Atendimento de Farmacia

16
ATENDENTE DE FARMÁCIA 1. A ÉTICA NO ATENDIMENTO O balconista dentro de seu local de trabalho deve ter consciência do tipo de produto que está vendendo. É importante, na hora do atendimento, vender ao cliente remédios que têm credibilidade no mercado. Medicamentos que estão à venda depois de incansável trabalho de pesquisa realizado por laboratórios que comprovam a eficácia do produto. Não é honesto para com o consumidor vender medicamentos que não estão dentro do controle de qualidade exigido, por isso a responsabilidade do balconista e o conhecimento do produto que está comercializando são muito importantes para s efetivar uma venda. O sigilo profissional também de ser encarado com muita seriedade Através de uma receita médica apresentada pelo consumidor pode-se saber o diagnóstico a doença. Por outro lado, o consumidor pode estar intimidado e até mesmo constrangido com a situação, já que muitas doenças ainda são vistas com discriminação pela sociedade. Nesses casos é importante ser discreto e agir com naturalidade para que a pessoa que está sendo atendida não fique ainda mais chateada, doenças sexuais transmissíveis é um exemplo típico de constrangimento. Além desses exemplos existem inúmeras situações onde deve existir sigilo, que vão desde a venda de absorventes e preservativos até remédios que implicam na vida pessoal e moral do consumidor. Respeitar situações deste gênero é respeitar antes de tudo sua profissão. 2. ATENDIMENTO DO CLIENTE O cliente é a base do nosso trabalho dentro e fora da farmácia. Um cliente bem atendido voltará para fazer novas compras e contará aos seus amigos e parentes. Um cliente mal atendido não voltará e também contará para amigos e parentes. A conscientização do grupo de trabalho em uma farmácia para o tipo de cliente que se utiliza dela é fundamental. Um funcionário que não sabe trabalhar bem destrói a farmácia em pouco tempo. O nosso cliente não é igual ao de uma lanchonete ou sapataria. Ele está doente, ou tem um parente doente na família, está sempre com pressa e, na maioria das vezes, não sabe nada a respeito do produto que está levando. Para que uma venda seja bem feita é necessário que o empregado conheça aquilo que está vendendo. Deverá sempre: Fornecer informações corretas e, em caso de dúvidas, não inventar; Ter consciência de que o cliente da farmácia e diferente de outros ramos do comércio, que provavelmente está debilitado, sem paciência, sem condições físicas para esperar etc; Conhecer os clientes costumeiros , se possível pelo nome, seus problemas básicos; Conhecer o Código de Defesa do Consumidor; Deverá, sempre, ter educação e respeito para com todos que se dirigem à farmácia. Para que este atendimento esteja de acordo, existem alguns itens que devem ser observados, como: 1 - Cumprimente o cliente com respeito e segurança. Seja firme e decidido. 2 - Cumprimente rapidamente o cliente. Não é necessário saber de toda a família, time de futebol, etc. 3 - Se não for possível usar palavras, ou seja, se você estiver atendendo outro cliente, use gestos ou um olhar, reduza a possibilidade do cliente se sentir ignorado e sair. 4 - Se possível, dê-lhe um aperto de mão. Não é necessário mais que isto. 5 - Diga "por favor" e "obrigado". 6 - Conheça seus clientes e sua personalidade. Os clientes que são constantes esperam ser reconhecidos quando entram na farmácia. Faça com que ele se sinta especial, um cliente "da casa". 7 - Prometa menos e faça mais. Não adianta prometer coisas que você já sabe que não conseguirá cumprir. Só garanta aquilo que você tem certeza que é possível fazer; promessas não cumpridas diminuem a credibilidade. 8 - Não se torne íntimo demais. "Amigos, amigos, negócios à parte". É fundamental o bom relacionamento, porém o excesso de amizade pode inviabilizar um negócio. 9 - Ouça mais e fale menos. 10- O cliente não tem culpa de seus problemas. Guarde os seus problemas para si, não deixando transparecer ao cliente. 11-O cliente tem seus próprios problemas, não precisamos aumentá-los. 12 - Cuide de sua aparência pessoal. Devemos estar com o avental sempre limpo, cabelos penteados e mãos e unhas limpas. 13 - Verifique a aparência do seu local de trabalho, ele também deverá estar limpo, arrumado, fazendo com que o cliente tenha a sensação de higiene e segurança.

Transcript of Atendimento de Farmacia

Page 1: Atendimento de Farmacia

ATENDENTE DE FARMÁCIA

1. A ÉTICA NO ATENDIMENTO O balconista dentro de seu local de trabalho deve ter consciência do tipo de produto que está vendendo. É importante, na hora do atendimento, vender ao cliente remédios que têm credibilidade no mercado. Medicamentos que estão à venda depois de incansável trabalho de pesquisa realizado por laboratórios que comprovam a eficácia do produto. Não é honesto para com o consumidor vender medicamentos que não estão dentro do controle de qualidade exigido, por isso a responsabilidade do balconista e o conhecimento do produto que está comercializando são muito importantes para s efetivar uma venda. O sigilo profissional também de ser encarado com muita seriedade Através de uma receita médica apresentada pelo consumidor pode-se saber o diagnóstico a doença. Por outro lado, o consumidor pode estar intimidado e até mesmo constrangido com a situação, já que muitas doenças ainda são vistas com discriminação pela sociedade. Nesses casos é importante ser discreto e agir com naturalidade para que a pessoa que está sendo atendida não fique ainda mais chateada, doenças sexuais transmissíveis é um exemplo típico de constrangimento. Além desses exemplos existem inúmeras situações onde deve existir sigilo, que vão desde a venda de absorventes e preservativos até remédios que implicam na vida pessoal e moral do consumidor. Respeitar situações deste gênero é respeitar antes de tudo sua profissão.

2. ATENDIMENTO DO CLIENTE O cliente é a base do nosso trabalho dentro e fora da farmácia. Um cliente bem atendido voltará para fazer novas compras e contará aos seus amigos e parentes. Um cliente mal atendido não voltará e também contará para amigos e parentes. A conscientização do grupo de trabalho em uma farmácia para o tipo de cliente que se utiliza dela é fundamental. Um funcionário que não sabe trabalhar bem destrói a farmácia em pouco tempo. O nosso cliente não é igual ao de uma lanchonete ou sapataria. Ele está doente, ou tem um parente doente na família, está sempre com pressa e, na maioria das vezes, não sabe nada a respeito do produto que está levando.

Para que uma venda seja bem feita é necessário que o empregado conheça aquilo que está vendendo. Deverá sempre:

Fornecer informações corretas e, em caso de dúvidas, não inventar;

Ter consciência de que o cliente da farmácia e diferente de outros ramos do comércio, que provavelmente está debilitado, sem paciência, sem condições físicas para esperar etc;

Conhecer os clientes costumeiros , se possível pelo nome, seus problemas básicos;

Conhecer o Código de Defesa do Consumidor;

Deverá, sempre, ter educação e respeito para com todos que se dirigem à farmácia.

Para que este atendimento esteja de acordo, existem alguns itens que devem ser observados, como: 1 - Cumprimente o cliente com respeito e segurança. Seja firme e decidido. 2 - Cumprimente rapidamente o cliente. Não é necessário saber de toda a família, time de futebol, etc. 3 - Se não for possível usar palavras, ou seja, se você estiver atendendo outro cliente, use gestos ou um olhar, reduza a possibilidade do cliente se sentir ignorado e sair. 4 - Se possível, dê-lhe um aperto de mão. Não é necessário mais que isto. 5 - Diga "por favor" e "obrigado". 6 - Conheça seus clientes e sua personalidade. Os clientes que são constantes esperam ser reconhecidos quando entram na farmácia. Faça com que ele se sinta especial, um cliente "da casa". 7 - Prometa menos e faça mais. Não adianta prometer coisas que você já sabe que não conseguirá cumprir. Só garanta aquilo que você tem certeza que é possível fazer; promessas não cumpridas diminuem a credibilidade. 8 - Não se torne íntimo demais. "Amigos, amigos, negócios à parte". É fundamental o bom relacionamento, porém o excesso de amizade pode inviabilizar um negócio. 9 - Ouça mais e fale menos. 10- O cliente não tem culpa de seus problemas. Guarde os seus problemas para si, não deixando transparecer ao cliente. 11-O cliente tem seus próprios problemas, não precisamos aumentá-los. 12 - Cuide de sua aparência pessoal. Devemos estar com o avental sempre limpo, cabelos penteados e mãos e unhas limpas. 13 - Verifique a aparência do seu local de trabalho, ele também deverá estar limpo, arrumado, fazendo com que o cliente tenha a sensação de higiene e segurança.

Page 2: Atendimento de Farmacia

14 - Ganhe seus clientes pelo telefone. Um atendimento telefônico mal feito faz com que o cliente não venha pessoalmente e a venda não se realizará. 15 - Deve-se antecipar às necessidades do cliente. Na medida do possível, devemos prever o que o cliente precisa. 16 - Deve-se, em resumo, satisfazer as suas necessidades, garantindo assim a fidelidade do cliente, ou seja, que o cliente retorne para novas compras e conte a todos como foi bem atendido.

3. A IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO O balconista já sabe a importância da ética profissional no atendimento ao cliente. Para seguir a ética profissional e comercial e vender corretamente os produtos, o balconista precisa se informar constantemente sobre fórmulas, bulas, indicações e contraindicações dos medicamentos. Ler as bulas dos remédios, prestar atenção nos tipos de medicamentos e nos nomes dos laboratórios fabricantes destes produtos irá facilitar e valorizar ainda mais o seu trabalho junto ao cliente. Quanto mais você conhecer sobre os produtos que está vendendo, mais consciência terá da importância do seu trabalho.

