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    P R I N C Í P I O S P A R A O C U I D A D O

    D O M I C I L I A R P O R P R O F I S S I O N A I S

    D E N Í V E L S U P E R I O R

    B e l o H o r i z o n t e / M G

    2 0 1 3

    P r o g r a m a M u l t i c ê n t r i c o

    d e Q u a l i fi c a ç ã o P r o fi s s i o n a l

    e m A t e n ç ã o D o m i c i l i a r

    a D i s t â n c i a

     

    B e l o H o r i z o n t e / M G

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    D O M I C I L I A R P O R P R O F I S S I O N A I S

    D E N Í V E L S U P E R I O R

    B e l o H o r i z o n t e / M G

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    P r o g r a m a M u l t i c ê n t r i c o

    d e Q u a l i fi c a ç ã o P r o fi s s i o n a l

    e m A t e n ç ã o D o m i c i l i a r

    a D i s t â n c i a

     

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    SIGLAS E ABREVIATURAS

    AD Atenção Domiciliar

    AD1 Atenção Domiciliar po 1

    AD2 Atenção Domiciliar po 2

    AD3 Atenção Domiciliar po 3

    APD Diálise Peritoneal Automáca

    AVA Ambiente virtual de aprendizagem

    CAPD Diálise Peritoneal Ambulatorial Connua

    CGAD Coordenação Geral da Atenção Domiciliar

    DAB Departamento de Atenção Básica

    DP Diálise Peritoneal

    DRC Doença renal crônica

    DRCT Doença renal rrônica terminal

    DST Doença renal terminalEMAD Equipe Mulprossional de Atenção Domiciliar

    EMAP Equipe Mulprossional de Apoio a Atenção Domiciliar

    EFDR Estágio nal de doença renal

    FAV Fístula arteriovenosa

    HD Hemodiálise

    IVC Insuciência venosa crônica

    MS Ministério da Saúde

    Nescon Núcleo de Educação em Saúde Coleva

    NPUAP Naonal Pressure Ulcer Advisory Panel

    PHMB Polihexameleno-biguanida

    RAS Rede de Atenção à Saúde

    RAAS Registro de Atenção Ambulatorial de Saúde

    RDC Resolução de Diretoria Colegiada

    RNI Razão Normalizada Internacional

    SAD Serviço de Atenção Domiciliar

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    Samu Serviço de atendimento móvel de urgência

    SAS Secretaria de Atenção de Saúde

    SGTES Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde

    SIA Sistema de Informação Ambulatorial

    SUS Sistema Único de Saúde

    TSRC Terapia de Substuição Renal Connua

    TX Transplante Renal

    UERJ Universidade Estadual do Rio de Janeiro

    UFCSPA Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre

    UFMG Universidade Federal de Minas Gerais

    UFPel Universidade Federal de Pelotas

    UFPE Universidade Federal de Pernambuco

    UFSC Universidade Federal de Santa Catarina

    UFC Universidade Federal do Ceará

    UFMA Universidade Federal do Maranhão

    UNASUS Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde

    UP Úlcera por pressão

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    LISTA DE QUADROS

    Quadro 1.1 – Indicações e contraindicações da gastrostomia

    Quadro 1.2 – Indicações e contraindicações da jejunostomia

    Quadro 1.3 – Indicações de colostomia

    Quadro 1.4 – Indicações de ileostomia

    Quadro 1.5 – Estomas intesnais mais frequentes e principais caracteríscas

    Quadra 1.6 – Tipos de estoma urinário

    Quadra 1.7 – Disposivos e adjuvantes para estoma sem complicações

    Quadra 1.8 - Disposivos e adjuvantes para estoma com complicações

    Quadra 1.9 - Disposivos para estoma urinário sem complicações

    Quadra 1.10 - Disposivos para estoma urinário com complicações

    Quadro 2.1 – Alterações decorrentes da insuciência venosa crônica

    Quadra 2.2 – Descrição da úlcera por pressão por categoria

    Quadro 3.1 – Classicação do cateter venoso centralQuadro 3.2 – Especicações do cateter para acesso venoso central de longapermanência

    Quadro 7.1 – Parâmetros para denir cuidados em saúde bucal na atençãodomiciliar

    Quadro 7.2 – Avaliação da moradia para indicação da atenção domiciliar

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    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1.1 – Ileostomia em alça

    Figura 1.2 – Medidor de estoma

    Figura 1.3 – Ileostomia em alça com dermate

    Figura 1.4 – Ileostomia com duas bocas com prolapso e dermate

    Figura 2.1 – Ferida cirúrgica complexa no abdômen

    Figura 2.2 - Ferida cirúrgica complexa no períneo

    Figura 2.3 – Sinais de insuciência venosa

    Figura 2.4 – Úlcera venosa

    Figura 2.5 – Úlcera arterial em calcâneo

    Figura 2.6 – Úlcera por pressão

    Figura 2.7 – Ferida Cirúrgica em mama direita

    Figura 2.8 – Alginato de cálcio na apresentação de placa e cordão

    Figura 2.9 – Hidrobra: placa sobre úlcera venosaFigura 2.10 – Espuma sem e com bordas

    Figura 2.11 – Compressa absorvente

    Figura 2.12 – Membrana de poliuretano

    Figura 2.13 - Membrana de poliuretano aplicada sobre cobertura interavae compressa

    Figura 2.14 – Placa de hidrocolóide sobre úlcera por pressão

    Figura 2.15 – Hidrogel amorfo aplicado em lesão

    Figura 2.16 - Hidrogel em placa aplicado no braçoFigura 2.17 – Cobertura de carvão com prata

    Figura 2.18 – Cobertura de carvão sem prata

    Figura 2.19 – Cobertura de alginato de cálcio com prata sobre úlcera venosa

    Figura 2.20 – Cobertura de espuma com prata

    Figura 2.21 – Cobertura de prata nanocristalina

    Figura 2.22 – Cobertura: compressa de gaze 100% algodão com PHMB sobreúlcera venosa

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    Figura 2.23 – Cobertura: compressa absorvente com PMHB sobre feridacirúrgica pós mamoplasa

    Figura 3.1 – Cateter semi-implantado

    Figura 3.2 – Cateter totalmente implantado

    Figura 3.3 – Reservatório cateter totalmente implantado

    Figura 3.4 - Cateter epicutâneo

    Figura 3.5 – Curavo de acesso venoso central com gaze

    Figura 3.6 - Curavo com lme transparente semipermeável

    Figura 5.1 – Diálise peritoneal automáca

    Figura 6.1 - Local de punção para paracentese

    Figura 6.2 - Técnica da anestesia

    Figura 6.3 - Técnica em Z para administração da lidocaína

    Figura 6.4 - Punção abdominal

    Figura 6.5 - Fixação do cateter

    Figura 7.1 – Cirurgia emergencial em assistência domiciliar/eliminação defoco de infecção dentária

    Figura 7.2 – Restauração atraumáca (ART) com ionômero de vidro/eliminação de tecido criado

    Figura 7.3 – Cirurgia emergencial em assistência domiciliar/eliminação defoco de infecção dentária

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    Apresentação do Programa Mulcêntrico de Qualicação Prossionalem Atenção Domiciliar a Distância.

    17

    Apresentação dos autores 18

    Apresentação do Curso - Princípios para o Cuidado Domiciliar porProssionais de Nível Superior

    19

    Introdução ao Curso 22

    Referências 26

    UNIDADE 1 - Estomas 28

    Parte 1 – Estoma de alimentação 30

    Parte 2 - Estoma de eliminação 33

    Parte 3 - Indicação dos disposivos e adjuvantes 36

    Referências 45

    UNIDADE 2 - Lesões cutâneas crônicas 46

    Parte 1 - Ferida cirúrgica complexa 48

    Parte 2 - Lesões cutâneas crônicas 50

    2.1.Úlcera vasculogênica 50

    2.2.Úlcera por pressão 54

    Parte 3 - Colonização críca e infecção 57

    Parte 4 - Coberturas interavas 59

    Referências 74

    Sumário

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    UNIDADE 3 - Acesso venoso central 76

    Parte 1 – Conceito, pos de cateter e indicação 78

    Parte 2 – Cuidados com o acesso venoso central 82

    Parte3 - Materiais necessários para os cuidados do acessovenoso central em domicílio

    86

    Referências 87

    UNIDADE 4 - Fecaloma: abordagem clínica, princípios e intervenções 88

    Parte 1 - Conceitos 90

    Parte 2 – Causas e sintomas 91

    Parte 3 - Como invesgar a presença do fecaloma 92

    Parte 4 - Manejo do fecaloma 93

    Referências 94

    UNIDADE 5 – Diálise 96

    Parte 1 - Conceito, classicação e indicação 98

    Parte 2 – Diálise peritoneal 100

    Parte 3 - Avaliação das condições do domicílio para realizaçãoda diálise peritoneal

    102

    Referências 104

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    UNIDADE 6 - Paracentese abdominal terapêuca 106

    Parte 1 - Conceito, indicações e contraindicações. 108

    Parte 2 - Paracentese terapêuca: procedimentos ecomplicações

    109

    Referências 114

    UNIDADE 7 - Princípios para o cuidado à saúde bucal na atençãodomiciliar

    116

    Parte 1 - Relação do cirurgião densta com a pessoa, família ecuidador

    119

    Parte 2 - Principais agravos em saúde bucal 120

    Parte 3 – Plano de cuidado odontológico 121

    Parte 4 - Atribuições do cirurgião densta 127

    Referências 128

    CONCLUSÃO DO CURSO 130

    ANEXO 132

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    Sobre o Programa Mulcêntrico de Qualicação Prossional em Atenção Domiciliar a distância(PMQAAD), consulte: www.unasus.gov.br/cursoAD

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     Apresentação

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    Programa Mulcêntrico de Qualicação Prossional em Atenção Domiciliar a Distância.

    O Programa Mulcêntrico de Qualicação Prossional em Atenção Domiciliar a Distância

    (PMQAAD) reúne ações da Secretaria de Atenção à Saúde/Departamento de Atenção Básica/

    Coordenação Geral de Atenção Domiciliar (SAS/DAB/CGAD) e da Secretaria e Gestão do Trabalho

    e da Educação/Universidade Aberta do SUS (SGTES/UNA-SUS), do Ministério da Saúde (MS)

    desenvolvida pelas seguintes Instuições de Educação Superior da Rede UNA-SUS:1. Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ)

    2. Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA)

    3. Universidade Federal do Ceará (UFC)

    4. Universidade Federal do Maranhão (UFMA)

    5. Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

    6. Universidade Federal de Pelotas (UFPel)

    7. Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

    8. Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

    Com este Programa, o MS objeva ampliar a qualicação de prossionais de saúde em atenção

    domiciliar, na estratégia de educação a distância, como avidade a ser desenvolvida de forma

    arculada pela Rede de Atenção à Saúde (RAS) do Sistema Único de Saúde (SUS). De abrangência

    nacional este Programa é voltado para gestores e para prossionais da área da saúde e a perspecva

    é que cumpra importante papel na qualicação desses trabalhadores com vistas à organização,

    implantação, monitoramento e avaliação de Serviços de Atenção Domiciliar (SAD).

