore reduzir custos. Já os disposi-tivos dispersores visam dissipara descarga atmosférica, evitan-do que atinjam o retificador.Foram instalados dispersoresem oito retificadores e, paraexemplificar o desempenhodestes dispositivos, são apresen-tadas as incidências de raios aolongo do tempo em três dessesretificadores, denominados re -ti fi cadores A, E e K. As Figuras5 a 7 apresentam a incidênciade raios por mês na região doretificador, para o período entreagosto de 2013 e janeiro de2015. Nessas figuras estão con-

operacional do sistema, umavez que a informação dequeima do retificador é maisrápida permitindo maior agi -lidade em serviços de reparo;Aumento da confiabilidadedo sistema, já que os retifi-cadores são menos susceptí -veis a falhar que os equipa-mentos de monitoraçãoremota;Não é necessário treinamentotécnico para realizar a ins -peção visual dos retificadoresatravés do ILO;Baixo custo de implantação;Independe da existência de si -nal de celular.

Com isso, a implantação doILO promove um aumento doIDO do retificador, mas nãoimpede que este fique inope -rante. O DPPR visa manter oIDO do retificador acima doaceitável, tendo em vista serpos sível manter o retificadorope racional por mais tempo de -vido à existência de pontes reti-ficadoras extras.

A Tabela 5 mostra a redução

Sem ComILO ILO

Inspeção dos retificadores por mão de obra contratada 65 % 14 %

Inspeção dos retificadores por mão de obra própria 35 % 86 %

Custo da inspeção de retificadores nos contratos de manutenção de SPC 30 % 15 %

TABELA 4 – REDUÇÃO DE CUSTO COM A UTILIZAÇÃO DO ILO NOS RETIFICADORES

a

b

Figura 4 – Dispositivos dispersores: (a) anodo dispersor; (b) catodo dispersor

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siderados somente os eventosocorridos nos retifica dores rela-tivos à incidência de descargaatmosférica.

Deve-se ressaltar que, emalguns casos, há disjuntoresinstalados entre o leito deanodo e o retificador (+) e/ouentre o duto e o retificador (-)com o objetivo de impedir queo retificador queime.

Analisando o retificador A,após a instalação do catodo dis-persor em setembro de 2013,houve incidência de raio emdezembro de 2013, que nãoatingiu o retificador. Em ja -neiro de 2014 foram detectadasseis descargas atmosféricas nasproximidades e uma delas en -trou no sistema pelo leito deanodos, mas não queimou oretificador porque o disjuntordesarmou. Também em janeirode 2014, além do DPPR, oanodo dispersor foi instalado.Desde então, mesmo com in -cidência de raios na região, oDPPR não foi acionado, indi-cando que essas descargas at -mosféricas não atingiram o reti-ficador A, o que é um indicati-vo de que os dispositivos dis-persores podem ter “drenado”

essas descargas atmosféricas.No retificador E, após a

instalação de catodo dispersor,o DPPR foi acionado quatrovezes (três vezes o auxiliar euma vez o reserva), indicandoque o raio atingiu o retificador,mas este permaneceu opera-cional. Cabe ressaltar que não épossível afirmar que não ocor-reu atuação do catodo dispersorvisto que as descargas atmos-féricas podem ter entrado nosistema pelo leito de anodos enão pelo duto.

No retificador K, após ainstalação dos dispositivos dis-persores, os disjuntores (+) e (-)chegaram a desarmar. Esseeven to mostra que os disperso -res não atuaram totalmente,po dendo ter dissipado somente

parte da descarga atmosférica.A Figura 8 apresenta o mapa

da região onde foram instaladosos dispositivos dispersores emoito retificadores. Apesar da in -cidência de descargas atmosféri-cas não caracterizar a entradadessas descargas no sistema leitode anodos/retificador/duto,observa-se alta incidência deraios, representada pela colo -ração mais acentuada no local.Apesar da alta incidência de des -cargas atmosféricas na regi ão,não houve interferência na ope -ra cionalidade dos retificadores.

Acredita-se que, dependen-do da magnitude da descargaatmosférica, os dispositivos dis-persores podem não ser capazesde dissipar totalmente a cor-rente, fazendo com que a

Ano Nº de vezes que os DPPR Nº de acionamentosretificadores ficaram instaladas2 de DPPR2

inoperantes1

2012 27 0 02013 24 6 32014 14 11 23

TABELA 5 – IMPACTO DA UTILIZAÇÃO DO DPPR NA OPERACIONALIDADEDOS RETIFICADORES

1 – Contabilizado somente os 11 retificadores onde os DPPR foram instalados2 – Dados acumulativos de ano para ano

Figura 5 – Incidência de raios com dispersor instalado no retificador A

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(DPPR) e Dispositivos Disper -sores.

