Associação Brasileira de Horticultura - Volume 21 número 3 ...Hortic. bras., v. 21, n. 3,...

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Volume 21 número 3 julho-setembro 2003 ISSN 0102-0536 Hortic. bras., v. 21, n. 3, jul.-set. 2003. SOCIEDADE DE OLERICULTURA DO BRASIL Journal of the Brazilian Society for Vegetable Science UNESP – FCA C. Postal 237 - 18.603-970 Botucatu – SP Tel.: (0xx14) 6802 7172 / 6802 7203 Fax: (0xx14) 6802 3438 E-mail: [email protected] Presidente/President Rumy Goto UNESP-Botucatu Vice-Presidente/Vice-President Carlos Alberto Simões do Carmo INCAPER 1º Secretário / 1 st Secretary Arlete Marchi T. de Melo IAC 2º Secretário / 2 nd Secretary Ingrid B. I. Barros UFRGS-Porto Alegre 1º Tesoureiro / 1 st Treasurer Marcelo Pavan UNESP-Botucatu 2º Tesoureiro / 2 nd Treasurer Osmar Alves Carrijo Embrapa Hortaliças COMISSÃO EDITORIAL DA HORTICULTURA BRASILEIRA Editorial Committee C. Postal 190 - 70.359-970 Brasília – DF Tel.: (0xx61) 385 9088 / 385 9051 / 385 9073 / 385 9000 Fax: (0xx61) 556 5744 E-mail: [email protected] Presidente / President Leonardo de Britto Giordano Embrapa Hortaliças Coordenação Executiva e Editorial / Executive and Editorial Coordination Sieglinde Brune Embrapa Hortaliças Editores / Editors André Luiz Lourenção IAC Antônio Evaldo Klar UNESP Antônio T. Amaral Jr. UENF-CCTA Arthur Bernardes Cecilio Filho UNESP Carlos Alberto Lopes Embrapa Hortaliças Celso Luiz Moretti Embrapa Hortaliças César Augusto B. P. Pinto UFLA Cláudio Brondani Embrapa Arroz e Feijão Cláudio José da S. Freire Embrapa Clima Temperado Clementino Marcos Batista de Farias Embrapa Semi-Árido Daniel J.Cantliffe University of Florida Djalma Rogério Guimarães Instituto CEPA Eduardo S. G. Mizubuti UFV Eunice Oliveira Calvete UFP Francisco Bezerra Neto ESAM Jerônimo Luiz Andriolo UFSM José Magno Q. Luz UFU Marcelo Mancuso da Cunha IICA-MI Maria Aparecida N. Sediyama EPAMIG Maria do Carmo Vieira UFMS - CEUD - DCA Marie Yamamoto Reghin UEPG Marilene L. A. Bovi IAC Paulo César R. Fontes UFV Paulo César Tavares de Melo ESALQ Paulo Espíndola Trani IAC Renato Fernando Amabile Embrapa Cerrados Ricardo Alfredo Kluge ESALQ

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  • Volume 21 número 3julho-setembro 2003 ISSN 0102-0536

    Hortic. bras., v. 21, n. 3, jul.-set. 2003.

    SOCIEDADE DE OLERICULTURA DO BRASILJournal of the Brazilian Society for Vegetable ScienceUNESP – FCAC. Postal 237 - 18.603-970 Botucatu – SPTel.: (0xx14) 6802 7172 / 6802 7203Fax: (0xx14) 6802 3438E-mail: [email protected]/PresidentRumy GotoUNESP-BotucatuVice-Presidente/Vice-PresidentCarlos Alberto Simões do CarmoINCAPER1º Secretário / 1st SecretaryArlete Marchi T. de MeloIAC2º Secretário / 2nd SecretaryIngrid B. I. BarrosUFRGS-Porto Alegre1º Tesoureiro / 1st TreasurerMarcelo PavanUNESP-Botucatu2º Tesoureiro / 2nd TreasurerOsmar Alves CarrijoEmbrapa Hortaliças

    COMISSÃO EDITORIAL DAHORTICULTURA BRASILEIRAEditorial CommitteeC. Postal 190 - 70.359-970 Brasília – DFTel.: (0xx61) 385 9088 / 385 9051 / 385 9073 / 385 9000Fax: (0xx61) 556 5744E-mail: [email protected] / PresidentLeonardo de Britto GiordanoEmbrapa HortaliçasCoordenação Executiva e Editorial / Executive andEditorial CoordinationSieglinde BruneEmbrapa HortaliçasEditores / EditorsAndré Luiz LourençãoIACAntônio Evaldo KlarUNESPAntônio T. Amaral Jr.UENF-CCTAArthur Bernardes Cecilio Filho

    UNESPCarlos Alberto LopesEmbrapa HortaliçasCelso Luiz MorettiEmbrapa HortaliçasCésar Augusto B. P. PintoUFLACláudio BrondaniEmbrapa Arroz e FeijãoCláudio José da S. FreireEmbrapa Clima TemperadoClementino Marcos Batista de FariasEmbrapa Semi-ÁridoDaniel J.CantliffeUniversity of FloridaDjalma Rogério GuimarãesInstituto CEPAEduardo S. G. MizubutiUFVEunice Oliveira CalveteUFPFrancisco Bezerra NetoESAMJerônimo Luiz AndrioloUFSMJosé Magno Q. LuzUFUMarcelo Mancuso da CunhaIICA-MIMaria Aparecida N. SediyamaEPAMIGMaria do Carmo VieiraUFMS - CEUD - DCAMarie Yamamoto ReghinUEPGMarilene L. A. BoviIACPaulo César R. FontesUFVPaulo César Tavares de MeloESALQPaulo Espíndola TraniIACRenato Fernando AmabileEmbrapa CerradosRicardo Alfredo KlugeESALQ

  • 426 Hortic. bras., v. 21, n. 3, jul.-set. 2003.

    Programa de apoio a publicações científicas

    A revista Horticultura Brasileira é indexada pelo CAB, AGROBASE,AGRIS/FAO e TROPAG.

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    Horticultura Brasileira, v. 1 nº1, 1983 - Brasília, Sociedade de Olericultura do Brasil, 1983

    Trimestral

    Títulos anteriores: V. 1-3, 1961-1963, Olericultura.V. 4-18, 1964-1981, Revista de Olericultura.

    Não foram publicados os v. 5, 1965; 7-9, 1967-1969.

    Periodicidade até 1981: Anual.de 1982 a 1998: Semestralde 1999 a 2001: Quadrimestrala partir de 2002: TrimestralISSN 0102-0536

    1. Horticultura - Periódicos. 2. Olericultura - Periódicos. I. Sociedade de Olericultura doBrasil.

    CDD 635.05

    Tiragem: 1.000 exemplares

  • Volume 21 número 3julho-setembro 2003 ISSN 0102-0536

    Hortic. bras., v. 21, n. 3, jul.-set. 2003.

    SUMÁRIO/CONTENT

    CARTA DO EDITOR / LETTER FOR THE EDITOR141

    PESQUISA / RESEARCHApplication methods and dosages of thiamethoxam in thrips control on tomato plantsMétodos de aplicação e dosagem de thiamethoxam no controle de tripes em tomateC. G. Raetano; M. R. Kobayashi; W. R. Kuwahara; R. R. Vinchi 430Caracterização isoenzimática de oito acessos de Erva-de-bichoIsozimatic characterization in eight accesses of dotted SmartweedR. C. Lopes; V. W. D. Casali; L. C. A. Barbosa; P. R. Cecon 434Correlações genotípicas, fenotípicas e de ambiente entre dez caracteres de melancia e suas implicações para o melhoramento genéticoGenotypic, phenotypic and environmental correlations among agronomic traits and the consequences for watermelon breedingM. A. J.F. Ferreira; M. A. Queiróz; L. T. Braz; R. Vencovsky 439Plant spacing and pollen quantity on yield and quality of squash seedsEfeito do espaçamento entre plantas e quantidade de pólen sobre o rendimento e a qualidade de sementes de abóboraM. S. Lima; A. I. I. Cardoso; M. F. Verdial 445Efeito da adubação sobre a incidência de traça-do-tomateiro e alternaria em plantas de tomateEffect of fertilization on the incidence of leafminer and early blight on tomato plantsG.L.D. Leite; C. A. Costa; C. I.M. Almeida; M. Picanço 450Efeitos da aplicação de doses de nitrogênio e densidades de plantio sobre os rendimentos de espigas verdes e de grãos de milhoEffects of nitrogen levels application and planting densities on green ears and grain yieldP. S. L. e Silva; F. H. T. Oliveira; P. I. B. Silva 454Estimativa de parâmetros genéticos e correlação entre componentes de resistência à traça-do-tomateiro em progênies deLycopersicon sculentum x L. hirsutum f. glabratumGenetic parameters and correlation among progenies of Lycopersicon esculentum x L. hirsutum f. glabratum for resistanceto tomato pinwormL. G. Neves; N. R. Leal; R. Rodrigues; N. E. Pereira 458Impacto da adubação orgânica sobre a incidência de tripes em cebolaImpact of the organic fertilization on onion thrips incidenceP. A. S. Gonçalves; C. R. S. Silva 462Distribuição vertical e setorial das ninfas de mosca-branca nas folhas do meloeiroVertical and sectorial distribution of whitefly nymphs on melon leavesF. R. Azevedo; E. Bleicher 467Produção do tomateiro em função de doses de nitrogênio e da adubação orgânica em duas épocas de cultivoTomato plants production as a function of nitrogen doses and organic fertilization for two sowing timesM. M. M. Ferreira; G. B. Ferreira; P. C. R. Fontes; J. P. Dantas 471Influência da enxertia nas trocas gasosas de dois híbridos de berinjela cultivados em ambiente protegidoGrafting effect on leaf gas exchange rates of two eggplant hybrids cultivated in greenhouseJ. U. T. Brandão Filho; R. Goto; V. F. Guimarães; G. Habermann; J. D. Rodrigues; O. Callegari1 477Produtividade de frutos de meloeiro cultivado em substrato com três soluções nutritivasFruit yield of muskmelon plants grown in substrate under three nutrient solutionsJ.L. Andriolo; M. E. Lanzanova; M. Witter 481Crescimento e produção de raízes comercializáveis de mandioquinha-salsa em resposta à aplicação de nutrientesProduction of arracacha (Arracacia xanthorrhiza Bancroft) in increasing levels of nutrientsA. Portz; C. A. C. Martins; E. Lima 485Crescimento e desenvolvimento do tomateiro cultivado em substrato com reutilização da solução nutritiva drenadaGrowth and development of tomato plants in substrate with re-use of drained nutrient solutionJ. L. Andriolo; M. Witter; T. Dal Ross; R. S. Godói 489Produtividade e qualidade de frutos de melão em resposta à cobertura do solo com plástico preto e ao preparo do soloYield and quality of melon fruits in response to plastic mulch and soil tillageN. O. Miranda, J. F. Medeiros, I. B. Nascimento, L. P. Alves 494Calagem e adubação com vermicomposto de lixo urbano na produção e nos teores de metais pesados em alfaceLiming and urban waste vermicompost effects on production and heavy metals concentration of lettuceJ. R. Mantovani; M. E. Ferreira, M. C. P. Cruz; M. K. Chiba; L. T. Braz 498

  • Hortic. bras., v. 21, n. 3, jul.-set. 2003.