    O Programa reúne cursos autoinstrucionais disponibilizados na modalidade de cursos de extensão, em

    EaD. No amplo contexto de exigências ciencas, polícas, tecnológicas e écas, que fundamentame são transversais à assistência à saúde prestada à pessoa no âmbito do seu domicílio, cada um

    desses cursos toma como objeto de estudo e análise um determinado eixo temáco.

    O eixo temáco do presente Curso são procedimentos e cuidados realizados em AD cuja indicação,

    execução ou avaliação exige a atuação de prossionais de saúde de nível superior.

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    Diani de Oliveira MachadoEnfermeira do “Grupo HospitalarConceição/Programa de AtençãoDomiciliar”, tele consultora do “0800para o Programa Melhor em Casa”,especialização em Saúde Coleva peloInstuto Brasileiro de Pós Graduaçãoe Extensão (IBEX) e especialização emUrgência e Emergência. Coautora da

    Unidade 6.

    Eline Lima BorgesEnfermeira, Estomaterapeuta tulada pelaAssociação Brasileira de Estomaterapia,Doutora em Enfermagem pela EscolaEnfermagem da Universidade de São Paulode Ribeirão Preto Professor Adjunto doDepartamento de Enfermagem Básica daEscola de Enfermagem da UniversidadeFederal de Minas Gerais. Autora dasunidades 1 e 2.

    Fernanda Vaz de Melo Diniz CoaGraduada em Odontologia, Especialistaem Saúde Coleva e Mestre emClínica Odontológica pela Faculdadede Odontologia da UniversidadeFederal de Minas Gerais, ProfessoraAssistente do Curso de EspecializaçãoMuldisciplinar em Saúde Colevado Instuto de Educação Connuadada Poncia Universidade Católica

    de Minas Gerais, Cirurgiã-DenstaClínica Geral da Prefeitura Municipalde Sabará/Minas Gerais. Autora daunidade 7.

    Renata de Almeida SilvaEnfermeira, estomaterapeuta, pós-graduada pela Universidade Federal deMinas Gerais, Coordenadora do ApoioGerencial da Equipe Mulprossionalde Atenção Domiciliar (EMAD) do

    Hospital Municipal Odilon Behrens eApoio da Coordenação do Serviço deAtenção Domiciliar de Belo Horizonte(SAD- BH). Autora da unidade 3.

     Apresentaçãodos autores

    Renata Vaz de Melo Diniz AvendanhoGraduada em Medicina e especialistaem Geriatria pela UFMG, pós-graduação em Geriatria pelaFundação Educacional LucasMachado e Titulada em Medicina de

    Saúde da Família e Comunidade pelaSociedade Brasileira de Medicina deFamília e Comunidade, Médica doServiço de Atenção Domiciliar daPrefeitura de Belo Horizonte. Autorada unidade 4.

    Sa Jaber MahmudMédico de Família e Comunidade.Coordenador do Programa deAtenção Domiciliar do GrupoHospitalar Conceição de PortoAlegre/RS. Coautor da Unidade 6.

    Selme Silqueira de MatosEnfermeira pela Poncia UniversidadeCatólica de Minas Gerais, Mestre eDoutora em Enfermagem pela Escolade Enfermagem da UniversidadeFederal de Minas Gerais, Professora doDepartamento de Enfermagem Básicada Escola de Enfermagem da UFMG.Autora da unidade 5.

    Vera Lúcia Aparecida AnastácioAssistente Social, Especialista, pelaUniversidade de São Paulo, emIdencação de casos de ViolênciaDomésca contra Crianças eAdolescentes, Membro da Equipedo Programa de Atenção Domiciliardo Hospital Infanl Joao Paulo 2,em Belo Horizonte/Minas Gerais.Organizadora do documento “Anexo”.

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    Este é um dos cursos do Programa Mulcêntrico de Qualicação Prossionalem Atenção Domiciliar a distância, produzido pelo Núcleo de Educação emSaúde Coleva da Universidade Federal de Minas Gerais (Nescon/UFMG) emparceria com o Ministério da Saúde, Secretaria da Gestão do Trabalho e daEducação em Saúde e Universidade Aberta do SUS (MS/SGTES-UNASUS).

    O Curso tem como objeto os cuidados à saúde cuja complexidade, frequência

    e especicidade impõem a intervenção e ação de prossionais de saúde donível superior no atendimento à pessoa em todas as modalidades de atençãodomiciliar (AD).

    Conteúdo/Unidades Educacionais:

    • Unidade 1 – Estomas

    • Unidade 2 – Lesões cutâneas crônicas

    • Unidade 3 – Acesso venoso central

    • Unidade 4 – Fecaloma: abordagem clínica, princípios e intervenções.

    • Unidade 5 – Diálise• Unidade 6 - Paracentese abdominal terapêuca

    • Unidade 7 – Princípios para o cuidado à saúde bucal na atenção domiciliar

    Objevo Geral: qualicar a atuação de prossionais de saúde de nívelsuperior na realização de procedimentos e cuidados à pessoa em domicílio.

    Público-alvo do Curso: prossionais de saúde de nível superior que atuam noServiço de Atenção Domiciliar (SAD).

    Para responder aos objevos de qualicação dos disntos prossionais,os conteúdos e as avidades de aprendizagem que compõem as unidades

    educavas foram denidos na perspecva de atender as EquipesMulprossionais de Atenção Domiciliar (EMAD) e Equipes Mulprossionaisde Apoio (EMAP).

    Acesso ao Curso: disponível no portal da Universidade Aberta do SUS:

    • www.unasus.gov.br/cursoAD

    Carga Horária: 60 horas on-line.

    Contempla um conjunto de mídias e recursos didácos como ambientevirtual de aprendizagem (AVA), vídeos, textos de referências disponíveis paraconsulta, leitura e impressão.

    Avidades de aprendizagem: autoinstrucionais, inclusive as avaliações, ou seja,

    o curso é desenvolvido sem a parcipação de tutor, preceptor ou professor.

     Apresentaçãodo curso

    “Princípios para o cuidado domiciliar por profissionaisde nível superior”

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    Importante: Você observará que foram evitados, propositadamente,vocábulos frequentemente ulizados no âmbito dos sistemas de saúde, asaber: indivíduo, usuário, segurado e pessoa. Exceto em citações diretas, otermo adotado é “pessoa” uma vez que se compreende essa terminologiacomo mais signicava que as denominações citadas.

    Certamente, no desenvolvimento das ações deste Curso, você terá interessepor mais informações, textos, argos. Para começar você deve:

    • Acessar e estudar as referências indicadas como “leituras obrigatórias”.

    • Considerar a oportunidade e ler as leituras recomendadas como complementaresassim como as demais referências usadas pelos autores

    Especialmente na atenção primária à saúde, temos substuído o vocábulo

    “paciente” por “pessoa”, pois a ulização do termo “paciente”, em sua própriadenição, rera os aspectos volivos e a autonomia daqueles que buscamajuda para seus problemas de saúde, determinando um comportamentopassivo. O uso do termo “paciente” está mais de acordo com outros cenáriosdo sistema de cuidados à saúde (p. ex., hospitalar), nos quais a pessoa casubmeda às regras e normas daquele ambiente. O termo “pessoa” lembraaos prossionais de saúde e ao sistema que a autonomia e a parcipaçãode quem é cuidado são fundamentais para o sucesso do manejo. Por m, ouso do termo “pessoa” vai ao encontro do segundo componente do métodoproposto pela autora (entendendo pessoa como um todo), no qual reforçaa necessidade de um entendimento integral e uma parcipação efeva da

    pessoa-que-busca-ajuda no cuidado à saúde. (STEWART, M et al.2010).

    O Ministério da Saúde cadernos sobre atenção domiciliar, disponíveis no site

    O Caderno de Atenção Domiciliar. v. 2. Cap. 5* é uma das leituras obrigatóriasdeste Curso.

     

    * Os Cadernos foram produzidos na vigência a portaria n.2.527/2011, járevogada pela Portaria n.963/2013.

    PACIENTE, PESSOA...

    Leitura obrigatória:

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    Todas as citações neste texto têm as respecvas versões on-linedisponibilizadas na:

    • Biblioteca Virtual da UNA-SUS

    • www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca.

    Importante lembrar, também, que este curso guarda relação com outros 18cursos do Programa Mulcêntrico de Qualicação Prossional em AtençãoDomiciliar a Distância. Caso seja do seu interesse matricular nos demais cursos

    ACESSE o site da UNA-SUS: hps://arouca.unasus.gov.br/plataformaarouca 

    Bom estudo!

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    Conforme dispõe a Portaria n. 963/2013, a atenção domiciliar objeva areorganização do processo de trabalho das equipes que prestam cuidadodomiciliar na atenção básica, ambulatorial, nos serviços de urgência eemergência e hospitalar.

    Sendo um dos componentes da Rede de Atenção às Urgências, a AD deveestar arculada e integrada aos demais componentes da Rede de Atenção

    à Saúde conforme as diretrizes que orientam a organização daatenção domiciliar:

    • estruturação na perspecva das Redes de Atenção à Saúde,tendo a atenção básica como ordenadora do cuidado e da

    ação territorial;

    • incorporação ao sistema de regulação, arculada com demaisServiços da Rede, inclusive com serviços de retaguarda;

    • estruturação de acordo com os princípios de ampliação doacesso, do acolhimento, da equidade, da humanização e daintegralidade da assistência;

    • inserção nas linhas de cuidado por meio de prácas

    clínicas cuidadoras baseadas nas necessidades da pessoa ereduzindo a fragmentação da assistência;

    • adoção do modelo de atenção centrado no trabalho de equipesmulprossionais e interdisciplinares;

    • interação dos prossionais de saúde da equipe, pessoa assisda, suafamília e cuidador.

