AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO COMO … · Tecnologia Educativa pela Universidade...

20
ISSN nº 2447-4266 DOI: http:/ A RESUMO A partir de um estudo Educom.Cine, que prom refletimos sobre a possib (TIC) se configurarem co 1 Professor Catedrático no In Licenciado em Ensino de Hi Tecnologia Educativa pela Un 0001-5394-5620. 2 Professora do Departament Florianópolis, Brasil. Doutora mail: [email protected] 3 Professor do Departamento Catarina. Florianópolis, Brasi Minho. E-mail: rafael.martini@ 4 Endereço de contato com Educação. Campus de Gualtar AS TECNOLOG INFORMAÇÃ COMUNICAÇÃO AGENTES D INTEGRAÇÃO CURRÍCULO C GLOCALIDA Vol. 3, n. 4, Julho-Setemb //dx.doi.org/10.20873/uft.2447-4266.2017v3n4p387 Revista Observatório, Palmas, v. 3, n. 4, p. 38 Bento Duarte Silva 1 Ademilde Silveira Sartori 2 Rafael Gué Martini 3, 4 de caso qualitativo sobre o program moveu a produção audiovisual no ensino bilidade das Tecnologias de Informação e omo a espinha dorsal de um currículo m nstituto de Educação da Universidade do Minho istória e Ciências Sociais e Doutor em Ciência niversidade do Minho. E-mail: [email protected]. to de Pedagogia da Universidade do Estado d em Ciências da Comunicação pela Universidade com o de Pedagogia a Distância da Universidade do il. Doutorando em Tecnologia Educativa pela @udesc.br os autores (por correio): Universidade do Mi r. 4710-057 Braga, Portugal. THE INFORMAT COMMUNIC TECHNOLOGIES AS INTEGRATION CURRICULUM WITH TECNOLOGÍAS DE IN Y COMUNICACIÓ AGENTES DE INT CURRICULAR GLOCALID GIAS DE ÃO E O COMO DE O DO COM A ADE bro. 2017 87-406, jul-set. 2017 ma de extensão o fundamental, e Comunicação mais atento aos o. Braga, Portugal. as da Educação .pt .. ORCID: 0000- de Santa Catarina. e de São Paulo. E- o Estado de Santa Universidade do inho. Instituto de TION AND CATION S AGENTS OF N OF THE H GLOCALITY NFORMACIÓN ÓN COMO TEGRACIÓN CON LA DAD

Transcript of AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO COMO … · Tecnologia Educativa pela Universidade...

ISSN nº 2447-4266

DOI: http://dx.doi.org/10.20873/uft.2447

Ademilde Silveira Sartori

RESUMO A partir de um estudo de caso qualitativoEducom.Cine, que promoveu a produção audiovisual no ensino fundamental, refletimos sobre a possibilidade das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) se configurarem como a espinha dorsal de um currículo mais atento aos 1 Professor Catedrático no Instituto de Educação da Universidade do Minho. Braga, Portugal. Licenciado em Ensino de História e Ciências Sociais e Doutor em Ciências da Educação Tecnologia Educativa pela Universidade do Minho. E0001-5394-5620. 2 Professora do Departamento de Pedagogia da Universidade do Estado de Santa Catarina. Florianópolis, Brasil. Doutora em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo. Email: [email protected] Professor do Departamento de Pedagogia a Distância da Universidade do Estado de Santa Catarina. Florianópolis, Brasil. Doutorando em Tecnologia Educativa pela Universidade do Minho. E-mail: [email protected] Endereço de contato com os autores (por correio): Universidade do Minho. Instituto de Educação. Campus de Gualtar. 4710

AS TECNOLOGIAS DE

INFORMAÇÃO E

COMUNICAÇÃO COMO

AGENTES DE

INTEGRAÇÃO DO

CURRÍCULO COM A

GLOCALIDADE

Vol. 3, n. 4, Julho-Setembro.

http://dx.doi.org/10.20873/uft.2447-4266.2017v3n4p387

Revista Observatório, Palmas, v. 3, n. 4, p. 387

Bento Duarte Silva1 Ademilde Silveira Sartori2 Rafael Gué Martini3, 4

A partir de um estudo de caso qualitativo sobre o programa de extensão Educom.Cine, que promoveu a produção audiovisual no ensino fundamental, refletimos sobre a possibilidade das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) se configurarem como a espinha dorsal de um currículo mais atento aos

Professor Catedrático no Instituto de Educação da Universidade do Minho. Braga, Portugal.

Licenciado em Ensino de História e Ciências Sociais e Doutor em Ciências da Educação Tecnologia Educativa pela Universidade do Minho. E-mail: [email protected]

Professora do Departamento de Pedagogia da Universidade do Estado de Santa Catarina. Florianópolis, Brasil. Doutora em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo. E

[email protected] Professor do Departamento de Pedagogia a Distância da Universidade do Estado de Santa

Catarina. Florianópolis, Brasil. Doutorando em Tecnologia Educativa pela Universidade do [email protected]

Endereço de contato com os autores (por correio): Universidade do Minho. Instituto de Educação. Campus de Gualtar. 4710-057 Braga, Portugal.

THE INFORMATION AND COMMUNICATION

TECHNOLOGIES AS AGENTS OF INTEGRATION OF THE

CURRICULUM WITH GLOCALITY

TECNOLOGÍAS DE INFORMACIÓN Y COMUNICACIÓN COMO AGENTES DE INTEGRACIÓN

CURRICULAR CON LA GLOCALIDAD

AS TECNOLOGIAS DE

INFORMAÇÃO E

COMUNICAÇÃO COMO

AGENTES DE

INTEGRAÇÃO DO

CURRÍCULO COM A

GLOCALIDADE

Setembro. 2017

387-406, jul-set. 2017

sobre o programa de extensão Educom.Cine, que promoveu a produção audiovisual no ensino fundamental, refletimos sobre a possibilidade das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) se configurarem como a espinha dorsal de um currículo mais atento aos

Professor Catedrático no Instituto de Educação da Universidade do Minho. Braga, Portugal. Licenciado em Ensino de História e Ciências Sociais e Doutor em Ciências da Educação –

[email protected].. ORCID: 0000-

Professora do Departamento de Pedagogia da Universidade do Estado de Santa Catarina. Florianópolis, Brasil. Doutora em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo. E-

Professor do Departamento de Pedagogia a Distância da Universidade do Estado de Santa Catarina. Florianópolis, Brasil. Doutorando em Tecnologia Educativa pela Universidade do

Endereço de contato com os autores (por correio): Universidade do Minho. Instituto de

THE INFORMATION AND COMMUNICATION

TECHNOLOGIES AS AGENTS OF INTEGRATION OF THE

CURRICULUM WITH GLOCALITY

TECNOLOGÍAS DE INFORMACIÓN Y COMUNICACIÓN COMO AGENTES DE INTEGRACIÓN

CURRICULAR CON LA GLOCALIDAD

ISSN nº 2447-4266

DOI: http://dx.doi.org/10.20873/uft.2447

processos de integração da escola com sua localidade. Nesta perspectiva, a escola se tornaria o centro de gerenciamento de diversos canais comunitários de comunicação, onde a produção escolar seria vinculada e publicizada à toda a comunidade. Esta se configambiente escolar com seu uso nãolocal (bairro) pensando também no global, numa perspectiva glocal. PALAVRAS-CHAVE: Tecnologia educativa; educomunicação; curríecossistema comunicativo; audiovisual ABSTRACT Based on a qualitative case study on the Educom.Cinepromoted audiovisual production in elementary education, we reflected on the possibility of Information and Communication Technologies (ICT) becoming the backbone of a more attentive curriculum to the processes of integration of school with its locality. In this perspective, school would become the center of management of several community communication channels, where school production would be linked and publicized to the whole community. This would be part of a proposal to integnon-formal use, stimulating the students to act in the local (neighborhood) considering also the global, in a glocal perspective. KEYWORDS: Educational technology; educommunication; school curriculum; communicative ecosystem; audio RESUMEN A partir de un estudio de caso cualitativo del programa de extensión Educom.Cine, que promovió la producción audiovisual en la escuela primaria, se reflexiona sobre la posibilidad de que las Tecnologías de Información y Comunicación (TIC) si configuren como columna vertebral de un currículo más atento a cerca de los procesos de integresta perspectiva, la escuela se converte en el centro de la gestión de los canales comunitarios de comunicación, donde la producción de la escuela sea divulgada

Vol. 3, n. 4, Julho-Setembro.

http://dx.doi.org/10.20873/uft.2447-4266.2017v3n4p387

Revista Observatório, Palmas, v. 3, n. 4, p. 387

rocessos de integração da escola com sua localidade. Nesta perspectiva, a escola se tornaria o centro de gerenciamento de diversos canais comunitários de comunicação, onde a produção escolar seria vinculada e publicizada à toda a comunidade. Esta se configuraria em uma proposta de integrar o uso das TIC no ambiente escolar com seu uso não-formal, estimulando os estudantes a agir no local (bairro) pensando também no global, numa perspectiva glocal.

ecnologia educativa; educomunicação; curríecossistema comunicativo; audiovisual.

Based on a qualitative case study on the Educom.Cine extension program, which promoted audiovisual production in elementary education, we reflected on the possibility of Information and Communication Technologies (ICT) becoming the backbone of a more attentive curriculum to the processes of integration of chool with its locality. In this perspective, school would become the center of management of several community communication channels, where school production would be linked and publicized to the whole community. This would be part of a proposal to integrate the use of ICT in school environment with its

formal use, stimulating the students to act in the local (neighborhood) considering also the global, in a glocal perspective.

ducational technology; educommunication; school curriculum; communicative ecosystem; audio-visual.

A partir de un estudio de caso cualitativo del programa de extensión , que promovió la producción audiovisual en la escuela primaria, se

reflexiona sobre la posibilidad de que las Tecnologías de Información y Comunicación (TIC) si configuren como columna vertebral de un currículo más atento a cerca de los procesos de integración de la escuela con su localidad. En esta perspectiva, la escuela se converte en el centro de la gestión de los canales comunitarios de comunicación, donde la producción de la escuela sea divulgada

Setembro. 2017

387-406, jul-set. 2017

rocessos de integração da escola com sua localidade. Nesta perspectiva, a escola se tornaria o centro de gerenciamento de diversos canais comunitários de comunicação, onde a produção escolar seria vinculada e publicizada à toda a

uraria em uma proposta de integrar o uso das TIC no formal, estimulando os estudantes a agir no

local (bairro) pensando também no global, numa perspectiva glocal.

ecnologia educativa; educomunicação; currículo escolar;

extension program, which promoted audiovisual production in elementary education, we reflected on the possibility of Information and Communication Technologies (ICT) becoming the backbone of a more attentive curriculum to the processes of integration of chool with its locality. In this perspective, school would become the center of management of several community communication channels, where school production would be linked and publicized to the whole community. This would

rate the use of ICT in school environment with its formal use, stimulating the students to act in the local (neighborhood)

ducational technology; educommunication; school curriculum;

A partir de un estudio de caso cualitativo del programa de extensión , que promovió la producción audiovisual en la escuela primaria, se

reflexiona sobre la posibilidad de que las Tecnologías de Información y Comunicación (TIC) si configuren como columna vertebral de un currículo más

ación de la escuela con su localidad. En esta perspectiva, la escuela se converte en el centro de la gestión de los canales comunitarios de comunicación, donde la producción de la escuela sea divulgada

ISSN nº 2447-4266

DOI: http://dx.doi.org/10.20873/uft.2447

a toda la comunidad. Esto se configura en una propuestlas TIC en el entorno escolar con su uso no formal, estimulando los estudiantes para tomar medidas en nivel local (bairros) y también a pensar globalmente, en una perspectiva glocal. PALABRAS CLAVE: Tecnología educacional; comuniecosistema de comunicacíon; audiovisual

Recebido em: 15.03

Vol. 3, n. 4, Julho-Setembro.

http://dx.doi.org/10.20873/uft.2447-4266.2017v3n4p387

Revista Observatório, Palmas, v. 3, n. 4, p. 387

a toda la comunidad. Esto se configura en una propuesta para integrar el uso de las TIC en el entorno escolar con su uso no formal, estimulando los estudiantes para tomar medidas en nivel local (bairros) y también a pensar globalmente, en

ecnología educacional; comunicación educativa; currículo; ecosistema de comunicacíon; audiovisual.

