Assunto de Fotointerpretação
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INSTITUTO MACAPAENSE DO MELHOR ENSINO SUPERIOR-IMMES CURSO DE ENGENHARIA FLORESTAL
DISCIPLINA DE FOTOINTERPRETAÇÃO
PROFESSOR: ENGº. E ESP. JAUIRES LIMA MACIEL
MACAPÁ – AP 2010
2
01. DADOS
Curso: ENGENHARIA FLORESTAL
Ano e período: 5/2010
02/08/2010 Turma: E5NA
Disciplina: FOTOINTERPRETAÇÃO
Carga Horária Total: 60H CH Teórica: CH Prática:
Docente: PROFº ESP. JAUIRES LIMA MACIEL
HORÁRIO DE AULA TARDE
HORÁRIO SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA
1º
2º
INTERVALO INTERVALO INTERVALO INTERVALO INTERVALO INTERVALO
3º
4º
5º
NOITE
HORA SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA
1º
2º FOTOINT.
INTERVALO INTERVALO INTERVALO INTERVALO INTERVALO INTERVALO
3º FOTOINT.
4º FOTOINT.
5º
02. EMENTA DA DISCIPLINA:
FOTOINTERPRETAÇÃO: introdução. O uso. Requisitos necessários nas aerofotogramas.
Utilização das aerofotogramas em inventário e manejo florestais. SENSORIAMENTO REMOTO:
Histórico. Conceito: aspectos eletromagnéticos; efeitos atmosféricos e comportamento espectral de
alvos; SÁTELITES DE ST: Sistema de imagiamento, aquisição, transmissão, recepção e
distribuição de dados de SR, caracterização de imagens orbitais; metodologias de utilização de SR;
projetos de aplicação. O princípio e as aplicações do sensoriamento remoto no estudo de recursos
florestais. Reconhecimento de padrões e geoprocessamento.
PLANO DE ENSINO
3
03. OBJETIVO GERAL: 04. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: 05. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
Proporcionar aos acadêmicos
de Engenharia Florestal o
conhecimento técnico inerente à
disciplina de Fotointerpretação
no âmbito da utilização das
ferramentas de aerofotogramas e
sensoriamento remoto, como
subsidios de projeto florestais.
Ao final do curso de Engª Florestal espera-se que os profissionais, cidadãos e ético, possam reconhecer a importância do conhecimento a cerca de Fotointerpretação como requisito de
projetos de floresta. Dar um enfoque geral sobre
Fotointerpretação, o conceito, seus
requisitos e utilização em projetos
florestais.
Proporcionar conhecimento sobre
Sensoriamento Remoto, seus conceitos,
aspectos e efeitos atmosféricos,
necessários para leitura e interpretação
de projetos prediais. Bem como o
comportamento espectral dos alvos.
Reconhecer e aplicar os conhecimentos
sobre Satélites de Sr, tipos de imagens,
aquisição, caracterização e distribuição
de dados para efeitos de projeto
florestais.
Conhecer a Metodologia de utilização
de SR em projetos, dentro da sua área
de competência do Engenheiro
Florestal, bem como reconhecimento de
padrões e georeferenciamneto.
I –UNIDADE: Introdução
I.1. Apresentação do professor;
I.2. Apresentação do Plano de Curso de Fotointerpretação;
I.3. A importância da disciplina de Fotointerpretação.
II – UNIDADE: Fotointerpretação
II.1. Conceitos. Elementos;
II.2. Uso e Requisitos para fins florestais;
II.3. Utilização das aerofogramas em inventário florestal;
II.4. Utilização das aerofotogramas em manejo florestal.
III – UNIDADE: Sensoriamento Remoto
III.1. Conceitos;
III.2. Aspectos eletromagnéticos;
III.3. Efeitos atmosféricos;
III.4. Comportamento espectral de alvo;
IV – UNIDADE: Satélites de SR
IV.1. Sistema de imageamento;
IV.2. Aquisição e transmissão de imagens;
IV.3. Recepção e distribuição de dados de SR;
IV.4. Caracterização de imagens orbitais.
V – UNIDADE: Metodologia de utilização de SR em projetos
V.1. Princípios e aplicações no estudo de recursos florestais;
V.2. Reconhecimento de padrões e geoprocessamento;
4
5
6
06. BIBLIOGRAFIA
1. Básica
GARCIA, G.j. Sensoriamento remoto: princípios e interpretação de imagens. São
Paulo: Nobel, 1982. 367p.
INEP – CNPq. Cursos de treinamento: introdução as técnicas de sensoriamento remoro
e aplicações. Relatório Nº 1869 – MD/004-INEP, 1980. 318p.
INEP. Manual do usuário – Produto de Sensoriamento Remoto. Cachoeira Paulista –
SP. 1001.
LOCH, C.A interpretação de imagens aéreas: noções básicas e algumas aplicações no
campo profissional. Ed. UFSC, 1984.
MARCHETTY, D.A.B. & GARCIA, G.J. Princípios de fotogrametria e
fotointerpretação. São Paulo: Nobel, 1989. 257p.
MORAIS, E.M.L. de. Sensoriamento Remoto: Princípios e Aplicações. São Paulo:
Edgar Blucher, 1989.
MOREIRA, M.A. Fundamentos de Sensoriamento Remoto e Metodologia de
Aplicação. INEP, 2001.
2. Complementar
Periódicos diversos: revistas de construção, DVDs, CD-R, etc.
