As Tesmoforias

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AS TESMOFORIAS O festival grego da "Tesmoforias" era celebrado anualmente em outubro, em honra a Deméter e era exclusivo para mulheres. Se constituía de três dias de celebrações pelo retorno de Core ao Submundo. Neste festival, os iniciados compartilhavam uma beberagem sagrada, feita de cevada e bolos. Uma das características da Tesmoforia era uma punição aos criminosos, que agiam contra as leis sagradas e contra as mulheres. Sacerdotisas liam a lista com os nomes dos criminosos diante das portas dos templos das Deusas, especialmente Deméter e Ártemis. Acreditava-se que aqueles desta forma amaldiçoados morreriam antes do término de um ano. O primeiro dia da Tesmoforia era celebrado o "kathodos"(baixada) e o "ánodos"(subida), um ritual em que as sacerdotisas castas levavam leitões para serem soltos dentro de grutas profundas cheias de serpentes e os restos decompostos dos porcos do ano anterior eram recolhidos. O segundo dia era chamado de "Nestía", nele as mulheres jejuavam, sentadas no chão, imitando a forma ritual dos processos da natureza e, de acordo com uma perspectiva mitológica, representando a dor de Deméter pela perda da filha, quando, inconsolada, se sentou ao lado do poço. O ambiente era triste e, portanto, não se usavam guirlandas. No terceiro dia, se celebrava um banquete com carne e os leitões recolhidos (do ano anterior) eram

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AS TESMOFORIAS

AS TESMOFORIAS

O festival grego da "Tesmoforias" era celebrado anualmente em outubro, em honra a Demter e era exclusivo para mulheres. Se constitua de trs dias de celebraes pelo retorno de Core ao Submundo. Neste festival, os iniciados compartilhavam uma beberagem sagrada, feita de cevada e bolos.

Uma das caractersticas da Tesmoforia era uma punio aos criminosos, que agiam contra as leis sagradas e contra as mulheres. Sacerdotisas liam a lista com os nomes dos criminosos diante das portas dos templos das Deusas, especialmente Demter e rtemis. Acreditava-se que aqueles desta forma amaldioados morreriam antes do trmino de um ano.

O primeiro dia da Tesmoforia era celebrado o "kathodos"(baixada) e o "nodos"(subida), um ritual em que as sacerdotisas castas levavam leites para serem soltos dentro de grutas profundas cheias de serpentes e os restos decompostos dos porcos do ano anterior eram recolhidos.

O segundo dia era chamado de "Nesta", nele as mulheres jejuavam, sentadas no cho, imitando a forma ritual dos processos da natureza e, de acordo com uma perspectiva mitolgica, representando a dor de Demter pela perda da filha, quando, inconsolada, se sentou ao lado do poo. O ambiente era triste e, portanto, no se usavam guirlandas.

No terceiro dia, se celebrava um banquete com carne e os leites recolhidos (do ano anterior) eram espalhados na terra arada, e se invocava a Deusa de belo nascimento, "kalligeneia".MISTRIOS ELEUSIANOSO propsito e o significado dos Mistrios Eleusianos era a iniciao uma viso. "Eleusis", significa "o lugar da feliz chegada", de onde os campos Elseos tomam seu nome. O termo "Mistrios" provm da palavra "muein", que significa "fechar" tanto os olhos como a boca. Faz referncia ao segredo que rodeia as cerimnias e a conformidade requerida do iniciado, ou seja, se exige de ele ou ela permita que se faa algo: da se deduz o significado de "iniciar". A culminao da cerimnia consistia na exposio de objetos sagrados no santurio interno mos do sumo sacerdote ou hierofante (hiera phainon), "o que faz que os objetos sagrados apaream". Era somente permitido fazer aluses indiretas sobre o que ocorria. Entre elas, a fundamental era que Demter falava sua filha e se reunia com ela em Eleusis. Mas, alguns escritores cristos violaram essa regra e um assinalou que o ponto culminante da cerimnia consistia em cortar uma espiga de trigo em silncio.