03.2017. Aceito em: 23.05.2017. Publicado em: 01.07.2017

Setembro. 2017

387-406, jul-set. 2017

a para integrar el uso de las TIC en el entorno escolar con su uso no formal, estimulando los estudiantes para tomar medidas en nivel local (bairros) y también a pensar globalmente, en

cación educativa; currículo;

.2017. Aceito em: 23.05.2017. Publicado em: 01.07.2017.

ISSN nº 2447-4266

DOI: http://dx.doi.org/10.20873/uft.2447

Cenário e problemática

Partimos de um cenário já conhecido na educação mundial, aquele que

nos apresenta o desenvolvimento tecnológico como uma possibilidade e a

mudança na metodologia pedagógica como uma necessidade. Neste cenário

constata-se a importância do fortalecimento da

a educação – o que acreditamos que seja o objetivo principal da

Educomunicação. De acordo com Silva e Teixeira (2015) o neologismo

Educomunicação, une as áreas de educação e comunicação destacando de

modo significativo um terc

recorrem a Ismar Soares, o qual esclarece que a Educomunicação trata

do conjunto das ações inerentes ao planejamento, implementação e avaliação de processos, programas e produtos destinados a criar e fortalecer ecossistemas comunicativos em espaços educativos presenciais ou virtuais (tais como escolas, centros culturais, emisde TV e rádios educativos, centros produtores de materiais educativos analógicos e digitais, centros de coordenação de educação à distância ou 'ecomunicativo das ações educativas, incluindo dos recursos da informação no processo de aprendizagem. (SOARES, 2000, p.63).

Ainda no início do século XXI, Silva (2002) ressalta que, apesar da

globalização comunicacional cada vez mais intensa, a escola se mantinha

praticamente inalterável: “um sistema fechado no espaço e no tempo ao

exterior, à comunidade, afastado da realidade” (p.784). Cada vez a tecnologia se

desenvolve mais e cada vez mais as pessoas ficam para trás, num processo de

exclusão digital.

Neste cenário tecnológi

em dimensão estratégica para o entendimento da produção, circulação e

recepção dos bens simbólicos, dos conjuntos representativos, dos impactos

Vol. 3, n. 4, Julho-Setembro.

http://dx.doi.org/10.20873/uft.2447-4266.2017v3n4p387

Revista Observatório, Palmas, v. 3, n. 4, p. 387

a

Partimos de um cenário já conhecido na educação mundial, aquele que

nos apresenta o desenvolvimento tecnológico como uma possibilidade e a

mudança na metodologia pedagógica como uma necessidade. Neste cenário

se a importância do fortalecimento da relação entre a comunicação e

o que acreditamos que seja o objetivo principal da

Educomunicação. De acordo com Silva e Teixeira (2015) o neologismo

Educomunicação, une as áreas de educação e comunicação destacando de

modo significativo um terceiro termo: a “ação”. Nesta definição os autores

recorrem a Ismar Soares, o qual esclarece que a Educomunicação trata

conjunto das ações inerentes ao planejamento, implementação e avaliação de processos, programas e produtos destinados a criar e fortalecer ecossistemas comunicativos em espaços educativos presenciais ou virtuais (tais como escolas, centros culturais, emisde TV e rádios educativos, centros produtores de materiais educativos analógicos e digitais, centros de coordenação de educação à distância ou 'e-learning', e outros…), assim como a melhorar o coeficiente comunicativo das ações educativas, incluindo as relacionadas ao uso dos recursos da informação no processo de aprendizagem. (SOARES, 2000, p.63).

Ainda no início do século XXI, Silva (2002) ressalta que, apesar da

globalização comunicacional cada vez mais intensa, a escola se mantinha

inalterável: “um sistema fechado no espaço e no tempo ao

exterior, à comunidade, afastado da realidade” (p.784). Cada vez a tecnologia se

desenvolve mais e cada vez mais as pessoas ficam para trás, num processo de

Neste cenário tecnológico e globalizado “a comunicação transformou

em dimensão estratégica para o entendimento da produção, circulação e

recepção dos bens simbólicos, dos conjuntos representativos, dos impactos

Setembro. 2017

387-406, jul-set. 2017

Partimos de um cenário já conhecido na educação mundial, aquele que

nos apresenta o desenvolvimento tecnológico como uma possibilidade e a

mudança na metodologia pedagógica como uma necessidade. Neste cenário

relação entre a comunicação e

o que acreditamos que seja o objetivo principal da

Educomunicação. De acordo com Silva e Teixeira (2015) o neologismo

Educomunicação, une as áreas de educação e comunicação destacando de

eiro termo: a “ação”. Nesta definição os autores

recorrem a Ismar Soares, o qual esclarece que a Educomunicação trata

conjunto das ações inerentes ao planejamento, implementação e avaliação de processos, programas e produtos destinados a criar e fortalecer ecossistemas comunicativos em espaços educativos presenciais ou virtuais (tais como escolas, centros culturais, emissoras de TV e rádios educativos, centros produtores de materiais educativos analógicos e digitais, centros de coordenação de educação à distância

learning', e outros…), assim como a melhorar o coeficiente as relacionadas ao uso

dos recursos da informação no processo de aprendizagem. (SOARES,

Ainda no início do século XXI, Silva (2002) ressalta que, apesar da

globalização comunicacional cada vez mais intensa, a escola se mantinha

inalterável: “um sistema fechado no espaço e no tempo ao

exterior, à comunidade, afastado da realidade” (p.784). Cada vez a tecnologia se

desenvolve mais e cada vez mais as pessoas ficam para trás, num processo de

co e globalizado “a comunicação transformou-se

em dimensão estratégica para o entendimento da produção, circulação e

recepção dos bens simbólicos, dos conjuntos representativos, dos impactos

ISSN nº 2447-4266

DOI: http://dx.doi.org/10.20873/uft.2447

materiais” (CITELLI, 2011, p. 62). Citelli indica também a emergê

paradigmas sociotécnicos que devem integrar melhor a agência da escola, da

família, das mídias, entre outras, em um ecossistema de comunicação voltado a

fortalecer a cidadania dos indivíduos. Um destes novos paradigmas podia ser

vislumbrado já nas bases da proposta da “Cidade Educativa”, divulgada em

relatórios editados na década de 70 pela UNESCO e Fundação Europeia da

Cultura e cuja estratégia incluía a abertura da escola à comunidade (SILVA,

2002).Tanto os documentos produzidos na década d

perspectivas de pesquisa apresentam esta tensão entre a escola fechada,

resistente à mudança, e a necessidade de repensar a escola como um espaço

aberto à sociedade educativa

em rede. O Relatório “Aprender a Ser”, coordenado por Edgar Faure, é bem

claro na necessidade dessa abertura: “o seu advento [Cidade Educativa] só

poderia conceber-se no fim dum processo de compenetração íntima da

educação e do encadeamento social, político e económ

familiares, na vida cívica” (FAURE, 1974, p. 249). Já na viragem do milenio,

novamente a UNESCO, em relatório coordenado por Jacques Delors sobre a

educação para o século XXI, intitulado "Educação, Um Tesouro a Descobrir”,

estabelecia uma forte relação entre as sociedades educativas e as sociedades da

informação. A Cidade Educativa é reforçada pela emergência espetacular de

“sociedades da informação”, já que estas constituíam um dos fenômenos mais

promissores do final do século XX, recomend

todas as potencialidades contidas nas novas tecnologias da informação e da

comunicação sejam postas a serviço da educação e da formação” (DELORS,

1998, p. 66-67).

Hoje, passada a resistência da escola às tecnologias, reconhecem

mais facilidade a existência de outros espaços que podem ser chamados de

Vol. 3, n. 4, Julho-Setembro.

http://dx.doi.org/10.20873/uft.2447-4266.2017v3n4p387

Revista Observatório, Palmas, v. 3, n. 4, p. 387

materiais” (CITELLI, 2011, p. 62). Citelli indica também a emergê

paradigmas sociotécnicos que devem integrar melhor a agência da escola, da

família, das mídias, entre outras, em um ecossistema de comunicação voltado a

fortalecer a cidadania dos indivíduos. Um destes novos paradigmas podia ser

á nas bases da proposta da “Cidade Educativa”, divulgada em

relatórios editados na década de 70 pela UNESCO e Fundação Europeia da

Cultura e cuja estratégia incluía a abertura da escola à comunidade (SILVA,

2002).Tanto os documentos produzidos na década de 70, quanto as novas

perspectivas de pesquisa apresentam esta tensão entre a escola fechada,

resistente à mudança, e a necessidade de repensar a escola como um espaço

aberto à sociedade educativa – que se fortalece com as possibilidades de ação

Relatório “Aprender a Ser”, coordenado por Edgar Faure, é bem

claro na necessidade dessa abertura: “o seu advento [Cidade Educativa] só

se no fim dum processo de compenetração íntima da

educação e do encadeamento social, político e económico, nas células

familiares, na vida cívica” (FAURE, 1974, p. 249). Já na viragem do milenio,

novamente a UNESCO, em relatório coordenado por Jacques Delors sobre a

educação para o século XXI, intitulado "Educação, Um Tesouro a Descobrir”,

forte relação entre as sociedades educativas e as sociedades da

informação. A Cidade Educativa é reforçada pela emergência espetacular de

“sociedades da informação”, já que estas constituíam um dos fenômenos mais

promissores do final do século XX, recomendando, por consequência, “que

todas as potencialidades contidas nas novas tecnologias da informação e da

comunicação sejam postas a serviço da educação e da formação” (DELORS,

Hoje, passada a resistência da escola às tecnologias, reconhecem

mais facilidade a existência de outros espaços que podem ser chamados de

Setembro. 2017

387-406, jul-set. 2017

materiais” (CITELLI, 2011, p. 62). Citelli indica também a emergência de novos

paradigmas sociotécnicos que devem integrar melhor a agência da escola, da

família, das mídias, entre outras, em um ecossistema de comunicação voltado a

fortalecer a cidadania dos indivíduos. Um destes novos paradigmas podia ser

á nas bases da proposta da “Cidade Educativa”, divulgada em

relatórios editados na década de 70 pela UNESCO e Fundação Europeia da

Cultura e cuja estratégia incluía a abertura da escola à comunidade (SILVA,

e 70, quanto as novas

perspectivas de pesquisa apresentam esta tensão entre a escola fechada,

resistente à mudança, e a necessidade de repensar a escola como um espaço

que se fortalece com as possibilidades de ação

Relatório “Aprender a Ser”, coordenado por Edgar Faure, é bem

claro na necessidade dessa abertura: “o seu advento [Cidade Educativa] só

se no fim dum processo de compenetração íntima da

ico, nas células

familiares, na vida cívica” (FAURE, 1974, p. 249). Já na viragem do milenio,

novamente a UNESCO, em relatório coordenado por Jacques Delors sobre a

educação para o século XXI, intitulado "Educação, Um Tesouro a Descobrir”,

forte relação entre as sociedades educativas e as sociedades da

informação. A Cidade Educativa é reforçada pela emergência espetacular de

“sociedades da informação”, já que estas constituíam um dos fenômenos mais

ando, por consequência, “que

todas as potencialidades contidas nas novas tecnologias da informação e da

comunicação sejam postas a serviço da educação e da formação” (DELORS,

Hoje, passada a resistência da escola às tecnologias, reconhecemos com

mais facilidade a existência de outros espaços que podem ser chamados de

ISSN nº 2447-4266

DOI: http://dx.doi.org/10.20873/uft.2447

“escola”, além daquele ocupado pela educação formal. Os meios de

comunicação de massa, junto com a família e outros espaços de educação não

formal ou informal, já em 1971, forn

alunos, segundo a UNESCO (SILVA, 1998, p. 170). Ou seja, a ampliação do

acesso aos meios evidenciou a importância da comunicação para os processos

educativos e para a própria construção da sociedade.