    Nesta linha, a AD é concebida como oferta de serviços de saúde que agregaações de promoção à saúde, prevenção de agravos e complicações e, ainda,medidas de reabilitação que podem ser realizadas no domicílio. Conformedispõe a portaria em vigor, o Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) deverá

    ser organizado em todos os municípios do país acima de 20.000 habitantes – isoladamente ou de forma agrupada via prévio pacto intergestores – e,obrigatoriamente: ser atendido por Serviço de Atendimento Móvel deUrgência (Samu) e contar com hospital de referência. A organização e aefevação do SAD de forma arculada e integrada aos demais serviços epolícas requerem ações que perpassam, transversalmente, por toda a Redede Atenção à Saúde o que exige a denição de parcerias formais intergestorese intersetoriais fundamentadas em princípios e ordenações das polícas dasesferas federal, estadual e municipal.

    IntroduçãoPrincípios para o cuidado domiciliar

    por profissionais de nível superior

    LEIA a Portaria n. 963,de 27 de maio de 2013

    que redene a AtençãoDomiciliar no âmbito do

    Sistema Único de Saúde,

    publicada no DiárioOcial da União – Seção1.n. 101 de 28 de maio de

    2013. P. 30-32. Disponívelem:

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    A integralidade da atenção contempla o acesso da pessoa ao SAD exigindonova maneira de planejar, executar, monitorar e controlar a prestação daassistência e a responsabilização da Rede de Serviços pela informação, pelonanciamento e pela prestação da assistência domiciliar de forma connua.

    Os prossionais envolvidos na assistência à pessoa no âmbito domiciliardevem buscar a lógica do trabalho colevo no qual o conjunto arculado depolícas, ações da equipe mulprossional (complementares, comparlhadase especícas) e a parcipação arculada e coordenada dos diferentes serviços

    e setores vão consolidar os serviços de atenção domiciliar.

    Para tanto, a ordenação e a organização da atenção domiciliar exige aarculação de, pelo menos:

    • Serviço de atendimento móvel de urgência (Samu).

    • Hospital de Referência – retaguarda de internação hospitalar, necessáriaem situações de intercorrência e piora clínica da pessoa. Atende ainda arealização de procedimentos de maior complexidade e que não podemocorrer no domicílio.

    • Farmácia.

    • Serviços ambulatoriais de especialidades e exames.

    • Serviços de Apoio Logísco:

    ▫ Transporte – desna-se a pessoas com incapacidade sica oueconômica de se deslocarem por meios ordinários de transporte e estárestrito aos deslocamentos por causas exclusivamente clínicas. Divide-se em transporte de urgência e emergência e transporte elevo.

     ▫ Equipamentos, insumos e materiais – correspondentes aodesenvolvimento das ações constantes em cada plano de cuidado

    LEIA o Decreto n. 7.508, de 28 de junho de 2011 que, ao regulamentar aLei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990,  dispõe sobre a organização doSistema Único de Saúde, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e aarculação interfederava.

    Disponível em: 

    Leitura obrigatória:

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    individual.

    • Serviços especiais e responsabilização da família, no que diz respeitoaos cuidados a serem prestados podendo envolver grupos voluntários,igrejas, organizações não governamentais.

    AD se organiza em três modalidades:

    AD1  – desna-se àquelas pessoas com problemas de saúde controladosou compensados, que apresentam diculdade (ou impossibilidade) delocomover-se até a Unidade Básica de Saúde (UBS), que necessitam decuidados com menor frequência e menos aporte e recursos dos serviços desaúde. AD1 é uma ação programáca da Unidade Básica de Saúde (UBS), sob aresponsabilidade das equipes de atenção básica, incluindo a equipe de Saúdeda Família e o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), em que a visitadomiciliar regular – no mínimo, uma vez por mês -- é componente estruturantepara a sua organização, implantação, realização e monitoramento.

    AD2 – desna-se a pessoas que apresentam diculdade (ou impossibilidade)de locomover-se até a UBS e que apresentam problemas de saúde que exigemcuidados mais frequentes e complexos do que os indicados na AD1, além dedemandarem recursos de saúde e acompanhamento connuos, inclusive de

    diferentes serviços da rede de atenção.

    AD3 – nessa modalidade, estão aquelas pessoas com problemas de saúde ediculdade ou impossibilidade sica de locomoção até a UBS, com necessidadede maior frequência de cuidado, mais recursos de saúde, acompanhamentoconnuo e uso de equipamentos.

    A atenção domiciliar pos 2 e 3 (AD2 e AD3) são de responsabilidadeda Equipe Mulprossional de Atenção Domiciliar (EMAD) e da EquipeMulprossional de Apoio (EMAP).

    O foco do presente Curso são princípios e procedimentos que por sua

    especicidade e complexidade exigem a presença de prossionais de nívelsuperior seja para sua indicação, orientação, execução, monitoramento ouavaliação o que vai exigir do SAD a denição de:

    • Protocolos – instrumentos para orientar o acesso, denir competências,responsabilidades e coordenação dos processos de decisão eplanejamento do acesso, cadastro e atendimento da pessoa nasdiferentes modalidades de AD. Têm como propósito descrever avidadespernentes às demandas, necessidades e situações prevalentes naAD, assim como o prossional ou equipe que as realiza, periodicidade,insumos básicos a serem disponibilizados, entre outros elementos

    orientadores da organização e efevidade da assistência domiciliar;

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    • Indicadores e critérios de monitoramento e avaliação – o propósito éassegurar o acompanhamento do processo e das ações desenvolvidas naAD, na perspecva da sua efevidade e integralidade.

    Cada unidade educacional  deste Curso focaliza um procedimentodeterminado em relação ao qual são abordados princípios que vãofundamentar a atuação da equipe, em especial, dos prossionais de nívelsuperior. Dada sua prevalência na AD, os procedimentos que estão tratadosnas unidades são: estomas de alimentação e eliminação; lesões cutâneas

    crônicas; acesso venoso central, fecaloma, diálise, paracentese abdominalterapêuca e assistência à saúde bucal.

    O plano de cuidado individual da pessoa em AD deve contemplar ações,intervenções a serem executadas pelos prossionais das equipes assim comoorientações à pessoa, família e cuidador quanto aos direitos sociais implicadose referidos à pessoa assisda pelo SAD.

    Entre as orientações e informações que devem ser consideradas estão direitosassegurados, também, à pessoa em AD. Conra o Anexo.

    Dica:

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    unidadeESTOMAS 1

    Esta unidade aborda o tema estomas com enfoque em:

    • Estoma de alimentação.

    • Estoma de eliminação.

    • Disposivos e adjuvantes.

    Objevos:

    • Reconhecer sinais e situações que norteiam a avaliação da pele e doestoma para indicação de disposivo, adjuvantes e cuidados especícos.

    • Subsidiar a elaboração do plano de cuidado à pessoa com estoma, comdestaque para os princípios e procedimentos fundamentais à assistência.

    Estoma ou estomia deriva do grego stóma, que signica boca, abertura. Essadesignação é especicada com prexo referente à topograa correspondente,por exemplo: traqueostomia, gastrostomia, ileostomia, jejunostomia,colostomia, nefrostomia, ureterostomia, vesicostomia e cistostomia. É um

    designavo genérico de uma condição orgânica resultante de intervençãocirúrgica indicada para restabelecer a comunicação entre uma víscera/órgãoe o meio externo, compromeda por alguma patologia.

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    parte 1:Estoma de alimentação

    Estoma de alimentação é uma comunicação direta do estômago(gastrostomia) ou do jejuno (jejunostomia) com o exterior, criada, por meiocirúrgico: via aberta, endoscopia, laparoscopia ou guiada por radioscopia.Todo estoma demanda a inserção de cateter ou tubo. É um procedimentoterapêuco indicado para suporte nutricional gástrico ou intesnalprolongado, podendo ser:

    • Temporário – apresenta trajeto stuloso não epitelizado.

    • Denivo – apresenta stula gastrocutânea epitelizada.

    O estoma temporário está indicado quando a manutenção ou a recuperaçãodo estado nutricional está prejudicada por compromemento no acessoao trato digesvo como ocorre nos casos de estenose cáusca, câncer doesôfago e megaesôfago.

    O estoma denivo  é o acesso alternavo ao trato digesvo quandosituações patogênicas o inviabiliza permanentemente como na neoplasiamaligna irressecável da faringe e do esôfago e nas doenças neurológicas(demência, esclerose amiotróca lateral, doença de Parkinson). As indicaçõesda gastrostomia para criança e para adulto, suas contraindicações (relavadepende da avaliação caso a caso) e absoluta estão listadas no Quadro 1.1.

    Quanto às indicações e às contraindicações da jejunostomia, observa-se quenão atendem à especicidades, como no caso das gastrostomia. (Quadro 1.2).

    Quadro 1.1 – Indicações e contraindicações da gastrostomia

    Indicações Contraindicações

    Criança Adulto Relava Absoluta

    ▪ Doenças neurológicas▪ Distúrbio de deglução▪ Atresia de esôfago▪ Estenose esofágica▪ Coma prolongado▪ Miopaas▪ Colagenoses

    ▪ Doenças neurológicas▪ Distúrbio Psiquiátrico▪ Cirurgia Maxilofacial▪ Câncer de boca,faringe, esôfago.▪ Perfuração esofágica▪ Estenose esofágica

    ▪ Politraumasmo grave▪ Pré-dilatação esofágica

    ▪ Câncer de estômago▪ Câncer da paredeabdominal▪ Diálise Peritoneal▪ Derivação Ventrículo▪ Peritoneal▪ Corcoterapia

    ▪ Radioterapia recente▪ Colagenoses▪ Obesidade▪ Dermatosesabdominais

    ▪ Ascite; hipertensãoporta▪ Coagulopaas▪ Peritonite, Sepse▪ Interposição devísceras▪ Hepatomegalia

    esquerda▪ Obesidade Grau 3▪ Câncer gástrico antral▪ Diculdade emaproximar paredeanterior do estômagoà parede abdominal;doença Ménétrie▪ Estenose pilórica,▪ Obstrução Intesnal

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    O processo de construção é realizado com a pessoa hospitalizada, contudo oacompanhamento e os cuidados relavos ao manuseio do estoma e cateteracontecem, em geral, no domicílio. Daí, a necessidade de que o plano decuidado individual inclua a observação sistemáca da região do entornodo estoma (gastrostomia ou jejunostomia) destacando a necessidade de

    monitorar e avaliar:Presença de sinais ogiscos;• Possíveis complicações, entre as quais:

    ▫ Granulomas;

    ▫ Dermates;

    ▫ Extravasamento do suco gástrico ou entérico;

     ▫ Obstruções;

     ▫ Perda ou tração do cateter;

    ▫ Deiscência; stula; estenose e hemorragia;

     ▫ Diarreia;

    Quadro 1.2 – Indicações e contraindicações da jejunostomia

    Indicações Contraindicações

    • Impedimento funcional das porções altas dotubo digesvo (processos estenosantes doesôfago e do estômago, por exemplo)

    • Interrupção alimentar temporária do esôfago• Descompressão luminal, após correção cirúrgica

    de traumasmos que envolvem o conuentebiliopancreacoduodenal.