O ILO é uma alternativasimples e barata, de aplicaçãoimediata. Após a implantaçãodeste dispositivo e do apro -veitamento de mão de obraprópria, foi possível reduzir oscustos de contrato de manu -

ConclusõesNeste trabalho, foram avali-

ados três dispositivos desenvol -vidos para melhorar a confiabi -li dade e otimizar os custos dossistemas de proteção catódica:Indicador Luminoso Operacio -nal (ILO), Dispositivo de Pro -te ção de Pontes Retificadoras

mesma atinja o retificador e odanifique. Contudo, os resulta-dos obtidos durante o períodode instalação dos dispersoresindicaram que esses dispositivospodem ter atuado com eficiên-cia na manutenção da opera-cionalidade dos retificadoresem vários casos.

Figura 6 – Incidência de raios com dispersor instalado no retificador E

Figura 7 – Incidência de raios com dispersor instalado no retificador K

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Terrestres e Relações com Terceiros,Norma Petrobras, 2013.

Milene Lagoas de Almeida DesmaraisGraduada em Engenharia Química comênfase em Refino e Processamento pelaUFRJ/ANP, Engenheira de Processamentona Petrobras Transporte S.A –TRANSPETRO, Mestre em Corrosão pelaUniversidade Federal do Rio de Janeiro(UFRJ). Ministra aulas de corrosão ecorrosão interna de dutos na UniversidadePetrobras e na Associação Regional deEmpresas de Petróleo e Gás da AméricaLatina - ARPEL.

Simone Louise Delarue CezarBrasilProfessora da Escola de Química daUFRJ desde 1997, com Mestrado (M.Sc)e Doutorado (D.Sc.) em Corrosão peloPrograma de Engenharia Metalúrgica e deMateriais da COPPE/UFRJ. Atua comopesquisadora em diferentes linhasrelacionadas à corrosão e suas técnicas deprevenção e controle, destacando-se osestudos sobre proteção catódica, corrosãopelo solo e corrosão de estruturas deconcreto armado.

Contato com a autora:[email protected]

Referência bibliográfica1. International Standard ISO 15589-

1:2011, “Petroleum, petrochemicaland natural gas industries – cathod-ic protection of pipeline transporta-tion systems – Part 1: On-landpipelines”, 2011.

2. Gervásio, J. P. K., Filho, D. A.,Fonseca, A. V., Filho, J. L.Dispositivo Contínuo de Funcio -namento de Retificador de ProteçãoCatódica, 5th International Corro -sion Meeting – INTERCORR2014, Fortaleza/CE, Brasil, 2014.

3. Rakov, V.A., Uman, M.A., Lightn -ing – Physics and Effects, Ed.Cambridge, New York, EUA, 2003.

4. Petrobras N-2298, Proteção Catódi -ca de Dutos Terrestres, NormaPetrobras, 2013.

5. Petrobras N-2775, Inspeção eManutenção de Faixas de Dutos

tenção de proteção catódica eaumentar o Índice de Dispo -nibilidade Ope ra cional (IDO).

O DPPR é um dispositivosimples e barato com utilizaçãoem curto prazo. É recomenda-do utilizá-lo principalmenteem locais com histórico dequeima de retificador devido àincidência de raios.

Os resultados obtidos apóso emprego do DPPR foramsatisfatórios ao elevar o IDO, jáque mantiveram o retificadoroperacional por mais tempo.

O dispositivo dispersortambém é indicado para locaiscom histórico de queima deretificadores por descargasatmosféricas.

Os resultados indicam aatuação desses dispositivos,ten do em vista que não houvequeima de retificadores em re -giões com alto índice de des -cargas.

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Figura 8 – Mapa de intensidade de ocorrência de raios em 1/1/2015Fonte: www.rindat.com.br

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Artigo Técnico

Não é micras nem microns.É micrometros

usar “micrometros”.Em 12 de outubro de 1988,

foi publicado no Diário Oficialda União a Resolução nº 11, e aResolução nº 12, regulamenta -ções metrológicas que enfocamentre outras questões, as unida -des de medidas. Estas regula men -tações adotam no Brasil, obri -gatória e exclusivamente asunidades de medidas baseadas noSistema Internacional de Unida -des (SI). Nestas Resoluções ficouestabelecido que a unidade decomprimento é o metro (m) e oprefixo micro (μ) para o sub-múltiplo. A letra grega μ (mi oumu) equivale a 10-6 = 0,000001,ou seja, um milionésimo (umdividido por um milhão).

Portanto, para expressar agrandeza das espessuras das ca -madas de tintas úmidas ou secas,deve-se usar micrometros (μm).