A comunicação seres humanos (e talvez alguns animais inteligentes) cultivam de forma permanente a fim de expressaremmesmos (VIZER; CARVALHO, 2009, p. 151)

É na comunicação e pela comunicação que os seres humanos constroem

sua realidade. Freire (1988) fala da 'palavramundo' para representar este fluxo

do mundo para a sua encarnação em palavra ou da palavra até sua

materialização no mundo, com a palavra (símbolo da comunicação) poderíamos

escrever e re-escrever o mundo. De forma similar Cloutier (1975)

informar é dar forma à matéria, que poderia ser definida como energia

informada.

Se o homem adquiriu um certo soube 'organizar a energia', porque soube 'informáconfere um poder relativo sobre a matéria que, de facto, não é mais do que energia 'informada' (CLOUTIER, 1975, p.226).

Por isso, a importância da comunic

Para que os coletivos possam transformar a realidade é imprescindível que

saibam primeiramente comunicar essa mudança. Kaplún (1996), autor que

cunhou o termo educomunicação, insistia em relembrar que a etimologia da

5 Tradução livre do texto original em espanhol.

Vol. 3, n. 4, Julho-Setembro.

http://dx.doi.org/10.20873/uft.2447-4266.2017v3n4p387

Revista Observatório, Palmas, v. 3, n. 4, p. 387

“escola”, além daquele ocupado pela educação formal. Os meios de

comunicação de massa, junto com a família e outros espaços de educação não

formal ou informal, já em 1971, forneciam 80% da informação que chegava aos

alunos, segundo a UNESCO (SILVA, 1998, p. 170). Ou seja, a ampliação do

acesso aos meios evidenciou a importância da comunicação para os processos

educativos e para a própria construção da sociedade.

A comunicação é a prática de constituição social par excellenceseres humanos (e talvez alguns animais inteligentes) cultivam de forma permanente a fim de expressarem-se a si mesmos mesmos – em relação a seus ambientes físicos, sociais e simbólicos”(VIZER; CARVALHO, 2009, p. 151)5.

É na comunicação e pela comunicação que os seres humanos constroem

sua realidade. Freire (1988) fala da 'palavramundo' para representar este fluxo

do mundo para a sua encarnação em palavra ou da palavra até sua

zação no mundo, com a palavra (símbolo da comunicação) poderíamos

escrever o mundo. De forma similar Cloutier (1975)

informar é dar forma à matéria, que poderia ser definida como energia

Se o homem adquiriu um certo controlo do seu ambiente, é porque soube 'organizar a energia', porque soube 'informáconfere um poder relativo sobre a matéria que, de facto, não é mais do que energia 'informada' (CLOUTIER, 1975, p.226).

Por isso, a importância da comunicação nos ambientes comunitários.

Para que os coletivos possam transformar a realidade é imprescindível que

saibam primeiramente comunicar essa mudança. Kaplún (1996), autor que

cunhou o termo educomunicação, insistia em relembrar que a etimologia da

do texto original em espanhol.

Setembro. 2017

387-406, jul-set. 2017

“escola”, além daquele ocupado pela educação formal. Os meios de

comunicação de massa, junto com a família e outros espaços de educação não-

eciam 80% da informação que chegava aos

alunos, segundo a UNESCO (SILVA, 1998, p. 170). Ou seja, a ampliação do

acesso aos meios evidenciou a importância da comunicação para os processos

par excellence que os seres humanos (e talvez alguns animais inteligentes) cultivam de

se a si mesmos – e para si em relação a seus ambientes físicos, sociais e simbólicos”

É na comunicação e pela comunicação que os seres humanos constroem

sua realidade. Freire (1988) fala da 'palavramundo' para representar este fluxo

do mundo para a sua encarnação em palavra ou da palavra até sua

zação no mundo, com a palavra (símbolo da comunicação) poderíamos

escrever o mundo. De forma similar Cloutier (1975)a ressalta que

informar é dar forma à matéria, que poderia ser definida como energia

controlo do seu ambiente, é porque soube 'organizar a energia', porque soube 'informá-la', o que lhe confere um poder relativo sobre a matéria que, de facto, não é mais

ação nos ambientes comunitários.

Para que os coletivos possam transformar a realidade é imprescindível que

saibam primeiramente comunicar essa mudança. Kaplún (1996), autor que

cunhou o termo educomunicação, insistia em relembrar que a etimologia da

ISSN nº 2447-4266

DOI: http://dx.doi.org/10.20873/uft.2447

palavra comunicação tem sua raiz latina no termo

raiz da palavra comunidade, e que tem o sentido de colocar algo em comum

com o outro ou com o grupo

outro, é nesta relação comunicativa

nossa realidade e nos inventamos a nós mesmos e o próprio mundo.

Ao nos comunicarmos vemos o real sentido daquilo que pensamos e

nosso pensamento transforma a realidade. Pois, da mesma forma que é possível

dizer que somos fisicamente aquilo que comemos, somos intelectual,

psicológica e socialmente aquilo que vemos, escutamos, pensamos, falamos,

acreditamos e comunicamos ao mundo e com o mundo. Assim, tanto melhor

será o mundo quanto mais construtiva for a comunicação qu

seria o sentido mesmo da comunicação social, um instrumento coletivo para a

construção da sociedade.

Mas o espaço da comunicação como utilidade pública não é respeitado e

vira com frequência balcão de comércio e de promoção de interesses

particulares. A TV, por exemplo, exerce muita influência ao agenciar as

temáticas de seus patrocinadores da forma que estes julgam mais adequada

aos seus negócios e não ao interesse público. Esta e outras agências

comunicacionais comerciais, tratam de ens

consumo e não ao exercício da cidadania. A escola, que deveria se ocupar da

formação cidadã, acaba concentrando muito de seus esforços em desconstruir

uma série de pré-conceitos que vem arraigados na (sub)cultura dos meios

massa.

Colocados estes desafios, numa perspectiva sociocomunicativa, podemos

refletir sobre como fazer com que a escola imutável, inalterável, se transforme

neste espaço educativo aberto à comunidade, ao ponto de chegarmos à cidade

Vol. 3, n. 4, Julho-Setembro.

http://dx.doi.org/10.20873/uft.2447-4266.2017v3n4p387

Revista Observatório, Palmas, v. 3, n. 4, p. 387

a comunicação tem sua raiz latina no termo communis, que é a mesma

raiz da palavra comunidade, e que tem o sentido de colocar algo em comum

com o outro ou com o grupo - o sentido mesmo da alteridade. Ou seja, é com o

outro, é nesta relação comunicativa estabelecida em diálogo que criamos a

nossa realidade e nos inventamos a nós mesmos e o próprio mundo.

Ao nos comunicarmos vemos o real sentido daquilo que pensamos e

nosso pensamento transforma a realidade. Pois, da mesma forma que é possível

mos fisicamente aquilo que comemos, somos intelectual,

psicológica e socialmente aquilo que vemos, escutamos, pensamos, falamos,

acreditamos e comunicamos ao mundo e com o mundo. Assim, tanto melhor

será o mundo quanto mais construtiva for a comunicação que nos rodeia. Este

seria o sentido mesmo da comunicação social, um instrumento coletivo para a

construção da sociedade.

Mas o espaço da comunicação como utilidade pública não é respeitado e

vira com frequência balcão de comércio e de promoção de interesses

particulares. A TV, por exemplo, exerce muita influência ao agenciar as

temáticas de seus patrocinadores da forma que estes julgam mais adequada

aos seus negócios e não ao interesse público. Esta e outras agências

comunicacionais comerciais, tratam de ensinar os comportamentos ligados ao

consumo e não ao exercício da cidadania. A escola, que deveria se ocupar da

formação cidadã, acaba concentrando muito de seus esforços em desconstruir

conceitos que vem arraigados na (sub)cultura dos meios

Colocados estes desafios, numa perspectiva sociocomunicativa, podemos

refletir sobre como fazer com que a escola imutável, inalterável, se transforme

neste espaço educativo aberto à comunidade, ao ponto de chegarmos à cidade

Setembro. 2017

387-406, jul-set. 2017

, que é a mesma

raiz da palavra comunidade, e que tem o sentido de colocar algo em comum

o sentido mesmo da alteridade. Ou seja, é com o

estabelecida em diálogo que criamos a

nossa realidade e nos inventamos a nós mesmos e o próprio mundo.

Ao nos comunicarmos vemos o real sentido daquilo que pensamos e

nosso pensamento transforma a realidade. Pois, da mesma forma que é possível

mos fisicamente aquilo que comemos, somos intelectual,

psicológica e socialmente aquilo que vemos, escutamos, pensamos, falamos,

acreditamos e comunicamos ao mundo e com o mundo. Assim, tanto melhor

e nos rodeia. Este

seria o sentido mesmo da comunicação social, um instrumento coletivo para a

Mas o espaço da comunicação como utilidade pública não é respeitado e

vira com frequência balcão de comércio e de promoção de interesses

particulares. A TV, por exemplo, exerce muita influência ao agenciar as

temáticas de seus patrocinadores da forma que estes julgam mais adequada

aos seus negócios e não ao interesse público. Esta e outras agências

inar os comportamentos ligados ao

consumo e não ao exercício da cidadania. A escola, que deveria se ocupar da

formação cidadã, acaba concentrando muito de seus esforços em desconstruir

conceitos que vem arraigados na (sub)cultura dos meios de

Colocados estes desafios, numa perspectiva sociocomunicativa, podemos

refletir sobre como fazer com que a escola imutável, inalterável, se transforme

neste espaço educativo aberto à comunidade, ao ponto de chegarmos à cidade

ISSN nº 2447-4266

DOI: http://dx.doi.org/10.20873/uft.2447

educativa proposta pela UNESCO. Quem sabe este não seria um dos novos

paradigmas sociotécnicos apontados por Citelli (2011).

A caminho da cidade educativa

A partir da reflexão sobre o processo de produção audiovisual com

alunos de 5˚ ao 9˚ ano no

(fundamentado no campo da Educomunicação), surge a proposta de integrar

escola, moradores, instituições e governos em comunidades de aprendizagem

espontâneas, onde estudariam em conjunto soluções inovadoras para

problemas de sua localidade.

A escola seria o centro de referência do seu bairro, responsável por

administrar diversas comunidades de aprendizagem de acordo com temáticas

sociambientais transversais. Uma temática possível seriam os Objetivos de

Desenvolvimento Sustentável (ODS), propo

chancelados pela ONU (ONU BRASIL, 2017). Assim, poderíamos ter um grande

ganho na integração glocal (mais adiante discutiremos este conceito). Esta

integração constituiria um novo paradigma sociotécnico, amparado pela

plataforma tecnológica oferecida pelo ciberespaço, mas com foco no

desenvolvimento das pessoas, por meio do fortalecimento das relações

interpessoais e interinstitucionais. Esta perspectiva é estudada sob o ponto de

vista da Comunicação Comunitária por Peruzzo (20

social do não empoderamento coletivo das TICC

implementação de alternativas duráveis de comunicação comunitária contribui

para o atraso na transformação da realidade local” (p. 83). A hipótese de

Peruzzo é que a cibercultura poderia ajudar a configurar processos

6 Peruzzo inclui um duplo “C” na sigla das Tecnologias de Informação e Comunicação, como forma de indicar a presença do conhecimento em todo o processo tecnológico.