    • Recuperação de stulas em pessoas comdeiscências em anastomoses gastrintesnais.• Tumores gástricos inexrpáveis.• Carcinoma de esôfago.• Proteção de suturas gastrintesnais.• Pancreate aguda necrohemorrágica.

    • Doença inamatória intesnal• Após radioterapia• Imunodepressão grave• Ascite volumosa• Peritonite

    A opção pela gastrostomia ou pela jejunostomia para a nutrição enteraldepende do órgão acomedo e do planejamento operatório. Em pessoas

    com estenose inamatória ou neoplásica do esôfago, a jejunostomia éa recomendada dada a possibilidade de ulização do estômago comosubstuto esofagiano.

    Importante:

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     ▫ Dor abdominal

    Importante destacar que o evento adverso mais frequente quando domanuseio do estoma é a rerada inadverda do cateter ou tubo. Outroseventos adversos, também frequentes, são aqueles que advêm do usoincorreto do cateter ou da sua introdução excessiva que provocam asuboclusão e a oclusão. Na jejunostomia, manobras intempesvas para areintrodução do cateter ou tubo podem levar à perfuração da alça intesnal.

    Essa complicação pode ser evitada xando-se adequadamente o cateterà pele. Na gastrostomia, pode ocorrer o Dumping, que á a síndrome doesvaziamento gástrico rápido.

    O suporte nutricional adequado na gastrostomia ou jejunostomiademanda o manuseio da dieta, conforme a via de alimentação

    construída em função da exclusão dos mecanismos da digestão

    existentes orogástrica ou duodenal. Para o manuseio e amanutenção da gastrostomia e da jejunostomia em pessoas emAD, o prossional de saúde deve, à priori, invesgar as condiçõesda casa, principalmente quanto aos aspectos de saneamento ehigiene, além da capacidade e habilidade do cuidador e da famíliacom o cateter e infusão da dieta enteral.

    A gastrostomia pode ser confeccionada ulizando diferentes técnicas, entre asquais: gastrostomia à Stamm; gastrostomia à Witzel , gastrostomia à Depage- Janeway e gastrostomia endoscópica percutânea. A gastrostomia endoscópica

    percutânea reduz a ocorrência dessas complicações e mantém uma via dealimentação enteral de longa duração. Essa via é considerada método efevopara promover a nutrição enteral nas pessoas que mantêm a função do tratodigesvo preservada, mas encontram-se impossibilitadas de manter ingestaoral adequada.

    Destaque:

    Sobre técnica e indicações dagastrostomia e jejunostomiarecomendamos a leitura de

    SANTOS, J. S. et al. Disponível em:

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    Síntese esquemáca da produção de líquidos pelo sistema gastrointesnal

    Avidade principal

    Absorção de água,eletrólitos e nutrientes.

    Cerca de 8,5 litros

    +

    1,5 litros de alimentos

    Produção Diária

    ▪ 1,2 litros de saliva

    ▪ 2,0 litros de suco gástrico

    ▪ 1,5 litros de suco pancreáco

    ▪ 0,7 litros de bile

    ▪ 3,0 litros de suco entérico

    Apenas 0,5 a 1,0 litro chegam

    à válvula ileocecal

    Fonte: Arquivo pessoal de Eline Lima Borges, 2013.

    Área de absorção: 550m²

    Os estomas intesnais  são construídos em alças com mobilidade e

    comprimento adequados para permir sua exteriorização através da paredeabdominal.

    Dessa maneira, os segmentos apropriados para a confecção de um estomaintesnal são: o íleo, o cólon transverso e o sigmoide. O estoma do segmentodistal do intesno delgado (íleo) é denominado ileostomia e o do intesnogrosso é colostomia. Para compreender o funcionamento do estomaquanto ao volume e às caracteríscas do euente, é essencial atentar para a

    produção de líquidos pelo sistema gastrintesnal no qual o intesno delgadoé o principal responsável pela absorção de água, eletrólitos e nutrientes(veja esquema seguinte).

    Estoma de eliminação intesnal é indicado em casos de má formação, detraumas, de danos causados por radiação e em alguns agravos agudos ecrônicos e é classicado segundo à duração em temporário ou denivoe aos pos de construção em terminal ou em alça. (Quadros 1.3 e 1.4). Osestomas de eliminação mais comuns e suas principais caracteríscas estãoapresentados no Quadro 1.5.

    parte 2:Estoma de eliminação

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    Quadro 1.3 - Indicações de colostomia

    Quadro 1.4 - Indicações de ileostomia

    Quadro 1.5 – Estomas intesnais mais frequentes e principais caracteríscas

    Tipo Indicações

    Colostomia terminal

    ▪ Após amputação abdominoperineal do reto (permanentes).▪ Após operação de Hartmann: sigmoidectomia ou retossigmoidectomiacom colostomia terminal e sepultamento do coto retal (temporárias oupermanentes).

    Colostomia em alça

    ▪ Proteção de anastomoses coloanais ou colorretais.▪ No tratamento inicial da obstrução do cólon esquerdo (“procedimento emtrês tempos”).

    ▪ No tratamento da perfuração do reto extraperitoneal.▪ No tratamento paliavo da neoplasia obstruva do cólon associada acarcinomatose peritoneal ou múlplas metástases a distância.▪ No tratamento dos processos infecciosos perineais graves.

    Tipo Indicações

    Ileostomia terminal

    ▪ Após colectomia total abdominal de urgência ou proctocolectomia total naretocolite ulcerava.▪ Na polipose adenomatosa familiar, em caso de câncer avançado noreto inferior ou na presença de múlplos pólipos retais na vigência de

    contraindicação técnica à anastomose íleo-anal com reservatório ileal.▪ Na construção de derivações urinárias.▪ Na situação de cânceres sincrônicos do reto inferior e do ceco.

    Ileostomia em alça

    ▪ Proteção de anastomoses íleo-anais, coloanais ou colorretais▪ Na doença de Crohn, nos raros casos de sepsia abdominal por perfuraçãoileocecal após ressecção ileal e nas situações de doença perianal quando aproctocolectomia é recusada.▪ No tratamento de perfurações intesnais com peritonite generalizada.▪ No tratamento paliavo da obstrução do cólon esquerdo, na ausência dealça fechada.

    Tipo Indicações

    Colostomia transversa

    • Abaixo do ângulo costal, normalmente à direita.• Colostomia em alça.• Protrusão de 1 a 3 cm acima do nível da pele, diâmetro de 6 a 10 cm.• Fezes semirmes ou líquidas – quandade relavamente alta de gases e

    fezes com mau odor.• Fezes lesivas à pele.

    Ileostomia

    • Quadrante inferior direito do abdome.• Ileostomia terminal: uma abertura, 3 a 4 cm acima do nível da pele.• Ileostomia em alça: duas aberturas – uma passiva no nível da pele e uma

    ava 3 a 4 cm acima do nível da pele.• Conteúdo intesnal líquido - 600 a 800 ml (menos gases do que o normal e

    odor desagradável/diferente do odor das fezes normais).

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    Quadro 1.6 - Tipos de estoma urinário

    Tipo Derivação O que é feito

    Exclusivo dotrato urinário

    Ureterostomia cutâneaO ureter é passado pela parede abdominal e xado àpele; não usa cateter (estoma temporário)

    Nefrostomia Um cateter é inserido na pelve renal por meio de

    uma incisão no anco (em geral temporária).

    Cistostomia Um cateter é inserido dentro da bexiga (temporáriaou permanente).

    Vesicostomia A bexiga é suturada na parede abdominal e umestoma é criado; não usa cateter (permanente).

    Envolve segmentode alça intesnal

    Ureterossigmoidostomia Os ureteres são introduzidos no sigmoide permindoo uxo da urina através do cólon e saída pelo reto

    Conduto ileal(cirurgia de Bricker)

    Os ureteres são transplantados para uma secção doíleo que é exteriorizada através da parede abdominal(estoma). Pode ser ulizada alça do cólon sigmoide(permanente)

    Reservatório ilealconnente(Bolsa de Kock)

    Implante dos ureteres para um segmento isoladodo íleo com válvula unidirecional (estoma)(permanente).

    A derivação urinária é a criação de um trajeto alternavo de drenagem ouarmazenamento de urina cuja construção pode usar exclusivamente o tratourinário ou combinado com parte de alça intesnal (íleo ou cólon). (Quadro 1.6)

    No grupo da derivação urinária, destaca-se como o mais frequente o condutoileal (urostomia), também denominado cirurgia de Bricker, que apresenta estomaurinário construído com o segmento distal do íleo e exteriorizado no quadranteinferior ou superior direito do abdômen tendo como caracteríscas:

    • protrusão de 2 a 3 cm acima do nível da pele;

    • drenagem connua de urina;

    • eliminação de muco junto com urina.

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    Figura 1.2: Medidor para mensuração do estoma

    parte 3:Indicação dos dispositivos e adjuvantes

    O estoma – intesnal ou urostomia – deve ser avaliado quanto ao tamanho,à cor, ao brilho e à presença de muco, considerando suas caracteríscas:

    • Coloração rosa-avermelhada

    • Umidade

    • Discreto sangramento quando friccionado

    • Insensibilidade tácl

    • Eliminação involuntária de fezes

    • Edema transitório (até a sexta ou a oitava semana de pós-operatório).

    Na Figura 1.1 seguinte, algumas dessas caracteríscas podem ser idencadas:

    Figura 1.1: Ileostomia em alça.

    Fonte: Arquivo pessoal de Eline Lima Borges, 2012.

    Para selecionar o disposivo adequado, é imprescindível avaliar  altura,formato e o diâmetro do estoma (Figura 1.2).

    Edema: aspecto etumecido

    Destaca-se  que é essencial o uso de

    medidor na mensuração do diâmetro do

    estoma nas primeiras semanas de pós-operatório (até o estoma tomar a formae o tamanho denivos).

    O diâmetro do oricio da placa da bolsacoletora deve ser o mesmo do estoma.

    Essa recomendação visa evitar que a

    pele exposta ao redor do estoma tenha

    contato com o euente.

    Cor: rosa-avermelhada

    Umidade

    Fonte: Arquivo pessoal de Eline Lima Borges, 2013.

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    Fonte: Arquivo pessoal de Eline Lima Borges, 2012.