Ministério da Indústria eComércio – Resolução no 11, de12 de outubro de 1988 – Regu -lamentação Metrológi ca – Capí -tulo I – Das Unidades de Medi -da. O item 1 desta reso lução dizo seguinte:

“Adotam-se no Brasil, obri-gatória e exclusivamente as uni -dades de medida baseadas no Sis -tema Internacional de Unida -des – International System ofUnits (SI), aprovadas na Confe -rência Geral de Pesos e Medidas(CGPM).

A CGPM é uma organizaçãocriada para avaliar e gerir o Sis -tema Internacional de Unida des(SI) nos termos da Con vençãodo Metro (1875). Reúne-se emParis a cada quatro, ou no máxi-mo, seis anos. O SI é adotadoatualmente em 57 países mem-bros, dentre os quais destacam-se: Alemanha, Argentina, Brasil,Canadá, Chile, China, Colôm -bia, Espanha, Estados Unidos,França, Inglaterra, Itália, Japão,México, Portugal, Rússia, Suécia,Suíça, Uruguai e Venezuela. Oobjetivo principal é promover auniformidade das medições nospaíses signatários.”

O item 2 da Resolução nº 11diz que serão usadas, para mediras grandezas indicadas, as se guin -tes unidades básicas estabelecidaspelo SI e que são visualizadas noquadro As sete unidades básicasno Sistema Internacional deUnidades (SI).I – para comprimento: o metro

(símbolo m);II – para massa: o quilograma

(símbolo kg)III – para o tempo: o segundo (s);

Por CelsoGnecco

ResumoPoucas pessoas sabem pro-

nunciar corretamente a unidadeutilizada para se referir a espes-suras de camadas de tintas anti-corrosivas no Brasil. Alguns di -zem micras e outros microns,mas não é nem uma coisa nemoutra. Segundo foi publicado em12 de outubro de 1988, noDiário Oficial da União, a Re -solução INMETRO nº 11 etambém a Resolução CONME -TRO nº 12, instituíram noBrasil o Sistema Internacional deUnidades (SI), onde a unidade émetro (m) e o submúltiplo émicrometro (μm), que são usa -das por exemplo para medidasde espessuras úmida e seca de fil -mes de tintas.

AbstractFew people in Brazil know the

correctly pronunciation of the unitused for designation of protectivecoatings film thickness. Some saysMicras and other Microns, but isnot a thing nor another one. In 12of october of 1988, it was pub-lished in the Brazilian FederalOfficial Daily, the “ResoluçãoINMETRO nº 11” and also the“Resolução CONMETRO nº 12,that instituted in Brazil theInternational System of Units(SI), where was established thatthe unit is the meter (m) and thesubmultiple is micrometer (μm)for measures, for example, of wetor dry film thicknesses of paints.

IntroduçãoÉ micras ou microns que se

usa para nos referirmos a espes-suras de camadas de tintas? Nemuma coisa nem outra. Devemos

It is not either micras or microns. It is micrometers

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μ = 11.000.000

1 μm = 0,000 001 mou

1 μm = 0,001 mm

1 micrometroequivale a1 milésimo de milimetro e

1000 micrometrosequivalema 1 mm

1 mil (milésimo de polegada)equivale a25,4 micrometros

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IV – para corrente elétrica: o am -pére (símbolo A);

V – para temperatura termo di -nâ mica: o kelvin (símboloK)

VI – para quantidade de matéria:o mol (símbolo mol)

VII – para intensidade luminosa:a candela (símbolo cd)

No item 3.6 da Resolução nº

12, de 12 de outubro de 1988 doConselho Nacional de Metro lo -gia, Normalização e QualidadeIndustrial – CONMETRO, en -con tramos a Pronúncia dos Múl -tiplos e Submúltiplos da seguintemaneira:

“Na forma oral, os nomes dosmúltiplos e submúltiplos deci-mais das unidades são pronunci-adas por extenso, prevalecendo asílaba tônica da unidade. As pa la -vras quilômetro, decímetro, cen-tímetro e milímetro, consa gradaspelo uso com acento tô nico des -locado para o prefíxo, são as úni-cas exceções a esta re gra; assimsen do, os outros múltiplos e sub-múltiplos decimais do me trodevem ser pronunciados comacento tônico na penúltima síla-ba (mé), por exemplo: megame -tro, micrometro, (distinto de mi -crômetro, instrumento de me di -ção), nanometro etc.”