    Eficácia do indoxacarb para o controle de pragas em hortaliçasEfficacy of indoxacarb in the control of vegetable pestsS. Martinelli; M. A. Montagna; N. C. Picinato; F. M.A. Silva; O. A. Fernandes 505Determinação do ponto de colheita na produção de alhoDetermination of the harvest date for garlic cultivarsC. M. Oliveira; R. J. Souza; J. H. Mota; J. E. Yuri; G. M. Resende 510Avaliação do crescimento de Gypsophila paniculata durante o enraizamento in vitroGrowth evaluation of Gypsophila paniculata during in vitro rootingN. Bosa; E. O. Calvete; M. Suzin; L. Bordignon 514Crescimento de mudas de gipsofila em diferentes substratosDevelopment of young plants of gypsophila in different substratesN. Bosa; E. O. Calvete;V. A. Klein; M. Suzin 518Divergência genética entre acessos de taro utilizando em caracteres morfo-qualitativos de inflorescênciaGenetic divergence in taro accesses based on the morphological characteristics of inflorescenceF. H. F. Pereira; M. Puiatti; G. V. Miranda; D. J.H. Silva; F. L. Finger 524Desempenho de famílias e híbridos comerciais de tomateiro para processamento industrial com irrigação por gotejamentoEvaluation of tomato families and commercial hybrids for processing using drip irrigation systemJ. O.M. Carvalho; J. M.Q. Luz; F. C. Juliatti; L. C. Melo; R. E. F. Teodoro; L. M. L. Lima 529Avaliação de linhagens de maxixe paulista cultivadas em canteiros com cobertura de polietilenoEvaluation of Paulista Gherkin lines grown in beds with polyethylene mulchingV. A. Modolo; C. P. Costa 538Melão Tupã: produtividade, qualidade do fruto e resistência a virosesTupã melon: agronomic performance, fruit quality and virus resistanceW. O. Paiva; J. A. A. Lima; L. G. P. Neto; N. F. Ramos; F. C. Vieira 543Maturidade fisiológica e germinação de sementes de macela (Egletes viscosa (L.) Less.) submetidas à secagemPhysiological maturation and germination of Egletes viscosa seeds submitted to dryingA. M. E. Bezerra; S. M. Filho; J. B. S. Freitas 549Avaliação da suscetibilidade a inseticidas de populações da traça-das-crucíferas de algumas áreas do BrasilForecasting insecticide susceptibility in Diamondback Moth populations from different areas of BrazilM. C. Branco; F. H. França; L. A. Pontes; P. S.T. Amaral 553Produção do híbrido Momotaro de tomateiro, em função da enxertia e do estádio das mudas no plantioInfluence of seedling stage and grafting on tomato, Momotaro hybrid productionM. C. Lopes; R. Goto 557Efeitos de tipos de bandejas e idade de transplantio de mudas sobre o desenvolvimento e produtividade da alface americanaEffect of tray types and age of seedling on the development and yield of the crisphead lettuceG. M. Resende; J. E. Yuri; J. H. Mota; R. J. Souza; S. A.C. Freitas; J. C. R. Junior 562Respostas do feijão-vagem cultivado sob proteção com agrotêxtil em duas densidades de plantasResponse of snap beans cultivated on two plant densities under nonwowen protection in BrazilA. V. Pereira; R. F. Otto; M. Y. Reghin 568

    PÁGINA DO HORTICULTOR / GROWER'S PAGEAvaliação do conhecimento do rótulo dos inseticidas por agricultores em uma área agrícola do Distrito FederalEvaluating the knowledge of insecticide´s label by growers from an agricultural area in Distrito Federal, BrazilM. C. Branco 574Produção e renda bruta de cebolinha e de salsa em cultivo solteiro e consorciadoBunching onion and parsley yield and gross income in mono-cropping and inter-cropping systemN. A. Heredia Z.; M. C. Vieira; M. Weismann; A. L.F. Lourenção 578

    NOVA CULTIVAR / NEW CULTIVARRedenção: nova cultivar de tomate para a indústria resistente a geminivírus e tospovírus‘Redenção’: a new tomato cultivar for industry resistant to tospovirus and geminivirusE. Ferraz; L. V. Resende; G. S.A. Lima; M. C. L. Silva; J. G. E. França; D. J. Silva 582

    NORMAS PARA PUBLICAÇÃO / INSTRUCTIONS TO AUTHORS585

  • 429Hortic. bras., v. 21, n. 3, jul.-set. 2003.

    carta do editor

    Neste número gostaríamos de chamar a atenção de nossos leitores para o 430 Congresso Bra-sileiro de Olericultura que será realizado em Recife (PE) entre 27 de julho e 01 de agosto de 2003.A organização deste Congresso está a cargo dos técnicos e funcionários da Empresa Pernambucanade Pesquisa Agropecuária e da Embrapa Semi-Árido. Será o terceiro congresso da SOB em Reci-fe e o quarto no estado de Pernambuco.

    Também gostaríamos de destacar nesta Carta do Editor que a Horticultura Brasileira temrecebido um número sempre crescente de trabalhos, levando-nos a crer que esta tendência éreflexo direto das melhorias implementadas na revista, como a trimestralidade desde o ano passa-do, conceito A obtido pelo Capes em 2002 e a inclusão da revista nas publicações eletrônicas daScielo (http://www.scielo.br/hb). No volume 20 (2002) foram publicados um total de 104 traba-lhos, média de 26 trabalhos por número, além dos 730 resumos dos trabalhos apresentados no 420CBO que foram publicados no volume 20 (suplemento).

    Agradecemos a todos os nossos colegas que colaboram direta e indiretamente com nossarevista e, principalmente, aos nossos Editores e revisores ad hoc pela dedicação com que reali-zam o árduo trabalho de revisão dos trabalhos técnico-científicos.

    Atenciosamente,

    Leonardo de B. GiordanoPresidente da Comissão EditorialHorticultura Brasileira

  • 430 Hortic. bras., v. 21, n. 3, jul.-set. 2003.

    pesquisa

    In Brazil, the diseases caused byTospovirus (type species: tomatospotted wilt virus, TSWV) result in largelosses in several vegetable and floralcrops (Nagata et al., 1999). More thanten species of thrips are vectors oftospoviruses and five of them have beendetected. Among thrips species,Frankliniella schultzei Trybom(Thysanoptera: Thripidae) was reportedas the main species found in tomatocrops in Sao Paulo State (Pavan et al.,

    RAETANO, C.G.; KOBAYASHI, M.R.; KUWAHARA, W.R.; VINCHI, R.R. Application methods and dosages of thiamethoxam in thrips control on tomatoplants. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 21, n. 3, p. 430-433, julho-setembro 2003.

    Application methods and dosages of thiamethoxam in thrips control ontomato plantsCarlos Gilberto Raetano; Marco Roberto Kobayashi; Wagner Roberto Kuwahara; Rodrigo R. VinchiUNESP, C. Postal 237, 18603-970 Botucatu-SP; E-mail: [email protected]

    1993) and as an important specie vectorof the TSWV (De Ávila et al., 1998).

    Nagata et al. (2000) studied thetransmission specificity and efficiencyof Brazilian tospoviruses occurring ontomato caused by four thrips species.The results indicated that F. occidentalisand F. schultzei are the major Tospovirusvectors on tomato. However, Thripstabaci and Thrips palmi probably do notplay an important role on Tospovirusdistribution in tomato field.

    Tospoviruses are transmitted bythrips in a persistent manner (Sakimura,1962). The virus can be acquired onlyat the larval stages, and virustransmission is due, almost exclusively,to adult thrips. Larvae can not transmitthe virus immediately after acquisition,but after a latent period of approximately3 to 10 days (Wijkamp, 1995). The darkcolor form of F. schultzei is able totransmit a greater number oftospoviruses compared to the light color

    ABSTRACTThrips is one of the most important vector species of the tomato

    spotted wilt tospovirus (TSWV) in Brazil. Two different pesticideapplication methods, drench x spray, using thiamethoxam werecompared with commonly used insecticides for thrips control intomato plants, Debora Plus. The experimental design consisted of acomplete randomized block design with seven treatments and fourreplicates. Dosages of 150 and 200 g of a.i. per ha were used in justone drench application and 50 g of a.i. ha-1 sprayed, at weeklyintervals, 48 days after sowing. The control efficacy of thiamethoxamwas compared to diafenthiuron (400 g of a.i. ha-1), profenofos +cypermethrin (320+32 g of a.i. ha-1, respectively) and methamidophos(60 g of a.i. per hectolitre of water) in spray application. Cumulativenumber of plants with tospoviruses and the F. schultzei populationfrom ten flowers per plot were registered. The mean cumulativenumber of plants with tospoviruses among treatments was notsignificantly different. No significant difference betweenthiamethoxam application methods and dosages on F. schultzeicontrol, 24 days after application, were observed for thripspopulation. One drench application of higher dosages ofthiamethoxam proved to be environmentally advantageous than thepesticide applied at dosages of 50 g of a.i. ha-1 at weekly intervals.The vector control efficacy of thiamethoxam varied from 93 to 95%,independently of the application method and dosages. Diafenthiuronand profenofos + cypermethrin showed less efficacy (78 and 88%,respectively) but greater than those with methamidophos (71%). Theproducts and dosages tested did not cause phytotoxicity in tomatoleaves.

    Keywords: Lycopersicon esculentum, Frankliniella schultzei, drenchapplication, spraying, chemical control.

