Asfixias+ esquema---

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ESTUDO ESPECÍFICO DAS ASFIXIAS MECÂNICAS: Asfixia por confinamento (mecânica pura): Indivíduo em ambiente fechado onde há pouco O2 e muito CO2, com alta temperatura e muitos vapores d’água. Asfixia por CO (monóxido de carbono): Asfixia tissular pela afinidade do CO pela hemoglobina. Geralmente é suicídio, tendo as seguintes características: rigidez precoce, fáscies rosácea, manchas de hipóstases claras, pulmões e demais órgãos em tom carmim, sangue fluido rosado e putrefação tardia. Obs: Neste caso se deve solicitar teor de carboxihemoglobina no sangue!!! SUFOCAÇÃO: resulta do impedimento da passagem de ar respirável por meio de obstrução direto ou indireto. A - SUFOCAÇÃO DIRETA Oclusão de boca e ou fossas nasais: freqüente no infanticídio (privação). Oclusão das vias respiratória: corpos estranhos (obstrução). Nota: atentar para os sinais cadavéricos, tal qual a s manchas ungueais ao redor dos orifícios respiratórios. B - SUFOCAÇÃO INDIRETA compressão do tórax / abdome, evitando os movimentos respiratórios.

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ESTUDO ESPECÍFICO DAS ASFIXIAS MECÂNICAS:

Asfixia por confinamento (mecânica pura):

Indivíduo em ambiente fechado onde há pouco O2 e muito CO2, com alta

temperatura e muitos vapores d’água.

Asfixia por CO (monóxido de carbono):

Asfixia tissular pela afinidade do CO pela hemoglobina. Geralmente é suicídio,

tendo as seguintes características: rigidez precoce, fáscies rosácea, manchas de

hipóstases claras, pulmões e demais órgãos em tom carmim, sangue fluido rosado

e putrefação tardia. Obs: Neste caso se deve solicitar teor de carboxihemoglobina

no sangue!!!

SUFOCAÇÃO: resulta do impedimento da passagem de ar respirável por meio de

obstrução direto ou indireto.

A - SUFOCAÇÃO DIRETA

Oclusão de boca e ou fossas nasais: freqüente no infanticídio (privação).

Oclusão das vias respiratória: corpos estranhos (obstrução).

Nota: atentar para os sinais cadavéricos, tal qual a s manchas ungueais ao redor

dos orifícios respiratórios.

B - SUFOCAÇÃO INDIRETA compressão do tórax / abdome, evitando os

movimentos respiratórios.

Lesões anatomo-patológicas: Máscara equimótica de Morestin, derivada do

refluxo da veia cava superior.

SOTERRAMENTO:

Diagnóstico presença de material sólido ou pulvurulento em vias aéreas.

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AFOGAMENTO:

Fases da morte: Defesa, resistência e exaustão.

*Defesa surpresa e dispnéia

*Resistência parada dos movimentos respiratórios.

*Exaustão inspiração profunda asfixia inconsciência insensibilidade

morte.

Obs: afogados brancos de Parrot morte por inibição (20,0% dos afogados)

através do reflexo de Hering (Hering – Breuer).

Afogamento verdadeiro líquido em via aérea + asfixia.

#Forma rápida asfixia em 5 minutos.

#Forma lenta morte com grande resistência.

SINAIS CADAVÉRICOS DOS AFOGADOS:

Temperatura baixa da pele;

Pele anserina (sinal de Bernt) / contração piloeretora;

Retração (mamilo, pênis e escroto);

Maceração da epiderme (destacamento epidérmico, principalmente nas áeas

mais espessas, tal qual pés e mãos);

Livores mais claros;

Cogumelos de espuma (quando houve reação dentro d’água);

Obs: a espuma se forma porque ao nível alveolo-capilar há troca de H2O por

proteína, surtindo um líquido espumoso (Odon Maranhão).

Erosão dos dedos e corpos estranhos sob a unhas;

Equimose de face e conjuntivas (principalmente em líquidos espesos /

pântanos);

Mancha verde de putrefação (esterno e cervical inferior);

Lesões pós-mortem por animais aquáticos;

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Embebição cadavérica (água dificulta a desidratação).

Sinais internos (líquido em vias aéreas):

A – líquido em vias respiratórias grande valor diagnóstico + identifica o tipo

de líquido (água doce, etc.);

B – corpo estranho em via aérea “plancton” (Diatomáceas e elementos

cristalinos): evidencia-se no exame histológico;

C –lesões pulmonares enfisema

aquoso (sinal de Brouardel) +

equimose subpleural de 2,0 cm ou mais

(Manchas de Paltauf);

D – diluição do sangue (fluidez

acentuada);

E – existência de líquidos no sistema

digestivo;

F - Existência de líquido no ouvido médio.

Lesões da base do crânio:

#hemorragia temporal (sinal de Niles): sangue no ouvido médio e seios

mastóides, identifica-se pela coloração azulada anteroposterior a porção

petroso do

osso

temporal.

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#hemorragia etmoidal (sinal de Vargas – Alvarado): zona azulada na base

anterior do crânio, bilateral a apófise da crista Galli.

Laboratório:

Coração esquerdo: há maior hemólise e menor contagem hemática;

Plancton em alvéolo pulmonar;

Achados de histologia: enfisema, edema pulmonar, hemorragia peribroonquial,

sinais gerais de asfixia.

PUTREFAÇÃO E FLUTUAÇÃO DOS AFOGADOS:

Fases Achados

1a fase Afundamento (24h)

2a fase 1a flutuação / putrefação gasosa (24h a 5 dias)

3a fase 2a imersão (diminuição gasosa)

4a fase 2a flutuação (diminuição do peso pela evolução adipócera)

Cronologia do afogamento variáveis: estado de maceração e estado de

putrefação cadavérica.