Em 2 de dezembro de 2013

o Ministério do Desenvolvi -men to, Indústria e ComércioEx terior através do InstitutoNacional de Metrologia, Quali -dade e Tec no logia – INME -TRO, resolveu aprovar por meioda Portaria nº 590 a atualizaçãodo Quadro Ge ral de Uni dadesde Medida ado tado no Brasil naforma de anexo a esta Resolução,que subs titui o Anexo da Reso -lução Con metro nº 12 de 12 deou tu bro de 1988.

Transcrevemos abaixo, oQua dro do item 2 da Portaria nº590 onde são apresentados osPre fixos do SI.

Com a adoção do Sistema In -ternacional de Unidades, a grafiacorreta das unidades mais usadasno nosso País ficou uniformizadae bem estabelecida.

Aproveitando o tema, napágina 20, apresentamos umquadro que orienta como se devefalar ou grafar corretamente algu-

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μmEscreve-se micrometro e se pronuncia micrométroμ = letra grega mi ou mu → μ = micro = 10-6 = 1/1.000.0001 μm = 0,001 mm → μm = 0,000 001 m

Nome Símbolo Fator pelo qual a unidade é multiplicadaYotta Y 1024 = 1 000 000 000 000 000 000 000 000Zeta Z 1021 = 1 000 000 000 000 000 000 000Exa E 1018 = 1 000 000 000 000 000 000Peta P 1015 = 1 000 000 000 000 000Tera T 1012 = 1 000 000 000 000Giga G 109 = 1 000 000 000Mega M 106 = 1 000 000Quilo k 103 = 1 000Hecto h 102 = 100Deca da 10

Deci d 10-1 = 0,1Centi c 10-2 = 0,01Mili m 10-3 = 0,001

Micro μ 10-6 = 0,000 001Nano n 10-9 = 0,000 000 001Pico p 10-12 = 0,000 000 000 001

Femto f 10-15 = 0,000 000 000 000 001Atto a 10-18 = 0,000 000 000 000 000 001

Zepto z 10-21 = 0,000 000 000 000 000 000 001Yocto y 10-24 = 0,000 000 000 000 000 000 000 001

PREFIXO DO SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES (SI)

Múltiplos

Submúltiplos

Unidade

AS SETE UNIDADES BÁSICAS NOSISTEMA INTERNACIONAL DE

UNIDADES (SI)

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ler artigos ou trabalhos técnicos,isto evita erros e prejuízos emtransações comerciais. Por exem-plo, a unidade usada para se re -ferir à espessura de camada detinta em inglês é micrometer, emespanhol, micrometro e, em por-tuguês, micrometro. O símboloem qualquer língua ou país queadotou o SI é μm.

Referências bibliográficas• Ministério do Desenvolvimento,

Indústria e Comércio Exterior –Instituto Nacional de Metrologia,Qualidade e Tecnologia (INME -TRO) – www.inmetro.gov.br

• Conferência Geral de Pesos e Medidas(CGPM/INMETRO) –www.inmetro.gov.br/metcientifica/comites/cgpm.asp

• INMETRO – Resolução nº 11 de 12de outubro de 1988:www.inmetro.gov.br/metlegal/res-olucao11.asp

• CONMETRO – Resolução nº 12, de12 de outubro de 1988:www.inmetro.gov.br/resc/pdf/RESC000114.pdf ewww.unijui.edu.br/arquivos/recados/Geral/2010/unidade_medida.pdf

• Portaria nº 590, de 2 de dezembro de2013: www.lex.com.br/legis_25162469_PORTARIA_N_590_DE_2_DE_DEZEMBRO_DE_2013.aspx

Celso GneccoEngenheiro, Gerente Treinamento Técnicoda Sherwin-Williams do Brasil.

Contato: [email protected] (INMETRO). A ado -ção no Brasil do Sistema Interna -cional de Unidades (SI), trouxeuma luz ao mercado e a regula-mentação necessária em ummundo cada vez mais globaliza-do. Os mais importantes paísesdo mundo adotaram o SI e porisso a linguagem metrológicaficou universal e mais fácil deentender. Hoje não é mais neces -sário usar tabelas de conversão ao

mas das unida des e o que comu-mente é dito de maneira erradaem placas, carta zes ou até mesmoem relatórios.