07. METODOLOGIA
Exposição Trab. em Grupo Debate Discussão
SIM X NÃO SIM X NÃO SIM X NÃO SIM NÃO X
Estudo de Caso Seminário Painel Fórum
SIM X NÃO SIM X NÃO SIM NÃO SIM NÃO
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Outros (Especificar): visitas técnicas em instituições que aplicam tais conhecimentos em projetos florestais
08. RECURSOS AUXILIARES
Computador Data show Slide Retroprojetor Quadro Víd. Conferência
SIM X NÃO SIM X NÃO SIM NÃO SIM NÃO SIM X NÃO SIM NÃO
Vídeos Álbuns seriados Manequins Ativ. Clínicas Internet Laboratório
SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO
Outros (Especificar):
09. RECURSOS HUMANOS
professor, alunos e profissionais da área
10. MÉTODOS DE AVALIAÇÃO
Trabalhos em grupos, individuais, provas e relatórios de visitas técnicas.
Critérios: Freqüência, participação do aluno em sala, pontualidade, interesse nos
assuntos abordados durante as aulas.
A avaliação do desempenho do aluno será realizada através da média obtida
entre as notas das duas Avaliações Semestrais (PAB + SAB) e mais o TAS (terceira
Avaliação Semestral), calculado assim: MAB1=(Pab+Sab)/2. MAB2=(MAB1+Tas)/2.
Se a MAB2 for ≥ a 6,0 pontos, o aluno será considerado Aprovado. Caso contrário,
ou seja, se o aluno não atingir esta média, será submetido ao Exame Final NRF=Nota
de Recuperação Final, calculado da seguinte forma: AGS=(MAB2+NRF)/2. Se a nota
obtida for ≥ a 6,0 pontos, o aluno será considerado Aprovado, caso contrário, estará
reprovado. A freqüência mínima será de 75%.
No caso de haver necessidade de uma Segunda Chamada, por falta justificada
através de atestado médico, em 3 dias úteis, esta será realizada de acordo com o
Calendário Letivo 2010 da Instituição, ou em data a ser definida entre o Professor e a
Coordenação do Curso.
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11. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
1. Avaliação teórica 70% 2. Avaliação prática 30%
12. ASSINATURAS
Professor: _____________________________________________________________ Coordenador do Curso: ________________________________________________
Data da entrega: ________/________/__________.
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APOSTILA DE FOTOINTERPRETAÇÃO
I – UNIDADE: APRESENTAÇÃO DO PLANO DE ENSINO E A
RELEVANCIA DA DISCIPLINA
a) CONSIDERAÇÕES INICIAIS:
O homem sempre procurou meios de reproduzir fielmente a realidade a sua
volta e registrar de forma verossímil estes fatos. Esse sonho foi realizado pela
primeira vez no século XIX (por Luis Jacque Daguerre um dos precursores da
fotografia) com a invenção da fotografia, que desde então passou a ser
utilizada para registrar a realidade vivenciada no campo da documentação ou
de apenas expressão artística.
A palavra fotografia vem do grego “photos” (luz) e “graphos” (gravação). É
uma técnica pelo qual se obtém o registro de uma imagem mediante a
ação da luz sobre uma superfície (chapa, filme ou papel) revestida de
uma camada de sais de prata, que são sensíveis a luz. A primeira fotografia
do mundo foi tomada por Niepce de sua janela, em Graus na França (1826), e
fixada em placa de metal. Já a primeira fotografia panorâmica foi registrada
por T. F. Nadar, em um balão da vista de Paris, em placa úmida de colóide no
ano de 1862.
A fotografia é muitas vezes definida como a “arte de escrever com a luz”. É
a luz em grande parte que determina a qualidade da foto. Um conceito básico
da fotografia está diretamente associado à intensidade luminosa e o tempo de
exposição, ou seja, relação entre a quantidade de luz e o tempo de sua
incidência sobre o objeto sensível. Definida pela fórmula E = i x t, onde E
(exposição), i (intensidade luminosa) e t (tempo desta exposição).
A câmara fotográfica é o aparelho que executa a exposição do material
sensível a luz, funciona com base no princípio óptico da câmara escura,
conhecida desde 400 a.C. e, estudada por cientistas da época como: Leonardo
da Vinci, Daniel Barbierro, Ignazio Dante, entre outros. A câmara escura
consistia num quarto totalmente sem luz, no qual uma das paredes tinha
um orifício, através do qual se projetava na parede oposta uma imagem
invertida.
A primeira câmara fotográfica foi fabricada por Alphonse Giroux por
encomenda de Daguerre (1839), em Paris. Consistia em duas caixas de
madeira que deslizavam uma dentro da outra para focalizar; uma lente
acromática, com tampa metálica capaz de funcionar como abscurador; um
vidro fosco para a focalização; e um suporte para as placas sensíveis. Somente
no final do século XX com a incorporação da eletrônica á câmara foi se
modernizando e incorporando tecnologias de automação na focalização, no
10
sistema de medição de luz e flash, no ajuste do foco, no emprego de raios
infravermelho ou sinais ultrasônicos na captura das imagens.
A aplicação da fotografia no campo tecnológico é ampla: ela registra
radiações de comprimento de onda invisíveis ao olho humano; mede
intensidades de radiações ou registra movimentos rápidos imperceptíveis ao
observador. Em biologia, metalurgia e petrografia, a foto microscópica é
grande auxiliar do pesquisador. A fotografia com raio ultravioleta é usado no
exame de documentos falsificados, restaurações de documentos e impressões
dactiloscópicas. Em astronomia, a observação visual através do telescópio já
foi quase totalmente substituída pela fotografia. Também na engenharia
florestal e na topografia a fotografia nas suas mais diversas formas de captura
tem um papel importante, com destaque aos serviços de levantamento
topográficos, estudos dos recursos florestais, inventários e manejo florestal.