4. O TRABALHO DO ATENDENTE DE FARMÁCIA O balconista de uma farmácia é um profissional a quem compete, com a supervisão de um farmacêutico ou do auxiliar de farmácia, executar as tarefas de organização

do ambiente de trabalho e atendimento dos fregueses. Em casos especiais, o balconista pode se encarregar da mistura e preparo dos produtos não medicinais com a

supervisão do farmacêutico. A agilidade do balconista é a grande aliada para o atendimento mais eficiente. Se a farmácia em que você trabalha não aplica injeções e não fazem curativos, é importante que o cliente que solicita este tipo de serviço seja informado do motivo da impossibilidade de atendê-lo. Indique neste caso um local mais próximo que possa atender a necessidade imediata da pessoa. Ela ficará grata pela orientação e vai lembrar que pode contar com você quando precisar de ajuda. Se o cliente quer um remédio e a farmácia não o tem no momento, você deve anotar o nome do medicamento e se comprometer a atender ao pedido o mais breve possível. Existem outras situações em que o balconista precisará de muita habilidade para vender. Independentemente do tamanho da loja, da publicidade que foi feita e de outros investimentos, com certeza as vendas só irão crescer se você desempenhar corretamente suas funções.

5. O ELO ENTRE A FARMÁCIA E O CLIENTE A) AS FUNÇÕES DO ATENDENTE O balconista de uma farmácia ou drogaria é sempre a pessoa que mais contato tem com o consumidor, por isso pode e deve sugerir mudanças sobre a quantidade de produtos expostos nas prateleiras e estoque de produtos que são mais vendidos. Além de informar a falta de produtos que têm procura, mas não são comercializados.

A colocação de preço nos produtos também é responsabilidade do balconista. É importante observar se os preços etiquetados estão correios e legíveis e se não estão sendo colocados sobre o número de lote do produto, e principalmente sobre o prazo de validade da mercadoria. O balconista deve ainda observar sempre as necessidades do consumidor e verificar se elas estão sendo atendidas prontamente. Controlar a entrada e saída de produtos, conferir, repor, arrumar mercadorias, ter conhecimento dos medicamentos que estão sendo vendidos e os laboratórios que produzem estes remédios, saber ler uma receita e atualizar-se sobre novos lançamentos, são princípios básicos que fazem parte do dia-a-dia do balconista e ajudam, em muito, a organização de uma farmácia. B) A LIGAÇÃO COM O CLIENTE Todo trabalho por mais difícil que seja deve ser encarado com muito profissionalismo e seriedade. No caso do balconista de farmácia este aspecto é muito importante, já que este profissional tem que atuar como "relações públicas" da farmácia onde trabalha, representar a própria empresa e ser o elo entre a farmácia e o consumidor.

Toda empresa comercial tem como objetivo o bom atendimento ao cliente. Na farmácia isso não é diferente, a gentileza no atendimento com certeza trará bons retornos para a farmácia e para o balconista.

O balconista é a primeira pessoa que o cliente vê e ouve e, às vezes, é a única pessoa com quem ele entra em contato dentro de uma drogaria. Por isso é fundamental o bom aspecto do balconista, que deve usar sempre um avental ou jaleco limpo, de preferência de cor clara. Outro aspecto importante e que deve observado é das mãos e unhas, não só pela questão estética, mas principalmente pela higiene que se deve ter ao manusear os medicamentos. Note ainda que as mãos do balconista estão permanentemente no foco de atenção dos clientes.

C) PACIÊNCIA E DEDICAÇÃO Existe um antigo ditado popular que diz que "o cliente sempre tem razão" e mesmo que isso não seja totalmente verdade é importante que o balconista não esqueça que este ditado resume uma regra básica na relação de compra e venda. Tem cliente que fica nervoso ou irritado pela demora no atendimento ou mesmo por qualquer outro motivo. Neste caso o balconista deve utilizar de bom senso e atendê-lo o mais prontamente possível, evitando até mesmo comentar o contratempo ocorrido. Desta forma o cliente ficará desarmado e até mesmo sem ação. Manter a calma e ser gentil nesta ou em qualquer outra situação deve ser um dos lemas do balconista até mesmo para se desvencilhar de um cliente que gosta de "esticar a conversa" no balcão. Como ele pode estar atrapalhando o andamento do trabalho, peça amavelmente para ele esperar um pouco até que outros clientes sejam atendidos. É fundamental nunca perder a paciência e

Page 3: Atendimento de Farmacia

sempre colocar o cliente em primeiro lugar, afinal todo o seu trabalho gira em torno dele e para ele. D) A ARTE DE ATENDER Sabemos que é uma arte atender um cliente, por isso o balconista deve ser amável no contato com o consumidor para que ele se sinta bem atendido e volte outras vezes. Para que isso ocorra é importante conquistar a simpatia do cliente e não só atender a sua necessidade imediata, mas estar sempre disponível quando solicitado para informá-lo e orientá-lo no que for possível. O balconista de farmácia exerce uma função de dupla responsabilidade, já que os produtos à disposição para venda são na verdade fórmulas complexas, e se não forem comercializados corretamente podem causar sérios danos à saúde do consumidor. E) RECURSOS PROMOCIONAIS Além da habilidade do balconista no atendimento ao consumidor, as farmácias ou drogarias se utilizam muito de recursos promocionais para chamar a atenção do cliente. As vitrines do balcão, as prateleiras externas e as gôndolas, normalmente, são usadas para colocar produtos da linha de perfumaria e cosméticos, os produtos naturais (chás e outras ervas) e os produtos de higiene pessoal para destacar e promover as vendas. Em displays, sobre os balcões, ficam os produtos homeopáticos. Além destes recursos, as drogarias se utilizam também da promoção no preço de algumas mercadorias - cosméticos perfumes e produtos de higiene pessoal - para atrair os clientes e aumentar a comercialização de produtos em geral. Existem ainda drogarias que dão desconto promocional nos medicamentos.

PARTE TÉCNICA

1. RECEITA OU PRESCRIÇÃO É uma ordem escrita com detalhadas instruções sobre o medicamento que deve ser dado ao paciente, e quantidade determinada, indicando via administração e a duração do tratamento. A prescrição ou receita adequada baseia-se em três áreas do conhecimento médico: diagnóstico correto e compreensão de fisiopatologia da doença a ser tratada e domínio da farmacologia do medicamento indicado.

CLASSIFICAÇÃO 1. Prescrição Excessiva: É observada quando a droga não é necessária ou prescrita em dose muito elevada, por período longo demais ou em quantidade exagerada para as necessidades imediatas do paciente. 2. Subprescrição: Consiste na falha em prescrever uma medicação necessária como, por exemplo, uma droga para baixar a pressão de um paciente hipertenso. A posologia inadequada ou a administração em período demasiadamente curto também pertencem a esta categoria.

3. Prescrição Incorreta: Ocorre quando a droga é indicada para diagnóstico errado, quando se seleciona droga errada para o caso ou quando a receita é preparada de modo impróprio. Observa-se a prescrição incorreta quando o médico não está a par de fatores genéticos, ambientais ou a própria doença podem alterar a resposta do paciente à droga. 4. Prescrição Múltipla: Ocorre quando o paciente consulta e recebe receitas de vários médicos, quando utiliza drogas não prescritas (automedicação) com as prescritas ou quando o médico não suspende uma droga antes de iniciar outra ou prescreve uma especialidade farmacêutica que encerra diversas drogas. 5. Prescrição Racional: Algumas abordagens para a prescrição racional de drogas incluem: a) Melhorar e ampliar a educação sobre o uso racional das drogas começando-se pelas escolas médicas e continuando-se ao longo da carreira do clínico. b) Reduzir as pressões ostensivas e insidiosas das fontes comerciais e dos pacientes que forçam o médico a aumentar a utilização das drogas. c) O médico deve ter consciência de que a seleção e o uso racional de drogas são tão gratificantes e compensadores, e talvez até mais quanto elaborar um diagnóstico correto.

COMPOSIÇÃO DA RECEITA

1. Cabeçalho: Nesta parte encontram-se impressos, na porção superior do papel, o nome completo do médico, veterinário ou cirurgião dentista, sua especialidade, número de inscrição no Conselho Regional da classe (CRM, CRO e CRMV), endereço, podendo ainda ser acrescentados o CPF e a inscrição municipal. 2. Nome do Paciente: Em alguns casos, além do nome podem ser colocados endereço e a idade do paciente, informações úteis para o farmacêutico monitorar o uso dos medicamentos. 3. Indicação da via de administração: Antes da inscrição, usam-se os seguintes termos para definir o modo de administração: uso interno, uso externo, uso local ou tópico, via intramuscular, via subcutânea, via intravenosa etc. a) A expressão uso interno é usada para indicar a administração pela boca pode-se preferir-se a expressão uso oral. b) A expressão via externa é sinônima de uso local ou tópico. 4. Inscrição: Indica a medicação prescrita que pode assumir quatro modalidades: especialidade farmacêutica, fármaco genérico, fármaco oficinal ou magistral, já definidos anteriormente. 5. Subscrição ou instruções para o farmacêutico: Esta parte da prescrição consiste em instruções para o

Page 4: Atendimento de Farmacia

farmacêutico sobre a manipulação da medicação e é mais utilizada nas fórmulas magistrais. O farmacêutico deve estar atento para detectar doses excessivas e outros erros. 6. Instruções para o paciente: Estas instruções devem conter informações sobre a dose do fármaco, horário e frequência da dose, além de outros fatores, tais como diluição e via de administração. Esta parte da prescrição assume grande importância a fim de evitar a desobediência do paciente ao regime terapêutico. Expressões como “usar como indicado”, “tomar quando necessário” e abreviaturas nunca são satisfatórias e não devem ser usadas. Paciente idoso requer cuidados especiais quanto a maneira de utilizar seus medicamentos. 7. Assinatura ou firma profissional: É a parte da prescrição em que se colocam local, data e assinatura do profissional. Quando o cabeçalho não identifica o autor, como nos talonários com vários profissionais ou de hospitais, deve-se juntar à assinatura o carimbo com identificação e número do CRM do profissional.