ConclusãoO fato de pessoas se referirem

a espessura das camadas de tintasde maneira errada (micras oumicrons) demonstra desconheci-mento das regulamentações in -ter nacionais e principalmente das

Unidade Símbolo Observação Errado (não use)Metro m m minúsculo MTS ou MQuilometros km k e m minúsculos KM ou KMTSQuilometro por hora km/h todas as letras minúsculas KMTS/H ou KMTS/HRsHora h h minúsculo H ou HRsMinutos min todas as letras minúsculas MIN ou MinutsSegundos s s minúsculo SEG ou SEGSQuilograma kg k e g minúsculos Kg ou KG ou K

GRAFIA CORRETA DE ALGUMAS UNIDADES

Figura 1 – Medidor de espessura úmida tipo pente ou “comb gage”Elcometer

Figura 2 – Medidor de espessura seca Elcometer 456

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Abraco Informa

Calendário 2016 – De maio a outubro

1 Turma somente aos sábados2 Exceto 10 e 17/9 e 12/11

3 Curso Intensivo (para alunos não aprovados no curso regular ou como revisão para prova dequalificação). Atenção: Haverá cursos de Inspetor N1, Corrosão: fundamentos, monitoração econtrole e Profissionais de proteção catódica no Rio de Janeiro (RJ) em novembro

Mais informações: [email protected][email protected]

Cursos horas Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro

Pintura IndustrialBásico – Rio de Janeiro / RJ 8 4Inspetor N1 – Rio de Janeiro / RJ 96 13 a 25Inspetor N1 – Macaé / RJ 96 25/4 a 7/5 26/9 a 8/10Inspetor N1 – São Paulo / SP 96 18 a 30Inspetor N1 – Salvador / BA 88 12 a 23Inspetor N1 – Recife / PE 88 30/5 a 10/6Inspetor N1 – Porto Alegre / RS 88 17 a 28Inspetor N1 – Rio de Janeiro / RJ 1 96 27/8 a 3/12 2

Inspetor N1 – Rio de Janeiro / RJ 3 40Inspetor N2 – Rio de Janeiro / RJ 40 27/6 a 1/7 24 a 29Pintor e Encarregado – Rio de Janeiro / RJ 40 25 a 29

Corrosão e Proteção CatódicaBiocorrosão – Rio de Janeiro / RJ 24 31/8 a 2/9Corrosão de materiais na produção deóleo e gás – Rio de Janeiro / RJ 40 30/5 a 3/6Técnicas de monitoramento da corrosãointerna em dutos e equipamentosindustriais – Rio de Janeiro / RJ 40 3 a 7Corrosão: fundamentos, monitoraçãoe controle – Rio de Janeiro / RJ 24Corrosão, revestimento (Pintura)e proteção catódica – Rio de Janeiro / RJ 24 4 a 6Profissionais de proteçãocatódica – Rio de Janeiro / RJ 80

Atenção: Calendário sujeito a alterações

A ABRACO comunica a criação de uma nova categoria de partici-pação no INTERCORR 2016, que será realizado em Búzios (RJ) de16 a 20 de maio de 2016. Trata-se do INTERCORR para inspetoresde pintura que visa a atualização de conhecimentos técnicos dessesprofissionais e o processo de recertificação pelo método de crédito es -truturado. Está programada uma sessão específica com a apresentaçãode trabalhos da área de Pintura Industrial no dia 19. Os Inspetores dePintura Industrial terão acesso ao que há de mais recente na área de cor-rosão e pintura anticorrosiva, como forma de controle e prevenção.

O custo para a participação do evento, exclusivamente no dia19, é de R$ 540,00. Os inspetores de pintura receberão os respec-tivos certificados, os quais vale rão pontos para o processo de recer-tificação pelo método do crédito estruturado.

Devido ao fato das vagas se rem limitadas, recomendamos que fa -çam, o mais rápido possí vel, suas inscrições no site do evento.

Mais informações: www.abraco.org.br/intercorr2016

Dia exclusivo para inspetores de pintura no INTERCORR

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AbracoInfo61:Cursos36 4/25/16 10:25 AM Page 1

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Orientação Técnica

É secagem ou cura nastintas anticorrosivas?

e li berada para uso.Pela ABNT, a diferença en -

tre secagem ou cura não é mui -to cla ra, mas pode-se admitirque se cagem é o processo de eli -mina ção do solvente das cama -das de algumas tintas, com con-sequente solidificação da resinae cura é quan do um agente ex -ter no pro vo ca a solidificação datinta e ela atinge suas proprie -dades máximas.

Nas tintas convencionais, osdois efeitos acontecem simulta -neamente, isto é, os solventeseva poram e o agente externo re -a ge para que a cura seja al can -çada. Nas modernas tintas semsolven tes não há evaporação e acura se processa por reação en -tre as resi nas reativas. De umaforma ou de outra, nas tintasan ticorrosivas, a película podees tar seca e ainda não estar cu -rada, isto é, em condições deen trar em serviço. Vamos ver osprincipais mecanismos de seca -gem ou cura destas tintas.

Evaporação dos solventesAs tintas que secam apenas

pe la evaporação dos solventes,são chamadas de lacas, comoilus trada na Figura 1. Geral men -te são soluções de resinas sólidas,que ao perderem os solventes re -tornam a forma original em quese encontravam antes de seremdissolvidas, ou seja, sólidas.