    Quanto à pele, é importante que seja avaliada quanto aos seguintesaspectos: cor, integridade, turgor e área para aplicação da placa. Processosalérgicos ou irritavos tendem a alterar essas três caracteríscas. A pessoacom estoma pode apresentar complicações na pele e no estoma. As maisfrequentes no atendimento domiciliar são:

    • Sangramento

    • Dermate

    • Retração

    • Estenose

    • Prolapso

    • Hérnia paraestomal.

    A dermate periestomal pode ocorrer, com maior frequência, na ileostomiaou colostomia direita. É a complicação mais séria porque provoca a perdada integridade da pele periestoma, impedindo a colocação do disposivocoletor e com grande impacto na qualidade de vida da pessoa estomizada(Figuras 1.3 e 1.4).

    Figura 1.3: Ileostomia em alça com dermate da pele ao redor

    A presença da dermate em geral desencadeia dor, que pode ser intensa,em especial, ao remover a barreira adesiva, aumenta o risco de vazamentosde euentes pelo equipamento coletor, o que leva ao surgimento de odorfédo provocando o afastamento da pessoa de avidades sociais, até noâmbito da família. Importante destacar, também, o impacto da dermateno custo do cuidado à pessoa, pois obrigatoriamente demanda consultasespecializadas, equipamentos coletores e adjuvantes em maior quandade

    pelas desordens da pele periestoma.

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    Fonte: Arquivo pessoal de Eline Lima Borges, 2007.

    A prevenção da dermate  depende de uma boa higienização da pelecom água e sabão neutro e perfeita colocação do equipamento coletor. Otratamento requer pó e pomadas protetoras e cicatrizantes.

    Algumas pessoas com estoma intesnal, principalmente ileostomia, podemapresentar outras complicações, por exemplo, a diarreia. No ileostomizado,essa intercorrência aumenta o risco de desidratação, pelas caracteríscasaquosas do euente. Em caso de diarreia, existem alguns alimentos quepodem ajudar a melhorar a consistência do euente, e alimentos e bebidasque poderão soltar o intesno deverão ser evitados.

    Para o controle da eliminação do euente é necessário combinar o consumodos alimentos.

    Para tanto, o estomizado deve receber orientação de nutricionista.

    Importante:

    Figura 1.4. Ileostomia com duas bocas com prolapso e dermate na pele.

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    O melhor disposivo é aquele o qual a pessoa apresenta facilidade em usare que seja simples, práco, confortável, seguro, discreto, forneça proteção àpele e impeça odores desagradáveis. O prossional, no momento de indicaro disposivo, deve considerar os dados referentes às condições da pele eestoma, além das habilidades cognivas da pessoa em aprender, destrezamanual e deciências sicas para o manejo do equipamento. Para a seleção eindicação de disposivos e adjuvantes, os seguintes fatores devem avaliados.

    • Faixa etária do estomizado

    • Tipo de estoma: intesnal ou urinário

    • Localização do estoma

    Para colostomia descendente e sigmoidostomia, é recomendado o uso debolsa fechada, opaca, com ltro  para permir a eliminação de gases. Odisposivo coletor deve ser trocado logo após a eliminação do euente,portanto, está indicado para pessoas que apresentam no máximo duaseliminações ao dia.

    Para colostomia ascendente, ileostomia e urostomia e sigmoidostomia,é recomendado o uso de bolsa drenável, opaca. Para as demais pessoas,

    recomenda-se o uso de bolsa drenável, opaca, de preferência com ltro. Odiâmetro do recorte da placa adesiva de todos os disposivos deve car justoao estoma para que não haja contato do euente com a pele. Considerandoa necessidade de estabelecer critérios para a indicação de equipamentoscoletores e adjuvantes de segurança e proteção para pessoas com estomas,é imprescindível considerar o seguinte:

    • Existe uma variedade de condições nas quais os estomas podem ser indicados.

    • Os estomas podem ser provisórios ou denivos, nas diferentes faixas etárias,desde os neonatos aos idosos.

    • A pessoa com estoma necessita de diferentes equipamentos coletores e

    adjuntos para o seu processo de reabilitação. Estes podem variar conformea faixa etária, o po de estoma (intesnal ou urinário), as caracteríscasindividuais relacionadas ao po de pele e à constuição sica, as caracteríscasdo estoma e presença de complicações.

    • A pessoa com estoma pode necessitar de vários equipamentos coletores eadjuntos simultaneamente (bolsas, presilhas, cintos, barreiras protetoras,pasta, dentre outros), conforme sua condição especíca e a fase doatendimento pós-operatório.

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    Em 2009 foi publicada a Portaria n. 400 de 16 de novembro de 2009 em queestão estabelecidas as Diretrizes Nacionais para a Atenção à Saúde das PessoasEstomizadas no âmbito do SUS, a serem observadas em todas as unidadesfederadas, respeitadas as competências das três esferas de gestão. EstaPortaria determina a obrigatoriedade de vistoria, acompanhamento, controlee avaliação dos Serviços de Atenção à Saúde das Pessoas Ostomizadas.Recomenda os pos e quandade de bolsas coletoras e adjuvantes para

    cada po de estomizado. Disponível em:

    Leitura obrigatória:

    O prossional deve idencar as necessidades do estomizado e estabelecerno plano de cuidado individual estratégias que potencializem sua reabilitação.A diversidade de pos de disposivos e adjuvantes requer que o prossionalavalie periodicamente a pessoa e o estoma para indicar corretamente essesmateriais evitando complicações e desperdício.

    Quando o prossional é atento a esses fatores, é possível reduzir os custos

    para a pessoa, a família e para o próprio Sistema de Saúde. A indicaçãode disposivo conforme caracterísca do estoma de eliminação está nosQuadros 1.7, 1.8, 1.9 e 1.10.

    Quadro 1.7– Disposivos e adjuvantes para estomas intesnais sem complicação

    Tipos e caracteríscas do Estoma Disposivos e adjuvantesrecomendados

    Sigmoidostomia ou colostomiadescendenteFormato redondo, euente de

    consistência sólida e até duaseliminações diárias.

    Disposivo intesnal, uma peça, adulto.Bolsa fechada, opaca, com ltro.Placa plana, pré-cortada com diâmetro

    correspondente ao do estoma.

    Sigmoidostomia ou colostomiadescendenteFormato ovalado ou irregular, euentede consistência sólida e até duaseliminações diárias.

    Disposivo intesnal, uma peça, adulto.Bolsa fechada, opaca, com ltro.Placa plana, recortável, com ou semmicropore nas bordas.

    Colostomia ascendenteFormato redondo e mais de duaseliminações diárias.

    Disposivo intesnal, uma peça, adulto.Bolsa drenável, opaca, com ltro.Placa plana, pré-cortada, com pré-cortedo diâmetro do estoma, com ou semadesivo microporoso nas bordas.

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    ColostomiaFormato ovalado ou irregular e maisde duas eliminações diárias.

    Disposivo intesnal, uma peça, adulto:Bolsa drenável, opaca, com ltro e comfechamento por clamp.Placa plana, recortável, com ou semmicropore nas bordas.

    Ileostomia com formato redondo emais de duas eliminações diárias.

    Disposivo intesnal, uma peça, adulto.Bolsa drenável, opaca, sem ltro. Placa plana, pré-cortada, com pré-corte do diâmetro do estoma, com ousem adesivo microporoso nas bordas

    Ileostomia com formato ovalado ouirregular e mais de duas eliminaçõesdiárias.

    Disposivo intesnal, uma peça, adulto:Bolsa drenável, opaca, sem ltro e comfechamento por conectores pláscos.Placa plana, recortável, com ou semmicropore nas bordas.

    Quadro 1.8 – Disposivos e adjuvantes para estomas intesnais com complicação

    Tipos e caracteríscasdo Estoma

    Disposivos e adjuvantes recomendados

    Colostomia comprolapso

    • Disposivo intesnal, duas peças, adulto. Bolsadrenável, opaca, com ltro, com ange. Placaplana, recortável, com ange compavel com aange da bolsa, com haste, com ou sem adesivomicroporoso nas bordas.

    • Cinto para bolsa de estoma, adulto, elásco ajustávelcom bordas para encaixe universal em hastes dosdisposivos coletores de uma ou duas peças.

    Ileostomia comprolapso

    • Disposivo intesnal, duas peças, adulto. Bolsadrenável, opaca, sem ltro, com ange. Placaplana, recortável, com ange compavel com aange da bolsa, com ou sem adesivo microporosonas bordas

    Colostomia plana, comretração ou estenose • Disposivo intesnal, duas peças, adulto: Bolsadrenável, opaca, com ltro, ange e haste. Placaconvexa, recortável, com ange compavel com abolsa, com ou sem micropore nas bordas.

    • Cinto para bolsa de ostomia, adulto, eláscoajustável com bordas para encaixe universal emhastes dos disposivos coletores de uma ou duaspeças.

    • Pasta protetora de pele em ta ou pomada.

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    Ileostomia plana, comretração ou estenose

    • Disposivo intesnal, duas peças, adulto. Bolsadrenável, opaca, sem ltro, com clamp avulsoe ange. Placa convexa, moldável, com angecompavel com a bolsa, com ou sem adesivomicroporoso nas bordas.

    • Disposivo intesnal, duas peças, adulto: Bolsadrenável, opaca, sem ltro, com clamp avulsoe ange. Placa convexa, recortável, com angecompavel com a bolsa, com haste, com ou semmicropore.

    • Cinto para bolsa de estoma, adulto, eláscoajustável com bordas para encaixe universal emhastes dos disposivos coletores de uma ou duaspeças.

    • Pasta protetora de pele em ta ou pomada.

    Colostomia comdescolamento mucocutâneo ou dermatemoderada e grave

    • Disposivo intesnal, duas peças, adulto. Bolsadrenável, opaca, com ltro, com ange e haste.Placa plana, recortável, com ange compavel coma bolsa, com ou sem micropore nas bordas.

    • Pasta protetora de pele em ta ou pomada.• Barreira protetora de pele, em pó.• Solução protetora cutânea em spray .

    Ileostomia comdescolamentomucocutâneo oudermate moderada egrave

    • Disposivo intesnal, duas peças, adulto. Bolsadrenável, opaca, sem ltro, com ange e haste.Placa plana, recortável, com ange compavel coma bolsa, com ou sem micropore nas bordas.

    • Pasta protetora de pele em ta ou pomada.• Barreira protetora de pele, em pó.• Solução protetora cutânea em spray .

    Quadro 1.9 - Disposivo para estoma urinário sem complicação

    Tipos e caracteríscasdo Estoma

    Disposivos recomendados

    Urostomia comformato redondo,ovalado ou irregular

    • Disposivo urinário, uma peça, adulto. Bolsa drenável,transparente, com válvula anrreuxo e válvulade drenagem. Placa plana, recortável, com ou semadesivo microporoso nas bordas.

