Associação de Pais de Alunos do Lycée Pasteur Novembro...

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Associação de Pais de Alunos do Lycée Pasteur Novembro 2017 - Português Que regras seguir? Que comportamentos adotar ou banir? Que conselhos, que questões podem servir como fundamento para criar um diálogo com nossos filhos sobre o uso das redes sociais? Um Zoom para compartilhar com vocês as reflexões e os conselhos de dois especialistas brasileiros para melhor apreender esse mundo interativo e hiperconectado das crianças do século XXI. Uma conferência cheia de bom-senso Alessandra Borelli, advogada, palestrante da Nethics Educação Digital e mãe de duas crianças, se deparava diversas vezes em seu escritório com problemas ligados ao uso de novas tecnologias, problemas legais graves que poderiam ter sido evitados se os pais e os filhos tivessem sido informados melhor informados e preparados para os desafios da internet. “Evolução das tecnologias e o papel da família e da escola na educação digital de crianças e adolescentes”: eis o título da conferência que ela nos propôs, cheia de vida, exemplos e conselhos práticos: cheia de bom-senso. Fato é que as crianças são muito hábeis com as tecnologias de hoje e que esse mundo virtual é inevitável. Portanto, é necessário acompanhá-los para ensiná-los a usar a net, interessar-nos por seu mundo online, seus interesses, para assim aproveitar o que há de melhor na rede. As crianças devem entender a implicação maior das redes sociais: a perda de controle de suas publicações. Tamanho é o poder de perpetuidade, disseminação e propagação da internet: uma publicação, principalmente aquela da qual nos arrependemos, navega sem fim na internet e pode ter consequências devastadoras. Todos os “milleniums” têm hoje um “dossiê digital” que tem cada vez mais importância para sua futura vida profissional (as empresas pesquisam n a s r e d e s sociais para obter os [email protected] 1 Comissão CESC da APE (Conselho de Educação à Saúde e Cidadania) Em 2017: Três conferências sobre três temas importantes da sociedade: neurociências, prevenção de vícios e redes sociais. Parabéns a todos e obrigado! Dez conselhos 1. Eu me informo sobre a internet, suas oportunidades e seus perigos. 2. Eu leio, converso com outros pais, descubro e me informo sobre sites, blogs. 3. Eu não proíbo, e sim oriento. 4. Nunca acredito que meus filhos estão 100% em segurança quando estão na internet. 5. Eu respeito as idades mínimas de acesso aos sites e jogos. 6. Eu converso com meus filhos sobre os perigos de dar informações pessoais sobre minha vida e minha família. 7. Eu explico porque eu não devo falar com estranhos na internet. 8. Eu me interesso pela educação e cidadania digital de meu filho. 9. Eu me informo sobre seus amigos virtuais. 10. Eu estabeleço regras que podem ser seguidas e respei- tadas. Z O O M Conferência redes sociais CONFERENCE RESEAUX SOCIAUX EN PORTUGAIS QUESTIONS RÉPONSES TRADUITES Mardi 7 Novembre à 19h Alliance Française Faria Lima De l’usage des réseaux sociaux, recommandations et bonnes pratiques. Outils, confidentialité, risques pénaux, liberté d’expression, controle parental, autant de sujets abordés par Alessandra Borelli, avocate, conférencière et membre active de nombreuses commissions en relation directe entre la technologie et l’enfance. Plus d’informations www.nethicsedu.com.br Entrée: R$ 20. Places limitées à 70. Aliança Francesa Faria Lima, Av Brigadeiro Faria Lima 2421 Estacionamento Conveniado rua Prudente Correia 427 Cocktail [email protected] 7 NOVEMBRE

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Associação de Pais de Alunos do Lycée Pasteur Novembro 2017 - Português

Que regras seguir? Que comportamentos adotar ou banir? Que conselhos, que questões podem servir como fundamento para criar um diálogo com nossos filhos sobre o uso das redes sociais? Um Zoom para compartilhar com vocês as reflexões e os conselhos de dois especialistas brasileiros para melhor apreender esse mundo interativo e hiperconectado das crianças do século XXI.