    RESUMOMétodos de aplicação e dosagem de thiamethoxam no

    controle de tripes em tomate

    O tripes Frankliniella schultzei Trybom (Thysanoptera:Thripidae) é um dos mais importantes vetores de tomato spottedwilt tospovirus (TSWV) na cultura do tomate no Brasil. Dois méto-dos de aplicação do inseticida thiamethoxam foram comparados nocontrole de tripes em tomate. O experimento foi conduzido em deli-neamento de blocos ao acaso com sete tratamentos e quatro repeti-ções. Utilizou-se um pulverizador costal manual com lança simplesprovida de ponta de pulverização com jato cônico vazio JD 14-2 oumodificada, com aplicador tipo esguicho, em substituição à pontade pulverização. Dosagens de 150 e 200 g i.a. ha-1 foram usadas emúnica aplicação com esguicho e 50 g i.a. ha-1 em pulverizações se-manais, iniciadas aos 48 dias após a semeadura. A eficiência do in-seticida em teste foi comparada com diafenthiuron (400 g i.a. ha-1),profenofos + cypermethrin (320+32 g i.a. ha-1, respectivamente) emethamidophos (60 g i.a. 100 L-1 de água), aplicados em pulveriza-ção. Não houve diferença estatística entre os métodos de aplicação edoses com thiamethoxam no controle de F. schultzei aos 24 diasapós a aplicação, sendo vantajosa a realização de uma única aplica-ção das maiores dosagens de thiamethoxam com esguicho em com-paração às aplicações semanais da menor dosagem em pulveriza-ção. A eficiência de controle do tripes com o inseticida thiamethoxamvariou de 93 a 95%, nos diferentes métodos e dosagens em teste.Diafenthiuron e profenofos + cypermethrin apresentaram eficiênciamenor (78 e 88%, respectivamente), porém foram superiores às ob-tidas com methamidophos (71%). Os produtos e doses utilizadosnão causaram fitotoxicidade às plantas de tomate.

    Palavras-chave: Lycopersicon esculentum, Frankliniella schultzei,esguicho, pulverização, controle químico.

    (Recebido para publicação em 08 de fevereiro de 2002 e aceito em 30 de abril de 2003)

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    form (Wijkamp et al., 1995). Domiciano(1995) verified that the thrips species F.schultzei, Tospovirus vector, even at lowpopulation levels, caused significantreduction in tomato productivity.Insecticide treatments (weekly) in thefirst 40 days after transplant wereessential to prevent plants being infectedwith the virus and causing significantyield reduction.

    The effect of thiamethoxam inpreventing transmission of Sardiniantomato yellow leaf curl virus (TYLCV)by Bemisia tabaci (Gennadius) wasstudied in experimental transmissions totomato seedlings, cv. Marmande.Dosages of 50 ppm a.i. and 7 mg a.i.per plant were evaluated for the foliageand drench applications, respectively.Drench application provided a goodlevel of protection from TYLCVinfections in all tested conditions (from1 to 22 days after treatment application);foliage application resulted in a promptbut short-lasting protection, less than 8days (Mason et al., 2000).

    In São Paulo State, during thesummer season, occurs an increasereproduction rate of this insect. Thedisease disseminates quickly, causingcomplete loss (Tokeshi & Carvalho,1980).

    Generally, chemical control of F.schultzei has been efficient with high-volume (hand knapsack sprayers) andsystemic products, for examplemethamidophos (60 g of a.i. 100 L-1 ofwater). High frequency insecticidespraying using conventional methods,three times a week, increases theexposure of the applicators as well asthe cost of crop production, and causesenvironmental hazards.

    In Brazil, Bayer Crop ProtectionDivision developed the drenchapplication to control pests in tobaccocrops. This application method usingsystemic products provides chemicalprotection to foliage as well as to theroot system, reducing the frequency ofapplication.

    In the present experiment werecompared two different pesticideapplication methods, drench and sprayapplication, and the efficiency ofthiamethoxam against diafenthiuron,profenofos + cypermethrin and

    methamidophos insecticide spraying forthrips control in tomato crops.

    MATERIAL AND METHODS

    The experiment was carried out atan experimental farm located in SãoManoel, São Paulo State, Brazil. DeboraPlus tomato hybrid, trained verticallyand spaced 1.50 x 0.40 m was cultivatedin field conditions. The experimentaldesign was of complete randomizedblocks with seven treatments and fourreplicates. Each experimental plot wascomposed of two ten-meter lines with25 plants, with a total of 50 plants. Ofthese plants, just 40 were analyzed asten were on borders and could beaffected by another treatment.

    One knapsack sprayer was used inpesticide applications consisting of asimple lance with one JD 14-2 hollowcone type nozzle or modified lance atthe end for spray or drench application,respectively. The treatments werethiamethoxam in one drench applicationat dosages of 150 and 200 g of a.i. ha-1,48 days from sowing (February 28th,1999); thiamethoxam in six sprayapplications at dosages of 50 g of a.i.ha-1 at weekly intervals; diafenthiuron(400 g of a.i. ha-1), profenofos +cypermethrin (320+32 g of a.i. ha-1,respectively); methamidophos (60 g ofa.i. 100 L-1 of water) applied as the lastmethod of application, plus the control(no insecticide application).

    During the period of the experimenttwo preventive fungicide applicationswere carried out on March 15th and 24th1999 with chlorothalonil at a dosage of100 g of a.i. 100 L-1 of water andtebuconazole + mancozeb at a dosageof 25+480 g of a.i. 100 L-1 of water.

    The thrips population was evaluatedbefore (on February 24th, 1999) and afterthe initial insecticide applications onMarch 03rd, 10th, 18th, 24th, 31st and onApril 6th, 1999. For the evaluation tenflowers per plot were collected andstored in plastic bags with 70% alcohol.Insect counting was carried out inlaboratory conditions, using astereoscopic microscope.

    Cumulative number of plants withtospoviruses was registered. F. schultzeinumbers from ten flowers per plot plus

    cumulative data were submitted tovariance analysis and means comparedby Tukey test at 5% probability. Datawere transformed to (x + 0.5)1/2 foranalysis.

    The control efficiency of thrips wasdeterminate by Abbott formula (Nakanoet al., 1981) through the cumulativenumber of plants with tospovirusessymptoms.

    RESULTS AND DISCUSSION

    The average application volumeusing knapsack sprayer varied from1067 to 1554 L ha-1 and in drenchapplication was 350 L ha-1.

    Little difference in the number ofthrips was registered when comparingthe plots of tomatoes exposed to thevarious treatments after 3, 10 and 18days. However, at 24 days onlythiamethoxam (150 g of a.i. ha-1) appliedin drench and profenofos +cypermethrin (320+32 g of a.i. ha-1,respectively) in weekly sprayingshowed significantly lower numbers ofF. schultzei compared to those obtainedwith diafenthiuron (400 g of a.i. ha-1) ontomato plants. No difference wasobserved among the other treatments(Table 1).

    After applications, the insecticidethiamethoxam at dosages of 150 and 200g of a.i. ha-1 (drench application) and ata dosage of 50 g of a.i. ha-1 (weeklyspraying application), as well as,profenofos + cypermethrin (320+32 gof a.i. ha-1, respectively) showed the bestresults with lowest cumulative numberof plants with tospoviruses and thegreatest efficiency of thrips control(Tables 2 and 3). Thrips control for theseinsecticides were of 93; 93; 95 and 88%,respectively, 24 days after the initialapplication.

    Intermediate efficiency of F.schultzei control was obtained withdiafenthiuron (400 g of a.i. ha-1) andmethamidophos (60 g of a.i. 100 L-1 ofwater) insecticides (Table 3). The valueswere 78 and 71%, respectively.

    The number of thrips in tomatoflowers is not a good parameter toevaluate the efficiency of thrips control.Frequently, tomato plants can beinfected but the vector species is not

    Application methods and dosages of thiamethoxam in thrips control on tomato plants.

  • 432 Hortic. bras., v. 21, n. 3, jul.-set. 2003.

    always present. In thrips populationsmany of the insects are not viruliferous.Moreover, there is evidence that an

    increase in virus incidence can be aresult from pesticide application,presumably because viruliferous thrips

    Table 1. Mean number of Frankliniella schultzei in tomato flowers after insecticide treatments applications with conventional spraying(knapsack sprayer) and drench application on tomato crops. São Manoel, UNESP, 1999.

    Original data transformed to (x + 0.5)1/2 for analysis.1 Samples = 10. 2 Numbers in columns followed by the same letter are not significantly different at the 5% level with Tukey test.

    C.G.Raetano, et al.

    Table 2. Mean cumulative number of tomato plants with tospoviruses after insecticide applications with conventional spraying and drenchapplication on tomato crops. São Manoel, UNESP, 1999.

    Original data transformed to (x + 0.5)1/2 for analysis.1 Samples = 40. 2 Numbers in columns followed by the same letter are not significantly different at the 5% level with Tukey test.

    Table 3. Percentage of Frankliniella schultzei control after insecticide applications with conventional spraying and drench application ontomato crop. São Manoel, UNESP, 19991.

    1 Efficiency (%) determinate by Abbott formula.

    are dispersed during spraying and thedisease transmitted before the insect isaffected (Allen et al., 1993).

  • 433Hortic. bras., v. 21, n. 3, jul.-set. 2003.

    Application methods and dosages of thiamethoxam in thrips control on tomato plants.

    Counting only the infected tomatoplants in the evaluation, is not enough.The tomato plants infected by TSWVshow tospoviruses symptoms only 12 to15 days after the virus transmission. Thisoccurrence can underrate or overrate thecounting of tomato plants withsymptoms of tospoviruses. Thecumulative number of plants withsymptoms in different degrees ofseverity is a more appropriate parameterfor the efficiency evaluation.

    Thiamethoxam insecticide in alldosages and different applicationmethods provided a high control levelof F. schultzei in tomato crops. Similarresults were obtained by profenofos +cypermethrin on thrips, despite themixture of two products with contactaction. Higher dosages of thiamethoxamusing drench application wereadvantageous in comparison to lowerdosages (weekly spraying application)because of reduction in the frequencyof applications.

    None of the insecticides used in thetests, at any dosage, causedphytotoxicity in tomato crops.

    ACKNOWLEDGEMENTS

    We would like to thank NOVARTIS,for providing support for thedevelopment of this research and JanetDelgado, for the translation.

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  • 434 Hortic. bras., v. 21, n. 3, jul.-set. 2003.