Vol. 3, n. 4, Julho-Setembro.

http://dx.doi.org/10.20873/uft.2447-4266.2017v3n4p387

Revista Observatório, Palmas, v. 3, n. 4, p. 387

ela UNESCO. Quem sabe este não seria um dos novos

paradigmas sociotécnicos apontados por Citelli (2011).

A caminho da cidade educativa

A partir da reflexão sobre o processo de produção audiovisual com

˚ ao 9˚ ano no âmbito do programa de extensão Educom.Cine

(fundamentado no campo da Educomunicação), surge a proposta de integrar

escola, moradores, instituições e governos em comunidades de aprendizagem

espontâneas, onde estudariam em conjunto soluções inovadoras para

problemas de sua localidade.

A escola seria o centro de referência do seu bairro, responsável por

administrar diversas comunidades de aprendizagem de acordo com temáticas

sociambientais transversais. Uma temática possível seriam os Objetivos de

Desenvolvimento Sustentável (ODS), propostos por centenas de países e

chancelados pela ONU (ONU BRASIL, 2017). Assim, poderíamos ter um grande

ganho na integração glocal (mais adiante discutiremos este conceito). Esta

integração constituiria um novo paradigma sociotécnico, amparado pela

ma tecnológica oferecida pelo ciberespaço, mas com foco no

desenvolvimento das pessoas, por meio do fortalecimento das relações

interpessoais e interinstitucionais. Esta perspectiva é estudada sob o ponto de

vista da Comunicação Comunitária por Peruzzo (2012) que afirma que “o custo

social do não empoderamento coletivo das TICC6 para efeito de

implementação de alternativas duráveis de comunicação comunitária contribui

para o atraso na transformação da realidade local” (p. 83). A hipótese de

cibercultura poderia ajudar a configurar processos

Peruzzo inclui um duplo “C” na sigla das Tecnologias de Informação e Comunicação, como

forma de indicar a presença do conhecimento em todo o processo tecnológico.

Setembro. 2017

387-406, jul-set. 2017

ela UNESCO. Quem sabe este não seria um dos novos

A partir da reflexão sobre o processo de produção audiovisual com

ão Educom.Cine

(fundamentado no campo da Educomunicação), surge a proposta de integrar

escola, moradores, instituições e governos em comunidades de aprendizagem

espontâneas, onde estudariam em conjunto soluções inovadoras para

A escola seria o centro de referência do seu bairro, responsável por

administrar diversas comunidades de aprendizagem de acordo com temáticas

sociambientais transversais. Uma temática possível seriam os Objetivos de

stos por centenas de países e

chancelados pela ONU (ONU BRASIL, 2017). Assim, poderíamos ter um grande

ganho na integração glocal (mais adiante discutiremos este conceito). Esta

integração constituiria um novo paradigma sociotécnico, amparado pela

ma tecnológica oferecida pelo ciberespaço, mas com foco no

desenvolvimento das pessoas, por meio do fortalecimento das relações

interpessoais e interinstitucionais. Esta perspectiva é estudada sob o ponto de

12) que afirma que “o custo

para efeito de

implementação de alternativas duráveis de comunicação comunitária contribui

para o atraso na transformação da realidade local” (p. 83). A hipótese de

cibercultura poderia ajudar a configurar processos

Peruzzo inclui um duplo “C” na sigla das Tecnologias de Informação e Comunicação, como forma de indicar a presença do conhecimento em todo o processo tecnológico.

ISSN nº 2447-4266

DOI: http://dx.doi.org/10.20873/uft.2447

organizativos autogestionários de alta conectividade, no âmbito da

comunicação popular e comunitária, no sentido da construção de uma nova

sociedade (ibid.). A proposta de uma escola mais ligada aos proces

cooperativos de organização, típicos da comunicação popular comunitária,

possibilitaria a criação e distribuição de conteúdos info

daqueles que circulam nos mass media tradicionais, estes produtos se

configurariam como uma altern

escola, com seus nativos digitais, seria um grande potencializador da

comunicação comunitária popular alternativa, fortalecendo o ecossistema de

comunicação local enquanto uma Comunidade Emergente de Conhecimento,

conceito abordado por Peruzzo (2012).

Ao expandirmos a abrangência da escola, enquanto centro emanador de

cidadania, poderíamos considerar que todos os cidadãos de sua comunidade

são potenciais alvos de seus princípios educativos. Uma visão reforçada pela

necessidade de educação continuada, ou educação para toda a vida. E que

preparo melhor para o exercício da cidadania um aluno/cidadão poderia ter do

que o incentivo à sua participação ativa no bairro onde vive e estuda? Silva

(2002) afirma que as Tecnolo

facilidade na criação de redes abrem possibilidades de renovação da escola

“como uma comunidade de aprendizagem aberta à comunidade global

785)”. Comunidade que, ligada em rede com o mundo, pode ser considerada

glocal - pensar no global e agir no local.

Esta perspectiva de transformação é reforçada pelo professor João

Barroso (2017). Ao fazer uma revisão dos artigos publicados ao longo d

edições do Colóquio da Associação de Estudos e Investigação em Educação

(Afirse) em Portugal, Barroso aponta a tendência de se alterar o conceito da

escola como um ambiente mais

Vol. 3, n. 4, Julho-Setembro.

http://dx.doi.org/10.20873/uft.2447-4266.2017v3n4p387

Revista Observatório, Palmas, v. 3, n. 4, p. 387

organizativos autogestionários de alta conectividade, no âmbito da

comunicação popular e comunitária, no sentido da construção de uma nova

sociedade (ibid.). A proposta de uma escola mais ligada aos proces

cooperativos de organização, típicos da comunicação popular comunitária,

possibilitaria a criação e distribuição de conteúdos info-comunicativos diversos

daqueles que circulam nos mass media tradicionais, estes produtos se

configurariam como uma alternativa de comunicação local de qualidade. A

escola, com seus nativos digitais, seria um grande potencializador da

comunicação comunitária popular alternativa, fortalecendo o ecossistema de

comunicação local enquanto uma Comunidade Emergente de Conhecimento,

conceito abordado por Peruzzo (2012).

Ao expandirmos a abrangência da escola, enquanto centro emanador de

cidadania, poderíamos considerar que todos os cidadãos de sua comunidade

são potenciais alvos de seus princípios educativos. Uma visão reforçada pela

necessidade de educação continuada, ou educação para toda a vida. E que

preparo melhor para o exercício da cidadania um aluno/cidadão poderia ter do

que o incentivo à sua participação ativa no bairro onde vive e estuda? Silva

(2002) afirma que as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) e a

facilidade na criação de redes abrem possibilidades de renovação da escola

comunidade de aprendizagem aberta à comunidade global

785)”. Comunidade que, ligada em rede com o mundo, pode ser considerada

pensar no global e agir no local.

Esta perspectiva de transformação é reforçada pelo professor João

Barroso (2017). Ao fazer uma revisão dos artigos publicados ao longo d

edições do Colóquio da Associação de Estudos e Investigação em Educação

(Afirse) em Portugal, Barroso aponta a tendência de se alterar o conceito da

escola como um ambiente mais lato de aprendizagem, mais diversificado e

Setembro. 2017

387-406, jul-set. 2017

organizativos autogestionários de alta conectividade, no âmbito da

comunicação popular e comunitária, no sentido da construção de uma nova

sociedade (ibid.). A proposta de uma escola mais ligada aos processos

cooperativos de organização, típicos da comunicação popular comunitária,

comunicativos diversos

daqueles que circulam nos mass media tradicionais, estes produtos se

ativa de comunicação local de qualidade. A

escola, com seus nativos digitais, seria um grande potencializador da

comunicação comunitária popular alternativa, fortalecendo o ecossistema de

comunicação local enquanto uma Comunidade Emergente de Conhecimento,

Ao expandirmos a abrangência da escola, enquanto centro emanador de

cidadania, poderíamos considerar que todos os cidadãos de sua comunidade

são potenciais alvos de seus princípios educativos. Uma visão reforçada pela

necessidade de educação continuada, ou educação para toda a vida. E que

preparo melhor para o exercício da cidadania um aluno/cidadão poderia ter do

que o incentivo à sua participação ativa no bairro onde vive e estuda? Silva

gias de Informação e Comunicação (TIC) e a

facilidade na criação de redes abrem possibilidades de renovação da escola

comunidade de aprendizagem aberta à comunidade global (p.

785)”. Comunidade que, ligada em rede com o mundo, pode ser considerada

Esta perspectiva de transformação é reforçada pelo professor João

Barroso (2017). Ao fazer uma revisão dos artigos publicados ao longo de 24

edições do Colóquio da Associação de Estudos e Investigação em Educação

(Afirse) em Portugal, Barroso aponta a tendência de se alterar o conceito da

de aprendizagem, mais diversificado e

ISSN nº 2447-4266

DOI: http://dx.doi.org/10.20873/uft.2447

territorial. O edifício da esc

territorialização da escola. “O local é onde emergem os problemas e se

constroem as soluções” (BARROSO, 2017). Justamente em função desta

necessidade de resolução de problemas, sugerimos que a estratégia

pedagógica desta escola territorializada seria a Aprendizagem Baseada em

Problemas (ABP), que valoriza as atividades coletivas e a execução de projetos.

A ABP é também uma das técnicas pedagógicas indicadas pela UNESCO para o

ensino e a aprendizagem da Alfabetizaç

compreende

um método de aprendizagem altamente estruturado e cooperativo, que visa a aprimorar tanto o conhecimento individual quanto o coletivo, engajando os estudantes na investigação crítica aprofundada de proble

Na ABP, os estudantes são os administradores de seus objetivos de

aprendizagem, dos métodos de investigação e dos resultados. Desta forma

compreende um sistema pedagógico que desenvolve simultaneamente o

pensamento crítico e os conhecimentos de base, aplicados na solução de

problemas que necessitam de habilidades interdisciplinares, que são adquiridas

no processo pelos estudantes (ibid.).

Dentro deste novo paradigma sócio

TIC, não apenas como uma plataforma de aprendizagem, mas como agentes de

propagação de um currículo mais vivo, orientado à qualificação do ecossistema

comunicativo da escola/bairro. Ampliando e qualificando a aura de atuação dos

alunos e da escola em seu

escola-bairro, os alunos/cidadãos, com o apoio e acompanhamento dos

professores, a colaboração de voluntários, participação de amigos e familiares,

transformariam seus projetos de aprendizagem em produtos, a

Vol. 3, n. 4, Julho-Setembro.

http://dx.doi.org/10.20873/uft.2447-4266.2017v3n4p387

Revista Observatório, Palmas, v. 3, n. 4, p. 387

territorial. O edifício da escola seria pulverizado pelo território, numa

territorialização da escola. “O local é onde emergem os problemas e se

constroem as soluções” (BARROSO, 2017). Justamente em função desta

necessidade de resolução de problemas, sugerimos que a estratégia

ca desta escola territorializada seria a Aprendizagem Baseada em

Problemas (ABP), que valoriza as atividades coletivas e a execução de projetos.