    • Disposivo coletor urinário de leito. Bolsatransparente, drenável, com válvula anrreuxoe válvula de drenagem, tubo extensor e conectoruniversal, com capacidade de 1.500ml

    • Disposivo coletor urinário de perna. Bolsatransparente, drenável, mulcanal, com válvulaanrreuxo e válvula de drenagem, tubo extensorsanfonado e conector universal, com sistema dexação em velcro, com capacidade de 350ml.

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    Quadro 1.10 - Disposivo para estoma urinário com complicação

    Tipos e caracteríscasdo Estoma

    Disposivos recomendados

    Urostomia plana ouretração

    • Disposivo urinário, duas peças, adulto. Bolsadrenável, transparente, com ange, com válvulaanrreuxo e válvula de drenagem. Placa convexa,moldável, com ange compavel com a bolsa, comou sem adesivo microporoso.

    • Disposivo urinário, duas peças, adulto. Bolsa

    drenável, transparente, com válvula anrreuxoeválvula de drenagem com regulagem de jato,ange, haste. Placa convexa, recortável, comange compavel com a bolsa, com ou semadesivo microporoso.

    • Pasta protetora de pele em tubo com 56,7 gramasde pomada.

    • Disposivo coletor urinário de leito. Bolsatransparente, drenável, com válvula anrreuxoeválvula de drenagem, tubo extensor e conectoruniversal, com capacidade de 1.500 ml.

    • Disposivo coletor urinário de perna. Bolsatransparente, drenável, mulcanal, com válvulaanrreuxo e válvula de drenagem, tubo extensorsanfonado e conector universal, com sistema dexação em velcro, com capacidade de 350 ml.

    Urostomia comdescolamentomucocutâneo oudermate moderada egrave

    • Disposivo urinário, duas peças, adulto. Bolsadrenável, transparente, com ange, com válvulaanrreuxoe válvula de drenagem.

    • Placa plana, recortável, com ange compavelcom ange da bolsa, com ou sem adesivomicroporoso nas bordas.

    • Disposivo urinário, duas peças, adulto. Bolsadrenável, transparente, com ange, com válvulaanrreuxoe válvula de drenagem.

    • Placa plana, moldável, de, com ange compavelcom ange da bolsa, com ou sem adesivomicroporoso nas bordas.

    • Pasta protetora de pele em ta ou pomada.• Barreira protetora de pele, em pó.• Solução protetora cutânea em spray .

    Para obter o resultado nal de sucesso, é importante que o equipamentocoletor e os adjuvantes sejam indicados visando ao retorno da pessoa àsavidades trabalhistas, laboravas e sociais. Para certas pessoas, o sistema

    duas peças pode propiciar mais facilidade na sua higienização e, com isso,acelerar o processo de reabilitação.

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    O atendimento à pessoa com estoma inclui obrigatoriamente:

    • a avaliação da pessoa e do estoma,

    • a prescrição e o fornecimento quanqualitavo do disposivo e adjuvantede proteção e de segurança.

    Finalizando esta primeira unidade é importante destacar que o recorteao conteúdo considerou sua importância como conhecimento de apoio ainiciava e ações do  prossional de saúde que atua no domicílio, uma vezque muitas pessoas atendidas nesse cenário demandam cuidados no manejo

    de estoma de alimentação ou eliminação.

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    Referências

    Leitura obrigatória:

    BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Portaria n. 400,

    de 16 de novembro de 2009. Estabelece Diretrizes Nacionais para a Atenção

    à Saúde das Pessoas Ostomizadas no âmbito do Sistema Único de Saúde-SUS.

    Brasília, 2009. Disponível em: . Acesso em 10 de set. de 2013.

    Leitura recomendada

    SANTOS, J. S. et al . Gastrostomia e jejunostomia: aspectos da evolução técnica

    e da ampliação das indicações. Medicina, v. 44, n. 1, p. 39-50, 2011. Disponívelem: . Acesso em: 5 de set. de 2013.

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    unidadeLESÕES CUTÂNEAS CRÔNICAS 2

    Esta unidade aborda situações e processos que fundamentam a elaboraçãodo plano de cuidado à pessoa com lesão cutânea, em AD, destacando:

    1. Ferida Cirúrgica Complexa

    2. Lesões Cutâneas Crônicas

      2.1. Úlcera vasculogênica

      2.2. Úlcera por pressão

    3. Colonização críca e infecção

    4. Coberturas interavas

    Objevo:

    • Idencar princípios e indicadores que orientam a avaliação de lesõescutâneas crônicas para indicação de coberturas interavas.

    O aumento de pessoas com lesões cutâneas crônicas, atendidas em domicílio,demanda dos prossionais das equipes de saúde cuidados cada vez mais

    complexos e especícos.

    Entre as lesões cutâneas prevalentes na AD estão:

    • A ferida cirúrgica complexa  – resultante de complicações quecomprometem o processo de cicatrização da ferida cirúrgica simples.Dessas complicações, as mais frequentes são o hematoma, o seroma, ainfecção e a deiscência de sutura.

    • As lesões cutâneas crônicas  – também denominadas úlceras – têmorigem nas vasculopaas (venosas ou arteriais) e na pressão acentuadanas proeminências ósseas (úlcera por pressão).

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    parte 1:Ferida cirúrgica complexa

    Desde a década de 50, a incidência de ferida cirúrgica complexa varia de 0,5%a 3,0% da população. Esse dado permanece inalterado apesar dos avançosciencos ocorridos no úlmo século. Na práca, as complicações maisfrequentes da ferida cirúrgica simples são seroma, hematoma, deiscênciae infecção, podendo uma desencadear outra. A pessoa com ferida cirúrgicacomplexa (Figuras 2.1 e 2.2) em AD demanda dos prossionais de saúdeatendimento e cuidados cada vez mais especícos.

    Os desconfortos mais comuns são dor e exsudato que, em geral, estão

    associados ao odor fédo, alterações do sono, restrição das avidadescodianas e isolamento social.

    Figura 2.1: Abdômen: ferida cirúrgica

    Fonte: Arquivo pessoal Eline Lima Borges, 2013

    Figura 2.2: Períneo: ferida cirúrgica complexa

    Fonte: Arquivo pessoal Eline Lima Borges, 2013

     

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    Alguns fatores podem aumentar o risco de complicações na ferida e afetaro processo de reparação ssular. Dentre esses fatores, destacam-se: idade,desnutrição, doença consumpva e o uso de medicamentos imunossupressores(fatores sistêmicos) e fatores locais (infecção e desvitalização ssular).

    Importante:

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    parte 2:Lesão cutânea crônica

    A lesão cutânea crônica caracteriza-se clinicamente pela desconnuidadecircunscrita na supercie da pele. Apresenta-se como perda tecidualenvolvendo as camadas da pele associada, ou não, ao compromementodo tecido mole e tendão. A presença da úlcera está associada à dor e àdiminuição da qualidade de vida.

    2.1. Úlcera vasculogênica

    Essa lesão pode ser desencadeada por suprimento sanguíneo inadequado(arterial) e insuciência do sistema venoso. A ulceração afeta a produvidadeno trabalho restringindo as avidades da vida diária e de lazer e gerando,muitas vezes, aposentadoria por invalidez.

    A úlcera vasculogênica é causada por disfunção do sistema vascular arterialou venoso e é caracterizada por perda do tegumento, podendo angirsubcutâneo e tecidos subjacentes.

    Conforme o segmento vascular compromedo, pode ser: venosa e arterial.Cada po de úlcera apresenta caracteríscas disntas, destacadas a seguir:

    ◊ Úlcera venosa

    A úlcera vasculogênica mais frequente é decorrente da insuciência venosacrônica (IVC), denominada úlcera venosa. A incidência de insuciência venosacrônica na população aumenta com a idade. Nas pessoas com mais de 70anos, a prevalência é 3%. Vale destacar que, além da idade, a história préviade trauma no membro inferior afetado, história de tromboebite, históriafamiliar de varizes ou IVC são também importantes fatores de risco associadosao aumento da incidência de IVC e, consequentemente, de úlcera venosa.

    A anatomia do sistema venoso é imprescindível para a compreensão da insuciênciavenosa. Você pode ler sobre esse tema no texto de José Aderval Aragão, FranciscoPrado Reis, Guilherme Benjamin Brandão Pia.

    Disponível em:

    Leitura obrigatória:

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    A IVC decorre da hipertensão venosa de longa duração, causada porincompetência das válvulas venosas superciais, profundas ou, ainda, pelaobstrução de qualquer parte do sistema venoso. É caracterizada por um conjuntode eventos que ocorrem na pele e no tecido subcutâneo, principalmente nosmembros inferiores. Esses compromementos desencadeiam alterações naperna, culminando com o surgimento da úlcera (Quadro 2.1 e Figura 2.3).

    Quadro 2.1: Alterações decorrentes da insuciência venosa crônica (IVC)

    Tipo de Alteração Denições e caracteríscasVeias varicosas Veias do subcutâneo dilatadas, tortuosas, palpáveis, normalmente

    maiores que 4 mm, medidas na posição ortostáca.

    Edema persistente Ocasionado pelo aumento crônico da pressão intravascularnos MM2, o que deforma e dilata os vasos, tornando asmicrovalvas incompetentes para o efevo retorno venoso.Essa pressão constante e o retorno venoso compromedoalteram as funções celulares, acarretando necrose tecidual eúlceração da pele.

    Hiperpigmentação Efeito causado pela degradação das hemácias extravasadaspara o subcutâneo, local onde se rompem, levando àdegradação da hemolobina em hemossiderina, tornando a

    pele de cor acastanhada.

    Eczema de estase Reação de hipersensibilidade na pele causada pelotratamento tópico. Pode desencadear descamação, formarvesículas, ou ser secretante.

    Dermatoesclerose(hipodermite,dermatoesclerose)

    Inamação e brose localizada da pele e tecido subcutâneoda perna, às vezes associada a cicatrizes e contratura dotendão de Aquiles. É sinal de IVC avançada.

    Fonte: Arquivo pessoal de Eline Lima Borges, 2013.

    Figura 2.3: Sinais de insuciência venosa

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    • Pressão na posição supina – limite 11 a 15 Mmhg não leva a formaçãode edema

    • Pressão na posição ortostáca / imobilidade –80 a 90 Mmhg leva aformação de edema

    Lembrete:

    ◊ Caracteríscas da úlcera venosa

    Em geral, está localizada no terço inferior ou médio da perna (região dapolaina) e apresenta as seguintes caracteríscas:

    • Aspecto supercial / rasa

    • Não apresenta exposição de tendão

    • Exsudava

    • Apresenta tecido necróco amarelado

    • Odor desagradável

    • Queixa de dor (Figura 2.4)

    Figura 2.4: Úlcera venosa

    Fonte: Arquivo pessoal de Eline Lima Borges, 2013.