    O estudo dos padrões isoenzimáticostem sido amplamente utilizado nacaracterização de espécies, cultivares ede acessos de bancos de germoplasma.As técnicas isoenzimáticas têm sidotambém de grande importância comoauxiliar na identificaçãoquimiotaxonômica de espécies, princi-palmente medicinais. No estudo dospadrões isoenzimáticos de duas varie-dades botânicas de Ocimum nudicauleBenth., Figueiredo-Ribeiro et al. (1986)observaram que as diferenças encontra-das confirmaram a existência das duasvariedades, anteriormente proposta se-gundo características químicas emorfológicas.

    A introdução da técnica deeletroforese de isoenzimas nos estudosde populações e de evolução também foide grande importância, porque além deiniciar a era da genética molecular, for-neceu um meio direto de avaliação da

    LOPES, R.C.; CASALI, V.W.D.; BARBOSA, L.C.A.; CECON, P.R. Caracterização isoenzimática de oito acessos de Erva-de-bicho. Horticultura Brasileira,Brasília, v. 21, n. 3, p. 434-439, julho-setembro 2003.

    Caracterização isoenzimática de oito acessos de Erva-de-bicho1Reginalda C. Lopes , Vicente Wagner D. Casali , Luiz Cláudio A. Barbosa, Paulo R. CeconUFV, Depto. Fitotecnia, 36.570-000 - Viçosa-MG; E-mail: [email protected]

    variação genética (Torggler, 1995).No Brasil, há um enorme potencial

    de plantas medicinais usadas popular-mente e ainda pouco estudadas pela co-munidade científica. Dentro da famíliaPolygonaceae, destaca-se a espéciePolygonum punctatum Ell., conhecidapopularmente como erva-de-bicho,acataia, cataia, capiçoba, pimenta-do-brejo ou pimenta-da-água. Essa espécieé perene e encontrada em lugares úmi-dos ou inundados, desenvolvendo-sepreferencialmente em solo de boa ferti-lidade, areno-argiloso ou argiloso e combom teor de matéria orgânica. É origi-nária da Ásia e encontra-se aclimatadano Brasil em todos os Estados, particu-larmente no Rio Grande do Sul, Sul eSudeste (Lopes et al., 2000). A plantainteira é utilizada na medicina popular,principalmente como antidisentérica,antisséptica, detersiva, estomáquica,diurética, antitérmica, anti-reumática,

    vermífuga e excelente cicatrizante deferidas e úlceras. Também é fortementeemenagoga e abortiva, não sendo reco-mendada para gestantes (Morgan,1984). Suas propriedades terapêuticassão úteis também no combate do câncer(Fukuyama et al., 1983), assim comonos problemas circulatórios, pois esti-mula a circulação e diminui a fragilida-de capilar, tendo efeito hemostático,bastante útil no tratamento dehemorróidas (Teske & Trentini, 1995).

    Apesar de sua enorme importânciacomo planta medicinal, a espécie care-ce ainda de estudos relacionados ao seucomportamento genotípico e fenotípico.Assim, diante dessa falta de informaçõesa respeito dos aspectos genéticos destaespécie, o presente trabalho teve comoobjetivo estabelecer padrõesisoenzimáticos para caracterização deoito acessos, com a finalidade de inves-tigar polimorfismos isoenzimáticos em

    ¹ Parte da tese de mestrado na área de genética e melhoramento de plantas. Depto. Fitotecnia, UFV, Viçosa-MG.

    RESUMONa caracterização de oito acessos de Polygonum punctatum Ell.,

    utilizou-se a técnica de eletroforese horizontal em gel de amido a12%. Determinaram-se os fenótipos isoenzimáticos da malatodesidrogenase (MDH), fosfatase ácida (ACP), peroxidase (PO),glutamato desidrogenase (GDH), leucina aminopeptidase (LAP),esterase (EST), álcool desidrogenase (ADH), glutamato oxaloacetatotransaminase (GOT), isocitrato desidrogenase (IDH) e chiquimatodesidrogenase (SKDH), utilizando extratos de folhas jovens de cadaacesso. A eletroforese foi conduzida em géis de amido de milho eamido hidrolisado. O amido de milho mostrou resolução satisfatóriana separação das bandas isoenzimáticas da IDH, ADH e MDH. Noentanto, para os demais sistemas, o amido hidrolisado apresentouresolução superior à do amido de milho. Todos os sistemasenzimáticos estudados, com exceção do sistema LAP, apresentaramelevado polimorfismo, permitindo estabelecer padrões individuaisem todos os acessos. Isso demonstrou o potencial das isoenzimascomo marcadores genéticos no gênero Polygonum.

    Palavras-chave: Polygonum punctatum Ell., isoenzimas, diversi-dade genética.

    ABSTRACTIsozimatic characterization in eight accesses of dotted

    Smartweed

    The technique of horizontal electrophoresis of 12% starch gelwas used to characterize eight accesses of Polygonum punctatumEll. The isozymatic phenotypes of the malate dehydrogenase (MDH),acid phosphatase (ACP), peroxidase (PO), glutamate dehydrogenase(GDH), leucine aminopeptidase (LAP), esterase (EST), alcoholdehydrogenase (ADH), glutamate oxalacetate transaminase (GOT),isocitrate dehydrogenase (IDH) and shikimate dehydrogenase(SKDH) were determined using young leaves extracts of eachaccession. The electrophoresis was performed in corn starch andhydrolysed starch gels. The corn starch showed a satisfactoryresolution, for separation of the isozymics bands of IDH, ADH andMDH. However, for the other systems, the hydrolysed starchpresented better resolution. All enzyme systems studied, except forLAP, presented high polymorphism, allowing to establish individualpatterns in all accesses, demonstrating the potential of the isozymesas genetic markers for the Polygonum.

    Keywords: Polygonum punctatum Ell., isozymes, genetic diversity.

    (Recebido para publicação em 8 de março de 2001 e aceito em 6 de junho de 2002)

  • 435Hortic. bras., v. 21, n. 3, jul.-set. 2003.

    P. punctatum Ell., bem como, obter es-timativas da diversidade genética entreos acessos por meio desses padrõesisoenzimáticos.

    MATERIAL E MÉTODOS

    Na caracterização de oito acessos deP. punctatum Ell. foram utilizadas mu-das jovens obtidas pelo método demergulhia, oriundas de São Paulo (SP),Peruíbe (SP), Viçosa (MG), Raul Soa-res (MG) e Canaã (MG). Os acessosforam assim identificados: VÇA e VÇB(Viçosa-MG), SPA (São Paulo-SP), SPB(Peruíbe-SP), RSA, RSB e RSC (RaulSoares-MG) e CAN (Canaã-MG).

    As plantas obtidas de mudas dosacessos originais foram cultivadas emvasos de polietileno de 5 L, preenchi-dos com substrato solo/esterco/areia, naproporção de 3:2:1, e mantidas em casade vegetação.

    As análises isoenzimáticas foramrealizadas em laboratório na UFV. Uti-lizou-se a técnica de eletroforese hori-zontal em gel de amido a 12%, para de-terminar os fenótipos isoenzimáticos damalato desidrogenase (MDH), esterase(EST), glutamato desidrogenase (GDH),glutamato oxaloacetato transaminase(GOT), fosfatase ácida (ACP),peroxidase (PO), leucinaaminopeptidase (LAP), álcooldesidrogenase (ADH), isocitratodesidrogenase (IDH) e chiquimatodesidrogenase (SKDH). As amostras,constituídas por folhas jovens situadasna porção apical, foram maceradas emalmofariz de porcelana previamente res-friado e mantido à baixa temperatura.O macerado foi absorvido em retângu-los de papel cromatográfico Whatman3 M e aplicados nos géis. Realizou-seuma pré-corrida, a 4ºC, com correnteconstante a 150 V, por 30 minutos, apósa qual, retiraram-se os retângulos depapel e ajustou-se a voltagem para 300V, exceto para o sistema peroxidase, emque se utilizou 200 V, permanecendoassim até o final da corrida. Aeletroforese foi conduzida em géis deamido de milho (Maizena) e amidohidrolisado (SIGMA). No preparo dosgéis, empregaram-se 42 g de amido em350 ml de solução-tampão, de acordocom o proposto por Conkle et al. (1982).

    A revelação da maioria dos sistemasfoi realizada no escuro a aproximada-mente 37ºC, com exceção daperoxidase, que foi efetuada à tempera-tura de 8ºC, aproximadamente. Após arevelação, os géis foram secados pelométodo “bastidor”, de acordo com oprocedimento descrito por Alfenas et al.(1991). A descrição genética das ban-das procedeu-se conforme metodologiaproposta por Neale et al. (1984).

    Para estimar a distância genéticaentre os acessos a partir de dadosisoenzimáticos, utilizou-se ametodologia da análise multivariada doíndice de similaridade de Jaccard e oagrupamento de Tocher, calculados peloprograma GENES. O índice de Jaccardé utilizado para fenótipos nãointerpretáveis em níveis de locos ealelos, por ser próprio para dados do tipopresença/ausência de bandasisoenzimáticas (Alfenas, 1991).

    Segundo Sneath & Sokal (1973), oíndice de similaridade de Jaccard podeser definido pela fórmula:

    aIii, = ————

    a + b + cem que a = número de casos em que a

    banda está presente nos dois acessos, si-multaneamente; b = número de casos emque a banda está presente somente no aces-so i; c= número de casos em que a bandaestá presente somente no acesso i,.

    Foram utilizadas somente bandascuja revelação era de interpretação con-sistente, descartando-se as bandas atri-buídas a artefatos.

    O método proposto por Tocher, ci-tado por RAO (1952), requer a obten-ção da matriz de dissimilaridade, em quea dissimilaridade foi obtida pelo com-plemento aritmético do índice de simi-laridade de Jaccard, utilizando-se a se-guinte expressão:

    CIii, = 1 - Iii,em queCIii, = medida de

    dissimilaridade; e Iii, = índice deJaccard.

    Por meio da matriz dedissimilaridade, foi identificado o par deacessos mais similar, formando-se o gru-po inicial. Para inclusão de novos aces-sos no grupo, compararam-se o acrésci-mo no valor médio da distância dentro

    do grupo e o nível máximo permitido(a) para que a distância média intragrupofosse inferior a qualquer distânciaintergrupo.