Qualquer pessoa podia assistir os Mistrios, desde que falasse grego, mulheres e escravos inclusive, desde que no tivessem as mos sujas de sangue por nenhum crime. Os Mistrios eram realizados uma vez ao ano para mais ou menos trs mil pessoas. Se sabe que esses iniciados no formavam nenhuma sociedade secreta, eles vinham de todos os pontos da Hlade, participavam da experincia e logo se separavam.Os Mistrios menores, que se celebravam at o final de inverno no ms das flores, o Antesterion (nosso fevereiro) e era pr-requisito para a participao nos Mistrios maiores, que se celebravam no outono. Esses Mistrios exploravam o que havia acontecido Persfone, Deusa do Mundo Subterrneo, quando estava colhendo flores em Nisa. Se diz que ela foi raptada por Hades enquanto colhia um narciso de cem cabeas. Os gregos chamavam de narciso toda a planta que tinha propriedades narcticas.

Esse rapto representa vrias idias, uma o processo que experimenta a semente ao cair na terra e decompem-se para voltar de novo vida. Que se representava simbolicamente como as primeiras npcias entre os reinos da vida e da morte.Porm, tambm representa o rapto exttico que proporcionavam certas substncias que estavam relacionadas com Dionsio, deus da embriaguez, que por sua vez era Senhor de Hades por sua relao com tudo que apodrecia, fermentava e se transformava em outra coisa.

O primeiro estgio da iniciao no Mistrios menores era o sacrifcio de um porco jovem, o animal consagrado Demter, que substitua simbolicamente a morte do prprio iniciado. Como nas Tesmoforias esse rito se ajusta variante rfica do mito, que associava a morte do leito com o rapto de Persfone.

O segundo estgio da iniciao era uma cerimnia de purificao na qual o iniciado era vendado. As sucessivas etapas dos ritos de iniciao so descritas, atravs de aluses, inteligveis para os j iniciados, porm no para os profanos. O acontecimento central dos Mitos Eleusinos era a noite em que se consumia a poo sagrada Kykeon. Os ingredientes dessa poo se constituiu um segredo durante esses 4 mil anos.

Os Mistrios maiores se celebravam a princpio cada cinco anos. Mais tarde passaram a celebrar anualmente, no outono: comeava no dia 15 do ms Boedromin (nosso ms de setembro) e duravam nove dias. Se reuniam iniciados de todos os lugares do mundo helnico e romano, e se declarava uma trgua entre as cidades estado gregas durante quarenta e cinco dias, desde o ms anterior at o ms seguinte.

Na vspera do incio, se levavam os objetos sagrados, o "hier", de Demter em procisso desde Eleusis at Atenas.

1- dia 15 do boedromion: Agyrmos, reunio. Proclamao:Nesse dia tinha lugar a convocao e preparao dos iniciados. Os hierofontes declaravam o "prorrhesis", o incio dos ritos.

2 dia- 16: Elasis ou Helade Mistay: "Ao mar, iniciados!"No segundo dia os iniciados se purificavam no mar (Falero), num rito chamado de "expulso". Durante nove dias fariam estas ablues na gua do mar, nove dias como Demter peregrinou pela terra em busca da verdade sobre o rapto de Persfone. Nesse mesmo dia, os iniciados sacrificavam um leito enquanto o hierofante os instava: Helade, Mysthai!

3 dia- 17: Hiereia Deuro: SacrifcioParece que nesse dia se celebravam o sacrifcio oficial em nome da cidade de Atenas.

4 dia- 18: AsclepiaEsse dia era chamado de Asclepia em honra de Asclepio, deus da cura, era outro dia de purificao.

5 dia- 19: Yacs ou Pampa, procissoEsse era um dia de celebrao onde se realizava um grande procisso que inciava em Ceramico (Cemitrio de Atenas) at Eleusis, seguindo o itinerrio sagrado. Percorriam uns 32 Km. Algumas sacerdotisas levavam as "hiers" em "kistas"fechadas, ou cestas, rodeadas por uma multido que danava e gritava o nome de Yaco, cuja esttua, coroada de myrto e carregando uma tocha.

Yaco era o outro nome de Dionsio que, segundo a lenda rfica, era filho de Persfone e Zeus, pai da mesma. Fui concebido em uma noite em que o deus se aproximou de uma caverna subterrnea transformado em serpente. No se tratava de Dionsio, deus do vinho e do touro (cujo equivalente o cretense Zagreo), deus que desmembrado, porm vive de novo. Era Dionsio como criana de peito mstico, o deus que morre e vive eternamente, imagem da renovao perptua.