    Em geral, as úlceras venosas têm caráter recorrente e incidem no mesmo local.

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    Em geral, as úlceras venosas têm caráter recorrente e incidem nomesmo local.

    O tratamento de pessoas com úlceras venosas deve ser centrado

    nas medidas para melhorar o retorno venoso, controlar os fatoressistêmicos e providenciar um ambiente adequado na ferida parapromover a cicatrização. O tratamento deve ser prestado por médicos,enfermeiros e outros prossionais de saúde, com a cooperação dapessoa, sendo primordial o uso de terapia de compressão.

    ◊ Úlcera arterial

    Ainda nos membros inferiores, podem ser encontradas úlcerasarteriais decorrentes da interrupção do uxo arterial parcial e/ou total. Essas ocorrem com frequência nos dedos e nos pés, poisnesses locais as artérias são únicas e distais, o que reduz as chancesdo desenvolvimento de vasos com a nalidade colateral para atendera demanda celular local.

    ◊ Como se forma a úlcera arterial

    É causada majoritariamente pela aterosclerose, doença inamatóriae degenerava dos grandes vasos arteriais causada pelo acúmulode placas de colesterol, células e tecidos degradados que estreitamprogressivamente o lúmen do vaso, levando à insuciência arterial.É caracterizada pela diminuição do uxo sanguíneo para os membrosinferiores e, na maioria das vezes, é decorrente de obstruçãomecânica. Conforme a evolução o agravo da forma crônica éresponsável pelo surgimento da úlcera arterial.

    A arteriosclerose incide com maior frequência e intensidade em indivíduoscom fatores de risco, sendo considerados os principais: idade, sexo,

    hipertensão arterial, diabetes melitus, estados de hiperlipidemias, tabagismo,vida sedentária e os fatores genécos.

    ◊ Sinais e sintomas mais comuns da insuciência arterial

    • Claudicação intermitente

    • Dor em repouso

    • Neuropaa isquêmica

    • Alterações musculoesquelécas

    • Alterações na pele• Gangrena

    Leia:

    1. “Apectos Gerais sobreÚlcera Venosa – TerapiaCompressiva”, nas páginas 53 a66 da tese “Tratamento Tópico

    de Úlcera Venosa: proposta

    de uma diretriz baseada em

    evidências”, de Eline LimaBorges, disponível em: hp://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=web&cd=2&ved=0CDcQ FjAB&url=http%3A%2F%2Fwww.teses.usp.br%2Fteses%2Fdisponiveis%2F22%2F22132%2Ftde-12122005-110012%2Fpublico%2Ftesetratamentotopicoulceravenosa.pdf&ei=z36uUd2iHI6J0QGYrICoBQ&usg=AF

    QjCNGyb87XUwL501R1KaVTRsoqp2ZBpA&bvm=bv.47244034,d.dmQ 

    2. O texto de Newton de Barros

    Júnior “insuciência VenosaCrônica”. Disponível em:

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    • Úlcera arterial que é a úlma fase da isquemia crônica

    São caracteríscas da perna com insuciência arterial: a ausência de pelos,a cianose, hipotermia, com diminuição ou ausência de pulsos mais unhassecas e amareladas picam a perna com insuciência arterial. A insuciênciaarterial crônica pode desencadear o surgimento da úlcera que apresenta asseguintes caracteríscas (Figura 2.5):

    • Localização: na extremidade do pé (calcâneo ou dedos).

    • Formato: arredondado.

    • Presença de tecido necróco seco e aderido

    Fonte: Arquivo pessoal de Eline Lima Borges, 2012.

    O tratamento de úlceras arteriais requer cuidados especiais eespecícos que exigem dos prossionais: avaliação da pessoa, daperna e da úlcera de forma a fundamentar e orientar o plano decuidados, objevando melhorar o uxo arterial.

    2.2. Úlcera por pressão

    Em fevereiro de 2007, o Naonal Pressure Ulcer Advisory Panel

    (NPUAP) apresentou a nova denição da úlcera por pressão (UP): éuma lesão localizada na pele e/ou no tecido ou estrutura subjacente,geralmente sobre uma proeminência óssea, resultante de pressãoisolada ou de pressão combinada com fricção e/ou cisalhamento.Inúmeros fatores contribuintes ou fatores de confusão podemtambém estar associados às UP. O signicado desses fatores, no

    entanto, ainda deve ser elucidado.

    Acesse e estude:

    1. O exame clínico realizado

    nas doenças arteriais de Emil

    Burihan e José Carlos Costa

    Bapsta-Silva. Disponível em:

    2. Feridas Crônicas  de Maria

    Helena Larcher Caliri daUniversidade de São Paulo de

    Ribeirão Preto. Disponível em: - (hp://www.npuap.org)

    Figura 2.5: Úlcera arterial em calcâneo

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    A denição e classicação da UP também foram revisadas pelo NPUAP,subsidiadas na validação de aparência, clareza, ulidade e discriminação daslesões. Foram mandos os quatro estágios originais (de I a IV) e adicionadosmais dois referentes à Lesão Tissular Profunda e Úlceras que não podem ser

    classicadas (Quadro 2.3 e Figura 2.6).

    Quadro 2.3: Descrição resumida da classicação da úlcera por pressão

    Categoria Descrição

    Estágio I Pele intacta com hiperemia de uma área localizada que nãoesbranquece, geralmente sobre proeminência óssea. A pele decor escura pode não apresentar esbranquecimento visível: suacor pode diferir da pele ao redor.

    Estágio II Perda parcial da espessura dérmica. Apresenta-se comoúlcera supercial com o leito de coloração vermelho pálida,sem esfacelo. Pode apresentar-se ainda como uma bolha(preenchida com exsudato seroso), intacta ou aberta/rompida.

    Estágio III Perda de tecido em sua espessura total. A gordurasubcutânea pode estar visível, sem exposição de osso,tendão ou músculo. Esfacelo pode estar presente semprejudicar a idencação da profundidade da perda

    ssular. Pode incluir descolamento e túneis.Estágio IV Perda total de tecido com exposição óssea, de músculo

    ou tendão. Pode haver presença de esfacelo ou escara emalgumas partes do leito da ferida. Frequentemente, incluidescolamento e túneis.

    Suspeita de lesãossular profunda

    Área localizada de pele intacta de coloração púrpura oucastanha ou bolha sanguinolenta devido a dano no tecidomole, decorrente de pressão e/ou cisalhamento.

    Úlceras quenão podem serclassicadas

    Lesão com perda total de tecido, na qual a base da úlceraestá coberta por esfacelo (amarelo, marrom, cinza,esverdeado ou castanho) e/ou há escara (marrom, castanhaou negra) no leito da lesão.

    Figura 2.6: Úlcera por pressão

    Fonte: Arquivo pessoal de Eline Lima Borges, 2007.

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    Pessoas que apresentam risco para desenvolvimento deUP podem desenvolver essa lesão em 24 horas ou levaraté aproximadamente cinco dias para a sua manifestação,incluindo a pessoa do domicílio. Portanto, todos osprossionais de saúde, responsáveis pela prevenção doagravo, devem estar familiarizados com os principais fatoresde risco para a sua formação.

    Assim, se faz necessária a implementação de ações paraeliminar a pressão connua e aumentar a tolerância tecidual.

    Os cuidados para a prevenção de UP estão denidos peloMS, no protocolo da RDC 36 de 25 de julho 2013.

    Para saber MAIS sobre Úlcera

    por Pressão ACESSE:

    1. Protocolo para a Prevenção

    de Úlcera por Pressão.

    Disponível em: < hp://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/upp_revisado.pdf 

    2. Sobre prevenção tratamentode úlceras por pressão Guia de

    referência rápida do NPUAP/EPUAP. Disponível em: 

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    O diagnósco de infecção nas lesões cutâneas crônicasdepende da idencação de sinais locais sus:

    • atraso na cicatrização;

    • presença de friabilidade do tecido de granulação com

    pigmentações e despigmentações patológicas;

    • ausência de tecido de granulação no leito ou presença detecido anormal;

    • formação de bolsas ou pontes nas bases da ferida;alteração no odor; deterioração e reabertura da lesão;

    • aumento na drenagem do exsudato;

    • maceração, inamação e celulite; desconforto ou aumentoda dor na região da lesão e formação de abscesso.

    parte 3:Colonização crítica e infecção

    Frequentemente, a lesão crônica apresenta alto nível de colonização pororganismos bacterianos ou fúngicos. Isso se deve, em parte, ao fato deessa lesão permanecer aberta por prolongado período dada a demora nacicatrização e, também, devido à combinação com outros fatores, por exemplo:uxo sanguíneo reduzido, hipóxia e processo de enfermidade subjacente.

    A exacerbação da população microbiana, em algumas lesões crônicas, produzexcesso de toxinas desencadeando alterações locais (estagnação ou aumentoda área lesada, aumento da drenagem do exsudato, surgimento de tecido

    necróco).Esse excesso microbiano que precede a infecção da lesão é conhecido como“severamente colonizado” ou “cricamente colonizado”. É uma condição

    que não apresenta sinais de infecção clínica, na qual a carga biológica angeou se aproxima do nível máximo controlável pelo organismo da pessoa.Quando ocorre infecção, há produção de toxinas que induzem um aumento daquandade de citocinas pró-inamatórias.

    As exotoxinas microbianas produzidas lesam diferentes células, levandoà necrose tecidual. As bactérias contribuem para a redução das proteínasque favorecem quimiotaxia, aumento da produção de enzimas citotóxicas e

    dos radicais livres, acentuam a hipóxia, que é exacerbada pelos metabólitosvasocronstrivos, promovendo aumento da lesão tecidual e formação detecido necróco.

    Figura 2.7: Ferida cirúrgica em mama direita

    Fonte: Arquivo pessoal de Eline Lima Borges, 2010.

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    A pessoa com infecção na lesão pode apresentar sinais gerais inespecícos,por exemplo, anorexia, mal-estar geral e, nas pessoas diabécas, descontroleda glicemia. É importante idencar e diferenciar os sinais e os sintomas dacolonização, colonização críca, infecção local. O alcance e a intensidade dainfecção de uma ferida inuenciarão o tratamento.

    Não há dúvidas de que é necessário tratar de forma agressiva e rápida as

    infecções clínicas que desencadeiam a lesão ou impedem a sua completacicatrização. A evidência demonstra que uma carga bacteriana superior a 105organismos por grama de tecido prejudica gravemente a cicatrização.