2. BULA: APRENDA A CONHECÊ-LA Todos nós já olhamos uma bula de um medicamento. Mas sabemos o que ela contém? vamos tentar traduzi-la. A palavra bula vem do latim e quer dizer selo, oval ou circular, com o nome

ou imagem de seu dono, usado em documentos oficiais. Com o tempo bula passou a significar o próprio documento em que era posto o selo. A bula de um medicamento é um documento com informações diversas sobre este medicamento. É composta de vários tópicos. Vejamos os principais:

Nome do Medicamento Aqui encontramos o nome genérico, que é o nome comum, pelo qual o medicamento é conhecido como substância isolada, sem levar em conta o fabricante. Deve ser escrito com a letra inicial minúscula. Esse nome é dado de acordo com a DCB (Denominação Comum Brasileira). Também encontramos aqui o nome comercial, que é o nome dado pelo fabricante, de acordo com critérios próprios. Às vezes encontramos, ainda, o nome químico, que descreve a estrutura química do fármaco.

Formas e Fórmulas Forma farmacêutica é a forma que o medicamento apresenta, por exemplo: cápsula, drágea, xarope, suspensão etc. Fórmula farmacêutica, também chamada de composição, diz o que contém cada medicamento, ou seja, cada um dos componentes e em que quantidade. Por exemplo: Diclofenaco potássico Drágeas de 50 mg - embalagem com 10 unidades. Drágea é a forma farmacêutica e 50 mg é a dosagem que a drágea apresenta. Podemos dizer que a drágea contém 50 mg de princípio ativo. Gotas Diclofenaco potássico - 15 mg/ml

A forma farmacêutica é solução (no caso em gotas) e a fórmula é o nome do princípio ativo e sua respectiva dosagem.

Informações ao paciente São orientações a serem dadas ao usuário do medicamento, como: prazo de validade; onde guardar o medicamento (geladeira, ao abrigo da luz etc); manter o medicamento longe do alcance de crianças etc.

Informações Técnicas ou Ações ou Propriedades Indicam a ação que o medicamento causará no organismo, grupo farmacológico etc. Por exemplo: o diclofenaco potássico é um anti-inflamatório não esteroide. Esta colocação indica o grupo farmacológico. Possui ação analgésica, antipirética e anti-inflamatória; age inibindo a biossíntese de prostaglandinas. Indica a ação do medicamento no organismo.

Indicações Para quê, em que casos deve-se usar este medicamento. Esse medicamento deverá ser utilizado em casos de febre, mal-estar e cansaço.

Contra-Indicações Indicam problemas, sintomas, doenças etc que, se o paciente apresenta antes do uso do medicamento, não deverá fazer uso dele. Por exemplo: contraindicação em pacientes que apresentam úlcera péptica e em pacientes com hipersensibilidade ao medicamento. Ou seja, pacientes que tenham estes problemas, não deverão utilizar-se deste medicamento.

Precauções São cuidados que se deve tomar durante o uso do medicamento Por exemplo: recomenda-se ingerir com água; evitar bebidas alcoólicas, suspender o tratamento, se houver hemorragia.

Reações Adversas São efeitos que podem ocorrer após o uso do medicamento Por exemplo: distúrbios gastrointestinais; cefaléia, erupção cutânea.

Interações Medicamentosas São problemas que pode, ocorrer, quando se administram dois medicamento ao mesmo tempo ou, por algum motivo, eles se encontram dentro do organismo. Por exemplo: o uso de diclofenaco sódico com digoxina aumenta a concentração de digoxina no sangue. O diclofenaco associado aos antidiabéticos orais e insulina, diminui a atividade antidiabética.

Posologia Indica qual a dose do medicamento a ser administrada. Alguns citam a dose máxima diária, que nunca deve ser ultrapassada. Por exemplo: Adultos: a dose inicial é de 100 mg. As doses subsequentes devem ser de 50 mg, de 8/8 horas. Dose máxima: 200 mg/dia Crianças: a dose é de 0,6 a 1,8 mg/kg/dia a ser administrada de 8/8 horas. Significa que a criança, por

Page 5: Atendimento de Farmacia

exemplo, com 10 kg deverá tomar de 6 a 18 mg do medicamento por dia. Como irá tomar de 8/8 horas, deverá tomar em cada horário de 2 a 6 mg.

Superdosagem Indica o que fazer no caso de uma intoxicação. Por exemplo: não provocar vômito; procure um médico; os sinais de superdosagem são náuseas e vômitos.

Nome do Fabricante Consta o nome, endereço, CGC, registro no Ministério da Saúde e o nome do farmacêutico com seu registro no Conselho Regional de Farmácia. Todo medicamento deve ter o registro no Ministério da Saúde. Este número indica que este medicamento está de acordo com os preceitos do ministério e sujeito à fiscalização da Vigilância Sanitária. Produtos sem este registro, existem de forma irregular, não devendo ser utilizados.

CONCLUSÃO Todos leem a bula. O que a maioria não sabe é que existem erros nelas. Alguns produtos não trazem todas as informações ou as trazem incompletas. Podemos dizer que não existem medicamentos sem efeitos colaterais. Porém, algumas bulas não os trazem. Por exemplo: é impossível que dois medicamentos, de laboratórios diferentes, mas com o mesmo princípio ativo: um apresente uma bula com muitas informações e o outro não. Os itens como indicações, contraindicações, efeitos colaterais, precauções, posologia, entre outros, são iguais. Como as bulas podem ser diferentes? Pense bem: ácido acetilsalicílico (aspirina) faz mal? Não, todo mundo toma? E se o paciente tiver úlcera, como fica? E a vitamina C (ácido ascórbico)? E este mesmo paciente pode tomá-lo? Devemos sempre saber de onde retiramos as nossas informações, para não cometermos erros.

3. CLASSIFICAÇÃO DAS FORMAS FARMACÊUTICAS

1. USO INTERNO A) FORMAS LÍQUIDAS 1. Soluções: São misturas homogêneas de duas ou mais substâncias. As soluções farmacêuticas são sempre líquidas e obtidas a partir da dissolução de um sólido ou líquido em outro líquido. São exemplos de soluções: xaropes, elixires e tinturas.

2. Xaropes: São soluções aquosas contendo cerca de 2/3 de seu peso em sacarose(açúcar comum) ou outros açúcares. Ex: xarope de hidroxizine (antialérgico) 2.1) Vantagens dos xaropes: -Dissimular o sabor desagradável -Aumentar o tempo de conservação(impede o crescimento de fungos e bactérias) 3. Elixires: a) Preparações de fármaco num solvente alcoólico. b) Utilizados para fármacos não solúveis em água. 4. Tinturas: São extratos alcoólicos (por exemplo, de uma erva ou solução de uma substância não volátil, como iodo e mercurocromo). Soluções de substâncias voláteis são denominadas espíritos, embora tal nome seja dado também a vários outros materiais obtidos através da destilação, mesmo que não incluam álcool. 5. Emulsões: São sistemas constituídos de 2 fases líquidas imiscíveis (que não se misturam), uma oleosa e outra aquosa. Existem emulsões do tipo óleo em água(O/A: fase externa aquosa) e água em óleo(A/O: fase externa oleosa). A estabilidade da emulsão é garantida com o uso de agentes emulsificantes. As emulsões podem ser pastosas(creme) ou líquidas(loções), destinadas ao uso interno ou externo. 6. Suspensões: São misturas heterogêneas de partículas sólidas em meio líquido. As partículas precipitam quando a solução fica em repouso. Devem ser agitadas antes da administração para uma distribuição uniforme das partículas. 7. Injeções: São preparações estéreis de soluções, emulsões ou suspensões destinadas à administração parenteral.

B) FORMAS SÓLIDAS

1. Pós (simples e compostos): São medicamentos formados por partículas sólidas obtidas por divisão que são misturados com líquidos(água ou sumos) antes da sua administração. a) Vantagens: - Efeitos rápidos e regulares, pois as partículas são pequenas e uniformes; - Pequeno tamanho- menor limitação gástrica; - Facilidade de dissolução; - Atividade maior quanto maior o grau de divisão; - Facilidade de administração. b) Desvantagens: - Susceptibilidade às condições atmosféricas; - Impossibilidade de mascarar odor e sabor desagradável. 2. Grânulos: São formas farmacêuticas compostas de um pó ou uma mistura de pós-umedecidos e submetidos à secagem, para produzir grânulos de tamanho desejado. a) Vantagem: - Maior estabilidade química e física que os pós. 3. Comprimidos: São formas farmacêuticas sólidas de forma variável, cilíndrica ou discoide, obtidas por compressão de medicamentos mais o excipiente. Os comprimidos com massa entre 60mg e 600mg e são a forma farmacêutica mais utilizada, por ser a via mais

Page 6: Atendimento de Farmacia

apropriada. Os comprimidos são dissolvidos no estômago pelos sucos digestivos. a) Vantagens em relação aos pós e formas líquidas: - Precisão na dosagem; - Boa conservação; - Rapidez na preparação; - Economia, devido ao rendimento; - Boa apresentação; - Volume reduzido. Tipos de comprimidos: a) Comprimidos com ranhura- permitem uma divisão equilibrada da dose; b) Comprimidos com revestimento entérico- resistem à dissolução no ph ácido do estômago, mas dissolve-se no ph alcalino do intestino. Utilizados para fármacos que são destruídos ou inativados pelo ph ácido. Não devem ser mastigados ou triturados; c) Comprimidos de ação prolongada (retard) ou de libertação controlada- Preparados para serem absorvidos de forma gradual. 5. Drágeas: São formas farmacêuticas sólidas, revestidas destinadas ao uso oral. Chama-se drágea aos comprimidos revestidos por qualquer espécie de envolvimento o que está de acordo com a Farmacopeia Brasileira IV 2ª edição. Para este fim utiliza diversas substâncias, como: queratina, ácido esteárico, gelatina endurecida com formaldeído. a) Vantagens: - Proteção de aroma e sabor desagradável; - Resistência ao suco gástrico; - Facilita a deglutição, - Proteção e conservação dos princípios ativos. b) Desvantagem: Custo elevado 6. Cápsulas: São formas farmacêuticas sólidas as quais uma ou mais substâncias medicinais (líquido ou pó) são acondicionadas em um invólucro à base de gelatina, que se dissolve no tubo gastrointestinal e liberta o medicamento para ser absorvido. Forma adequada para administração de fármacos com sabor desagradável e irritantes a mucosa gástrica. Devem ser deglutidas inteiras. a) Duras: São usadas para drogas sólidas. Os invólucros vazios são feitos de uma mistura de gelatina, açúcar e água e podem ser transparentes ou coloridas. São formadas por duas peças que se unem após o enchimento com a droga pulverizada. São utilizadas para substâncias secas e granulosas. Ex: Adalat: nifedipina. b) Moles: São cápsulas preparadas com película de gelatina com adição de glicerina ou sorbitol para tornar a gelatina elástica. Podem ser de várias formas e são usadas para conter líquidos, suspensões, materiais pastosos ou pós. Exemplo: óleos minerais (que oxidam facilmente). 7. Pastilhas: São preparações farmacêuticas de consistência sólida, destinadas a dissolverem-se lentamente na boca. São preparadas por moldagem de uma massa elástica, constituída na maioria das vezes por mucilagem e/ou açúcar associados a princípios medicamentosos.