Uma conferência cheia de bom-senso Alessandra Borelli, advogada, palestrante da Nethics Educação Digital e mãe de duas crianças, se deparava diversas vezes em seu escritório com problemas ligados ao uso de novas tecnologias, problemas legais graves que poderiam ter sido evitados se os pais e os filhos tivessem sido informados melhor informados e preparados para os desafios da internet. “Evolução das tecnologias e o papel da família e da escola na educação digital de crianças e adolescentes”: eis o título da conferência que ela nos propôs, cheia de vida, exemplos e conselhos práticos: cheia de bom-senso. Fato é que as crianças são muito hábeis com as tecnologias de hoje e que esse mundo virtual é inevitável. Portanto, é necessário acompanhá-los para ensiná-los a usar a net, interessar-nos por seu mundo online, seus interesses, para assim aproveitar o que há de melhor na rede. As crianças devem entender a implicação maior das redes sociais: a perda de controle de suas publicações. Tamanho é o poder de perpetuidade, disseminação e propagação da internet: uma publicação, principalmente aquela da qual nos arrependemos, navega sem fim na internet e pode ter consequências devastadoras. Todos os “milleniums” têm hoje um “dossiê digital” que tem cada vez mais importância para sua futura vida profissional (as empresas p e s q u i s a m n a s r e d e s sociais para o b t e r o s

[email protected] �1

Comissão CESC da APE (Conselho de Educação à Saúde e Cidadania)

Em 2017: Três conferências sobre três temas importantes da sociedade: neurociências, prevenção de vícios e redes sociais. Parabéns a todos e obrigado!

Dez conselhos

1. Eu me informo sobre a internet, suas oportunidades e seus perigos. 2. Eu leio, converso com outros pais, descubro e me informo sobre sites, blogs. 3. Eu não proíbo, e sim oriento. 4. Nunca acredito que meus filhos estão 100% em segurança quando estão na internet. 5. Eu respeito as idades mínimas de acesso aos sites e jogos. 6. Eu converso com meus filhos s o b r e o s p e r i g o s d e d a r informações pessoais sobre minha vida e minha família. 7. Eu explico porque eu não devo falar com estranhos na internet. 8. Eu me interesso pela educação e cidadania digital de meu filho. 9. Eu me informo sobre seus amigos virtuais. 10. Eu estabeleço regras que podem ser seguidas e respei-tadas.

Z O O M Conferência redes sociais

CONFERENCE RESEAUX SOCIAUX EN PORTUGAIS QUESTIONS RÉPONSES TRADUITES

Mardi 7 Novembre à 19h Alliance Française Faria Lima De l’usage des réseaux sociaux, recommandations et bonnes pratiques. Outils, confidentialité, risques pénaux, liberté d’expression, controle parental, autant de sujets abordés par Alessandra Borelli, avocate, conférencière et membre active de nombreuses commissions en relation directe entre la technologie et l’enfance. Plus d’informations www.nethicsedu.com.br

Entrée: R$ 20. Places limitées à 70. Aliança Francesa Faria Lima, Av Brigadeiro Faria Lima 2421 Estacionamento Conveniado rua Prudente Correia 427 Cocktail [email protected]

7NOVEMBRE

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perfis profissionais de seus futuros empregados, investigando até post de quando os candidatos tinham 15 anos). Somos referências na vida de nossas crianças. Quem somos nós na net? Como usamos nossa imagem? E a de nossas crianças? Como nos comportamos nos grupos de WhatsApp? São pistas para pensarmos em sermos sempre um exemplo para nossas crianças: nos mantermos informados, comunicarmos honestamente nossas dúvidas e nossos temores, compartilhar nossos conselhos e nosso bom-senso. Como boa advogada, a Alessandra não pensou duas vezes em firmar um contrato com cada um de seus filhos no dia em que eles ganharam seu primeiro s m a r t p h o n e . Ca s o t e n h a interesse, peça-nos um modelo: [email protected]

Entrevista do Dr. Cristiano Nabuco Chefe do Departamento de Dependentes Digitais do Hospital das Clínicas

APE : Por que as redes sociais podem apresentar perigos para crianças e adolescentes? “A partir do momento em que o indivíduo navega, começa a entrar em ação a sua personalidade eletrônica que é diferente da comunicação que podemos ter cara a cara, com gestos de comunicação não verbal. Na internet, não há um retorno imediato, o cérebro não sabe se o que foi falado foi compreendido, criando assim uma desinibição. O cérebro exagera a intensidade da comunicação, assim o indivíduo que é do contra vai se tornar um insubordinado; o indivíduo pouco amigável vai se tornar agressivo, podendo haver uma sexualização em excesso. Quanto mais tempo usam, mais se expõem através dessa personalidade eletrônica que é mais intensa e que não sabe a diferença entre a comunicação normal e a virtual. O adolescente tem um discurso mais sexualizado e mais desinibido e se torna assim deselegante socialmente. Segundo perigo: ao captar informações na internet, o cérebro vai ativar regiões e funções distintas do que numa aula por exemplo, o que vai induzir uma progressiva superficialização. Eles vão se tornando mais rasos. Por último, quando navegamos e entramos “Praias do Nordeste” no navegador, os resultados vão ser diferentes para cada pessoa já que os algoritmos de busca se adaptam em função do que aquela pessoa já pesquisou. O mundo está se tornando cada

[email protected] �2

Testemunho de Karina psicóloga escolar do Lycée Pasteur

““Uma palestra rica e m d a d o s e i n f o r m a ç õ e s . É p r e c i s o p r e p a r a r nossos filhos e ajudar c o m r e l a ç ã o à s consequências do uso de redes sociais. Dentre elas, o risco do assédio na i n t e r n e t . O f a t o d e e s t a r d i s p o n í v e l e à e s c u t a s ã o elementos essenciais para evitar esse fenômeno. A fa l ta de conhecimento por parte das crianças e adolescentes, mas também por nós, pode ser a causa desse assédio. Uma vez mais, a educação anda de mãos dadas com o saber e o conviver.”