    RESULTADOS E DISCUSSÃO

    Caracterização Isoenzimática dosAcessos

    O amido de milho mostrou-se efici-ente na separação das bandasisoenzimáticas da IDH, ADH e MDH,permitindo a revelação de bandas níti-das e com fácil identificação. Esse meio-suporte foi utilizado com grande efici-ência por Amaral Júnior (1994). Entre-tanto, para os demais sistemas, o amidohidrolisado apresentou resolução supe-rior à do amido de milho. Esse fato podeter ocorrido em razão do melhor con-trole de qualidade para produção deamido hidrolisado (Shuelter, 1996).

    Todos os sistemas enzimáticos es-tudados, com exceção do sistema LAP,apresentaram elevado polimorfismocom ausência e presença de bandas (Fi-gura 1).

    Com relação à MDH, foram detec-tadas nove bandas polimórficas, reuni-das praticamente na mesma região deatividade, resultando em quatro padrõesisoenzimáticos. Os acessos VÇA, CAN,RSA, RSB e SPB apresentaram cincobandas isoenzimáticas correspondenteao padrão 1, enquanto que os acessosSPA (padrão 2), RSC (padrão 3) e VÇB(padrão 4), mostraram padrão individu-al de bandeamento com cinco e quatrobandas, respectivamente. Pode-se evi-denciar um grau de parentesco muitopróximo dos acessos do padrão 1, umavez que apresentavam semelhanças.

    O sistema ACP apresentou ativida-de anódica com a presença de 11 ban-das, que, basicamente, se distribuem emduas regiões de atividade, as quais for-mam cinco padrões isoenzimáticos. Naregião 1, de maior poder de migração, épossível deduzir a existência de um lococom dois alelos. Na região 2, supõe-seque haja vários alelos, onde se encon-tram bandas de difícil interpretação ge-nética. Na discriminação dos acessos,segundo os padrões e as respectivas ban-das eletroforéticas, observou a presen-ça das bandas 7; 8; 9; 10 e 11 somentenos acessos RSC (padrão 4) e VÇB (pa-

    Caracterização isoenzimática de oito acessos de Erva-de-bicho

  • 436 Hortic. bras., v. 21, n. 3, jul.-set. 2003.

    drão 5), podendo significar a fixação dosalelos nesse loco. O acesso VÇB apre-sentou padrão individual de bandeamentocom 10 bandas evidenciadas.

    O sistema PO apresentou atividadesanódica e catódica, enquanto os demaissomente mostraram atividade anódica.Foram detectadas 11 bandas, sendo setecom migração anodal e quatro com mi-gração catodal, distribuídas em quatroregiões de atividade. Neste sistema, ogrande polimorfismo permitiu a sepa-ração de seis padrões isoenzimáticos. Nopadrão 1 foram agrupados três acessos(VÇA, RSA e SPB), enquanto os demaispadrões apresentaram bandeamento in-dividual para cada acesso. Os resulta-dos obtidos confirmaram os estudos fei-tos em outras espécies (McDaniel, 1970;Smith et al., 1985), em que a peroxidasefoi efetiva em caracterizar a maioria dosacessos. Em relação ao sistema IDH,foram constatados três padrõesisoenzimáticos, evidenciando sete ban-das, as quais apresentaram diferenças naintensidade de coloração e espessura. Osacessos VÇA, CAN, RSA, RSB, SPB eSPA correspondem ao padrão 1, e osacessos RSC e VÇB ao padrão 2 e 3,respectivamente. Enquanto que, no sis-tema GOT foi observada a ocorrênciade duas regiões de atividade, totalizando13 bandas e cinco padrões

    isoenzimáticos. Na região 1 é provávela existência de apenas um loco com trêsalelos, enquanto que a região 2 mostrou-se altamente polimórfica. Os padrões 1(VÇA, RSA e RSB) e 2 (CAN e SPB)apresentaram o mesmo bandeamentocom cinco bandas, diferindo apenas naespessura da banda 2. Os acessos SPA(padrão 3), RSC (padrão 4) e VÇB (pa-drão 5) apresentaram padrão individualde bandeamento com oito, quatro e trêsbandas, respectivamente.

    O sistema EST apresentou elevadopolimorfismo, sendo observada a pre-sença de 13 bandas, distribuídas em trêsregiões de atividades. A região 1, demaior migração, apresentou bandas emalguns padrões, mas ausentes em outros,bandas de mobilidade relativa muitopróximas e bandas com diferenças naespessura e intensidade. A região 2, in-termediária, e a região 3, de baixa mi-gração, parecem conter um loco comdois e três alelos, respectivamente. Ogrande polimorfismo permitiu a sepa-ração mais precisamente dos acessos emsete padrões isoenzimáticos. Essepolimorfismo encontrado no sistemaesterase também foi observado em ou-tras plantas, como Hordeum (McDaniel,1970) e alfafa (Quiros, 1980).

    A enzima ADH apresentou quatrobandas distribuídas em apenas uma re-

    gião de atividade, as quais resultaramem quatro padrões isoenzimáticos. Foiconstatada a presença de três bandas nospadrões 2 (VÇB) e 4 (VÇB), sendo aintermediária mais espessa e com colo-ração mais intensa, o que permite suporser o heterozigoto de uma enzimadimérica. Segundo Pasteur et al. (1988),as desidrogenases são enzimasdiméricas, que podem apresentar mobi-lidade eletroforética muito próxima,com moléculas nos extremos e a formaheterozigota representada pelas bandasintermediárias, que freqüente-mente sãomais intensamente coloridas do que asoutras bandas. Assim, pode-se admitirque os padrões 1 (VÇA, CAN, RSA,RSB e SPB) e 3 (RSC) representaram ohomozigoto dessa enzima dimérica.Com base no zimograma dos padrõesisoenzimáticos para GDH, podem-sehipotetizar três regiões de atividade, emvirtude da distância de migração entreas bandas. O sistema apresentou baixopolimorfismo, evidenciando quatro pa-drões isoenzimáticos, no padrão 1 (VÇA,CAN, RSA, RSB e SPB) apresentou abanda 1 de maior migração, agrupando amaioria dos acessos. Os acessos SPA (pa-drão2), RSC (padrão 3) e VÇB (padrão4) apresentaram padrão individual debandeamento. O sistema LAP apresen-tou apenas uma região de atividade, combandas de espessuras diferentes. Em ra-zão do pouco polimorfismo, o método foiineficiente para discriminar os acessos,possibilitando apenas a distinção de doispadrões.

    No sistema SKDH foi detectada apresença de três padrões isoenzimáticos,apresentando quatro bandas reunidaspraticamente em apenas uma região deatividade. A maioria dos acessos foiagrupado no padrão 1 (VÇA, CAN,RSA, RSB, SPB e RSC) e os acessosSPA (padrão 2) e VÇB (padrão 3) tam-bém apresentaram padrão individual debandeamento.

    De modo geral, foi amplo opolimorfismo, permitindo estabelecerpadrões individuais para todos acessos.Pode-se supor que a utilização de vári-os sistemas enzimáticos contribui paraevidenciar tal polimorfismo, demons-trando o potencial das isoenzimas comomarcadores genéticos no gêneroPolygonum.

    Figura 1. Padrões isoenzimáticos da enzima MDH, ACP, PO, IDH, GOT, EST, ADH, GDH,LAP e SKDH, obtidos do tecido foliar de oito acessos de Polygonum punctatum Ell. e suamobilidade relativa (Mr). Viçosa, UFV, 1997.

    R. C. Lopes, et al.

  • 437Hortic. bras., v. 21, n. 3, jul.-set. 2003.

    Na maioria dos sistemas enzimáticos,houve grande variação no número, naintensidade e na espessura das bandas.Tal variação pode estar relacionada como grau de ploidia na espécie. SegundoGottlieb (1982), a diferença no grau deploidia pode ser observada no gel, pelapresença de um número maior de ban-das. Por sua vez, Messina et al. (1991)afirmaram que essa diferença pode seraveriguada pelo aumento da intensidadee da espessura das bandas causado pelavariação na dose de alelos presentes.

    Análise da Diversidade Genética dosAcessos por Padrões Isoenzimáticos

    Alguns sistemas enzimáticos apre-sentaram grande número de bandas.Assim, para visualizar melhor os siste-mas, foi elaborado quadro de distribui-ção dos acessos e as respectivas bandas,adotando-se os números 0 e 1 para indi-car ausência e presença de bandas, res-pectivamente (Quadro 1).

    Os sistemas isoenzimáticos ACP,IDH, PO, MDH, SKDH, EST, ADH,GOT e GDH apresentaram elevado

    polimorfismo com presença e ausênciade bandas. A enzima LAP não foi con-siderada, por ter apresentado baixopolimorfismo nos acessos estudados.Foi verificado que os acessos VÇA,CAN, RSA, RSB e SPB apresentaramo mesmo padrão de bandeamento paraos sistemas IDH, MDH, SKDH, ADH,GOT e GDH. Entretanto, nos demaissistemas houve grande variação nos pa-drões (Quadro 1).

    Em razão do fato de os acessos nãoapresentarem padrões isoenzimáticos

    Quadro 1. Distribuição de oito acessos de Polygonum punctatum Ell. nos padrões de bandeamento de ACP, IDH, PO, MDH, SKDH, EST,ADH, GOT e GDH. Viçosa, UFV, 1997.

    Quadro 2. Medidas de dissimilaridade obtidas a partir de complemento aritmético do índice de Jaccard entre os padrões de bandasisoenzimáticas de oito acessos de Polygonum punctatum Ell. Viçosa, UFV, 1997.

    VÇA - Viçosa (MG), CAN - Canaã (MG), RSA - Raul Soares (MG), RSB - Raul Soares (MG), SPB - Peruíbe (SP), SPA - São Paulo (SP),RSC - Raul Soares (MG) e VÇB - Viçosa (MG).

    Caracterização isoenzimática de oito acessos de Erva-de-bicho

  • 438 Hortic. bras., v. 21, n. 3, jul.-set. 2003.

    idênticos, procedeu-se ao estudo da si-milaridade genética, envolvendo a com-binação dos oito acessos, tomados doisa dois. Por meio do índice de similari-dade de Jaccard, obteve-se a estimativada dissimilaridade entre os acessos a par-tir de dados isoenzimáticos (Quadro 2).Os valores das medidas de dissimilaridadevariaram amplamente entre 0 e 0,8136. Osacessos VÇA, CAN, RSA, RSB, SPB eSPA foram os mais similares e o par queapresentou maior dissimilaridade foi cons-tituído pelos acessos RSC e VÇB. Ambosdiferiram amplamente dos demais aces-sos (Quadro 2).