8. Extratos sólidos: São formas farmacêuticas sólidas obtidas por separação dos princípios ativos de drogas vegetais em dissolventes adequados, sendo submetidas a um processo de concentração destas drogas por evaporação da parte líquida. O dissolvente pode ser: água destilada, álcool, éter, ácido acético, pelo que os extratos se denominam aquosos, alcoólicos, etéricos ou acéticos respectivamente. Exemplo: extrato seco de Ginkgo biloba.

2. USO EXTERNO A) FORMULAS SEMI SÓLIDAS 1. Loções: São soluções que se impregnam na pele. O veículo é aquoso e usado sem fricção. Sua fluidez permite aplicação rápida e uniforme sobre uma ampla superfície. 2. Cremes: São formas farmacêuticas de aspecto cremoso feitas com a mistura de um líquido em óleo, de modo a formar um líquido espesso ou um sólido mole. No seu preparo são utilizados agentes emulsionantes como a goma arábica e gelatina. 3. Pomadas: São preparações farmacêuticas semi-sólidas preparadas numa base gorda como a lanolina ou a vaselina. Características: a) Completa ou moderadamente absorvidas pela pele. b) Conservam a umidade pelo que aumentam a absorção do fármaco- são o veículo mais eficaz para a absorção de fármacos pela pele. 4. Emplastros: São formas farmacêuticas que se dissolvem à temperatura do corpo, aderindo-se a pele. É usado como esparadrapo.

B) MEDICAMENTOS ADMINISTRADOS ATRAVÉS DAS MUCOSAS 1. Retal: a) Supositórios: São formas farmacêuticas sólidas, de forma cônica destinadas a ser introduzidas num orifício corporal(ânus) onde devem desintegrar-se à temperatura do organismo(37ºC), liberando o fármaco e exercendo efeito local ou sistêmico. Devem ser armazenados em local fresco. O excepiente mais usado é a manteiga de cacau. b) Solução para enema de pequeno volume, previamente embalada. 2-Vaginal: a) Óvulos: São formas farmacêuticas sólidas obtidas por compressão ou moldagem para aplicação vaginal, onde devem se dissolver para exercerem uma ação local. O excipiente em geral é a glicerina. b) Cremes vaginais(fornecidos com aplicador) 3-Nasal: a) Gotas nasais: São formas farmacêuticas líquidas destinadas aos orifícios nasais. 4-Olhos: a) Gotas oftálmicas: As soluções oftálmicas são estéreis, facilmente administráveis e habitualmente não interferem com a visão. b) Pomadas oftálmicas: provocam alterações da acuidade visual. Tem maior duração de ação que as gotas. 5-Ouvidos: a) Gotas otológicas: São formas farmacêuticas líquidas destinadas aos orifícios auditivos.

Page 7: Atendimento de Farmacia

6-Inalação: a) Condução de medicamentos para os pulmões através das vias nasal ou oral. b) Vaporização: medicamento é transportado através de um fluxo de vapor. 7-Atomização e nebulização: Separação da solução em pequenas gotículas para ser inalada.

4. CLASSIFICAÇÃO DOS MEDICAMENTOS 1 - De acordo com a quantidade de fármacos presentes na fórmula: a) simples: preparados a partir de um único fármaco. Ex: bicarbonato de sódio b) compostos: preparados a partir de um ou mais fármacos. Ex: polivitamínicos 2 - De acordo com seu emprego a) uso interno: O que se destina a ser administrado no interior do organismo por via bucal e pelas cavidades naturais ou acidentais. As vias oral, retal, vaginal, nasal, auricular, parenteral e tranqueopulmonar, constituem, portanto, meios de acesso para medicamentos de uso interno. b) uso externo: Medicamentos de exclusiva aplicação na superfície do corpo ou em mucosas facilmente acessíveis ao exterior. 3 - De acordo com o tipo de preparação a)medicamentos oficinais: São aqueles que se encontram oficializados nas monografias oficiais(farmacopéias) b)medicamentos magistrais: São aqueles preparados pelo farmacêutico segundo indicações expressas numa receita médica. c)medicamentos especializados: São aqueles apresentados no mercado em embalagem própria e que apresentam uma marca privativa. 4 - De acordo com sistemas terapêuticos existentes a) alopático: tratamento que segue o princípio “Contraria contrariis curantur”(cura pelo contrário) b) homeopatia: tratamento que se baseia no princípio da cura pelos semelhantes “Similia similibus curantur”.

5. ENTENDA OS CONCEITOS Princípio Ativo - Parte do medicamento que responde pela ação farmacológica deste, ou seja, substância que causa a ação esperada. Excipiente - Substâncias que são acrescidas aos princípios ativos com a finalidade de dar forma ao medicamento na forma

sólida ou pastosa. Veículo - Substâncias que são acrescidas aos princípios ativos com a finalidade de dar forma o medicamento na forma líquida Droga - Produto de natureza animal, vegetal, mineral ou sintética, empregada na preparação de um medicamento. É uma matéria prima para a produção de um

medicamento. Pode designar um determinado princípio ativo. Fármaco - São todas as drogas utilizadas em farmácia e com ação farmacológica definida. Medicamento - Substância ou conjunto de substâncias com ação terapêutica, profilática ou auxiliar de diagnóstico. Ação terapêutica - Ação de curar ou melhorar os sintomas de uma determinada doença (medicamentos antialérgicos, analgésicos, etc.) Ação Profilática - Ação de prevenir doenças (vacinas). Ação auxiliar de diagnóstico - Auxilia a diagnosticar uma determinada doença (uso de Luftal, antes de um ultra-som). Remédio - É uma palavra aplicada no sentido geral, sendo utilizada a todos os meios usados para prevenir, melhorar ou curar as doenças. Deste modo, podemos chamar de remédio os medicamentos e também os meios físicos (radioterapia, massagem etc.) e os meios psíquicos (psicanálise, tratamento psicológico etc.) Veneno - Todo medicamento ou toda substância química pode ser um veneno, dependendo da pessoa que o ingere e a quantidade ingerida. Porém, podemos dizer que um veneno é uma substância que mesmo em pequenas quantidades pode levar à morte. Dose - Quantidade de medicamento que deve ser administrado. Pode ser: a) dose máxima - máximo que um organismo pode suportar sem apresentar grandes efeitos colaterais. Não deve ser ultrapassada, a não ser com ordem expressa do médico. b) dose mínima - quantidade mínima de um determinado medicamento, que produz uma determinada ação farmacológica. c) dose terapêutica - fica entre a dose mínima e máxima. É a ideal. d) dose letal - dose que se administrada leva à morte. Ação Local - O medicamento age no local onde foi colocado. Por exemplo, um creme antialérgico, um enxaguatório bucal ou um colírio. Ação Sistêmica - O medicamento precisa chegar até a corrente sanguínea e depois atingir o local de ação. Por exemplo, um comprimido antialérgico, uma vez ingerido vai do sistema digestivo para a corrente sanguínea para depois ter a sua ação. Nome Genérico - Nome dado ao medicamento de acordo com a Denominação Comum Brasileira (DCB). Através desse nome, podemos comparar os diversos medicamentos existentes no mercado, sabendo quais têm a mesma composição ou quais são as diferenças. Por exemplo, cimetidina: pode ter vários nomes comerciais

Page 8: Atendimento de Farmacia

como Tagamet, Ulcimet e Ulcedine. A DCB é uma normatização relativa aos nomes dados aos medicamentos, feita de acordo com a Denominação Comum Internacional - DCI, que é feita pela Organização Mundial de Saúde - OMS. Nome Comercial - Nome dado pelo fabricante de acordo com critérios próprios. Uso externo - Indica que o medicamento deve ser usado na superfície do organismo, apresentando normalmente ação local. Podemos exemplificar como cremes, pomadas, locutórios e colírios. Normalmente não devem ser ingeridos, nem devem ser injetados. Uso interno - Indica que o medicamento deve ser usado no interior do organismo, apresentando normalmente ação sistêmica. Podemos exemplificar como comprimidos e injeções endovenosas. Medicamento homeopático - Medicamento feito de acordo cm as técnicas homeopáticas. Podemos resumir a homeopatia como a "cura pelo semelhante", ou seja, o medicamento homeopático causa no organismo uma reação semelhante à doença, fazendo com que o próprio organismo reaja a ela. Medicamento alopático - Medicamento feito de acordo com as técnicas alopatas. Podemos resumir a alopatia como a "cura pelo contrário", ou seja, o medicamento causa um efeito contrário à doença, melhorando-a ou curando-a. ë um medicamento de ação contrária à homeopatia, portanto, a não ser que o médico prescreva, não devemos misturar tratamento homeopáticos com alopáticos, mesmo quando se referirem a doenças diferentes. O paciente deve sempre informar ao médico todos os tipos de tratamento que está fazendo. Medicamento fitoterápico- Medicamento feito à base de plantas medicinais. Chás medicinais - São feitos à base de plantas medicinais, de acordo com a técnica correta ( por exemplo, algumas plantas devem ser fervidas, outras não devem ferver etc.). Se esses chás fazem algum efeito, então têm princípios ativos, não podendo, portanto, serem usados em qualquer quantidade. Devemos ter uma quantidade definida, por exemplo, três xícaras ao dia. A frase popular "se é natural, não faz mal" não é verdadeira. Existem, inclusive, plantas tóxicas que não devem ser utilizadas, podendo levar à morte. Via de administração - Via por onde é introduzido o medicamento. As principais vias são: via oral - através da boca. via parenteral - através do uso de medicamento injetáveis, como intramuscular, endovenoso, subcutâneo etc. via mucosa - através da mucosa do corpo, como mucosa nasal, retal, vaginal, bucal etc. via tópica - através da pelo, como cremes, pomadas, adesivos transdérmicos etc.