Local de afogamento relevante pelo estudo dos plânctons locais.

ENFORCAMENTO:

Nota: modalidade de asfixia.

Modo de execução:

Laço várias naturezas:

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*Consistência: duros, semirígidos e moles.

*Situação do laço: posterior e lateral, raramente anterior.

*suspenção: total (típica) e iincompleta (atípica).

Evolução:

Fenômenos observados:

A – período inicial: sensação de calor, zumbido, sensação luminosa, perda de

consciência.

B – segundo período: convulsão, excitação (hipoxemia / elev CO2), pressaõ f.

nervoso.

C – terceiro período: sinal de morte aparente, cessamento da circulação /

erspiração e por fim morte.

Fenômenos de sobrevivência:

Locais:

Sulco tumefeito e violácio. Lesão profunda na pele, dor, disfagia e afasia

(compressão dos órgãos e congestão pulmonar).

Gerais: coma, amnésia, perturbações psíquicas (confusão e depressão), paralisia

da bexiga e reto.

Tempo até a morte: variável, porém pode variar de 5 a 10 minutos.

Lesões anatomopatológicas:

Sulco no pescoço: geralmente único, leito amolecido com tonalidade branca ou

apergaminhado.

SINAIS DO SULCO NO ENFORCADO:

Sinal de Azevedo-Neves: manchas puntiformes na periferia do sulco;

Sinal de Ambroise-Paré: sulco com pele enrugada e escoriada;

Sinal de Bonnet: marcas da trama do laço;

Sinal de Lesser: vesículas sanguinolentas no fundo do sulco;

Sinal de Neyding: hemorragias puntiformes no leito do sulco.

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Sinal de Ponsold: livores em placas na periferia do sulco.

Sinal de Thoinot: zona violácea nas bordas do sulco.

Sinais internos:

Locais: lesões de pele e hipoderme: sufusões, roturas do tecido muscular e

equimose retrofaríngea (sinal de Etiene-Martin).

Lesões nos vasos:

(sinal de Amussat) secção transversal da túnica média da carótida comum.

(sinal de Friedberg) sufusão hemorrágica na túnica externa da carótida.

Lesões:

Laringe fratura dos cornos da cartilagem tireóide, cart. Cricóide e osso hióide.

Lesões da coluna vertebral.

Planos profundos do pescoço:

Musculares:

(Sinal de Hoffmann – Haberda) infiltração hemorrágica nos músculos cervicais.

(sinal de Lesser) rotura transversal e hemorragia do músculo tireohioídeo.

Cartilagens e osso hióide:

(sinal de Morgani – Valsalva – Orfila – Röelmer) fratura do corpo do hióide.

(Sinal de Hoffmann) fratura das apófises superiores da cart tireóide.

(sinal de Hellwig) fratura do corpo da cart. Tireóide.

(Sinal de Morgani – Deprez) fratura do corpo da cartilagem cricóide.

(sinal de Bonnet) rotura do ligamento cricotireoideu.

Vasculares:

Carótida comum:

*(sinal de Amussat – Hoffmann) rotura transversal da túnica íntima.

*(sinal de Friedberg) infiltração hemorrágica na adventícia.

*(sinal de Lesser) rotura da túnica interna.

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Neurológicos:

(sinal de dotto) rotura da bainha mielínica do nervo Vago.

Vertebrais:

(sinal de morgani) fratura do processo odontóide do axis.

(sinal de Morgani) fratura do corpo de C1 e C2.

(sinal de Ambroise – Paré) luxação de C2.

Faríngeos:

(sinal de brouardel – U. – Descoust) equimoses retrofaríngeas.

Laríngeos:

(sinal de Bonnet) rotura das cordas vocais.

Sinais à distância:

Congestão polivisceral, sangue fluído e escuro, pulmões distendidos, equimoses

viscerais, espuma sanguinolenta em traquéia e brônquios.

Obs: Berg fosfatases 77,1 mg em outras causas é de 12,1 mg.

Mecanismos da morte por enforcamento:

*Asfixia mecânica;

*Obstrução circulatória;

*compressão dos elementos nervosos cervicais.

ESTRANGULAMENTO

Definição: difere-se doe nforcamento porque o corpo da vítima é passível nesta

situação.

Sinais externos:

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Aspecto da face / pescoço: face tumefeita e violácea, lábios e orelhas

arroxeados, as vezes há espuma oral, protusão da língua, sangramento acústico,

equimoses de face, conjuntivas, pescoço e tórax.

Sulco: é horizontal na maioria das vezes, tem profundidade uniforme, é contínuo,

de bordas elevadas e cianóticas, com leito deprimido e apergaminhado.

Sinais externos:

Lesões dos planos profundos:

*infiltrados hemorrágicos em planos profundos;

*lesões de laringe (em nível de cartilagem cricóide, tireóide e osso hióide);

*lesões carotídeas (S de Amussat e Friedberg).

Lesões à distância (sinais de asfixia)

Mecanismo de morte no estrangulamento:

Asfixia;

Compressão dos vasos do pescoço;

Compressão dos nervos do pescoço.

ESGANADURA:

Definição: asfixia mecânica originada pela constiição cervical através das mãos

do agressor (homicídio).

Sinais:

Externos à distância: congestão de face e conjuntivas, equimoses puntiformes da

face e do pescoço.

Sinais externos locais: estigmas ungueais (marcas em “meia lua” na pele).

Sinais locais profundos:

Infiltrados hemorrágicos profundos no pescoço (hipoderme e músculos).

Lesões de laringe e fraturas de cartilagem e ossos.

Lesões nos vasos do pescoço.

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