A ABP é também uma das técnicas pedagógicas indicadas pela UNESCO para o

ensino e a aprendizagem da Alfabetização Midiática e Informacional (AMI). Ela

um método de aprendizagem altamente estruturado e cooperativo, que visa a aprimorar tanto o conhecimento individual quanto o coletivo, engajando os estudantes na investigação crítica aprofundada de problemas verídicos. (WILSON et al, 2013, p.35)

Na ABP, os estudantes são os administradores de seus objetivos de

aprendizagem, dos métodos de investigação e dos resultados. Desta forma

compreende um sistema pedagógico que desenvolve simultaneamente o

pensamento crítico e os conhecimentos de base, aplicados na solução de

problemas que necessitam de habilidades interdisciplinares, que são adquiridas

no processo pelos estudantes (ibid.).

Dentro deste novo paradigma sócio-educacional, poderíamos incluir as

TIC, não apenas como uma plataforma de aprendizagem, mas como agentes de

propagação de um currículo mais vivo, orientado à qualificação do ecossistema

comunicativo da escola/bairro. Ampliando e qualificando a aura de atuação dos

alunos e da escola em seu território. Neste contexto de parceria sociedade

bairro, os alunos/cidadãos, com o apoio e acompanhamento dos

professores, a colaboração de voluntários, participação de amigos e familiares,

transformariam seus projetos de aprendizagem em produtos, a

Setembro. 2017

387-406, jul-set. 2017

ola seria pulverizado pelo território, numa

territorialização da escola. “O local é onde emergem os problemas e se

constroem as soluções” (BARROSO, 2017). Justamente em função desta

necessidade de resolução de problemas, sugerimos que a estratégia

ca desta escola territorializada seria a Aprendizagem Baseada em

Problemas (ABP), que valoriza as atividades coletivas e a execução de projetos.

A ABP é também uma das técnicas pedagógicas indicadas pela UNESCO para o

ão Midiática e Informacional (AMI). Ela

um método de aprendizagem altamente estruturado e cooperativo, que visa a aprimorar tanto o conhecimento individual quanto o coletivo, engajando os estudantes na investigação crítica aprofundada

Na ABP, os estudantes são os administradores de seus objetivos de

aprendizagem, dos métodos de investigação e dos resultados. Desta forma

compreende um sistema pedagógico que desenvolve simultaneamente o

pensamento crítico e os conhecimentos de base, aplicados na solução de

problemas que necessitam de habilidades interdisciplinares, que são adquiridas

educacional, poderíamos incluir as

TIC, não apenas como uma plataforma de aprendizagem, mas como agentes de

propagação de um currículo mais vivo, orientado à qualificação do ecossistema

comunicativo da escola/bairro. Ampliando e qualificando a aura de atuação dos

território. Neste contexto de parceria sociedade-

bairro, os alunos/cidadãos, com o apoio e acompanhamento dos

professores, a colaboração de voluntários, participação de amigos e familiares,

transformariam seus projetos de aprendizagem em produtos, a serem

ISSN nº 2447-4266

DOI: http://dx.doi.org/10.20873/uft.2447

divulgados em sua comunidade. Estes produtos, desenvolvidos em diversas

linguagens, constituiriam parte da programação de canais virtuais comunitários

de TV, rádio, bibliotecas virtuais, e demais canais digitais criados a partir da

disponibilidade das TIC, enquanto estruturas de produção e propagação de

redes e conteúdos.

Estes canais de comunicação local seriam constituídos pela escola em

conjunto com a comunidade e gerenciados de forma participativa. O incentivo à

produção local e continuada de pro

constante de linguagem, possibilitaria, como consequência, o domínio da

técnica. O convívio dos professores e dos próprios moradores do bairro com os

nativos digitais, na execução de projetos envolvendo o uso da tecnologi

promoveria a formação bilateral

outros, ética e epistemologicamente.

O currículo seria esta rede multimídia de processos de comunicação onde, ao

criar suas conclusões dos trabalhos, cada aluno (ou grupo de alun

consolidaria suas aprendizagens e, simultaneamente, teria sua voz propagada

em toda a comunidade. Um exercício de cidadania que recolocaria a escola no

centro da sociedade como promotora de conhecimento e mudanças. Aqui

teríamos uma intersecção com out

apontada por Abílio Amiguinho (2017): a tentativa de fundir inovação educativa

e social na parceria da escola com trabalhadores sociais

relacional com equipes multidisciplinares e multi

Também podemos relacionar esta possibilidade educomunicativa com o

pensamento de Cloutier (1975) que, já em 1974, apontava que o uso das

tecnologias na escola implicaria o ensino da comunicação como utensílio,

principalmente para que os alunos p

"A aprendizagem da comunicação, enquanto 'utensílio', deve ser flexível e

Vol. 3, n. 4, Julho-Setembro.

http://dx.doi.org/10.20873/uft.2447-4266.2017v3n4p387

Revista Observatório, Palmas, v. 3, n. 4, p. 387

divulgados em sua comunidade. Estes produtos, desenvolvidos em diversas

linguagens, constituiriam parte da programação de canais virtuais comunitários

de TV, rádio, bibliotecas virtuais, e demais canais digitais criados a partir da

as TIC, enquanto estruturas de produção e propagação de

Estes canais de comunicação local seriam constituídos pela escola em

conjunto com a comunidade e gerenciados de forma participativa. O incentivo à

produção local e continuada de produtos comunicativos, num exercício

constante de linguagem, possibilitaria, como consequência, o domínio da

técnica. O convívio dos professores e dos próprios moradores do bairro com os

nativos digitais, na execução de projetos envolvendo o uso da tecnologi

promoveria a formação bilateral – uns se alfabetizando tecnologicamente, e

outros, ética e epistemologicamente.

O currículo seria esta rede multimídia de processos de comunicação onde, ao

criar suas conclusões dos trabalhos, cada aluno (ou grupo de alun

consolidaria suas aprendizagens e, simultaneamente, teria sua voz propagada

em toda a comunidade. Um exercício de cidadania que recolocaria a escola no

centro da sociedade como promotora de conhecimento e mudanças. Aqui

teríamos uma intersecção com outra perspectiva de inovação para o século XXI

apontada por Abílio Amiguinho (2017): a tentativa de fundir inovação educativa

e social na parceria da escola com trabalhadores sociais - um trabalho inter

relacional com equipes multidisciplinares e multi-institucionais.

Também podemos relacionar esta possibilidade educomunicativa com o

pensamento de Cloutier (1975) que, já em 1974, apontava que o uso das

tecnologias na escola implicaria o ensino da comunicação como utensílio,

principalmente para que os alunos pudessem aplicá-la utilizando os

"A aprendizagem da comunicação, enquanto 'utensílio', deve ser flexível e

Setembro. 2017

387-406, jul-set. 2017

divulgados em sua comunidade. Estes produtos, desenvolvidos em diversas

linguagens, constituiriam parte da programação de canais virtuais comunitários

de TV, rádio, bibliotecas virtuais, e demais canais digitais criados a partir da

as TIC, enquanto estruturas de produção e propagação de

Estes canais de comunicação local seriam constituídos pela escola em

conjunto com a comunidade e gerenciados de forma participativa. O incentivo à

dutos comunicativos, num exercício

constante de linguagem, possibilitaria, como consequência, o domínio da

técnica. O convívio dos professores e dos próprios moradores do bairro com os

nativos digitais, na execução de projetos envolvendo o uso da tecnologia,

uns se alfabetizando tecnologicamente, e

O currículo seria esta rede multimídia de processos de comunicação onde, ao

criar suas conclusões dos trabalhos, cada aluno (ou grupo de alunos)

consolidaria suas aprendizagens e, simultaneamente, teria sua voz propagada

em toda a comunidade. Um exercício de cidadania que recolocaria a escola no

centro da sociedade como promotora de conhecimento e mudanças. Aqui

ra perspectiva de inovação para o século XXI

apontada por Abílio Amiguinho (2017): a tentativa de fundir inovação educativa

um trabalho inter-

Também podemos relacionar esta possibilidade educomunicativa com o

pensamento de Cloutier (1975) que, já em 1974, apontava que o uso das

tecnologias na escola implicaria o ensino da comunicação como utensílio,

la utilizando os self-media.

"A aprendizagem da comunicação, enquanto 'utensílio', deve ser flexível e

ISSN nº 2447-4266

DOI: http://dx.doi.org/10.20873/uft.2447

acessível a todos" (p. 241), pois, para o autor, ela corresponde ao ensino do

audiovisual e possibilitaria ampliar o repertório de linguag

estudantes. Esta proposta de uso dos meios audiovisuais na escola

complementaria o ensino da linguagem escrita, evitando a oposição dessa com

as demais linguagens e considerando a importância de compreender o universo

multimídia como um universo de possibilidades de comunicação áudio

visual.

No seio das instituições, o ensino da comunicação audiovisual seria uma actividade horizontal e não compartimentos estanques, encontraria seu lugar ao lado de ensinos metodológicosconcebidos como instrumentos de trabalho e não como objectos de ciências em si. (CLOUTIER, 1975, p. 241).

Por outro lado, Pérez Tornero (2015)

novo tipo de analfabetismo, que agrava o analfabetismo convencional. “É a

diferença cognitiva (…), relativa ao novo entorno midiático e que tem

consequências sobre todos os âmbitos da vida

relatórios da UNESCO, o autor destaca que “não é possível lutar eficazmente

contra a desigualdade se não se eliminar os obstáculos à difusão do

conhecimento e da educação representado por esses analfabetismos

p.02). Entre estes estaria o analfabetismo aud

mais significativos, visto que a principal linguagem dos meios massivos é a

audiovisual.

Ainda sobre estas transformações, Pérez Tornero indica o surgimento de

novos campos de pesquisa para dar conta das lacunas de formação do

indivíduos para lidar com as TIC.

7 Tradução livre do texto original em espanhol.8 Tradução livre do texto original em espanhol.

Vol. 3, n. 4, Julho-Setembro.

http://dx.doi.org/10.20873/uft.2447-4266.2017v3n4p387

Revista Observatório, Palmas, v. 3, n. 4, p. 387

acessível a todos" (p. 241), pois, para o autor, ela corresponde ao ensino do

audiovisual e possibilitaria ampliar o repertório de linguagens dominadas pelos

estudantes. Esta proposta de uso dos meios audiovisuais na escola

complementaria o ensino da linguagem escrita, evitando a oposição dessa com

as demais linguagens e considerando a importância de compreender o universo

universo de possibilidades de comunicação áudio

No seio das instituições, o ensino da comunicação audiovisual seria uma actividade horizontal e não compartimentos estanques, encontraria seu lugar ao lado de ensinos metodológicosconcebidos como instrumentos de trabalho e não como objectos de ciências em si. (CLOUTIER, 1975, p. 241).

Por outro lado, Pérez Tornero (2015) aalerta para o surgimento de um

novo tipo de analfabetismo, que agrava o analfabetismo convencional. “É a

diferença cognitiva (…), relativa ao novo entorno midiático e que tem

consequências sobre todos os âmbitos da vida7” (p.01) A partir da análise dos

s da UNESCO, o autor destaca que “não é possível lutar eficazmente

contra a desigualdade se não se eliminar os obstáculos à difusão do

conhecimento e da educação representado por esses analfabetismos

p.02). Entre estes estaria o analfabetismo audiovisual, que é também um dos

mais significativos, visto que a principal linguagem dos meios massivos é a

Ainda sobre estas transformações, Pérez Tornero indica o surgimento de

novos campos de pesquisa para dar conta das lacunas de formação do

indivíduos para lidar com as TIC.

Tradução livre do texto original em espanhol.

livre do texto original em espanhol.