Testemunho da Isabel, mãe de aluno

“Eu gostaria de agradecer à APE por nos ter preparado essa palestra sobre as redes sociais; e s s e t e m a a t u a l d e v e s e r p r o f u n d a m e n t e d i s c u t i d o . Precisamos conhecer o seu f u n c i o n a m e n t o e s u a s consequências. A meu ver, a palestrante, Alessandra Borelli, foi uma ótima escolha, porque ela vive de perto esses problemas e desafios tanto com seus filhos quanto com seus clientes. Aliás, ela é super comunicativa e boa para falar com os alunos e professores do lycée. As mães do sétimo ano que não conseguiram assistir à palestra me pediram para preparar um resumo, porque esse tema as interessa muito.”

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vez mais customizado e as nossas informações estão disponíveis o tempo todo. Ao usar a tecnologia, o indivíduo tem tendência a desenvolver uma imagem narcisista.” APE : Por que as redes sociais têm tanto sucesso junto aos adolescentes? “Duzentos mil anos atrás, os homens se organizavam em torno de 100 a 120 pessoas. O macho alfa era a pessoa responsável pela busca de comida e tinha certos privilégios na tribo como o de ser o primeiro a se alimentar e escolher a sua fêmea. Era o modelo a ser seguido. Hoje, ao entrarmos nas redes sociais, temos 5000 pessoas ótimas e maravilhosas, que só vivem coisas boas. O cérebro do adolescente, que precisa da aprovação social, entra em curto. Viram dependentes e querem postar tudo o que fazem, criando assim uma ansiedade de fundo grande, que é o “fear of missing out” e trazendo o efeito rebote de maior infelicidade ao perceber isso.” APE : Como pais conectados, como podemos nos tornar credíveis para falar de perigos sobre redes sociais com os nossos filhos? “Existe um paradoxo atual de certos pais que pensam que quanto mais cedo o filho tiver acesso à tecnologia, mais “glamour” eles têm. A tecnologia é excelente mas é uma a r m a q u e t e m a possibilidade de esti-mular ou de fazer ao contrário. Hoje se sabe que, se a criança for exposta à tecnologia com 2 ou 3 anos de idade, ela terá um atraso no desenvolvimento da linguagem, pois precisa do meio-ambiente para se desenvolver. A hiperestimulação visual é ruim quando o cérebro não está plenamente desenvolvido. Toda essa tecnologia criou um deslumbramento e está engolindo as pessoas. Os aparelhos são cada vez mais “smart” mas o ser humano está ficando burro. Os pais precisam ficar mais atentos aos efeitos que a tecnologia pode gerar antes de introduzir a tecnologia em casa. “ APE : É possível educar uma criança ou um adolescente sem conexão nenhuma às redes sociais? “Hoje, não é realista. Se você não está na rede social, você não existe. Pode e deve usar a tecnologia mas com muito cuidado, não usando, por exemplo, durante as refeições ou na sala de aula ou na hora de dormir. O cérebro é o mesmo, não evoluiu com a tecnologia e tenta dar conta de todos esses estímulos.”

[email protected] �3

Bibliografia

• “Alone together” Why We Expect More from Technology and Less from Each Other, de Sherry Turkle, 2012

• “Copain des Geeks”, de Nathalie et Jean-Noël Lafargue, éditions Milan, 2017

• “Psicologia do Coti-diano: Como vivemos, pensamos e nos com-portamos”, de Cristiano Nabuco de Abreu, editora Artmed, 2016

• Nethics Educação Digital:

www.nethicsedu.com.br • “Educação Digital” – Coordenadora Juliana Abrusio – ed. Revista dos Tribunais

• Um dossiê especial sobre o assédio : http://nethicsedu.com.br/wp-content/uploads/2016/06/Cartilha-Bullying-_-tela-_-media-1.pdf

•  Acerca das recomendações e boas práticas para o uso das redes sociais: http://nethicsedu.com.br/wp-content/u p l o a d s / 2 0 1 5 / 0 5 / C a r t i l h a - O A B -Finalizada.compressed.pdf

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