Tintas acrílicas base solventesorgânicos

Estas tintas acrílicas secampor evaporação dos solventes. Aresina é uma solução de acrilatosem solventes aromáticos, como o

xileno e pequenas proporções decetonas. Quando o solvente dei -xa o filme, as moléculas de resinase aproximam e se ligam. Ao fi -nal da evaporação do solvente, are sina solidifica e, consequente-mente, a tinta também.

CoalescênciaTintas acrílicas base água

Nas acrílicas base água, a re -sina não é solúvel em água. Aágua é apenas um meio de dis -per são. A resina está em suspen-são na água e junto com ela estátambém um agente coalescedor,que geralmente é um glicol. Estasuspensão de um líquido em ou -tro no qual ele não é solúvel échamada de emulsão. Na Figura2, é demostrada a sequência deformação de um filme e da açãodo agente coalescedor em umare sina base água (emulsão).

Após a aplicação da tinta, aágua começa a evaporar. Com is -to, as gotículas de resina em sus -pensão começam a se aproxima r ea se tocar. As gotículas assumemuma disposição co mo se fosse umempacotamento do tipo colméia.Neste instante, o agente coalesce-dor age fundindo as gotículas.Logo após, o co ales cedor tambémdeixa o filme e a resina se solidifi-ca. Primeiro a água se evapora edepois o agente coalescedor, porisso, pode-se ad mitir que o meca -nismo de seca gem é somente porevaporação, co mo no caso dasacrí licas base solventes orgânicos.Se não houvesse a coalescência daresina, não haveria a formação deum filme contínuo. A Figura 3mos tra a formação do filme deuma tinta base água.

Por CelsoGnecco

ResumoAs tintas Protective Coatings

são líqui das, enquanto estão naem ba la gem e, após serem apli -ca das, passam por um processode se cagem ou cura converten -do-se em um fil me seco, con -tínuo, fi no, ade ren te, im per me -ável e fle xível. A trans formaçãoda composição lí quida para só -li da de pende da re si na utilizadana tin ta. Veremos al guns meca -nismos de formação do filme etambém qual é a dife rença en -tre secagem e cura.

AbstractThis article relates anticorro-

sive coatings used in the industrialmaintenance. This type of coatingis liquid while in the can and,after its application, are convertedby a process of drying or cure, intoa solid, continuous, fine, adherent,impermeable and flexible film.The transformation of the liquidto a solid composition depends onthe resin used in its formulation.We will see some mechanisms offormation of the film and also wewill see which the differencebetween drying and cure is.

Mecanismos de secagem

Secagem ou cura?Segundo a ABNT NBR

15156:2004:• secagem é o endurecimento re -

sultante da evaporação de sol-ventes e/ou da polimerizaçãodo veículo e,

• cura é a condição em que umapelícula apresenta proprieda -des que lhe permitam ser sub-metida a testes de desempe nho

Este artigo aborda as tintas an ticorrosivas de secagem ao ar, mais usadasna manutenção in dus trial, que em inglês são cha ma das de Protective Coatings

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OxidaçãoOutro mecanismo muito co-

mum na pintura com tintas àbase de óleos vegetais em manu -tenção industrial é a reação dooxigênio do ar atmosférico com aresina. A reação ocorre simulta -neamente com a evaporação dossolventes. O filme se forma pelaaglomera ção das partículas dospig mentos pela resina como ilus -trado na Fi gura 4. A película queinicialmente era líquida vai restar

sul tante é um poliéster modifica-do com óleo vegetal. A Figura 5mostra as formas de obtenção daresina alquídica.

O oxigênio do ar reage com aresina, abrindo as duplas ligações(insaturações) presentes nas lon-gas cadeias (cerca de 18 carbo nos)dos ácidos graxos contidos nosóleos vegetais. As cadeias que nosóleos tinham mobilidade, após areação com o oxigênio (O2) ficamtravadas, perdem a mo bilidade e

Polimerização porcondensação

A polimerização por conden-sação ocorre por reação químicaentre re sinas. As resinas reativassão acondicionadas em embala-gens se paradas (componentes Ae B) e são misturadas momentosantes do uso e a reação é inicia-da. Após a aplicação, os solventesdeixam o filme e as resinas con-tinuam a reação e se tornam sól-idas, como na Figura 7. As tintasmais im portantes que curam poreste me canismo são as tintasepoxídicas e as poliuretânicas.

EpoxídicasA resina epoxídica mais co -

mum é a EDGBA (Éter Digli ci -dil do Bisfenol A). Nesta resinaos grupos reativos são as glicidi-las (COC) que estão nas pontasda cadeia. O grupo glicidila tam-bém chamado de grupo epóxi éque caracteriza e dá nome a estaresina. Ver Figura 8.