Setembro. 2017

387-406, jul-set. 2017

acessível a todos" (p. 241), pois, para o autor, ela corresponde ao ensino do

ens dominadas pelos

estudantes. Esta proposta de uso dos meios audiovisuais na escola

complementaria o ensino da linguagem escrita, evitando a oposição dessa com

as demais linguagens e considerando a importância de compreender o universo

universo de possibilidades de comunicação áudio-scripto-

No seio das instituições, o ensino da comunicação audio-scripto-visual seria uma actividade horizontal e não compartimentos estanques, encontraria seu lugar ao lado de ensinos metodológicos concebidos como instrumentos de trabalho e não como objectos de

para o surgimento de um

novo tipo de analfabetismo, que agrava o analfabetismo convencional. “É a

diferença cognitiva (…), relativa ao novo entorno midiático e que tem

” (p.01) A partir da análise dos

s da UNESCO, o autor destaca que “não é possível lutar eficazmente

contra a desigualdade se não se eliminar os obstáculos à difusão do

conhecimento e da educação representado por esses analfabetismos8” (ibid.,

iovisual, que é também um dos

mais significativos, visto que a principal linguagem dos meios massivos é a

Ainda sobre estas transformações, Pérez Tornero indica o surgimento de

novos campos de pesquisa para dar conta das lacunas de formação dos

ISSN nº 2447-4266

DOI: http://dx.doi.org/10.20873/uft.2447

A competência midiática e informacional, assim como os processos mediados por ela, estão se tornando um novo campo de pesquisa. A ênfase é então colocada nas novas capacidades dos indivíduos, em sua influência sobre osTayie, Jacquinotparadigmas sociais de relacionamento (Pentland, 2014) com base na criatividade e na inovação das pessoas e suas relações, bem como na emergência detempos, conteúdos e culturas (Jenkins, 2006). (PÉREZ TORNERO, 2015, p. 6)

Por fim, esta proposta vai de encontro aos esforços recentes da UNESCO

em estabelecer um currículo de formação em Alfabetização Midiática e

Informacional (AMI) ou Midia Education and Information Literacy (MIL), com

destaque para o documento lançado em 2013

diálogo reunindo o pensamento de pesquisadores desta área em vários países

do mundo. Ao propormos a comunicação como o centro do processo

educativo, em um currículo que tem como trilhos as TIC, estamos

proporcionando a oportunidade das comunidades escolares “desenvolverem

uma compreensão sobre a diferença entre ensinar sobre e ensinar por meio da

alfabetização midiática e informacional” (WILSON et al, 2013, p. 60).

Utopia possível – Educom.Cine: audiovisual, educação e cid

Efetivamente a proposta de colocar a comunicação no centro da

pedagogia escolar não é uma novidade. Já Freinet, um dos pioneiros nesta

tarefa, praticava esta possibilidade com a imprensa escolar na década de 60 do

século XX.

9 Tradução livre do texto original em espanhol.

Vol. 3, n. 4, Julho-Setembro.

http://dx.doi.org/10.20873/uft.2447-4266.2017v3n4p387

Revista Observatório, Palmas, v. 3, n. 4, p. 387

A competência midiática e informacional, assim como os processos mediados por ela, estão se tornando um novo campo de pesquisa. A ênfase é então colocada nas novas capacidades dos indivíduos, em sua influência sobre os processos psicológicos e sociais (Carlson, Tayie, Jacquinot-Delaunay e Perez, 2009), na construção de novos paradigmas sociais de relacionamento (Pentland, 2014) com base na criatividade e na inovação das pessoas e suas relações, bem como na emergência de novos paradigmas que estão transformando espaços, tempos, conteúdos e culturas (Jenkins, 2006). (PÉREZ TORNERO, 2015, p. 6)9

Por fim, esta proposta vai de encontro aos esforços recentes da UNESCO

em estabelecer um currículo de formação em Alfabetização Midiática e

Informacional (AMI) ou Midia Education and Information Literacy (MIL), com

destaque para o documento lançado em 2013, resultado do esforço de anos de

diálogo reunindo o pensamento de pesquisadores desta área em vários países

do mundo. Ao propormos a comunicação como o centro do processo

educativo, em um currículo que tem como trilhos as TIC, estamos

rtunidade das comunidades escolares “desenvolverem

uma compreensão sobre a diferença entre ensinar sobre e ensinar por meio da

alfabetização midiática e informacional” (WILSON et al, 2013, p. 60).

Educom.Cine: audiovisual, educação e cidadania

Efetivamente a proposta de colocar a comunicação no centro da

pedagogia escolar não é uma novidade. Já Freinet, um dos pioneiros nesta

tarefa, praticava esta possibilidade com a imprensa escolar na década de 60 do

Tradução livre do texto original em espanhol.

Setembro. 2017

387-406, jul-set. 2017

A competência midiática e informacional, assim como os processos mediados por ela, estão se tornando um novo campo de pesquisa. A ênfase é então colocada nas novas capacidades dos indivíduos, em

processos psicológicos e sociais (Carlson, Delaunay e Perez, 2009), na construção de novos

paradigmas sociais de relacionamento (Pentland, 2014) com base na criatividade e na inovação das pessoas e suas relações, bem como na

novos paradigmas que estão transformando espaços, tempos, conteúdos e culturas (Jenkins, 2006). (PÉREZ TORNERO, 2015,

Por fim, esta proposta vai de encontro aos esforços recentes da UNESCO

em estabelecer um currículo de formação em Alfabetização Midiática e

Informacional (AMI) ou Midia Education and Information Literacy (MIL), com

, resultado do esforço de anos de

diálogo reunindo o pensamento de pesquisadores desta área em vários países

do mundo. Ao propormos a comunicação como o centro do processo

educativo, em um currículo que tem como trilhos as TIC, estamos

rtunidade das comunidades escolares “desenvolverem

uma compreensão sobre a diferença entre ensinar sobre e ensinar por meio da

alfabetização midiática e informacional” (WILSON et al, 2013, p. 60).

adania

Efetivamente a proposta de colocar a comunicação no centro da

pedagogia escolar não é uma novidade. Já Freinet, um dos pioneiros nesta

tarefa, praticava esta possibilidade com a imprensa escolar na década de 60 do

ISSN nº 2447-4266

DOI: http://dx.doi.org/10.20873/uft.2447

Os alunos apaixonaramque não eram todavia simples com o material ainda rudimentar de que dispúnhamos. Eles deixaramporque a ordenação dos caracteres nos componedores pudesse ser atraente, mas sobnormal e natural da cultura; a observação, o pensamento, a expressão natural tornavam

Quase 60 anos depois, a comunicação segue sendo redescoberta como

instrumento fascinante e transformador na escola, conforme pode ser visto no

depoimento de uma aluna de 12 anos participante do Programa Educom Cine:

Eu me sinto orgulhosa em saber que nós fizemos isso e tivemos todo esse resultado. Não sei explicar, mas é muito orgulhotrabalhamos e demos duro. Lógico que, com a presença de adultos também que fazem, estudam e trabalham com isso. (informação verbal)

O programa de extensão “Educom.cine: Participação e Cidadania”, da

Universidade do Estado de Santa

promover a integração entre a comunidade escolar e os movimentos sociais no

ano de 2015. O projeto foi oferecido como atividade extracurricular na Escola

Básica Municipal Albertina Madalena Dias, com a missão

comunicação a serviço da solidariedade, da interdisciplinaridade e da prática da

cidadania por meio da alfabetização audiovisual. Foram integrados no

programa estudantes e professores da rede pública, ONGs e movimentos

sociais, bem como demai

Todos empenhados na reflexão e ação coletivas, bem como no domínio das

técnicas audiovisuais.

10 Depoimento gravado durante realização de grupo focal conduzido pela pesquisadora Mariana Roncale em

08/12/2015.

Vol. 3, n. 4, Julho-Setembro.

http://dx.doi.org/10.20873/uft.2447-4266.2017v3n4p387

Revista Observatório, Palmas, v. 3, n. 4, p. 387

Os alunos apaixonaram-se pela composição e pela impressão, coisas que não eram todavia simples com o material ainda rudimentar de que dispúnhamos. Eles deixaram-se prender pelas novas tarefas, não porque a ordenação dos caracteres nos componedores pudesse ser atraente, mas sobretudo porque tínhamos descoberto um processo normal e natural da cultura; a observação, o pensamento, a expressão natural tornavam-se texto perfeito. (FREINET, 1975, p.25)

Quase 60 anos depois, a comunicação segue sendo redescoberta como

inante e transformador na escola, conforme pode ser visto no

depoimento de uma aluna de 12 anos participante do Programa Educom Cine:

Eu me sinto orgulhosa em saber que nós fizemos isso e tivemos todo esse resultado. Não sei explicar, mas é muito orgulhotrabalhamos e demos duro. Lógico que, com a presença de adultos também que fazem, estudam e trabalham com isso. (informação verbal)10

O programa de extensão “Educom.cine: Participação e Cidadania”, da

Universidade do Estado de Santa Catarina, realizou oficinas de audiovisual para

promover a integração entre a comunidade escolar e os movimentos sociais no

ano de 2015. O projeto foi oferecido como atividade extracurricular na Escola

Básica Municipal Albertina Madalena Dias, com a missão

comunicação a serviço da solidariedade, da interdisciplinaridade e da prática da

cidadania por meio da alfabetização audiovisual. Foram integrados no

programa estudantes e professores da rede pública, ONGs e movimentos

sociais, bem como demais interessados nas comunidades do entorno da escola.

Todos empenhados na reflexão e ação coletivas, bem como no domínio das

Depoimento gravado durante realização de grupo focal conduzido pela pesquisadora Mariana Roncale em

Setembro. 2017

387-406, jul-set. 2017

se pela composição e pela impressão, coisas que não eram todavia simples com o material ainda rudimentar de

se prender pelas novas tarefas, não porque a ordenação dos caracteres nos componedores pudesse ser

retudo porque tínhamos descoberto um processo normal e natural da cultura; a observação, o pensamento, a expressão

se texto perfeito. (FREINET, 1975, p.25)

Quase 60 anos depois, a comunicação segue sendo redescoberta como

inante e transformador na escola, conforme pode ser visto no

depoimento de uma aluna de 12 anos participante do Programa Educom Cine:

Eu me sinto orgulhosa em saber que nós fizemos isso e tivemos todo esse resultado. Não sei explicar, mas é muito orgulho saber que nós trabalhamos e demos duro. Lógico que, com a presença de adultos também que fazem, estudam e trabalham com isso. (informação

O programa de extensão “Educom.cine: Participação e Cidadania”, da

Catarina, realizou oficinas de audiovisual para

promover a integração entre a comunidade escolar e os movimentos sociais no

ano de 2015. O projeto foi oferecido como atividade extracurricular na Escola

de colocar a

comunicação a serviço da solidariedade, da interdisciplinaridade e da prática da

cidadania por meio da alfabetização audiovisual. Foram integrados no

programa estudantes e professores da rede pública, ONGs e movimentos

s interessados nas comunidades do entorno da escola.

Todos empenhados na reflexão e ação coletivas, bem como no domínio das

Depoimento gravado durante realização de grupo focal conduzido pela pesquisadora Mariana Roncale em

ISSN nº 2447-4266

DOI: http://dx.doi.org/10.20873/uft.2447

As oficinas do projeto Educom.Cine ocorreram duas vezes por semana,

no período de quatro horas do turno da ta

sendo interrompidas durante o recesso escolar de inverno. Em média, quinze

alunos participaram por semestre, com faixa etária entre 11 e 18 anos. Os

estudantes tiveram ao longo do projeto aulas de roteiro, direção, produção

captação, som, animação e edição que foram integradas em exercícios práticos

com oficineiros qualificados, utilizando equipamentos profissionais. As oficinas

foram alternadas de acordo com a ordem em que ocorre uma produção

audiovisual. Em alguns momento

preparação para as filmagens exigia a integração entre as diversas áreas e

principalmente na hora das filmagens

dois oficineiros.