    Importante:

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    O prossional deve escolher a cobertura subsidiado na avaliação clínica dapessoa e da lesão garanndo assistência de qualidade e conduta éca e legal,para tanto:

    • não experimentar produtos na lesão;

    • não solicitar aquisição de insumos pela pessoa ou por sua família;

    • indicar a cobertura pelo seu menor custo.

    Importante:

    parte 4:Coberturas interativas

    Cobertura é a denominação genérica do material usado para cobrir a lesãocutânea com capacidade de ocluir reduzindo a tensão de O² e garanndo aumidade e a temperatura siológica no leito da lesão (cobertura interava).

    A cobertura tem como nalidade:

    • promover ambiente úmido;

    • proteger a lesão contra traumas mecânicos;

    • proteger a lesão de infecções cruzadas;

    • absorver excesso de exsudato;

    • proporcionar conforto e segurança;

    • limitar o movimento dos tecidos adjacentes;

    • preencher espaço presente em lesão profunda;

    • auxiliar na hemostasia.

    São caracteríscas da cobertura:

    • moldável ao contorno do corpo

    • impermeável à água e a outros uidos;

    • ser atóxica e hipoalergênica;

    • ser de fácil aplicação e remoção.

    A indicação da cobertura depende da localização e das caracteríscas da lesão.

    A recomendação atual é a ulização de cobertura interava que favorece acicatrização em menor tempo, além de apresentar um melhor custo-efevoconsiderando o seguinte:

    • Mantém microambiente da lesão úmido, absorvendo ou fornecendo

    umidade conforme o volume de exsudato drenado pela lesão.

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    • Mantém temperatura ideal para a mitose celular esmulando a formaçãodo tecido de granulação e epitelização.

    • Esmula o desbridamento autolíco.

    Para auxiliar os prossionais na indicação, as coberturas estão assimcategorizadas conforme a sua principal ação:

    1. Absorventes

    2. Hidratantes

    3. Controladoras de odor

    4. Redutoras de microrganismos.

    1. Coberturas absorventes

    A principal caracterísca das coberturas absorventes é absorver o excesso deexsudato e manter o leito da lesão com umidade siológica.

    Nessa categoria, encontram-se diversas coberturas, sendo as mais

    frequentemente usadas:

    • Alginato de cálcio

    • Hidrobra

    • Espuma

    • Compressa absorvente.

    A cobertura de alginato de cálcio é estéril, oclusiva, não impermeável,disponível na forma de placa ou cordão. O contato da cobertura com exsudatogera uma reação de troca iônica entre o cálcio do alginato, o sódio do sanguee exsudato. Essa troca transforma o alginato em um gel suave, broso, nãoaderente, com capacidade de absorção, mantendo um meio úmido, quefacilita a migração de células epiteliais, esmula a ação macrofagocitária,no desbridamento autolíco e libera fatores de crescimento, diminuindo otempo de cicatrização. (Figura 2.8)

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     Figura 2.8: Alginato de cálcio na apresentação de placa e cordão

    Fonte: Arquivo pessoal de Eline Lima Borges, 2013.

    Indica-se cobertura de alginato de cálcio nos seguintes casos:

    • Lesão com volume de exsudato de moderado a intenso, independentede sua eologia.

    • Lesão com sangramento ou tecido necróco porque é capaz de propiciarhemostasia e desbridamento autolíco.

    A hidrobra  é um produto da evolução técnico-cienca composta por

    caboximelcelulose que é considerado um hidrocoloide em bra. É maleável,

    • Tem a capacidade de reter microrganismos em suas bras. Esse fatose deve a sua estrutura, portanto, as coberturas devem ser cortadas enunca devem ser esgarçadas para não danicar suas tramas.

    • Para ser manuseado, requer o uso de tesouras e luvas estéreis.

    • Necessita de cobertura secundária que pode ser a gaze dupla, gaze abertaou compressa e, para tornar-se impermeável, é necessário a aplicação delme de poliuretano.

    • Não requer que seja umedecido com soro siológico uma vez que suaindicação é para lesões de volume de exsudato de moderado a intenso,portanto a principal contraindicação para o uso dessa cobertura é apresença de pouco exsudato ou a sua ausência, além de lesão com perdatecidual supercial ou recoberta por escara.

    Destaque: sobre o alginato de cálcio...

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    em forma de placas e tas brancas. Essa cobertura absorve o excesso deexsudato, retendo-o em suas bras e transformando-se em gel translúcido.Mantém o meio úmido, auxilia no desbridamento autolíco, evitando amaceração da pele ao redor da lesão porque a absorção se faz somente deforma vercal. É capaz de reter microrganismos. (Figura 2.9)

    Figura 2.9: Hidrobra placa sobre úlcera venosa

    Fonte: Arquivo pessoal de Eline Lima Borges, 2013.

    São indicações da hidrobra:

    • Lesões com volume de exsudato moderado a intenso, com ou sem infecção.

    • Presença de exposição óssea ou de tendão pela sua ecácia em mantera umidade nessas estruturas preservando-as do ressecamento econsequente necrose.

    • Não deve ser aplicada em lesões secas ou pouco exsudavas porque nãohaverá umidade suciente para a ação do produto.

    • Demanda a aplicação de cobertura secundária por ser classicada comocobertura primária,

    • Não pode ser rasgada e para o seu corte e manuseio deve-se ulizartesouras e luvas estéreis.

    • A sua aplicação requer uma margem de 1 cm na pele íntegra ao redor da lesão.

    Você sabia que a hidrobra...

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    A espuma com borda... Não pode ser cortada, pois perde sua impermeabilidade;não deve ser usada em lesões com predomínio de tecido necróco ousangramento abundante; nas pessoas com pele frágil, deve ser previamenteaplicado creme barreira na pele circundante para sua proteção..

    Atenção:

    A cobertura de espuma é composta de lâminas de poliuretano, encontradasem vários tamanhos e formatos e com diferentes capacidades de absorçãode exsudato e adesividade à pele. Em relação às trocas gasosas, pode ser desemipermeável à impermeável e apresenta alta capacidade de absorção e deisolamento térmico, além de não aderir ao leito da lesão. (Figura 2.10)

    Figura 2.10: Espuma sem borda e com borda de diversos tamanhos

    Fonte: Arquivo pessoal de Eline Lima Borges, 2013.

    São indicações da cobertura de espuma:

    • Lesões superciais. Para lesões com profundidade, deve-se usar espumaespecíca para preencher esse espaço.

    • Lesões com volume de exsudato de pouco a moderado.

    A compressa absorvente, geralmente, é constuída por bras de acrílico,

    rayon e viscose ou algodão e viscose. (Figura 2.11). A camada em contatocom a lesão pode ser:

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    • coberta com uma na película microperfurada de poliuretano de alta ebaixa densidade que garante a absorção do exsudato e mantém um meioúmido, evitando a aderência da cobertura ao leito da lesão;

    • aluminizada por deposição de vapor (100% alumínio) que evita a aderênciada compressa ao leito da ferida e não favorece o crescimento bacteriano.

    Figura 2.11: Compressa absorvente

    Fonte: Arquivo pessoal de Eline Lima Borges, 2012.

    São indicações da compressa absorvente:

    • Lesões superciais. Para lesões com profundidade, deve-se usar espumaespecíca para preencher esse espaço.

    • Lesões com volume de exsudato de pouco a moderado.

    2. Coberturas hidratantes

    As coberturas dessa categoria têm a principal função de manter a hidrataçãodas células, porque agem na presença de mínimo volume de exsudato. O quediferencia essas coberturas das absorventes é a ausência de capacidade emabsorver volume de exsudato intenso. Nessa categoria, estão disponíveis nomercado nacional membranas de poliuretano, placa hidrocoloide e placa

    de hidrogel.

    As membranas de poliuretano, também denominadas lmes de poliuretano,são coberturas primárias, oclusivas, de natureza química, transparente,

    elásca. Podem ser encontradas nas seguintes formas: estéril e não estéril,

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    semipermeável ou impermeável. Também podem estar associadas à compressaabsorvente. Agem como barreira bacteriana ou viral e preserva a umidadenatural da lesão, reduzindo a desidratação e formação de crosta e tem comovantagem a possibilidade de visualização da lesão. (Figuras 2.11 e 2.12)

    Figura 2.12: Membranas de poliuretano

    Fonte: Arquivo pessoal de Eline Lima Borges, 2013.

    Figura 2.13: Membrana de poliuretano aplicada sobre cobertura interava

    e compressa.

    Fonte: Arquivo pessoal de Eline Lima Borges, 2012.

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    A membrana de poliuretano está indicada:

    • Nas lesões superciais, sem ou com pouco exsudato.

    • Como cobertura secundária, aplicando-a sobre cobertura estéril, paragaranr a impermeabilidade.

    • Para proteção de proeminências ósseas para redução do atrito empessoas com risco para desenvolver úlcera por pressão.

    A placa de hidrocoloide é uma cobertura oclusiva estéril, impermeável

    à água e agentes externos, composta de parculas hidroavas à base dehidrocoloides. Quando em contato com o leito da lesão, as parculas decelulose se expandem e absorvem o excesso de exsudato, promovendoa formação de um gel amarelado, viscoso, de odor acentuado. O usodo hidrocoloide requer pele íntegra ao redor da lesão para aplicação emanutenção da adesividade da placa. (Figuras 2.13).

    Figura 2.14: Placas de hidrocoloide sobre úlcera por pressão.

    • Estéril: não pode ser cortada porque esse ato modica a sua estrutura ereduz a sua adesão à pele. 

    • Não estéril: pode ser cortada e aplicada na pele adjacente a lesões drenantes,stulas e traqueostomia com o objevo de proteção dessa área.

    • Não é recomendável para pessoas com pele friável devido ao risco da perdada epiderme no momento da rerada do produto.

    Destaque sobre a membrana de poliuretano...

    Fonte: Arquivo pessoal de Eline Lima Borges, 2009.

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    • Apresenta camada externa, impermeável, que fornece proteção para a lesão,impedindo a propagação de microrganismos patogênicos. Também isola alesão do ar atmosférico, provocando hipóxia em seu leito, o que esmula aangiogênese. Mantém a umidade no leito lesado e as terminações nervosasumedecidas resultando no alívio da dor para a pessoa.

    • Em pessoas de pele frágil pode ocorrer maceração ao redor da lesãodecorrente da umidade proveniente do gel. Nos casos de maceração, acobertura deverá ser substuída por outra da categoria dos absorventesou aplicar protetor cutâneo antes da apli