    Na aplicação do método de agrupa-mento por otimização, considerando-sea maior distância no conjunto das me-nores distâncias (a) entre cada acesso, ovalor obtido foi 0,154 (Quadro 3). Des-sa forma, houve formação de três gru-pos (Quadro 4): o grupo I contendo seisacessos (VÇA, CAN, RSA, RSB, SPBe SPA) e os grupos II e III, os acessosVÇB e RSC, respectivamente. Destaforma, foi evidenciado o baixo grau dediversidade genética dando suporte àhipótese de origem comum dos acessos,com grau muito próximo de parentesco(Lopes, 1997). Entretanto, a variabili-dade entre os padrões pode ter decorri-do da forte pressão de seleção imposta

    sobre esses sistemas, com objetivo defavorecer determinados produtosgênicos mais eficiente. Tal fato justifi-ca a grande facilidade da espéciePolygonum punctatum Ell. de adaptar-se à diversas condições ambientais. Se-gundo Sultan & Bazzaz (1993), outrasespécies do gênero Polygonum apresen-tam elevado grau de plasticidadefenotípica, sendo este o principal meiode adaptação individual dessas plantasao ambiente.

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    Quadro 3. Limite de distância intergrupo, com base nas medidas de dissimilaridade entrepares de acessos de Polygonum punctatum Ell. Viçosa, UFV, 1997.

    R. C. Lopes, et al.

    Quadro 4. Agrupamento pelo método de otimização de Tocher a partir dos dadosisoenzimáticos de acessos de Polygonum punctatum Ell. Viçosa, UFV, 1997.

  • 439Hortic. bras., v. 21, n. 3, jul.-set. 2003.

    A melancia (Citrullus lanatus) destaca-se entre as principaiscucurbitáceas cultivadas no Brasil, sen-do que a produtividade média é de 30 t/ha (IBGE, 1998). Os principais estadosprodutores são Maranhão, Bahia, Piauí,São Paulo, Goiás, Santa Catarina ePernambuco, sendo a região Nordesteresponsável por 55,6% da produção na-cional (IBGE, 1991).

    No Nordeste, centro de diversidadeda melancia, esta cucurbitácea é de gran-de importância econômica e culturaldesde a época do Brasil Colônia, quan-

    FERREIRA, M.A.J.F.; QUEIROZ, M.A.; BRAZ, L.T.; VENCOVSKY, R. Correlações genotípicas, fenotípicas e de ambiente entre dez caracteres de melan-cia e suas implicações para o melhoramento genético. Horticultura Brasileira, v. 21, n. 3, p. 439-444, julho-setembro 2003.

    Correlações genotípicas, fenotípicas e de ambiente entre dez caracteresde melancia e suas implicações para o melhoramento genéticoMaria Aldete J.F. Ferreira1; Manoel Abílio de Queiróz2; Leila T. Braz3; Roland Vencovsky41Embrapa Roraima, C. Postal 133, 69301-970 Boa Vista-RR; E-mail: [email protected]; 2Embrapa Semi-Árido, C. Postal 23,56300-970 Petrolina-PE; E-mail: [email protected]; 3UNESP, Rod. Paulo Donato Castellane km 5, 14870-000 Jaboticabal-SP.E-mail: [email protected]; 4ESALQ-USP, C. Postal 83, 13400-970 Piracicaba-SP; E-mail: [email protected]

    do foi introduzida pelos escravos afri-canos (Romão, 1995). Nessa região,evidentemente, encontra-se ampla vari-abilidade genética, como já foi consta-tado em relação às principais caracte-rísticas da planta e de frutos (Assis,1994, 1999; Dias et al., 1996; Ferreira,1996, 2000; Ferreira et al., 2000;Queiróz, 1993, 1998; Queiróz et al.,1996, 1999, 2000). Contudo, as culti-vares de melancia disponíveis no mer-cado brasileiro são, na sua grande mai-oria, de origem americana e suscetíveisa muitas doenças e pragas. Entre as cul-

    tivares, a ‘Crimson Sweet’ é a que apre-senta maior área cultivada, acarretandono fornecimento de, praticamente, ape-nas uma cultivar para o mercado consu-midor. Além desses fatos, essa cultivarcaracteriza-se por apresentar frutosgrandes, o que implica em falta de op-ções para os consumidores que prefe-rem frutos menores. A preferência, tan-to no Brasil quanto em outros países,tem sido por frutos pequenos. Esta ten-dência pode promover oportunidadespara o mercado externo, uma vez queos consumidores têm buscado frutos

    RESUMOForam estimadas as correlações genotípicas, fenotípicas e de

    ambiente entre os caracteres número de dias para o aparecimento daprimeira flor feminina (FF); número de frutos por planta (NF); pesode frutos por planta (PF); cor (CP) e espessura (EP) da polpa; diâ-metro longitudinal (DL) e transversal (DT) de frutos; teor de sólidossolúveis (TS); número de sementes (NS) e peso de 100 sementes(PS) por fruto. As populações de melancia B9, ‘Charleston Gray’,‘Crimson Sweet’, ‘New H. Midget’, M7, P14 e B13, os 21 híbridosF1, em dialelo, e seus recíprocos foram avaliados em campo, de acor-do com o delineamento em blocos ao acaso completos, com quatrorepetições. Houve grande similaridade entre as estimativas das cor-relações genotípicas e fenotípicas investigadas. Foram verificadascorrelações genotípicas importantes entre os caracteres NF e PF, DLe DT; entre PF e DL, DT, EP e TS e entre CP e FF, EP e TS. Taiscorrelações indicam que o aumento no número de frutos por plantaestá correlacionado com a redução do peso de frutos e do tamanhodos frutos (função de DL e DT) e que o aumento no peso dos frutosestá associado ao aumento no tamanho dos frutos, da espessura eteor de sólidos solúveis da polpa, assim como a polpa vermelha estárelacionada à precocidade e ao aumento na espessura e no teor desólidos solúveis da polpa. As associações indesejáveis entre oscaracteres, como entre número de frutos por planta e cor da polpa enúmero de frutos por planta e teor de sólidos solúveis, não foramcompletas, indicando, portanto, a possibilidade de se obter indiví-duos recombinantes a partir de populações segregantes sintetizadasatravés de intercruzamentos de populações contrastantes.

    Palavras-chave: Citrullus lanatus, correlações, caracteres, pré-me-lhoramento, dialelo

    ABSTRACTGenotypic, phenotypic and environmental correlations

    among agronomic traits and the consequences for watermelonbreeding

    Genotypic, phenotypic and environmental correlations wereestimated among the following traits of watermelon: number of daysto the appearance of the first female flower (FF); number of fruitsper plant (NF); weight of fruit (PF); flesh color (CP) and thickness(EP); longitudinal (DL) and transversal (DT) fruit diameter; sugarcontent (TS); number of seeds (NS) and weight of 100 seeds (PS)per fruit. The watermelon populations B9, Charleston Gray, CrimsonSweet, New H. Midget, M7, P14 and B13, their 21 F1 hybrids indiallel crosses and corresponding reciprocals were evaluated in thefield, through a randomized complete block design with fourreplications. A great similarity among the estimates of genotypicand phenotypic correlation was found. Interesting genotypiccorrelations were observed between NF and PF, DL and DT; betweenPF and DL, DT, EP and TS and between CP and FF, EP and TS.Such correlations indicated that an increase in the number of fruitsper plant is correlated with a reduction in the fruit weight and fruitsize (function of DL and DT) and that an increase of fruit weight isassociated with an increase in fruit size, thickness and sugar content.In addition, red flesh color was related with earliness and withincrements of traits thickness and sugar content. The undesirableassociations detected between number of fruits per plant and fleshcolor and number of fruits per plant and sugar content, however,was not sufficiently strong, indicating to be possible obtainrecombinant individuals in segregating populations synthesizedthrough crosses among contrasting populations.

    Keywords: Citrullus lanatus, correlation, characters, prebreeding,diallel.

    (Recebido para publicação em 08 de março de 2002 e aceito em 22 de abri de 2002)

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    pesando entre quatro a seis quilos, e emcasos mais extremos, como o mercadojaponês, frutos com aproximadamentedois quilos. Além desse caráter, outrossão igualmente importantes, como aprolificidade, a cor da polpa, o teor desólidos solúveis, o formato do fruto, onúmero de sementes por fruto e a resis-tência a doenças. O consumo de frutosde melancia sem sementes também de-verá aumentar no Brasil, acompanhan-do a tendência do mercado externo. NosEstados Unidos cerca de 35% do mer-cado consumidor prefere melancias semsementes.

    Diante destes fatos, fica evidente aimportância do desenvolvimento de pro-gramas de melhoramento genético na-cional, que tenham como objetivo a ob-tenção de cultivares resistentes às prin-cipais doenças e pragas, bem como amelhoria na qualidade dos frutos, visan-do suprir o mercado produtor e consu-midor, os quais estão cada vez mais exi-gentes. A Embrapa Semi-Árido apresen-ta um programa amplo, cujos objetivosabrangem desde a área de recursos ge-néticos até a obtenção de variedades ehíbridos com boas características deplantas e de frutos, incluindo frutos semsementes.

    Geralmente, os programas de melho-ramento têm por finalidade obter culti-vares aprimoradas para um conjunto decaracteres. Por isso, o conhecimento danatureza e magnitude das correlaçõesentre os caracteres de interesse é de fun-damental importância. As relações exis-tentes entre os caracteres são, em geral,avaliadas por meio das correlaçõesgenotípicas, fenotípicas e de ambiente.A correlação fenotípica é estimada di-retamente de medidas fenotípicas, sen-do resultante, portanto, de causas gené-ticas e ambientais. Apenas a correlaçãogenotípica, que corresponde à porçãogenética da correlação fenotípica, éempregada para orientar programas demelhoramento, por ser a única de natu-reza herdável. De acordo com Cruz etal. (1988) e Vencovsky & Barriga(1992), estudos dessa natureza forneceminformações importantes para o melho-ramento genético, como a possibilida-de de: a) identificar a proporção da cor-relação fenotípica que é devida a cau-sas genéticas; b) verificar se a seleção

    em um caráter afeta outro; c) quantificarganhos indiretos devido à seleção efe-tuada em caracteres correlacionados e;d) avaliar a complexidade doscaracteres. Para exemplificar, caso doiscaracteres estejam correlacionados, épossível obter ganho em um deles pormeio da seleção indireta do outro. Isto évantajoso, principalmente, quando umcaráter, de alto valor econômico, possuibaixa herdabilidade ou é de difícil ava-liação, quando comparado a outro cará-ter que está associado a ele. Desta for-ma, pode-se selecionar com base naque-le que apresenta alta herdabilidade ou éde fácil avaliação visando melhorar ooutro.