Na fronteira entre Eleusis (era uma cidade pequena 30km noroeste de Atenas) e Atenas, pessoas mascaradas parodiavam a procisso. Encenavam o mito que relatava como Yambe ou Baubo animou Demter. Como em tantas festas de renovao, preparavam o nascimento do novo para substituir o velho. Quando as estrelas apareciam, os "mystai" (iniciados) rompiam seu jejum, pois o dia vigsimo do ms havia chegado e segundo as "Ranas" de Aristfanes, o resto da noite passavam entre cantos e bailes. Os templos de Poseidn e rtemis se abriam para todos, porm atrs deles estava a porta que dava ao santurio, e nada, exceto os iniciados, poderiam passar sob pena de morte.

6 dia - 20: Telete (mysteriodites Nychtes)Esse era um dia de descanso, jejum, purificao e sacrifcios, de acordo com o mito de jejum de Demter, representando o ritual de esterilidade do inverno. O jejum se rompia com a bebida de cevada, mel e poln (Kykeon) que preparavam e ento se permitia que os iniciados entrassem no santurio sagrado. Essa celebrao acontecia em um lugar chamado de Telesterion, chamado assim porque aqui se alcanava "o objetivo" ou "telos". Era um local enorme, que podia albergar milhares de pessoas e onde se exibiam os objetos sagrados de Demter. No centro estava o Anactoron, uma construo retangular de pedra com uma porta em um de seus extremos, que s o hierofonte podia passar. Essa era a parte mais reservada dos Mistrios eleusianos.

Mas o que exatamente ocorria neste momento?Seria o comeo da prpria iniciao? Parece que se desenvolvia em trs etapas: "drmena, o feito (Ao); legmena, o dito (texto falado); deiknmena, o mostrado (viso). Depois tinha lugar uma cerimnia especial conhecida como "epopta", o estado de "haver visto", se celebrava para os iniciados do ano anterior.

Em drmena os iniciados participavam de um desfile sagrado pelo qual se representava o relato de Demter e Persfone. Os legmena consistiam em invocaes ritualsticas curtas, pequenos comentrios que acompanhavam o desfile e explicavam o significado do drama. Os deiknmena, a exibio dos objetos sagrados, culminava na revelao proferida pelo hierofante, cuja difuso era proibida. Os epopta tambm incluiam a exibio de "hier", no se sabe ao certo o que eram esses objetos sagrados. Segundo as fontes arqueolgicas de A. Krte (Zu den Eleusinischen Mysterien, Archiv fr Religions Wissenschaft 15, 1915, 116) supe-se que a enigmtica cesta que tomavam os iniciados, entre outros objetos, havia um que representava o rgo sexual feminino, o qual, em contato com o corpo dos mystai, contribua com a sua regenerao e passavam a ser considerados filhos de Demter.M. Picard (L'pisode de Baub dans les mystres d'pleusis, Revue d'histoire des religions 1927, 220-255) adiciona o rgo masculino. O iniciado tocaria sucessivamente os dois objetos, simbolizando assim a verdadeira unio sexual.

7 dia- 21: EpopteiaSomente tarde tinha incio os ritos secretos. Em determinado momentos deviam pronunciar uma contra-senha sagrada:"Jejuei, bebi o kykeon, o tomei do canasto (calathus) e, depois de prov-lo o coloquei de novo no canasto e dali, ao cesto". Misteriosas palavras, que sem sombra de dvida, tinham grande significado para os iniciados. Todo o resto do dia era passado em compasso de espera e somente noite os iniciados entravam no santurio. Um muro sua direita impedia que vissem o local da "Rocha sem alegria" (local em que se supe que a Deusa Demter esteve sentada). Ouviam lamentos procedentes dali. Chegavam ao Telesterion e depositavam os leites nas "mgara", uma espcie de sto do templo. Em seguida peregrinavam fora do Telesterion em busca de Core (Persfone), na escurido e com a cabea coberta com uma carapua que no lhes permitia ver nada, cada iniciado era guiado por um mystagogo. Imagine andar na escurido, totalmente desorientado, esperando em silncio, at que um gongo soa como um trovo e o hierofonte clamando por Core, at que o mundo inferior se abre e das profundezas da terra aparece a Deusa. Da um claro de luz enche a cmara, crescem as chamas da fogueira e o hierofonte canta:

-"A Grande Deusa deu luz a um filho sagrado: Brimo pariu Brims". Ento, em silncio profundo, levanta com a mo uma espiga de trigo.