Esquema de uma Câmara reflex de uma objetiva. Alinha vermelha assinala a trajetória
dos raios luminosos.
Esquema de uma objetiva zoom
Prisma
Objetiva Visor
Filme
Espelho
Funcionamento:
A partir do visor, o objeto é
visualizado na sua posição
normal.
A objetiva captura a
imagem do objeto, com
auxilio do prisma (jogo de
lentes).
Ao ser premido o
disparador, o espelho se
levanta, permitindo que a
luz atinja o filme.
A imagem é capturada no
filme e posteriormente
revelada.
Normal
Teleobjetiva
Grande angular
Funcionamento:
A disposição móvel
das lentes na objetiva
zoom permite
aproximar ou afastar
as imagens que se
deseja fotografar, com
a vantagem de uma
objetiva grande
angular ou de uma
teleobjetiva.
11
II – UNIDADE: FOTOINTERPRETAÇÃO
a) CONCEITOS DE FOTOINTERPRETAÇÃO:
A fotointerpretação consiste na técnica de examinar as imagens dos objetos
na fotografia e deduzir sua significação. Tem sua importante na elaboração
de plantas gráficas e mapeamento de áreas ou superfícies. Na Engenharia
Florestal seu uso de dá na análise e captura de informações sobre a superfície
terrestre com cobertura vegetal para fins de projeto de intervenção dos
recursos florestais como: inventario florestal, manejo, zoneamento,
reconhecimento do solo, entre outros.
A fotointerpretação difere da fotogrametria no que se refere ao tratamento do
dado. A fotogrametria está relacionada com a acurácia posicional e
geométrica dos objetos, aspecto quantitativo, enquanto que a
fotointerpretação está relacionada com a significância do objeto, aspecto
qualitativo. Na verdade no que se refere à cartografia tanto os aspectos
qualitativos quanto quantitativos dos dados são importantes e seu grau de
acurácia e/ou detalhe dependem da escala do mapeamento.
Exemplo interpretativo
Aerofotografia
Interpretação e medidas:
Dados qualitativos: Rios, vegetação de serrado e vegetação de floresta
- Rios
- Serrados
- Floresta
Dados quantitativos: área, perímetro e coordenadas de rios, áreas, perímetro e
coordenadas de cobertura tipo serrado e área, perímetro e coordenadas de cobertura
tipo floresta.
- Rios - Serrado - Floresta
Área = 300.000 Km² 500.00 km² 900.000 km²
Perímetro = 150.000 ml 2.500.000 ml 5.605.000 ml
Coordenadas = (310°E; 40,5ºW) (338ºE; 21,3ºW) (359°E; 18,0ºW)
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b) ELEMENTOS:
Na fotointerpretação utilizamos elementos de reconhecimento, os quais
servem de fatores-guia no processo de reconhecimento e identificação dos
alvos na superfície terrestre, através de uma fotografia aérea ou imagem de
satélite. Estes elementos básicos de leitura de uma fotografia ou imagem são
os seguintes:
• Tonalidade e cor;
• Forma e tamanho;
• Padrão;
• Textura;
• Associação
• Sombra.
1. Tonalidade e cor
A tonalidade refere-se à intensidade de energia eletromagnética refletida por
um tipo de alvo na superfície terrestre, em outras palavras, a tonalidade está
estreitamente relacionada com o comportamento espectral das diferentes
coberturas da superfície terrestre.
Em fotografias aéreas a cor está associada ao tipo de filme (preto e branco;
colorido normal, infravermelho preto e branco e infravermelho colorido).
Em uma imagem de satélite devido à reflexão seletiva dos alvos existentes
na superfície terrestre, nas distintas bandas do espectro eletromagnético,
analisamos os tons de cinza nas bandas individualmente ou as cores através
das composições coloridas. O olho humano é mais sensível a cores que a tons
de cinza. Desta forma associamos cores aos tons de cinza.
Figura 01 – Imagem SPOT 95 em tons de cinza
13
Figura 02 – Imagem SPOT 95 colorida
Tonalidade: Intensidade de energia eletromagnética refletida por um tipo de
alvo na superfície terrestre, em uma determinada banda do espectro
eletromagnético.
2. Forma e tamanho
A forma é definida através da geometria dos objetos e o tamanho é
diretamente proporcional à escala. A forma é um objeto é importante, pois
facilita o reconhecimento de alguns alvos na superfície terrestre, tais como:
Figuras de infraestura de transporte urbano: Estradas, linhas férreas (que
apresentam formato longitudinal) e aeroportos;
Figuras de infrestrutura urbana: Cidades (que apresentam formas
reticulares devido aos cruzamentos de suas avenidas e ruas), reservatórios,
complexos industriais;
Figuras de solo: Estruturas geológicas e geomorfologias do solo;
Figuras fluviais: Rios, lagos e igarapés (que apresentam forma sinuosa);
Agricultura: Cultivos (que tem formas regulares e bem definidas, pois as
culturas são plantadas em linha ou em curva de nível);
Florestal: Reflorestamentos (que tem formas regulares), áreas irrigadas por
pivô central (que apresentam formas arredondadas);
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O tamanho dos objetos, juntamente com a forma também deve ser levar em
consideração, pois algumas vezes alvos diferentes apresentam formas
semelhantes, mas tamanhos diferentes, o que auxilia na sua caracterização.