    No caso da melancia, a produção eo número de frutos por planta, segundoFerreira (2000), apresentam, respectiva-mente, 20 e 53% de herdabilidade, ouseja, são consideravelmente influencia-dos pelo ambiente. Contudo, estescaracteres poderão estar correlacionadoscom outros que sejam menos influenci-ados pelo ambiente ou de fácil avalia-ção, como por exemplo com o peso ouo tamanho dos frutos ou a cor, a espes-sura ou o teor de sólidos solúveis dapolpa que, de acordo com Ferreira(2000), apresentam altas herdabilidades,variando de 74 a 86%. Por outro lado, acorrelação pode ser desfavorável. Istosignifica que a seleção de um caráterpoderá prejudicar outro, à medida queessa seleção estiver agindo no sentidocontrário ao desejado. Em melancia,observa-se que frutos pequenos apresen-tam maior quantidade de sementes emdeterminada quantidade de polpa, o queé indesejável. Nestes casos, deve-se tercuidado, pois às vezes é preciso o de-senvolvimento de dois programas demelhoramento, cada um visando melho-rar uma determinada característica.

    Poucos trabalhos sobre correlaçõesentre caracteres de melancia têm sidorelatados. Sachan & Tikka (1971) ob-servaram que a produção de frutos apre-sentou correlação com o número de ra-mos primários, número de dias para oaparecimento da primeira flor femininae peso de frutos. Já Sidhu & Brar (1981),verificaram que a produção de frutos porplanta correlacionou-se positivamentecom peso de 100 sementes e peso de fru-tos, ao passo que sólidos solúveis totais

    e número de sementes por quilo de pol-pa apresentaram correlação negativacom a produção. Também foi constata-da correlação positiva entre o númerode frutos por planta e a produção de fru-tos e correlação negativa entre o núme-ro de frutos por planta e o peso de fru-tos (Partap et al., 1984), bem como as-sociação entre a cor da polpa e o teor desólidos solúveis (Abd El-Hafez et al.,1985). Foram detectadas, ainda, corre-lações entre a produção de frutos porplanta com o comprimento do ramo,número de ramos por planta, peso ecomprimento de frutos (Prasad et al.,1988).

    Em decorrência do exposto, este tra-balho foi executado com o objetivo deestimar as correlações genotípicas,fenotípicas e de ambiente entre dezcaracteres de melancia, de modo quepossa contribuir na orientação de pro-gramas de melhoramento genético.

    MATERIAL E MÉTODOS

    Na UNESP, campus de Jaboticabal,foram obtidas as sementes híbridas, emcasa de vegetação. As cultivares de ori-gem americana Charleston Gray,Crimson Sweet e New HampshireMidget e os acessos B9, M7, P14 e B13,foram utilizados como genitores e cru-zados em todas as combinações possí-veis. Os acessos B9, B13, P14 e M7 sãopopulações tradicionais coletadas, res-pectivamente, na Bahia, emPernambuco e no Maranhão, sendo con-servadas, ex situ, no Banco Ativo deGermoplasma de Cucurbitáceas daEmbrapa Semi-Árido (Queiróz, 1993,1998). Estas populações divergem parauma série de caracteres, especialmenterelacionados ao fruto, visto que os aces-sos de germoplasma apresentam cor dapolpa variando de rósea a branca e bai-xo teor de sólidos solúveis, ao passo queas variedades americanas apresentamcor da polpa vermelha intensa e brix alto(Queiróz, 1993; Queiróz et al., 1996;Ferreira, 1996).

    A avaliação em campo dos genitores,dos híbridos F1 e recíprocos, foiconduzida na estação experimental daEmbrapa Semi-Árido, em Juazeiro (BA).Foi utilizado o delineamento em blocosao acaso com quatro repetições e cada

    M. A. J. F. Ferreira, et al.

  • 441Hortic. bras., v. 21, n. 3, jul.-set. 2003.

    parcela foi composta por uma fileira comseis plantas, cujo espaçamento foi de 2,5m entre fileiras e 1,0 m entre plantas.

    Foram avaliados o número de diaspara o aparecimento da primeira florfeminina (FF); número de frutos porplanta (NF); peso de frutos por planta(PF, em kg); cor (CP) e espessura (EP,em cm) da polpa; diâmetro longitudinal(DL, em cm) e transversal (DT, em cm)de frutos; teor de sólidos solúveis (TS,em °Brix); número de sementes (NS) epeso de 100 sementes (PS, em g) porfruto. A cor dos frutos foi avaliada deacordo com a escala de notas proposta

    neste estudo: 1 = vermelha intensa; 2 =vermelha; 3 = vermelha clara; 4 = róseae 5 = branca.

    As estimativas dos coeficientes decorrelação genotípica (rG), fenotípica(rF)e de ambiente (rE) foram obtidasmediante análises de covariâncias, com-binando os dados dos dez caracteres emtodas as formas possíveis (Cruz &Regazzi, 1994). Foi empregado o teste tpara examinar a significância estatísti-ca das estimativas ao nível de 1% e 5%de probabilidade. As análises estatísti-cas foram realizadas no programaGENES.

    RESULTADOS E DISCUSSÃO

    Em relação aos coeficientes (rG) e(rF), foi verificada uma grande simila-ridade entre os pares de caracteres, emrelação aos sinais, a magnitude e o ní-vel de significância, com exceção ape-nas da correlação entre FF e DL, comrG = -0,29* e rF = -0,28ns (Tabela 1).Em decorrência dessa similaridade, bemcomo pelo maior valor prático nos tra-balhos de melhoramento, as correlaçõesgenotípicas serão analisadas com mai-or detalhe.

    Correlações genotípicas, fenotípicas e de ambiente entre dez caracteres de melancia e suas implicações para o melhoramento genético

    Tabela 1. Coeficientes de correlação genotípica (rG), fenotípica (rF) e ambiental (rE) entre dez caracteres avaliados em cruzamentosdialélicos, entre sete genitores de melancia. Petrolina, Embrapa Semi-Árido, 1996.

    Significativo ao nível de 1% de probabilidade (**), 5% de probabilidade (*) e não significativo ao nível de 5% de probabilidade (ns), peloteste F.FF = número de dias para o aparecimento da primeira flor feminina; NF = número de frutos por planta; PF = peso de frutos por planta; CP= cor da polpa; EP = espessura da polpa; DL = diâmetro longitudinal de frutos; DT = diâmetro transversal de frutos; TS = teor de sólidossolúveis; NS = número de sementes por fruto; PS = peso de cem sementes por fruto.

  • 442 Hortic. bras., v. 21, n. 3, jul.-set. 2003.

    Em 95,5% dos pares de caracteres,as correlações genotípicas foram iguaisou superiores às correlações fenotípicas,assim como estas duas, em 82,2% doscasos foram superiores às correlações deambiente. Verificou-se também que nas45 combinações possíveis entre os dezcaracteres, em apenas oito a correlaçãoambiental foi superior à genotípica. Acorrelação de ambiente, para a maioriados pares de caracteres, foi reduzida, ouseja, menor que 0,5, constatando-se quehouve maior contribuição dos fatoresgenéticos em relação aos fatoresambientais nas correlações entre oscaracteres. No entanto, o peso de frutoapresentou correlação ambiental ao re-dor de 0,5 com espessura da polpa e ta-manho do fruto, assim como a correla-ção entre espessura da polpa e diâmetrolongitudinal, indicando que estas corre-lações foram mais influenciadas peloambiente do que as demais. A maioriados coeficientes de correlaçãogenotípica foi estatisticamente signifi-cativa a 1% e 5% de probabilidade, sen-do que em 44,4% dos casos as correla-ções foram superiores a 0,5 (Tabela 1).

    A correlação entre o número de fru-tos por planta e o peso de frutos foi ne-gativa e de valor 0,75, significando quecom o aumento do número de frutos porplanta os mesmos apresentaram menorpeso, fato encontrado também porPartap et al. (1984). Analisando-se as

    demais correlações envolvendo o núme-ro de frutos por planta, observa-se queeste caráter correlacionou-se tambémcom a cor, a espessura e o teor de sóli-dos solúveis da polpa e com o tamanhode frutos (em função de DL e DT) (Ta-bela 1). Assim, nas populações estuda-das, quanto maior o número de frutospor planta, menor será o peso, o tama-nho, a espessura e o teor de sólidos so-lúveis da polpa, desses frutos, bem comomaior será a tendência para cor brancada polpa. Portanto, o melhorista nãodeve selecionar para características dapolpa como espessura, teor de sólidossolúveis e cor com base no número defrutos por planta.

    As populações tradicionais do Nor-deste, B9 e P14, apresentaram maiornúmero de frutos por planta e frutos commenor peso e tamanho. As populaçõesB9, P14 e B13 também foram mais pro-dutivas (NF x PF), pois produziram res-pectivamente 15,2; 14,6 e 11,9 kg porplanta, em comparação com as cultiva-res New H. Midget (5,1 kg/planta),Charleston Gray (7,7 kg/planta) eCrimson Sweet (5,1 kg/planta). Contu-do, elas apresentaram cor da polpa róseae baixo teor de sólidos solúveis (Tabela2). Apesar das correlações entre o nú-mero de frutos por planta e a cor e oteor de sólidos solúveis da polpa teremsido elevadas, existe a possibilidade deobter plantas recombinantes que sejam

    prolíficas (alta produção de frutos porplanta) e apresentem frutos pequenos,vermelhos e doces. Esta afirmativa éreforçada pelo fato de Ferreira (1996)constatar que nestas populações há umaalta freqüência de alelos favoráveis paraestes caracteres, uma vez que houve pre-domínio de efeitos gênicos aditivos.

    Além disso, podem ser obtidas po-pulações segregantes a partir de cruza-mentos envolvendo as populações B9 eP14 e as cultivares Charleston Gray eCrimson Sweet, que apresentaram fru-tos com polpa vermelha e alto teor desólidos solúveis. Ferreira (2000), porexemplo, a partir de uma população baseobtida pelo intercruzamento de‘Crimson Sweet’ e P14, selecionou pro-gênies maternas e autofecundadas pro-líficas e que apresentavam frutos peque-nos, vermelhos e doces. Tais resultadosreforçam a ampla variabilidade genéticaapresentada pelas populações tradicio-nais do Nordeste, assim como a eficiên-cia em se efetuar um pré-melhoramentodessas variedades através deintercruzamentos com outras populações.