6. MEDICAMENTOS GENÉRICOS A seguir será definido os termos usados nas legislações que tratam da implementação dos genéricos. Termos 1 - Alternativas Farmacêuticas - São medicamentos que contém a mesma molécula terapeuticamente ativa, ou seu

precursor, mas não necessariamente na mesma quantidade, forma farmacêutica, sal ou éster. Devem cumprir, individualmente, com as especificações atualizadas da Farmacopéia Brasileira e, na ausência destas, com as de outros códigos autorizados pela legislação vigente ou, ainda, com outros padrões aplicáveis de qualidade, relacionados à identidade, dosagem, pureza, potência, uniformidade de conteúdo, tempo de desintegração e velocidade de dissolução, quando for o caso. 2 – Biodisponibilidade - Indica a velocidade e a extensão de absorção de um princípio ativo em uma forma de dosagem, a partir de sua curva concentração/tempo na circulação sistêmica ou sua excreção na urina. 3 – Bioequivalência - Consiste na demonstração de equivalência farmacêutica entre produtos apresentados sob a mesma forma farmacêutica, contendo idêntica composição qualitativa e quantitativa de princípio(s) ativo(s), e que tenham comparável biodisponibilidade, quando estudados sob um mesmo desenho experimental. 4 - Denominação Comum Brasileira (DCB) – Denominação do fármaco ou princípio farmacologicamente ativo aprovada pelo órgão federal responsável pela vigilância sanitária. 5 - Denominação Comum Internacional (DCI) – Denominação do fármaco ou princípio farmacologicamente ativo recomendada pela Organização Mundial da Saúde. 6 - Equivalência Terapêutica - Dois medicamentos são considerados terapeuticamente equivalentes se eles são farmaceuticamente equivalentes e, após administração na mesma dose molar, seus efeitos em relação à eficácia e segurança são essencialmente os mesmos, o que se avalia por meio de estudos de bioequivalência apropriados, ensaios farmacodinâmicos, ensaios clínicos ou estudos in vitro. 7 - Equivalentes Farmacêuticos - São medicamentos que contém o mesmo fármaco, isto é, mesmo sal ou éster da mesma molécula terapeuticamente ativa, na mesma quantidade e forma farmacêutica, podendo ou não conter excipientes idênticos. Devem cumprir com as mesmas especificações atualizadas da Farmacopeia Brasileira e, na ausência destas, com as de outros códigos autorizados pela legislação vigente ou, ainda, com outros padrões aplicáveis de qualidade, relacionados à identidade, dosagem, pureza, potência, uniformidade de conteúdo, tempo de desintegração e velocidade de dissolução, quando for o caso. 8 – Medicamento - Produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico. É uma forma farmacêutica terminada que contém o fármaco, geralmente em associação com adjuvantes farmacotécnicos. 9 - Medicamentos Bioequivalentes - São equivalentes farmacêuticos que, ao serem administrados na mesma dose molar, nas mesmas condições experimentais, não apresentam diferenças estatisticamente significativas em relação à biodisponibilidade. 10 - Medicamento Genérico - Medicamento similar a um produto de referência ou inovador, que pretende ser com este intercambiável, geralmente produzido após a

Page 9: Atendimento de Farmacia

expiração ou renúncia da proteção patentária ou de outros direitos de exclusividade, comprovada a sua eficácia, segurança e qualidade, e designado pela DCB ou, na sua ausência, pela DCI. 11 - Medicamento Inovador - Medicamento apresentando em sua composição ao menos um fármaco ativo que tenha sido objeto de patente, mesmo já extinta, por parte da empresa responsável pelo seu desenvolvimento e introdução no mercado no país de origem, e disponível no mercado nacional. Em geral, o medicamento inovador é considerado medicamento de referência, entretanto, na ausência do mesmo, a ANVISA indicará o medicamento de referência. 12 - Medicamento de Referência - Medicamento inovador registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária e comercializado no País, cuja eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas cientificamente junto ao órgão federal competente, por ocasião do registro. 13 - Medicamento Similar - Aquele que contém o mesmo ou os mesmos princípios ativos, apresenta a mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica, e que é equivalente ao medicamento registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária, podendo diferir somente em características relativas ao tamanho e forma do produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem, excipientes e veículos, devendo sempre ser identificado por nome comercial ou marca. 14 - Produto Farmacêutico Intercambiável - Equivalente terapêutico de um medicamento de referência, comprovados, essencialmente, os mesmos efeitos de eficácia e segurança.

7. MEDICAMENTOS DE USO CONTROLADO O governo, através do Ministério as Saúde, em 1º de Fevereiro de 1999, publicou a nova portaria 344,aprovando o regulamento sobre substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial. Tem como objetivo estabelecer um sistema único para controle do comércio e uso de substâncias e medicamentos controlados. A Portaria 344 estabelece uma PROIBIÇÃO sobre a venda destes produtos especiais na internet.

LISTA DE SUBSTÂNCIAS 1 - Entorpecentes: analgésicos, opióides e não opióides, analgésicos gerais. a) Sujeitas a Notificação de Receita b) Etiqueta de cor preta com os dizeres “Venda sob prescrição médica – Atenção – Pode causar dependência física ou psíquica”.Ex: Morfina. 2 - Entorpecentes: analgésicos, opióides e não opióides a) Sujeitas a Notificação de Receita “A” b) Etiquetas de cor preta com os dizeres “ Venda sob prescrição médica – Atenção – Pode causar dependência física ou psíquica”. Ex: Codeína. 3 - Psicotrópicos: estimulantes do sistema nervoso central a) Sujeitas a Notificação de Receita “A”

b) Etiqueta de cor preta com os dizeres ““ Venda sob prescrição médica – Atenção – Pode causar dependência física ou psíquica”. Ex: Anfetamina. 4 - Psicotrópicos: antiepiléticos, indutores do sono, ansiolíticos, antidepressivos, tranquilizantes a) Sujeitas a Notificação de Receita “B” b) Etiqueta de cor preta com os dizeres ““ Venda sob prescrição médica –O abuso deste medicamento pode causar dependência”. Ex: Diazepam. 5 - Psicotrópicos: anorexígenos a) Sujeitas a Notificação de Receita “B” b) Etiqueta de cor preta com os dizeres ““ Venda sob prescrição médica –O abuso deste medicamento pode causar dependência”. Ex: Aminorex. 6 - Controle Especial: antidepressivos, antiparksonianos, anticonvulsivantes, antiepiléticos, neurolípticos e anestésicos a) Sujeita a Receita de Controle Especial em duas vias b) Etiqueta de cor vermelha com os dizeres “ Venda sob prescrição médica – Só pode ser vendido com Retenção de Receita”. Ex: Levodopa. 7 - Retinóides: tratamento de acne cística severa a) Sujeitas a Notificação de Receita Especial. Ex: Tretinoína 8 - Talidomida: reação leprótica a)Sujeitas a Notificação de Receita Especial. 9 - Antiretrovirais: infecções originadas do HIV a) Sujeitas a Receituário do Programa da DST/AIDS ou Sujeitas a Receita de Controle Especial em duas vias. b) Etiqueta de cor vermelha com dizeres “Venda sob prescrição médica – Só pode ser vendido com Retenção de Receita”. Ex: Idovudina (AZT). 10 - Anabolizantes a) Sujeitas a Receita de Controle Especial em duas vias. b) Etiqueta de cor vermelha com os dizeres “Venda sob prescrição médica – Só pode ser vendido com Retenção de Receita”. Ex: Fluoximesterona. 11 - Precursores de Entorpecentes/ Psicotrópicos a) Sujeitas a Receita Médica em retenção. Ex: Ácido Lisérgico. 12 - Lista de insumos químico utilizados precursores de síntese de entorpecentes e/ou psicotrópicos a) Sujeitos a Controle do Ministério da Justiça. Ex: Éter etílico e Clorofórmico. b) Plantas que podem originar substâncias entorpecentes e/ou psicotrópicos - Cannabis sativum - Produtos de Uso Proscrito no País - (Substâncias Entorpecentes) - Ex: Cocaína e Heroína. - (Substâncias Psicotrópicas) Ex: THC (Tetraidrocanabisol) - (Outras substâncias) Ex: Estricnina.

Page 10: Atendimento de Farmacia

8. O SIGNIFICADO DAS TARJAS DOS MEDICAMENTOS Os medicamentos possuem uma ampla ação e atuam em diversos sistemas no nosso organismo, desde os mais simples até os mais complexos. De qualquer forma provocam alterações no nosso organismo, portanto são classificados conforme o grau de risco que o seu uso pode oferecer à saúde do paciente. Para esta classificação, foi adotado o critério de tarjas (faixas), que são facilmente identificadas nas embalagens

dos medicamentos. Tarja vermelha sem retenção da receita: são vendidos mediante a apresentação da receita. Na tarja vermelha está impresso "venda sob prescrição médica". Estes medicamentos têm contra-indicações e podem provocar efeitos colaterais

graves. Tarja preta: são os medicamentos que exercem ação sedativa ou que ativam o sistema nervoso central, portanto também fazem parte dos chamados psicotrópicos. Só podem ser vendidos com receituário especial de cor azul. Na tarja vem impresso "venda sob prescrição médica – o abuso deste medicamento pode causar

dependência". Não tarjados ou OTC – Over the Counter: sua venda é livre. São medicamentos com poucos efeitos colaterais ou contra-

indicações, desde que usados corretamente e sem abusos. Estes medicamentos dispensados sem a prescrição médica são utilizados para o tratamento de sintomas ou males menores, como: resfriados, azia, má digestão, dor de dente, pé de atleta e outros. É importante ressaltar que esses produtos estão isentos de prescrição médica, porque a instância sanitária reguladora federal considerou que suas características de toxicidade apontam para inocuidade ou são significativamente pequenas. Porém, sua utilização deve ser feita dentro de

um conceito de automedicação responsável. Tarja vermelha com retenção da receita: são os medicamentos que necessitam de retenção da receita, conhecidos como medicamentos psicotrópicos. Só podem ser vendidos com receituário especial de cor branca. Na tarja vermelha está impresso "venda sob

prescrição médica - só pode ser vendido com retenção de receita". Tarja amarela: esta tarja deve constar na embalagem dos medicamentos genéricos e deve conter a inscrição "Medicamento Genérico", na cor azul.