Por exemplo, as áreas de horticultura têm forma semelhante às áreas de
plantio de cana-de-açúcar, porém elas têm tamanhos diferentes. O mesmo
acontece com rios, os rios principais e os secundários têm a mesma forma
sinuosa, mas tamanhos diferentes.
Figura 01 – Imagem IKONOS de área agrícola com padrão quadriculado
bem definido.
Forma: Definida através da geometria dos objetos e as dimensões (tamanho)
são diretamente proporcionais à escala da fotografia.
Figura 02 – Imagem LANDSAT / TM do encontro das águas dos rios
Solimões (azul claro) e Negro (preto) formando o rio Amazonas.
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3. Padrão (modelo)
Este elemento é bastante utilizado em fotografias aéreas e em imagens de alta
resolução. O padrão é definido a partir da união e extensão das formas que
podem se repetir regularmente com variações tonais na imagem. O padrão
pode ser representado por obras feitas pelo homem ou feições naturais, p. ex.
padrões de drenagem, padrão das plantações, de construções, de minerações,
etc. Em estudos de bacias de drenagem o padrão de drenagem é um elemento
importante, pois ele está associado ao tipo de solo, rocha e estrutura geológica
na área que está sendo estudada. O Padrão também nos permite identificar
alguns tipos de coberturas artificiais tais como plantações, áreas de
reflorestamento, áreas urbanas, distritos industriais, área urbana
Figura 01 – Imagem LANDSAT /TM padrão típico de áreas agrícola ou
florestal.
Figura 02 – Imagem LANDSAT /TM Padrão linear, típico em área urbana e
de lazer.
Padrão: É um elemento importante, pois ele está associado ao tipo de solo,
rocha e estrutura geológica na área que está sendo estudada.
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4. Textura
A textura é o arranjo dos tons numa área da imagem, resultando no aspecto
suave até rugoso de um alvo na fotografia ou imagem. O elemento textural
passa a ser a menor feição contínua e homogênea distinguível em uma
fotografia aérea, porém passível de repetição. Por exemplo, uma árvore ou um
grupo de árvores. A textura varia sempre com a escala.
Figura 01 – Imagem LANDSAT e IKONOS Comparação entre imagens de
uma parte da Bacia Paracatú na escala 1: 25.000.
5. Associação (ou convergência de evidências)
Elementos ou objetos que estão comumente associados, nos quais um tende a
ocorrer em função do outro. Por exemplo, a ocorrência de mangue se dá por
uma conjuntura de fatores de influência fluvio-marinha.
6. Sombra
É outro elemento importante na interpretação de imagens de satélite, mas na
maioria das vezes dificulta a interpretação das imagens, porque esconde a
informação onde ela está sendo projetada. O relevo sempre provoca uma
sombra do lado oposto à incidência do sol, fazendo com que estas áreas
apresentem tonalidades escuras na imagem, dificultando assim a
caracterização dos alvos na superfície terrestre.
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Figura 01 – Imagem CBERS apresentando a nuvem em branco e a sombra da
nuvem em preto, esta última confunde-se com a tonalidade preta da água do
açude que está na porção inferior da imagem.
c) PADRÕES DE IMAGENS PARA FINS FLORESTAIS:
Tomando como base estes elementos elabora-se então uma chave de
classificação, a qual serve de guia ao foto intérprete para identificar
rapidamente os alvos na fotografia ou na imagem.
A chave vem a ser descrição e ilustração típica dos alvos. Este tipo de
interpretação visual pode ser muito interessante quando não se quer ou não é
viável realizar uma classificação digital da imagem. Este produto é muito
interessante e pode muitas vezes atender o objetivo do trabalho. Este material
também pode ser preparado um trabalho com finalidades de interpretação
preliminar em campo para posterior classificação automática.
As chaves de interpretação não têm aplicabilidade ampla, ou seja, ela deve ser
desenvolvida para uma determinada região e imagem. Podem ocorrer erros de
identificação quando os alvos diferentes apresentam textura, cor e/ou forma
muito semelhantes.
A vantagem da utilização de chaves é que elas podem ser adaptadas para
sensores de diferentes satélites e permite que o foto intérprete iniciante
organize as informações na fotografia ou imagem, de modo a melhorar a
eficiência do mapeamento.
Em seguida apresentamos uma chave de interpretação (Tabela 1) para uma
composição colorida para a Imagem IKONOS no município de Nova
Esperança – PR. Na imagem onde a vegetação aparece em vermelho, à
combinação de bandas foi feita da seguinte forma: a cor azul foi associada à
banda 2 (visível), a cor verde à banda 3 (visível) e a cor vermelha à banda 4
(infra-vermelho próximo). Esta combinação é chamada de falsa-cor, porque
os alvos aparecem na imagem em cores falsas, e não como são vistos na
natureza.
Este tipo de combinação é muito usado para identificação de diferentes tipos
de matas ou diferenciar áreas de mata sadia das atacadas por enfermidades, ou
para realçar sedimentos em suspensão na água.
Tabela 01 – Exemplo dos elementos de interpretação para a Imagem
IKONOS.
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1- CLASSE: AGRICULTURA
Cor: Azul mesclado c/ rosa e rosa
Textura: Áspera
Padrão: Linear (áreas de agricultura que podem ser facilmente subdivididas
em função do tipo de cultura e época de plantio).