Em um ano foram produzidos dois episódios do programa denominado

pela turma "Luz, Câmera: Educom!". A temática dos programas foi inspirada nos

oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) e nos Objetivos de

Desenvolvimento Sustentável (ODS), promovid

Quando a gente é criança a gente vê aqueles filmes na televisão e a gente pensa como aquilo aconteceu. E neste curso temos uma noção, uma ideia de como fazer, e a gente faz sabe, isso é o mais legal. (depoimento de aluno de 14 anos do Programinformação verbal)

Seguindo os propósitos da educomunicação, o programa Educom.Cine

teve como um de seus objetivos promover a alfabetização audiovisual no

ambiente escolar. Foram cerca de trinta alunos ao longo do ano, em um

11 Depoimento gravado durante realização de grupo focal coMariana Roncale em 08/12/2015.

Vol. 3, n. 4, Julho-Setembro.

http://dx.doi.org/10.20873/uft.2447-4266.2017v3n4p387

Revista Observatório, Palmas, v. 3, n. 4, p. 387

As oficinas do projeto Educom.Cine ocorreram duas vezes por semana,

no período de quatro horas do turno da tarde, nos dois semestres letivos,

sendo interrompidas durante o recesso escolar de inverno. Em média, quinze

alunos participaram por semestre, com faixa etária entre 11 e 18 anos. Os

estudantes tiveram ao longo do projeto aulas de roteiro, direção, produção

captação, som, animação e edição que foram integradas em exercícios práticos

com oficineiros qualificados, utilizando equipamentos profissionais. As oficinas

foram alternadas de acordo com a ordem em que ocorre uma produção

audiovisual. Em alguns momentos ocorreram simultaneamente, sempre que a

preparação para as filmagens exigia a integração entre as diversas áreas e

principalmente na hora das filmagens - momento em que haviam ao menos

Em um ano foram produzidos dois episódios do programa denominado

pela turma "Luz, Câmera: Educom!". A temática dos programas foi inspirada nos

oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) e nos Objetivos de

Desenvolvimento Sustentável (ODS), promovidos pela ONU.

Quando a gente é criança a gente vê aqueles filmes na televisão e a gente pensa como aquilo aconteceu. E neste curso temos uma noção, uma ideia de como fazer, e a gente faz sabe, isso é o mais legal. (depoimento de aluno de 14 anos do Programa Educom.Cine informação verbal)11

Seguindo os propósitos da educomunicação, o programa Educom.Cine

teve como um de seus objetivos promover a alfabetização audiovisual no

ambiente escolar. Foram cerca de trinta alunos ao longo do ano, em um

Depoimento gravado durante realização de grupo focal conduzido pela pesquisadora

Mariana Roncale em 08/12/2015.

Setembro. 2017

387-406, jul-set. 2017

As oficinas do projeto Educom.Cine ocorreram duas vezes por semana,

rde, nos dois semestres letivos,

sendo interrompidas durante o recesso escolar de inverno. Em média, quinze

alunos participaram por semestre, com faixa etária entre 11 e 18 anos. Os

estudantes tiveram ao longo do projeto aulas de roteiro, direção, produção,

captação, som, animação e edição que foram integradas em exercícios práticos

com oficineiros qualificados, utilizando equipamentos profissionais. As oficinas

foram alternadas de acordo com a ordem em que ocorre uma produção

s ocorreram simultaneamente, sempre que a

preparação para as filmagens exigia a integração entre as diversas áreas e

momento em que haviam ao menos

Em um ano foram produzidos dois episódios do programa denominado

pela turma "Luz, Câmera: Educom!". A temática dos programas foi inspirada nos

oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) e nos Objetivos de

Quando a gente é criança a gente vê aqueles filmes na televisão e a gente pensa como aquilo aconteceu. E neste curso temos uma noção, uma ideia de como fazer, e a gente faz sabe, isso é o mais legal.

a Educom.Cine –

Seguindo os propósitos da educomunicação, o programa Educom.Cine

teve como um de seus objetivos promover a alfabetização audiovisual no

ambiente escolar. Foram cerca de trinta alunos ao longo do ano, em um

nduzido pela pesquisadora

ISSN nº 2447-4266

DOI: http://dx.doi.org/10.20873/uft.2447

processo de formação que abordou vários aspectos, como o aprendizado

técnico do uso dos equipamentos, o trabalho colaborativo em equipe e a

conexão do global com o local. Isso porque “compreendemos hoje que o

campo de produção audiovisual é transversal, não apenas par

estética, mas para o comportamento e para a expressão política” (BENTES, 2014,

p. 109).

O programa buscou também dar voz aos participantes, estimular e

desenvolver suas capacidades de expressão e comunicação, seguindo a linha de

raciocínio de Soares (2011), que defende experiências educomunicativas que

procuram entender e escutar os jovens da atualidade.

Na verdade, uma educação eficiente precisa inserirseus estudantes e não ser um simulacro de suas vidas. Fazer sentido para ele significa partir de um projeto de educação que caminhe no mesmo ritmo que o mundo que os cerca e que acompanhe essas transformações. Que entenda o jovem. E não dá para entendêsequer escutá

Caminhar no mesmo ritmo da

as práticas pedagógicas, compreender que a escola não é a única fonte de

informação e perceber quais são as formas com que os alunos se relacionam

com a sociedade e com as mídias digitais. O programa Educom.Cine

caminhar neste sentido e o estudo de sua experiência possibilitou vislumbrar

uma utopia possível, dentro das diversas possibilidades de renovação do

ambiente escolar.

Considerações finais

Inspirada no Projeto “Educom.cine: Participação e Cidadania

tenhamos diante de nós uma proposta de inovação, ou apenas velhas

Vol. 3, n. 4, Julho-Setembro.

http://dx.doi.org/10.20873/uft.2447-4266.2017v3n4p387

Revista Observatório, Palmas, v. 3, n. 4, p. 387

formação que abordou vários aspectos, como o aprendizado

técnico do uso dos equipamentos, o trabalho colaborativo em equipe e a

conexão do global com o local. Isso porque “compreendemos hoje que o

campo de produção audiovisual é transversal, não apenas par

estética, mas para o comportamento e para a expressão política” (BENTES, 2014,

O programa buscou também dar voz aos participantes, estimular e

desenvolver suas capacidades de expressão e comunicação, seguindo a linha de

Soares (2011), que defende experiências educomunicativas que

procuram entender e escutar os jovens da atualidade.

Na verdade, uma educação eficiente precisa inserir-se no cotidiano de seus estudantes e não ser um simulacro de suas vidas. Fazer sentido ra ele significa partir de um projeto de educação que caminhe no

mesmo ritmo que o mundo que os cerca e que acompanhe essas transformações. Que entenda o jovem. E não dá para entendêsequer escutá-lo.(SOARES, 2011, p. 8)

Caminhar no mesmo ritmo das crianças e adolescentes significa repensar

as práticas pedagógicas, compreender que a escola não é a única fonte de

informação e perceber quais são as formas com que os alunos se relacionam

com a sociedade e com as mídias digitais. O programa Educom.Cine

caminhar neste sentido e o estudo de sua experiência possibilitou vislumbrar

uma utopia possível, dentro das diversas possibilidades de renovação do

Inspirada no Projeto “Educom.cine: Participação e Cidadania

tenhamos diante de nós uma proposta de inovação, ou apenas velhas

Setembro. 2017

387-406, jul-set. 2017

formação que abordou vários aspectos, como o aprendizado

técnico do uso dos equipamentos, o trabalho colaborativo em equipe e a

conexão do global com o local. Isso porque “compreendemos hoje que o

campo de produção audiovisual é transversal, não apenas para a expressão

estética, mas para o comportamento e para a expressão política” (BENTES, 2014,

O programa buscou também dar voz aos participantes, estimular e

desenvolver suas capacidades de expressão e comunicação, seguindo a linha de

Soares (2011), que defende experiências educomunicativas que

se no cotidiano de seus estudantes e não ser um simulacro de suas vidas. Fazer sentido ra ele significa partir de um projeto de educação que caminhe no

mesmo ritmo que o mundo que os cerca e que acompanhe essas transformações. Que entenda o jovem. E não dá para entendê-lo, sem

s crianças e adolescentes significa repensar

as práticas pedagógicas, compreender que a escola não é a única fonte de

informação e perceber quais são as formas com que os alunos se relacionam

com a sociedade e com as mídias digitais. O programa Educom.Cine buscou

caminhar neste sentido e o estudo de sua experiência possibilitou vislumbrar

uma utopia possível, dentro das diversas possibilidades de renovação do

Inspirada no Projeto “Educom.cine: Participação e Cidadania” talvez

tenhamos diante de nós uma proposta de inovação, ou apenas velhas

ISSN nº 2447-4266

DOI: http://dx.doi.org/10.20873/uft.2447

experiências revisitadas. Independente disso, nos parece boa a ideia de, além da

reflexão, colocar em ação propostas curriculares que contemplem a perspectiva

da Educação para a Com

(AMI), principalmente considerando as possibilidades de produção e difusão

facilitadas pelas TIC neste tempo de pós

Boaventura de Sousa Santos (2000),

viajar no mundo pós

contemporaneidade ainda difusa, entre elas a emergência da utopia possível e a

necessidade de ancoragem territorial. A utopia possível seria, segundo o autor,

aquela idealização que pode estar a

evolução da humanidade. A ancoragem territorial se traduz na necessidade de,

além de estarmos conectados ao mundo, termos um local onde atuar para ver

nossas ideias florescerem qual ocorre no jardim de nossa casa. Uma

recomendação para mantermos algum vínculo territorial que possa fortalecer

nossa identidade e facilitar a preservação de nossas raízes culturais.

O educomunicador pode vir a ser uma peça fundamental neste novo

paradigma sociotécnico onde atuaria como o ge

comunicação da escola/bairro. Seria o promotor das parcerias, o incentivador

do diálogo, o facilitador dos processos de produção capitaneados por alunos,

professores e comunidade. A partir da escola, atuaria 'glocalmente' como um

agente comunitário de comunicação (MARTINI, 2006).

Referências

Vol. 3, n. 4, Julho-Setembro.

http://dx.doi.org/10.20873/uft.2447-4266.2017v3n4p387

Revista Observatório, Palmas, v. 3, n. 4, p. 387

experiências revisitadas. Independente disso, nos parece boa a ideia de, além da

reflexão, colocar em ação propostas curriculares que contemplem a perspectiva

da Educação para a Comunicação ou Alfabetização Midiática e Informacional

(AMI), principalmente considerando as possibilidades de produção e difusão

facilitadas pelas TIC neste tempo de pós-modernidade.

Boaventura de Sousa Santos (2000),a em sua feliz cartografia para se

no mundo pós-moderno, delineou algumas características desta

contemporaneidade ainda difusa, entre elas a emergência da utopia possível e a

necessidade de ancoragem territorial. A utopia possível seria, segundo o autor,

aquela idealização que pode estar ao nosso alcance, enquanto potencial de

evolução da humanidade. A ancoragem territorial se traduz na necessidade de,

além de estarmos conectados ao mundo, termos um local onde atuar para ver

nossas ideias florescerem qual ocorre no jardim de nossa casa. Uma

recomendação para mantermos algum vínculo territorial que possa fortalecer

nossa identidade e facilitar a preservação de nossas raízes culturais.

O educomunicador pode vir a ser uma peça fundamental neste novo

paradigma sociotécnico onde atuaria como o gestor do ecossistema de

comunicação da escola/bairro. Seria o promotor das parcerias, o incentivador

do diálogo, o facilitador dos processos de produção capitaneados por alunos,

professores e comunidade. A partir da escola, atuaria 'glocalmente' como um

nte comunitário de comunicação (MARTINI, 2006).