9. RECEITAS ESPECÍFICAS PARA MEDICAMENTOS CONTROLADOS Todo medicamento só poderá ser comercializado mediante a retenção da receita no ato da transação. É necessário que balconistas e farmacêuticos estejam atentos às apresentações das receitas para evitarem problemas com Vigilância Sanitária. 1 - Receita tipo “A” – Cor Amarela a)Para medicamentos relacionados nas listas A1 e A2 e A3 (Entorpecentes); b)Válida em todo território nacional; c)Validade 30 dias; d)Limitado a 5 ampolas por medicamento injetável; e)A quantidade dos demais medicamentos foi limitada a no máximo 30 dias de tratamento. 2 - Receita tipo “B” – Cor Azul a)Para medicamentos relacionados nas listas B1 e B2 (Psicotrópicos); b)Válida por 30 dias e somente dentro da Unidade Federativa que concedeu a numeração do registro (Rio de Janeiro); c)Limitado a 5 ampolas por medicamento injetável; d)A quantidade dos demais medicamentos foi limitada a no máximo 60 dias de tratamento. 3 - Receita Especial tipo “C2” – Cor Branca a)Para medicamentos relacionados na lista C2 (Retinóides de Uso Sistêmico); b)Válida por 30 dias e somente dentro da Unidade Federativa que concedeu a numeração do registro (Rio de Janeiro); c)Deve vir acompanhada do Termo de Conhecimento de Risco e Consentimento Pós-Informação; d)A quantidade dos medicamentos foi limitada a no máximo 30 dias de tratamento. 4 - Receita Comum do Profissional – Cor Branca ou Carbonada a)Para os medicamentos relacionados nas listas C1, C4 e C5; b)Validade de 30 dias; c)Emitida em 2 vias, a primeira para a farmácia, a segunda para o paciente; d)A receita que fica com o paciente, deve ser carimbada no verso, ressaltando a entrega da mesma; e)Limitado a 5 ampolas por medicamento injetável; f)A quantidade dos demais medicamentos foi limitada a no máximo 60 dias de tratamento, a exceção para antiparksonianos e anticonvulsivantes que podem ser prescritos para até 6 meses.

Anticonvulsivantes: Ácido valpróico; carbamazepina; divalproato de sódio; fenitoina; gabapentina, lamotrigina, oxcarbazepina; primidona, topiramato; valproato sódico; vigabatrina.

Antiparkisonianos: Amantadina; biperideno; entacapona; lisurida; pergolida; pramipexol; ropinirol; selegilina; tolcapona.

Page 11: Atendimento de Farmacia

Casos de Emergência Receber receitas em papel inadequado, não oficial. A drogaria ou farmácia que comercializar a receita deve anotar a identificação do comprador e apresentá-las as Inspetoria de Saúde em no máximo 72 horas.

10. FATORES QUE MODIFICAM O EFEITO FARMACOLÓGICO Existem muitos fatores que podem modificar as respostas biológicas produzidas pela interação de drogas com os organismos vivos. O efeito terapêutico de uma droga geralmente se manifesta quando sua concentração no plasma atinge um dado valor, denominado “nível plasmático efetivo”. O nível plasmático de compostos depende da quantidade de substância administrada, mas é regulado principalmente pela absorção, distribuição, fixação nos tecidos, biotransformação e excreção. Assim quaisquer fenômenos que alterem estes fenômenos podem aumentar ou diminuir os efeitos terapêuticos das drogas. a) Fatores dependentes do meio ambiente 1-Luz e temperatura: Existem substâncias que expostas a esses dois fatores sofrem alterações que comprometem sua atividade terapêutica. Ex: soluções de NaF. 2-Ruído: Pode provocar convulsões no paciente intoxicado pela estricnina, bem como retardar ou impedir que pacientes medicados com hipnóticos adormeçam. b) Fatores dependentes da droga 1-Dose: Quanto maior for a dose , maior será a intensidade do efeito(relação quantitativa) 2-Propriedades: Físico-químicas: as propriedades físico químicas das drogas, tais como solubilidade, estado físico, difusibilidade são determinantes para o seu uso e a sua atividade farmacológica 3-Forma farmacêutica: As propriedades de uma forma farmacêutica podem influenciar a velocidade de absorção de uma substância e consequentemente o efeito farmacológico da droga. O fator mais importante neste caso é a velocidade de dissolução, tendo sido verificadas,ainda, variações na eficácia clínica entre marcas diferentes da mesma droga, na mesma dosagem e forma, simplesmente por haver variação nas velocidades de desintegração do sólido. Ordenando-se as diferentes formas em ordem decrescente de velocidade de desintegração tem-se: solução aquosa> suspensão> pó> cápsula> comprimido> drágea. 4-Vias de administração: Influenciam na velocidade de absorção das drogas. c) Fatores dependentes do organismo 1-Espécie animal: As variadas espécies respondem de maneiras diversas às drogas. Isso se deve à diferente capacidade de o organismo desses animais de biotransformar substâncias nele introduzidas. 2-Sexo: geralmente as fêmeas são mais susceptíveis que os machos a numerosas drogas. Em caso de mulheres grávidas recomenda-se reduções de dose para evitar efeitos indesejáveis sobre o embrião ou feto.

3-Idade: Em animais recém nascidos, a atividade metabolizadora do fígado está totalmente ausente ou existe apenas em nível muito reduzido. A capacidade excretora também é consideravelmente menor no recém-nascido devido ao desenvolvimento incompleto da função renal. Os idosos também apresentam redução nas funções hepáticas e renais. 4-Peso corpóreo: quanto maior o peso do indivíduo maior será a dose para produzir o efeito farmacológico. 5-Estado nutricional e patológico: O estado de subnutrição ou a presença de doença principalmente hepática reduzem a atividade metabolizadora do fígado. Isso diminui a biotransformação da droga o que promove a permanência prolongada da droga nos sítios de ação. 6-Fatores genéticos: Ocorre quando membros de uma população homogênea, respondem a drogas de maneira inesperada. A idiossincrasia é o fenômeno que ocorre quando uma resposta anormal do indivíduo é determinada por alterações genéticas.

11. EFEITOS INDESEJÁVEIS DAS DROGAS 1- Efeitos tóxicos: São efeitos que dependem da quantidade excessiva de um fármaco, caracterizando o fenômeno da superdosagem. A superdosagem pode ser absoluta(quando o fármaco é administrado em grandes quantidades) ou relativa(quando ocorrem variações farmacocinéticas e o fármaco é acumulado no organismo). 2- Efeitos colaterais: São efeitos que ocorrem mesmo quando o fármaco é administrado em doses terapêuticas. Estes efeitos ocorrem em órgãos ou sistemas diferentes do alvo terapêutico. 3- Efeitos adversos: Constituem todo e qualquer efeito indesejável ao organismo. 4- Efeitos teratogênicos: São manifestações anormais do desenvolvimento fetal, geradas por fármacos administrados à gestantes. 5- Efeitos de hipersensibilidade: São ocasionados por respostas anormais do sistema imune. São independentes de doses, podendo ser desencadeadas por pequeniníssimas quantidades de alérgenos caso o paciente seja sensível e tenha tido uma prévia sensibilização. 6- Efeitos idiossincrásicos: São reações diferentes da das reações geralmente esperadas associadas a variações individuais geneticamente induzidas. 7- Efeitos paradoxais: São efeitos que se caracterizam pelo aparecimento de manifestações opostas às esperadas após o uso do fármaco. 8- Efeito rebote: Ocorre quando a interrupção do uso da droga leva ao agravamento dos sintomas iniciais da doença. Nesses casos, a retirada da droga deve ser lenta e gradual. 9- Síndrome da retirada: caracteriza-se pelo aparecimento de manifestações clínicas em decorrência da suspensão brusca de um fármaco usado em doses terapêuticas por tempo prolongado.

Page 12: Atendimento de Farmacia

12. EFEITOS INDESEJÁVEIS DAS DROGAS DE ABUSO 1- Tolerância: É uma condição que se caracteriza pela resposta diminuída de uma droga quando a mesma está sendo usada continuadamente. Quando isso acontece, há a necessidade de aumentar progressivamente as doses destas drogas para manter a intensidade dos efeitos iniciais, Muitas drogas que induzem à tolerância também induzem à dependência. 2- Dependência: É a condição que se caracteriza pelo uso repetitivo de substâncias que produzem um estado de bem-estar no organismo. Podendo ser de dois tipos: a) dependência física: É a condição caracterizada por distúrbios físicos quando se interrompe abruptamente a administração de uma droga. b) dependência psíquica: É a condição caracterizada pelo desejo emocional ou mental de tomar a droga para se sentir bem. c) Síndrome de abstinência: Conjunto de sinais característicos que aparecem após a suspensão brusca de uma droga utilizada em altas doses por tempo prolongado.