IMAGEM – IKONOS - Agricultura
CARACTERISTICA DE CAMPO
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2- CLASSE: EROSÃO
Cor: Azul escuro
Textura: Lisa
Padrão: Áspero (áreas pequenas e com solo exposto)
IMAGEM KONOS -solo
CARACTERÍSTICA DE SOLO COM EROSÃO
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3- CLASSE: VARZEA
Cor: Azul escuro
Textura: Marmorizada
Padrão: Área úmida ao redor do eixo do córrego, a qual possui uma
vegetação típica de banhado.
IMAGEM KONOS - varzea
CARACTERÍSTICA DE SOLO DE VARZEA
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4- CLASSE: MATA DE GALERIA
Cor: Vermelha
Textura: Grosseira
Padrão: Vegetação arbórea que ocorre ao longo do curso d’ água.
IMAGEM KONOS – mata de galeria
CARACTERÍSTICA DE MATA DE GALERIA
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5- CLASSE: LAGO
Cor: Azul
Textura: Lisa
Padrão: Lago artificial com baixo índice de sedimentação.
IMAGEM KONOS – lago
CARACTERÍSTICA DE LAGO
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6- CLASSE: SOLO ARADO
Cor: Azul claro
Textura: Fina
Padrão: Solo exposto e arado pouco antes da obtenção da imagem.
IMAGEM KONOS – solo arado
CARACTERÍSTICA DE SOLO ARADO
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7- CLASSE: PASTO
Cor: Azul e rosa
Textura: Fina
Padrão: Linear (Os diferentes tons indicam os diferentes tipos de pasto).
IMAGEM KONOS – pasto
CARACTERÍSTICA DE SOLO PARA PASTO
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1- Atividade: Com base na leitura do texto introdutório de Fotointerpretação,
responda as questões a baixo.
1ª) “O homem sempre procurou meios de reproduzir fielmente a realidade a
sua volta e registrar de forma verossímil estes fatos”, tomando como base esta
afirmativa, qual das alternativa condiz com esta afirmação.
a.( ) – Esse sonho foi alcançado no século VX por Luis Jacque Daguerre;
b.( ) – Esse sonho foi alcançado no século VIX por Leonardo da Vinci;
c.( x ) – Esse sonho foi alcançado no século XIX por Luis Jacque Daguerre;
d.( ) – Esse sonho foi alcançado no século XX por Alphonse Giroux;
e.( ) – Esse sonho foi alcançado no século VX por Daniel Barbierro;
2ª) Marque somente as alternativas verdadeiras, relacionadas com a história
da fotografia.
a.( ) – A palavra “fotografia” vem do grego;
b.( ) – Niepce foi quem fez o primeiro registro fotografico (França- 1826);
c.( ) – A câmara fotográfica já é conhecida desde 400 a.C.;
d.( ) – A primeira foto panorâmica se deve ao frances Nadar em 1862;
e.( x) – Todas as alternativas estão corretas;
3ª) A fotografia é a “arte de escrever com luz”, tomando como base esta
termo comparativo, qual das alternativa confirma tal comparação.
a.( ) –É a técnica de registro de imagens mediante a ação de luz;
b.( ) –A luz não interfere na qualidade na foto;
c.( ) –O registro da imagem é captada em chapas de ferro, filme ou papel;
d.( ) – Fotografia é o produto da intensidade luminosa e o tempo de exposição;
e.( x) – Somente a alternativa b não confirma tal comparação;
4ª) No principio a máquina fotográfica era constituída de um quarto escuro
com um furo na parede, por onde entrava a luz e a imagem projetada. Na
atualidade, o que podemos afirmar das câmaras fotográficas.
a.( ) – A primeira câmara foi fabricada por Alphonse Giroux (1839);
b.( ) – Consiste em duas caixas de madeira e com uma lente cromática;
c.( x) – As câmaras incorporaram tecnologia de automação no seu sistema;
d.( ) – O sistema de captura de imagens ainda é o mesmo das primitivas;
e.( ) – As alternativas b e d estão corretas;
5ª) Quanto a aplicação da fotografia, podemos afirmar.
a.( ) – Ela é amplamente aplicada no campo da tecnologia;
b.( ) – A fotografia com raio ultravioleta é usada no exame de documentos;
c.( ) – Tem bastante importância no reconhecimento do solo;
d.( ) – É relevante para conhecer e estudar os recursos florestais;
e.( x ) – Todas as alternativas estão corretas;
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ESTUDO DA FORMA, EFEITOS E CORES NA NATUREZA
A superfície da terra é composta de uma vasta combinação de elementos
naturais, tais como: rocha, água, vegetação, ar, gases e seres vivos. Cada
um com sua tonalidade, forma e energia.
Os sistemas de sensores fotográficos ou de energia têm a função de
capturar os comportamentos espectrais desses elementos refletido e/ou
emitido e traduzir em reproduções de suas linhas, cores e formas.
a) Linha: É um ponto em movimento. Sua classificação se dá;
Quanto à forma;
Quanto à posição;
Quanto à direção;
Quanto ao uso.
Quanto à forma e a posição:
Linha reta: tem uma única direção (vertical, horizontal e inclinada);
Vertical Horizontal Inclinada
Linha curva: muda de direção, obtendo uma forma harmoniosa,
podendo ser côncava e convexa.
Côncava Convexa
Linha quebrada ou poligonal: linha de diferentes posições,
agressiva e forte.
Linha sinuosa: é composta de uma sequência de linhas curvas,
sensação de ritmo.
90º
≠ 0º e 90º
0º
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Linha mista: linha que apresenta com todos os tipos de linhas.
Quanto à direção:
Linha convergente: são as linhas que se dirigem a um só ponto.
Linha divergente: são as linhas que se afastam do mesmo ponto.