O grupo NH2 (amina) doagente de cura, reage com o gru -po COC (glicidila) da resinaepó xi e os dois componentes queeram líquidos e tinham mobili -da de, passam a formar ligaçõescruzadas, travam a estrutura e sesolidificam.

Os grupos NH2 estão pre-sentes nas resinas: Aminas Alifá ti -cas, Aminas Aromáticas, Ami nasCicloalifáticas e Poliamidas. Amalha polimérica formada é maisfechada do que a das alquí dicas,sendo por isso mais impermeávese mais resistentes a agen tes agres-sivos. Na Figura 9, é mos trada a

Figura 1 – Secagem por evaporação dos solventes

Figura 2 – Formação do filme por evaporação da água e coalescência daresina (emulsão)

Figura 3 – Secagem por evaporação e coalescência das tintas base água

na superfície como um filmeade ren te, flexível e impermeável.O agente de cura neste caso é ooxi gênio e ele está disponível noar atmosférico.

AlquídicasEsta tinta foi muito usada e

era chamada de primer sintéticoe esmalte sintético. A resina uti-lizada na sua fabricação é a al quí -dica, que é obtida pela reação en -tre um poliálcool, um óleo vege-tal e um poliácido. A resina re -

resultam sólidas, co mo pode servisto na Figura 6. A velocidadedo processo depen de da quanti-dade de duplas liga ções que osóleos contém. Ge ral mente nes-tas tintas são usados óleos comduas ou três duplas ligações.Estas tintas estão sendo cadavez menos usadas na ma nu ten -ção por serem muito permeá -veis e por serem aplicadas emespessu ras baixas por demão. Oagente externo que promove acu ra é o oxigênio.

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poli-hidroxilada.

HidróliseTintas de Etil Silicato

Hidrólise é uma reação deque bra de ligação química deuma molécula com a adição deágua. Nessa reação ocorre a disso-ciação da molécula de água emíons de hidrogênio (H+) e hi dro -xila (OH–) que se ligam às duasmoléculas resultantes da quebra.A Figura 11 mostra a reação da re -sina Silicato de Etila com o Zincoe com a Água (hidrólise).

O zinco, na forma de pó oude pasta, reage com os grupos si -lanóis passando a fazer parte damatriz zinco/silicato. Estas tintasdevem ser aplicadas em condi -ções de umidade relativa do ar

Figura 7 – Evaporação dos solventes e reação entre resinas

Figura 4 – Evaporação dos solventes e oxidação das resinas

Figura 5 – Reação de obtenção da resina alquídica modificada com óleos vegetais

Figura 6 – Polimerização (cura) pela oxidação das duplas ligações dos óleos vegetais

reação bidimensio nal, mas narealidade, a formação da estruturado polímero é tridimensional, co -mo se fosse um en gradado.

PoliuretânicasO nome poliuretano às vezes

é chamado simplesmente de"ure tano". É devido ao grupofor mado durante a reação de umisocianato (NCO) com o hidro -gênio (H) do outro reagente. Na

Figura 10, podem ser vistos oscomponentes e o resultado darea ção entre eles.

O grupo NCO que está noComponente B reage com o hi -drogênio do grupo OH (hidroxi -la) que está no Componente A.Nas tintas poliuretânicas, o agen -te de cura que contém o NCOpode ser isocianato alifático ouaromático e a resina que contémOH pode ser poliéster ou acrílica

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Figura 10 – Reação de polimerização da resina poliuretânica

Figura 11 – Cura por hidrólise (reação do Silicato de Etila com o Zinco e com a Água)

entre 60 % a 85 % justamentepor que a água participa da for-mação do filme (hidrólise). Senão houver água suficiente na at -mosfera o filme não será bemfor mado e poderá desagregar.

Conclusão O termo secagem é usado nas

tintas em que os solventes aoeva porarem permitem que o fil -me se torne seco e endureça porque a resina se solidifica com asaí da dos solventes. As lacas, astintas acrílicas base solventesorgânicos e base água se en qua -

Figura 9 – Reação da resina epóxi com composto de amina (componentes A + B)

Figura 8 – Resina epóxi Éter Diglicidil do Bisfenol A

dram neste tipo. Cura é a soli -dificação do filme por reaçãodo componente base com umagen te de cura ou endurecedor.Na tinta alquídica o agente decura é o oxi gênio do ar atmos-férico e nas tintas epóxi e poliu -re tano o agente de cura é o “ca -talisador”. Nestas tintas ocor-rem simultaneamente a evapo-ração dos solven tes e a cura. Natinta ba se de Si licato de Etila, acura (so lidifi cação) se processapor hi drólise, isto é, a resinareage com a umidade do ar ecom o zinco do pigmento.