13. USOS TERAPÊUTICOS DOS MEDICAMENTOS

Analgesia e Anestesia 1- Analgésicos: São medicamentos usados para aliviar a dor. O efeito analgésico é devido à inibição da produção local de prostaglandinas, mediadores da inflamação. Estas prostaglandinas, se forem produzidas, vão sensibilizar as terminações nervosas locais da dor, que será iniciada por outros mediadores inflamatórios como a bradicinina. Ex: AAS, paracetamol, dipirona, etc. 2- Antitérmicos: São medicamentos de agem abaixando a temperatura corpórea. Elas agem inibindo a síntese de prostaglandinas que em excesso provoca o aumento da temperatura corporal. Ex: AAS, paracetamol, dipirona, etc. 3- Antiespasmódicos: são medicamentos que combatem os espasmos. Espasmos são concentrações dolorosas de alguns músculos de nossos órgãos abdominais (estômago, intestino, rins, vesícula biliar e útero). Ex: Buscopan. 4- Anestésicos Gerais: São fármacos que produzem analgesia, perda de consciência, relaxamento muscular mediante a ação depressora do SNC. Ex:Halotano, Éter, Óxido Nitroso(anestésicos por inalação) e Tiopental, Fentanila. Alfentanila, Remifentanila(anestésicos intravenosos). 5- Antiinflamatórios Não-esteroidais (AINES): São fármacos que inibem a inflamação através da inibição de síntese de prostaglandinas, já que estes mediadores são importantes em quase todos os fenômenos associados à inflamação, como vasodilatação, dor e atração de mais leucócitos ao local atingido pelo processo inflamatório. Ex: Diclofenaco, Ibuprofeno, Nimesulida, AAS, Piroxicam, Ácido Mefenâmico, etc. 6- Antiinflamatórios Esteroidais ou Corticóides: São medicamentos dotados de efeitos antiinflamatórios e imunossupressores mais potentes que os AINES, mas que apresentam também maior incidência de efeitos colaterais.

São muito utilizados para fenômenos alérgicos. Ex: Dexametasona. 7-Analgésicos Opióides: São fármacos narcóticos que produzem profundos efeitos de analgesia, sonolência e mudanças de disposição de ânimo. Como as mudanças de humor podem ser agradáveis, criam um potencial para o abuso desses agentes (tolerância e dependência). Ex: Morfina, Codeína, Heroína e Metadona.

Cardiovascular 1- Cardiotônicos: São fármacos que tem efeito tônico sobre o coração, ou seja, aumentam a força contrátil. Podem ser esteróides glicosídicos digitálicos, simpatomiméticos (adrenérgicas), ou ainda outras drogas, sendo usados após infarto do miocárdio, cirurgia cardíaca, no choque, ou na insuficiência cardíaca congestiva. Ex: Digoxina (digitálicos cardiotônicos). 2- Diuréticos: São fármacos que atuam no rim, aumentando o volume e o grau de diluição da urina. Eles depletam os níveis de água e cloreto de sódio sanguíneos, sendo usados no tratamento da hipertensão arterial, insuficiência renal, insuficiência cardíaca ou cirrose do fígado.Ex: Furosemida, Hidroclorotiazida e Espironolactona. 3- Anti-hipertensivos: São os fármacos usados no tratamento da hipertensão arterial. Ex: Captropil.

Digestivo 1- Antiácidos e antiúlcera: São fármacos que removem ou neutralizam ácido do conteúdo gástrico a assim aliviam a dor. Ex: Cimetidina, Omeprazol e Hidróxico de alumínio. 2- Antidiarréicos (Constipantes): São medicamentos que diminuem a freqüência das evacuações e que aumentam a consistência das fezes. Ex: Difenoxilato, Loperamida e Racecadotrila. 3- Digestivos: São fármacos que auxiliam o processo de digestão no trato gastrintestinal. Ex: Alcachofra e Boldo. 4- Antieméticos: São fármacos que impedem ou aliviam a náusea e o vômito. Ex: Bromoprida, Domperidona e Metoclopramida. 5- Laxantes (catárticos ou purgantes): São fármacos que facilitam a eliminação de fezes. Ex: Agar, Sene, Fenolftaleína, Óleo mineral, Óleo de rícino, etc.

Psiquiatria 1- Antidepressivos: São medicamentos utilizados no tratamento de pessoas com sintomas de transtorno depressivo. Ex: Fluoxetina. 2- Psicoestimulantes: São drogas que agem estimulando as funções do SNC. Ex: Cafeína, Cocaína e Anfetaminas. 3- Sedativos e Ansiolíticos: São drogas sintéticas usadas para diminuir a ansiedade e a tensão. Ex: Diazepam.

Antibióticos São medicamentos utilizados na Medicina para a luta contra infecções bacterianas (causados por bactérias). Seu uso indiscriminado e sem controle médico faz com que surjam cepas de bactérias resistentes a estas drogas, sendo necessária a descoberta constante de novas drogas

Page 13: Atendimento de Farmacia

mais eficazes. O tratamento de infecções virais(provocadas por vírus) é ineficaz por antibióticos. Os principais grupos de antibióticos são: 1- Penicilinas: Foi o primeiro grupo a ser descoberto.Ex: Penicilina, Ampicilina, Amoxicilina, etc. 2- Cefalosporinas: São antibióticos resistentes à enzima betalactamase(prouzidas por bactérias para destruir o antibiótico).Ex: Cefalotina, Cefalexina, Cefaclor e etc. 3- Aminoglicosídeos: São antibióticos naturais que contém em sua molécula dois ou mais açúcares. São potencialmente tóxicos e são todos de uso injetável. Ex: Amicacina, Gentamicina, Tobramicina, etc. 4- Macrolídeos: Podem ser usados como bacteriostáticos e bactericidas de acordo com sua concentração, densidade bacteriana e fase de crescimento. Ex: Eritromicina, Azitromicina, Claritromicina, etc.

Vitaminas São nutrientes muito importantes para o funcionamento do corpo e para a proteção contra numerosas doenças. Não podem ser sintetizadas pelo homem, pelo menos em quantidades apreciáveis. A falta de vitaminas facilita o aparecimento de doenças e o mau funcionamento do organismo (provocando as avitaminoses). O excesso também traz problemas e é chamado de hipervitaminose; os humanos precisam de 13 vitaminas diferentes. As vitaminas podem ser classificadas em dois grupos de acordo com sua solubilidade: 1- Vitaminas Lipossolúveis: São vitaminas solúveis em gorduras e sua absorção é feita junto à da gordura, podendo acumular-se no organismo alcançando níveis tóxicos. São as vitaminas A, D, E e K. 2-Vitaminas Hidrossolúveis: São vitaminas solúveis em água e consistem nas vitaminas presentes no complexo B e a vitamina C. Essas não são acumuladas em altas doses no organismo, sendo eliminada pela urina. Por isso se necessita de uma ingestão quase diária para a reposição dessas vitaminas. Algumas vitaminas do Complexo B podem ser encontradas como co-fatores de enzimas, desempenhando a função de coenzimas. São elas: a) Tiamina (vitamina B1) b) Riboflavina (vitamina B2) c) Ácido pantotênico (vitamina B5) d) Vitamina B6 (piridoxina, piridoxamina e piridoxal) e) Ácido fólico f) Cobalamina (vitamina B12) g) Ácido ascórbico (vitamina C) h) Biotina (vitamina BH) i) Niacina (vitamina PP) Apesar de precisarem ser consumidas em pequenas quantidades, se houver deficiência de algumas vitaminas, estas podem provocar doenças específicas, como beribéri, escorbuto, raquitismo e xeroftalmia.

IMPORTANTE 1. ORIENTAÇÃO AO PACIENTE Quando atendemos um paciente no balcão da farmácia, devemos orientá-lo quanto ao uso e guarda dos medicamentos. Essas orientações devem ser transmitidas mesmo que o paciente não solicite, pois às vezes ele

desconhece a existência de tais orientações. Assim sendo, ao vendermos um medicamento devemos: a) Orientações no balcão da farmácia: 1- Conferir com o paciente todo medicamento solicitado, com a respectiva receita; 2 - Orientar o paciente quanto à utilização do medicamento, informando qual a dose a ser administrada, em que horário etc; 3 - Orientar quanto à guarda dos medicamentos em casa. b) Orientações quanto à guarda e utilização de medicamentos em casa: 1-Ao chegar em casa, guarde os medicamentos em local apropriado. Na maioria das vezes deve ser guardado em local fresco e arejado. Isso quer dizer: local com temperaturas amenas, sem umidade e com circulação de ar, sem abafamento. sendo assim, não devemos guardar medicamento no banheiro, que é um local que recebe umidade do banho e, muitas vezes, abafado. Também não devemos guardar medicamentos em cima da geladeira, pois, esta recebe o calor do motor (tem gente que até seca tênis atrás da geladeira). E na janela da cozinha? Nem pensar! O sol também altera os medicamentos, sem falar no calor. Alguns medicamentos devem ser guardados em geladeira. Isso significa que os medicamentos devem ser guardados dentro da geladeira, nas prateleiras superiores (não guardá-los na porta da geladeira, nem no congelador). 2-Se existem crianças em casa ou se o paciente recebe visitas de crianças, eles devem guardar dos medicamentos em local trancado ou, pelo menos, inacessível a elas. As crianças são curiosas e não têm sendo de período para medicamentos. O maior número de intoxicação ocorre em crianças. Devemos estar atentos. 3-Se o paciente comprar vários frascos do mesmo medicamento, deverá abrir uma embalagem de cada vez, não retirando o medicamento da embalagem original, assim preservando o número do lote e validade do medicamento. 4-No caso do medicamento líquido, tomar cuidado para que a boca do frasco não fique suja. Se por acaso o líquido escorrer, deve-se limpar o frasco, impedindo que o rótulo se estrague, ficando ilegível. 5-No caso de pomadas e cremes deve-se limpar o bico da bisnaga, antes de fechá-lo. 6-Ter sempre atenção ao prazo de validade do medicamento, nunca tomando medicamento vencido, mesmo que tenha vencido há pouco tempo. O medicamento vencido pode não ter ação e se já estiver alterado irá fazer mal à saúde. 7-Não ingerir medicamentos com bebidas alcoólicas. 8-Não misturar medicamentos, por exemplo, dois xaropes no mesmo recipiente ou colher, ou dois medicamentos na mesma seringa, a não ser que tenha sido solicitado pelo médico. 9-Respeitar o horário de administração do medicamento. Se é para ser dado de 6/6 horas, não se deve pular o horário da noite ou readaptá-lo à conveniência do paciente. Essa atitude atrapalha o tratamento.