Setembro. 2017

387-406, jul-set. 2017

experiências revisitadas. Independente disso, nos parece boa a ideia de, além da

reflexão, colocar em ação propostas curriculares que contemplem a perspectiva

unicação ou Alfabetização Midiática e Informacional

(AMI), principalmente considerando as possibilidades de produção e difusão

a em sua feliz cartografia para se

moderno, delineou algumas características desta

contemporaneidade ainda difusa, entre elas a emergência da utopia possível e a

necessidade de ancoragem territorial. A utopia possível seria, segundo o autor,

o nosso alcance, enquanto potencial de

evolução da humanidade. A ancoragem territorial se traduz na necessidade de,

além de estarmos conectados ao mundo, termos um local onde atuar para ver

nossas ideias florescerem qual ocorre no jardim de nossa casa. Uma

recomendação para mantermos algum vínculo territorial que possa fortalecer

nossa identidade e facilitar a preservação de nossas raízes culturais.

O educomunicador pode vir a ser uma peça fundamental neste novo

stor do ecossistema de

comunicação da escola/bairro. Seria o promotor das parcerias, o incentivador

do diálogo, o facilitador dos processos de produção capitaneados por alunos,

professores e comunidade. A partir da escola, atuaria 'glocalmente' como um

ISSN nº 2447-4266

DOI: http://dx.doi.org/10.20873/uft.2447

AMIGUINHO, Abílio. Cooperação e colaboração das escolas com a comunidade. Lisboa. 2017 (informação verbal). MesaXXIV Colóquio da AFIRSE Portugal em 02 de fev. de 2017.

BARROSO, João. O estudo da escola: (informação verbal). Conferência realizada no XXIV Colóquio da AFIRSE Portugal em 02 de fev. de 2017.

BENTES, I.. Imaginários periféricos e vidaslivre. In BARBOSA, M. C. S.; SANTOS, M. A. dos (orgs.). Alfabetização Audiovisual

CITELLI, A. O.. Comunicação e educação: implicações contemporâneas. In CITELLI, A. O.; COSTA, M. C. Castilho (Orgs.), nova área de conhecimento. São Paulo: Paulinas, 2011. p. 59

CLOUTIER, J.. A Era de EMEREC ou a Comunicação Áudiohora dos self media. Lisboa: Instituto de Tecnologia Educativa, 1975.

DELORS, J. (coord.). Educação, Um TeUNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI. São Paulo: Editora Cortez, 1998.

FAURE, E. (coord.). Aprender a ser

FREINET, Célestin. As técnicas Freinet da escola moEstampa, 1975.

FREIRE, Paulo. A Importância do Ato de Lercompletam. 22 ed.. São Paulo: Cortez, 1988.

KAPLÚN, M.. El comunicador popular

KAPLÚN, M.. Processos educativosCOSTA, M. C. Castilho (orgs.). conhecimento. São Paulo: Paulinas, 2011. p.175

Vol. 3, n. 4, Julho-Setembro.

http://dx.doi.org/10.20873/uft.2447-4266.2017v3n4p387

Revista Observatório, Palmas, v. 3, n. 4, p. 387

Cooperação e colaboração das escolas com a . Lisboa. 2017 (informação verbal). Mesa-redonda realizada no

XXIV Colóquio da AFIRSE Portugal em 02 de fev. de 2017.

O estudo da escola: balanço e perspectivas. Lisboa. 2017 (informação verbal). Conferência realizada no XXIV Colóquio da AFIRSE Portugal

BENTES, I.. Imaginários periféricos e vidas-linguagens: formação audiovisual . In BARBOSA, M. C. S.; SANTOS, M. A. dos (orgs.).

Alfabetização Audiovisual. Porto Alegre: Libretos, 2014.

CITELLI, A. O.. Comunicação e educação: implicações contemporâneas. In CITELLI, A. O.; COSTA, M. C. Castilho (Orgs.), Educomunicação: construindo uma nova área de conhecimento. São Paulo: Paulinas, 2011. p. 59–76.

A Era de EMEREC ou a Comunicação Áudio-scripto. Lisboa: Instituto de Tecnologia Educativa, 1975.

Educação, Um Tesouro a Descobrir. Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI. São Paulo: Editora Cortez, 1998.

Aprender a ser. Lisboa: Livraria Bertrand, 1974.

As técnicas Freinet da escola moderna. Lisboa: Editorial

A Importância do Ato de Ler: em três artigos que se completam. 22 ed.. São Paulo: Cortez, 1988.

El comunicador popular. Buenos Aires: Lumen-humanitas, 1996.

KAPLÚN, M.. Processos educativos e canais de comunicação. In: CITELLI, A. O.; COSTA, M. C. Castilho (orgs.). Educomunicação: construindo uma nova área de conhecimento. São Paulo: Paulinas, 2011. p.175 – 186.

Setembro. 2017

387-406, jul-set. 2017

Cooperação e colaboração das escolas com a redonda realizada no

balanço e perspectivas. Lisboa. 2017 (informação verbal). Conferência realizada no XXIV Colóquio da AFIRSE Portugal

linguagens: formação audiovisual . In BARBOSA, M. C. S.; SANTOS, M. A. dos (orgs.). Escritos de

CITELLI, A. O.. Comunicação e educação: implicações contemporâneas. In onstruindo uma

scripto-visual na . Lisboa: Instituto de Tecnologia Educativa, 1975.

. Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI. São

. Lisboa: Livraria Bertrand, 1974.

. Lisboa: Editorial

: em três artigos que se

humanitas, 1996.

e canais de comunicação. In: CITELLI, A. O.; : construindo uma nova área de

ISSN nº 2447-4266

DOI: http://dx.doi.org/10.20873/uft.2447

MARTINI, R. G.. Gesta o ComunitaLeopoldo, Vol. 1, n. 3, jul. 2006.

ONU Brasil. Transformando Nosso MundoDesenvolvimento Sustentável. Disponível em <https://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/de 2017.

PERUZZO, C. M. K.. Desafios da Comunicação Popular e Comunitária na Cibercultur@: Aproximação à proposta de Comunidade Emergente de Conhecimento Local. Ciberlegenda

PÉREZ TORNERO, José M.. La emergenciainformacional: Un nuevo paradigma para las políticas públicas y la investigación. Revista TELOS (Cuadernos de Comunicación e Innovación), 4

SANTOS, B. de S.. Para um novo senso comumna transição paradigmática. V.1. A crítica da razão indolente: contra o desperdício da experiência. São Paulo: Cortez, 2000.

SILVA, B.. A Glocalização da Educação: da escrita às comunidades de aprendizagem. In: O particular e o global no virar do miléem educação. Actas do 5º Congresso da Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação. Porto: Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação, 2002. p. 779788.

SILVA, B.. Educação e Comunicação1998.

SILVA, B.; TEIXEIRA, M.. A Educomunicação do Rádio. Tecnologias Digitais para Produção do Conhecimento no CiberespaçoCuritiba: SENAR - PR, 2015. p. 108

SOARES, I.. Educomunicação: As perspectivas do reconhecimento de um novo campo de intervenção social: o caso dos Estados Unidos. UNINOVE, São Paulo, v. 2, n. 2, p.61

Vol. 3, n. 4, Julho-Setembro.

http://dx.doi.org/10.20873/uft.2447-4266.2017v3n4p387

Revista Observatório, Palmas, v. 3, n. 4, p. 387

o Comunitaria de Comunicaca o. UNIRevistaLeopoldo, Vol. 1, n. 3, jul. 2006.

Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Disponível em https://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/>. Acessado em 14 de março

PERUZZO, C. M. K.. Desafios da Comunicação Popular e Comunitária na Cibercultur@: Aproximação à proposta de Comunidade Emergente de

Ciberlegenda, Rio de Janeiro, n. 25, 2012.

PÉREZ TORNERO, José M.. La emergencia de la alfabetización mediática e informacional: Un nuevo paradigma para las políticas públicas y la investigación.

(Cuadernos de Comunicación e Innovación), 4–7, 2015.

Para um novo senso comum: a ciência, o direito e a polína transição paradigmática. V.1. A crítica da razão indolente: contra o desperdício da experiência. São Paulo: Cortez, 2000.

A Glocalização da Educação: da escrita às comunidades de O particular e o global no virar do milénio: cruzar saberes

em educação. Actas do 5º Congresso da Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação. Porto: Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação, 2002. p. 779

Educação e Comunicação. Braga: CEEP- Universidade do Minho,

VA, B.; TEIXEIRA, M.. A Educomunicação do Rádio. In TORRES, P. L. (org.). Tecnologias Digitais para Produção do Conhecimento no Ciberespaço

PR, 2015. p. 108-123.

SOARES, I.. Educomunicação: As perspectivas do reconhecimento de um novo mpo de intervenção social: o caso dos Estados Unidos. EccoS Rev. Cient.

UNINOVE, São Paulo, v. 2, n. 2, p.61-80, dez. 2000.

Setembro. 2017

387-406, jul-set. 2017

UNIRevista, São

: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Disponível em

m 14 de março

PERUZZO, C. M. K.. Desafios da Comunicação Popular e Comunitária na Cibercultur@: Aproximação à proposta de Comunidade Emergente de

de la alfabetización mediática e informacional: Un nuevo paradigma para las políticas públicas y la investigación.

7, 2015.

: a ciência, o direito e a política na transição paradigmática. V.1. A crítica da razão indolente: contra o

A Glocalização da Educação: da escrita às comunidades de : cruzar saberes

em educação. Actas do 5º Congresso da Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação. Porto: Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação, 2002. p. 779-

Universidade do Minho,

In TORRES, P. L. (org.). Tecnologias Digitais para Produção do Conhecimento no Ciberespaço.

SOARES, I.. Educomunicação: As perspectivas do reconhecimento de um novo EccoS Rev. Cient.,

ISSN nº 2447-4266

DOI: http://dx.doi.org/10.20873/uft.2447

SOARES, I. de O.. Educomunicaçãocontribuições para a reforma do ensino médio. São Paulo:

VIZER, E. A.; CARVALHO, H.. Comunicación y socioanálisis en comunidades y organizaciones sociales. Comunicación, n. 11, ano 6, 148

WILSON, C. et al. Alfabetização midiática e iformação de professores.

Este artigo foi desenvolvido no âmbito do Programa de Doutoramento Technology Enhanced Learning and Societal Challenges, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologfinanciada com a bolsa #

Vol. 3, n. 4, Julho-Setembro.

http://dx.doi.org/10.20873/uft.2447-4266.2017v3n4p387

Revista Observatório, Palmas, v. 3, n. 4, p. 387

Educomunicação: o conceito, o profissional, a aplicação: contribuições para a reforma do ensino médio. São Paulo: Paulinas, 2011.

VIZER, E. A.; CARVALHO, H.. Comunicación y socioanálisis en comunidades y organizaciones sociales. Revista Latinoamericana de Ciencias de la

, n. 11, ano 6, 148–157, Jul./Dez. 2009.

Alfabetização midiática e informacional: currículo para formação de professores. Brasília: UNESCO, UFTM, 2013.

Este artigo foi desenvolvido no âmbito do Programa de Doutoramento Technology Enhanced Learning and Societal Challenges, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, FCT I. P. – Portugal, investigação

# PD/00173/2014

Setembro. 2017

387-406, jul-set. 2017

: o conceito, o profissional, a aplicação: Paulinas, 2011.

VIZER, E. A.; CARVALHO, H.. Comunicación y socioanálisis en comunidades y Revista Latinoamericana de Ciencias de la

: currículo para

Este artigo foi desenvolvido no âmbito do Programa de Doutoramento Technology Enhanced Learning and Societal Challenges, financiado pela

Portugal, investigação