Linhas paralelas: são as que se deslocam mantendo a mesma
distância entre si.
Vertical Horizontal Inclinada
Linha pontilhada: mais transmite a idéia de movimento.
Linha mista: é composta de traços e pontos.
90º
≠ 0º e 90º
0º
28
b) Volume, luz e sombra: são elementos mais dinâmicos, que
ultrapassa a bidimensionalidade dos planos.
c) Cores: é sem dúvida o código visual mais importante. O primeiro a
estudas as cores foi Isaac Newton (1642 -1727), analisando o
espectro solar por meio de um prisma.
d)Formas geométricas: é encontrado em todos os elementos da
natureza, sendo:
Quadrado Retângulo Triângulo Circulo
e) Combinação de formas geométricas: é a combinação de todos os
elementos da natureza em um único objeto:
Fonte de luz
Sombra
Objeto em volume
Luz
Vermelho (primária)
Alaranjado (secundária)
Amarelo (primária)
Verde (secundária)
Azul – claro (primária)
Azul – marinho
Roxo (secundária)
29
1- Atividade: Com base na leitura do texto conceitual de
Fotointerpretação, responda as questões a baixo.
1ª) Quais das missivas abaixo conceitua fotointerpretação.
a.( ) –Corresponde a análise de imagens de satélites;
b.( ) – É a técnica de visualizar imagens fotográficas;
c.( ) –É a interpretação de imagens registrada em câmeras fotográficas;
d.( ) – Interpretar quantitativamente e qualitativamente uma imagem;
e.(x ) – Nem uma alternativa estar correta;
2ª) Quais das missivas abaixo corresponde a fotogrametria.
a.( x ) – É a interpretação posicional e geométrica de um objeto;
b.( ) –É a acurácia de medida de uma fotografia;
c.( ) – Corresponde a interpretação qualitativa de um objeto;
d.( ) – Na cartografia é o aspecto mais importante;
e.( ) – As alternativas a e d estão corretas;
3ª) São exemplos de aspectos qualitativos e quantitativos de um objeto.
a.( ) – Lagoa; 25.600 ml
b.( ) –Árvore; galhada;
c.( ) – Estrada; 2.500 Km de pavimento asfáltico;
d.( ) – Árvore; (25º N; 32ºE)
e.( x ) – As alternativas a, c e d estão corretas;
4ª) No campo da Engenharia Florestal a fotointerpretação é empregada.
a.( ) – Como subsídio de projeto para estudo de recursos florestais;
b.( ) –Como subsídios de projeto para projeto de inventário florestal;
c.( ) – Como subsídios de projeto tropográfico de área desmatada;
d.( ) – Na construção de dados cartografia para fins florestais;
e.( x ) – Todas as alternativas estão corretas;
5ª) São exemplos de fatores guias no reconhecimento de superfícies terrestres
para fins florestais.
a.( ) – Tonalidade, densidade e floração;
b.( ) –Topografia do terreno e geografia da área em estudo;
c.( ) – Padrão, forma e qualitativa do objeto;
d.( ) – Textura, resistência, cor, forma e altura;
e.( x ) – Sombra, associação, textura, padrão, forma, tamanho, cor e tonalidade;
6ª) Refaça as fotos abaixo sinalizando a forma, efeitos de sombreamento e
cores, com base nos elementos de interpretação estudado:
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Foto 01
Representação em linhas
Representação em formas e cores
31
Foto -02
Representação em linhas
Representação em formas e cores
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Representação em linhas
Representação em formas e cores
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III – UNIDADE: SENSORIAMENTO REMOTO
1 - A radiação solar: Na origem do estudo da astronomia, o homem vem
estudando o sol, já que ele foi desde a origem das civilizações foi tratado
como um deus. Entretanto, somente nos últimos 500 anos que o homem
começou a desvendá-lo.
Hoje, já sabemos que o Planeta Terra recebe do Sol uma carga de energia
de aproximadamente 10 bilhões de Itaipus. O que é apenas uma ínfima
parcela da luz e calor emitida por ele.
A importância do sol é tão grande para o nosso Planeta Terra, que podemos
afirmar sem sombra de dúvida, que sem esta energia solar, não existiria
vida. “A radiação solar é fonte de energia para todos os processos
físicos-químicos e biológicos que ocorrem na superfície terrestre”.
Para o sensoriamento remoto, á energia solar é base de todos os princípios
em que se fundamenta essa tecnologia. No caso dos sistemas de sensores, a
energia solar mantém sua permanência em orbita e seus sistemas em
funcionamento.
O sol é considerado uma estrela de quinta grandeza, constituído por uma
massa gasosa, contendo cerca de 71% de hidrogênio e 26% de hélio. Sua
superfície é denominada de fotosfera, cujo diâmetro aproximado é da
ordem de 1,3914 x 10ⁿ km, (n = 6). Possui massa em torno de 1,99 x 10ⁿ
kg, (n = 35) e uma temperatura superficial equivalente a 5.770°K e no seu
núcleo da ordem de 15.000.000°K.
Essa altíssima temperatura provoca o desencadeamento de reações
nucleares, transformando o hidrogênio em hélio, por meio da fusão de
núcleos de hidrogênio em núcleos de hélio com perda de massa, que é
compensada por emissão de energia.
Da fotosfera, que é a camada externa do sol, saem em direção ao cosmo
verdadeira labaredas de gás hélio que chega a atingir até 400 mil
quilômetros de distância, mas que retorna ao sol, por força gravitacional.