    Em relação às correlações envolven-do o peso de frutos e outras característi-cas relevantes para o melhoramento demelancia e considerando as populaçõesestudadas, foi verificado que esse cará-ter está correlacionado também com otamanho do fruto e com a espessura e oteor de sólidos solúveis da polpa, pois

    Tabela 2. Médias de dez caracteres avaliados em sete populações de melancia. Petrolina, Embrapa Semi-Árido, 1996.

    Médias seguidas da mesma letra, nas linhas, não diferem significativamente ao nível de 5% de probabilidade pelo Teste de Tukey.1 = B9; 2 = Charleston Gray; 3 = Crimson Sweet; 4 = New Hampshire Midget; 5 = M7; 6 = P14; 7 = B13. FF = número de dias para oaparecimento da primeira flor feminina; NF = número de frutos por planta; PF = peso de frutos por planta; CP = cor da polpa; EP = espessurada polpa; DL = diâmetro longitudinal de frutos; DT = diâmetro transversal de frutos; TS = teor de sólidos solúveis; NS = número desementes por fruto; PS = peso de cem sementes por fruto.

    M. A. J. F. Ferreira, et al.

  • 443Hortic. bras., v. 21, n. 3, jul.-set. 2003.

    frutos maiores e consequentemente maispesados apresentaram maior espessurae teor de sólidos solúveis da polpa evice-versa (Tabela 1). Estes resultadosestão em conformidade com as médiasfenotípicas dos genitores, uma vez que‘Charleston Gray’ e ‘Crimson Sweet’apresentaram maior PF, EP, DL, DT eTS quando comparadas com as demaispopulações (Tabela 2).

    Por outro lado, precocidade, teor desólidos solúveis e espessura da polpapodem ser selecionadas com base na corda polpa, uma vez que esta característi-ca, segundo Ferreira (2000), apresentauma alta herdabilidade (0,86) e as cor-relações FF e CP, CP e EP e CP e TS,dão indícios de que quanto mais verme-lha a polpa do fruto, maior será o teorde sólidos solúveis e a espessura da pol-pa desse fruto, assim como mais preco-ce será a planta.

    O número de sementes por frutoapresentou correlações significativas,principalmente com o peso de fruto enúmero de frutos por planta, entretantoas correlações foram abaixo de 0,4 (Ta-bela 1), indicando que será possível aseleção de plantas que tenham frutospequenos com uma quantidade menorde sementes. Outra alternativa para re-duzir a quantidade de sementes nos fru-tos é a produção de híbridos triplóides apartir do cruzamento de linhastetraplóides com linhas diplóides (Sou-za et al., 1999).

    Embora algumas correlações inde-sejáveis entre os caracteres tenham sidoaltas, não se configuraram em associa-ção completa, sendo possível obterrecombinantes que sejam promissorespara os caracteres mais importantes eco-nomicamente, como por exemplo, parao tamanho, o peso e o número de frutospor planta e para a espessura, o teor desólidos solúveis e a cor da polpa. Ummodo indicado para atingir essa metaseria a realização de cruzamentos entrepopulações contrastantes a exemplo dorealizado por Ferreira (2000). Assim,intercruzamentos envolvendo as popu-lações de melancia B9, B13 e P14 e asvariedades comerciais Charleston Graye Crimson Sweet, como já comentado,podem originar progênies precoces, pro-líficas, com frutos pequenos, vermelhose doces.

    Correlações genotípicas, fenotípicas e de ambiente entre dez caracteres de melancia e suas implicações para o melhoramento genético

    Uma vez obtidas as populações baseentre tipos contrastantes, principalmentequanto à prolificidade, poderão ser usa-dos métodos de melhoramento de po-pulações como seleção recorrente recí-proca utilizando o método do híbridocríptico (Paterniani & Miranda Filho,1978), a fim de se obter linhagens supe-riores para a síntese de híbridos ou paraa síntese de populações melhoradas queatendam às exigências dos produtores econsumidores.

    Acredita-se também que o empregode marcadores moleculares seja umaferramenta de interesse, uma vez quepossibilita mapear e, conseqüentemen-te, localizar os genes que controlam oscaracteres mais importantes para o me-lhoramento da melancia. Dependendoda distância cromossômica entre eleshaverá ou não a possibilidade de desfa-zer as associações indesejáveis.Mapeamentos genéticos estão sendo re-alizados em algumas cucurbitáceas(Navot et al., 1990; Kennard et al.,1994; Baudracco-Arnas & Pitrat, 1996;Lee et al., 1996), porém todos fora doBrasil. Assim, esta área deve ser inicia-da em nosso país, a fim de que genes demelancia, nas populações disponíveis,sejam mapeados e estudados, contribu-indo com os trabalhos já existentes.

    AGRADECIMENTOS

    Os autores agradecem aos funcioná-rios da UNESP e da Embrapa Semi-Ári-do que contribuíram para aconcretização deste trabalho, assimcomo pelo apoio financeiro dessas ins-tituições e do CNPq, pela concessão dabolsa de estudos a primeira autora.

    LITERATURA CITADA

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  • 445Hortic. bras., v. 21, n. 3, jul.-set. 2003.

    Using seeds with high physiological,physical, sanitary and geneticquality is a prior factor to achieveprofitability on vegetable production.The wide use of hybrid seeds ledgrowers to require high quality seeds,as long as these seeds are moreexpensive than seeds obtained throughopen pollination. On the other hand,some factors that would improve seedyield and seed quality should beconsidered in order to obtaincompetitive prices in the market.

    On a regular crop development, thegrowth of vegetative parts must precedethe reproductive ones. Heuvelink,mentioned by Andriolo (1999), showedthat an ideal population density wasnecessary for an optimized leaf area

    LIMA, M.S.; CARDOSO, A.I.I.; VERDIAL, M.F. Plant spacing and pollen quantity on yield and quality of squash seeds. Horticultura Brasileira, v. 21, n. 3,p. 445-449, julho-setembro 2003.

    Plant spacing and pollen quantity on yield and quality of squash seeds1Márcio S. de Lima; Antonio I. I. Cardoso; Marcelo F. VerdialUNESP, Depto. Produção Vegetal, C. Postal 237, 18603-970, Botucatu-SP; E-mail: [email protected]

    index (LAI), so that the maximum usefulradiation for photosynthesis would beintercepted. On high density plantings,an optimized LAI can be reached veryearly, before plants start the reproductivephase. Thus, planting density influencesplant growth, changing the emission offlowers and fruits and interfering on thebiomass distribution between vegetativeparts and fruits.

    Obtaining optimum plant populationin seed production is one of thehindrances to guarantee high yield. Inaddition, when population is increased,fruits and seeds per plant are reduced,and seed size is increased (Nakagawa,1986). However, Demattê et al. (1978)showed that increasing competitionbetween squash plants (Cucurbita pepo

    L.) resulted in both lower seed numberand seed weight.

    To obtain a higher seed productionin C. pepo, Loy (1988) considers theincrease of plant density and fruitnumber per plant a prior factor. In higherplant densities (35,000 plants.ha-1) seedweight and fruit number per plant werelower; however seed yield per hectarewas higher when compared to lowdensities (8,000 plants.ha-1). This authorconcluded that 14,000 plants.ha-1 wouldbe an adequate population with a plantspacing of 1.2 x 0.6 m. This plantingdensity provided 44.4 g of seeds perplant, and a higher value (28.2%) of“seed index” (relation between seed dryand fruit dry weight). Using 14,000plant.ha1 resulted in 2.1 fruits.plant-1 and

    ¹ Parte da dissertação de mestrado do primeiro autor apresentada à UNESP, Botucatu (SP).

    ABSTRACTSquash seeds yield and quality can be improved by proper

    population plant spacing and the pollen quantity, which influencesthe pollination quality and fertilization. Nine experiments wereconducted as a factorial combination of three spacing between plants(0.8 x 0.3, 0.8 x 0.6 and 0.8 x 0.9 m), two quantities of pollen (50%of an anther and another entire one) and natural insect pollination.Seed and fruit production parameters, and seed quality wereevaluated. A randomized complete block design, five replications,with ten plants per plot was adopted. Larger plant spacing increasedthe average number of mature fruits and seed yield per plant. Seedyield was directly proportional to the amount of pollen used duringpollination. Higher amounts of pollen resulted in higher seed yieldper area, but the plant spacing did not affect this characteristic.Manual pollination, using a whole anther, did not differ from naturalpollination in relation to seed yield and quality.

    Keywords: Cucurbita pepo L., pollination, germination, vigor.

    RESUMOEfeito do espaçamento entre plantas e quantidade de pólen

    sobre o rendimento e a qualidade de sementes de abóbora

    O rendimento e a qualidade de sementes de abóbora podem seraprimorados por uma densidade populacional de plantas adequada,além da quantidade de pólen, que influi na qualidade da polinizaçãoe fertilização. Para este estudo, aplicaram-se nove tratamentos, queresultaram da combinação fatorial de três espaçamentos entre plan-tas (0,8 x 0,3; 0,8 x 0,6 e 0,8 x 0,9 m) com duas quantidades depólen (50% de uma antera e uma antera inteira) e a polinização na-tural por insetos. Foram avaliados parâmetros de produção de frutose sementes, além da qualidade física e fisiológica das sementes. Odelineamento experimental adotado foi em blocos ao acaso com cincorepetições e dez plantas úteis por amostragem. O aumento doespaçamento entre plantas elevou o número médio de frutos madu-ros e a produção de sementes por planta. A produtividade de semen-tes foi diretamente proporcional à quantidade de pólen usada duran-te a polinização. Já o fator espaçamento entre plantas não afetou aprodução de sementes por área. A maior quantidade de pólen resul-tou em uma maior produção de sementes por planta e por área. Apolinização manual, com a utilização de uma antera inteira, não di-feriu da polinização natural com insetos, tanto para rendimento comopara a qualidade de sementes.

    Palavras-chave: Cucurbita pepo L., polinização, germinação, vi-gor.

    (Recebido para publicação em 21 de março de 2001 e ceito em 24 de abril de 2003)

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