Page 14: Atendimento de Farmacia

Se o medicamento é para ser dado após as refeições, não tomá-lo em jejum. 10-Se o paciente perceber alguma alteração de cor, sabor ou precipitação no medicamento, procure orientação e não administre o medicamento. 11-Se o medicamento for uma suspenção, agitar durante, pelo menos, um minuto e administrar ao paciente em seguida. 12-Não recolocar o medicamento no frasco. Se o paciente retirar uma quantidade de medicamento maior que a quantidade a ser utilizada (no caso de líquidos e pomadas), o restante deverá ser descartado. 13-usar sempre medidas-padrão, ou seja, as colheres e copos-medida que acompanham os frascos. As colheres o copos caseiros não apresentam exatidão na medida. 14-Não quebre drágeas nem abra as cápsulas. 15-Não encostar o frasco de colírio no olho, nem bisnaga de pomada oftálmica. Contamina o medicamento. 16-Não encostar a bisnaga de pomada ou creme em lesões. Retirar parte do medicamento e, então, aplicar no local indicado. 17-Nunca alterar a dose prescrita. Por exemplo, se a prescrição é de 4 vezes ao dia, não administrar 2 ou 6 vezes. Se a prescrição é de 2 comprimidos, não tomar somente um. 18-Em caso de dúvida, não administrar o medicamento. procure o farmacêutico ou médico. O paciente bem orientado é um paciente satisfeito. Assim, estaremos cumprindo a nossa função, que não é somente de vender medicamentos e com certeza esse paciente voltará outras vezes para novas compras. 2. COMO ORGANIZAR UMA FARMÁCIA

Critérios básicos de organização Para organizar uma farmácia ou drogaria existem alguns critérios que tornam mais eficiente e prático o trabalho do balconista. Toda farmácia trabalha com milhares de remédios, que envolvem diferentes fabricantes e diversas apresentações, o que torna fundamental a organização de prateleiras e gavetas para facilitar a procura de cada remédio.

Para isto, existem formas padronizadas para melhor organizar uma farmácia. Ela começa pela separação dos medicamentos e outros produtos de acordo com o laboratório, a ordem alfabética do medicamento e o grupo ou seção em que ele se enquadra, obedecendo à forma de apresentação e o uso do medicamento. A farmácia, portanto, possui vá rios grupos e seções que podem ser divididos em: 1-Seção ou grupo de comprimi dos, drágeas, cápsulas, pastilhas e pílulas. 2-Seção ou grupo de ampolas injetáveis e orais. 3-Seção ou grupo de medicamentos líquidos, em suspensão, as geleias, os elixires, sprays, gotas, xaropes. 4-Seção de cremes, pomadas, unguentos, supositórios, óvulos, bastões, inaladores, pós, granulados e calicidas. 5-Seção ou grupo de envelopes de comprimi dos ou pós que vêm em embalagens múltiplas e que podem ser comer cializados de forma avulsa. Estes produtos são usualmente guarda dos em gavetas e na parte externa delas coloca-se uma etiqueta que identifica o produto. 6-Seção ou grupo de medicamentos que têm venda controlada, como psicotrópicos e entorpecentes. Estes remédios normalmente estão agrupados no fundo da farmácia, próximo à gerência, para maior controle de suas vendas. Existem farmácias ou drogarias que separam os produtos de alta rotatividade, como vitaminas, analgésicos, antigripais, que são mais conhecidos pela população e tem maior saída. Os produtos de perfumaria, higiene e limpeza, acessórios médicos e odontológicos também possuem prateleiras próprias.

Outros métodos de organização Outra forma de organização da prateleira é manter por ordem alfabética e por seções, porém agrupando os medicamentos de acordo com os laboratórios fabricantes, que normalmente têm uma padronização na embalagem e cor. Neste caso, se o balconista conhece o laboratório que produz o medicamento é mais fácil identificar o remédio na prateleira. Há farmácias ou drogarias que agrupam os medicamentos somente em ordem alfabética. Existem ainda outros aspectos que são importantes para a correia organização das farmácias e drogarias. Nas drogarias os medicamentos comercializados estão sempre nas suas embalagens originais. Já nas farmácias existem fórmulas que são manipuladas em seus próprios laboratórios e são organizadas de acordo com o tipo de fórmula e encomenda dos clientes. As farmácias de hospitais adotam critério diferenciado na sua forma de organização. Os medicamentos são agrupados segundo a sua apresentação e especialidade. No caso dos analgésicos, por exemplo, os comprimidos ficam de um lado e os analgésicos em gotas de outro.

3. LEGISLAÇÃO Conhecer a legislação não deve ser para o profissional de farmácia, uma atividade cansativa e desinteressante. Ao contrário, estar por dentro da legislação específica da nossa atividade trará, no dia-a-dia, confiança e certeza de

Page 15: Atendimento de Farmacia

estar realizando um trabalho de qualidade. Aspectos importantes a saber, tratam da regulamentação dos genéricos, regulamentação técnica para assistência farmacêutica na farmácia e drogaria, aquisição, armazenamento, conservação e dispensação (fornecimento) de produtos industrializados, entre outros. A lei trata também das condições gerais e específicas para a estrutura física (instalações) e equipamentos, determina que a admissão dos funcionários deve ser precedida de exames médicos, citando também a questão da higiene pessoal, uniformes para o trabalho, etc. Quando discorre sobre a aplicação de injetáveis , serviço que o estabelecimento poderá (ou não) manter é dito que a drogaria deve dispor de profissional legalmente habilitado para a realização dos procedimentos; daí a importância da formação profissional por meio de cursos e treinamentos. A legislação também trata do tema documentos, fixa responsabilidades (de empregados e empregador) e trata das questões de fiscalização. A lei estabelece as boas práticas de atendimento em farmácias e drogarias, além de proteger o trabalhador. Por isso mantenha-se sempre atualizado.

4. CONDIÇÕES GERAIS DE FUNCIONAMENTO DAS FARMÁCIAS E DROGARIAS Para que os estabelecimentos farmacêuticos possam funcionar é necessário que: 1- tenham licença de funcionamento, atualizada, expedida pela autoridade sanitária local; 2- atendam às boas práticas de dispensação em drogarias; 3- mantenham placa de identificação do estabelecimento conforme legislação vigente; 4- possuam licença de funcionamento devidamente afixada em local visível ao público.

É proibido em farmácias e drogarias 1 - Oferecer para venda produtos que não sejam medicamentos, cosméticos, produtos para saúde e acessórios, alimento para fins especiais, alimentos com alegação de propriedade funcional e alimento com alegação de propriedades de saúde (desde que apresentem Padrão de Identidade e Qualidade (PIQ) estabelecidos em legislação específica); 2 - oferecer serviços de coleta de material biológico e outros alheios À atividade de dispensação de medicamentos e produtos; No caso de drogarias ainda é proibido: 3 - O recebimento de receitas com fórmulas magistrais. 4 - O fracionamento de medicamentos pode ser realizado, desde que com a devida autorização da Anvisa (RDC135/05).

Responsabilidades e Atribuições 1- O Regulamento deixa claro que o farmacêutico é o responsável pela dispensação de produtos farmacêuticos, com as seguintes funções: a) conhecer, interpretar e estabelecer condições para o cumprimento da legislação pertinente;

b) estabelecer critérios e supervisionar o processo de aquisição de medicamentos e demais produtos; c) avaliar a prescrição médica; d) assegurar condições adequadas de conservação e dispensação dos produtos; e) manter arquivos, que podem ser informatizados, com a documentação correspondente aos produtos sujeitos a controle especial; f) participar de estudos de farmaco-vigilância com base em análise de reações adversas e interações medicamentosas, informando a autoridade sanitária local; g) organizar e operacionalizar as áreas e atividades da drogaria; h) manter atualizada a escrituração; i) manter a guarda dos produtos sujeitos a controle especial de acordo com a legislação específica; j) prestar assistência farmacêutica necessária ao consumidor; l) promover treinamento inicial e contínuo dos funcionários para a adequação da execução de suas atividades. 2 - Este regulamento também estabelece as atribuições do proprietário do estabelecimento: a) prever e prover os recursos financeiros, humanos e materiais necessários ao funcionamento do estabelecimento; b) estar comprometido com as Boas Práticas de Dispensação em Farmácias e Drogarias; c) favorecer e incentivar programas de educação continuada para todos os profissionais envolvidos nas atividades do estabelecimento. Concluindo, esta Resolução deve ser obedecida na íntegra e as farmácias e drogarias estão sujeitas à fiscalização para garantir que ela esteja sendo seguida. Para conhecer mais sobre este assunto, busque no site da Anvisa a Resolução e o Regulamento completos. Você vai encontrar também o Roteiro de Inspeção para Dispensação em Farmácias e Drogarias.

Page 16: Atendimento de Farmacia

BIBLIOGRAFIA Âmbito Farmacêutico - Manual do Balconista de Farmácia ISMAEL, J.C. O médico e o paciente: breve história de uma relação delicada. São Paulo: Queiroz, 2002. MALDONADO, M.T.; CAMELLA, P. Recursos de relacionamento para profissionais de saúde: a boa comunicação com clientes e seus familiares em consultórios, ambulatórios e hospitais. São Paulo: Reichmann & Affonso, 2003. PAES DA SILVA, M.J. Comunicação tem remédio: a comunicação nas relações interpessoais em saúde. São Paulo: Edições Loyola, 2002. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Código de ética da profissão farmacêutica. Brasília: CFF, 1998. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. A organização jurídica da profissão farmacêutica. 4.ed. Brasília: CFF, 2003. GOODMAN & GILMAN. As bases farmacológicas da terapêutica. 10ed. Rio de Janeiro: Mc Graw Hill, 2003. RANG, H.P. [et al.]. Farmacologia. 5.ed. Rio de Janeiro: Elservier, 2003. KATZUNG, B.G. Farmacologia básica e clínica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. PAGE, C. [et al.]. Farmacologia integrada. São Paulo: Manole, 2004.