Neste processo ocorre liberação de energia que se propaga para o cosmo,
através de pequenos pulsos ou feixes discretos de fótons – quanta (plural de
quantum) – individuais. Fenômeno este estudado por Einstein, na teoria
denominada de corpuscular - 1905.
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2 - Efeito atmosférico: A natureza da radiação solar foi estudada por
vários cientistas, dentre esses, podemos citar: Albert Einstein – 1905 (teoria
corpuscular); Max Planck – 1900 (teoria dos corpos quentes luminosos);
H.C. Oersted - século atual (relação entre eletricidade e campo magnético);
Maxwell – começo do século atual (princípios matemáticos as teoria
eletromagnética); entre outros.
A energia do sol se propaga pelo cosmo em linha reta, através de um
campo eletromagnético em movimento ondulatório (teoria ondulatória). No
que se entende que as “ondas são perturbações periódicas, ou oscilações
de partículas ou do espaço, por meio das quais muitas formas de
energia se propagam a partir de suas fontes”.
Esquema de uma onda eletromagnética: campo elétrico (E), campo
magnético (M) e sentido de propagação ( C ).
Hoje, sabemos que existem diversas denominações para as radiações
eletromagnéticas, que variam de acordo com sua freqüência e o seu
comprimento de onda. Essas diferentes radiações recebem denominações
de:
Radiação gama: energia emitida por materiais radioativos e pelo
sol, localizada antes do raio X, possui altas freqüências, por isso, é
muito penetrante (alta energia). Na prática, tem aplicação na
medicina (radioterapia) e nos processos industriais, principalmente
na conservação de alimentos.
Raio X: radiação cuja freqüência de onda esta acima da radiação
ultravioleta, ou seja, possuem comprimento de onda menores. São
muito usadas em radiografias e em estudos de estruturas cristalinas
de sódios. Os raios X provenientes do Sol são absorvidos pelos gases
na alta atmosfera.
Raio ultravioleta (UV): é o conjunto de radiações compreendidas na
faixa não visível. Estas radiações são muito produzidas durante as
E
C
M
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reações nucleares no Sol. No entanto ao atingir o topo da atmosfera
terrestre, são quase que totalmente absorvidas pelo gás ozônio (O3).
Radiação visível (luz): é o conjunto de radiação eletromagnética
compreendida na faixa visível (0,39 a 0,70 µm), que ao incidirem no
sistema visual humano, são capazes de provocar uma sensação de cor
no cérebro.
3 – A unidade de medida da radiação eletromagnética: é expressa em
várias unidades, em função do comprimento de onda, para certas faixas do
espectro eletromagnético e, da freqüência, para outras ondas.
No caso das radiações eletromagnéticas de comprimento de onda com
dimensões muito pequenas, ou seja, aquelas radiações localizadas nas
regiões do infravermelho, visível, ultravioleta, raios gama, etc., utilizam-se,
como unidade de referência, os submúltiplos de metro (M), como o:
Namômetro (1 nm = 10-ⁿ m, onde n=9);
Micrômetro (1 µm = 10-ⁿ m, onde n=6);
Angstrom (1Â = 10-ⁿm, onde n=10).
No caso da radiação com grandes comprimentos de onda, como ondas de
rádios, a unidade de referência é dada em função da freqüência. Como
unidade de referência, empregamos os múltiplos do Hertz. Assim temos:
Quilohertz (1KHz = 10³);
Megahertz (1 MHz = 10ⁿ Hz, onde n=6);
Gigahertz (1 GHz = 10ⁿ Hz, onde n=9).
4- A interação da radiação solar com a atmosfera: As ondas
eletromagnéticas do Sol atinge a atmosfera da Terra na ordem aproximada
de 1.400 wm², o que equivale a 2,o cal cm-² min-¹ (Szeicz, 1974; Gardner
et AL., 11985).
Do ponto de vista biológico, a atmosfera é indispensável para a vida na
terra, pois dela depende a maioria dos seres vivos. Possui uma massa de
gases que corresponde a 0,001% do total do planeta que age como filtro e
protege a vida na terra e sua massa exerce uma pressão sobre a superfície
de aproximadamente 101 kilopascal a nível do mar, mantendo o equilíbrio
dos sistema na terra;
Entretanto, para o sensoriamento remoto, o estudo da atmosfera terrestre
como um todo é fundamental, porque constitui um meio natural que
interfere tanto na radiação incidente (irradiação) quanto na parte da
radiação que é refletida (radiância) pelos alvos da superfície que,
eventualmente, será coletada pelos sistemas sensores.
De acordo com Cruz (1997), existem cinco zonas atmosféricas, a saber:
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Troposfera: é a zona mais importante do ponto de vista biológico, porque
é dela que depende a vida da maioria dos seres terrestres. É a camada que
está em contato com a superfície, cuja espessura varia em função da
latitude. Na linha do equador a troposfera atinge cerca de 15 a 18km e, nos
pólos, cerca de 2 a 8 km de altura. Contem cercade 80% da massa total da
atmosfera. É a camada que ocorre os fenômenos meteorológicos. Esta
camada é limitada na parte superior pela tropopausa, cuja principal função
é servir de “armadilha de frio” para as moléculas de água, impedindo que
elas escapem para as camadas superiores.
Estratosfera: estende-se, a partir do final da tropopausa, podendo atingir
uma altura aproximada de 30 km a partir da superfície terrestre. Nesta faixa
o oxigênio é rarefeito e não existe umidade. A temperatura diminui de 40°C
na parte inferior da camada par 2°C na parte superior.