Para que entendam, Brimo era uma Deusa do Mundo Inferior em Teslia, ao norte. Os nomes Brimo e Brims sugerem introduo da agricultura e de que nos Mistrios da Grcia houve influncia tesalia.Mas que esto fazendo Brimo e Brims em Eleusis?Kernyi diz que Brimo "fundamentalmente um nome que designa a rainha do reino dos mortos, atribudo Demeter, Core e Hcate em sua qualidade de Deusas do Mundo Inferior". Nesse caso, o filho o esprito da renovao concebido no Mundo Inferior como testemunho vivo de que na morte h vida, j que est na "riqueza" da colheita, o "tesouro" do conhecimento intuitivo espiritual.

Brimo, portanto, foi o nome dado ao filho de Persfone, ao qual ela deu luz no inferno em meio as chamas. Esse nome parece referir-se Dionsio, o deus de vida indestrutvel.

8 dia - 22: PlemochoaiEra dia de sacrifcio e festa. Sacrificavam-se touros Demter e Persfone (Core) e outros animais, especialmente leites. Este festival era chamado Plemochoai, porque esse era o nome dado aos vasos (ou taas) que o sacerdote enchia com um certo lquido e, virando-se para oeste e depois para leste, derrama ao solo o que continham. O povo, olhando para o cu, grita "chuva!" e, olhando para a terra, grita "concebe!", he, ke.

Harrison escreve que "o rito do matrimnio sagrado e o nascimento da criana sagrada....era o mistrio central". Entretanto, a cerimnia final nos mostra o matrimnio simblico da chuva celestial com terra, que havia de conceber o filho do gro (da semente), porm existia a possibilidade se ser celebrado esse casamento simblica ou literalmente, entre o hierofante e uma sacerdotisa antes do regresso de Core.

9 dia - 23: EpistrofeNeste dia os iniciados voltavam Atenas. Eleusis voltava a velar-se em seus mistrios, enquanto se despedia dos visitantes, agora renascidos, levando consigo as experincias de vinculao com as divindades. Assim acabam os Mistrios de Eleusis.

A gesto desse culto era exclusiva das famlias aristocrticas, com funes definidas para cada uma delas. O sumo sacerdote, o chamado hierofante, devia pertencer a famlia dos Eumlpidas, enquanto a famlia dos Crices procediam dos sacerdotes de trao imediatamente inferior, o portador da tocha. A sacerdotisa vivia sempre no santurio. O hierofante ostentava o privilgio de escolher seus iniciados. Sobre todos eles se sobrepunha uma outra figura, o chamado arconte rei (archon basileus) no eleusino, que era ateniense (era os atenienses que controlavam o culto), ao qual assiste uma equipe de colaboradores (epistatai), encarregados das finanas.

MORRER PARA RENASCER

Morrer para renascer, esse o sentido da iniciao. O sangue dos animais sacrificados simbolizavam a prpria morte do iniciado. Plutarco que nos diz que "morrer ser iniciado". S atravs da morte se regressa luz. Clemente e Foucart realmente esto de acordo com essa idia: representar a busca de Demter e identificar-se com Persfone precisamente vagar no mundo subterrneo da morte, do mesmo modo que encontrar Core retornar vida depois da morte.

Esse mito grego recupera um mito bem mais antigo conhecido como a "Descida de Inanna", que vai e vem entre ambos os mundos. Persfone aqui a faceta da me que desce e regressa de novo me, configurando uma totalidade nova. Se percebe claramente uma continuidade nessa relao: vida em morte e morte em vida. Se "v atravs" de uma a outra, e isso liberta a humanidade de sua natureza de entidades antagnicas. Quando me e filha se percebem como uma nica realidade, nascimento e renascimento se convertem em fases que provm de uma fonte em comum: atravs da dita percepo se transcende a dualidade.

A DEUSA TRPLICE A triplicidade pode ser vista na lua, que : crescente, cheia e minguante. E, no fato da Deusa reger o mundo superior, a terra e o mundo inferior. Ela era tambm a Donzela ou Virgem, a Me e a Anci, as trs principais fases da vida de toda a mulher. Pois Demter se v "Donzela" em sua filha Cor. "Me" desta filha e de tudo que brota e cresce. Mas, ao perder sua filha Cor para Hades, torna-se "Anci" associada diretamente com a morte.

Para cada fase ou ciclo h perdas que devem ser vivenciadas por todas as mulheres. No primeiro ciclo, visualiza-se a "morte da donzela", que torna-se uma jovem nubente e uma iniciao para fase seguinte, que se tornar me, abenoada com seus prprios filhos. Quando a Me no pode mais conceber (menopausa), passa a tocha da maternidade para filha, transferindo para ela todos os poderes da fecundidade. A morte da me, constitui a mulher idosa que tem agora o potencial para ingressar na esfera espiritual das ancis, guardis dos mistrios da morte.

