atividade avaliativa 02
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Disciplina
Literatura Portuguesa
Docente
Prof. Luís Fernando Bulhões Figueira
Módulo
2.2
Data
29/07/2009
ATIVIDADE 1 - Avaliativa
Pólo:
MaceióAluna: Adriana C. Lavorato
Matricula
61351892
Essa atividade AVALIATIVA deverá ser entregue a seu tutor até 04/12/2009.
Leia os textos de Bocage a seguir e procure identificar as características que nos permitem classificá-los como árcades ou pré-românticos:
Convite a Marília
Já se afastou de nós o inverno agreste
Envolto nos seus úmidos vapores; Ideal de simplicidade e naturezaA fértil primavera, a mãe das floresO prado ameno de boninas veste:
Varrendo os ares o sutil nordesteOs torna azuis; as aves de mil coresAdejam entre Zéfiros e Amores, Elementos Greco-romanos - paganismoE toma o fresco Tejo a cor celeste:
Vem, ó Marília, vem lograr comigoDestes alegres campos a beleza Carpen DiemDestas copadas árvores o abrigo:
Deixa louvar da corte a vã grandeza: Fugere UrbemQuanto me agrada mais estar contigoNotando as perfeições da Natureza! Lócus Amenus
§
Olha, Marília, as flautas dos pastores, Tema pastorilQue bom que soam, como estão cadentes!Olha o Tejo a sorrir-te! Olha não sentesOs Zéfiros brincar por entre as flores?
Vê como ali, beijando-se os AmoresIncitam nossos ósculos ardentes!Ei-las de planta em planta as inocentes,As vagas borboletas de mil cores!
Naquele arbusto o rouxinol suspira,Ora nas folhas a abelhinha pára,Ora nos ares sussurando gira:
Que alegre campo! que manhã tão clara! Mudança no perfil do texto passa aMas ah! Tudo o que vês, se eu te não vira, apresentar também característicasMais tristeza que a morte me causara. Pré-romanticas. Tom melancólico, Lamenta-se da própria sorte.
§
Enquanto o sábio arreiga o pensamentoNos fenômenos teus, oh NaturezaOu solta árduo problema, ou sobre a mesaVolve o subtil geométrico instrumento:
Enquanto, alçando a mais o entendimento,Estuda os vastos céus, e com certezaReconhece dos astros a grandeza,A distância, o lugar, e o movimento:
Enquanto o sábio, enfim, mais sabiamente, predomínio da razão sobre a emoçãoSe remonta nas asas do sentidoÀ corte do Senhor omnipresente:
Eu louco, cego, eu mísero, eu perdidoDe ti só trago cheia, ó Jonia, a mente:Do mais, e de mim mesmo ando esquecido.
§
Já sobre o coche de ébano estreladoDeu meio giro a noite escura e feia;Que profundo silêncio me rodeiaNeste deserto bosque, à luz vedado!
Jaz entre as folhas Zéfiro abafado,O Tejo adormeceu na lisa areia;Nem o mavioso rouxinol gorgeia,Nem pia o mocho, às trevas costumado:
Só eu velo, só eu, pedindo à sorteQue o fio, com que está minh'alma presaÀ vil matéria lânguida, me corte:
Consola-me este horror, esta tristeza;Porque a meus olhos se afigura a morteNo silêncio total da Natureza.
§
Minh’alma quer lutar com meu tormento;Contenda inútil! É por ele o Fado:Apenas de oprimir-me está cansado,Eterna força lhe refaz o alento.
Mais vale que delire o pensamentoTé agora co’a Razão debalde armado,É menos triste, menos duro estadoA Desesperação, que o Sofrimento.
A Desesperação soluça e chora,A Desesperação mil ais desata,Parte do mal nas queixas se evapora.
O sofrimento azeda o que recata;Prende suspiros, lágrimas devora,Tiraniza, consome, e às vezes mata.
Mesmo apresentando algumas características pré-românticas, o texto apresenta fortes marcas árcades, o que nos permite classificá-lo como sendo um texto árcade.