Mesosfera: esta região inicia logo após a estratosfera e pode atingir até
80km acima da superfície terrestre. É uma região rica em ozônio. A
temperatura é de cerca de 10°C na faixa inferior e de -90°C na parte
superior. A composição dos gases na mesosfera é constante. Esta camada
do ponto de vista do sensoriamento remoto, porque é importante porque é
nela que ocorre a absorção de quase todas as radiações ultravioleta.
Ionosfera: é a região da atmosfera superior da Terra, estendendo-se
aproximadamente até 600 km de altitude. O ar apresenta uma
condutividade elétrica alta, em razão da separação das moléculas em íons e
elétrons (ionização) pela radiação solar ultravioleta. É a faixa que reflete as
ondas de rádios na faixa espectral. Já não reflete as ondas de rádio e de
televisão de alta freqüência, por isso ela é realizada por satélites.
Exosfera: é a zona mais externa da atmosfera, podendo chegar a 1.000 km
ou mais de altura em relação à superfície da Terra. Nesta fase predomina o
hidrogênio (o gás mais leve que se conhece). As temperaturas variam de
2.000°C, durante o dia, a -300ºC durante a noite.
5 - A redução da radiação solar: Entretanto quando a radiação solar
penetra na atmosfera terrestre, sofre uma redução de energia causada pelo
fenômeno de reflexão das ondas eletromagnéticas; pelo fenômeno do
espalhamento e absorção destas ondas, pelos constituintes atmosféricos,
por partículas diversas e nuvens.
A radiação solar que chega a superfície terrestre é atenuada cerca de
47% da incidente. A radiação que chega diretamente a superfície da
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terra é apenas de 19%, ou seja, cerca de 658 wm², o que equivale a 0,94
cal cm-² min-¹.
A radiação que volta para o espaço sideral corresponde a 37%, sendo 26%
refletida pelas nuvens e 11% refletidas pela dispersão das partículas que se
encontram na atmosfera.
Os gases e vapor d’água são responsáveis pela absorção de 1,6% da
radiação. Desta forma somando as quantidades de radiação que voltaram
para o espaço mais aquela que foi absorvida pelos gases e vapor de água,
tem-se um total de 53% de perda de radiação global, o que corresponde z
1,06 cal cm-² min-¹. Assim, do total que chega ao topo da atmosfera
somente 47% atinge a superfície terrestre. Esta radiação recebe o nome de
radiação global (Rg) e equivale, em média, a 0,94 cal cm-² min-¹.
6- O espalhamento desta radiação: é um processo físico que resulta da
absorção de ondas eletromagnéticas, por partículas existentes nas suas
trajetórias, ao penetrarem na atmosfera terrestre. Essa obstrução pode ser
tanto da energia incidente quanto da energia reirradiada (refletida). Na
atmosfera, as partículas responsáveis pelo espalhamento de energia
apresentam tamanhos variáveis. Há desde moléculas de gases naturais até
grandes gotas de chuva e partículas de granizo.
A intensidade e a direção do espalhamento dependem da razão entre os
diâmetros das partículas presentes na atmosfera e o comprimento de onda
da energia eletromagnética incidente e/ou reirradiada.
As partículas presentes na atmosfera são: fumaça, bruma (0,001 a 0,5m);
Fumos industriais (0,5 a 50m); poeira (1 a 5m); neblina, nuvens (2 a 30m);
névoa (20 a50m); garoa (50 a 200m) e chuva (200 a 2000m).
De acordo com os tamanhos das partículas, podem ocorrer três tipos de
espalhamento: molecular, ou Rayleihg; Mie; e não-seletivo.
Espalhamento Molecular ou Rayleigh: Quando o diâmetro das partículas e o comprimento da onda
eletromagnética é menor que 1;
O espalhamento é isotrópico, ou seja é simétrico a direção da onda
incidente e a intensidade;
É produzido pelas moléculas de gases constituintes da atmosfera.
Obs: Este tipo de espalhamento explica a sensação visual azulada do céu
durante o dia e a avermelhada no crepúsculo e por do sol.
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Espalhamento Molecular ou Rayleigh:
Quando o diâmetro das partículas e o comprimento da onda
eletromagnética é menor que 1;
O espalhamento é isotrópico, ou seja, é simétrica a direção da onda
incidente e a intensidade;
É produzido pelas moléculas de gases constituintes da atmosfera.
Obs: Este tipo de espalhamento explica a sensação visual azulada do céu
durante o dia e a avermelhada no crepúsculo e por do sol.
Espalhamento não seletivo:
Ocorre quando o tamanho das partículas na atmosfera deixa de ter
influência no espalhamento.
A energia é espalhada sem desvio, ou seja, independente do
comprimento da onda e preferencialmente para frente.
Obs: Este tipo de espalhamento é responsável pela cor branca das nuvens
7- A absorção da radiação solar se dar por dois processos: a dissociação
e fotoionização na alta atmosfera, e por vibração e transição rotacional de
moléculas. No primeiro caso, tem-se a absorção da radiação nas faixas dos
raios X e do Ultravioleta (UV). No segundo caso, a absorção na região do
Infravermelho. Na região do visível, a absorção da radiação é muito
pequena.
As radiações do espectro eletromagnético, para as quais a radiação não é
absorvida, ou seja, a atmosfera é transparente, são denominadas de
“janelas”.
A curva espectral de radiação de energia solar e da terra e janelas
atmosféricas, representadas pelas cores roxa (uv), amarela (na região do
visível), vermelha (infravermelho) e marrom (microndas).
Energia (E)
0,3µm 1 µm 10 µm 100 µm 1mm 1m
Comprimento de onda
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