Hoje estes ciclos raramente so reconhecidos e vividos plenamente pelas mulheres, pelo fato de habitarem um mundo predominantemente masculino. A realidade moderna e cientfica tornou a "Me" uma mquina biolgica de produo de bebs, que favorece ou prejudica a poltica financeira de uma determinada sociedade.

DEMTER HOJE Por mais belo que se pinte um quadro de uma me com o filho nos braos, ele estar longe de ser a realidade para a maioria das mes das sociedades industrializadas e urbanas do Ocidente. As presses financeiras, privam a mulher de permanecer no seio da famlia, cuidando de seus amados filhos. At a licena-maternidade, atravs de duras penas conseguida, possui um tempo vergonhosamente limitado, pois a volta ao trabalho quase de imediato, no permitem que a me acompanhe o desenvolvimento de seu beb. Alm de ser estigmatizada por tal feito, pois ter um filho em nossos dias, significa estar fora de ao, inativa e lhes somente permitido olhar saudosamente para o mundo que caminha sem elas.

Demter sofre com o eclipse em nossa civilizao. As mulheres que representam seu modo de ser, no tm condies de competir com as mulheres mais instrudas, pois a Demter natural no to intelectualizada. Ela adora apenas criar seus filhos e acaba ficando muito sentimentalizada, tratada com condescendncia e destituda do poder por suas irms feministas.

Demter nas antigas comunidades agrrias, tinha dignidade, autoridade e uma vida bastante gratificante. Tudo se perdeu numa sociedade onde tudo subserviente s exigncias econmicas do monoplio do consumo.

Demter ou Demetra (em grego , "deusa me" ou talvez "me da distribuio") o nome de Ceres na mitologia romana.

Uma das doze divindades do Olimpo, filha de Cronos (Saturno) e Ria (Cibele) e deusa da terra cultivada, das colheitas e das estaes do ano. propiciadora do trigo, planta smbolo da civilizao. Na qualidade de deusa da agricultura, fez vrias e longas viagens com Dionsio ensinando os homens a cuidarem da terra e das plantaes.

Em Roma, onde se chamava Ceres, seu festival era chamado Cerlia e celebrado na primavera.

Quando Hades raptou Persfone e a levou para seu reino subterrneo, Demter ficou desesperada, saiu como louca Terra afora sem comer e nem descansar. Decidiu no voltar para o Olimpo enquanto sua filha no lhe fosse devolvida, e culpando a terra por ter aberto a passagem para Hades levar sua amada filha, ela disse:

Ingrato solo, que tornei frtil e cobri de ervas e gros nutritivos, no mais gozar de meus favores!

Durante o tempo em que Demter ficou fora do Olimpo a terra tornou-se estril, o gado morreu, o arado quebrou, os gros no germinaram. Sem comida a populao sofria de fome e doenas. A fonte Aretusa ento contou que a terra abriu-se de m vontade, obedecendo s ordens de Hades e que Persfone estava no rebo, triste mas com pose de rainha, como esposa do monarca do mundo dos mortos.

Com a situao catica em que estava a terra estril, Zeus pediu a Hades que devolvesse Persfone. Ele concordou, porm antes, f-la comer um bago de rom e assim a prendeu para sempre aos infernos, pois quem comesse qualquer alimento nessa regio ficava obrigado a retornar.

Com isso, ficou estabelecido que Persfone passaria um perodo do ano com a me, e outro com Hades, quando chamada Proserpina. O primeiro perodo corresponde primavera, em que os gros brotam, saindo da terra assim como Proserpina. Neste perodo Persfone chamada Core, a moa. O segundo o da semeadura de outono, quando os gros so enterrados, da mesma forma que Persfone volta a ser Proserpina no reino do seu marido.

Os Mistrios de Elusis, celebrados no culto deusa, na Grcia, interpretam essa lenda como um smbolo contnuo de morte e ressurreio.

Demter pode ser representada:

sentada, com tochas ou uma serpente. Seus atributos so a espiga e o narciso, seu pssaro a grou.

tendo em uma das mos uma foice e na outra um punhado de espigas e papoulas, trazendo na cabea, uma coroa com esses mesmos elementos.