Referências bibliográficas• Norma ABNT NBR 15156 –

Pintura industrial – Terminologia• Qualificação para Inspetor de Pintura

Industrial N1 – Módulo I A Pinturacomo Técnica de ProteçãoAnticorrosiva (ABRACO) –Fernando de L. Fragata

• A Pintura na Manutenção Industrial– Sherwin-Williams – Celso Gnecco.

Celso GneccoEngenheiro, Gerente Treinamento Técnicoda Sherwin-Williams do Brasil.Contato: [email protected]

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Opinião

esta edição da revistaCor rosão & Proteçãoescolhi abordar uma das

30 leis que estão disponíveis emmeu mais recente livro (30 Leisdo Olho de Tigre – Ed. SerMais). Na verdade trata-se mes -mo da primeira de todas as de -mais leis para alcançar a pleni-tude profissional e pessoal.

A máxima que resume estalei é que querer não é poder,mas poder é saber querer. Maiscontundente e correto seriadizer, antes de tudo, o quão im -portante seria nutrir a cons -ciência de que poder é merecero que se quer.

E aí eu lhe pergunto: Seráque você realmente merece oque deseja?! Pense um pouco.Sim, é verdade que todos, in -clusive você, têm direito ao quedeseja (especialmente o que sedeseja com força e ardor), masnão necessariamente significadizer que você mereça o quedeseja.

Isto é verdade para umasérie de desejos que muitas pes-soas querem, mas infelizmenteainda não conquistaram. Tal -vez tenha feito menos (muitoou pouco me nos, mas aindaassim, menos) do que seriaimprescindível pa ra merecereste querer.

Se você quer alguma coisaque ainda não tenha conquista-do é porque você não merece,caso contrário, já teria con-cretizado esse desejo. Claro quevocê tem direito a esse anseio,mas se o merecesse mesmo, já

Orlando Pavani Junior

Poder é merecer o que se quer Mais do que simplesmente pedir, para merecer um desejo ou um grande

sonho é preciso realizar algo que nunca se realizou

Orlando Pavani JuniorDiretor Presidente da Olho de Tigre – Trein. Comport. e Cultura OrganizacionalDiretor Presidente da Gauss Consulting Group – Autor do livro 30 Leis do Olho deTigre – Editora Ser MaisCon ta to: [email protected]

seria algo do passado e efetivamente rea lizado. Devem existir coisasque ainda não foram feitas que explicam por que você não merece,de verdade, este desejo.

É difícil assumir essa realidade, mas também é fundamentalcompreender que, num ambiente de crise, as conquistas dependemde esforços consistentes para merecê-las. As pessoas não querememagrecer, elas querem ser emagrecidas, elas não querem trabalhar,mas querem um emprego, enfim não raciocinam sob a perspectivade realmente serem merecedoras do que almejam.

Em síntese, tudo aquilo que se deseja, absolutamente tudo, eque ainda não tenha sido concretizado é um problema de mereci-mento e nada mais. É necessário disciplina para fazer algo, humil-dade para se curvar diante de alguma dificuldade, insistência paracontinuar, pa ciência para esperar, enfim, falta tomar uma atitudecorreta. Com certeza, existe alguma lacuna que explica a falta demerecimento. Alinhado a esta perspectiva, a culpa é sempre sua.

Para merecer a realização um desejo ou mesmo de um grandesonho, é preciso colocar em prática algo que nunca foi efetivado,mais do que simplesmente pedir. Sempre gostei de uma frase quediz assim: “Deus (o Deus a quem você nutre confiança) já lhe pro-porcionou o que era possível, o que lhe cabe agora é somenteagradecer e utilizar os recursos que já lhe foram dados, para mere-cer a realização de seus desejos”. É o poder da gratidão. Gostomuito de outra frase: “Se quiser duplicar a sua dose de sucesso, teráque aceitar que precisará triplicar, ou ainda quadruplicar, a sua dosede fracasso”.

Para compreender e seguir essa lei universal é importante sair dapostura de coitadinho e compreender que somente reclamar nãoadianta. O cumprimento desta lei exigirá de sua parte uma disci-plina su gerindo que, a cada constatação de um sonho/desejo nãorealizado, se busque tarefas estruturantes que ainda não tenhamsido feitas.

Claro que é mais cômodo e confortável fazer a listinha de tudoque você já fez, mas isto não vale, pois se valesse tudo já estaria nomundo do concretizado. Se não está assim, o importante será fazera listinha do que ainda não foi feito (enfatizo o ainda, pois a partirde agora creio que você fará).

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